Em visita a cidade de Brasília, o pai leva seu filho de seis anos para conhecer o congresso nacional. Quando estavam passando pela porta do plenário, uma calorosa sessão estava acontecendo e um político gritava a plenos pulmões:
- Ladrão, salafrário, mentiroso, bandido, vagabundo, sem-vergonha, vendido, desonesto, pilantra, mal-caráter...e outros impropérios.
Assustado o filho pergunta ao pai:
- O que esta acontecendo aí dentro, pai? Eles estão brigando?
- Não filhinho. Eles só estão fazendo a chamada.
A piadinha não é tão nova, mas é um reflexo da imagem que o povo tem dos políticos. Nem poderia ser diferente. Na história recente do país, testemunhamos casos e casos de fraudes, corrupção, nepotismos, peculato e toda gama de crimes relacionados ao poder público. Isso só para citar escândalos que se tornaram públicos, fora aqueles que não vem à tona, os quais apenas ficam na esfera do boato.
Há uma máxima que diz que pessoas honestas não entram para a política. Se entram, corrompem-se. Obviamente não podemos generalizar, mas o que acompanhamos nos últimos anos tem reforçado a idéia.
De qualquer maneira, a cada eleição temos a oportunidade de mudar, de renovar, só tem um problema: Em qual dos candidatos devemos acreditar? Quem estará falando a verdade? Tarefa nada fácil. Separar o joio do trigo, sem saber o que é joio o que é trigo. Farinha do mesmo saco?
E para piorar, na época de campanha todos são perfeitos. Parecem que têm a solução para todos os problemas, sejam eles na nossa cidade, no estado e do país, dependendo do cargo que disputam, é claro. No final acabamos perdidos e até desistindo de acompanhar o processo com mais atenção.
- Haaa!... Mas eu nem gosto de política. É muito chato. Muda de assunto.
Platão, o filósofo grego já alertou em uma célebre frase: ?Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam.?
Pois é. E agora José? Sobra o horário eleitoral. Não é tão interessante quanto a novela, muito menos que o Big Brother. Mas eu recomendo. Pelo menos ?Vamos dar uma espiadinha.? Pena que a televisão não vem com um detector de mentira, como aqueles que eles colocavam nos depoimentos do confessionário. Fica aí uma sugestão para as próximas eleições. Talvez funcione melhor que a lei da ficha limpa.
Michel Jaques - michel.jaques@yahoo.com.br
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