Senhor prefeito, seria mesmo necessário investir dinheiro público num sonho pessoal? - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Rogério Flor de Souza, vereador PT Ilhota

Desde que fui eleito vereador, tenho visitado várias comunidades e sempre me deparado com problemas históricos que devem ser solucionados. Percebo que o poder executivo não tem evoluído nesse aspecto e o que me preocupa está condicionada a algumas falas da atual gestão. É que quando se tem uma vitória esmagadora – expressão usada com muita frequência – da legitimidade ao prefeito em tomar decisões centralizadoras que culminem no gasto do dinheiro público em obras que atendam apenas suas perspectivas.

Onde está minha preocupação? Está justamente no direcionamento do dinheiro público!

Quando o prefeito usa essas mídias sociais vai para a internet e diz que essa ou aquela obra é um sonho pessoal, está deixando claro que não irá ouvir a comunidade. Penso que o dinheiro público deve atender os sonhos da maioria. No slide anexo a esse post vimos algumas imagens de certos pontos do município que está diretamente relacionada à minha argumentação. Temos mais problemas que não foram contemplados nesse slide, mas as fotos que ali ilustram a mídia, são uma amostra do abando do município.

Pressupõe que a vitória esmagadora deveria estar condicionada ao atendimento dessas demandas, mas, infelizmente, não é o que estamos presenciando. Afinal, o que é sonho e o que é prioridade? Dou um simples exemplo para ilustrar meu posicionamento que é a obra em que está sendo executada no trecho do trilho do trem, Rua Leolário de Araújo. Essa obra, naturalmente, por sua extensão, irá absolver expressivos recursos próprios do município e não é pouco.
A minha inquietação está condicionada a falta de transparência e ao planejamento dessa obra. Irei cobrar da prefeitura, do próprio chefe do executivo, qual o custo desse empreendimento, as licenças ambientais, todo o projeto em si, como foi feita a licitação e a contratação da empresa que está executando o serviço e o que essa obra representa neste momento em relação às demandas pertinentes dos nossos cidadãos.

Ora vejam, diante de tantos problemas que temos em nossa cidade seria mesmo necessário investir nesse sonho pessoal?

Meus questionamentos vão muito além disso. Se o executivo continuar a investir de forma impulsiva e desorganizada, podemos perder o controle financeiro da administração e aí, as coisas ficarão ainda mais difíceis. O resultado disso? Poderemos ter obras inacabadas, máquinas e veículos quebrados, sem manutenção, funcionários descontentes, falta de alimentação escolar e remédios nas unidades de saúde, de médicos e profissionais da saúde, depredação do patrimônio público e assim por diante.

O que fazer? Sugiro que o prefeito controle seus anseios pessoais e comece a pensar na cidade como um todo. Se continuar desta forma, não ficarei surpreso se os meses de outubro e a seguir, entrarmos num colapso financeiro, e ter dificuldade inclusive em contemplar a folha de pagamento.

Se formos relatar as prioridades preencheríamos várias páginas. Se quiséssemos fazer indicações para expressar os problemas da comunidade, sairíamos das sessões ordinárias da câmara apenas no último minuto, pedindo prorrogação do tempo da reunião.

Entendo que está mais do que na hora de planejar a nossa cidade. Isso significa usar os recursos disponíveis de forma eficaz para atender as demandas que são gritantes em prol da comunidade.

Um indivíduo que utiliza o planejamento como uma ferramenta, demonstra interesse em prever e organizar ações e processos que vão acontecer no futuro, aumentando sua racionalidade e eficácia.

Estou no lado da cidade e agradeço a todos por compartilhar meu posicionamento.
Vamos à luta, sempre!

Edição 1799