Thiago Rafael Burckhart
Estudante de Direito
Comprar. Comprar. Comprar mais um pouco. É este o dilema em que se vive nas sociedades que se pautam no consumismo, na crença que é no comprar, no adquirir, no ter de modo quase que doente, que se dá a realização humana, mas nunca no ser! Atualmente, as relações sociais nas sociedades de consumo se pautam na compra de produtos de modo acrítico e compulsivo, onde a lógica gira em torno da compra de futilidades para fazer com que a economia continue a evoluir sem parar. A preocupação não é mais a superpopulação, mas o consumo que ameaça o planeta, afirma o demógrafo Roberto Luiz do Carmo, em entrevista a Revista Galileu no ano passado.
O problema substancial de toda esta cadeia de eventos é o fato do meio ambiente. Consumimos e nem nos damos conta de que toda a matéria prima utilizada nos produtos provém da própria natureza. Neste paradigma, enfrentamos um dos maiores problemas da atualidade: controlar o nível desenfreado de consumo exacerbado produzido pelo fenômeno da globalização. Pois a cada dia queremos consumir mais e mais ilimitadamente, mas nos esquecemos de que os recursos da Terra são limitados.
Além disso, o consumismo causa para a sociedade a perda da identidade de um povo, que se reveste por uma máscara, no mínimo ilusória, inventada pelo mercado. O consumismo pauta-se na alienação social que cria um mundo de fantasias na qual a pessoa fica presa em um ciclo vicioso, vivendo somente em função do consumo exacerbado.
Tal discussão vai muito além do breve relato posto acima, a capitalização das relações sociais surte efeitos nos pilares da sociedade moderna, na qual a perda da identidade e da noção de coletivo e comunidade vão por água abaixo, enquanto o espírito individualista e autoritário se sobrepaira diante das relações sociais. Contudo, há uma premente necessidade de repensarmos o sistema pela qual vivemos pensando no planeta em que habitamos (sustentabilidade) e visando a moderação no consumo.
Edição 1468
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