Minc pede medidas mais rígidas de prevenção em Campos - Jornal Cruzeiro do Vale

Minc pede medidas mais rígidas de prevenção em Campos

19/03/2012

O secretário do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse que vai sugerir ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e à ANP (Agência Nacional de Petróleo) nesta segunda-feira (19) que exijam das empresas de exploração de petróleo, como a gigante americana Chevron, publicidade instantânea do estudo dos exames geológicos nas regiões do fundo do mar, inclusive de eventuais falhas e fissuras onde pretendem explorar petróleo. A utilização de satélites para o monitoramento das regiões de exploração é outra reivindicação do secretário.

Minc afirmou ainda que quer que a empresa Chevron comunique, oficialmente, por que contrariou o parecer técnico que determinava que ela fizesse um revestimento, em aço, do entorno da fissura de 1.200 m. A empresa só revestiu 600 m.

O secretário deseja também que as empresas petrolíferas sejam obrigadas a apresentar relatórios que justifiquem a exploração de óleo em determinada região do mar e que apontem os riscos associados às atividades, além de medidas adicionais de prevenção de eventuais acidentes e detalhes dos seus PEIs (planos de emergências individuais para incidentes de poluição por óleo).

Minc defendeu ainda que as empresas de exploração de petróleo tornem de conhecimento público a formação de suas equipes de PEIs, detalhando, por exemplo, quem são seus integrantes e os equipamentos de trabalho que serão utilizados.

- Nós temos que intensificar o combate contra a impunidade ambiental porque não podemos chorar o óleo derramado.

Minc comentou o mais recente acidente na área de exploração de petróleo pela Chevron, no campo de Frade.

- A pergunta que se faz é se eles deveriam se instalar em uma região com tanta falha, com tanta fissura geológica, com tanta instabilidade. Então agora, quando eles já fizeram todas essas lambanças, eles chegam à conclusão de que a região é realmente difícil? Mas, então, os estudos não deveriam ser feitos para justamente detectar esses problemas antes?

Chevron suspende produção na bacia de Campos

A Chevron do Brasil informou na noite de sábado (17) que suspendeu, temporariamente, a produção no campo Frade, na bacia de Campos. Segundo a pretroleira, o pedido de interrupção das atividades feito à ANP foi aprovado. A Chevron informou ainda que nem a empresa ou seus executivos foram formalmente notificados sobre qualquer ação judicial correspondente à proibição dos funcionários de deixar o País, mas que a empresa e seus empregados acatarão qualquer decisão legal.

Em nota, a petroleira americana também confirmou que uma mancha com extensão de 1 km foi identificada no campo do Frade. Segundo a empresa, a mancha apresenta um volume de 0,5 l e tinha espessura de 0,0001 mm. A mancha estava na mesma área onde a empresa havia identificado na semana passada um vazamento de óleo de fissuras no fundo do mar.

A petroleira disse ainda que a maior parte do óleo está sendo coletado por equipamentos de contenção, especialmente desenvolvidos para esse fim e, se necessário, novos equipamentos de contenção serão instalados.

Denúncia do MPF e notificação do Ibama

O Ministério Público Federal anunciou na noite de sexta-feira (16) que vai investigar o segundo vazamento de óleo, em quatro meses, na bacia de Campos. O procurador Eduardo Santos de Oliveira decidiu denunciar a Chevron por crime ambiental.

Em novembro de 2011, a empresa foi responsável pelo vazamento de ao menos 2.400 barris de óleo no mar. O novo vazamento, acorrido no dia 13 de março deste ano, acontece em fissura de cerca de 800 m de comprimento, a cerca de 1,2 km de profundidade - a fenda se localiza a cerca de 3 km do local do acidente do ano passado. A empresa estima que apenas 5 l de óleo estejam dispersos no mar.

Especialistas, no entanto, suspeitam que o vazamento seja maior que o informado pela empresa. Técnicos do Ibama acreditam que houve uma falha na cimentação do poço do primeiro vazamento e que o segundo incidente tem relação com o anterior.

Também na sexta-feira, o Ibama notificou a empresa a apresentar informações detalhadas sobre as ações de prevenção do impacto ambiental causado pelo novo vazamento. A Chevron tem até a próxima terça-feira (20) para atender à notificação.

Está prevista para quarta-feira (21) uma reunião entre técnicos do Ibama, da Marinha e da Agência Nacional do Petróleo para uma avaliação conjunta.

Texto: portal R7.com

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