A Petrobras colocou à venda 100% de sua participação no Campo de Azulão (concessão BA-3), na Bacia do Amazonas, segundo fato relevante da companhia divulgado na noite de segunda-feira (15).
Segundo a Petrobras, o campo de Azulão "consiste numa oportunidade para desenvolver e monetizar uma descoberta de gás, perto de excelente infraestrutura", em região acessível por boas estradas e perto de infraestrutura para transmissão de energia.
A Petrobras afirmou que potenciais compradores deverão comprovar ser ou terem sido concessionários de exploração e produção de petróleo e gás nas bacias do Amazonas e/ou Solimões, além de possuir capacidade instalada de no mínimo 200MWh de geração termelétrica no Brasil.
Segundo a companhia, existem estudos avançados para a construção de uma termelétrica a gás na região, que serão entregues ao vencedor da disputa pelo negócio.
A Petrobras informou ainda que o campo de Azulão "possui volume significativo de gás natural" e que os governos estadual e federal "usualmente oferecem expressivos benefícios para companhias operando na região".
A concessão foi outorgada à estatal em 1998, na chamada "Rodada Zero" da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com a descoberta do campo de Azulão no ano seguinte. Desde então foram perfurados três poços, dos quais dois foram classsificados como produtores.
O processo para a negociação do Campo de Azulão teve início com a divulgação da oportunidade de venda, em um procedimento que deverá agora ser adotado pela petroleira em seu plano de desinvestimentos, em atendimento a orientações do Tribunal de Contas da União (TCU).
Para melhorar suas finanças, a estatal cortou investimentos e iniciou um programa de venda de ativos. O plano de negócios da Petrobras prevê arrecadar mais US$ 21 bilhões com a venda de ativos (os chamados desinvestimentos) e parcerias entre 2017 e 2018. Até março, o valor total de transações já assinadas somava US$ 13,6 bilhões.
Na semana passada, a Petrobras anunciou que incluiu na sua carteira de ativos à venda a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que em 2006 levantou suspeitas de superfaturamento e de evasão de dividas, além da Petrobras Oil & Gas B.V., que detém ativos na África.
Em março, a empresa apontou que deveriam também ser colocadas à venda a sua participação na BR Distribuidora; a concessão dos campos de Baúna e Tartaruga Verde; a participação no campo de Saint Malo, no Golfo do México; a cessão de concessões em águas rasas nos Estados de Sergipe e Ceará e a cessão de um conjunto de campos terrestres.
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