Os rumos da educação
Nos anos 70 entrávamos para a escola com sete anos completos e nos quatro anos do ensino primário aprendíamos as primeiras letras e números. Até a quarta série tínhamos que saber a tabuada e as quatro operações da matemática: somar, subtrair, multiplicar e dividir.
Também tínhamos leitura coletiva e ditado todos os dias. A professora escolhia as palavras mais difíceis do texto para testar nosso conhecimento. Cada palavra errada era corrigida e tínhamos que escrevê-la cinco vezes mais. Não como punição, mas porque a escrita é uma das mais difíceis do mundo. Nunca se sabe quando é s, c, ss ou sc. As vezes é x, outras é z. As vezes é j, em outras é g.
Outra prática constante era a redação. E só passava para o ginásio quem atingisse a média 7. Na quinta série, recebíamos várias outras disciplinas e entre elas estava I.P.T, que significa Iniciação Para o Trabalho. Criávamos empresas fictícias e conhecíamos o funcionamento de cada departamento, desde a área de recursos humanos para montar a área de produção até o departamento de compra e venda e suas exaustivas contas de porcentagem, pois nossas ?empresas? tinham que dar lucro no final de cada aula. Nossa matemática era aplicada e indispensável para o equilíbrio financeiro do cidadão.
Quando conluiamos a 8ª série do ginásio, havia o ingresso no científico, onde podíamos optar entre cursos de contabilidade, secretariado, magistério e o normal, para os que almejavam a universidade.
Hoje querem nossas crianças na escola com seus precoces cinco anos. E levantam bandeiras de ?pátria educadora?. Mas, qual qualificação para o mercado de trabalho possui um jovem que conclui o 3º ano do 2º grau nos dias de hoje? Qual o peso dos diplomas dos anos 70 comparando com os diplomas de 2015?
Alguém se equivocou quando quis promover melhorias na qualidade do ensino do nosso país...
Odete Fantoni
Capoeira
Ótima reportagem sobre a capoeira em Ilhota. Adoro trabalhar com esta arte.
Sidney Malcon Machado
Em Sociedade
Sem dúvidas, a melhor coluna. Acompanho sempre.
Alice Nunes
Edição: 1706
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