O leitor opina - Jornal Cruzeiro do Vale

O leitor opina

11/10/2010 16:11



Política no Vale

Temos um monte de pessoas bem ?intencionadas? em Gaspar, não só em Gaspar, mas no Vale como um todo. Pessoas que entendem muito de ?política?, a sua política, na verdade. Estas pessoas só acham que o político é bom se ele faz um favor pessoal, se sobra um cargo, uma grana, um jeito de se dar bem. Nunca pensam no coletivo, aquele pensamento de que ? se a farinha é pouca, primeiro pirão é o meu?, o resto que morra de fome.
Já está mais do que na hora do Vale aprender a votar para Deputado Estadual, Federal, Senador, Governador e Presidente, ou continuem a reclamar e achar que os outros são ignorantes. Aprendam a se politizar e comecem a pensar no bem estar de todos e não só no seu umbigo.
Ser politizado e tirar proveito das situações para o bem da nossa região, do nosso trânsito, da nossa segurança, que são sem dúvida os grandes problemas do momento. Não pensem que ser contra é que é ser politizado, é saber usar o bom momento que o país vive em favor de todos os moradores do Vale do Itajaí, e não simplesmente ficar pensando em partido político com se fosse time de futebol. Acordem para a política.
Eusélio Deocar Zimmermann | Gaspar 

Censo 2010
Por um lado, parabéns aos recenseadores pelo excelente trabalho que estão realizando; por outro lado, lamento que a pesquisa seja limitada. O fato de um recenseador bater em uma casa e ser atendido já imporia um censo completo, lamentavelmente isso não foi feito. Atendi dois recenseadores. Um em minha própria residência e outro na residência de meu sogro com 99 anos; nas duas poucas perguntas. O custo de tal censo é muito alto para se perder a oportunidade de realizar um censo completo em todos os sentidos sociais, econômicos, educacionais, políticos, religiosos, culturais e recreativos.
Espero que no próximo censo o levantamento seja altamente abrangente.
Paulo Bronzeli | São Paulo

LDO = Lei de Diretrizes Orçamentárias
O Estado, enquanto conjunto de municípios, somente sofrerá mudança se houver a necessidade, e quem sabe o interesse das pessoas, ou ainda talvez uma ação da natureza, que por sinal está sim dando sinais que pretende modificar nossa região das mais diversas formas, os eventos provocados ou proporcionados pelas intempéries do tempo estão sendo de uma desproporcionalidade sem tamanho, só sendo comparado talvez pelas incoerências das ações que o outro estado vem promovendo.
Na maioria das vezes, por conta e em causa própria, não se mede o sofrimento causado e o que vêm sofrendo muitas pessoas, só por serem e estarem alheias a essas atitudes. Usar pessoas leigas e inocentes para promover a outrem deveria ser crime, e de que forma se poderia provar essas atitudes, se os que nelas atuam são os escolhidos pela sociedade? Pessoas do território, que através do voto lhes concedem poderes para formar aqueles poderes de administração, poder esse que quando não se tem uma liderança saudável passa a pensar que as pessoas lhes devem obrigações, ?atuam como a diferença do cão e gato, o cão admira seu dono, pois acha ele um deus o gato se admira se achando um Deus? e o próximo não, pois subentende-se que é por competência, só as vezes sucumbe aos desmandos do Executivo, fazendo vistas grossas do Judiciário. Temos ainda o Legislativo, que alinhado ao Executivo não se manifesta, mesmo que seja prejudicial a si próprio.
Atores que atuam nesse nosso município de Gaspar City estão no maior jogo de cena, num ou com um jogo de empurra-empurra sem precedentes. Na última audiência pública para se debater o próximo orçamento de 2011 não esteve presente ninguém do Executivo, quem perde com isso, nessa medida de força? Somente a sociedade. Mas fica a pergunta, para que eles foram eleitos? Para ficarem nesse cabo de guerra?
Roberto Basei | Gaspar

Relaxe e goze
Há os costumes. Muita gente sente-se desconfortável se der um passo fora deles. Até pouco tempo, havia uma delegacia de polícia especializada chamada delegacia de costumes. A margem de manobra era menor, e o delegado era o vigilante moral mais ativo. Mesmo nos dias de hoje, as sentenças pomposas dos juízes pudorentos costumam apelar aos bons costumes. Como o mundo é vário, e os costumes são muitos, eu nunca entendi como se sabe exatamente quais seriam os bons e quais seriam os maus.
Se forem procurados fundamentos ideológicos, ou filosóficos, não se acharão consensos universais, ou mesmo nacionais, talvez, nem mesmo regionais. Então, quem pode mais impõe os costumes que lhe são convenientes aos outros, seja o Bush, seja o Bento, seja a mãe, o marido, ou o patrão. Dizendo de outro modo: como não há uma razão teórica sustentável para defender o que seriam os bons costumes, a questão é mesmo resolvida nos limites da razão prática. Fica estabelecido que os bons costumes são os meus, e os maus são os dos outros. E estamos combinados.
Estaria tudo bem não fosse o fato de que ninguém combina coisa nenhuma, e pouca gente percebe que os costumes podem ser mera armadilha de dominação. As pessoas os cumprem sem pedir conta de suas origens, ou de seu significado, ou, mesmo, de sua utilidade. Se forem indagadas a respeito, poderão dar a resposta mais alienada possível: ?Ora, porque sim?. Estou querendo chegar a um assunto controvertido: sexo, ou os costumes sexuais.
Creio que todos estamos de acordo sobre não haver coisa mais pensada, mais falada, mais buscada do que sexo. Não há quem não goste, ou não queira sexo. É impressionante como o mundo se move em torno de sexo. Bem, parece, então, legítimo dizer que além de pensar, falar e buscar, a humanidade gosta e gostaria de praticar muito sexo. Muito mais do que se pratica. Isto posto, pareceria que tudo estaria resolvido, mas há um outro lado: não há nada mais cercado, censurado, vigiado do que sexo. Nem mesmo após os avanços dos anos sessenta a questão foi resolvida; se alguns poucos tomaram mais liberdade, muitos outros se fecharam em uma onda conservadora surpreendente.
Para pensar, é interessante saber que o cerco ao sexo é uma tradição semita (leia-se o monoteísmo judaico-cristão-mulçumano). Ou seja, é um costume, só um costume. Suecos e holandeses não são assim, têm outra tradição, os índios não dão importância ao assunto, os romanos e os gregos tinham outro comportamento. Cada um que use a cama tanto, como e para o que bem entender, cada um que se resolva, gozando ou reprimindo seus desejos, mas que saiba que mais ou menos liberdade nos afetos é apenas mais ou menos submissão a um costume que, pensando, pensando, não tem muito sentido.
Pensando um pouquinho com a moral predominante, confessemos: nós pecamos. Bem, pecado é uma palavra de ordem religiosa, não é adequada para dirimir a questão. Eu sugiro pensar sociologicamente o conflito: nós mudamos. Ao curtir nosso corpo, buscando nele e no relacionamento com outros corpos os prazeres que possamos ter, estamos apenas nos livrando de amarras morais. Estamos reformando os costumes, produzindo transformações civilizatórias. Se alguém for contra, peça-lhe um argumento, um só argumento, mas que seja racional. Ou sugira-lhe, fazendo-lhe o mais puro bem: namore, relaxe e goze.
Léo Rosa de Andrade | Florianópolis

 

edição 1237

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