Por Gilberto Schmitt - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Gilberto Schmitt

13/03/2020

A coluna de hoje é dedicada a um grande parceiro do Cruzeiro do Vale: Maurício José Rodrigues, de 74 anos, que faleceu vítima de um ataque cardíaco fulminante. Ele era colaborador do Cruzeiro do Vale e um amigo muito querido.

Adeus, meu amigo!

A segunda-feira, 10 de março, amanheceu ensolarada. Na sede do Cruzeiro do Vale, a correria foi tão grande quanto qualquer outra segunda. Passava um pouco das 11h quando seu Maurício chegou. Ele estava muito animado. Em uma reunião a portas fechadas na minha sala, traçamos muitos objetivos. Volto a repetir: a alegria dele era notória.

Um pouco depois do meio dia ainda estávamos conversando. E a fome bateu. Marcamos de nos encontrar novamente na terça, às 9h. Mas esse encontro não aconteceu.

Às 15h, seu Maurício teve um infarto cardíaco fulminante no supermercado Archer. Seu coração parou. O Samu foi chamado, mas já era tarde. Sua missão na terra havia sido concluída.

Conheci o Maurício há alguns anos, quando ele subiu as escadas do jornal para vender canetas e virou nosso colaborador. Vender era sua verdadeira paixão. Além de prestador de serviços do Cruzeiro, ele representava uma gráfica e também vendia personalizados. Se surgisse mais alguma oportunidade, vendia também. Ele amava o que fazia.

Maurício foi um dos melhores vendedores que eu já tive. Sempre muito bem vestido e educado, carregava sua pasta de trabalho (apelidada Lurdinha) para cima e para baixo. Ele era muito organizado.

Nos últimos meses, seu ritmo vinha diminuindo. O peso dos 74 anos estava batendo. Seu coração foi seu vilão. Se levássemos em conta apenas a sua disposição e vontade de viver, com certeza ultrapassaria os 100. Mas, cada um tem a sua hora. E a hora do meu grande amigo chegou.

Ninguém está preparado para lidar com a morte. Ainda tenho a sensação de que o Maurício vai entrar pela porta da minha sala e me chamar para um café, como fazia sempre. Na última vez que conversamos, ele demonstrou uma extrema vontade de trabalhar. Lembro que ele falou brincando: “amanhã deixa uma coca e um pastel em cima da minha mesa. Vou vender um monte só pelo telefone”. Ele era assim: incansável. Mas, mesmo para os incansáveis, a hora chega.

Naquela segunda, Maurício chegou uns minutos depois do horário combinado. Ele disse que se atrasou porque havia ido ao médico. Me mostrou seus exames. Seu coração estava fraquinho, fraquinho... e parou algumas horas depois.

A falta de Maurício já está sendo sentida. Em sua passagem pelo Cruzeiro do Vale, ele ensinou muito. Nos mostrou que a idade chega para todos, mas que cabe a nós mesmos driblarmos essa realidade para seguir fazendo o que nos faz feliz.

A foto ao lado foi no dia 3 de março. Menos de uma semana antes da sua morte. Ela ficará para sempre em nossas memórias.

Vá em paz, meu amigo.

 

Edição 1942

 

 

 

 

 

 

 

 

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