Por Gilberto Schmitt - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Gilberto Schmitt

23/09/2008

E agora, esquenta?

O clima pós-debate (ao menos nas primeiras horas) foi de satisfação por parte dos candidatos. Todos transpareciam tranqüilos, confiante no bom desempenho que seus assessores insistiam em afirmar que eles haviam conseguido. Como a militância que esteve presente também deu um show de mobilização, a confiança foi maquiada por uma resposta interna, que não teve o respaldo popular. Este, só nas urnas. Mas cabe a pergunta, para uma terça-feira em que os ânimos estão menos inflamados e os nervos voltam ao lugar: será que agora a campanha esquenta?

 Desempenho de fraco a moderado

Apesar de alguns eleitores que acompanharam o debate terem gostado da performance do seu candidato, a avaliação que pudemos fazer, ainda no sábado, é de que o desempenho, no geral, pode ser considerado no máximo dentro da média. A maioria das perguntas exigia respostas mais específicas, menos evasivas. Mas não foi isso que aconteceu. Poucos candidatos conseguiram mostrar com números de onde vão tirar os recursos para cumprir as promessas, que são muitas.

 Fã Clube

As militâncias dos partidos estavam mais para Fã Clube ou torcida organizada. Vibraram muito a cada resposta e se manifestaram a cada deslize dos opositores. Vaiaram, aplaudiram e assoviaram. Não podia nada disso, e o mediador precisou ter jogo de cintura para evitar as manifestações mais inflamadas. No final, um verdadeiro show, com direito a hino, canções e grito de guerra. Pelo menos nestes momentos, a impressão foi de uma campanha emocionante.

 Bravatas

Alguns candidatos aproveitaram as luzes e os microfones para jogarem para a torcida, como se diz no popular. Foi um tal de milhões pra cá, milhões pra lá, pelo jeito vai chover dinheiro nas contas bancárias da prefeitura depois de 1º de janeiro. Vai faltar dinheiro pra cumprir tanta promessa.

 Conveniências

Quando a pergunta falava sobre o partido, o candidato dizia que quem governa o município é o prefeito, não o partido. Quando a questão era sobre a falta de representatividade em nível nacional e estadual, o candidato se escondia nos partidos. Quando a pergunta tocava na continuidade, o candidato esbravejava por mudanças. Quando o ponto era mudar pra quê, o candidato apostava na continuidade do trabalho. Sempre tinha uma desculpa diferente. Unanimidade? Só na certeza da vitória. Pelo jeito, Gaspar vai ter cinco vencedores em 5 de outubro. Cinco futuros prefeitos, cinco nomes garantem que vão governar a cidade. Em quem você acredita?

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