Por Gilberto Schmitt - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Gilberto Schmitt

29/09/2009

 

Alerta

As fortes chuvas que caíram na madrugada e manhã desta segunda-feira deixaram o Vale do Itajaí em alerta. As cenas de novembro de 2008 voltaram a mente de muitas famílias que ainda não esqueceram a tragédia e o dilúvio do ano passado.

 Cobertura

Fiquei novamente com a missão de fazer a cobertura na região do Complexo do Baú e Belchior. O repórter Eduardo Pereira foi junto. Por volta das 10h da manhã já estávamos no Baú Central. O carro chegou sem muitas dificuldades. Daí pra frente a estrada foi tomada pelas águas. Como não queria assistir de camarote às cheias no Baú, pedi para que o repórter voltasse para a redação e não hesitei, botei o pé na estrada, ou melhor, pé, canela, joelhos e cintura na água.

 Caminhada

Dois moradores nativos seguiram o mesmo trajeto. Do Baú Central até o Braço do Baú deve dar uns oito quilômetros. A caminhada foi longa no meio da água e em trechos não alagados. Quase faltou preparação física. A correnteza era forte e não perdia as imagens da enxurrada.

Anfíbio

Quando estávamos quase chegando ao Braço do Baú, um caminhão anfíbio, do Corpo de Bombeiros, nos deu uma carona. Que alívio. Todo molhado, percorri a região do Braço do Baú com o caminhão. O rio havia transbordado e invadido as arrozeiras, ruas e algumas casas. Os moradores estavam preocupados. Algumas famílias saiam de suas casas.

Resgate

Na localidade do Morro Azul, uma família clamava por socorro. É que uma senhora de 82 anos, a dona Maria Richartz, com problemas de saúde, e sua filha haviam ficado ilhadas. A ponte de acesso à casa tinha sido arrancada pelas águas. Numa operação perigosa, bombeiros e voluntários retiram a velhinha que foi levada para um lugar mais seguro.

 Mais aventuras

Depois do socorro à Dona Maria, circulei mais duas horas pelas ruas do Braço do Baú e retornei no caminhão anfíbio dos bombeiros até o Baú Central, lugar mais seguro. Ganhei uma carona com a equipe de reportagem do Santa até o centro de Gaspar. Fui almoçar por volta das três da tarde (pão com bolinho de carne na redação). Ainda molhado e sujo, fui para a região do Belchior. O pior já havia passado. As águas haviam invadido algumas ruas. Na rua Nova Biguaçu o Samusa já consertava a rede de água que tinha sido carregada e também arrumava um pontilhão que a água havia carregado para dar acesso aos moradores.

 Pelo Belchior

Na rua Bonifácio Haenchen pequenas barreiras tinham caído na estrada. Dava para trafegar com bastante cuidado. No Vale da Fumaça encontrei o Secretário de Obras de Gaspar, Joel Reinert, com sua equipe arrumando mais um pontilhão para dar passagem aos moradores. Do Belchior fui para o Alto Baú, região perigosa e que foi o epicentro da catástrofe de novembro passado. O tempo estava carregado e com muitas nuvens, prometendo chuva. Era por volta das 16h30min quando cheguei lá. Pequenas barreiras pelo caminho. Próximo ao Parque Botânico, pedras gigantes quase impediam a passagem do veículo traçado.

 Deserto

O que se escutava muito era o barulho das águas no ribeirão. Os moradores estavam quietos e aflitos em suas casas. Não se via quase ninguém. Era um deserto só. Acabei conseguindo atravessar do Alto Baú até o Baú Baixo sem muitas dificuldades. As águas já haviam baixado. A grande preocupação era a noite que estava chegando e as nuvens pretas prometiam muita chuva.

 Grande susto

Foi mais um dia em que os moradores do Alto Baú não dormiram tranquilos, preocupados com as cenas do passado. Felizmente as águas do Baú e Belchior baixaram no início da noite de ontem e a previsão é de que tudo volte ao normal. Tudo não passou de um grande susto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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