Por Gilberto Schmitt - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Gilberto Schmitt

13/10/2009

Cococoricó
O canto de um galo na porta central da Prefeitura de Gaspar chamava a atenção de quem passava pela Praça Getúlio Vargas, no feriadão de Nossa Senhora Aparecida. O casal, dono do galo, veio do Oeste Catarinense, com uma carrocinha, dois cachorros, algumas panelas, roupas, cobertas, cascudo (garrafinha de cachaça) e a intenção de ganhar uma casinha aqui no município.

Na Prefeitura
Eles se alojaram na porta da Prefeitura porque não encontraram outro lugar para se abrigar. Chegaram à cidade no domingo. Vivem perambulando há anos a procura de um lar. A mulher é bem disposta. Fala bastante e sua paixão é o galo e os cachorrinhos. O marido é de poucas palavras. Tem no semblante o cansaço e o desanimo, marcas de uma vida dura.

O galo incomodou
A mulher confidenciou que às 3h da madrugada não conseguiu mais dormir. O galo começou a cantar ao seu lado, enquanto os cachorros e o marido dormiam profundamente. Com a chuva da noite inteira, a umidade tomava conta do ambiente nada agradável, com cheiro de titica da ave e cachorro molhado.

Fiscalização
A fiscalização da Prefeitura e a Polícia Militar foram visitar o casal. A PM pegou todas as informações possíveis. Educadamente conversou com eles e tarefa cumprida. A fiscalização da Prefeitura apenas fez algumas perguntas de rotina e não pode fazer mais nada já que estava chovendo muito. Apenas pediu para que, quando parasse de chover, eles fossem embora. Mas, pergunto, embora para onde?

Sem auxílio
Infelizmente o Poder Público não possui nenhuma política de auxílio para esse tipo de situação. Levar para onde? O que fazer? Abrigar temporariamente aonde? É uma situação difícil para se resolver. E como resolver? Gaspar já tem quase três mil famílias à espera de um lar e a tendência é que esse número aumente ainda mais. É um problema social que a cada dia vai aumentar em nosso município devido à divulgação que aqui famílias vão ganhar casas ou então comprar subsidiadas. Se Gaspar der uma bobeada, num futuro bem próximo será a maior cidade de bolsões de pobreza, ou então, uma cidade dormitório. Crescer é preciso, mas com qualidade de vida e infraestrutura.

mg0040MD.jpgFOTO - Na mangueirinha
Na Oktoberfest pode-se ver de tudo mesmo, até um cara com a mão na "mangueirinha" do outro. A divertida cena foi registrada durante o desfile do último sábado, na rua XV de Novembro, que, por sinal, estava muito bonito e bem organizado. Os grupos e os organizadores estão de parabéns pela beleza do evento.

Mais cortes
A senadora Ideli confirmou. A União vai fazer mais cortes no orçamento e quem não tiver projetos vai ficar de fora. Ao menos é o que a senadora garantiu em entrevista a um jornal de grande circulação na região.

Ponte ou Anel Viário?
Na mesma matéria o prefeito Celso Zuchi disse estar preocupado com a situação e afirmou: "Pensando nisso, nesta semana encaminhamos o projeto executivo ao Ministério das Cidades. Vai depender deles, agora." O interessante é que no relise feito pela Assessoria de Imprensa da Prefeitura o prefeito teria ido à Brasília levar o projeto executivo da ponte. Até onde se sabe, não existe nenhum projeto executivo do anel viário. E agora fica a dúvida: tem ou não tem projeto para o anel viário?

 

 

Comentários

jaisom
14/10/2009 16:53
É biblico o movimento migratório, engraçado o que se pensa a respeito, desse assunto, o problema não é nosso, simplesmente mandamos de volta.
Eu gostaria muito de saber se assim fosse desde o começo o que seria do profeta que viajou com seu povo em busca da terra prometida, se ele teria encontrado essa terra somente para alguns.
Penso que se são andarilhos hoje estão aqui, amanha não mais, é obrigação de qualquer orgão público dar abrigo e assistência primeiro que se trata de seres humanos, pois do contrario fosse São Paulo não seria o que é hoje, uma Megalopole.
A precariedade da saúde em todo o país é notoria em qualquer parte, mas no interior do estado, alem dos hospitais pequenos das localidades existem os Regionais para atendimentos das micro regiões e aqui.
E se Blumenau não nos aceitar mais com nossos problemas de saúde, nem Itajai, nem Brusque, para onde iremos, pense que toda ação haverá uma reação.
Se aqui há a promessa de casa e um governo Social, porque eles não podem procurar.
Temos sim muitos problemas, mas essas pessoas com certeza não estão nesta cituação por gosto e vontade propria ou faremos como outro personagem biblico, lavaremos nossas mãos.
como acho que você ficara em cima do muro e nao divulgará isso, por medo que de ser mal interpretado.

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