A vereadora tucana Franciele acordou ou apenas sinaliza que está descontente? - Jornal Cruzeiro do Vale

A vereadora tucana Franciele acordou ou apenas sinaliza que está descontente?

15/03/2019

 Até aqui, ela foi usada na Câmara pelo governo Kleber, MDB E PP. Se está resignada, os discursos tardios e a ameaça recente serão poucos para sensibilizar seus eleitores à reeleição

Franciele esperneia I

Poderá ser tarde. Mas, nunca tarde demais. A mais jovem vereadora eleita em Gaspar, Franciele Daiane Back, dá os primeiros sinais de desconfiança sobre o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e que apoia pessoalmente, mesmo antes da posse de ambos. Franciele com o gesto, arriscou-se em voo solo e contrariou à orientação do seu PSDB. O partido em Gaspar sinalizou claramente para ela ser oposição ou, negociar com o time. O PSDB, inclusive, com o DEM, teve candidato a prefeito, a ex-vereadora Andreia Simone Zimmermann Nagel, hoje presidente dos tucanos gasparenses, posto que Franciele também manobrou para tê-lo; não conseguiu. Kleber e seu grupo usaram exaustivamente Franciele à maioria apertada no primeiro ano de governo na Câmara. Fizeram-na instrumento das mudanças, aumento de taxas e vinganças contra a oposição. O uso foi tão acintoso e arrogante que comprometeu visceralmente à busca dela pela presidência do Legislativo. O cargo caiu no colo da oposição, com a traição do governista Silvio Cleffi, PSC. Ele pressentiu antes e melhor, o jogo feito para poucos pelo MDB e PP no poder de plantão, enfraquecendo novos aliados ou partidos nanicos.

Franciele esperneia II

Consertar com o carro andando. A desastrosa derrota de Franciele à presidência da Câmara de Gaspar naquele dezembro de 2017 não foi suficiente para abrir os olhos dela de que a política não é algo para iniciantes. É antes para quem possui estômago, cartas na manga, perseverança, time, estrutura e poder. É um jogo com blefes e dissimulados. Nem Kleber, nem os seus vereadores, nem o MDB articulado pelo prefeito de fato e então presidente do partido, Carlos Roberto Pereira – depois se licenciou e retornou há pouco -, nem o PP do mais longevo vereador José Hilário Melato, exilado no Samae e pivô do desfecho da derrota de Franciele, nem a candidata, diga-se, articularam e pediram votos à presidência. O resultado não poderia ser outro. Agora é da história. Tudo começou errado quando na noite da apuração de outubro de 2016, o vitorioso Kleber, sabedor que não tinha maioria na Câmara para implantar o governo projetado por seu guru Pereira, apareceu na casa da vereadora. Fez dela sua aliada, independente de uma obrigatória consulta ao seu partido e ao DEM - os que deram os votos para ela ser vereadora. Kleber prometeu espaços na administração, jurou cuidar do Distrito do Belchior, curral eleitoral da vereadora, bem como, fazê-la presidente da Câmara.

Franciele esperneia III

Ensaio de quem não tem asas para voar. Sem a força partidária, como no tráfico, Franciele ficou deslumbrada pelas joias, status, perspectivas e foi adotada pelo poder político de plantão. Quando perdeu a corrida à presidência da Câmara, chegou a tirar do ar o canal da rede social que administrava para o partido. Trocou de assessoria várias vezes e se mostrava autossuficiente. Foi tragada pelos fatos, pela inexperiência, pela negação ao assessoramento e pela falta de time. Está sendo engolida pela maldição dos vereadores residentes e eleitos pelo Belchior, quando mudam de banda depois da eleição: não conseguem a reeleição. Cito apenas dois: o barbeiro Joceli Campos Lucinda, PSD e o professor, Jaime Kirchner, MDB, de quem Franciele foi assessora parlamentar. Franciele fez um “acordo” com Kleber, mas não “aparelhou” com os seus minimamente o governo – apesar do seu voto ter sido o de minerva e decisivo para Kleber. Isso deveu-se à ingenuidade. A primeira exigência e natural, era a de ter a gestão do Distrito. Isso foi parar na mão do ex-vereador Raul Schiller, MDB, sem identidade com o Belchior. Ele enrola Franciele há quase três anos. São os requerimentos e os discursos dela que dizem isso, não eu. Qual foi a conta que vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, mandou para Kleber neste ano quando abandonou a oposição depois de organizá-la para o trampolim e o negócio político? A segunda: a de não negociar o seu voto decisivo para o governo à cada votação com as contrapartidas para o Distrito do Belchior. Preferiu os desgastes para ela no passado votando matérias ásperas para o governo. Não recebeu o bônus. Há desgastes agora e se não tomar tento, ficará outra vez só com os desgastes. Ainda que tarde, Franciele, com sorte, terá nova chance.

Franciele esperneia IV

É hora de trocar as penas qual o Condor. Novamente, mas se ela não percebeu, Franciele é o voto decisivo e minerva para a maioria precária na Câmara que o governo de Kleber, MDB e PP armaram para este terceiro ano de mandato. Dos 13 votos, em tese, são caixão, os três do MDB, um do PP enquanto for ocupado pelo suplente José Ademir Moura, PSC, no lugar de Melato, e o do PDT, de Procópio, bem como o de Franciele. Não será caixão se ela tomar a atitude política para salvar o mandato. E de lambuja, Franciele livrará a cara do presidente Ciro André Quintino, MDB, na obrigação de desempatar alguma disputa. Para lembrar, Ciro também não era o candidato de Kleber, MDB e PP à presidência da Câmara. Era o até então oposicionista Procópio que recebeu no voto de Franciele. Ciro foi eleito com os votos da oposição (PT, PSD, Silvio e dele Ciro).

Franciele esperneia V

Resumindo e concluindo: Franciele está com a faca e o queijo na mão para ter as obras que quer para o seu Belchior; ser minimamente respeitada pelo governo Kleber, MDB, PP e a superintendência do Belchior que a enganaram até agora; bem como salvar o seu mandato da maldição dos que trocam de lado. Basta usar o poder de voto que possui na Câmara e deixar de repetir os discursos ameaçadores e até mesmo o palanque – apesar de justo e necessário - que quer montar com a Audiência Pública no Belchior para arrumar culpados pela inércia da reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen ou ainda ser engolida pelo poder de plantão. Cão que muito ladra, não morde, diz um ditado popular. Mas, para isso, Franciele precisará se arriscar, ter estômago, ter um time e jogar com as cartas certas neste baralho marcado desde a noite que Kleber apareceu na cada dela para ela trair o PSDB, ou qualquer outro partido a que pertencesse e usado para ser eleita. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Nas redes sociais a vereadora Franciele, inconformada distribuiu recados e até foi curtida pelo presidente do MDB de Gaspar. Como ela não encontrou nenhum tucano para se apoiar, usou Ulisses Guimarães (1916/92) para tal.

É claro que a política não é o ofício da bagatela, a pragmática da ninharia. Quem cuida de coisas pequenas, acaba anão”.

É do mesmo Ulisses e pincei esta citação para ampliar o artigo: “o poder não corrompe o homem; é o homem que corrompe o poder. O homem é o grande poluidor, da natureza, do próprio homem, do poder. Se o poder fosse corruptor, seria maldito e proscrito, o que acarretaria à anarquia”.

 

Edição 1892

Comentários

Herculano
19/03/2019 07:22
FIM DO FERIADO. HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ACESSADO E ATUALIZADO DE GASPAR E ILHOTA
Miguel José Teixeira
18/03/2019 13:39
Senhores,

Mais uma da série "a escória da escória política":

Pesquisa mostra que PSOL teve quase o dobro de candidatas 'laranjas' do PSL.

No PSOL, 27,1% das candidatas mulheres foram laranjas; no PSL, 15,9%

+ em:

https://diariodopoder.com.br/pesquisa-mostra-que-psol-teve-quase-o-dobro-de-candidatas-laranjas-do-psl/
Miguel José Teixeira
18/03/2019 08:53
Senhores,

Da coluna do CH, replicada abaixo:

"Pazzianotto, um democrata
Nesta data, há 34 anos, o então (novo) ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto, democrata que nunca foi petista, reabilitou 164 sindicalistas cassados pelo regime militar, incluindo Lula."

Ã-rã!!! então ele é o culpado por esses quase 14 anos de desgraceira. . .ou não???
Herculano
18/03/2019 08:02
HOJE É FERIADO EM GASPAR. HOJE É DIA DE DESFILE EM GASPAR. HOJE É DIA DE COMEMORAR 85 ANOS DE EMANCIPAÇÃO DE GASPAR. ANTES GASPAR PERTENCIA A BLUMENAU, COMO OUTRA DEZENAS DE MUNICÍPIOS DO MÉDIO VALE DO ITAJAÍ. E A ORIGEM DE GASPAR ESTÁ LIGADA AO DISTRITO DO BELCHIOR, A SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA...
Herculano
18/03/2019 07:54
PACTO ENTRE PODERES VAI VIRAR CONTO DA CAROCHINHA SE GOVERNO NÃO SE MEXER, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Não há nada novo no discurso a favor de um pacto. Outros governos tentaram e fracassaram

A expressão da moda na capital federal é pacto entre Poderes. Foi usada no dia da posse pelo presidente Jair Bolsonaro, depois pelo chefe do STF, Dias Toffoli, e agora virou um mantra do comandante da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Não há nada novo no discurso do trio. Outros governos, ministros do STF e dirigentes do Congresso flertaram com a mesma retórica em um passado recente. Fracassaram.

É impossível ter sucesso um pacto discutido em um churrasco pela cúpula dos Poderes, como ocorreu no último sábado (16), se os componentes da orquestra de cada um não tocarem como querem seus maestros.

O foco do tal novo pacto são as reformas, sendo a mais urgente a da Previdência, em fase de gestação na Câmara. O governo tem penado para arregimentar uma base aliada parlamentar confiável e coesa na largada da corrida da aposentadoria.

Na quarta (13), Bolsonaro disse em um café com jornalistas que o Congresso precisa jogar "juntinho" do Planalto ao menos no primeiro ano.

Enquanto Rodrigo Maia oferece picanha de primeira a Bolsonaro e ministros, deputados em tese do grupo governista exibem sua fatura salgada para ficar "juntinho" do Planalto.

Como noticiou esta Folha, o PSL, partido do presidente, avisa que só aprova a reforma em troca de mudanças em pontos sensíveis sobre carreiras ligadas à segurança pública.

As bancadas temáticas, usadas por Bolsonaro para negociar seu ministério, no que chama de "nova era" na política, tampouco indicam alinhamento à proposta do governo.

Os ruralistas e os evangélicos, associados a Bolsonaro, não topam seguir integralmente o texto. Parte dos primeiros, por exemplo, quer reduzir a idade mínima de 60 anos sugerida para as mulheres do campo.

Divergências sobre uma reforma tão densa, mesmo partindo da base supostamente aliada, fazem parte do processo. O que não dá é para acreditar que um convescote no andar de cima vá solucioná-las. Ou o governo se mexe ou o tal pacto não passará de mais um conto da carochinha.
Herculano
18/03/2019 07:48
A ESPÉCIE DA PóS-VERDADE, por Yuval Harari, historiador israelense, trecho do capítulo 17 do livro "As 21 lições do século 21", de 2018, na tradução de Paulo Geiser.

Os humanos sempre viveram na era da pós-verdade. O Homo Sapiens é uma espécie da pós-verdade, cujo poder depende de criar ficções e acreditar nelas. Desde a Idade da Pedra, mitos que se autorreforçavam serviram para unir coletivos humanos. Realmente, o Homo Sapiens conquistou esse planeta graças, acima de tudo, à capacidade exclusiva dos humanos de criar e disseminar ficções. Somos os únicos mamíferos capazes de cooperar com vários estranhos porque somente nós somos capazes de inventar narrativas ficcionais, espalhá-las e convencer milhões de outros a acreditar nelas. Enquanto todos acreditarmos nas mesmas ficções, todos nós obedecemos às mesmas leis e, portanto, cooperamos efetivamente.

Assim, se você culpa o Facebook, Trump ou Putin por introduzir a nova e assustadora era da pós-verdade, lembre-se de que séculos atrás milhões de cristãos se fecharam dentro de uma bolha mitológica que se autorreforçava, nunca ousando questionar a veracidade factual da Bíblia, enquanto milhões de muçulmanos depositaram sua fé inquestionável no Corão. Por milênios, muito do que era considerado "notícia" e "fato" nas redes sociais humanas eram narrativas sobre milagres, anjos, demônios e bruxas, com ousados repórteres dando cobertura ao vivo diretamente das mais profundas fossas do submundo. Temos zero evidência científica de que Eva foi tentada pela serpente, que as almas dos infiéis ardem no inferno depois que morrem ou que o criador do universo não gosta quando um brâmane se casa com um intocável - mas bilhões de pessoas têm acreditado nessas narrativas durante milhares de anos. Algumas fake news duram para sempre.

Estou ciente de que muita gente poderá se aborrecer por eu equiparar religião com fake news, mas este é exatamente o ponto. Quando mil pessoas acreditam durante um mês numa história inventada - isso é fake news. Quando 1 bilhão de pessoas acreditam durante milhares de anos - isto é uma religião, e somos advertidos a não chamar de fake news para não ferir os sentimentos dos fiéis (ou incorrer em sua ira). Observe, no entanto, que não estou negando a efetividade ou benevolência potencial da religião. Exatamente o contrário. Para o bem ou para o mal, a ficção está entre os instrumentos mais eficazes na caixa de ferramentas da humanidade. Ao unir pessoas, credos religiosos possibilitam a cooperação em grande escala. Eles inspiram a construção de hospitais, escolas e pontes, além de exércitos e prisões. Adão e Eva nunca existiram, mas a catedral de Chartres continua linda. Grande parte da Bíblia pode ser ficcional, mas ainda é capaz de trazer alegria a bilhões, e ainda é capaz de incentivar os humanos a serem compassivos, corajosos e criativos ?" assim como outras grandes obras de ficção, como Dom Quixote, Guerra e paz e Harry Potter.

De novo, algumas pessoas podem se ofender com minha comparação da Bíblia com Harry Potter. Se você é um cristão com mente científica poderia minimizar todos os erros e mitos na Bíblia alegando que nunca se pretendeu que o livro sagrado fosse lido como um relato factual, e sim como uma narrativa metafórica que encerra profunda sabedoria. Mas isso não vale para Harry Potter também?

Se você é um cristão fundamentalista é mais provável que insista em que cada palavra da Bíblia é verdade. Suponhamos por um momento que você tem razão, e que a Bíblia realmente é a infalível palavra do único e verdadeiro Deus. O que, então, você faz com o Corão, o Talmude, o Livro dos Mórmons, os Vedas, o Avesta, o Livro dos Mortos egípcio? Você não fica tentado a dizer que esses textos são elaboradas ficções criadas por humanos de carne e osso (ou talvez por demônios)? E como vê você a divindade de imperadores romanos como Augusto e Cláudio? O Senado Romano alegava ter o poder de transformar pessoas em deuses, e depois esperava que os súditos do império cultuassem esses deuses. Isso não era ficção? De fato, temos pelo menos um exemplo na história de um falso deus que reconheceu a ficção numa declaração por sua própria boca. Como já observado, o militarismo japonês na década de 1930 e início da de 1940 apoiava-se na crença fanática na divindade do imperador Hirohito. Após a derrota do Japão, Hirohito proclamou publicamente que isso não era verdade, e que ele afinal de contas não era um deus.

Assim, mesmo se concordarmos que a Bíblia é a verdadeira palavra de Deus, isso ainda nos deixa com bilhões de devotos hindus, muçulmanos, judeus, egípcios, romanos e japoneses que durante milhares de anos depositaram sua confiança em ficções. De novo, isso não quer dizer que essas ficções são necessariamente desprovidas de valor ou danosas. Ainda podem ser belas e inspiradoras.

É claro que nem todos os mitos religiosos foram igualmente benevolentes. Em 29 de agosto de 1255, o corpo de um menino inglês de nove anos de idade chamado Hugh foi encontrado num poço, na cidade de Lincoln. Mesmo sem Facebook nem Twitter, rapidamente espalhou-se o boato de que Hugh tinha sido vítima de um assassinato ritual realizado pelos judeus locais. A história foi crescendo à medida que era recontada, e um dos mais renomados cronistas ingleses da época - Matthew Paris - criou uma detalhada e sangrenta versão de como judeus proeminentes de toda a Inglaterra reuniram-se em Lincoln para engordar, torturar e finalmente crucificar o menino sequestrado. Dezenove judeus foram julgados e executados pelo suposto assassinato. Libelos de sangue semelhantes tornaram-se populares em outras cidades inglesas, levando a uma série de pogroms nos quais comunidades inteiras foram massacradas. Posteriormente, em 1290, toda a população judaica da Inglaterra foi expulsa do país (3).

A história não termina aí. Um século depois da expulsão dos judeus da Inglaterra, Geoffrey Chaucer - o pai da literatura inglesa - incluiu um libelo de sangue modelado na história de Hugh de Lincoln em seus Contos da Cantuária ("Conto da Prioresa"). O texto culmina com o enforcamento dos judeus. Libelos de sangue semelhantes tornaram-se subsequentemente componentes básicos de todo movimento antissemita, da Espanha medieval à Rússia moderna. Pôde-se ouvir um eco distante disso na fake news de que Hillary Clinton chefiava uma rede de tráfico humano que mantinha crianças como escravas sexuais no porão de uma pizzaria muito frequentada. Não foram poucos os americanos que acreditaram na história, destinada a prejudicar a campanha eleitoral de Clinton, e uma pessoa até veio armada à pizzaria e exigiu ver o porão (constatou-se que a pizzaria nem tinha porão).

Quanto ao próprio Hugh de Lincoln, ninguém sabe realmente como ele morreu, mas foi enterrado na catedral de Lincoln e venerado como um santo. Foi reputado como o realizador de vários milagres, e seu túmulo continua a atrair peregrinos até mesmo séculos depois da expulsão de todos os judeus da Inglaterra. Foi somente em 1955 - dez anos após o Holocausto - que a catedral de Lincoln repudiou a versão do libelo de sangue, colocando uma placa junto ao túmulo, onde se lê: Histórias inventadas de "assassinatos rituais" de meninos cristãos por comunidades judaicas eram comuns em toda a Europa durante a Idade Média, e mesmo muito mais tarde. Essas ficções custaram a vida de muitos judeus inocentes. Lincoln teve sua própria lenda, e a alegada vítima foi sepultada na Catedral no ano de 1255. Essas histórias não redundam em crédito para a Cristandade.

Bem, algumas fake news duram apenas setecentos anos.
Herculano
18/03/2019 06:47
O DISCURSO CANALHA DOS PRIVILEGIADOS


De Carlos Góes, no twitter:

"Eu sou a favor da reforma da previdência, só sou contra as reformas do FHC, Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro"

Não. Você é contra a reforma da previdência e n entende q ela é um imperativo demográfico. Ou entende isso e prefere que o cidadão se lasque pra manter seus privilégios.
Herculano
18/03/2019 06:44
UMA GERAÇÃO PERDIDA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S. Paulo

A universidade está gestando jovens que não vão prestar para muita coisa

O mercado de trabalho que se prepare porque as universidades estão gestando uma geração mimimi raivosa, que não vai prestar para muita coisa. Esse diagnóstico é feito por especialistas americanos sobre universidades americanas. Mas, como toda moda americana pega, ela já chegou aqui.?

O fetiche com relação aos jovens serem "mais evoluídos" continua em ação. Um pouco pela vaidade dos pais, um pouco pelo marketing das escolas e universidades, um pouco porque pessoas mais velhas querem fazer sexo com esses jovens, e o blábláblá de que são legais funciona melhor quando você quer levar um deles ou uma delas para a cama.

Greg Lukianoff, psicólogo cognitivista, e Jonathan Haidt, psicólogo social, escreveram um livro em 2018 que está impactando não só o mundo acadêmico como o mundo corporativo. "The Coddling of the American Mind" (Mimando a mente americana, Penguin Press) é de urgente leitura para quem trabalha com jovens. Mas, se fôssemos medir o nível de leitura de quem trabalha em escolas e universidades, provavelmente não passariam de 10% aqueles que ainda têm tesão pelo estudo. ?

"Coddling" significa mimar. A realidade desse processo já foi apontada, de formas diversas, por especialistas como Jean Twenge e Frank Furedi em livros recentes. Ela com o "iGen"(traduzido no Brasil) em 2017, ele com "What's Happened to the University?" (sem tradução por aqui) em 2018.

A obra descreve casos recentes e escandalosos de universidades americanas que mergulharam no caos e na violência estudantil de esquerda a partir de emails nada especiais, enviados por seus professores, alunos ou por membros da administração.

A pesquisa também relata provocações de membros da direita agressiva off-campus e o comportamento canalha de colegas professores que, apesar de no particular se solidarizarem com os colegas levados à fogueira por esse alunos furiosos, no público juram pureza ideológica a favor dessas mesmas fogueiras (universidades são um dos espaços onde canalhas crescem aos montes). Os autores se referem a esse fenômeno como "caça às bruxas" - quem já viu ou viveu esse tipo de ataque por parte de alunos e redes sociais sabe o que é.

As universidades americanas estão se transformando em tribunais da inquisição, muitas vezes liderados por professores e justificados por uma teoria conhecida como "interseccionalidade". Segundo esta teoria, existem dois grupos básicos no mundo, os opressores e os oprimidos. Mas o gradiente é móvel: ele vai do mais opressor ao mais oprimido.

Na ponta do opressor, homens brancos, heterossexuais, bem-sucedidos. Na ponta do mais oprimido, encontramos um "mau infinito": talvez uma mulher, negra, lésbica, pobre. Bruce Bawer, crítico literário americano, já havia apontado esse "mau infinito" na sua obra "Victims' Revolution", em 2012.

Um traço dessa tese é que, mesmo que o "agressor" não tenha tido a intenção de cometer a "agressão" de que o acusam, se a "vítima" se sente agredida, ele deve ser demitido, execrado em praça pública, condenado ao ostracismo. A tendência a desconvidar pessoas para conferências em universidades nasce dessa tese.

Um dos riscos desse fenômeno é que os alunos são estimulados a recusar o contato com questões das quais eles podem discordar, mas que deveriam ser estimulados a refletir e debater. As universidades mimam esses alunos, criando pequenos Torquemadas ofendidos.

Na parte dedicada a investigar as causas que nos levaram a essa situação, os autores elencam: polarização política, pais paranoicos superprotetores, obsessão por um mundo mais justo, ansiedade, suicídio e depressão em crescimento, o declínio do brincar em espaços abertos, mídias sociais e a burocracia para construção de um mundo cada vez mais "seguro psiquicamente" nas escolas e universidades. Você reconhece algumas dessas causas perto de você?

Segundo os autores, a única solução será as universidades que quiserem apoiar um viés político claro se tornarem instituições como as religiosas, que pregam ao invés de formar adultos livres, assim como faculdades de teologia que assumem sua denominação religiosa. E aquelas que quiserem formar jovens que pensem o mundo livremente devem abandonar o projeto de confundir filosofia e ciências humanas com uma igreja a favor dos oprimidos.

Pensando nas universidades que conheço aqui no Brasil, só nos restarão as que optam por ser igrejas que se acham salvadoras do mundo.
Herculano
18/03/2019 06:34
ENTRE O NOVO E O VELHO, MDB PATINA NA INÉRCIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta segunda-feira nos jornais brasileiros

O MDB velho de guerra está cansado, sem norte. Na Câmara, com bancada reduzida para 34 deputados, a mais inexpressiva da sua história, o partido que já foi liderado por Ulysses Guimarães sofre crise de identidade. É que os novos deputados eleitos em 2018 não querem saber das velhas lideranças, representadas pelo seu atual presidente nacional, Romero Jucá. Nem mesmo as cumprimenta. O partido não tem nem mesmo interessados em assumir sua presidência.

SEM LIDERANÇA
Perdidos, os antigos do MDB não sabem nem mesmo a quem se dirigir. Não há líderes que se destaquem, entre os novos do MDB.

PERPLEXIDADE
Para entender o que acontece, Jucá se reuniu antigas lideranças do velho MDB, como Moreira Franco, mas ninguém sabe o que fazer.

EXECUTIVO DE FORA
O governador Ibaneis Rocha (DF) aceitaria presidir o partido, mas o estatuto veda essa função aos que ocupam cargos no Executivo.

TEMER: Tô FORA
A cúpula do MDB apelou ao ex-presidente Michel Temer para assumir o comando do partido. Ele recusou: afastou-se da política para sempre.

DECISõES DO STF SINALIZAM 'GUERRA' A PROCURADORES
As decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), em claro desacordo com a força-tarefa da Lava Jato e o Ministério Público Federal como um todo, confirmam a informação desta coluna, de 25 de fevereiro, sobre a decisão dos ministros do STF presidido por Dias Toffoli de impor limites aos procuradores, negando-lhes pedidos "abusivos" e aumentando as exigências para autorizar buscas ou decretar prisões.

PRIMEIRO SINAL
Já na segunda (11), a chefe da PGR, Raquel Dodge, que conhece a alma do STF, arquivou acusação da força-tarefa contra Gilmar Mendes.

PRIMEIRA DERROTA
Na sessão de quinta (14), os ministros do STF derrotaram a força-tarefa ao despachar crimes de caixa 2 para a Justiça Eleitoral.

SEMANA DE REVESES
A semana encerrou na sexta (15), com o ministro Alexandre de Moraes liquidando a "Fundação da Lava Jato" e a bela verba de R$ 2,5 bilhões.

POSITIVO PARA BANCOS
O Senado aprovou por 66 votos a 5 o projeto que torna automática a adesão de consumidores e empresas ao "Cadastro Positivo", que vão dar maior segurança aos bancos para concessão de crédito. Contra os juros criminosos do cheque especial e dos cartões de crédito, nada.

ESTILOS PARECIDOS
A revista inglesa Economist diz que o presidente Jair Bolsonaro é "um mestre das redes socais", mas também diz que ele "precisa mais" das redes que o presidente americano Donald Trump.

MPF ENRICOU
Os R$2,5 bilhões para a "Fundação Lava Jato", afinal suspensa pelo STF, superam os R$2,3 bilhões arrecadado pelo governo federal, semana passada, com o leilão de doze aeroportos.

RISCO PERMANENTE
A comissão da Câmara que investiga Brumadinho se reúne nesta segunda para tratar do risco de rompimento de outras duas barragens: Mina Gongo Soco (em Barão dos Cocais) e AngloGold Ashanti (Santa Bárbara). Os diretores estão afastados, mas continuam soltos.

DISCUSSÃO SÉRIA
Esta semana será a primeira de discussões sérias acerca da reforma da Previdência na Câmara. A promessa do governo é enviar o projeto da reforma da previdência dos militares até quarta (20).

MELHOR PRA TODO MUNDO
O governo determinou que os futuros gestores dos aeroportos leiloados devem investir, no mínimo, R$3,5 bilhões nos 30 anos da concessão. Cidades como Brasília, que se livraram da Infraero e ganharam aeroportos decentes, comemoram todo o dia a gestão privatizada.

TRABALHO NO SENADO
A Comissão de Agricultura do Senado recebe o presidente do Incra e o secretário de assuntos fundiários do Ministério da Agricultura nesta quarta (20) para debater as novas diretrizes da reforma agrária.

PAZZIANOTTO, UM DEMOCRATA
Nesta data, há 34 anos, o então (novo) ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto, democrata que nunca foi petista, reabilitou 164 sindicalistas cassados pelo regime militar, incluindo Lula.

PENSANDO BEM...
...os críticos fazem parecer que o governo Bolsonaro "fracassou" ou "já acabou", mas somente esta semana completará os primeiros 80 dias.
Herculano
18/03/2019 06:24
CONVICÇõES CONFORTAM, EMBURRECEM E MATAM, por Vinicius Mota, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

Estímulo a violência e ignorância é subproduto de algoritmos num mundo complexo

O ser humano cuja vida há 100 mil anos dependia de um punhado de parentes e pessoas conhecidas não se distingue, biologicamente, do que hoje se relaciona com milhões de indivíduos desconhecidos.

Na aldeia ou na metrópole, a consciência do tempo e, com ela, a incerteza do futuro tornaram-se um fardo a carregar. Daí a ubiquidade de sistemas simbólicos que, da religião ao direito, dos códigos de conduta às doutrinas políticas, atuam para estabilizar as expectativas do porvir.

De um lado, tais algoritmos da vida social produzem conforto e segurança. Induzem-me, por exemplo, a trocar todo o resultado do meu trabalho por uma cifra impressa na tela. De outro, podem estimular a solidariedade de tipo tribal e a violência contra quem não pertence ao grupo.

As redes sociais oferecem uma bússola eficiente e ansiolítica para navegar neste mundo complexo. Apresentam o indivíduo a seus símiles em pensamento e convicção, onde quer que estejam no globo. Expatriam e demonizam o contraditório, essa pedra no sapato da paz de espírito.

Alimentadas nesse dínamo de reiterações e aproximações, eclodem chacinas embaladas em adoração religiosa, xenofobia ou mera ambição espetaculosa, como parece ter ocorrido no massacre de adolescentes em Suzano e na matança de muçulmanos na Nova Zelândia - este caso associado também à ideologia da supremacia do homem branco.

A convicção que mata é a mesma que emburrece, numa escala muito maior. Vários temas que preocupam a opinião pública oferecem mais de uma resposta teoricamente possível.

Se aceito a hipótese de que armar a população pode ter efeito dissuasório contra o crime, deveria aceitar também a de que, ao ampliar a oferta de artefatos letais, pode aumentar assassinatos e suicídios. E que a melhor ciência diga qual é o efeito preponderante em cada contexto.

Mas os convictos e os valentões das redes espancam de saída qualquer hipótese ou método capazes de frustrar a sua cômoda ignorância.
Herculano
17/03/2019 19:11
COMEÇOU CEDO

O deputado Ivan Naatz, PV, de Blumenau, ex-vereador, ex-suplente pelo PDT e advogado, conhecido pelos temas polêmicos, está metido em mais uma outra

O Ministério Público Estadual está averiguando uma denúncia de nepotismo cruzado com o gabinete dele com o do vereador de Itajaí, Eduardo Ilto Gomes, PRB, o Eduardo Kimassa.

O vereador empregou o filho de Naatz, Uillian. Já o deputado, absorveu no gabinete para atuar em Itajaí, a mulher do vereador, Sabrina Steil.
Herculano
17/03/2019 15:38
A MÍDIA DE REDE DA DIREITA EXPOSTA NESTE DOMINGO PELO JORNAL O ESTADO DE S. PAULO, INCONFORMADA GERA FORTE REAÇÃO

Muito mimimi por pouca coisa. Se há ponto sempre haverá contraponto. Se houver esquerda, haverá direita. Para o preto haverá o branco e a mistura.Para uma ideia haverá a aprovação,propagação e a rejeição por argumentos ou desconstrução.

Ora,se combate a mídia tradicional se dá pela milícia digital, organizada, ideológica, nada mais natural do que o jornalismo estruturado reagir, expondo com fatos, investigações, fontes e provas de como isso acontece no mundo da esgotofera. É do instintivo, seja para reafirmação, defesa ou sobrevivência.

Se esta exposição - ou guerra - é ruim? Absolutamente, não! É salutar para ambos, num ambiente de transparência e competição. Nem o jornalismo é o dono da verdade na comunicação com a sociedade, nem a militância digital pode estar livre do checking facts por qualquer cidadão, entidade social ou profissionais da comunicação.

E isso acontece exatamente na semana em que o presidente do Supremo, Dias Toffoli, ensaia censura não exatamente contra o jornalismo que já está enquadrado para isso, há décadas, na legislação ordinária. Mas, ao ambiente digital, por novidade, estabelecido em redes, e que está "solto".

Censura? Penso que sim. Então é preciso, mais do nunca e ante, conhecer-se o limiar dessa liberdade e da responsabilidade que já pesa sobre o jornalismo tradicional. Então, nada como enfrentar a proposta de Toffoli.

Um dia, se conhecerá a diferença entre ambos - jornalismo e rede de fatos, opiniões e agressões, e se saberá que em todo o universo que habitamos ou projetamos, sempre haverá joio e trigo.
Herculano
17/03/2019 15:07
QUEM VERDADEIRAMENTE SUSTENTA A BANDIDAGEM DE TODOS OS TIPOS

De Flávio Gordan, no twitter:

"Muita gente que ficou espantada com a vida de luxo do ex-policial [miliciano que matou Marielle] se esquece que cada cigarro de maconha fumado na beira da praia ajudou a pagar a conta. Pagou também as armas e a munição usada para matar a vereadora Marielle Franco, há um ano".
Herculano
17/03/2019 15:00
TEMPOS ESTRANHOS

De Joselito Muller, no twitter:

Fui sair de casa e vi um jornalista passando na calçada. Voltei e comuniquei o fato à polícia. As coisas andam muito perigosas na minha cidade, pois tem jornalistas andando livremente por aí.

Se acontecer alguma coisa comigo (tipo, me entrevistarem), comuniquem às autoridades
Herculano
17/03/2019 10:09
LONGE DA REALIDADE

Do filósofo Luiz Felipe Pondé, no twitter:

Um dos piores danos aos jovens está sendo realizado nessas escolas que "educam para a paz". O jovem que abraça árvore hoje é o mesmo que não conseguirá abraçar ninguém amanhã.
Miguel José Teixeira
17/03/2019 09:58
Senhores,

Da Coluna do Carlos Brickmann, repliocada abaixo, pincei da nota "Sorte desperdiçada":

"O presidente Jair Bolsonaro não precisaria enfrentar crise alguma: com a oposição dividida, com o principal partido oposicionista dirigido por Gleisi Hoffmann, não teria com o que se preocupar, , ,"

Atentem: "com o principal partido oposicionista dirigido por Gleisi Hoffmann. . ."

Este é o conceito da suprema protegida, a chefe da organização criminosa, segundo Ciro Gomes, perante os articulistas políticos.

PêTê e puxadinhos, são a escória da escória política!!!
Herculano
17/03/2019 08:08
CASO MARIELLE E O USO DO "INSULFIM", por Ancelmo Góis, no jornal O Globo

O delegado Giniton Lages - responsável, da parte da polícia, pelas investigações dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes -, antes de deixar a função para estudar na Itália, está preparando um dossiê sobre alguns problemas enfrentados nesse período.

Um dos alvos é o uso livre e generalizado do insulfilm nos vidros dos carros. O veículo dirigido pelo ex-PM Élcio Vieira de Queiroz, um dos acusados pela morte da vereadora, tinha uma película opaca nos vidros.

Um bom debate.
Herculano
17/03/2019 08:04
"VÃO DEPREDAR O PRÉDIO DO SUPREMO"

Conteúdo de O Antagonista. Em 10 de abril, o STF pode soltar Lula (e mais uma penca de criminosos).

Um ministro do Supremo, que defende a Lava Jato, disse para O Globo:

"Se depois disso a gente ainda derrubar a prisão em segunda instância, vão depredar o prédio do Supremo. E eu sou capaz de sair para jogar pedra também".
Herculano
17/03/2019 07:52
O PODER NO BRASIL ESTÁ EM GUERRAS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Explodem conflitos no sistema de Justiça, entre elites e facções bolsonaristas

Há conflitos intensos entre grupos que ganharam poder a partir de 2013, quando começou o colapso da esquerda e do establishment político. A eleição de 2018 ainda não contribuiu para o assentamento de um novo bloco de poder.

Há embates que envolvem o sistema de Justiça (Judiciário, procuradores), a Lava Jato e o Congresso.

Outros envolvem evangélicos fundamentalistas, militares, seitas bolsonaristas, filhos do capitão e partes do governo. Ou, então, elites econômicas ultraliberais e outras de liberalismo mais brasileirinho. Faltam coordenação política e administrativa ao governo, que de resto tem escassa articulação com grupos socioeconômicos organizados. Há desordem no poder

Explodiu o conflito entre o partido da Lava Jato e o Supremo, que tomou decisão que facilita a absolvição de corruptos, dizem procuradores. O embate teve desdobramentos.

Parte do Senado ressuscitou a CPI da Lava Toga, para investigar abusos do Judiciário, mirando o Supremo, atacado também pelo PSL.

O presidente do Supremo, Dias Toffoli, quer inquérito contra "caluniadores" do STF, mirando procuradores e seitas digitais.

A procuradora-geral Raquel Dodge estava em conflito com lava-jatistas por causa da fundação privada que queriam criar com dinheiro de multa da Petrobras, entre outros problemas. Mas também reagiu ao inquérito de Toffoli.

Transbordamentos do sistema de Justiça, tolerados quando afogavam mais o PT, agora são motivo de disputa de poder.

Há disputa caótica por partes do governo, em especial daquelas que não estão sob comando ou vigilância militar. Os generais, mais pragmáticos, querem formar Jair Bolsonaro e criar um cordão sanitário para os filhos do presidente, evangélicos fundamentalistas e extremistas, em particular no MEC e no Itamaraty.

Há incômodo entre elites econômicas, empresários e finança, que desde 2015 apoia um programa liberal, "mas não muito", no caso de parte delas. Todas querem a reforma da Previdência e o desmanche da lei trabalhista. Mas há quem desconfie da abertura comercial e da reforma tributária.

Enquanto pelo menos a Previdência não passa, a tolerância silenciosa, em público, é quase geral nessas elites, apesar de rumores sobre a "falta de foco" de Bolsonaro e escaramuças. O agronegócio racional teme fundamentalistas, como no Itamaraty, potenciais criadores de caso com clientes como chineses e islâmicos.

A militância digital, núcleo fundador do bolsonarismo, reaviva seu programa de agitação e propaganda nas redes insociáveis.

Por um lado, a demonização de um inimigo do povo ("esquerda" etc.) mantém o moral das tropas. Por outro, o ânimo de hordas virtuais pode ser um último recurso em caso de baixa de prestígio do presidente e meio de pressionar Congresso.

As redes seriam um imenso "tribunal do aeroporto" (o esculacho de autoridades em saguões e aviões), embora esse tiro crie tensão política daninha e possa sair pela culatra, como se viu no fiasco do PSL na Assembleia Legislativa paulista. O caos e o laranjal desmoralizam o PSL do presidente.

A esta altura, Bolsonaro não tem coalizão no Congresso, apesar de nomear gente de vários partidos como seus líderes parlamentares. Rodrigo Maia, presidente da Câmara improvisado premiê, tentará pacificar ânimos entre os Poderes neste fim de semana.

Como não há oposição, comando unificado, pragmatismo e clareza de rumo poderiam atenuar a barafunda. Eis a questão.
Herculano
17/03/2019 07:47
MENTIR SOBRE O BRASIL LÁ FORA É VELHA ESTRATÉGIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domin go nos jornais brasileiros

É tão oportunista quanto manjada a opção de políticos como Jean Wilis que, na oposição ou por falta de votos, viajam o mundo falando mal do País e dos governantes. O presidiário Lula, por exemplo, divertiu-se em 2014 relatando a blogueiros ligados ao PT como mentia a crédulas plateias europeias, com a cumplicidade de jornalistas brasileiros. Lula não contava que o vídeo da confissão vazasse nas redes sociais. Às gargalhadas, debochou dos franceses por acreditarem em suas lorotas.

MODELITO PINóQUIO
Jean Wilis segue a trilha de Lula. Sem contar quem o financia, ele tem percorrido cidades europeias distribuindo mentiras a granel.

WILIS SE DEU MAL
Em Genebra, Wilis encontrou alguém que, sem preconceito ou mimimi, desfez suas lorotas: a embaixadora na ONU Maria Nazareth Azevêdo.

NÚMEROS DA MENTIRA
Com Lula, as mentiras não foram contestadas: "Eu disse em Paris que aqui tinha 25 milhões de crianças na rua! Todos aplaudiam! Kkkkkk".

TEM SUA EFICÁCIA
A estratégia não é nova, mas pode ser eficaz. Opositores "minavam" a ditadura inflacionando números de presos, desaparecidos etc.

DF JÁ ADMITE SEGURANÇAS ARMADOS EM ESCOLAS
O secretario de Educação do governo do Distrito Federal, Rafael Parente, ficou tão chocado quanto qualquer cidadão com o ato terrorista na escola de Suzano, por isso iniciou estudos para avaliar a lotação de seguranças armados em escolas públicas. Hoje, as escolas da rede oficial têm vigilantes desarmados e porteiros. Parente também reflete sobre a ampliação de parceria com a Polícia Militar para treinar professores, alunos e funcionários a lidar com situações de risco.

EXEMPLO AMERICANO
Em Brasília, a Escola Americana segue o modelo de congêneres nos EUA: realizam treinamentos para enfrentar situações de perigo.

PM NA ESCOLA
Atualmente, o DF desenvolve um projeto de gestão compartilhada com a PM, com resultados positivos, em quatro grandes escolas públicas.

MELHORA ALMEJADA
A gestão compartilhada com a PM tem aprovação de 85% dos pais e alunos. Outras dez escolas já pediram para entrar no programa.

SEM PERIGO DE DAR CERTO
A turma de Curitiba ainda defende a curiosa "Fundação Lava Jato", que "capturou" R$2,5 bilhões da Petrobras para administrar financiamentos a "entidades idôneas". Logo o MPF, que se dedica exatamente a investigar gestores que liberam fundos públicos a "entidades idôneas".

ALEGAÇõES FRACA
O mais recente pedido de impeachment contra o ministro Gilmar Mendes, protocolado pelo jurista Modesto Carvalhosa, tem sido considerado "fraco" por assessores no Senado que deram uma olhada.

MINHA BOQUINHA, MINHA VIDA
O decreto que extingue 21 mil de cargos e funções comissionadas do governo federal sofre ataques da pelegada que representa servidores, Só nas universidades, sumiram 2 mil boquinhas.

JANGO, 100
O centenário de nascimento do ex-presidente João Goulart será tema de uma sessão solene na Câmara nesta quarta (20). A homenagem ao ex-presidente deposto pelo golpe de 1964 começa às 9h.

NOVA ADMINISTRAÇÃO
A Aena Internacional, representada pela corretora Novinvest, ofereceu R$1,9 bilhão e levou os aeroportos do "bloco Nordeste": Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Campina Grande e Juazeiro do Norte.

OPS, FOI MAL
Três renomados criminalistas almoçavam em restaurante de Belo Horizonte, há dias, quando alguém se aproximou saudando "o maior do Brasil". E apontou para Leonardo Yarochewsky tratando-o por "Kakay". Mas Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, não estava à mesa.

PRIORIDADE NO AGRONEGóCIO
A ministra Tereza Cristina (Agricultura) e o colega paraguaio Denis Lich se reuniram para discutir o agronegócio lá e cá. A pauta principal foi destravar o comércio exterior nas fronteiras.

OUTRO RECORDE NA BOLSA
O Ibovespa, indicador de desempenho das ações da bolsa B3 (ex-Bovespa) bateu mais um recorde esta semana: 98.903 pontos. O último recorde foi registrado em 4 de fevereiro, quando atingiu 98.588 pontos.

PENSANDO BEM...
... se a economia afundar um pouco mais na Venezuela, chega na China.
Herculano
17/03/2019 07:47
MENTIR SOBRE O BRASIL LÁ FORA É VELHA ESTRATÉGIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domin go nos jornais brasileiros

É tão oportunista quanto manjada a opção de políticos como Jean Wilis que, na oposição ou por falta de votos, viajam o mundo falando mal do País e dos governantes. O presidiário Lula, por exemplo, divertiu-se em 2014 relatando a blogueiros ligados ao PT como mentia a crédulas plateias europeias, com a cumplicidade de jornalistas brasileiros. Lula não contava que o vídeo da confissão vazasse nas redes sociais. Às gargalhadas, debochou dos franceses por acreditarem em suas lorotas.

MODELITO PINóQUIO
Jean Wilis segue a trilha de Lula. Sem contar quem o financia, ele tem percorrido cidades europeias distribuindo mentiras a granel.

WILIS SE DEU MAL
Em Genebra, Wilis encontrou alguém que, sem preconceito ou mimimi, desfez suas lorotas: a embaixadora na ONU Maria Nazareth Azevêdo.

NÚMEROS DA MENTIRA
Com Lula, as mentiras não foram contestadas: "Eu disse em Paris que aqui tinha 25 milhões de crianças na rua! Todos aplaudiam! Kkkkkk".

TEM SUA EFICÁCIA
A estratégia não é nova, mas pode ser eficaz. Opositores "minavam" a ditadura inflacionando números de presos, desaparecidos etc.

DF JÁ ADMITE SEGURANÇAS ARMADOS EM ESCOLAS
O secretario de Educação do governo do Distrito Federal, Rafael Parente, ficou tão chocado quanto qualquer cidadão com o ato terrorista na escola de Suzano, por isso iniciou estudos para avaliar a lotação de seguranças armados em escolas públicas. Hoje, as escolas da rede oficial têm vigilantes desarmados e porteiros. Parente também reflete sobre a ampliação de parceria com a Polícia Militar para treinar professores, alunos e funcionários a lidar com situações de risco.

EXEMPLO AMERICANO
Em Brasília, a Escola Americana segue o modelo de congêneres nos EUA: realizam treinamentos para enfrentar situações de perigo.

PM NA ESCOLA
Atualmente, o DF desenvolve um projeto de gestão compartilhada com a PM, com resultados positivos, em quatro grandes escolas públicas.

MELHORA ALMEJADA
A gestão compartilhada com a PM tem aprovação de 85% dos pais e alunos. Outras dez escolas já pediram para entrar no programa.

SEM PERIGO DE DAR CERTO
A turma de Curitiba ainda defende a curiosa "Fundação Lava Jato", que "capturou" R$2,5 bilhões da Petrobras para administrar financiamentos a "entidades idôneas". Logo o MPF, que se dedica exatamente a investigar gestores que liberam fundos públicos a "entidades idôneas".

ALEGAÇõES FRACA
O mais recente pedido de impeachment contra o ministro Gilmar Mendes, protocolado pelo jurista Modesto Carvalhosa, tem sido considerado "fraco" por assessores no Senado que deram uma olhada.

MINHA BOQUINHA, MINHA VIDA
O decreto que extingue 21 mil de cargos e funções comissionadas do governo federal sofre ataques da pelegada que representa servidores, Só nas universidades, sumiram 2 mil boquinhas.

JANGO, 100
O centenário de nascimento do ex-presidente João Goulart será tema de uma sessão solene na Câmara nesta quarta (20). A homenagem ao ex-presidente deposto pelo golpe de 1964 começa às 9h.

NOVA ADMINISTRAÇÃO
A Aena Internacional, representada pela corretora Novinvest, ofereceu R$1,9 bilhão e levou os aeroportos do "bloco Nordeste": Recife, Maceió, João Pessoa, Aracaju, Campina Grande e Juazeiro do Norte.

OPS, FOI MAL
Três renomados criminalistas almoçavam em restaurante de Belo Horizonte, há dias, quando alguém se aproximou saudando "o maior do Brasil". E apontou para Leonardo Yarochewsky tratando-o por "Kakay". Mas Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, não estava à mesa.

PRIORIDADE NO AGRONEGóCIO
A ministra Tereza Cristina (Agricultura) e o colega paraguaio Denis Lich se reuniram para discutir o agronegócio lá e cá. A pauta principal foi destravar o comércio exterior nas fronteiras.

OUTRO RECORDE NA BOLSA
O Ibovespa, indicador de desempenho das ações da bolsa B3 (ex-Bovespa) bateu mais um recorde esta semana: 98.903 pontos. O último recorde foi registrado em 4 de fevereiro, quando atingiu 98.588 pontos.

PENSANDO BEM...
... se a economia afundar um pouco mais na Venezuela, chega na China.
Herculano
17/03/2019 07:39
HUMILHAÇÃO PÚBLICA DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO RESPINGA EM BOLSONARO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente dá poder a Olavo de Carvalho enquanto área sensível do governo fica parada

Jair Bolsonaro decidiu submeter mais um auxiliar a um espetáculo de humilhação. Nos últimos dias, ele drenou os poderes de Ricardo Vélez (Educação), forçou a demissão de pessoas de sua confiança e deixou o ministro pendurado no cargo como um morto-vivo. A campanha de degradação pública respinga no próprio presidente.

A crise começou quando Vélez resolveu demitir seguidores do ideólogo Olavo de Carvalho, responsável por sua indicação para a pasta. O padrinho não gostou e incitou um motim. Ele atacou militares e técnicos e, a certa altura, propôs que o ministro fosse posto para fora se não seguisse suas recomendações.

Bolsonaro interveio e acabou aniquilando Vélez.

Primeiro, obrigou o ministro a demitir um assessor próximo que era criticado pelos olavistas. Depois, forçou a saída do número dois da pasta, alvo do mesmo grupo.

Na última semana, Bolsonaro disse que dera "carta branca" aos ministros para formar suas equipes, mas combinou que teria "poder de veto" sobre essas escolhas. Parece que, no caso da Educação, essa competência foi terceirizada para seu guru.

O presidente estendeu cordéis de marionetes entre prédios de Brasília e a casa de Olavo, na Virgínia (EUA). Publicações do ideólogo nas redes sociais se transformaram em portarias do Diário Oficial. Antes de derrubar inimigos no MEC, ele conseguiu que o Itamaraty demitisse um embaixador que o havia atacado.

Convencido de que Bolsonaro precisa destruir seus rivais e promover uma guerra cultural alucinada contra a esquerda, Olavo insiste que o presidente deve preservar o personagem desvairado da campanha eleitoral. Além de rejeitar qualquer moderação política, ele quer reduzir a influência dos militares no governo.

Enquanto a disputa de poder na Educação se desenrola, uma das áreas mais sensíveis do país fica paralisada. Uma compra de obras literárias aprovada no governo passado não foi realizada e um edital para livros do ensino médio, previsto para janeiro, ainda não foi publicado.
Herculano
17/03/2019 07:30
À VONTADE DO FREGUÊS, por Carlos Brickmann

Hoje se comemora o quinto aniversário da Operação Lava Jato.

O presente foi dado anteontem pelo Supremo Tribunal Federal: a decisão de enviar à Justiça Eleitoral todos os casos de Caixa 2 de campanha, mais os crimes conexos eventualmente cometidos para formar o Caixa 2. Propina, por exemplo. Os procuradores da Lava Jato ficam furiosos - mas têm razão?

Depende: a lei não mudou. Se a Justiça Eleitoral não está equipada para julgar todos os envolvidos, a questão é só equipá-la. O Supremo não estava equipado para julgar casos criminais, mas recorreu a juízes auxiliares e deu certo. Um deles, a propósito, ficou famoso: o hoje ministro Sérgio Moro.

Tradicionalmente, os tribunais eleitorais lidam com crimes de menor potencial ofensivo e nem chegam perto da dureza da Justiça Federal. É claro que quem for apanhado alegará Caixa 2 para ser julgado por juiz menos duro. Mas, se a Justiça Eleitoral se readaptar, essa vantagem logo desaparecerá.

No fundo, cada interpretação depende de uma visão de futuro. Quem acha que agora ficou moleza violar a lei não acredita que a Justiça Eleitoral seja readaptada. Quem acha que não muda nada acredita que a Justiça Eleitoral se tornará tão eficiente (e tão rápida, e tão inflexível) quanto a Federal.

Este colunista preferiria a extinção da Justiça Eleitoral. A Justiça comum cuida de todas as acusações. E a eleição é organizada sem tanto juiz no meio.

Em tempo: Lula não é beneficiado pela decisão do STF. Seu caso é outro.

A QUESTÃO LULA

Lula foi condenado por fatos ocorridos no exercício do mandato, quando já tinha sido eleito e tomado posse. Nada têm a ver com eventual Caixa 2. Os empresários condenados por pagar propina também não se beneficiam.

JUSTIÇA PARA TODOS

Talvez uma Justiça Eleitoral como a brasileira não seja única no mundo. Mas, se não for a única, é um exemplar raro. Em outros países, as eleições são organizadas pelo Executivo, ou (em menos casos) por uma repartição pública específica, mas sem poderes de julgamento. Se não houver Justiça Eleitoral, irregularidades em eleições caem todas na Justiça comum.

A LUTA REAL

A decisão do STF veio quando o pessoal da Lava Jato buscou ganhar poder. Sem ouvir ninguém, nem Raquel Dodge, a procuradora geral, montaram um esquema em que a Petrobras lhes entregou US$ 2,5 bilhões (parte da multa que pagou nos EUA, mas liberada para uso no Brasil) para uma fundação de luta contra a corrupção, sob seu controle. Errado: quem decide onde aplicar recursos é o Governo eleito, não os procuradores. O STF se mobilizou e a própria Raquel Dodge entrou na Justiça contra o acordo.

LOUCURA, MORTES, LOUCURA

Seja qual for o motivo do massacre de Suzano, seja qual for o motivo do massacre da Nova Zelândia, uma coisa é certa: cabeça normal é o que os assassinos não têm. Que as investigações entrem fundo nas organizações terroristas e consigam destruí-las. E, por favor, que essa loucura dos assassínios em massa não seja seguida pela loucura dos que veem política em tudo. Politizar massacres para culpar adversários é nocivo, asqueroso. Combatam quem quiserem, mas respeitem os mortos e suas famílias.

SORTE DESPERDIÇADA...

O presidente Jair Bolsonaro não precisaria enfrentar crise alguma: com a oposição dividida, com o principal partido oposicionista dirigido por Gleisi Hoffmann, não teria com o que se preocupar. Mas gosta de preocupações. Se elas não existem, ele as cria. Já obrigou o ministro da Educação a afastar seu secretário-executivo (dizem que a pedido do escritor Olavo de Carvalho), e a escolher outro. O ministro escolheu outro, anunciou seu nome, mas ele não pôde tomar posse, porque era ligado ao anterior; e agora indicou Iolene Lima, que foi bem aceita por parte de um grupo de evangélicos, mas parece não ter o mesmo prestígio com outro grupo. Não falta muito para o Enem, mas como preparar um bom exame se a estrutura do Ministério muda a toda hora?

... PROBLEMAS À VISTA

A aprovação da reforma da Previdência deve gerar uma onda positiva na economia: queda do dólar, alta da Bolsa (que está para ultrapassar o índice de cem mil pontos), boa vontade internacional. Bolsonaro tem feito um bom trabalho para conquistar os votos necessários no Congresso ?" até concordou em deixar para mais tarde o projeto anticorrupção de Moro, para que nada atrapalhe o andamento da reforma.

Mas seu articulador político, deputado Onyx Lorenzoni, não se dá com o poderoso presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Então, quem cuida da conversa com Maia é Joice Hasselmann, novata na Câmara, mas bem mais hábil do que Onyx. O ministro Paulo Guedes também conversa com Maia. O presidente do Tribunal de Contas da União, José Múcio, não suporta Onyx ?" nem ele nem ACM Neto, presidente do DEM.

Onyx talvez não dure muito. Enquanto durar, gera problemas.
Herculano
17/03/2019 07:14
O STF QUEBROU UM PÉ DA LAVA JATO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Chamar roubalheiras de políticos de caixa 2 sempre foi um sonho de consumo

Por 6 a 5, o Supremo Tribunal Federal decidiu que os delitos de caixa dois e as práticas que lhes são conexas devem ficar no âmbito da Justiça Eleitoral. Jogo jogado.

Em 2006, por unanimidade, o mesmo Supremo decidiu que a cláusula de barreira era inconstitucional. Ao fazer isso, as togas dos 11 ministros serviram de cobertura para pequenos partidos que mamavam recursos do fundo partidário e o tempo dos horários gratuito de televisão. Veio a Lava Jato e, com ela, escancarou-se a roubalheira nacional. Graças ao clima que Curitiba criou, o Congresso aprovou uma nova
modalidade de barreira.

Em 2017, o ministro Gilmar Mendes, que estava na unanimidade de 2006, disse que "hoje muitos de nós fazemos um mea-culpa, reconhecemos que foi uma intervenção indevida, inclusive pela multiplicação de partidos". (Ele foi o único a fazer o mea-culpa, mas deixa pra lá.)

O 6 a 5 de quinta-feira poderá ser avaliado daqui a anos. Entre a unanimidade de 2006 e o mea-culpa de 2017 passaram-se nove anos.

Chamar de caixa dois as roubalheiras de políticos sempre foi um sonho de consumo. Esse truque saiu da cartola de Lula em 2005, quando surgiu o escândalo do mensalão.

Quando o Supremo matou a cláusula de barreira, os ministros sabiam que, junto com a defesa da liberdade de expressão, abriam a porteira para otras cositas más. Hoje, na estrada do caixa dois há 50 tons de capilés. Numa ponta está o candidato que aceita uma ajuda (monetária ou não) e deixa de registrá-la junto à Justiça Eleitoral. Na outra, está o magnífico Sérgio Cabral. Até bem pouco tempo ele dizia que amealhara dezenas de milhões de dólares valendo-se do desvio de dinheiro eleitoral.

Era mentira. Num exagero, mandar para a Justiça Eleitoral o processo de um coletor de propinas porque ele diz que tudo era caixa dois seria o mesmo que começar numa Vara de Família o processo do assassino de um casal que deixou quatro filhos, tornando-os órfãos.

Num voto seco, técnico, o ministro Luis Roberto Barroso sintetizou a questão: o que importa não é para onde o dinheiro vai, mas de onde ele vem. Se ele vem de propinas, o delito não é eleitoral, mas corrupção.
Barroso ficou na minoria.

A sessão do Supremo teve um momento de teatralidade com Gilmar Mendes chamando procuradores de "gângsters", mas foi ele quem melhor definiu o debate: "O que se trava aqui é uma disputa de poder". Saiu satisfeito o lado de quem tenta esconder suas roubalheiras atrás do caixa dois, e quem perdeu foi a turma da Lava Jato.

O tempo mostrará as consequências do 6 a 5. Em cinco anos, a República de Curitiba destampou a panela da corrupção nacional como nenhum grupo de procuradores ou tribunal conseguiu fazê-lo desde que a Terra dos Papagaios chama-se Brasil.

A turma da Lava Jato acertou muito e errou pouco, mas tropeçou na soberba.

Sergio Moro não deveria ter divulgado o grampo de uma conversa de Dilma Rousseff com Lula sabendo que ela ocorreu fora do prazo autorizado pela Justiça. Também não deveria ter divulgado um anexo irrelevante e inconclusivo da colaboração do comissário Antonio Palocci no calor da campanha eleitoral do ano passado. Talvez não devesse ter deixado a Vara de Curitiba, e certamente os 12 procuradores signatários do acordo que criaria uma fundação de direito privado com recursos da Petrobras deveriam ter medido melhor os riscos que corriam.

Tanto a turma de Curitiba como os seis ministros do STF acharam que são supremos.

VENDA DE ALMA
Enunciando mais um pilar de sua diplomacia paleolítica, o chanceler Ernesto Araújo informou que "nós queremos vender soja e minério de ferro, mas não vamos vender nossa alma".

Resta saber se alguém quer comprar essa alma.

RADIOATIVIDADE
O Ministério Público não quer ouvir o sobrenome Bolsonaro no caso do assassinato de Marielle Franco.

Antes que se pense que há nisso alguma forma de blindagem, o motivo real da preocupação é técnico. Se algum Bolsonaro entrar na roda, o foro do caso sai da alçada do MP. A prisão de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz mostra que as promotoras pegaram o fio da meada.

TESTE
Como ficariam as coisas se:

1) Adélio Bispo, o autor da facada contra Jair Bolsonaro, fosse vizinho de Fernando Haddad no condomínio Vivendas da Barra.

2) Se um delegado informasse que a filha de Adélio namorara um filho de Fernando Haddad.

3) Se Adélio tivesse chegado ao local junto com um
cidadão filiado ao PT.

4) Se a polícia encontrasse 117 fuzis pertencentes a Adélio na casa de um amigo dele.

CRIME DE óDIO
O delegado Giniton Lages, que investigava o assassinato de Marielle Franco, atribuiu o provável motivo da ação atribuída ao ex-PM Ronnie Lessa a "uma obsessão por determinadas personalidades que militam à esquerda política". Crime de ódio, enfim. Essa é forte.

Adélio Bispo diz que esse foi o motivo que o levou a esfaquear Jair Bolsonaro. Até hoje não apareceu pista de mandante.

O Brasil teve outros três famosos atentados movidos pelo ódio político.

Em 1897, Marcelino Bispo atentou contra a vida de do presidente Prudente de Moraes e matou o ministro da Guerra. Em 1915, Manso de Paiva matou o senador Pinheiro Machado com uma facada. Eram lobos solitários.

No terceiro caso, tratava-se de ódio alugado, pois havia mandante. Em 1954, a guarda pessoal de Getúlio Vargas tentou matar o jornalista Carlos Lacerda e assassinou um major da Aeronáutica. Deu no que deu.

Quatro presidentes americanos foram assassinados por ódio político. Em três casos, foram ações de lobos solitários (John Kennedy, William McKinley e James Garfield). No quarto, o de Abraham Lincoln, houve quadrilha, mas não houve mandante.

Juntando-se todos esses atentados, jamais os criminosos tiveram negócios com o jogo clandestino e com milícias. Somando-se todas as armas dos atentados brasileiros e americanos, não se chega nem perto do arsenal de 117 fuzis de Ronnie Lessa.Conta outra, doutor.

RECORDAR É VIVER
Para que os operadores políticos de Bolsonaro percebam o peso que os políticos dão aos seus pedidos.

Em 1962, o vice-presidente americano Lyndon Johnson pediu a John Kennedy a nomeação de uma juíza para Dallas. Nada feito. Johnson era um protegido do presidente da Câmara e ele avisou ao governo: enquanto ela não for nomeada, a sua pauta está trancada. A nomeação saiu no dia seguinte.

No início da tarde de 22 de novembro de 1963, diante de um mundo perplexo, Kennedy estava morto e Johnson foi levado para o avião presidencial, onde deveria prestar juramento diante de um juiz federal.

O ar refrigerado do Air Force One estava desligado e fazia um calor horrível em Dallas. O novo presidente pediu que achassem a juíza Sarah Hughes, pois queria que ela presidisse a cerimônia de sua posse.

Poucas pessoas notaram que ele fora à forra.
Herculano
16/03/2019 09:37
PETROBRÁS AVISA SINDICATOS SOBRE FIM DA CONTRIBUIÇÃO EM FOLHA

Conteúdo de O Antagonista. A Petrobras comunicou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) que não vai descontar as contribuições sindicais em folha a partir deste mês.

"A responsabilidade pela emissão do boleto será de cada sindicato. Não cabe mais ao empregador o desconto e o recolhimento de contribuições de empregados a sindicatos", diz a carta da Petrobras.
Herculano
16/03/2019 09:31
PAUSA PARA O CAFÉ E PARA A POESIA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

A alternativa é sufocarmos em um mar de ódio

Fui dormir na quinta-feira (14) ainda sob o impacto do belo texto de Alexa Salomão nesta Folha (edição online). Terminava assim:

"Podemos iniciar muitas discussões a partir do que ocorreu na Raul Brasil. Falar sobre segurança nas escolas, sobre o impacto dos videogames na formação de crianças, sobre a ascensão de um obscuro anarquismo entre os jovens. Mas se não enfrentarmos e interrompermos a ode à violência que se alastra em nossa cultura, tudo será em vão".

Acordo na sexta-feira (15) com a notícia do massacre em uma mesquita na Nova Zelândia. Quarenta e nove mortos.

Parece, cara Alexa, que a "ode à violência" é entoada de um extremo a outro do mundo, em lugares insuspeitados. Duas cidades pequenas, Suzano e Christchurch, duas cidades do interior, um território que a sabedoria convencional diria estar livre dessa sinistra canção.

Uma escola e duas mesquitas, ainda por cima em uma cidade que leva o nome de Cristo, sinônimo de paz e de amor.

O que você vai escrever a respeito? Achei melhor fugir. Peço licença ao leitor para fazer uma pausa para um café e um poema ?" e convidá-lo a participar.

Acontece que na quinta-feira (21) é o Dia Mundial da Poesia. Uma rede de cafeterias, a austríaca Julius Meinl, teve a ideia de comemorar a data com o projeto "Pague com um poema".

Traduzindo: a Julius Meinl oferece café (ou chá) de graça para todos os que se apresentarem nas lojas participantes e se dispuserem a cometer um poema. Nas 250 lojas da Croácia, pode ser também uma canção ou um simples pensamento.

A propaganda na página oficial da cafeteria sugere que o freguês, ao se instalar a uma mesa, deixe de lado o celular e elabore um poema.

Uma pena que o Brasil não esteja entre os 70 países em que opera a Julius Meinl, que diz atender 40 mil consumidores todos os dias.

Ainda dá tempo, no entanto, para que alguma rede brasileira (ou estrangeira instalada no Brasil) copie a iniciativa. Não vai ressuscitar os mortos de Suzano ou de Christchurch, claro, mas pelo menos oferece instantes em que a música da morte cede espaço ao lirismo.

Ah, por falar em morte e lirismo, aproveito para contar outra história do gênero, captada em El País da Espanha, em meio ao necrológio do jornalista esportivo Eduar­do Rodrigálvarez, que cobria o Athletic de Bilbao.

Quando o câncer de pulmão levou o jornalista ao estado terminal, ele se internou no hospital de Santa Marina, no monte Artxanda de Bilbao. É uma instituição de cuidados paliativos. Pois bem, é a esse hospital que aportavam, décadas atrás, pombos-correio lançados no estádio do Athletic para anunciar aos enfermos que o time da casa fizera um gol.

Uma ode à alegria em raro contraponto à ode à violência que ameaça nos sufocar.
Herculano
16/03/2019 08:32
A ELEIÇÃO DE JOVINO PARA VOLTAR AO SINTRASPUG É UMA VITóRIA DO GOVERNO KLEBER

Depois de perder duas vezes quando se meteu na Câmara - que não deveria se meter - fazendo dois candidatos e que perderam quando tudo estava certo de que ganharia; depois de levar uma surra sem tamanho nas urnas de outubro passado, o governo de Kleber Edson Wan Dall, o MDB e o PP tem algo para comemorar: a eleição ontem Jovino Emir Masson.

Ele nega que tenha sido candidato do governo, mas não poderia renegar esse "apoio". O governo canta vitória, não não estava distante. E o alinhamento claro dos seus dois concorrentes não deixam nenhuma dúvida ao ex-presidente.

Três chapas concorriam à presidência do Sintraspug. A chapa 1 tinha como presidente Serlau Antunes, que recebeu 140 votos. Ele se intitulava contra o poder de plantão e sem concessões. Quando, devido ao discurso duro e intransigente em defesa do servidor foi associado a setores do PT, rejeitou prontamente. "Fui eleitor de Bolsonaro e Moisés", retrucou. Então...

A chapa 2, vencedora da votação, foi encabeçada por Jovino, e recebeu 252 votos. Usou o ativo de ex-presidente e a moderação que marcou a sua gestão no tempo em que teve que enfrentar o petismo de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, bem como o apoio do poder de plantão e que viu nele, simplesmente, um dano menor a ser enfrentado.

A última chapa, de número 3, tinha como representante Lodemar Schmidt. Ele ficou em segundo lugar e recebeu 161 votos. O professor tinha apoio explícito do PT, da CUT e por conveniência, da atual diretoria do Sindicado liderado por Lucimara Rozanski Silva e que não quis ir a reeleição. Ele chegou a ser barrado na eleição marcada inicialmente para o dia primeiro de março. Voltou ao jogo por decisão da Justiça do Trabalho e a eleição remarcada para ontem. A derrota dele é significativa.

Quatro servidores que foram à Câmara e votaram nulo, num universo de 557 votantes.

É uma vitória de Kleber? É! Mas, por falta de opção. Acorda, Gaspar!
Herculano
16/03/2019 08:12
HÁ DIFERENÇAS BRUTAIS ENTRE OPINIÃO, OFENSA E FAKE NEWS

A VARREDURA DO STF NAS REDES

O inquérito aberto por Dias Toffoli para apurar supostas ofensas e ameaças aos ministros da Corte terá dois esquemas de monitoramento das redes.

O primeiro, relata a Folha, será de responsabilidade da Secretaria de Segurança do tribunal e investigará sinais de manipulação de imagens e adulteração de vídeos.

"O outro está sendo estruturado pela Secretaria de Comunicação Social, que se prepara para incrementar as ferramentas de monitoramento e detecção de postagens com softwares que permitam chegar à origem do conteúdo".
Herculano
16/03/2019 08:08
ECA, PRONTO PARA MATAR OUTRA VEZ

De Aguinaldo Silva, no twitter

O eterno "dimenor" Peter Pan se daria muito bem no Brasil. Poderia cometer o crime que quisesse e jamais seria punido. Que o diga o número 03 do massacre de Susano. Prestou depoimento, disse que estava triste por não ter participado diretamente do crime e foi liberado.
Herculano
16/03/2019 08:06
O PROFISSIONAL, por Álvaro Costa Filho, no jornal Folha de S. Paulo

Cuidado com seu vizinho: ele pode ser miliciano

Nos últimos anos o Rio tem ampliado o alcance da frase atribuída a Tom Jobim: "O Brasil não é para principiantes". Aqui, só dá profissional. Pegue o exemplo de um personagem desconhecido mas cujas atuação e trajetória deixariam envergonhado o mais delirante roteirista de Hollywood: o ex-sargento da PM Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Até então, aos olhos da sociedade, ele era um cidadão de bem, acima de qualquer suspeita, homenageado na Assembleia Legislativa. Aos 48 anos, tinha a ficha limpa, descontando as 124 multas aplicadas ao seu carro importado. O Infiniti, blindado e avaliado em cerca de 120 mil, ficava na garagem da mansão com cinco suítes onde morava, num condomínio de luxo da Barra da Tijuca, o mesmo onde o presidente Bolsonaro tem uma residência - um imóvel ali pode custar R$ 4 milhões.

Egresso do Exército, exímio atirador, o "caveira" Lessa foi promovido por atos de bravura. Em 2009, já ligado ao jogo do bicho, perdeu a perna num atentado a bomba. Reformado por invalidez, bandeou-se para uma quadrilha de matadores de aluguel, conhecida como Escritório do Crime. Sua conta recebia depósitos de até R$ 100 mil, em dinheiro, na boca do caixa. Em abril de 2018 ?"mês seguinte aos homicídios de Marielle e Anderson?" sofreu novo atentado. Um homem de moto atirou contra ele no Quebra-Mar da Barra, indicando a tentativa de queimar o arquivo vivo.

Profissional era o arsenal de Lessa: 117 fuzis M-16 desmontados, cujo valor de venda supera R$ 4 milhões. Algumas das peças eram falsificadas, o que não prejudica sua letalidade. Montados, os fuzis atiram e matam; distribuídos entre as facções criminosas que dominam as favelas, seriam capazes de provocar uma pequena guerra civil na cidade.

A força do crime organizado é tão grande que hoje é impossível mapeá-lo. O miliciano mora ao lado.
Herculano
16/03/2019 08:01
DIGA-ME, COMO UM CIDADÃO PODE CONFIAR NUM JUIZ COM ESSE COMPORTAMENTO E QUE DIZ REPRESENTAR O JUDICIÁRIO?

O ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte, ao vivo, num espetáculo com transmissão pela TV, numa linguagem chula para o ambiente e instituição, chamou Procuradores do MPF e da Lava Jato de "cretinos", "gentalhas", acusa-os falsamente de desviar dinheiro público e ainda ameaça: "esses falsos heróis estão no cemitério".

Mesmo que sejam merecedores destas qualificações, não seria, em tese, a instituição a que pertençam, se se ela possui essas qualificadoras, é melhor fechá-la, não pela brutal economia de recursos, mas pela inutilidade.

É também se se perguntar ao presidente do STF, Dias Toffoli e para contrapor ao que ele anunciou como fundamento para abrir inquéritos, se neste discurso de Gilmar não estão os tais modus injuriante, difamante e caluniante?

E para encerrar. No twitter, O procurador Diogo Roberto Ringenberg que atua no Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina, observa:

A instituição MP esteve acéfala no momento q a verborragia insana d um dos ministros do STF se voltou contra procuradores da força tarefa da LavaJato. Deveriam ter sido defendidos pelo menos pela instituição. Em um ambiente assim permite-se consolidar a ditadura de um dos poderes
Herculano
16/03/2019 07:51
SOMOS ESTRANHOS

Do Padre Fábio de Melo, no twitter:

Pessoas que acham que, se apertarem insistentemente o botão do elevador ele chega mais depressa.
Herculano
16/03/2019 07:48
da série: a Justiça está com jeitinho de intocável

CNJ PEDE EXPLICAÇõES A GABRIELA HARDT POR PERFIL FAKE NO TWITTER

Conteúdo de O Antagonista. Humberto Martins, do CNJ, pediu hoje explicações à juíza Gabriela Hardt por causa de um perfil fake no Twitter que fez críticas ao STF, informa o UOL.

Martins quer saber se a juíza deu autorização para a utilização de seu nome no perfil "Juíza Gabriela Hardt Sincera" ou, não tendo relação com a conta, se tomou alguma providência para que fosse excluída.

O perfil no Twitter diz, explicitamente, que é dedicado aos "fãs da juíza" e não tem "qualquer vínculo" com ela. Segundo o conselho, Hardt tem 15 dias para prestar explicações.

O CNJ é um soviete criado pelo PT que já deveria ter sido extinto.
Herculano
16/03/2019 07:45
A TRANSPARÊNCIA DA ESQUERDA DO ATRASO É SEMPRE CONVENIENTE À NARRATIVA

De Augusto Nunes, de Veja, no twitter

O PT e o Psol exigem a identificação do mandante do assassinato de Marielle Franco. O PT tb exige q ñ sejam identificados os mandantes dos assassinatos de Celso Daniel e Toninho do PT. O Psol já decidiu que o atentado contra Bolsonaro não teve mandante
Herculano
16/03/2019 07:41
BIRUTA DE AEROPORTO, por Juliana Sofia, secretária de Redação da sucursal de Brasília, do jornal Folha de S. Paulo

Guedes é neófito nas agruras de Brasília e dispersa energia ao propor desvinculação orçamentária

Exercício de redundância dizer que o governo Bolsonaro tem enfiado os pés pelas mãos, em tranches diárias, nos seus 75 dias de gestão. Até para um calouro no Palácio do Planalto, há excesso nos desacertos, recuos, gafes, omissões e demissões. Torna-se ameaçador, no entanto, quando a bússola desnorteada também serve à área econômica.

Antes do primeiro mesversário da reforma da Previdência, a ser completado na próxima quarta-feira (20),o ministro Paulo Guedes (Economia) apontou para outra direção. O que no seu discurso de posse fora tratado como plano B, no caso de insucesso nas mudanças das regras para aposentadorias, ganhou imediatismo. O economista passou a defender a tramitação simultânea da PEC previdenciária e de uma outra para desvincular o Orçamento.

A estratégia de Guedes mostrou-se equivocada. O "Posto Ipiranga" de Jair Bolsonaro ouviu críticas de governadores, parlamentares e especialistas em contas públicas. Foi obrigado a recuar em seus planos e tentou jogar para as mãos dos políticos a decisão sobre o timing da medida. O secretário especial de Previdência, Rogério Marinho, se antecipou ao ministro (a quem é subordinado) e declarou que a proposta de mexer no Orçamento não seria mais enviada ao Legislativo no curto prazo.

O ministro é neófito nas agruras de Brasília. Jogou a cenoura da PEC da desvinculação na tentativa de criar uma agenda positiva para políticos em meio à aridez da reforma da Previdência. Ruído desnecessário.

Diante do fracasso nesse front, o governo agora ensaia um plano C. De forma prematura, pretende abrir as discussões com o Congresso sobre a reformulação do sistema tributário, usando como ponto de partida o redesenho do PIS e da Cofins. A dispersão de energia não ajuda a aprovar a nova Previdência, demonstra falta de foco e desespero em acertar.

Guedes usa a metáfora da queda de um avião para descrever o futuro do sistema de aposentadorias, sem a reforma. Biruta de aeroporto é termo que cai melhor à atual situação.
Herculano
16/03/2019 07:23
MANOBRA DA VALE DEIXA 'SISTEMA U' EM ALERTA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ministério Público da União, Tribunal de Contas da União, Advocacia Geral da União e Controladoria-Geral da União, que integram o oficioso "Sistema U", estão perplexos com a ousadia da Vale e de olhos bem abertos com as manobras do leilão de 1.500km de um trecho da Ferrovia Norte/Sul, previsto para o fim do mês. Essas manobras reduziram o lance mínimo para R$1,3 bilhão por 30 anos de concessão. A obra desse trecho custou R$9 bilhões ao governo.

SOB MEDIDA
A suspeita é que tudo parece ter feito sob medida para VLI Logística, que representa a Vale. O leilão da ferrovia deve ser judicializado.

NO AGUARDO
A AGU diz estar de mãos atadas e explica que não pode atuar no caso oficialmente sem que haja uma "judicialização do processo licitatório".

DONA DO PEDAÇO
A VLI, criada em 2010 pela Vale com outras empresas, opera trecho de 720km e pode passar a ter o controle total da principal ferrovia do País.

IMPORTÂNCIA MÁXIMA
A Ferrovia Norte/Sul é a grande aposta para agilizar e baratear o escoamento da produção de bens e grãos do Brasil para o exterior.

LABORATóRIO EMS AVALIA INSTALAR FÁBRICA EM BRASÍLIA
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), vai se reunir nesta segunda-feira (18) com Carlos Sanchez, presidente da EMS, líder do mercado farmacêutico brasileiro há mais de uma década, na expectativa de garantir sua expansão industrial para Brasília. Outros diretores, como Alexandre Jobim, também devem participar da reunião. A nova fábrica da EMS representará investimentos significativos, de R$150 milhões, e deve gerar 350 empregos diretos e 1750 indiretos.

100% NACIONAL
Fundada há mais de 50 anos, capital 100% nacional e líder no segmento de genéricos a EMS pertence ao Grupo NC.

VANTAGENS COMPETITIVAS
Ibaneis está otimista com as chances de o EMS escolher Brasília. Ele acha que as vantagens competitivas de Brasília são muito atraentes.

GERAÇÃO DE IMPOSTOS
Optando por Brasília, a EMS será o maior gerador de ICMS em importação do DF. O laboratório exporta para mais de 40 países.

BATEU, LEVOU
A atitude da embaixadora Maria Nazareth Azevêdo, chefe da representação do Brasil na ONU, desmascarando mentiras do ex-deputado Jean Wilis, em Genebra, marca um novo momento da diplomacia brasileira. Agora, toda mentira está sujeita a contestação.

ATAQUE PESSOAL
Presidente do Superior Tribunal de Justiça, João Otávio de Noronha foi vítima de ataque pessoal e infundado de procuradores. Indicado pela OAB, foi aprovado no STJ, indicado pelo presidente e apoiado pelo Senado. Foi concursado no Banco do Brasil, chegou a diretor jurídico, e na magistratura. É professor respeitado. Tem carreira exemplar no STJ.

INDECISÃO
Bolsonaro viaja aos EUA, neste domingo, sem definir seu embaixador em Washington. O diplomata Nestor Forster é o nome do chanceler Ernesto Araújo, mas há outras opções, como Pedro Bório, atual cônsul em San Francisco, e oportunistas sem qualificação para o cargo.

ACABOU-SE O QUE ERA DOCE
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a validade do curioso acordo pelo qual procuradores da Lava Jato administrariam R$2,5 bilhões de recursos públicos, equivalentes a 60% de todo orçamento do Ministério Público Federal.

REBORDOSA
Tão logo o STF decidiu que casos de propina envolvendo Caixa 2 irão à Justiça Eleitoral, senadores apresentaram projetos para reverter a decisão e impedir que a justiça eleitoral trate de crimes de corrupção.

CULTURA DO SANGUE
Em vez de campanhas de conscientização, que não funcionaram até agora, o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) apresentou projeto para que doador de sangue pague meia-entrada em todo o País.

SALÁRIOS DE OURO
O governo enviou projeto de crédito suplementar para cumprir a 'regra de ouro', que impede o endividamento para pagamento de salários. Os gastos com a folha este ano superam as receitas em R$ 248,9 bilhões.

INADIMPLÊNCIA CAIU
Desde fevereiro de 2018 a inadimplência caiu 1,4% no acumulado, segundo o BoaVista SPC. Quando comparado o resultado da inadimplência contra o mesmo mês de 2018, o índice caiu 6,1%.

PENSANDO BEM...
...importar dos EUA produtos e serviços tudo bem, mas importar tiroteios em escolas é demais.
Herculano
16/03/2019 07:22
O QUE É DIREITO E O QUE É CERTO, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Guerra entre procuradores da Lava Jato e ministros do STF oferece mais a perder do que a ganhar aos dois lados

Direito eles têm. Numa sociedade aberta, procuradores podem fazer as campanhas que bem entenderem e criticar, mesmo em termos incivis, políticos e magistrados de cujas visões discordem. Podem até tachar como incompetente um ministro de tribunal superior.

Obviamente, juízes têm o direito de imprecar contra membros do Ministério Público, sugerindo que sejam venais. O limite da crítica é dado pela legislação penal, em especial as normas que coíbem os crimes contra a honra - e, numa sociedade verdadeiramente aberta, os delitos de injúria e difamação seriam abolidos (são subjetivos demais), ficando só a calúnia.

O fato de terem esse direito não significa que devam exercê-lo. As posições que cada um de nós ocupa na sociedade nos impõem, não obrigações legais, mas certas regras de conduta ou normas de etiqueta das quais não deveríamos nos desviar sem uma excelente razão.

Procuradores, até para vencer mais casos, deveriam evitar indispor-se com juízes, categoria que, se não é hierarquicamente superior à sua, tem a palavra final nas decisões judiciais. Tratá-los com urbanidade é, portanto, algo que interessa aos próprios procuradores. Mesmo quando pretendem pressionar os magistrados, deveriam recorrer ao soft power e jamais a campanhas explícitas. Mobilizar a população contra juízes específicos é um erro estratégico grave.

De modo análogo, para ser convincentes, magistrados precisam transmitir para o público uma imagem de serenidade e imparcialidade, mesmo que mais afetada do que sincera. Mais do que qualquer outro grupo de servidores, juízes deveriam engolir em seco as críticas, inclusive as mais ácidas.

Nesse contexto, a pequena guerra aberta entre procuradores da Lava Jato e ministros do Supremo é uma daquelas em que os dois lados têm mais a perder do que a ganhar. Mais vezes do que se imagina, há sabedoria em exercer a autocontenção.
Herculano
15/03/2019 12:59
DOENÇA AMBULANTE

De Cláudio Humberto, no twitter

Na ONU em Genebra, a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo ficou do lado de fora do evento, só ouvindo, e quando Jean Wilis passou a atacar o Brasil e o governo, ela pediu a palavra e mostrou que o fujão mentia. E ainda ironizou: "Bolsonaro não cuspiu na cara da democracia".
Herculano
15/03/2019 12:56
O PRIMEIRO LEILÃO DA ERA BOLSONARO

Governo arrecada R$ 2,377 bilhões à vista com leilão de 12 aeroportos

Regras do leilão preveem ainda uma outorga variável a ser paga ao longo dos 30 anos de concessão. Ágio passou de 4.700% pelo bloco Centro-Oeste.
Herculano
15/03/2019 12:51
QUEM JÁ ASSINOU A CPI DA TOGA NO SENADO? DOS TRÊS SENADORES CATARINENSE, DOIS ASSINARAM [ESPERIDIÃO AMIM, PP, E JORGINHO MELO, PR]. FALTOU DÁRIO BERGER, MDB

CPI DA LAVA TOGA

Veja a lista dos 27 senadores que assinaram o requerimento para a criação da CPI:

1. Alessandro Vieira
2. Jorge Kajuru
3. Selma Arruda
4. Eduardo Girão
5. Leila Barros
6. Fabiano Contarato
7. Rodrigo Cunha
8. Marcos do Val
9. Randolfe Rodrigues
10. Plínio Valério
11. Lasier Martins
12. Styverson Valentim
13. Alvaro Dias
14. Reguffe
15. Oriovisto Guimarães
16. Cid Gomes
17. Eliziane Gama
18. Major Olímpio
19. Izalci Lucas
20. Carlos Viana
21. Luiz Carlos Heinze
22. Esperidião Amin
23. Jorginho Mello
24. Telmário Mota
25. Soraya Thronicke
26. Elmano Férrer
27. Roberto Rocha
Herculano
15/03/2019 11:33
HOJE TEM ELEIÇÃO PARA A PRESIDÊNCIA DO SINTRASPUG - SINDICATO DOS TRALHADORES NO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE GASPAR

Há três chapas e três correntes claras.

A Chapa 1, é liderada por Serlau Antunes, aparentemente independente

Chapa 2, Jovino Emir Masson, ex-presidente, claramente apoiado pela atual administração de Kleber Edson Wan Dall

Chapa 3, Lodemar Luciano Schmitz, apoiado pelo PT e CUT.

Estes apoios, sonegados pelos próprios, estão claros nas demonstrações de apoio nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens

A atual presidente, Lucimara Rozanski Silva, que substituiu Jovino, declinou da reeleição e não explicou a razão disso. Ela declarou que não apoia nenhuma das chapas, mas a diretoria trabalha para Lodemar, que chegou a ter a chapa impugnada pela Comissão eleitoral, a pedido de Serlau, e reabilitada pela Justiça do Trabalho. Esta, inclusive, é a razão da eleição ser hoje. Ela estava inicialmente prevista para o dia primeiro de março.

Os votos serão colhidos das 9h às 19h30min
Herculano
15/03/2019 11:32
TEMPOS DE TRAGÉDIAS

Do ex-ministro e senador Cristovan Buarque, no twitter

Não estamos em um bom tempo: Brumadinho, Flamengo, inundações em SP, massacre em Suzano e decisão do STF por 6x5 dificultando luta contra a corrupção. As tragédias se sucedem.
Herculano
15/03/2019 11:31
da série: matador de aluguel

CEM MIL REAIS EM DINHEIRO VIVO DEPOSITADOS NA CONTA DE ASSASSINO DE MARIELLE

Conteúdo de O Antagonista. Sete meses depois do assassinato de Marielle Franco, o pistoleiro Ronnie Lessa recebeu 100 mil reais, em dinheiro vivo.

O depósito, feito na boca do caixa, foi identificado pelo Coaf, diz o G1.
Herculano
15/03/2019 11:31
SAMAE INUNDADO. FALTA DE PLANEJAMENTO E AÇÃO EMERGENCIAL DEIXA RUA ITAJAÍ SEM ÁGUA

Começaram as obras de reurbanização da Rua Itajaí e que era uma promessa do petista Pedro Celso Zuchi. Ou seja, estão bem atrasadas.

Nem por isso, houve tempo suficiente para o Samae do mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, se preparar, se integrar com as secretaria de Planejamento Territorial, a de Obras e Serviços Urbanos e a empreiteira para impedir que moradores, comerciantes e industriais ficassem o dia todo de ontem sem abastecimento de água potável.

Houve quem, sem perspectivas, pois o Samae não garantia a volta da água, que teve que dispensar funcionários e parar a produção ou o atendimento.

O conserto só foi possível no início desta madrugada. E não há garantias de que não venha a se repetir. Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
15/03/2019 11:30
Senhores,

Apesar do supremo balde de água fria que nos foi jogado ontem, ainda há esperança:

Cooperação reduz impunidade
Fonte: Correio Braziliense, hoje, por
Eugênio Ricas
Delegado federal, adido policial nos EUA e
Fábio Medina Osório
Ex-ministro da Advocacia-Geral da União

Sabe-se que o crime organizado não respeita fronteiras e tem, sistematicamente, se valido das facilidades que o ambiente globalizado proporciona para incrementar suas ações mundo afora. Narcotráfico transnacional, escravas brancas, pedofilia, corrupção e lavagem de dinheiro são apenas alguns exemplos de crimes praticados por organizações criminosas brasileiras e por quadrilhas internacionais que atuam no Brasil.

Para investigar, obter provas, recuperar ativos e combater ações extremamente danosas à sociedade, o Brasil agora se vale da cooperação internacional, entre outras ferramentas. O órgão encarregado de realizar e atender pedidos de cooperação jurídica internacional é o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional. De forma didática, podemos dizer que se trata de um órgão irmão da Polícia Federal, uma vez que ambos estão ligados à estrutura do Ministério da Justiça e Segurança Pública e, portanto, possuem a mesma orientação.

Com a posse do ministro Sérgio Moro em sua titularidade, sem dúvida o Ministério da Justiça resultou altamente fortalecido, não apenas em sua estrutura, mas também na credibilidade internacional. Como juiz federal, o novo ministro da Justiça ficou nacionalmente conhecido por conduzir, no Judiciário, as fases da Operação Lava-Jato que foram desencadeadas no Paraná e assumiram dimensão internacional.

A expertise do ministro Sérgio Moro no combate ao crime organizado e aos crimes transnacionais, aliada à grande credibilidade adquirida na condução da maior operação de combate à corrupção de todos os tempos, agregou um verniz altamente técnico ao governo federal nesse ministério.

Ainda no que tange à cooperação internacional, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional tem atendido, nos últimos tempos, uma enormidade de solicitações. Apenas no bojo da Lava-Jato, que completa cinco anos em abril, perto de 900 pedidos de cooperação internacional já foram processados, envolvendo, aproximadamente, 70 países. E cerca de R$ 5 bilhões já foram recuperados por meio da cooperação internacional.
São números expressivos, se pensarmos nas repercussões de tal trabalho. Além da inegável importância da recuperação de ativos, a cooperação internacional tem sido imprescindível para a descoberta de autoria e materialidade de crimes que deixam rastros fora do Brasil. Isso tem sido fundamental para a obtenção de condenações e, por consequência, para a localização de bens que são criminosamente escondidos em outros países.

Essa atuação repercute de forma muito positiva a imagem do Brasil no exterior. A intolerância relativa à corrupção e à criminalidade é imprescindível para que nosso país goze de credibilidade junto à comunidade internacional. Além disso, observamos que o trabalho realizado na Operação Lava-Jato pela Polícia Federal, Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, Ministério Público, Receita Federal, Advocacia Geral da União, Controladoria Geral da União e demais órgãos e instituições que trabalham ou auxiliam na persecução criminal, tudo isso tem contribuído para a alteração da cultura investigativa, gerando procedimentos muito mais céleres e efetivos.

Os órgãos estatais têm obtido cada vez mais condenações e recuperação de ativos que, em algum momento, foram desviados da sociedade. Assim, tais recursos retornam ao erário e podem ser reinvestidos em educação, saúde e segurança, além de configurarem importante paradigma de quebra da impunidade.
Toda essa sistemática conta com o apoio dos policiais federais que cumprem missões no exterior. Atualmente, a PF tem representações em 20 países. São adidos, adidos adjuntos e oficiais de ligação que mantêm contato constante com as agências de segurança de outros países, realizando um intercâmbio permanente de informações. Isso tudo, além de contribuir com investigações no Brasil, tem sido diferencial no combate aos crimes transnacionais, localização e prisão de foragidos da Interpol e diligências investigatórias em geral.

Também o Ministério Público vem investindo para atuar em âmbito internacional. Vale citar a estruturação da Secretaria de Cooperação Internacional, responsável por processar as solicitações recebidas por outros países e operacionalizar pedidos que interessam diretamente ao Brasil. Aliás, há uma tendência de unificação e integração de procedimentos entre os Ministérios Públicos em âmbito mundial, que remonta ao final dos anos 1990, valendo lembrar que o I Congresso Mundial do Ministério Público ocorreu em São Paulo, em 2000.

Percebe-se, pois, um grande esforço para evitar que os vestígios dos crimes e os bens desviados que estão em outros países não se percam com a distância. A cada dia, muito graças à mudança da cultura investigativa produzida pela Operação Lava-Jato, as investigações estão mais profissionais, e os resultados cada vez mais efetivos e rápidos.

Com toda certeza, a globalização trouxe benefícios à sociedade. É certo, porém, que a criminalidade organizada também se vale das aberturas proporcionadas pelo mundo integrado para executar suas ações ilegais. O crime tornou-se um negócio globalizado. Cabe, portanto, às instituições brasileiras se organizarem para fazer frente a essa realidade mundial. No Brasil, os números comprovam que estamos no caminho certo. Fortalecer o Poder Executivo no combate à criminalidade organizada, integrando-o ao ciclo de outras instituições de controle que contam com altos índices de credibilidade junto à população brasileira é, com toda certeza, um excelente caminho a ser seguido.
Herculano
15/03/2019 11:29
SUPREMO TRAÇA LINHA NO CHÃO EM CONFLITO COM A LAVA JATO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Pancadaria entre tribunal e procuradores chega a ponto de tensão e não deve terminar bem

O procurador Diogo Castor deu o primeiro soco. Escreveu que o Supremo preparava um "golpe à Lava Jato" e que a operação era vítima de "ataques covardes engendrados nas sombras". O ministro Gilmar Mendes contra-atacou. Referiu-se a integrantes do Ministério Público como gangsters, cretinos e gentalha. A pancadaria não vai terminar bem.

Os dois lados desse conflito se estranham há anos, mas a tensão chegou a um ponto alto. Nesta quinta (14), o STF decidiu que crimes como corrupção e lavagem de dinheiro relacionados a caixa dois devem ser processados na Justiça Eleitoral. A força-tarefa da Lava Jato queria que esses casos ficassem na Justiça Federal e acusou o tribunal de trabalhar contra a operação.

O julgamento foi uma reação clara dos ministros aos procuradores que fazem campanha para pressionar a corte. O decano Celso de Mello afirmou que o Supremo precisa conter abusos e que não pode se expor a "panfletagens insultuosas".

Naquela sessão, o presidente do STF ainda abriu inquérito para apurar a divulgação de informações falsas e ofensas aos integrantes da corte. São alvos procuradores como Castor e Deltan Dallagnol.

O Supremo tenta dar uma demonstração de força. Além da ameaça de punição a seus críticos, o tribunal decidiu traçar uma linha no chão para impor limites à Lava Jato. Ainda que a remessa à Justiça Eleitoral possa levar algum prejuízo a casos envolvendo corrupção, a corte mostrou que não vai reinterpretar a lei segundo as conveniências da força-tarefa.

Os procuradores devem reagir, em sintonia com parte da população e com grupos políticos. O Supremo será alvo de manifestações, de pedidos de impeachment cada vez mais frequentes e, agora, de um requerimento de CPI no Senado para investigar irregularidades nos tribunais.

A briga deve ficar feia. Jair Bolsonaro já deu cotoveladas no STF, mas pode estar diante de uma guerra institucional que atrapalharia seu governo. Talvez ele precise sair a campo com uma bandeira branca
Herculano
15/03/2019 11:28
VALE AGORA TENTA 'ROMPER A BARRAGEM' DO TESOURO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Vale achou pouco os desastres que provocou em Mariana, com 19 mortos, e cerca de 300 mortes em Brumadinho, e agora pretende produzir prejuízo bilionário ao Tesouro Nacional, com manobras para reduzir a valores aviltantes a concessão por 30 anos de um trecho de 1.500 mil quilômetros da Ferrovia Norte/Sul. A Vale quer pagar R$1,5 bilhão pela ferrovia que custou R$9 bilhões ao contribuinte brasileiro. Em 2007, a Vale pagou bem mais por metade (720km) da Norte/Sul.

SÃO UNS MALAS
A Vale tentou enganar, informando pela assessoria que não participaria do leilão. Participa, sim, através da coligada VLI Logística. "V" de Vale.

FAVORECIMENTO AMPLO
Para Júlio Marcelo de Oliveira, procurador junto ao TCU, a licitação "favorece amplamente a empresa VLI e não acrescenta nada ao País"

BOCA DE SIRI
A VLI afirmou que não comenta "especulações" e a secretaria de PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) não comentou o "atentado".

LEILÃO DOS 100 DIAS
É uma "renovação antecipada" porque a Vale já explora esse trecho da Norte/Sul. É o item mais importante dos leilões de infraestrutura.

DECISÃO DO STF É A DESCONSTRUÇÃO DA LAVA JATO
Com a decisão desta quinta-feira (14) por 6? - 5 votos, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) desconstruíram o entendimento da força-tarefa da Lava Jato, confirmado em dezenas de condenações, de que Caixa Dois em campanha eleitoral é pagamento de propina, antecipada ou não. Dez em cada dez réus da Lava Jato, a serem julgados ou já condenados, devem ter varado a noite comemorando.

POLÍTICOS AMAM CAIXA DOIS
Apesar da Lava Jato e de tanta corrupção, Caixa Dois ainda não é crime. Sérgio Moro foi obrigado a retirar esse item do pacote anticrime.

TUDO O QUE ELES QUERIAM
Remetido à Justiça Eleitoral, o Caixa 2 é retirado do campo penal. E o político pilantra ganha o direito de "retificar" sua prestação de contas.

NADA MUDA PARA LULA
A decisão do STF não afeta a situação do presidiário Lula, condenado por haver aceitado suborno já na condição de presidente.

FALA, DELEGADO
O próprio delegado Giniton Lages deveria explicar o seu afastamento das investigações do caso Marielle para passar uma temporada na Itália. Mas na primeira pessoa. Não bastam explicações dos superiores.

INUTILIDADES
A decisão da Anac de "proibir" voos do 737 Max-8 quando a Gol, única que os têm, havia retirado os aviões de circulação 24 horas antes, é tão inútil quando a Boeing ontem "suspender a entrega" dessas porcarias.

GOVERNANÇA EM PAUTA
Jair Bolsonaro e seus 22 ministros assistiram nesta quinta (12) a palestra do ministro Augusto Nardes, do TCU, sobre Governança no setor público. Sua implantação vai começar pela Casa Civil, conforme o ministro Onyx Lorenzoni explicou durante a reunião ministerial.

MANDOU BEM
O deputado Sergio Souza (MDB-PR) evoluiu muito: de suplente de Gleisi Hoffmann no Senado, entre 2011 e 2014, foi eleito presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, nesta quarta (13).

TAPETE VERMELHO
O ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, xeique Abdullah bin Zayed Al Nahyan, será recebido nesta sexta (15) com tapete vermelho, pelo presidente Jair Bolsonaro e o chanceler Ernesto Araújo. Os Emirados investem mais de US$3 bilhões no Brasil.

DESINTERESSE
A Comissão de Legislação Participativa, única sem comando, somente elegerá presidente e os vice no dia 20. Mas a turma não parece muito interessada: não houve reunião nesta quinta por falta de quórum.

PT ENCOLHEU
Ex-todo-poderoso do Congresso, o PT conseguiu emplacar apenas duas comissões permanentes na Câmara. Benedita da Silva (PT-RJ) ficou com Cultura e Hélder Salomão (PT-ES) com Direitos Humanos.

A PREVIDÊNCIA ANDA
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), marcou a primeira reunião da comissão especial responsável por acompanhar a Reforma da Previdência (PEC 6/2019) na Casa para terça-feira (19).

PENSANDO BEM...
...tanto quanto em relação ao caso Marielle, o Brasil precisa saber: quem mandou matar Bolsonaro?
Herculano
15/03/2019 11:26
DORIA E WITZEL INDICAM APRENDER MAIS RÁPIDO DO QUE BOLSONARO, por Daniela Lima, editora da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Eleitos na esteira do presidente, governadores de SP e do Rio cumprem cartilha ao sonhar com Presidência

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), passou nos últimos dias pelo primeiro grande teste de sua administração. Primeiro, as chuvas. Caiu tanta água que pessoas morreram afogadas no estado que é conhecido por abrigar uma selva de pedra.

Ali, cumpriu a cartilha básica: sobrevoou os locais afetados pela enchente, mobilizou o secretariado, falou com os afligidos pela água, enfim, mostrou-se presente. O feijão com arroz ganhou destaque porque o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), estava fora do país quando a crise explodiu. Teve que voltar às pressas, mas o estrago em sua imagem ?"e o bônus agregado à de Doria?" já estava feito.

Nesta quarta (13), diante do massacre na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), Doria, fortemente criticado por rivais na campanha eleitoral por se expressar de maneira artificial, quase mecânica, mostrou-se humano diante de tamanha tragédia.

De novo, o básico. O plus ele sacou nesta quinta (14), ao anunciar uma indenização de R$ 100 mil para as famílias das vítimas da chacina.

No campo da política miúda, Doria, que atacou ferozmente o PT para vencer a eleição, está deixando correr na Assembleia a aliança histórica entre tucanos e petistas que há mais de uma década garante eleições tranquilas para a presidência da Casa - e mandatos sem sobressaltos aos governadores do estado.

Outro nome da direita, este recém chegado ao palanque da política nacional, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), deu mostras de que aprende rápido. Eleito com o apoio de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na esteira da anti-política e do antipetismo, não criou qualquer dificuldade para que o PT fizesse o chefe do Legislativo local.

Mais, nesta quinta, dias após a prisão de dois policiais acusados do assassinato de Marielle, procurou os familiares da vereadora e pediu desculpas, de novo, por ter participado de um episódio que marcou sua campanha: a destruição de uma placa simbólica com o nome da ativista.

Os dois governadores sonham abertamente com a Presidência. E dão mostras de que estão dispostos a expandir sua atuação e influência para além da direita estridente na qual se apoiaram para vencer as eleições.

Os gestos de ambos ficam ainda mais gritantes porque, de Brasília, os sinais vão no polo oposto.

O presidente Jair Bolsonaro ainda patina na articulação política. E o faz de tal modo que nem os segmentos mais afeitos a ele - evangélicos e ruralistas, por exemplo - têm poupado o inquilino do Planalto de críticas.

Diante da possibilidade de passar uma rasteira nos que o chamam de sectário, deixando para lá a nomeação de Ilona Szabó para a suplência de um conselho do Ministério da Justiça, fez justamente o contrário: ordenou o desligamento dela do colegiado, reforçando a sensação de que não convive bem com o pensamento divergente e a crítica.

De quebra, ainda apequenou seu superministro, Sergio Moro, que a havia convidado para o posto.

Bolsonaro decidiu restituir a "comunicação direta" com seus eleitores. Fez uma transmissão ao vivo em seu Facebook na semana passada. Abriu a conversa tentando justificar fala no mínimo infeliz sobre o papel das Forças Armadas na democracia, emendou uma defesa de menos de dois minutos da reforma da Previdência e depois falou o resto do tempo sobre: banana do Equador, lombadas eletrônicas, cartilhas de saúde e um edital para concurso do Banco do Brasil.

Ao discorrer sobre as cartilhas e sobre o edital do BB, disseminou informações incorretas. Ao defender a banana nacional, deixou transparecer certo interesse, já que parte de sua família vive do cultivo da fruta no Vale do Ribeira (SP).

Ainda assim, a atenção aos detalhes poderia soar como rigor implacável, não fosse o presidente tão desleixado com temas que de fato podem determinar os rumos de sua administração.

Foi preciso que o Congresso pressionasse Bolsonaro a sair em defesa da reforma da Previdência, nada menos que o pilar de sua administração e da sustentação que ele ainda tem no mercado financeiro, para que o presidente de fato o fizesse.

Doria e Witzel, potenciais candidatos à Presidência em 2022, tentam sobreviver no mundo real, no qual os ataques pelo Twitter não viram votos no Parlamento nem agregam simpatia de setores que ainda não embarcaram em suas plataformas.

O presidente, que de certa forma fez com que os dois chegassem onde estão agora, poderia olhar para os lados para não correr o risco de, ainda no nascedouro de sua gestão, tropeçar nas próprias pernas.
Herculano
15/03/2019 11:25
DORIA E WITZEL INDICAM APRENDER MAIS RÁPIDO DO QUE BOLSONARO, por Daniela Lima, editora da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Eleitos na esteira do presidente, governadores de SP e do Rio cumprem cartilha ao sonhar com Presidência

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), passou nos últimos dias pelo primeiro grande teste de sua administração. Primeiro, as chuvas. Caiu tanta água que pessoas morreram afogadas no estado que é conhecido por abrigar uma selva de pedra.

Ali, cumpriu a cartilha básica: sobrevoou os locais afetados pela enchente, mobilizou o secretariado, falou com os afligidos pela água, enfim, mostrou-se presente. O feijão com arroz ganhou destaque porque o prefeito da capital, Bruno Covas (PSDB), estava fora do país quando a crise explodiu. Teve que voltar às pressas, mas o estrago em sua imagem ?"e o bônus agregado à de Doria?" já estava feito.

Nesta quarta (13), diante do massacre na escola Raul Brasil, em Suzano (SP), Doria, fortemente criticado por rivais na campanha eleitoral por se expressar de maneira artificial, quase mecânica, mostrou-se humano diante de tamanha tragédia.

De novo, o básico. O plus ele sacou nesta quinta (14), ao anunciar uma indenização de R$ 100 mil para as famílias das vítimas da chacina.

No campo da política miúda, Doria, que atacou ferozmente o PT para vencer a eleição, está deixando correr na Assembleia a aliança histórica entre tucanos e petistas que há mais de uma década garante eleições tranquilas para a presidência da Casa - e mandatos sem sobressaltos aos governadores do estado.

Outro nome da direita, este recém chegado ao palanque da política nacional, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), deu mostras de que aprende rápido. Eleito com o apoio de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na esteira da anti-política e do antipetismo, não criou qualquer dificuldade para que o PT fizesse o chefe do Legislativo local.

Mais, nesta quinta, dias após a prisão de dois policiais acusados do assassinato de Marielle, procurou os familiares da vereadora e pediu desculpas, de novo, por ter participado de um episódio que marcou sua campanha: a destruição de uma placa simbólica com o nome da ativista.

Os dois governadores sonham abertamente com a Presidência. E dão mostras de que estão dispostos a expandir sua atuação e influência para além da direita estridente na qual se apoiaram para vencer as eleições.

Os gestos de ambos ficam ainda mais gritantes porque, de Brasília, os sinais vão no polo oposto.

O presidente Jair Bolsonaro ainda patina na articulação política. E o faz de tal modo que nem os segmentos mais afeitos a ele - evangélicos e ruralistas, por exemplo - têm poupado o inquilino do Planalto de críticas.

Diante da possibilidade de passar uma rasteira nos que o chamam de sectário, deixando para lá a nomeação de Ilona Szabó para a suplência de um conselho do Ministério da Justiça, fez justamente o contrário: ordenou o desligamento dela do colegiado, reforçando a sensação de que não convive bem com o pensamento divergente e a crítica.

De quebra, ainda apequenou seu superministro, Sergio Moro, que a havia convidado para o posto.

Bolsonaro decidiu restituir a "comunicação direta" com seus eleitores. Fez uma transmissão ao vivo em seu Facebook na semana passada. Abriu a conversa tentando justificar fala no mínimo infeliz sobre o papel das Forças Armadas na democracia, emendou uma defesa de menos de dois minutos da reforma da Previdência e depois falou o resto do tempo sobre: banana do Equador, lombadas eletrônicas, cartilhas de saúde e um edital para concurso do Banco do Brasil.

Ao discorrer sobre as cartilhas e sobre o edital do BB, disseminou informações incorretas. Ao defender a banana nacional, deixou transparecer certo interesse, já que parte de sua família vive do cultivo da fruta no Vale do Ribeira (SP).

Ainda assim, a atenção aos detalhes poderia soar como rigor implacável, não fosse o presidente tão desleixado com temas que de fato podem determinar os rumos de sua administração.

Foi preciso que o Congresso pressionasse Bolsonaro a sair em defesa da reforma da Previdência, nada menos que o pilar de sua administração e da sustentação que ele ainda tem no mercado financeiro, para que o presidente de fato o fizesse.

Doria e Witzel, potenciais candidatos à Presidência em 2022, tentam sobreviver no mundo real, no qual os ataques pelo Twitter não viram votos no Parlamento nem agregam simpatia de setores que ainda não embarcaram em suas plataformas.

O presidente, que de certa forma fez com que os dois chegassem onde estão agora, poderia olhar para os lados para não correr o risco de, ainda no nascedouro de sua gestão, tropeçar nas próprias pernas.
Herculano
15/03/2019 11:24
ATAQUE A TIROS EM MESQUITAS NA NOVA ZELÂNDIA DEIXA 49 MORTOS

Polícia prendeu quatro pessoas suspeitas de terem participado da ação em Christchurch

Conteúdo de agências internacionais. Texto editado pelo jornal Folha de S. Paulo. Um ataque a tiros em duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, deixou 49 mortos nesta sexta-feira (15, noite de quinta no Brasil). O número de mortos foi divulgado por Mike Bush, comissário de polícia da Nova Zelândia. Há ainda 48 feridos.

Inicialmente, a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern informou que 40 pessoas tinham morrido, enquanto 27 estavam feridas. .

Também de acordo com Bush, quatro pessoas ?"três homens e uma mulher?" foram detidas por terem participado da ação, mas outros envolvidos ainda podem estar soltos.

Por isso, ele recomendou que a população da cidade permaneça em casa até que a situação esteja completamente controlada.

"A polícia está respondendo com toda a sua capacidade para gerenciar a situação, mas o ambiente de risco continua extremamente alto", afirmou.

"Quero pedir a qualquer um que estivesse pensando em ir a uma mesquita em qualquer lugar da Nova Zelândia para não ir, para fechar suas portas até que recebam um novo aviso", disse Bush.

Mike Bush informou que todas as escolas de Christchurch fecharam as portas e que toda a região central da cidade entrou em toque de recolher.

Testemunhas afirmaram que por volta das 13h40 local (21h40 de quinta no horário de Brasília) um homem branco vestido com trajes militares invadiu a mesquita Masjid Al Noor, no centro da cidade, e começou a atirar.

Pessoas que estavam no local afirmaram que tiveram que sair correndo para escapar dos ataques, muitos descalços ?"é costume tirar os sapatos dentro da mesquita .

As testemunhas descreveram ao jornal local New Zealand Herald um cenário com muito sangue e com diversos corpos.

O atirador teria percorrido todas as salas do local, disparando contra os frequentadores, que tentavam fugir. Mais de 200 pessoas estavam no local no momento que os tiros começaram, incluindo um time de críquete de Bangladesh, que conseguiu escapar.

Depois houve registros de tiros em uma segunda mesquita, que não teve o nome divulgado. A polícia não descartou a hipótese de que outros locais também tenham sido alvo de ataques.

Segundo o jornal The New York Times, um dos atiradores seria de origem australiana. Em um manifesto online divulgado pelo Twitter, ele elencou nomes de líderes racistas americanos como seus heróis, descreveu o ataque como um ato terrorista e disse que transmitiria a ação pela internet.

A polícia neozelandesa confirmou que o atirador filmou sua ação e a divulgou nas redes sociais.

O vídeo postado no YouTube mostra uma pessoa carregando um fuzil em um carro. Em determinado momento, ele chega até uma mesquita, entra no local e começa a disparar contra os frequentadores.

As autoridades neozelandesas criticaram a divulgação das imagens e anunciaram que tomariam providências para tirar as imagens do ar.

Ardern, afirmou que o episódio é um dos mais tristes da história do país. "Este é um dos dias mais sombrios da Nova Zelândia. Claramente o que aconteceu aqui é um ato impressionante e sem precedentes de violência", afirmou ela em entrevista coletiva. Ela não quis comentar se a ação poderia ser considerada um crime de ódio.

Segundo a primeira-ministra, "muitas das pessoas diretamente afetadas pelo ataque podem ser imigrantes, podem ser refugiados, eles escolheram fazer da Nova Zelândia sua casa".

A cidade de Christchurch é a terceira maior do país, com uma população de 404 mil habitantes e fica 200 km ao sul da capital, Wellington.

Casos semelhantes são pouco comuns no país. O último massacre a tiros que se tem registro na Nova Zelândia aconteceu em 1990, quando 13 pessoas foram mortas por um atirador.

Mesquitas se tornaram alvo de ataques em diversos países recentemente. Em junho de 2017, um homem foi morto e dez ficaram feridos quando uma van avançou sobre um grupo que estava em uma mesquita no norte de Londres.

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