A catástrofe ambiental severa de 2008 nos deu uma dura lição. Aprendemos pouco com ela. Estamos então comemorando o que, afinal? - Jornal Cruzeiro do Vale

A catástrofe ambiental severa de 2008 nos deu uma dura lição. Aprendemos pouco com ela. Estamos então comemorando o que, afinal?

23/11/2018

Condenados ou protegidos I
Cada vez mais estaremos condenados à exposição das catástrofes ambientais severas como a que se abateu sobre o médio Vale do Itajaí, especialmente Blumenau (24 mortes), Gaspar (20 mortes), Ilhota (32 mortes) naquele novembro de 2008 de 106 vítimas em Santa Catarina. Avisados já fomos. As perguntas que não querem calar são: qual a lição que extraímos daquele episódio real, triste e doloroso sob todos os aspectos? A partir dele quais as proteções mínimas construímos para todos e principalmente aos mais vulneráveis de sempre? Se estamos esperando pelos governantes, gestores públicos e políticos, receio lhes afirmar que uma nova catástrofe de igual ou em pior proporção causará mais estragos e dor do que a que o jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, líder em circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota registrou e lhes relembra nesta edição especial como agente social líder e comunitário que é.


Condenados ou protegidos II
Até então, as Defesas Civis eram montadas – quando estruturadas, como nunca foram as de Gaspar e Ilhota - para as cheias dos rios que recolhem as águas das chuvas do Vale do Itajaí: barragens, disseminações de informações, orientações organizadas, prevenção com base nos dados e experiências, maneiras de acudir, abrigar, evacuar, dar logística alternativa, bem como o de recomeçar em algo previsível (as cheias) e “quase” rotineiro, ou ao menos, aceito. A catástrofe ambiental severa de 2008 incluiu como obrigação aos governantes via as secretarias de Planejamento, Defesas Civis e à sociedade como um todo - a que padece, a que sustenta os governos e paga à recuperação de tudo nos pesados impostos e economias – serem vetores na ocupação responsável, técnica e segura dos morros, dos vales; no estudo e conhecimento dos solos e sua instabilidade; bem como à cobertura vegetal e nas ações protetivas ordenadas por leis ou determinações preventivas mínimas para as pessoas –, normalmente expostas economicamente e menos conscientizadas para o risco diante das cruéis realidades.


Condenados ou protegidos III
Não vou tocar em Ilhota que é um pior espelho de Gaspar onde o desastre se perpetuou. Lá, até um ícone das vítimas do complexo do Baú, o mais afetado na nossa região, Tatiana Richard Reichert se tornou ativista e por isso, reconhecida com uma vaga de comissionada na gestão pública municipal. E mesmo no poder tudo ficou como antes. Então, outra pergunta necessária: o que se evolui em Gaspar de lá para cá? Nem para as enchentes. Imagina-se então para mitigar e enfrentar catástrofes tão tenebrosas como as de 2008. O prefeito da época e já derrotado na reeleição daquele ano, Adilson Luiz Schmitt, PPS, já tinha um senso melhor de Defesa Civil do que o seu sucessor por oito anos, Pedro Celso Zuchi, PT. Não vou repisar no retrocesso nessa área tão vital à proteção da sociedade nas cheias e outras catástrofes naturais (onde podem se incluir as simples enxurradas de verão, as quais dão à dimensão do descaso do poder público – incluindo as simples drenagens - e da conscientização comunitária).

Condenados ou protegidos IV
O atual prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan-Dall, MDB, na teoria evoluiu ao antecessor Zuchi. Em novembro de 2008, Kleber era um mero vereador eleito; Zuchi um prefeito eleito. Viraram espectadores. A superintendência da Defesa Civil de Kleber é, hoje, ao menos, ocupada, por um técnico, capaz, bem-intencionado, o bombeiro militar, Rafael Araujo de Freitas. É uma ilha da tal eficiência. Todavia, isolado nas prioridades de um governo político. Esta ilha é quase nada se comparada ao que se exige ao mínimo necessário e ao que se tem em Blumenau, Brusque e Itajaí, por exemplo. Para os políticos que cercam Kleber, a Defesa Civil é um lugar para empreguismo, votos e não de prevenção e proteção à vida. Técnicos não têm votos. São chatos. Impertinentes. E a prova desta falha contra a cidade e os cidadãos dos que cercam Kleber está na secretaria de Planejamento Territorial, ocupada por outro técnico de reconhecida competência, de origem petista e por isso, testemunha como poucos neste assunto em Blumenau, o engenheiro e professor universitário Alexandre Gevaerd. Até hoje, ele sequer se motivou a contratar o estudo das cotas de enchentes para Gaspar e assim suportar à obrigatória atualização do Plano Diretor, o qual fatia espertamente. Ele é vital para orientar às ações da Defesa Civil. E um geólogo? Não temos. Incrível!

Condenados ou protegidos V
Eu poderia parar por aqui. Mas, encerro com duas derradeiras questões. Não ao prefeito de plantão e que perdeu a oportunidade de dar uma resposta firme, consciente e cidadã à sociedade nestes 10 anos daquela terrível catástrofe. As perguntas são para todos nós, os expostos. Da dolorida lição, qual o aprendizado? Zero! Então, o que estamos revivendo, afinal? A nossa condenação? A proteção não é! O que penso sobre tudo isso? A auto-proteção é a melhor arma de conscientização e prevenção coletiva. Sou fã do modelo japonês. A estrutura é técnica para estudos, levantamentos, treinamentos, gestão de comando, avaliação e resultados. Entretanto, a execução é comunitária com comunitários. Afinal, os eventos são extemporâneos. Não é possível ao governo e aos cidadãos suportar uma estrutura, cara, por anos à espera de uma catástrofe com contornos e agressividades diferentes. E é esse modelo comunitário que obriga à consciência do perigo, do dever de auto-proteção e da prevenção por uma maioria, permanentemente. E esse é o papel político e de liderança de um governo”.

TRAPICHE

Em Gaspar, há 58 áreas de riscos mapeadas em 2008. Dez anos depois, nenhum geólogo, nenhum estudo. A CPRM – Serviço Geológico do Brasil – e ligado ao Ministério das Minas e Energia, está procedendo os estudos. Quando concluído, estas áreas deverão diminuir e livres para a reocupação.

O Sertão Verde é a mais emblemática dessas áreas interditadas, até por ser a que mais estava urbanizada na época. Ali morreram sete e de uma mesma família. Os políticos – atrás de votos fáceis - fazem discursos forçando à liberação dela. Quando houver um novo desastre irão oferecer as condolências aos parentes sobreviventes?

Exemplo bom. A ex-presidente da Petrobrás, mas na época na condição de diretora, Maria da Graça Foster, PT, esteve em Gaspar para ver os estragos causados pelo estouro gasoduto. Prometeu recuperar áreas públicas e particulares afetadas, bem como parcialmente danos às vítimas. Cumpriu.

Mau exemplo. A torre da Vivo no morro do Samae pendia e ameaçava desabar para interditar a Avenida das Comunidades. A empresa resistia. A Justiça mandou derrubá-la.

Comentários

Herculano
26/11/2018 07:37
OLHANDO A MARÉ INÉDITA

Hoje é dia da coluna Olhando a Maré inédita.

Não vou relatar o belo espetáculo que aconteceu ontem a noite na escadaria da Matriz de São Pedro Apóstolo. Ele marcou a abertura da programação cristã e do comércio do Natal em Gaspar, numa tentativa de fortalecê-lo e torná-lo mais atrativo e menos dependente de Blumenau.

O relato será da redação com amplo material visual no portal Cruzeiro do Vale

Na coluna vou abordar o dia em que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, temeu pelo seu futuro, bem como o desafio do gasparense nascido em Blumenau, Paulo Norberto Koerich, a frente da Diretoria Geral da Polícia Civil, no futuro governo.

É bom lembrar que outro delegado, Ademir Serafim, nascido em Florianópolis, mas identificado e morador por anos aqui onde estão seus filhos, também já foi Delegado Geral da Polícia em Santa Catarina. E pelo menos dois outros delegados locais, tornaram-se regionais, inclusive o atual de Blumenau, Egídio Ferrari. Acorda, Gaspar!
Miguel José Teixeira
25/11/2018 18:31
Senhores,

Na mídia:

"Wellington Dias vai gastar R$ 26,2 milhões para ter jatinho e helicóptero à disposição dele e da família"

Mais em:

https://diariodopoder.com.br/wellington-dias-vai-gastar-r-262-milhoes-para-ter-jatinho-e-helicoptero-a-disposicao-dele-e-da-familia/

E sabem quem é o burguês?
É, nada mais, nada menos que o governador do paupérrimo Piauí. . .

E sabem de que ParTido?
Pra variar, do quadrilhão PeTralha, , ,
Miguel José Teixeira
25/11/2018 10:55
Senhores,

"Livre, o professor matou-se, atirando-se do alto de um shopping de Florianópolis." (Elio Gaspari, abaixo)

Huuummm. . .
Herculano
25/11/2018 09:33
O FIO DA NAVALHA DE BOLSONARO, por Adriana Vasconcelos, por Adriana Vasconcelos, em Os Divergentes

O presidente eleito Jair Bolsonaro tem se equilibrado no fio da navalha desde que venceu Fernando Haddad e impôs uma derrota incontestável sobre o PT e o ex-presidente Lula. A despeito do apoio popular recebido das urnas, que despertou paixões e também ódios. Haja vista a facada da qual foi vítima durante a campanha.

Para quem nunca exerceu um mandato no Executivo antes, pode-se dizer que ele está se saindo melhor do que muitos imaginavam. Especialmente se levado em conta que está cercado por gente também sem muita experiência em lidar com o assédio da imprensa e dos próprios aliados.

A exceção talvez seja o futuro chefe da Casa Militar, general Augusto Heleno, cujas passagens anteriores pelo Palácio do Planalto o prepararam para suportar a pressão e reconhecer as cascas de banana deixadas no caminho de quem próximo do Poder. Certamente por isso Bolsonaro preferiu mantê-lo a poucos metros de seu futuro gabinete.

A escolha de Sérgio Moro para a Justiça, talvez tenha sido o seu primeiro gol de placa. Assegurou elogios até mesmo na ala tucana que prefere manter uma distância regulamentar do presidente eleito.

Deu liberdade para seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, montar sua equipe, incluindo as nomeações para a Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES. O que lhe rendeu aplausos de economistas que apostavam que o chamado "Posto Ipiranga" enfrentaria resistências dentro do governo logo de cara.

A expectativa é enorme em cima desses dois super ministros. O que, por ironia do destino, pode também ajudar a encurtar a lua de mel do novo governo com seus eleitores. Pois não será fácil acabar com a corrupção e derrotar o crime organizado de cara, como parte do eleitorado de Bolsonaro e admiradores de Moro esperam. Esse é um trabalho de longo prazo. Tampouco pode-se esperar que a economia brasileira conseguirá se recuperar rapidamente a partir de janeiro próximo.

O primeiro teste de fogo virá com a retomada do debate e votação da reforma da Previdência, considerada a prioridade das prioridades.

Por mais que o PSL tenha conseguido eleger a segunda maior bancada da Câmara e o governo estime que poderá contar em sua base com no mínimo 222 deputados, além de 23 senadores, Bolsonaro ainda não sabe como essa turma se comportará durante o debate que será travado no Congresso. Além de não serem suficientes para aprovar mudanças constitucionais, parte dessa turma se elegeu, assim como o presidente, com o apoio de seus milhares de seguidores nas redes sociais.

Se não tiver um bom discurso para vender as mudanças que vai propor para a Previdência, uma eventual pressão contra nas redes poderá influenciar no placar dessa votação.

No mercado financeiro, a aposta é que Bolsonaro terá necessariamente de ceder cargos nos segundos e terceiros escalões, bem como negociar a liberação de emendas, para vencer as resistências dos próprios aliados em votar medidas impopulares.

A chiadeira começou dentro do próprio partido de Bolsonaro e já contaminou o centrão, que não engoliu os três ministros do DEM. Ainda que dois deles tenham sido indicação das bancadas da Agricultura e da Saúde. Aliás, essa foi uma estratégia interessante de Bolsonaro para fugir da pressão dos partidos aliados, mas de eficácia incerta.

Vale lembrar que no meio do caminho, teremos uma acirrada disputa pelos comandos da Câmara e do Senado. Por mais que já tenha declarado que não pretende colocar a mão nesta cumbuca, se deixar correr solto, Bolsonaro pode ter alguém sem experiência e pulso para conduzir a votação da reforma da Previdência.

A avaliação é que Bolsonaro perdeu a chance de garantir já algum avanço na reforma este ano, por não ter se organizado para sentar, no dia seguinte de sua vitória, e fechar um plano junto com o Congresso.

Para acelerar a tramitação no próximo ano, há quem defenda que o governo deveria aproveitar o texto base enviado pelo presidente Michel Temer, que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pela Comissão Especial. O economizaria no mínimo três meses e as modificações propostas pelo governo Bolsonaro poderiam ser apresentadas na forma de emenda. Solto, Bolsonaro pode ter alguém sem experiência e pulso para conduzir a votação da reforma da Previdência.

A avaliação é que Bolsonaro perdeu a chance de garantir já algum avanço na reforma este ano, por não ter se organizado para sentar, no dia seguinte de sua vitória, e fechar um plano junto com o Congresso.

Para acelerar a tramitação no próximo ano, há quem defenda que o governo deveria aproveitar o texto base enviado pelo presidente Michel Temer, que já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pela Comissão Especial. O economizaria no mínimo três meses e as modificações propostas pelo governo Bolsonaro poderiam ser apresentadas na forma de emenda.
Herculano
25/11/2018 08:01
LULA INTERFERIU NA PREVI, FUNCEF E PETROS, DIZ PALOCCI

Conteúdo de O Antagonista. Em delação premiada à Polícia Federal, Antonio Palocci relatou a atuação de Lula para viabilizar o projeto de nacionalizar a indústria naval e arrecadar recursos para as campanhas do PT, publica o Estadão.

Segundo o ex-ministro, Lula e Dilma Rousseff teriam determinado que ex-dirigentes da Previ, Funcef e da Petros capitalizassem o "projeto sondas". A operação resultou na criação da Sete Brasil.

Os ex-dirigentes citados na delação são: Sérgio Rosa e Ricardo Flores (Previ), Guilherme Lacerda (Funcef) e Wagner Pinheiro e Luís Carlos Affonso (Petros).

Na última sexta-feira, a Justiça determinou, no âmbito da 56.ª fase da Lava Jato, a prisão de Affonso.
Herculano
25/11/2018 07:42
O VALOR CRÍTICO DO JORNALISMO

A ombudsman do jornal Folha de S. Paulo, Paula Cesarino Costa escreveu neste domingo sobre a cobertura de Jair Bolsonaro tão criticada por seus seguidores, algo conhecido para quem não quer perde a credibilidade como veículo de comunicação. Ela está baseada em dados.

Pesquisa com leitores da Folha revelou que 60% deles consideram que a cobertura do governo Bolsonaro é crítica "na medida certa" e 9% gostariam que o jornal fosse ainda mais crítico. Parcela significativa (29%) avalia a Folha mais crítica do que o necessário, índice bem superior ao detectado nos governos Temer (10% achavam o jornal duro demais com Temer) e Dilma (16%).

De todo modo, 51% acham que o jornal deve manter a cobertura como está, enquanto 24% gostariam de um noticiário menos crítico e 21% pedem abordagem mais crítica.

Essa postura crítica, por certo, incomoda e fecha portas de acesso ao poder. Num primeiro momento, pode parecer contraproducente para o jornal e seus jornalistas. A longo prazo, no entanto, é o que valoriza a cobertura e atesta a necessidade da imprensa, por sua independência e vigilância.

Descontentar o leitor, em certa medida, pode ser necessário, desde que no grande arco de cobertura o jornal mostre ter antecipado o cenário mais exato e discutido sem passionalidade (nem otimismo nem pessimismo) suas consequências.

A governança na era digital (e o estilo peculiar dos novos donos do poder) é mais uma faceta a obrigar que jornais e jornalistas estejam em modo permanente de renovação, inovação e reinvenção.
Herculano
25/11/2018 07:37
LABORATóRIOS USAM A JUSTIÇA PARA APLICAR GOLPE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais catarinenses

O governo federal tem sido vítima de um golpe que custa cada vez mais ao País e que somente este ano desviou da saúde pública mais de R$8 bilhões, mais que o orçamento anual de estados como Alagoas, por exemplo. Isso decorre de ordens judiciais que obrigam o governo a adquirir medicamentos de alto custo para pequenos grupos de pacientes. O assunto é tão grave que ganhou prioridade do futuro ministro da Saúde do governo Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta.

JUSTIÇA NÃO TEM CULPA
O golpe não está nas decisões judiciais, em geral bem intencionadas, mas em quem está por trás das ações que são movidas.

LABORATóRIOS POR TRÁS
Acredita-se no Ministério da Saúde e nas secretarias que entidades de pacientes de doenças raras são criadas e financiadas por laboratórios.

ELES CUIDAM DE TUDO
Laboratórios, em geral internacionais, cuidam de toda papelada para criar ONGs e ainda disponibilizam advogados caros.

TAMBÉM NO PARLAMENTO
Há "frentes parlamentares" de doenças raras, diz Mandetta, atuando na pressão pela compra de remédios que custam até R$150 mil.

TEMER PODE ZERAR DESEMPREGO DO SEU GOVERNO
A pouco mais de um mês da transição para o governo Bolsonaro, o presidente Michel Temer comemorou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados com 790 mil empregos criados entre janeiro e outubro. A meta do governo é conseguir gerar outros 215 mil postos em novembro e dezembro para fechar 2018 acima de um milhão de empregos gerados e entregar o país como recebeu em 2016.

2016 CAOS
O Brasil perdeu, segundo o Caged, 985 mil empregos nos primeiros 8 meses de governo Temer, metade disso no mês de dezembro de 2016.

2017 ZERADO
Ano que seria da retomada, 2017 ficou marcado por denúncias contra Temer e pela estagnação da economia e do emprego. Tudo espuma.

É POSSÍVEL
Para zerar a fatura, Temer precisa repetir desempenho de abril, agosto ou setembro, acima de 100 mil empregos, nos próximos dois meses.

SÃO UNS ARTISTAS
Em vez de pedir desculpas e expulsar seus ladrões, o PT pede aos militantes "resistência", que é como chama a decisão que tornou réus Lula, Dilma, Mantega, Palocci, Paulo Bernardo, Gleisi, Vaccari etc.

VAI SAIR DO NOSSO BOLSO
Questionado sobre o "rolé" internacional de Haddad para falar mal do Brasil, o PT não explicou se houve convite para participar de eventos, quais os países serão visitados e nem muito menos quem bancará o passeio. Deve acabar na conta do Fundo Partidário, dinheiro público.

BEM DIDÁTICO
Futuro ministro da Educação, Ricardo Rodríguez disse em artigo que aceitou a indicação para combater a "tresloucada oposição de raças, credos, nós contra eles", ensejada pelos governos petistas no Brasil.

ELEIÇÃO QUE NÃO ACABA
Apesar de as eleições terem acabado há quase um mês, esta terça-feira é último dia para os candidatos, partidos políticos e coligações, onde houve segundo turno, removerem as propagandas de rua.

DINHEIRO NA MÃO É VENDAVAL
Segundo o portal do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União, o total de pagamentos realizados pelo governo federal até agora totaliza mais de R$2,28 trilhões. Saídos dos nossos bolsos.

SIGILO CONTINUA
O Senado aprovou MP que destina parte da verba arrecadada com as loterias esportivas e federais para o Fundo Nacional de Segurança Pública. Nem sequer discutem divulgação dos vencedores, como em qualquer lugar do mundo, como recomenda a transparência.

AUMENTO (AINDA) NA GAVETA
Correram nas redes fake news sobre a sanção, por Michel Temer, do aumento de 16% a ministros do STF, que ainda não fez o prometido: acabar com o auxílio-moradia. E ainda não acabou o prazo de Temer.

100 MIL EMENDAS
O governo federal tem 99.297 emendas de parlamentares para destinar verbas a programas ou locais específicos. Foram empenhados R$12 bilhões para isso, mas somente R$ 5,7 bilhões foram de fato pagos.

PENSANDO BEM...
...2018 está chegando ao fim, mas algumas caras de pau são para sempre.
Herculano
25/11/2018 07:29
O MINISTÉRIO SE REVELA NAS MANOBRAS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Como sempre acontece, a dança de nomes mostra a alma da formação da equipe de um presidente

Em setembro acreditava-se que o médico Henrique Prata, diretor do Hospital do Câncer de Barretos, podia ser o ministro da Saúde num eventual governo de Jair Bolsonaro. Outra hipótese seria a ida do deputado do deputado Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS).

Nos dois meses seguintes pelo menos dois renomados médicos passaram pelo balcão de apostas e o jogo fechou com a nomeação de Mandetta. Há dois anos, o cirurgião Raul Cutait esteve com um pé na pasta, mas Michel Temer nomeou o deputado Ricardo Barros (PP-PR).

O jogo do ministério, com seus balões de ensaio e boatos, é um divertimento que acaba no dia em que o Diário Oficial publica a lista dos nomeados. Contudo, os movimentos que ocorrem nos bastidores acabam revelando a alma do governo que se forma.

Descontada a maneira silenciosa e cirúrgica com que Paulo Guedes forma sua equipe na área econômica, até agora a principal decisão de Bolsonaro foi a transferência do general da reserva Augusto Heleno para o Gabinete de Segurança Institucional.

Ele estava designado para a Defesa e foi deslocado pouco depois da escolha de Sergio Moro para a Justiça. Trocou um ministério com gabinete fora do Planalto por outro a poucos metros da sala do presidente.

O Ministério da Educação de Bolsonaro tornou-se uma grelha. Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, foi vetado pela bancada evangélica sem ter sido convidado. O procurador Guilherme Schelb, da simpatia dos pastores, viu-se frito.

Ao fim do dia foi escolhido o professor Ricardo Vélez Rodríguez, da Federal de Juiz de Fora, que lecionou na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. Do episódio resulta que Bolsonaro colocou no Ministério da Educação uma pessoa com quem nunca trocou duas palavras ou leu duas páginas.

A formação de um governo obedece a uma lógica própria. Um terço dos ministros são pessoas que o presidente queria colocar exatamente onde ficaram, como Paulo Guedes. No segundo terço o escolhido vai para a equipe, mas cai em outro lugar, como Augusto Heleno. No terceiro, entram pessoas que o presidente mal conhecia.

A mecânica da formação da equipe acaba sendo tão significativa quanto as escolhas. Temer disse que nomearia notáveis. Armou sua equipe pelo velho método e estabeleceu uma marca na história universal: dois de seus ministros acabaram na cadeia (Geddel Vieira Lima e Henrique Alves).

Outros dois tiveram os pais e padrinhos políticos encarcerados (Helder Barbalho e Leonardo Picciani). No governo Dilma, Joaquim Levy pensou que havia sido escolhido para o Ministério da Fazenda, mas caiu num comissariado, do qual fugiu.

Na competição que produz ministros, às vezes ganham relevo aqueles que decidem não sê-lo. Ilan Goldfajn deixou o Banco Central. Já o nome do general da reserva Oswaldo Ferreira para a área de infraestrutura era pedra cantada. Ele participava do planejamento da campanha de Bolsonaro e chegou a dar entrevistas sobre projetos. Decidiu ficar fora do governo.

O 'IMPREVISTO' DE MORO

O futuro ministro Sergio Moro defendeu a delegada Erika Marena, coordenadora da "Operação Ouvidos Moucos", que em 2017 resultou na prisão do reitor Luiz Carlos Cancellier, da Universidade Federal de Santa Catarina.

Levado para uma penitenciária, ele vestiu uniforme laranja, foi algemado e lá dormiu uma noite. Sua prisão foi pedida pela delegada, e a Justiça, que a autorizou, suspendeu-a no dia seguinte, pois não viu no pedido da delegada "fatos específicos dos quais se possa defluir a existência de ameaça à investigação."

Livre, o professor matou-se, atirando-se do alto de um shopping de Florianópolis.

Quando a "Ouvidos Moucos" foi espetacularizada, Cancellier e outros professores eram acusados de terem desviado R$ 80 milhões de um programa da UFSC. Essa informação revelou-se falsa e foi divulgada antes mesmo que Cancellier fosse ouvido. A cifra referia-se à verba total do programa.

A delegada Erika Marena é considerada uma policial competente e teve um relevante desempenho na fase inicial e decisiva da "Operação Lava Jato". Ao informar que ela assumiria o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Polícia Federal, Moro tratou do caso de Cancellier e disse o seguinte:

"Foi uma tragédia, algo trágico, e toda a solidariedade aos familiares do reitor, mas foi um infortúnio imprevisto na investigação. A delegada não tem responsabilidade quanto a isso".

Falta definir "infortúnio imprevisto na investigação". Ou, pelo menos, quais são os infortúnios que as investigações podem prever. Prisões desnecessárias, humilhações e espetacularizações talvez estejam entre eles.

OUTRO ESPETÁCULO
Há um ano, noutro caso espetacular, o empresário Ricardo Saud, da J&F dos irmãos Batista, contou que sua organização corrompia políticos e esfriava as propinas usando mais de cem escritórios de advocacia que simulavam serviços. Entre os políticos estava o deputado Fábio Faria e entre os escritórios, o do advogado Erick Pereira. (Na sua delação, Saud chamou-o de Erick Faria.)

Passou-se um ano, a procuradora-geral Raquel Dodge chamou Saud de "pretenso colaborador" e pediu o arquivamento do processo porque "não foi possível colher nenhum elemento probatório que demonstrasse que o investigado (deputado Fábio Faria) cometeu os referidos delitos" e que "a documentação juntada aos autos pelo colaborador em nada demonstra que os eventos que narra ocorreram". O pedido da procuradora foi atendido pela ministra Rosa Weber, do STF. Quanto ao advogado Erick Pereira, ele juntou aos autos as provas dos serviços prestados pelo escritório.

O distinto público foi enganado duas vezes, primeiro pela JBS fazendo-se passar por uma "campeã nacional". Depois pelos seus donos e diretores enfiando cascalhos nas suas pretensas delações.

BEIJO DA MORTE
Na terça-feira, um veterano parlamentar ouviu um colega do PSOL saudando a possível escolha de Mozart Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, para o Ministério da Educação.

Foi rápido:

"Já era."

FOGO AMIGO
Durante a campanha o general Hamilton Mourão contou que estava lendo uma biografia de seu colega "Stonewall" Jackson. Ele foi um dos maiores generais do Sul rebelde na Guerra da Secessão (1861-1865). Ganhou o apelido de "Muralha" ao conter o inimigo, decidindo a primeira grande batalha do conflito. Era um tipo estranho. Cristão fervoroso, lutava pelo Sul, mas condenava a escravidão.

A vida de "Stonewall" pode inspirar Mourão. Primeiro, porque ele falava pouco e escondia tudo. Sempre ia para a linha de frente, mas numa noite tomou três tiros de sua própria tropa durante uma patrulha noturna.

"Stonewall" tornou-se a mais famosa vítima de fogo amigo das forças militares americanas.
Herculano
25/11/2018 06:59
BOLSONARO TENTA INVENTAR A COALIZÃO SEM PARTIDO, por Josias de Souza

Enquanto o noticiário se ocupa da polêmica mais recente - Escola sem Partido -, Jair Bolsonaro tenta colocar em pé a principal novidade da temporada pós-eleitoral: a coalizão sem partido. A oligarquia partidária já sentiu o cheiro de enxofre. Mas evita o confronto em campo aberto. O alto comando do fisiologismo cava suas trincheiras no Congresso em silêncio. Sabe que está em desvantagem, pois se alguém apresentasse no Legislativo uma proposta de dissolução imediata dos partidos seria aplaudido de pé nas esquinas de todo país.

Não é que Bolsonaro tenha levado ao pé da letra a promessa de acabar com o toma-lá-dá-cá. É dando que o capitão espera obter votos no Congresso. A diferença é que ele imagina ter encontrado uma maneira de camuflar o código de barras. Dividiu o território da Esplanada dos Ministérios em três pedaços: dois que serão presumivelmente geridos com seriedade, e outro nem tanto. Nos pedaços que todos presumem sérios, foram acomodados militares da reserva, como o general Augusto Heleno (GSI); e técnicos como Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia).

No terceiro pedaço, estão os ministérios a serviço do fisiologismo. Coisa fina: Agricultura, Educação e Saúde, por exemplo. Na campanha, Bolsonaro rasgou o sistema político-partidário. Eleito, costura o casaco do lado avesso. Em vez de fechar negócio com o partido par ou com a legenda ímpar, negociou ministérios com frentes parlamentares temáticas. Imagina que sairá mais barato.

Num esforço para melhorar a coreografia, Bolsonaro evitou acertos com o PTB de Roberto Jefferson, o PR de Valdemar Costa Neto e assemelhados. Numa evidência de que não é fácil modificar integralmente o cenário, o presidente eleito encostou seu futuro governo nas bancadas do Boi, da Bíblia e da Saúde. A turma da Bala aguarda na fila.

Por um instante, imaginou-se que, sob Bolsonato, a Presidência da República seria da cota do DEM, pois calhou de as bancadas suprapartidárias indicarem deputados do ex-PFL. Além de Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que cosquistara a chefia da Casa Civil, foram guindados ao primeiro escalão dois representantes do DEM de Mato Grosso do Sul na Câmara: Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Tereza Cristina (Agricultura).

Descobriu-se na sequência que, no novo governo, o Palácio do Planalto pertence, na verdade, à cota dos evangélicos. Para além do poder de indicar, a banda da Bíblia usufrui do privilégio de vetar ministros. Enviou à fogueira o educador Mozart Neves Ramos, que cometeu o pecado de não beijar a cruz do projeto de Escola sem Partido. Os parlamentares de Cristo celebraram a indicação do colombiano Ricardo Vélez Rodríguez.

"A bancada evangélica é importante, não é para mim, é para o Brasil", disse Bolsonaro neste sábado (24). "A pessoa indicada (para a Educação) não é evangélica, mas atende aquilo que a bancada evangélica defende como os princípios, valores familiares, respeito à criança... Formar alguém que seja útil para o Brasil e não para o seu partido."

A maneira como Bolsonaro se prepara para governar tornou-se surpreendente porque ninguém prestava muita atenção no personagem antes de ele virar um fenômeno eleitoral. O histórico parlamentar e a origem do mandato presidencial revelam que Bolsonaro não gosta de se coligar com ninguém. Nos seus 28 anos como deputado, nunca foi visto numa reunião com líderes partidários para negociar um projeto. Sempre preferiu a encrenca à concórdia. Na corrida presidencial, se pudesse, não teria se coligado nem com o seu partido, o PSL.

Há políticos cujo temperamento permitiu que formassem grandes coligações. Foi o caso, por exemplo, de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, duas almas acomodatícias. Lula, embora também fosse afeito à negociação, optou por compor sua coalizão levando à fronteira do paroxismo o fisiologismo praticado sob Sarney e FHC. O mensalão e o petrolão, esquemas de compra de apoio parlamentar com moeda sonante, tiveram origem no primeiro reinado de Lula. Deu em cadeia.

Outros presidentes tentaram governar acima dos partidos políticos antes de Bolsonaro. Os casos clássicos são os de Fernando Collor de Mello e Jânio Quadros. Deram-se mal. Um foi enxotado do Planalto. Outro bateu em retirada. O que há de diferente no caso de Bolsonaro é o uso das frentes parlamentares temáticas como estepes dos partidos clássicos, quase todos em processo de autocombustão. Como sucede em qualquer transação mercantil, será preciso fazer uma conta do tipo custo-benefício.

A chance de a manobra de Bolsonaro dar certo é pequena. Além das emboscadas que a oligarquia partidária planeja realizar, não é certo que os membros das bancadas temáticas, habituados às mobilizações em torno de causas específicas, se animarão a pegar em lanças por um pacote de reformas que inclui da reviravolta na Previdência ao embrulho anticorrupção. Seja como for, Bolsonaro sempre poderá alegar que tentou fazer algo diferente.
Herculano
25/11/2018 06:51
SUBDESENVOLVIMENTO NÃO SE IMPROVISA, por Marcos Lisboa, economista e presidente do Insper, ex-secretário de política econômica do Ministério da Fazenda.

Capitalismo de compadres fez Brasil perder o bonde do crescimento

Os mais velhos se lembram do tempo em que telefone era mercadoria valiosa. Em 1990, demoravam-se anos para se conseguir uma linha telefônica pelos meios oficiais (as empresas pertenciam ao governo, mas atendiam mal ao público).

O caro telefone era declarado no Imposto de Renda, desde que adquirido legalmente. A muitos não restava alternativa senão alugá-lo de comerciantes que, sabe-se lá como, tinham alguns disponíveis.

Preços altos e venda ilegal são consequências da intervenção pública atrapalhada e das restrições ao comércio.

Políticas setoriais podem ser bem-sucedidas. Muitas vezes, porém, estão apenas a serviço do oportunismo.

Empresas ineficientes demandam proteções e auxílios porque não conseguem vender seus bens aos preços dos importados. Concorrência desleal, argumentam, afinal a taxa de juros por aqui é mais alta e a taxa de câmbio não ajuda.

Pois bem. Na última década assistimos à disseminação das medidas de incentivo setorial, como a concessão de crédito com taxas de juros subsidiadas, desonerações tributárias e regras de conteúdo nacional.

Não deu certo. Como no caso das estatais de telefonia, o resultado da intervenção pública foi um país mais pobre pela insistência nas velhas teses desenvolvimentistas da época Geisel. Recursos da sociedade são desperdiçados com empresas que adotam tecnologia inadequada para produzir bens de baixa qualidade.

As intervenções atrapalhadas prejudicam o restante do setor produtivo que não pode comprar máquinas e equipamentos mais eficientes, por serem produzidos no exterior. Estima-se que entre 40% e 60% da menor produtividade dos países pobres, como o Brasil, decorra das proteções inadequadas a setores e a empresas.

Reformas são bem-vindas, afinal o Brasil há décadas perdeu o bonde do crescimento em razão do seu capitalismo de compadres. A renda por trabalhador cresceu 18% no Brasil entre 1995 e 2016, contra 48% nos Estados Unidos e 127% nos demais emergentes, excluindo a América Latina.

Deve-se abrir a economia ao comércio exterior, reduzir as distorções tributárias e privatizar muitas estatais. Sugere-se atentar para a regulação, afinal nossa telefonia ainda deixa a desejar.

Algumas empresas irão à falência, como ocorreu com os comerciantes de telefones, desempregando seus funcionários. Recomenda-se cuidar das vítimas inocentes e garantir um período de transição, pois muitos apenas seguiram a regra do jogo, por mais equivocada que fosse.

A alternativa é sucumbirmos, mais uma vez, às pressões de empresários e das corporações de servidores públicos. Subdesenvolvimento não se improvisa.
Herculano
25/11/2018 06:48
LÉ COM CRÉ, CRÉ COM LÉ, por Carlos Brickmann

Se alguém duvidar do que vou contar, informo prudente: "Meninos, eu vi". Vi Delfim Netto ser apontado como comunista - e o imagino, um dos homens fortes do regime militar, disfarçando para não ser desmascarado por gente para quem Gengis Khan já era esquerdista perigoso. Vi Fernando Henrique ser apontado como comunista por ter sido professor de marxismo. Vi o ministro da Educação de Bolsonaro, professor emérito da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, contar que foi trotsquista e militou em organizações que, para o regime militar, eram terroristas. Mas, se ter sido professor de marxismo basta para apontar FHC como comunista, atuar em grupos terroristas não afetou o ministro Ricardo Vélez Rodríguez.

Vi, pode crer, banqueiros e operadores financeiros da mais alta reputação internacional apontados como comunistas. Pelo jeito, enriquecem só para dar inveja aos mais pobres, estimulando-os à revolução comunista.
Nada de novo: vi esquerdistas boicotando Simonal, tentando boicotar Elis, vaiando Chico Buarque (sim, Chico Buarque! - e não foi uma vez só), fazendo passeatas contra guitarras "estrangeiras" na música brasileira e atacando agentes da americanização como Caetano e Gil. Novo é saber que Fernando Henrique, Delfim e banqueiros são ao mesmo tempo comunistas e fascistas, e que Sérgio Moro foi treinado pela CIA para evitar que os pobres brasileiros se misturem aos ricos nos aeroportos.

Meninos, eu vi.

LONGES LEMBRANÇAS

Claro, parte do texto acima remete a I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias. E me lembra os anos de chumbo: se não me falha a memória, foi a primeira poesia publicada pelo Estadão no lugar de uma notícia censurada. A ideia (brilhante) dos poemas foi de Antônio Carvalho Mendes, Antoninho Boa Morte, responsável pela coluna de Necrologia do jornal.

TODOS JUNTOS

A denúncia do quadrilhão do PT, apresentada há mais de um ano pelo então procurador-geral Rodrigo Janot, foi aceita e transformada em ação penal por formação de organização criminosa pelo juiz Vallisney Oliveira. Os réus são Lula, Dilma, Palocci, Guido Mantega e João Vaccari Neto. Na denúncia, Janot diz que só na Petrobras o prejuízo desse esquema de corrupção foi de uns R$ 29 bilhões, de acordo com o Tribunal de Contas.

O MINISTÉRIO QUE FALTA

O presidente da União Democrática Ruralista, UDR, Nabhan Garcia, vai para a Secretaria Especial de Assuntos Fundiários - em princípio, cuida da reforma agrária, mas mantendo fora o MST. Só há um problema: Nabhan não gosta da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e é correspondido. Se os dois trabalharem juntos sem problemas será uma surpresa, já que Tereza comanda uma ala mais moderna do agronegócio.

Certa vez, Chico Buarque sugeriu aos governos petistas que criassem o Ministério do Vai dar Caca, que apontaria os problemas de cada solução - na verdade, "vai dar caca" é uma expressão mais gentil que a de Chico. Seria hoje uma ótima ideia.

A HORA DA VERDADE

E, por falar em problemas, o PSL, partido de Bolsonaro, segunda maior bancada da Câmara, sente-se prejudicado na distribuição de cargos. O presidente Bolsonaro diz que os cargos estão sendo preenchidos por gente de confiança, independentemente do partido a que pertençam. Mas o DEM tem três dessas pessoas de confiança - e até Joice Hasselman já protesta. É o primeiro grande teste da base parlamentar de Bolsonaro. Tem de ser uma base forte, para aprovar as reformas que o presidente diz que precisa fazer.

BOA NOTÍCIA

O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, conversando com empresários, disse que gostaria de reduzir a carga tributária de 36% a 25% em dez anos. A ideia e ótima - mas exige medidas que o Congresso aprove.

RETRATO DO BRASIL

Francisco Gladyson Pontes, motorista do Tribunal de Justiça do Ceará, salário mensal de R$ 2.794,00, acaba de se aposentar. Sua aposentadoria é de R$ 26.900,00 reais mensais, incorporando salário, gratificações (entre elas, "por risco de vida" e "gratificação judiciária") e benefícios diversos. Tudo direitinho dentro da lei, tudo já publicado no Diário Oficial.

OS BENS DA ABERJE

A Justiça determinou, no dia 14, o arresto e penhora de bens da Aberje, Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, por descumprimento de decisão judicial. A Aberje está condenada a pagar dívidas trabalhistas de quase 15 anos atrás, o que levou agora à decisão da 73ª Vara do Trabalho do Fórum da Barra Funda, em São Paulo.
A Aberje, organização com mais de meio século, reúne as principais organizações empresariais do país, com o objetivo de aprimorar ações de comunicação, responsabilidade social, construção de marca e imagem, lobby e compliance.
Herculano
25/11/2018 06:38
A TENTAÇÃO POPULISTA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Fenômeno se torna mais comum na esteira de grandes crises

O que vem depois de Trump? Se a promessa do presidente norte-americano de trazer de volta os bons empregos na indústria por meio de barreiras comerciais fracassar, como é provável que acontecerá, para onde o eleitor vai se voltar? Para o centro ou para uma alternativa ainda mais radical?

Essa é uma das questões propostas pelo historiador econômico Barry Eichengreen (Universidade da Califórnia, Berkeley) em "The Populist Temptation", mais um dos bons livros que tentam explicar o que diabos está acontecendo no mundo.

O autor conceitua populismo como uma força que demoniza "as elites" e glorifica "o povo" e se caracteriza, nos EUA e na Europa (ele fala pouco das outras partes do mundo), por tendências autoritárias, nativistas e anti-intelectuais. Mostra, com abundância de exemplos, que o populismo se torna mais comum na esteira de grandes crises, quando é relativamente fácil convencer os eleitores de que as dificuldades que eles experimentam se devem a uma traição das elites.

No mais das vezes, as respostas que o líder populista oferece para a economia são simplistas e contraproducentes. A ideia de Trump de provocar uma guerra comercial para reaver empregos que jamais voltarão é um bom exemplo.

O interessante no livro de Eichengreen é que ele não se limita a mostrar as condições sob as quais o extremismo prospera, analisando também situações em que a elite política conseguiu dar uma resposta às ansiedades econômicas que logrou evitar a tentação populista. Merecem destaque aí o New Deal de Roosevelt nos anos 30 e as reformas sociais que Otto von Bismarck introduziu na Alemanha em fins do século 19.

E o que virá depois de Trump? A julgar pelo resultado das eleições de meio de mandato, o americano deve voltar-se para a oposição normal, que são os democratas. Mas, se há algo que pleitos recentes nos ensinaram, é que surpresas passaram a fazer parte do novo normal.
Gaxparense
25/11/2018 00:12
Quem esteve no lançamento do PSL de Gaxpar, esperando vê umas caras novas se arrependeu. Tudo carta marcada, velhos políticos, oportunistas.
Mas o que me levou escrever hoje aqui, é que estive lá, confesso que fui empolgado com a novidade do Partido do nosso Presidente Bolsonaro em Gaxpar.
Mas quando ouvi o "tal" presidente de gaxpar falando, Marciano? Gesuius onde arrumaram isso? Se acha o Bolsonaro, kkkk.
Em que mundo ele vive? PSL de Gaxpar começou mau,o cara é arrogante, prepotente, se acha mega empresário. Diz ter uma imobiliária que nunca ouvi falar. Ouvi ele dizendo que será o candidato a Prefeito, depois em outra roda quer ser candidato a Deputado Federal, kkk.
Falou do Bolsonaro como o capitão ligasse para ele todos os dias pedindo sua opinião. Resumo, perdi meu tempo!
Herculano
24/11/2018 21:18
da série: os privilégios sem fim para quem já é privilegiado e tudo pago por quem não tem privilégios.

EM PETIÇÃO A FUX, JUÍZES QUEREM MANTER VANTAGEM DO AUXÍLIO-MORADIA

Ministro do STF declarou que deve tirar benefício em troca de reajuste salarial de 16,38%

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Reynaldo Turollo Jr, da sucursal de Brasília. Em sua primeira manifestação ao STF (Supremo Tribunal Federal) desde que o ministro Luiz Fux anunciou que vai rever o auxílio-moradia em troca do reajuste salarial de 16,38%, a AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) sustentou que não há obstáculos para que a União e os estados arquem com as duas coisas mediante remanejamento de verbas, sem aumentar despesas.

A entidade peticionou a Fux nesta sexta-feira (23) pedindo a ele que não revogue o auxílio-moradia de um modo que cause perdas nos vencimentos dos magistrados.

Segundo a AMB, se houver o reajuste e a extinção do auxílio-moradia, os magistrados passarão efetivamente a receber menos, porque incidirão sobre o valor reajustado tributos que não incidem hoje sobre o auxílio-moradia.

"Não parece razoável que a concessão da Revisão Geral Anual dos subsídios [o reajuste salarial] venha a impor uma redução do valor nominal ou real da remuneração atualmente recebida pelos magistrados", argumentou.

Em agosto, o presidente do Supremo, ministro Dias Toffoli, firmou um acordo com o presidente Michel Temer no sentido de a corte extinguir o auxílio-moradia (de R$ 4.377) em troca do reajuste de 16,38%. O índice é pleiteado desde 2015 para, segundo a categoria, repor perdas acumuladas entre 2009 e 2014 por causa da inflação.

O reajuste foi aprovado no Senado no último dia 7 e aguarda sanção de Temer. O presidente tem até a próxima quarta (28) para se manifestar. Se houver a sanção, o salário dos ministros do STF irá dos atuais R$ 33,7 mil para R$ 39,3 mil. Consequentemente, haverá um aumento imediato para todo o Judiciário federal.

Como o subsídio dos ministros do Supremo representa o teto do funcionalismo, também deverão subir os salários dos juízes estaduais e dos demais Poderes (Executivo e Legislativo).

O auxílio-moradia é garantido a todos os juízes e membros do Ministério Público desde 2014 por força de decisão liminar (provisória) de Fux, que ainda não foi analisada pelo plenário da corte, e de normas administrativas editadas posteriormente.

"Tem sido noticiado que Vossa Excelência estaria na iminência de revogar a liminar que foi deferida nos presentes autos, em razão e por consequência da eventual sanção do projeto de lei destinado a recompor, ainda que parcialmente, a Revisão Geral Anual", afirma a AMB a Fux.

"A AMB pede licença para se antecipar a eventual decisão desse teor, visando a reafirmar que as questões são distintas e não deveriam, no entender da AMB, estar atreladas ou condicionadas", continua.

De acordo com a AMB, tanto a União como os estados já vêm inserindo nos seus orçamentos, desde 2014, os valores necessários para pagar o auxílio-moradia. "Nada obsta que a União e os estados tenham condições de arcar com o pagamento do auxílio-moradia e da Revisão Geral [reajuste] mediante remanejamento de verbas", sem aumentar as despesas totais com o Judiciário, afirma.

A AMB quer que Fux observe, em uma eventual decisão, trechos da LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro) que preveem, entre outras coisas, que não se pode "impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas" e que determinam que haja um regime de transição em casos como esse.
Herculano
24/11/2018 21:06
O GURU DA DIREITA XUCRA, PROVOCA E ACERTA

Olavo de Carvalho, no jornal O Estado de S. Paulo:

"É um governo de direita sem dúvida, mas a mídia inteira está escandalizada por haver um governo de direita. Isso quer dizer que não pode ter um governo de direita? Só pode ter de esquerda? E eles chamam isso de democracia? Há 20 anos disse: o PT não está disposto a suportar o rodízio de partidos no poder. Ele quer ficar para sempre. E toda a mídia é cúmplice nisso, porque eles não aceitam que haja um governo de direita. Nos EUA, você tem um governo de direita e pode ter um governo de esquerda. Todos os países decentes do mundo são assim. No Brasil não pode? Só pode ter esquerda? Em duas eleições todos os candidatos eram de esquerda e o Lula celebrou isso como se fosse a perfeição da democracia. Toda a mídia - Estadão, Folha, O Globo ?", todos eles pensam assim: o governo de esquerda é a perfeição da democracia. Agora você sabe por quê? Todas as pesquisas demonstram que 70% a 80% dos brasileiros são cristãos conservadores. Em um País de maioria cristã conservadora você não tem um partido cristão conservador? Um jornal cristão conservador? Uma universidade cristã conservadora? Uma estação de TV? Uma estação de rádio? Nada. A maioria dos País está excluída de representação política e os caras consideram que isso é a perfeição da democracia. Estão brincando comigo? O Bolsonaro é a representação da vontade popular e tem que ser respeitada, o pessoal da mídia tem que calar a boca e aceitar a realidade das coisas, aceitar que o rodízio do poder é a essência da democracia. Eles não entendem isso, acham que democracia é o governo deles."
Miguel José Teixeira
24/11/2018 15:09
Senhores,

Na mídia:

"Carceragem da PF não tem colchões para presos da nova fase da Lava Jato."

Huuummm. . .cadê meu colchão? Pergunta o corruPTão.

Vossa excelência roubou-o anteriormente, responde o guardião!

Pensando bem, acho melhor os novos (velhos corruPTos) serem alojados na mesma cela do titeriteito-mor, vulgo lula, aplicando-se assim, o princípio dos CUmunistas, , ,

Miguel José Teixeira
24/11/2018 11:16
Senhores,

Tudo indica que o CUbão citado abaixo já é "fichinha" perto do "Fundão", conforme publicou hoje a Jornalista Denise Rothenburg, na Coluna Brasília-DF, no Correio Braziliense:

Depois do "Petrolão", o "Fundão"

A nova fase da Lava-Jato, deflagrada ontem, representará um livro à parte, entrando diretamente nos fundos de pensão e colocando o PT como parte de um esquema, no qual quem paga a conta são os aposentados, cujos rendimentos dependem da saúde financeira dessas instituições. A expectativa de muitos é de que seja feito um cruzamento do material apreendido ontem com o que disse o ex-ministro Antonio Palocci a respeito da Sete Brasil, empresa abastecida com recursos dos fundos Petros, Funcef e ainda uma pequena parcela da Previ. O valor chegou a quase R$ 3 bilhões. Há quem aposte em fortes emoções.

A CPI dos Fundos de Pensão, que funcionou na Câmara há alguns anos, detectou, por exemplo, que o esquema com os fundos tinha elementos muito parecidos com o que ocorreu na Petrobras e precisava de uma investigação mais profunda, como essa que virá agora. No Petrolão foi constatado tráfico de influência e desvio de finalidade de investimentos para atender interesses político-partidários, resultando em pagamento de propina. No "Fundão", há quem aposte que não será diferente.

Já, já os PeTralhas alegarão: é perseguição, é perseguição. . .
Herculano
24/11/2018 10:20
CUBÃO. ESSE PESSOAL DO PT NÃO PARA DE INVENTAR FORMAS DE ROUBAR OS BRASILEIROS NA DEMOCRACIA PARA SUSTENTAR ESTRANGEIROS AMIGOS DITADORES

De Mário Sabino, editor da revista eletrônica Cruzoé, no twitter

Depois do mensalão e do petrolão, temos o Cubão. Já é oficialmente o maior escândalo do PT, ao custar 7,1 bilhões de reais, para financiar uma ditadura, em detrimento da população e dos médicos brasileiros.
Miguel José Teixeira
24/11/2018 10:16
Senhores,

Passadas as eleições, pelo menos uma agremiação já mudou seu nome: de quadrilha passou a ser chamada de quadrilhão!!!

Querem saber qual era o ParTido?
Herculano
24/11/2018 09:08
da série: os que passam a perna nos brasileiros. Isso porque ainda estamos em crise de consumo, imagina-se se a economia estivesse a pleno. As contas desmascaram qualquer desculpa esfarrapada. Vergonha!

POSTOS SEGURAM REPASSE DA QUEDA DA GASOLINA E AUMENTAM MARGEM DE LUCRO

Desde que a Petrobras começou a reduzir valor, margem das revendas já sofreu aumento de 27,2%

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Nicola Pamplona, do Rio de Janeiro. A margem de lucro dos postos brasileiros com a venda de gasolina aumentou 27,2% desde que a Petrobras começou a reduzir o preço do combustível nas refinarias, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).

O aumento é um dos fatores que vem impedindo o repasse total da queda da gasolina ao consumidor, ao lado dos impostos estaduais, que ainda não acompanharam a redução.

Segundo a ANP, a fatia que fica com os postos chegou na semana passada a R$ 0,542 por litro, o maior valor desde a virada de maio para junho, quando a paralisação dos caminhoneiros provocava problemas de abastecimento no país.

A alta ocorre em um momento em que a Petrobras pratica cortes sucessivos no preço da gasolina em suas refinarias, acompanhando o recuo da taxa de câmbio e das cotações internacionais. Entre 24 de setembro, quando a estatal iniciou o ciclo de cortes e sexta (16), a queda acumulada era de 28,5%, ou R$ 0,642 por litro.

No mesmo período, as distribuidoras, que compram gasolina pura da Petrobras e misturam ao etanol antes de revender os postos, reduziram seus preços em 4,64%, ou R$ 0,198 por litro. Nos postos, porém, a queda é de apenas 1,75%, ou R$ 0,08 por litro.

De acordo com a ANP, a margem dos postos cresceu R$ 0,11 por litro no mesmo período, em movimento contrário aos demais elos da cadeia. Na semana passada, a fatia da revenda representou 11,7% do preço final, contra 9,1% na semana de 24 de setembro.

Crítica da pesquisa de preços da ANP, A Fecombustíveis (federação que representa os donos de postos) questiona os dados e diz que a queda de preços ao consumidor depende também da velocidade dos repasses promovidos pelas distribuidoras de combustíveis.

"Esse processo demora um pouco porque as distribuidoras costumam trabalhar com estoques altos e normalmente demoram a repassar para a gente, porque vendem primeiro o estoque a preços mais altos", afirma o presidente da entidade, Paulo Miranda.

Ele diz que, em períodos de alta, os postos costumam segurar repasses diários, comprimindo duas margens, e o mesmo movimento pode estar acontecendo no ciclo de baixa. "Essa margem atual não está muito longe da margem histórica", afirmou.

Os dados da ANP mostram que as margens dos postos se situavam em 12% a 13% do preço final até o fim de 2017, quando se iniciou a escalada de preços nas refinarias em resposta ao aumento do dólar e das cotações internacionais.

Em março, caem abaixo de 10% pela primeira vez desde que a ANP passou a compilar os dados, em 2002.
Para o consultor Luiz Henrique Sanches, o movimento pode refletir recomposição de margens após um período de gasolina cara e forte competição com o etanol. "Os postos estão trabalhando com margens muito baixas", diz ele.

IMPOSTOS
A carga tributária sobre a gasolina também não acompanhou a queda do preço nas refinarias. Pelo contrário, o ICMS vem subindo na maior parte dos estados brasileiros, ajudando a segurar o repasse para o consumidor.

O ICMS é cobrado sobre um valor definido quinzenalmente pelas secretarias de Fazenda, conhecido como PMPF (preço médio ponderado ao consumidor final). Sobre esse preço, incide a alíquota, que varia de 25% a 34%, dependendo do estado.

Desde a segunda quinzena de setembro, apenas dois estados não aumentaram o PMPF: Bahia e Pará. Todos os demais e o Distrito Federal elevaram o valor usado como referência para o recolhimento do imposto.

As maiores altas foram promovidas por Amapá e Ceará ?"10,97% e 10,31%, respectivamente. Em São Paulo, o PMPF foi elevado em 6,51% desde a segunda quinzena de setembro. Atualmente, o ICMS no estado é cobrado sobre o valor de R$ 4,499 por litro, acima do preço médio verificado pela ANP, de R$ 4,377.

Os estados alegam que definem os valores de acordo com pesquisa de preços nos postos. Ou seja, o ICMS só é alterado depois que os postos baixarem ou aumentarem seus preços.

"Embora o preço de venda da gasolina na refinaria tenha sofrido reduções a partir do mês de outubro, verificamos, com base nos documentos fiscais eletrônicos disponíveis nos bancos da dados da Secretaria da Fazenda, que essa redução ainda não foi repassada aos preços praticados pelos setores de distribuição e varejo", disse, em nota, a Secretaria de Fazenda de São Paulo.

Esse modelo de cobrança é questionado pelo setor de combustíveis, por alavancar movimentos de alta e retardar movimentos de baixa.
Herculano
24/11/2018 09:01
da série: gente esperta demais e que não consegue mais enganar os seus próprios analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos.

DE REPENTE, O LULA FORTÃO DEU LUGAR AO FRAQUINHO, por Josias de Souza

Na Presidência, Lula se definiu como uma "metamorfose ambulante". Pois opera-se neste exato momento uma dessas transformações capazes de virar o personagem do avesso. Aquele Lula fortão da campanha eleitoral, que se imaginava investido do privilégio de negar ao Judiciário a prerrogativa constitucional de condená-lo por corrupção, deu lugar a um Lula fraquinho, que sente o peso da cadeia longeva.

Na mais recente visita dos companheiros Fernando Haddad e Gleisi Hoffmann, Lula fez um pedido: "Não fica dizendo que eu estou muito bem, senão o povo acredita." Depois, numa entrevista de porta de cadeia, Haddad disse aos jornalistas: "Ninguém passa incólume 230 dias" na prisão. Na véspera, a Comissão de Direitos Humanos do Senado havia aprovado, sem alarde, um requerimento inusitado.

De autoria do senador Paulo Rocha, do PT, o requerimento prevê a formação de um grupo de senadores para visitar Lula na cadeia com o propósito de avaliar as suas condições físicas e psicológicas. Alega-se que Lula estava abatido na audiência em que foi inquirido pela juíza Gabriela Hardt no processo sobre o sítio de Atibaia. Por sorte, a audiência foi gravada. E as imagens mostraram um Lula em ótima forma.

Lépido, Lula tentou transformar a audiência num comício. Mas a substituta de Sergio Moro cortou suas divagações, lembrando o que estava em jogo no caso do sítio: corrupção e lavagem de dinheiro. O único distúrbio que atormenta Lula é a síndrome das condenações que ainda estão por vir.

A conversão do fortão em fortinho é prenúncio de um pedido de abertura da cela por razões humanitárias. Manipulam-se os fatos com tão desenvoltura que Lula terá de recitar o CPF e o RG diariamente diante do espelho para ter a certeza de que é ele mesmo quem está preso em Curitiba, não um impostor.
Herculano
24/11/2018 08:57
A REVISTA VEJA REVELA O óBVIO

A gasolina despenca nas refinarias 31%, mas nada de refletir nas bombas. Um cartel para lá de perigoso e contra os cidadãos e a economia do país.
Herculano
24/11/2018 08:15
NÃO TEM JEITO. QUANTO MAIS MEXE, MAS FEDE. E TEM GENTE QUE VIVE DISCURSANDO, ORGULHOSAMENTE, A FAVOR. LULA E DILMA, ALÉM DE VACCARI, PALOCCI E MANTEGA, VIRAM RÉUS EM NOVAS AõES PENAIS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fábio Fabrini. O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, aceitou nesta sexta (23) denúncia contra os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, acusados de integrar organização criminosa. A decisão foi tomada no caso referente ao chamado "quadrilhão do PT".

Segundo a denúncia, apresentada em setembro do ano passado pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal), os dois ex-mandatários tiveram participação num esquema montado para coletar propinas de R$ 1,48 bilhão entre 2002 e 2016.

As vantagens ilícitas teriam sido pagas em contratos da Petrobras, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento) e do Ministério do Planejamento.

Também nesta sexta, o magistrado recebeu as acusações contra os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci Filho, atualmente preso, além do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Todos agora passam à condição de réus e vão responder a uma ação penal.
Herculano
24/11/2018 08:11
O FRACASSO DE MAIS UM GOLPE PARA TIRAR LULA DA CADEIA

Conteúdo de O Antagonista.O ministro Felix Fischer, do STJ, desarmou o golpe para tirar Lula da cadeia.

Os advogados do presidiário esperavam que o recurso sobre o triplex fosse remetido à Quinta Turma. Nos últimos dias, segundo a Folha de S. Paulo, eles "percorreram gabinetes para entregar memoriais".

Em vez disso, Felix Fischer decidiu monocraticamente, impedindo qualquer tipo de tramoia.

"Aliados do petista avaliam que a decisão Fischer foi um duro golpe para ele. Mesmo com a análise de eventuais recursos, dizem, o ministro esvaziou o julgamento. As esperanças, agora, estão no habeas corpus a ser analisado pela Segunda Turma do STF - onde as chances de vitória também são remotas."
Herculano
24/11/2018 07:40
PETROBRAS: ROUBO NA BAHIA É ESCÂNDALO ANUNCIADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Estava escrito: a construção do suntuoso edifício-sede da Petrobras em Salvador, por decisão do então presidente Sérgio Gabrielli, era um escândalo anunciado. Não só pelo custo, superfaturado, como também pela escolha das empreiteiras OAS e Odebrecht, líderes do assalto à Petrobras durante os governos do PT, para tocar a obra. Com tantos ingredientes, a Lava Jato logo desvendou mais esta gatunagem.

CHAVE DE CADEIA
A "Torre Pituba", como foi batizado o prédio da Petrobras em Salvador, foi construída pela "Itaigara Edificações", consórcio OAS e Odebrecht.

DINHEIRO SUJO
A suspeita na Lava Jato é que a obra do prédio da Petrobras foi usada para bancar a campanha do PT na Bahia, em 2014.

SUBMUNDO DA SAFADEZA
A Polícia Federal chegou a nomes ilustres do submundo da corrupção do PT, como João Vaccari Neto e sua cunhada Marice Correia.

ISSO DÁ CADEIA
A PF prendeu também Wladimir Garreta, não atua na Petrobras, não é construtor, nada. Apenas mais um petista que adora dinheiro fácil.

TCU REAFIRMA QUE FISCALIZA CONTAS DA OAB E CNC
O Tribunal de Contas da União (TCU) esclareceu ontem que não adotou decisões diferentes para casos semelhantes, quando julgou que a OAB pode ser fiscalizada e a Confederação Nacional do Comércio (CNC), não. "Nós fiscalizamos as contas da CNC", disse o ministro Bruno Dantas, relator de ambos os processos. "O que nós não fazemos é decidir quem é e quem não é elegível, porque essa competência é da Justiça do Trabalho, por se tratar de sindicato patronal", afirmou ele.

CANDIDATURAS, NÃO
Bruno Dantas diz que será a mesma coisa na OAB: "Vamos fiscalizar as contas e não decidirmos quem pode ser candidato a presidente".

CRÍTICAS DA ADVOCACIA
A decisão de fiscalizar a OAB gerou muitas críticas de advogados, alegando que a entidade não recebe recursos públicos.

MENSALIDADES TRIBUTÁVEIS
O TCU considera "tributáveis" as mensalidades pagas pelos advogados à OAB, por isso decidiu fiscalizar suas contas a partir de 2020.

MAIS MÉDICOS, ENFERMEIROS...
O futuro ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, está inclinado a mudar o conceito do programa "Mais Médicos", substituindo-o pela denominação provisória "Mais Saúde", incluindo outros profissionais.

REAÇÃO NORMAL
Após dois ex-presidentes da República petistas e a própria presidente do PT virarem réus por organização criminosa, o PT, mais uma vez, opta por desqualificar quem investiga e julga suas maracutaias.

MALAS PRONTAS
O candidato derrotado Haddad quer viajar ao exterior em campanha contra a "onda conservadora". Deveria dedicar seu tempo a se defender da acusação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que garantiu 12 anos e 1 mês de cana para seu chefe Lula.

O VOTO PUNE
Chico Alencar (Psol-RJ) quer transferir dos pais às escolas as conversas sobre sexo com os filhos. Certamente por suas posições obtusas o deputado não terá mandato para chamar de seu, em 2019.

MAIS ENXUTA
Mesmo após o lucro de R$ 11,5 bilhões de janeiro a setembro, a Caixa abriu nova etapa para demissão voluntária e estima economizar mais R$324 milhões com a saída de 1.600 empregados mais antigos

BRASILEIROS ESTRANGEIROS
Sobre a nomeação do colombiano Ricardo Rodríguez para o Ministério da Educação, brasileiros natos e naturalizados podem ser ministros, mas há uma exceção: o Ministério da Defesa é reservado para natos.

MÉDICOS NO BRASIL
Segundo dados do MEC, formam-se este ano no Brasil, nas 310 faculdades de medicina, cerca de 25 mil médicos. Isso representa um aumento de 5,5% em relação a 2017.

COLôMBIA NO BRASIL
Além do futuro ministro da Educação de Bolsonaro, outro político brasileiro-colombiano é o ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB), que chegou a concorrer ao governo do Tocantins este ano.

PENSANDO BEM...
...a decisão jeca de Gabrielli de fazer sede da Petrobras na Bahia lembra aquele político que levou o Boeing presidencial a Mombaça.
Herculano
24/11/2018 07:25
OS DOIS BOLSONAROS, por Demétrio Magnolli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Ao planejar a ofensiva, Bolsonaro desenha também o caminho da retirada

Sabe-se que, historicamente, Bolsonaro não é um, mas dois. A narrativa convencional registra uma ruptura radical. O capitão turbulento que evoluiu como parlamentar de convicções nacional-estatistas converteu-se, no umbral de sua campanha presidencial, ao manual econômico do ultraliberalismo.

Sob essa luz, um Bolsonaro sucedeu ao outro, abandonando o personagem original numa reentrância do passado. Contudo, a montagem do governo conta-nos uma história diferente, sugerindo a hipótese de que os dois Bolsonaros convivem num mesmo indivíduo dilacerado entre personas contraditórias.

Paulo Guedes, o ultraliberal de caricatura, concentra poderes inauditos, enfeixando as pastas da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio. O czar da Economia nomeou os integrantes de uma equipe econômica composta por liberais competentes, de credenciais impecáveis. Já o núcleo militar do governo é composto por generais da reserva oriundos da tradição geiseliana.

Os tempos são outros, a obsessão estatista passou, dissolveu-se a geopolítica da Escola Superior de Guerra. Mas, entre os deuses do mercado e os do planejamento, as "forças da ordem" sempre penderão para o segundo. O Bolsonaro original vive nesse núcleo militar, selecionado por ele mesmo, não por um terceiro.

Os dois Bolsonaros são extremistas ideológicos, mas de sinais opostos. Um Bolsonaro tem consciência da presença do outro. De certo modo, o primeiro vigia o segundo, traçando-lhe limites. O presidente eleito refutou a proposta de Guedes de saltar para um regime previdenciário de capitalização individual recordando-lhe que os cidadãos confiam na promessa constitucional de que suas futuras aposentadorias têm a garantia do Tesouro.

Roberto Castello Branco descartou a privatização integral da Petrobras alegando não possuir um "mandato" político para tanto. A visão otimista diz que a convivência de extremismos simétricos arredondará as arestas agudas, produzindo um vetor reformista e pragmático.

Os dois Bolsonaros conversam a sós, divergem e convergem, esboçam planos de contingência. Desses diálogos ocultos, vazam indícios indiretos, colunas de fumaça em meio aos campos sujos.

O presidente eleito atribuiu a nomeação de Joaquim Levy ao livre arbítrio de Guedes ("Ele é quem está bancando o nome") e foi além, marcando nitidamente as posições no palco do poder: "Quem ferrou o Brasil foram os economistas. Eles são parte importante do nosso plano de governo. Eles não podem errar, não têm o direito de errar."

A tradução óbvia: Bolsonaro investe numa apólice de seguro para a hipótese de fracasso, que seria jogado às costas dos economistas, os "eles" inclinados a "ferrar o Brasil". A tradução menos óbvia: a apólice do segundo Bolsonaro é o primeiro. A visão pessimista diz que, diante das esperadas resistências corporativas às reformas econômicas, o Bolsonaro liberal renunciará à Presidência em favor do Bolsonaro estatista.
Herculano
24/11/2018 06:52
PODERÁ PIORAR? NA IMAGEM, SIM. É PARA PREJUDICAR O COMÉRCIO INTERNACIONAL. É UM AVISO. E TUDO ISSO É INTENCIONAL. O BRASIL É UMA MELANCIA NO CAMINHÃO

Manchete de hoje do britânico The Guardian

Brazil records worst annual deforestation for a decade.

Nearly 8,000sq kms lost in the year to July amid alarm new president Jair Bolsonaro will make situation worse

A reportagem é assinada por Dom Phillips, correspondente no Brasil, baseado no Rio de Janeiro.
Herculano
24/11/2018 06:46
A PIOR DÉCADA

Manchete de hoje do Britânico The Guardian

Brazil records worst annual deforestation for a decade
Herculano
24/11/2018 06:42
da série: era só o que estava faltando ao Supremo, além da luz negra

STF PODE AVALIZAR INDULTO A PRESOS POR CORRUPÇÃO, por Josias de Souza

O Supremo Tribunal Federal concluirá na quarta-feira (28) o julgamento sobre o decreto de indulto assinado por Michel Temer em dezembro de 2017. Em decisão liminar, o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu a vigência de trechos do decreto para, entre outras providências, excluir do rol de beneficiários do perdão presidencial os presos por crimes de colarinho branco. Há o risco real de que o plenário da Corte reveja o entendimento de Barroso, beneficiando corruptos presos.

Contra recomendação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, o decreto de Temer estendeu o indulto aos condenados por corrupção. Mais: liberou o pagamento de multas. Pior: adocicou o indulto, reduzindo o tempo mínimo de cumprimento da pena para 20%. Ou seja: perdoou 80% das penas. Muito pior: não fixou nenhum teto para a condenação dos candidatos ao indulto.

Para atenuar a atmosfera de vale-tudo, Barroso proibiu a abertura das celas dos sentenciados por crimes como peculato, concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, tráfico de influência, fraudes contra o sistema financeiro e lavagem de dinheiro.

O ministro autorizou que fossem libertados apenas os condenados por crimes "sem violência" - desde que sentenciados a até 8 anos de cadeia e que já tivessem cumprido pelo menos um terço da pena. De resto, restabeleceu a obrigatoriedade da cobrança das multas.

Advogados e seus clientes larápios olham com enorme otimismo para o plenário da Suprema Corte. A eventual derrubada da liminar de Barroso pavimentaria o caminho para que Temer reeditasse antes do Natal de 2018 um novo decreto de indulto tão concessivo quanto o de 2017.

O indulto coletivo de Natal é uma tradição brasileira. No decreto do ano passado, a exemplo dos antecessores, Temer utilizara como pretexto a tese segundo a qual o indulto é um valioso mecanismo de política penitenciária, pois permite ao Estado atenuar o flagelo da superlotação das cadeias.

O problema é que Temer subverteu tudo o que parecia habitual. Foi como se ajustasse o indulto às conveniências do seu governo, apinhado de encrencados, e dos seus aliados em litígio com a lei.

Submetida ao descalabro, a procuradora-geral da República Raquel Dodge ajuizou no Supremo uma ação direta de inconstitucionalidade. Pediu a suspensão imediata de trechos do decreto presidencial. Sustentou que desafiavam a separação de Poderes, aviltavam a legislação, invadiam a competência do Judiciário e comprometiam a efetividade do sistema penal.

A ação da procuradora-geral foi movida em janeiro de 2018. O Judiciário estava em recesso. Respondia pelo plantão no Supremo a então presidente Cármen Lúcia. Ela deu razão a Raquel Dodge. E suspendeu os efeitos dos artigos tóxicos do decreto de Temer. O presidente cogitou editar nova versão. Mas preferiu aguardar pelo julgamento do mérito da ação, no plenário do Supremo.

Por sorteio, o ministro Barroso foi escolhido para relatar a encrenca. De volta das férias, recebeu a decisão liminar (temporária) de Cármen Lúcia. Endossou-a num despacho datado de 1º de fevereiro. Pediu que o tema fosse incluído na pauta do plenário, para o julgamento do mérito. E nada.

Representantes das defensorias públicas procuraram Barroso para avisar que a suspensão do decreto de Temer, a pretexto de manter atrás das grades os corruptos, impedira a liberação de outros condenados que não haviam assaltado cofres públicos.

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro chegou a entregar a Barroso documento traçando um quadro preocupante. O texto alertava que presos que tinham a expectativa de ganhar a liberdade estavam inquietos. Barroso concluiu que não poderia esperar pelo julgamento em plenário, sob pena de transformar as cadeias numa panela de pressão.

O ministro decidiu, então, liberar a aplicação do decreto, excluindo dele os trechos impugnados. Sua decisão foi tomada em março. Só agora o tema ganhou a pauta do plenário.

O Planalto sustenta que Barroso não tem poderes para reescrever o decreto de Temer. O ministro alegou na ocasião que não agiu aleatoriamente. Socorreu-se do Código Penal e da tradição histórica adotada nos decretos de indulto desde 1988.

Para preencher a lacuna do prazo mínimo de cumprimento de pena, Barroso escorou-se no artigo 83 do Código Penal. Prevê que o condenado pode obter liberdade condicional depois de cumprir pelo menos um terço da pena. Ou seja: Temer atropelara a lei ao abrir a porta da cela para os presos que cumpriram apenas 20% da pena.

Para fixar o teto da condenação dos candidatos ao indulto, Barroso adotou novamente o Código Penal. Dessa vez, seguiu o que prevê o artigo 33, parágrafo 2º, alínea 'a'. Anota que as penas superiores a 8 anos de cadeia devem ser cumpridas em regime inicialmente fechado. O legislador considerou tratar-se de crime grave e condenado perigoso.

O ministro levou em contra o fato de que, ao longo dos anos, desde o início de vigência da Constituição de 1988, sempre houve um teto máximo da condenação para que o condenado pudesse desfrutar do indulto. Inicialmente eram 4 anos, passou para 6 anos, subiu para 8 anos, atingindo a marca de 12 anos.

Barroso considerou que 8 anos, além de corresponder à média histórica de indultos, seria o imite máximo razoável tolerado pelo Código Penal. Resta agora saber se os colegas do ministro concordarão com ele. As celas da Lava Jato estão em estado de alerta. Um dos presidiários mais atentos é o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
Herculano
24/11/2018 06:37
PRIMEIRO ALVO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, para o jornal Folha de S. Paulo

Votação do Escola sem Partido na Câmara promete ser a estreia de uma longa guerra de valores

O pragmatismo de Jair Bolsonaro na organização do futuro gabinete empacou na porta das salas de aula. Durante 24 dias, as inúmeras contradições da arquitetura presidencial foram sendo contornadas de maneira ambígua. Quando chegou ao ensino, entretanto, religiosos obrigaram o capitão reformado a bater continência para o fundamentalismo.

Na quarta (21), praticamente certo na chefia do MEC, a ponto de ser anunciado por grandes veículos de comunicação, o educador Mozart Neves Ramos foi posto abaixo por não ser posicionado o suficiente. Porta-voz do "derruba ministro", o deputado evangélico Sóstenes Cavalcanti (MDB-RJ) foi claro: "Para nós, o novo governo pode errar em qualquer ministério, menos no da Educação, que é uma questão ideológica".

No dia seguinte, foi anunciada a escolha de Ricardo Vélez Rodriguez, para quem existe "uma instrumentalização da educação em aras de um socialismo vácuo".

Na economia, escolhas ambivalentes de Paulo Guedes têm sido toleradas pela base bolsonariana. Um ex-ministro com passado dilmista, Joaquim Levy, emplacou no BNDES. O novo presidente da Petrobras, que descartou a privatização in limine da companhia, foi recebido com relativa indiferença. Desde que faça a reforma da Previdência e promova algum crescimento, o Posto Ipiranga será deixado em paz.

Na Justiça, Sergio Moro tem passado como gato sobre brasa. À revista IstoÉ, único meio a obter entrevista exclusiva do ex-juiz, ele declarou ter aceitado o cargo "para implementar uma agenda anticorrupção". Como justifica, então, o fato de sentar-se ao lado dos nomeados Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Teresa Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde), os três suspeitos de desvios? A pergunta não lhe foi feita e a resposta não parece interessar em demasia aos eleitores do futuro mandatário.

A grita em torno do titular da Educação, por outro lado, indica onde o calo aperta dentro da composição que elegeu o novo presidente. Ao trocar Ramos por Rodriguez, Bolsonaro sabe que comprará briga não só com a esquerda, mas com importantes setores do establishment cultural. Deve ter calculado, portanto, os ganhos que tal iniciativa lhe trará.

Movimento subterrâneo que veio à tona em junho de 2013, no bojo de manifestações que abrigaram da extrema esquerda à extrema direita, certo macartismo tupiniquim chega agora à Esplanada dos Ministérios. A votação do projeto de lei Escola sem Partido na Câmara dos Deputados, marcada para a próxima quinta, promete ser a estreia de uma longa guerra de valores. Tendo em vista o simbolismo envolvido, convém não subestimar o impacto desta primeira batalha.
Herculano
24/11/2018 06:33
PRIMEIRO ALVO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, para o jornal Folha de S. Paulo

Votação do Escola sem Partido na Câmara promete ser a estreia de uma longa guerra de valores

O pragmatismo de Jair Bolsonaro na organização do futuro gabinete empacou na porta das salas de aula. Durante 24 dias, as inúmeras contradições da arquitetura presidencial foram sendo contornadas de maneira ambígua. Quando chegou ao ensino, entretanto, religiosos obrigaram o capitão reformado a bater continência para o fundamentalismo.

Na quarta (21), praticamente certo na chefia do MEC, a ponto de ser anunciado por grandes veículos de comunicação, o educador Mozart Neves Ramos foi posto abaixo por não ser posicionado o suficiente. Porta-voz do "derruba ministro", o deputado evangélico Sóstenes Cavalcanti (MDB-RJ) foi claro: "Para nós, o novo governo pode errar em qualquer ministério, menos no da Educação, que é uma questão ideológica".

No dia seguinte, foi anunciada a escolha de Ricardo Vélez Rodriguez, para quem existe "uma instrumentalização da educação em aras de um socialismo vácuo".

Na economia, escolhas ambivalentes de Paulo Guedes têm sido toleradas pela base bolsonariana. Um ex-ministro com passado dilmista, Joaquim Levy, emplacou no BNDES. O novo presidente da Petrobras, que descartou a privatização in limine da companhia, foi recebido com relativa indiferença. Desde que faça a reforma da Previdência e promova algum crescimento, o Posto Ipiranga será deixado em paz.

Na Justiça, Sergio Moro tem passado como gato sobre brasa. À revista IstoÉ, único meio a obter entrevista exclusiva do ex-juiz, ele declarou ter aceitado o cargo "para implementar uma agenda anticorrupção". Como justifica, então, o fato de sentar-se ao lado dos nomeados Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Teresa Cristina (Agricultura) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde), os três suspeitos de desvios? A pergunta não lhe foi feita e a resposta não parece interessar em demasia aos eleitores do futuro mandatário.

A grita em torno do titular da Educação, por outro lado, indica onde o calo aperta dentro da composição que elegeu o novo presidente. Ao trocar Ramos por Rodriguez, Bolsonaro sabe que comprará briga não só com a esquerda, mas com importantes setores do establishment cultural. Deve ter calculado, portanto, os ganhos que tal iniciativa lhe trará.

Movimento subterrâneo que veio à tona em junho de 2013, no bojo de manifestações que abrigaram da extrema esquerda à extrema direita, certo macartismo tupiniquim chega agora à Esplanada dos Ministérios. A votação do projeto de lei Escola sem Partido na Câmara dos Deputados, marcada para a próxima quinta, promete ser a estreia de uma longa guerra de valores. Tendo em vista o simbolismo envolvido, convém não subestimar o impacto desta primeira batalha.
Adilson Luis Schmitt
23/11/2018 17:59
Recebi e resolvi postar...

Aaron Nerrue disse:

OS QUE LUTAM

Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis. Adilson Luis Schmitt por toda a vida batalhou e batalhará por sua cidade.... parabéns

Eu respondi, Aaron Nerrue realmente. Sou um apaixonado pela minha Gaspar Cidade, Coração do Vale.

Agradeço muito as tuas palavras

Adilson Luis Schmitt
Ex-Prefeito de Gaspar
Herculano
23/11/2018 17:14
O GASPARENSE PAULO NORBERTO KOERICH SERÁ O DIRETOR GERAL DA POLÍTICA CIVIL DO GOVERNO DE CARLOS MOISÉS DA SILVA, PSL.

A confirmação - de algo que já tinha sido revelada há duas semanas pelo Informe Blumenau e republicado aqui - está sendo anunciada em Florianópolis pelo próprio futuro governador numa transmissão de uma "live" no facebook, onde ele mostra à sociedade catarinense parte da estrutura já escolhida para o seu governo.
Herculano
23/11/2018 16:28
da série: a imprensa profissional, livre e independente realmente é um problemas para os servidores pagos pelo público, que não se cansam em aplicar o golpe intimidatório "sabe com quem está falando?"


"ISSO É UMA AMEAÇA, MINISTRO?"

Conteúdo de O Antagonista. O presidente do STJ, João Otávio de Noronha, atacou a Crusoé [revista eletrônica] depois de ser indagado sobre seu comparecimento a um jantar em homenagem a Eduardo Ferrão, advogado de José Sarney e Renan Calheiros, na casa de Roberto Rosas, advogado que atua em causas bilionárias nos tribunais superiores.

Leia um trecho da conversa de Eduardo Barretto [repórter da revista] com o ministro:

O senhor não vê conflito?

Não é porque ele atua aqui no STJ que eu não posso jantar ou não posso conversar. Eu não julgo nada do Roberto Rosas. Não tenho causa nenhuma do Roberto Rosas. Eu como presidente não tenho... Não estou entendendo você. O que você quer insinuar? Porque eu jantei, estão fazendo lobby, estão corrupção. Meu amigo... Eu tenho caráter, tenho pudor, tenho força, tenho decisão, eu não sou um homem que me vendo a ninguém (...). Eu acho que vocês estão indo além demais, hein? Vocês estão demais. Transparência tem limite, transparência é minha atividade pública, não minha intimidade.

O senhor é presidente do STJ.

Sou, eu sou um homem público e você também, que escreve, tem que dizer quem é você. Você tem que dizer quem financia sua revista, né? Tem uma empresa, que é seu patrocinador (Nota da redação: Crusoé não tem patrocinadores e, como é sabido, não aceita publicidade de qualquer espécie de órgãos públicos ou empresas estatais. A revista tem como fonte de receita a venda de assinaturas). Acho que... Desculpa, eu sou um homem público, decido com clareza e com transparência. Agora, minhas amizades de 30 anos, 40 anos, não acabaram e não vão acaba.

O senhor não vê problema, então?

Nenhum, nenhum. Com quantos jornalistas eu já almocei? E têm causas aqui no STJ, sendo processados por dano moral. E vocês nunca falaram isso? Eu não sei se você? Você não tem nenhuma não, aqui?

Eu não.

Ah, ainda não, né? Ainda não. Então, meu amigo...

Isso é uma ameaça, ministro?

Não, que ameaça, estou dizendo "ainda não", porque do jeito que você vai você pode? né... você pode... Então vamos fazer o seguinte? Respeita a minha intimidade e eu respeito a sua liberdade de exercer sua profissão.

O promotor Digo Roberto Ringenberg que atua no Tribunal de Contas de Santa Catarina, fez o seguinte comentário, no twitter:

Há ministros do STJ que não alcançaram ainda a dimensão do lema institucional "Tribunal da Cidadania". O agente público que não estiver preparado para enfrentar os ônus do cargo, entre eles o da permanente exposição pública, deve pedir pra sair.
Herculano
23/11/2018 16:04
GASPAR VAI ESTAR NO GOVERNO DE CARLOS MOISÉS DA SILVA, PSL. A CONFIRMAÇÃO SERÁ AINDA HOJE
mario pera
23/11/2018 14:30
Engraçado que os governantes de Cuba usam redes sociais....que são proibidas aos seus habitantes, sofrem controle. Pior ainda é usarem estas invenções do capitalismo imperialista americano: Internet, Twitter ....
Adilson Luis Schmitt
23/11/2018 14:27

Gaspar foi uma das Cidades mais atingidas, na Maior Tragédia Climática de SC em 2008...

Sou o Adilson Schmitt, Ex Prefeito de Gaspar na época da Maior Tragédia de SC em 2008.
Vendo as reportagem do JA Especial desta quinta-feira última, fiquei preocupado. Pois nada falaram e ou mostraram do ocorrido em nosso Município...

Pois tivemos duas explosões em Gaspar:
1) Na madrugada do sábado dia 22/11 foi a tubulação de gás da SC Gás as Margens da Br 470. Próximo ao Restaurante La Terra.

Dia 22/11/2008 era um sábado
Que ficou marcada, primeiro pela explosão da tubulação da SC Gás as Margens da BR 470, nas proximidades do Restaurante La Terra, eram 4 h da madrugada. Em seguida ao meio-dia a queda da pista da BR 470, uns 500 metros adiante e levando um veículo Fiat Palio junto. Era o prenúncio do que estava por fim....

2)Após 38 h...
No início da noite de domingo, dia 23.
Mais precisamente as 19 h ocorreu a explosão do Gasoduto da TBG ( GASBOL). No Bairro Belchior Alto em Gaspar na localidade do Vale da Fumaça. Local este que fazia divisa com os vizinhos Municípios de Ilhota e Luiz Alves, quer seja a Região do Morro do Baú e do Morro do Aço.

Causando muitas mortes.
Estas duas explosões causaram a interrupção total no fornecimento de gás natural oriundo da Bolívia.
E também várias vias ficaram bloqueadas.

Ainda a tempo tivemos uma Torre de um Empresa de Telefonia móvel, que ameaça ruir e destruir toda a estrutura do nosso SAMAE.
A história da tragédia em Gaspar não pode e não deve ser esquecida...

Adilson Luis Schmitt

Ex-Prefeito de Gaspar
Gestão 2005 a 2008
Miguel José Teixeira
23/11/2018 14:16
Senhores,

na mídia:

"Autor do livro "A Grande Mentira ?" Lula e o Patrimonialismo Petista", o futuro ministro da Educação, o professor e filósofo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, já fez críticas ao que chamou de "educação de gênero" ?" que, segundo ele, é uma das "invenções deletérias" de uma "doutrinação de índole cientificista e enquistada na ideologia marxista".

Finalmente enterra-se a era "nóis pega peixe".

Vem aí. . .

"Nosotros tomamos peces". . .

E quem sabe uma bíblica e torçamos, pois:

"não dê o peixe ensine a pescar"

Ensino Superior gratuito e de qualidade, sim!
Porém, com a devida contrapartida!
Herculano
23/11/2018 13:23
ESTÁ NA CARA, MAS...

Do jornalista José Paulo de Andrade, da Rádio Bandeirantes, de SP, no twitter:

VINGANÇA? Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina quer que Havan pague o absurdo de 100 milhões, por suposta coação a seus empregados, porque o empresário Luciano Hang externou voto em Bolsonaro. 75,92% dos catarinenses votaram nele. Quanto "empresário" tem lá...
Herculano
23/11/2018 13:01
"APóSTOLOS"

Do ditador, que quer ser chamado de presidente, de Cuba Miguel Díaz-Canel Bermúdez, sobre os médicos que retornaram do Brasil, no twitter:

En las primeras horas del viernes comienzan a llegar a la Patria los apóstoles de la salud cubana que son #MasQueMedicos. Nuestro homenaje a los hombres y mujeres que hicieron historia en Brasil. Bienvenidos a casa. #SomosCuba.

Volto. Apóstolos? Hum! E num país laico e comunista?
Herculano
23/11/2018 12:05
VÍCIOS DE ORIGEM, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Telegramas revelam negociações sigilosas entre Brasil e Cuba sobre o Mais Médicos

Embora não tenha necessariamente descumprido leis, o governo Dilma Rousseff (PT) violou normas da boa convivência democrática ao criar o Mais Médicos. É o que se conclui de revelações desta Folha acerca do nascedouro da iniciativa.

Conforme reportagem publicada na terça-feira (20), telegramas da embaixada brasileira em Cuba apontam que o programa foi proposto por autoridades da ditadura caribenha e já era negociado entre os dois países pelo menos um ano antes de Dilma apresentá-lo ao público, na esteira da onda de manifestações de rua de 2013.

Todas as tratativas se deram de forma sigilosa e com vistas a evitar que a discussão passasse pelo Congresso Nacional, onde certamente haveria polêmica, a começar pelas reações corporativas.

Os relatos que agora vêm à tona não implicam que o Mais Médicos seja inteiramente ilegal ou que não constitua uma resposta válida ao problema, real e relevante, da falta de profissionais de saúde em áreas remotas ou periféricas.

Mostram, entretanto, que o governo petista, contrariando os imperativos da transparência e da separação dos Poderes, conduziu negociações secretas com Cuba ?"sem que houvesse necessidade premente de fazê-lo?" e tramou para não levar ao Legislativo matéria que lhe seria própria.

Chama a atenção, em particular, o fato de que a participação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no programa só se concretizou nos derradeiros momentos.

A entidade ingressou como intermediária - em troca de uma comissão, é claro - num contrato de prestação de serviços médicos. Sem isso, a operação estaria caracterizada como um acerto entre os dois países, o que exigiria a formalização do entendimento e a aprovação do Congresso.

Os despachos que passaram pela embaixada também indicam que houve intensa negociação em torno do preço que Brasília pagaria para trazer cada médico. Esse dado serve ao menos para afastar a versão de que tudo não passaria de complô ideológico com o intuito de transferir fundos para Havana.

Mais complicada se mostra a condição imposta por uma autoridade cubana, ainda em 2012 ?"o Brasil deveria impedir que os profissionais cedidos pela ilha eventualmente desertassem durante sua estadia aqui ou ao término do programa.

Se os representantes do governo Dilma de fato assumiram um compromisso nesse sentido, há razões para questionar se não infringiram normas do direito ao asilo. Não cabe estabelecer a priori, afinal, que alguém a requisitar proteção não cumpre as exigências para obtê-la.

Quaisquer que sejam as interpretações das regras, todavia, a estratégia furtiva adotada sugere o temor do questionamento democrático a uma política pública.
Herculano
23/11/2018 12:02
BOLSONARO E A REFORMA DA PREVIDÊNCIA, por Leopoldo Vieira, em Os Divergentes

A Reforma da Previdência ficou para 2019, após os conflitos entre o governo eleito e sua futura equipe econômica com o presidente do Senado e com o da Câmara. "Mais racional", anteciparam-se analistas de mercado, pois o novo presidente poderia usar a lua de mel com o eleitorado para garantir o núcleo mais importante da medida, que sabem ser um cemitério de popularidade. Só que Bolsonaro sabe que não achou sua popularidade no lixo.

O capitão soltou na opinião pública seu interesse em ver a Reforma aprovada no apagar das luzes da gestão Michel Temer e os chefes das casas legislativas não entenderam o pouco caso prático que fez, em seguida, para conversar sobre o assunto. Na verdade, o presidente eleito parece ter levantado o tema para semear sua visão entre o público dele e mandar recados para o establishment.

Após a concessão de três ministérios a políticos filiados ao DEM, congressistas decidiram alertar, pela imprensa , que a prioridade do capitão em relação à Reforma pode correr risco se ele insistir em negociar com bancadas transversais (ou frentes temáticas) em vez de no tradicional jogo de Brasília. Não entenderam que a governabilidade mudou e que o Jair não concorda em aceitar o Paradoxo de Tostines baseado nos dogmas do sistema político, pelo qual ou vai negociar porque é esperto ou é esperto porque vai negociar.

Em live no dia 09|11, ofereceu a outra face: "Sérgio Moro vai pegar vocês, abra o seu olho. Ele lá agora, ao contrário do que alguns estão falando aí, ele pescava com varinha, agora vai pescar com rede de arrastão de 500 metros. E nós queremos isso. O povo quer isso. Combater a corrupção no Brasil. Combater o que está dando errado para a gente sonhar com aquilo que nós merecemos", disse.

Para a Reuters, em 10|11 disse que se já estivesse no cargo vetaria a proposta de aumento salarial dos ministros da suprema corte, o que, segundo ele, dificultará os esforços do novo governo para resolver a questão do déficit fiscal porque "complica para gente quando você fala em fazer reforma da previdência, quando você vai tirar alguma coisa dos mais pobres, aceitar um reajuste como esse". Segundo ele, "afinal de contas é da classe que mais ganha no Brasil [magistratura]". Ou seja, denunciou à sociedade que o Congresso derrotado nas eleições de 2018, ao chancelar o reajuste do Supremo, compôs um convescote do jogo de Brasília contra os interesses da maioria e para persegui-lo, já que implicará em um gasto adicional de 4 bilhões de reais em 2019.

O presidente eleito ressaltou que sua equipe não considera reformar a previdência da forma proposta pelo governo Temer porque "Se bancarmos propostas dessas e formos derrotados abre espaço para velha política vir para cima de nós? Não posso correr esse risco, tenho que começar o ano que vem com nossas propostas e tentar convencer deputados e senadores a votar de forma paulatina" e, na coletiva que deu dia 12|11 , disse como evitará ser encurralado pelo establishment: "Não pode olhar apenas o número, tem de olhar o social também. O teu trabalho, o meu, é diferente de alguém que mexe com a construção civil. É complicado, precisa ter coração também nessa reforma, não são apenas números. Se fossem apenas números, você não precisava de economia, qualquer um decidiria a questão em cima dos números de forma fria, e nós não queremos isso, queremos algo racional". Em live de 9|11 já havia dito que "não podemos falar em salvar o Brasil quebrando o trabalhador".

Perguntado sobre a política de preços da gasolina , outro assunto espinhoso no Congresso e no mercado, disse que "Sem canetaços, sem a mão grande por parte do governo, [as pessoas] querem um combustível mais barato, um gás cozinha mais barato" e, diante de propostas de governadoras que já se assanhavam em "bem receber" a nova gestão no dialeto do sistema político, com sugestões do tipo acabar com a estabilidade dos servidores, vacinou: "Mas grande parte depende dos governadores dos estados, que botam o ICMS lá em cima".

Bolsonaro quis dizer que não vê a reforma como uma panaceia para a economia e que exigirá sacrifícios do establishment estatal para fazê-la e que sua popularidade não será queimada para satisfazer de qualquer jeito o interesse do mercado. Com isso, alimenta sua popularidade, pois tem que demonstrar apenas disposição de lutar. Vencer é um plus, perder é desgaste para o sistema político.

Oras, então como escrevi no artigo O que esperar do governo Bolsonaro , "A reforma previdenciária é mais provável que seja embalada como um legado em vez de uma entrega imediata, haja vista as dificuldades experimentadas por FHC, Lula e Temer. E a gestão, respaldada pelas urnas, pela governabilidade transversal no Congresso e pelo prestígio (e suporte) das Forças Armadas terá estofo para se blindar contra pressões do mercado. Afinal, todos sabem que Dilma não caiu por causa da situação fiscal".

Não há razão, na matemática bolsonarista, para ter dado a Temer o bônus de uma grande união pela reforma. Não há para que ceda a Dias Toffoli o protagonismo das mudanças na previdência ou nas soluções para a segurança por meio de um pacto. Tampouco quer virar a página da deposição de Dilma e a prisão de Lula, já que são seus espantalhos, e que se não aceitar uma Reforma da Previdência tão malvista (e mantiver os programas sociais) pode "matar" a saudade restante do lulismo, que deu parte dos 29% dos votos de Haddad no primeiro turno.
Herculano
23/11/2018 11:57
da série: o pior exemplo onde o estado e os bandidos se confundem, quem paga com a vida e sofre prejuízos econômicos da fuga de investidores, é a sociedade.

'GUARDA O FUZIL EM CASA PARA NÃO PERDER A CABEÇA', DIZ WITZEL AO ANUNCIAR SECRETÁRIA DE DIREITOS HUMANOS

'Tenho certeza de que não haverá violação dos direitos humanos', diz futura secretária sobre política de 'abate'

Conteúdo de O Globo. Texto de Paulo Cappelli. Anunciada nesta quinta-feira para a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, a jornalista Fabiana Bentes foi indagada, durante entrevista coletiva junto com o governador eleito e futuros secretários, sobre a promessa de Wilson Witzel de implantar uma política de "abate" de bandidos armados com fuzis. Ela respondeu:

- Não estamos numa sociedade em que se pode tudo. Acredito na política de segurança do Witzel. Tenho certeza de que não haverá violação dos direitos humanos. Não tenho como julgar, preciso, primeiramente, que o governador comece suas ações. A única coisa que posso fazer é aconselhar, mas quem diz se houve violação ou não é a Justiça.

Witzel complementou:

- É só (o bandido) não andar de fuzil na rua. Guarda o fuzil em casa para não perder a cabeça.

Witzel anunciou que pedirá ao futuro presidente, Jair Bolsonaro, a permanência das Forças Armadas no Rio até junho do ano que vem. Com o término da intervenção federal na segurança pública previsto para 31 de dezembro, militares continuariam atuando no estado sob o respaldo da chamada Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Militares integrantes da intervenção deixarão o gerenciamento da área de segurança pública. Se o pedido de Witzel for aceito por Bolsonaro, operações continuarão a ser feitas de forma integrada pelas polícias do Rio e as Forças Armadas, mas a responsabilidade volta a ficar a cargo do estado.

- Meu gabinete de transição fará o requerimento. E ficará a critério do presidente Jair Bolsonaro, se ele achar que é financeiramente possível, continuar com as Forças Armadas no Rio - disse Witzel.

Questionado sobre o prazo da GLO que será solicitada - o presidente Michel Temer decretou uma no ano passado -, o governador eleito afirmou que pedirá a permanência dos militares por mais seis meses, contados a partir de janeiro de 2019. Witzel também disse que, diante de uma eventual negativa de Bolsonaro, pagará hora extra a PMs para aumentar a segurança nas ruas.

- Já estou preparando o estado para assumir todos os postos hoje ocupados pelas Forças Armadas, caso não haja a possibilidade de termos a GLO. PMs serão chamados. Farei isso expandido os recursos do RAS (Regime Adicional de Serviço), para pagar a todos que trabalharem em horário de folga, e há até mesmo a possibilidade de convocarmos os que estão na reserva.

Na quarta-feira, o futuro ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, já havia acenado com a possibilidade de uma renovação da GLO:

- A intervenção termina em 31 de dezembro. O que ele (Witzel) pode solicitar, que não solicitou ainda, é uma continuação da GLO. É isso que está alinhado.

PMs da reserva são opção
Sobre a situação dos três mil aprovados em um concurso da PM que aguardam convocação, Witzel se mostrou cauteloso. Logo após as eleições, ele disse que "botaria os concursados para trabalhar" já em janeiro. Ontem, preferiu não estipular uma data:

- Eu não posso reforçar o policiamento nas ruas em janeiro com três mil novos recrutas em razão da necessidade de formação da tropa. Fazer a convocação e pagar o RAS ao mesmo tempo não caberia na programação financeira. Mas, no cronograma, vamos, sim, convocar os concursados para acabar com a necessidade da permanência das Forças Armadas ?" argumentou Witzel.

Segundo o governador eleito, o Rio está em condições de garantir a segurança da população sem a intervenção:

- A segurança no Rio tem condições de caminhar com as próprias pernas. A intervenção ajudou no equilíbrio, foi uma injeção de ânimo. É possível, com o RAS e o programa Segurança Presente, manter o nível da segurança e fazer com que ela seja até melhorada.

Witzel convidou o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, para acompanhar a apresentação de seu planejamento estratégico, no próximo dia 13. O governador eleito adiantou que planeja comprar câmeras para auxiliar as polícias Militar e Civil na prevenção de crimes e na identificação de suspeitos.

Esta semana, o general Richard Nunes, que está à frente da Secretaria de Segurança, criticou o plano de Witzel de acabar com a pasta. Questionado sobre o assunto, o governador eleito, que dará status de secretário ao comandante da PM e ao chefe da Polícia Civil, defendeu sua posição:

- Críticas e propostas são sempre bem-vindas, mas temos visões distintas. A Secretaria de Segurança é um modelo que não vem dando certo. É hora de repensar isso.
Herculano
23/11/2018 11:45
SALIM MATTAR TEM DE CUIDAR DISSO AÍ, TALQUEI?

Conteúdo de O Antagonista.O UOL noticia que o Ministério do Planejamento informou o gabinete de transição de Jair Bolsonaro de que oito estatais acumularam um prejuízo de 38,7 bilhões de reais entre 2013 e 2017.

As mais deficitárias são a inexplicável Infraero e a mastodôntica Eletrobras
Herculano
23/11/2018 11:42
PREPARANDO O PLANETA PARA O FUTURO DO TRABALHO, por Cláudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais, da FGV, e ex-diretora de educação do Banco Mundial, no jornal Folha de S. Paulo

Educação precisa garantir que a nova geração esteja pronta para navegar em tempos incertos

Cheguei há poucos dias de Genebra, onde participei da reunião final para elaborar o relatório da Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho da OIT.

Foi cerca de um ano de trabalho, com reuniões presenciais e virtuais, discussões por áreas temáticas com pesquisadores e, sobretudo, muita aprendizagem. Afinal, na vida, as tarefas mais ricas são as que mais nos fazem aprender.

A composição da comissão possibilita uma pluralidade de perspectivas: há especialistas em diferentes áreas ligadas ao mundo do trabalho, de várias partes do mundo, além de representantes de governos e dirigentes de organizações tanto de trabalhadores como de empregadores, num total de 28 membros. Entre eles, uma participante de organização de mulheres árabes, um assessor da União Africana oriundo de Guiné Bissau e uma trabalhadora rural indiana, com uma visão clara dos desafios do setor informal; coordenando os trabalhos, o presidente da África do Sul e o primeiro-ministro da Suécia.

O mais interessante é o tema central do relatório, o futuro do trabalho.

Com o advento da chamada indústria 4.0, traduzida em avanços da inteligência artificial, da internet das coisas e da biogenética, mudanças importantes no mundo do trabalho devem ocorrer, com a possibilidade de extinção acelerada de postos de trabalho e aumento da desigualdade, como bem mostra Martin Ford, em "The Rise of the Robots".

O futuro, no entanto, trará também possibilidades positivas, como a redução, por meio da automação, de trabalho degradante, a disponibilidade de recursos mais avançados para a educação e saúde ou a melhoria geral de condições de vida para a população que, em muitos países, está envelhecendo.

Neste sentido, foram discutidos o conceito de "sociedade ativa ao longo da vida" ?"a possibilidade de se manter as pessoas com atividades significativas mesmo na velhice, se assim desejarem?" e a economia de plataforma, que poderia levar tanto à precarização de contratos como, por outro lado, à geração de mais postos de trabalho, o que é importante para os países desenvolvidos.

Para os países em desenvolvimento, o futuro do trabalho deveria significar formalização e melhoria das condições de trabalho, o que demandará, para acontecer, de ação concertada da sociedade internacional.

Meu papel na comissão foi o de refletir sobre o que deve ser feito em educação para garantir que a nova geração esteja pronta para esses desafios e os trabalhadores possam adquirir as competências para navegar em tempos incertos.

Em qualquer circunstância, todos precisarão aprender a se reinventar, a resolver problemas que demandarão soluções novas e criativas.
Herculano
23/11/2018 08:40
TCU FISCALIZA O QUE NÃO PODE E FAVORECE SUSPEITOS, por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Tribunal de Contas da União (TCU) dá sinais de esquizofrenia ou há algo de podre em seus métodos. O TCU adotou duas posições divergentes ao mesmo tempo, quando decidiu fiscalizar a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que não recebe um só centavo dos cofres públicos, e quando decidiu que não tem competência para fiscalizar a Confederação Nacional do Comércio (CNC), que administra cerca de R$10 bilhões por ano em verbas públicas, através do Sesc e do Senac.

OLHA Só QUE VERGONHA
Com essa decisão, o TCU favoreceu a diretoria recém-eleita da CNC, que, acusada de irregularidades, não foi suspensa e tomou posse.

TCU FECHOU OS OLHOS
Entre os empossados na CNC está até um diretor declarado inelegível e afastado da Fecomércio-MG pela Justiça Criminal de Belo Horizonte.

DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS
Na esquizofrenia do TCU, a Secretaria de Controle Externo (Secex) gaúcha tem entendimento diametralmente oposto à congênere paulista.

PROCURADOR DECENTE
Reserva de seriedade no TCU, o procurador Júlio Marcelo sustenta que o TCU deve fiscalizar a CNC, a maior entidade sindical do País.

INTERVENÇÃO ACABARÁ MESMO EM 31 DE DEZEMBRO
O futuro ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, deixou claro ontem que o governo Jair Bolsonaro (PSL) não cogita renovar o decreto de intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Por enquanto, segundo ele, "está mantida a data de 31 de dezembro para o término", afirmou o general nesta quinta (22), durante entrevista ao programa "Bastidores do Poder", da Rádio bandeirantes.

AVALIAÇÃO POSITIVA
O general Fernando avaliou positivamente a intervenção federal no Rio, mas advertiu que é preciso dar continuidade ao trabalho.

PLANO ESTRATÉGICO
"O legado é o mais importante", disse o futuro ministro da Defesa, destacando o Plano Estratégico de Segurança Pública no Estado.

PRAZO DE VALIDADE
As Forças Armadas não se furtam ao chamamento da sociedade, disse o futuro ministro, mas a intervenção não pode ser para sempre.

CHEGA DE PATERNALISMO
O setor de energia fez chegar ao Governo de Transição uma súplica: que o futuro ministro da área não seja alguém sempre pronto a espetar as ineficiências do setor público na conta do pagador de impostos.

PARA, QUERO DESCER
O procurador Guilherme Shelb, que até cumpriu pena de suspensão por excessos cometidos no cargo, que tinha fama de petista, agora é evangélico, bolsonarista e defensor do Escola Sem Partido.

LUGAR DE PRESO É NO PRESÍDIO
Lula só perceberá que é um presidiário quando cessarem as regalias de que desfruta, diferentemente de toda a população carcerária, por exemplo, ao receber 572 visitas em cerca de sete meses.

COMUNISTAS COM LED
Cerca de 430 médicos cubanos partiram ontem, de volta à tirania, carregando aparelhos de TV e computadores, que não são vendidos na sociedade que a esquerda brasileira acha paradisíaca. Periga serem todos confiscados para uso das autoridades que os escravizam.

BLACK FRAUDE
Em vez de cobrar metade do dobro, como no Brasil, a companhia Aeroméxico deu show com passagem ida e volta de São Paulo a Nova York por R$1.500. É o preço da Latam de voo entre SP e Porto Seguro.

FIM DA 'REFORMA IDEOLóGICA'
Nabhan Garcia, futuro secretário de Assuntos Fundiários de Bolsonaro, prometeu acabar com a ideologia na reforma agrária. "Vamos fazer com quem tem vocação. Não vai ter reforma ideológica".

A CHICANA CONTINUA
O clima continuou na tarde desta quinta (22) na Câmara, no bate-boca sobre o projeto Escola sem Partido. Foram quatro horas de obstrução do PT, PCdoB etc, a famosa chicana. Mas o relatório foi finalmente lido.

O TIPO GAÚCHO PODE
Após ir ao Supremo Tribunal Federal para acabar com vaquejadas no Nordeste, ONGs de animais calaram sobre projeto que torna o rodeio crioulo (vaquejada gaúcha) em manifestação cultural nacional.

PERGUNTA DE CONTRIBUINTE
A nova Secretaria de Privatizações vai pedir a própria extinção quando concluir a missão, em que prazo?
Herculano
23/11/2018 08:34
BOLSONARO PODE ESCOLHER PESTANA PARA A EDUCAÇÃO EM VEZ DE MOZART, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Ex-futuro indicado tem a oferecer a sua comprovada experiência em educação e o seu reconhecido apartidarismo

Quem é que, tendo a chance de ter um Mozart na Educação corre o risco de nomear um Pestana? Resposta: Jair Bolsonaro, presidente eleito. Se você não conhece, leia o conto "Um Homem Célebre", de Machado de Assis.

Narra a história de um músico cuja ambição era ombrear com os grandes. Sentia na ponta dos dedos o frêmito antecipatório da grande obra, daquela que iria inscrever seu nome no panteão dos gênios.

Mas, ao compor, a única coisa que lhe vinha mesmo era polca. O homem era empurrado para o popularesco, não um mal em si, poder-se-ia dizer. O problema de Pestana estava na ambição de ser um... Mozart. Em vez de "A Flauta Mágica", ele dava à luz "Não bula comigo, nhonhô".

Todos acompanhamos o que se deu com o nome do excelente Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, cotado para assumir o Ministério da Educação no governo de Jair Bolsonaro.

Anunciada a provável indicação, o professor passou a ser alvo da guerrilha na internet e na imprensa promovida pela bancada evangélica e por setores da extrema direita, que exigem na pasta alguém identificado com o movimento Escola sem Partido e com o combate à chamada "ideologia de gênero".

E o ex-indicado tinha a oferecer a sua comprovada experiência em educação e o seu reconhecido apartidarismo.

Numa área tendente a conflagrações ideológicas, contam a seu favor a capacidade técnica e recursos intelectuais para dialogar com as várias correntes de pensamento e militância que nela se engalfinham. Mas isso não serve. O que se quer, como fica a cada dia mais evidente, é uma "Escola com Partido".

Bolsonaro já deixou claro que não tem compromisso com a boa turma nomeada por Paulo Guedes para a economia. Se vai dar certo, não sei. Até porque, convenham, "dar certo", tendo como referência o que precisa ser feito, não implica apoio popular.

Vêm por aí "remédios amargos". Vamos ver quantos pontos de sua popularidade o "Mito" sacrifica no altar da matemática. O próprio eleito já afirmou que os economistas "ferraram o Brasil".

Se o resultado for satisfatório, ele sobe no pódio para receber os louros. Se o contrário, Guedes que se vire com os seus economistas ferradores.

De todo modo, dada a área econômica, há um compreensível esforço rumo ao otimismo. Ninguém por ali é chegado a feitiçarias. É um bom marco para começar. As dificuldades, no entanto, são gigantescas.

E Bolsonaro, como se percebe, vai cobrar resultados, tentando se descolar de medidas impopulares, como um presidente que assistisse à distância ao desempenho de um primeiro-ministro. Não creio que consiga tal alheamento. Mas isso fica para outra hora.

O eleito decidiu, no entanto, ser presidente mais do que plenipotenciário em pastas que considera tomadas por esquerdistas globalistas... Numa breve reunião com a futura bancada do PSL, afirmou que a "questão ideológica é mais grave do que a corrupção".

Mostrou ali, de novo, a vocação missionária. E, acreditem, essa pode ser fonte de mais instabilidade para seu governo do que os ajustes que precisam ser feitos na economia e que populares não serão.

Quando a biografia de um Mozart Neves Ramos é submetida ao constrangimento e ao achincalhe por uma súcia que não saberia redigir duas linhas compreensíveis sobre o que seria esse tal "globalismo", apegando-se a slogans veiculados nas redes sociais; quando o futuro presidente se deixa constranger por feitiçarias e misticismos ideológicos e não ideológicos sob o pretexto de combatê-los; quando se considera que estamos falando de uma pasta que os estudiosos de quase todos os matizes consideram essencial para o desenvolvimento econômico, não para a colonização de consciências, bem, meus caros, quando isso acontece, é evidente que se está no mau caminho.

E a educação é apenas uma das áreas em que o discurso puramente ideológico toma a frente das escolhas racionais. Bem, Ernesto Araújo, futuro ministro das Relações Exteriores, demonstraria sem pestanejar que essa tal "razão" é apenas um dos territórios da ilusão... globalista!

Não há equipe econômica que possa salvar um governo que prefira Pestana, que atende pelo nome de Ricardo Vélez Rodriguez, a Mozart. Resta uma pergunta: existe bolsonarismo sem essa fricção ideológica inútil, que só empurra o país para a guerra de todos contra todos?
Herculano
23/11/2018 08:30
O FôLEGO DO LÍDER

A edição impressa especial desta sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale - o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade de Gaspar e Ilhota -sobre a Tragédia de 2008 é um aviso de como as lembranças daqueles dias terríveis não estão longe de se repetirem.

E por que? Contra o fenômeno natural não há nada para ser feito.

Pior: a humanidade - e por seus líderes - conspira para agravamento nas condições do clima desafiando a sensatez

Se isso não fosse pouco, as autoridades locais não se prepararam, nem em ações preventivas, nem na conscientização da população para mitigar os riscos e evitar a repetição dos resultados decorrentes dos fenômenos naturais severos.

Estão fazendo política, caçando votos, arrumando licenças temerárias e permitindo a ocupação clandestina de áreas vulneráveis.

Restará ao fim, colocar um memorial com o nome dos mortos e dar condolências aos parentes das vítimas. Acorda, Gaspar!
Herculano
23/11/2018 08:21
da série: se Bolsonaro evitou um técnico para tirar a educação do buraco pelos votos dos evangélicos para aprovar no Congresso as reformas econômicas e fiscal, fez uma troca ao menos desculpável. Caso contrário...

FALTOU A BOLSONARO O POSTO IPIRANGA DA EDUCAÇÃO, por Josias de Souza

No processo de escolha do ministro da Educação, Jair Bolsonaro esteve muito próximo de tomar uma decisão que elevaria sua estatura. Preferiu, entretanto, rebaixar o teto de sua futura Presidência.

Bolsonaro cogitou a sério nomear um craque: o educador Mozart Ramos. Vetado pela bancada da Bíblia, Mozart foi trocado pelo colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, indicado pelo polemista Olavo de Carvalho.

Guru ideológico da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho já havia apadrinhado o chanceler Ernesto Araújo. Está prestes a empatar com o DEM em número de ministros. Eis o placar: Olavo 2 X 3 DEM.

Nada é mais desesperador no Brasil do que a unanimidade educacional. Entre os políticos, não há quem discorde: reverter a deterioração do ensino público é uma prioridade máxima. A despeito disso, a educação nunca dá o prometido salto.

Bolsonaro ajuda a entender o motivo. Enquanto o presidente eleito transitava na área educacional entre o acerto e o desastre, Paulo Guedes, o czar econômico do capitão, concluía a composição de sua equipe livre de pressões.

Se um deputado evangélico se dirigisse ao Posto Ipiranga para vetar um dos técnicos selecionados para o BC, BB, BNDES e Caixa seria tratado a pontapés. Se Olavo de Carvalho ligasse para apadrinhar fulano ou beltrano seria ignorado.

As estatísticas sobre analfabetismo funcional revelam que as escolas brasileiras ainda não conseguem ensinar adequadamente o A-E-I-O-U. Mas a prioridade do novo ministro é implantar uma escola sem partido e livre da educação de gênero.

Evangélicos e aliados já estão providenciando uma lei no Congresso. Proselitismo político em sala de aula terminará na cadeia. Resta explicar como se dará a fiscalização do trabalho dos 2,4 milhões de professores que atuam nas mais de 200 mil escolas de ensino fundamental e médio.

Na reta final da composição da nova Esplanada dos Ministérios, faltou a Bolsonaro discernimento e coragem para providenciar um Posto Ipiranga para a área da educação.

Em vez de tirar um partido para colocar outro, talvez fosse mais produtivo providenciar escolas nas quais os adolescentes não tivessem que aprender coisas inúteis de pessoas que não entendem do que falam, para receber ao final um certificado de que sabem o que ignoram, estando perfeitamente aptos a engrossar as estatísticas do subemprego.
Herculano
23/11/2018 08:18
OPERAÇÃO DESMANCHE ESTATAL, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Para estatais, superministro da Economia nomeia equipe militante da privatização

O que vai ser do megaministério da Economia ainda é nebuloso. Mas o überministro Paulo Guedes deixou ainda mais claro que seu programa para as estatais é privatizá-las ou reduzi-las ao mínimo, no limite da tolerância de Jair Bolsonaro e do seu conselho militar.

Para comandar Petrobras, BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, Guedes indicou economistas que são militantes da privatização ou profissionais talhados para a eventual venda das "joias da coroa" estatal.

Note-se de passagem que, nomeados dois terços do ministério e o filé das estatais, não houve negociação de cargo com partido. Tenso.

São pessoas mais ou menos ligadas ao mundo da finança e de conselhos empresariais do Rio de Janeiro. No futuro governo ou na equipe econômica, até agora não há gente da indústria ou de São Paulo.

Além do mais, Guedes diz que seu objetivo é "salvar a indústria", apesar dos industriais, enxugar políticas industriais e aumentar a exposição das empresas à concorrência do exterior.

Não se trata de novidade, claro. Mas tudo está sendo preparado para que não se trate apenas de planos.

Guedes não apenas tem aversão à política econômica brasileira dos últimos 50 anos, pelo menos, como tem confirmado sua intenção de promover um revertério raro no país. As últimas grandes privatizações e rodadas de abertura comercial ocorreram faz 20 anos ou mais.

Guedes tem dito que não vai abrir a economia sem mais, antes de baixar impostos para empresas.

Qualquer reforma tributária é enrolada (os planos estão quase todos parados faz também 20 anos) e, em tese, não vai entrar em pauta antes da Previdência. Logo, é difícil imaginar mesmo um começo de mudança no ano que vem.

Com as privatizações, no entanto, a conversa parece ser outra. A medula de Petrobras, BB, CEF e um novo e muito enxuto BNDES devem permanecer. Mas dezenas de empresas agregadas serão vendidas, algumas delas de grande peso no mercado.

Indicado para a CEF, Pedro Guimarães começou a carreira como analista de bancos e fez um doutorado sobre privatizações. Faz tempo é banqueiro de investimento. Preparar empresas para venda, fusões e aquisições é parte de sua profissão.

Rubem de Freitas Novaes, indicado para o Banco do Brasil, é mais consultor. Doutorado em Chicago como Guedes (da mesma geração), é um articulista militante da privatização em institutos ultraliberais. Ocupou cargos públicos no governo de João Figueiredo, no começo dos anos 1980 (foi diretor do BNDES e do Sebrae), foi economista da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e presidente do conselho de economia da Sociedade Nacional de Agricultura.

Roberto Castello Branco, indicado para a Petrobras, foi diretor do Banco Central em 1985 e é diretor da FGV. Passou década e meia na Vale, até 2014, não na operação, mas como economista e diretor de relações com investidores (com o mercado). É mais conselheiro do que executivo de empresas.

Ora está na Invepar, de concessionárias de infraestrutura, como Guarulhos e metrô no Rio. Foi conselheiro da Petrobras no biênio 2015-2016. Faz alguns anos, escreve artigos em defesa da privatização da petroleira.

Joaquim Levy, também de Chicago, foi para o governo Dilma Rousseff 2 a fim de tocar um enxugamento do Estado, como se sabe, começando por ajuste fiscal e enxugamento do BNDES. Vai comandar o BNDES de Bolsonaro.

É uma equipe do desmanche estatal.

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