12/08/2019
O PSL de Gaspar e ainda como comissão provisória experimenta a sua primeira crise. O presidente Marciano Silva tenta por sob controle as vaidades dentro do próprio grupo
Vou ser repetitivo? Vou! E por uma única razão. Explicarei, mais uma vez, aos que não pegaram a conversa do início e por inteiro. Então, sintam-se à vontade para malhar mais uma vez. E na falta de argumentos, podem me chamar de comunista como se isso fosse argumentação para quem não a possui contraponto às minhas sustentações sobre fatos tão óbvios e não sabem da minha história.
Num artigo aqui e despretensioso de algum tempo atrás, ousei diante da minha franqueza comprometida com os meus leitores e leitoras, afirmar que o PSL de Gaspar estava tropeçando nas suas próprias pernas. E a turma do PSL daqui organizada nas redes, cheia de razão em si própria, tentou-me dar o mesmo destino da suposta falta de credibilidade que me dão os tubarões que manipulam e dominam à cena da política gasparense há décadas, quando eu aponto para as suas jogadas dissimuladas.
Atenção. Se você leu até aqui, reitero que é importante gravar o parágrafo anterior pois ele será necessário para as conclusões deste artigo.
Volto. Perceberam? Eu tenho razão só quando estou de um lado e tenho que permanecer, permanentemente nele até para ser tachado de burro ou teimoso. E por não ter lado, por me reavaliar permanentemente diante de um mundo em transformação e evolução acelerada, inclusive no ambiente político, social, interesses e econômico, recebo pau e aplausos dos dois lados, dependendo da conveniência e da oportunidade. Estou acostumado! Mas, vamos adiante.
Fiquei na minha, como sempre, esperando a caça. Só para flagrá-la na repetição dos seus hábitos. Elas e o hábitos são intuitivos. E por isso, fáceis de serem apanhados. Nada como um dia após o outro. Afinal, o tempo é o senhor da razão e ele, o tempo, repetidamente, tem lavado a minha alma. Ufa!
Não resta à menor dúvida de que as eleições de outubro do ano passado foram diferentes e deram lições claras às estruturas partidárias tradicionais e principalmente aos políticos espertos de sempre. Sempre escrevi isso. Muitos escreveram a mesma coisa e com muito mais propriedade e exemplos do que eu. E não precisa ser acima da média para concluir sobre isso. O voto no PSL, em Jair Messias Bolsonaro e Carlos Moisés da Silva foi um recado evidente de que era preciso o mundo político brasileiro mudar, inclusive em Gaspar. Basta olharmos os boletins das urnas, os candidatos, os resultados...
INFILTRADOS COM VELHAS MANIAS
Resumindo: o voto não foi exatamente foi ao PSL – um nanico até então e sem ideário diferencial -, mas, sim, contra o comportamento fedorento e viciado dos políticos brasileiros, incluindo os locais: o de levar vantagens em tudo, o de mudar de casaca conforme à necessidade e conveniência, o de criar filas e impedir à renovação das lideranças nos próprios partidos, o de acobertar os crimes e mazelas entre os seus, o da falta de transparência, o de dizer uma coisa e fazer outra, o de roubar ou administrar mal o que é suportado pelos pesados impostos de todos, o de corromper, o de proteger amigos na maioria incompetentes e manchados, o de ignorar ou ferir sistematicamente à lei, o de impedir as verdadeiras mudanças para melhorar ou proteger à vida das pessoas e de ter o monopólio de nomes para o poder permanente dos mesmos.
Com os resultados das urnas surgiu o PSL de Gaspar, inexistente até outubro do ano passado. Uma comissão provisória sob a chancela do surpreendente fenômeno de votos vindo de Blumenau, onde era vereador e tinha passado por quase todos os partidos, apesar de muito jovem, o deputado estadual Ricardo Alba.
Tudo meio às pressas. Voluntarismo. E gente esperta se aproveitando da oportunidade que não teve até então na política partidária tradicional diante do território marcado por tubarões, gente vinda das várias denominações evangélicas, gente que não viveu mas acha o tempo dos militares um sonho, ou peixes graúdos e viciados enxergando novas águas para flutuar e se oxigenar como se novo na política fossem.
Tudo isso é da natureza humana. Compreensível. Mas em qualquer partido, mesmo a tal pluralidade de pensamentos e atitudes é prudentemente cercada de limites. Afinal, um partido é feito de afinidades, de ideário e objetivos para a sociedade onde pede votos para ser estabelecer e representa-la. E por isso, mesmo, era preciso filtros e depurações em Gaspar. E isso, não foi feito no surgimento da comissão provisória de Gaspar e nem no decorrer dela que vai se transformando em Diretório. Um erro.
E esse quadro juvenil por uma causa de poder e não de depuração começa a incomodar.
Na semana passada houve as primeiras sérias intrigas no PSL de Gaspar e que extravasaram às suas reuniões. Foram parar nas trocas de ideias nos tais grupos dos aplicativos de mensagens.
Falei com o presidente Marciano da Silva, sem passagem e gestão na política, um corretor de imóveis, que veio no bojo desse improviso criado pelo deputado Alba. Marciano, que não possui a manha dos políticos, com a sinceridade – e até a ingenuidade dos que não foram “batizados” - e que ainda lhe é peculiar, minimizou: “Infelizmente”, sintetizou, Marciano.
O PSL de Gaspar – sem candidatos visíveis – pode estra preventivamente sendo envolvido pelos partidos tradicionais que têm nele uma incógnita eleitoral que poderá ser testada de verdade nas urnas de outubro do ano que vem
À BUSCA DA LIDERANÇA E COMBATER ÀS INTRIGAS
Na semana passada, até uma reunião da Comissão Provisória foi marcada para a lavação de roupa-suja e que envolvia, inclusive, à discussão à liderança do próprio Marciano à frente da Comissão. Intrigas. À última hora, essa reunião foi desmarcada. Percebeu-se que ela poderia trazer mais estragos, do que a pretendida, cortar o mal pela raiz, buscar uma eventual depuração e assim, facilitar à agregação do grupo.
“Já resolvemos, e continuamos nosso trabalho. Resumindo, são pessoas que sentiram o gostinho do poder (de estar tirando fotos do lado de autoridades). Nós demos uma oportunidade, e agora se acham donos do partido. É mais o menos isso. Triste realidade. Imagina se uma pessoa dessa chega no poder, se estraga (sic), e ainda estraga outras pessoas”, esclareceu Marciano.
E este assunto das intrigas internas não nasceu e nem se propagou aqui na coluna até este artigo. Ele dominou parte das redes sociais durante pelo menos dez dias e bombou nos aplicativos de mensagens. E por isso, voltei a insistir com o presidente da Comissão Provisória do PSL de Gaspar, Marciano Silva, mostrando materiais que circulam por ai.
“Sim já vi, mas são falácias de pessoas que não estão de acordo com o nosso projeto. Muitas frases fora de contexto, pra nós, não nos atinge em nada, já sabíamos dessas atitudes de alguns para tentar nos fragilizar, mas o mais importante é que temos a nossa consciência limpa. Seguiremos trabalhando por Gaspar, ajudando a comunidade, sem egoísmos e privilégios”.
Apesar de Marciano insistir e minimizar o que aconteceu ainda persiste, este assunto ainda vai render e vai exigir ação firme de alguns bombeiros, como o deputado Ricardo Alba, o tutor do PSL de Gaspar e que parecer querer abraçar o mundo. Então perder-se o foco, consequentemente o controle ou a liderança. Mas, vamos adiante.
VAI TER CANDIDATO PRÓPRIO
Marciano insiste que o PSL de Gaspar vai ter candidato próprio a prefeito em outubro do ano que vem. E repetiu o que disse recentemente em visita a Gaspar na imprensa local o deputado Ricardo Alba: “O PSL terá candidato a prefeito em Gaspar nas eleições de 2020. O presidente do partido [Marciano] está trabalhando com sua equipe da Executiva para montar um time de pré-candidatos a vereadores alinhados com o presidente Jair Bolsonaro, e com as demais lideranças do partido, como também pré-candidato a prefeito e vice-prefeito”.
Ter candidato próprio é uma coisa. Ter um candidato próprio viável, é bem outra.
Primeiro precisa-se de um partido unido e representativo. O PSL não é a pedra, o escape. Agora, ele é vidraça, é algo que conta em qualquer jogo político e está no radar de todos.
Segundo, em outubro do ano que vem, o PSL não será uma “novidade”, virá com os desgastes naturais de ser poder e dependerá do sucesso dos governos de Jair Messias Bolsonaro e Carlos Moisés da Silva.
Terceiro, o voto contra Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, Carlos Roberto Pereira, MDB e Pedro Celso Zuchi - que em teoria representam o velho e o duvidoso, ainda é prevalente entre os simpatizantes do PSL e bolsonarismo -, não será suficiente se não se tiver um nome que inspire confiança e aglutine forças.
Neste momento, e é muito cedo para isso, elas se mostram divididas na Comissão Provisória. Dessa forma, não vencerão uma máquina eleitoral azeitada, viciada e principalmente inchada na prefeitura e Câmara de fazer votos à moda antiga, e toda paga pelos pesados impostos dos gasparenses.
O governo de Bolsonaro começa a sair do papel, principalmente pela excelente equipe técnica que escolheu – e alguns na campanha como Paulo Guedes - e possui. Vai bem, porque o Congresso tem tido um papel de protagonismo nas reformas apesar do governo. Vai bem porque executivamente, até mesmo em obras essenciais, está se produzindo resultados muito antes do esperado, como a duplicação da BR-470, que parece ter ganhado realmente fôlego no novo governo.
Já o governador Carlos Moisés da Silva, está bem, mas coloca bem distante do candidato Comandante Moisés. É teimoso. Comunica-se mal. E na área econômica e de desenvolvimento está refém de técnicos da velha secretaria da Fazenda. Para eles, a única solução é criar mais impostos para pagar privilégios (deles próprios), o rombo das estatais incapazes e da máquina inchada e desperdiçadora dos pesados impostos dos catarinenses.
No governo de Carlos Moisés não há modernização, não há inovação, não há criatividade, não há privatizações... Falta-lhe cérebros e audácia à altura para romper ou solucionar os velhos e tenebrosos problemas estruturais. Isto sem falar na notória segregação regional que ele faz com o Vale do Itajaí.
O sucesso do PSL como partido em Gaspar vai depender em muito do sucesso dos governos Bolsonaro e Moisés, bem como de se vender a ideia de romper com a contaminação dos partidos tradicionais que dominam a política local por décadas
CAVALO DE TROIA
Além do que mencionou Marciano à coluna ao minimizar os problemas internos da Comissão Provisória do PSL de Gaspar e que percorreram as redes sociais nestes últimos dias, como gente que quer aparecer, ou seja, que nunca comeu melado e está se lambuzando com ele, há outros fatores que precisam ser urgentemente gerenciados.
Primeiro, o PSL de Gaspar não possui – ao menos não declara ou define - um nome para concorrer a prefeito. Muito menos ao que está nele, é sabido que não há equipe para criar diferença de resultados que é o que se espera de um novo governo.
Está com o medo do teste antecipado? Ou acha que o seu eleitor votará num poste? E neste vácuo de nomes e quadros (um Paulo Guedes da vida), surge Sérgio Luiz Batista de Almeida, ex-funcionário público municipal como motorista de ambulância, sindicalista, psicólogo, suplente de vereador, que passou pelo PSDB e PR – onde até foi vice do MDB com quem sempre esteve ligado.
Sérgio vai ocupando à vaga por falta de nomes alternativos. E isso incomoda alguns simpatizantes do PSL. Sérgio, não é o verdadeiramente o novo, nem um executivo, ou político ou gestor afeito às mudanças que os eleitores de Gaspar estão buscando desde que elegeram, por exemplo, o professor Francisco Hostins, PDC, com uma equipe técnica realmente transformadora e que até hoje é referência de resultado para a cidade e os cidadãos dela.
Segundo. O MDB de Gaspar está realmente preocupado com o PSL. Isto é fato. Não porque o PSL esteja nas pesquisas. Nem está. Nâo possui nomes. Talvez esteja escondido nas abstenções que chegam a 60%. Mas, o MDB com toda a sua força e como governo que é, está ruim nessas mesmas pesquisas. E não tem jeito de mudar esse quadro, por enquanto.
Contra o PT, o MDB e PP já possuem o discurso pronto, apesar de nacionalmente terem sido sócios das mesmas bandalheiras, dúvidas, atrasos, recessão e milhões de desempregos. Nos cargos que já distribuiu na prefeitura e pagos com os pesados dos gasparenses, o MDB já anulou o PP, PTB, PSC, PSDB e até o improvável PDT. E possui espaço e fôlego para muito mais como o próprio PSD de Marcelo de Souza Brick. Ele namora esse negócio, faz tempo. Faz reuniões e fotos com outros – fingindo voo próprio – mas, na verdade, são recados de chantagens emocionais para ficar no bloco do MDB e finalmente ter um emprego.
Por outro lado, Kleber e Roberto Pereira, presidente do MDB – o que coordena esse esquema de poder político dentro e fora da prefeitura - sabem que o PSL não poderá ser comprado. Se não pode ser um possível aliado, o jeito então é enfraquece-lo. É uma tática, não uma estratégia. E está em curso essa tática. E um dos caminhos é a de fomentar às intrigas na cidade, nas redes e no próprio PSL. Só o PSL ainda não percebeu.
Então, muito do que saiu nestes últimos dias é intriga fomentada ou montada – ou ampliada - pelo próprio núcleo político do governo Kleber. É para desestabilizar o PSL que ainda não se estabilizou como partido e se tornar um verdadeiro concorrente à prefeitura de Gaspar.
E por que? Entre as possíveis causas das discussões dentro do PSL de Gaspar, estava o suposto descontentamento da aproximação ao PSL do médico, funcionário público municipal, vereador, ex-presidente da Câmara, cria política de Kleber, gente do mesmo templo de denominação evangélica, mas agora há dois anos, um ferrenho fiscal-dissidente do atual governo, Silvio Cleffi, ainda no PSC – para não perder o mandato.
Os únicos que não querem Silvio vivo são MDB, PSC, Kleber e Roberto Pereira. Então...
E na mesma ladainha quem apareceu na mesma discussão? O nome do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, que nasceu no MDB e de lá teve que sair porque resistia em ser mandado no cargo de prefeito por gente do diretório e sem votos.
Adilson, nem filiado ao PSL é. Ele possui uma afinidade com o PSL, mas porque o partido possui simpatias pela ligação de Gaspar a Blumenau pela Garuba, defendida por Adilson e que Kleber a rejeita. O MDB vê Adilson como seu lúcifer, enxerga fantasmas, e na doentia vingança o persegue como um cão sarnento, pois o conhece como um bicho essencialmente político que Adilson é. Vai que...
E quem não quer Adilson vivo politicamente? Novamente muita gente, inclusive na imprensa paga pelo poder de plantão, mas principalmente o MDB, PP, Kleber e Roberto Pereira. Então... Será que à ingenuidade do PSL de Gaspar vai se permitir comer mais esta isca no jogo de perpetuação do poder do MDB e PP? É preciso ver onde está e quem levou o Cavalo de Tróia para dentro do PSL e está tentando criar a cizânia lá, antes mesmo do PSL se tornar um diretório. Acorda, Gaspar!
O agente Silva, da Ditran (à esquerda) continua esperneando e se dizendo perseguido. O líder do governo, Anhaia, MDB, (centro) negou e diz que o prefeito Kleber (à direita) está fazendo, inclusive, o que Silva pediu
O funcionalismo público no Brasil – em todas as esferas - nunca foi governo. E não seriam em Gaspar que ele seria diferente. Eles criam as suas pautas e as colocam na mesa dos políticos, e com o tempo, vão criando privilégios. Os políticos, desprezando à maioria dos eleitores que pagam essa alta quando se compara aos que estão na iniciativa privada e sem estabilidade, vão, de alguma forma, fazendo concessões para evitar desgastes, principalmente em períodos pré-eleitorais. E nas pequenas cidades, esta nefasta prática é mais acentuada.
Escrito isto, os que gerenciam os servidores públicos – os do poder de plantão - e não exatamente os verdadeiros patrões dele – os pagadores de impostos e que se servem dos serviços deles -, acham que podem tudo. Eu lhes relatei na coluna Olhando a Maré, de segunda-feira passada, a vingança, o constrangimento e a humilhação que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e o prefeito de fato, o secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, e presidente do MDB local, fazem contra o agente da Ditran, Pedro da Silva.
Fui o único, até agora. Todos os outros veículos esconderam o fato da sociedade que sabe porque rola solto nacionalmente nas redes sociais e principalmente aplicativos de mensagens.
Não deu outra. Na sessão da Câmara da terça-feira este assunto foi pauta de debates pelo menos diretamente entre o que está obrigado a defender Kleber no Legislativo, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, e o funcionário público municipal (Samae) e que tomou as dores do Agente Silva, é opositor a Kleber, o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD. “Se quiséssemos perseguir o Agente Silva teríamos feitos quando a esposa dele [Lucimara Rosansky Silva] era presidente do Sindica [ dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal, o Sintraspug] pontuou Anhaia. “Nós atendemos à uma sugestão dele”, completou.
A PUNIÇÃO REVESTIDA DE AÇÃO ADMINISTRATIVA
A primeira informação é a prova de que o governo Kleber tem no seu DNA o senso da vingança e por causa dela, já teve até que cancelar uma das suas viagens surpresas mensais – e sem agenda antecipada ou conhecida - a Brasília.
Se desviou quando já estava em Florianópolis e foi à Câmara de Vereadores abrandar a fervura que trabalhava contra o seu mandato. Foi para esclarecer e pedir desculpa aos funcionários comissionados e de confiança, principalmente, a quem ameaçou por aplicativo de mensagens demiti-los se não o apoiassem publicamente nas suas ideias nas redes sociais.
“Punir” o Agente Silva por sua mulher ser a presidente do Sindicato até poderia passar pelos planos dos que orientam Kleber, mas seria um “suicídio” enquanto ela era a presidente do Sindicato. Estaria na cara de todos e daria provas.
Então punir tardiamente o Agente Silva simplesmente por sua mulher Lucimara ter tido uma função representativa dos servidores e que no mandato confrontava o poder de plantão (Kleber e companhia), é apenas um indicativo preocupante de que o governo admite, mesmo sob à negação, de que faria isso para feri-la, intimidá-la, constrangê-la, humilhá-la e limitá-la naquilo que fez exercício autônomo da função. Incrível!
Isso revela um comportamento. É uma marca de governo. É de se ir adiante. A mim que sofro isso na pele, não me surpreendo com as revelações e dissimulações nos discursos de ontem e hoje.
PEDIU PARA MELHORAR, NADA MUDOU
Quanto a afirmação de que o deslocamento do Agente Silva – um dos mais antigos e qualificados na Ditran, que está à mingua de recursos humanos – das atividades normais para o pátio terceirizado de veículos apreendidos em Gaspar, sem estrutura para recebe-lo nas novas atividades, foi feita pelo próprio agente, ela é cheia de trucagem para esconder à verdadeira punição política que está sendo aplicada ao funcionário público.
Exemplo. Um veículo é recolhido pela PM ou Ditran ao pátio por falta de documentação. Cabe apenas ao terceiro guinchar e guarda ao pátio. E de lá, o veículo só sai quando receber uma autorização específica da Ditran para tal.
Como não possui autonomia e autoridade, esse terceiro, [funcionários da ACKar] não pode checar se o problema que deu origem à apreensão foi cumprido e mais, se o veículo está verdadeiramente apto para voltar à circulação conforme a legislação em vigor.
Essa queixa realmente houve como sugestão de melhoria na Ditran não apenas do Agente Silva.
Tanto que é falho – ou possui influência política direta ao gosto do poder de plantão - o que se opera hoje na Ditran em relação ao pátio e às sanções dos agentes de trânsito em Gaspar. Desmoralizante. Improbidade administrativa clássica, se não for prevaricação. Tanto que um carro depois de liberado do pátio pela Ditran devido a um erro, ou à proximidade do proprietário com os poderosos do poder, originou todo esse trololó. Tanto que ele foi pego novamente, momentos depois nas ruas da cidade, na mesma infração, ou seja, circulando com commas com os agentes de trânsito. Bestial!
EU NÃO PEDI PARA SER REMOVIDO
Quer mais outro exemplo e que é repetido dezenas de vezes por semana? Um veículo apreendido por um problema qualquer nas ruas de Gaspar (PM ou Ditran), incluindo embriaguez do seu condutor. Vai ao pátio se não tiver ninguém para dirigi-lo. Paga-se todas as taxas e é liberado. Entretanto, sem avaliar à sua documentação, os seus pneus carecas, à falta de estepe ou itens de segurança obrigatórios.
Entendem os agentes da Ditran, que uma vez apreendido o veículo, seja qual for o motivo dessa apreensão, a liberação dele do pátio não deve se ater unicamente ao item que originou à retenção, mas à regularidade completa do bem diante da legislação nacional mínima que o permite circular.
“Eu não pedi a minha transferência para o pátio. Nós [os da Ditran] sempre pedimos que a liberação fosse feita por um funcionário efetivo da Ditran, que tenha conhecimento da legislação e investidura para exigir o cumprimento da lei”, rebateu Silva a informação de Anhaia de que teria sido o próprio agente que teria pedido para trabalhar no pátio.
Para a outra informação de Anhaia de que o Agente Silva já trabalhou com a PM e que seria normal a sua transferência para o pátio terceirizado, ele também nega e esclarece. “Nunca trabalhei para a PM. Não houve transferência física de local de trabalho. Houve apenas uma parceria. E eu fui disponibilizado para o Corpo de Bombeiros e num programa comunitário específico, fazer a Educação no Trânsito”.
Como se vê, o governo Kleber arruma problemas onde eles efetivamente não existem. Por outro lado, num ambiente técnico, infestado de curiosos e gente com empregos políticos, deixa de aplicar a lei aos amigos e contra a cidade. Este assunto promete render e deverá ir longe. Acorda, Gaspar!
REQUERIMENTO
E por que deve ir longe. Porque foi protocolado, votado e aprovado na última sessão, o requerimento 153 sobre este caso do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD. As respostas, diante da repercussão, deverão ser cuidadosas para não se fazer provas contra Kleber e bem diferente dos discursos e bate-bocas até aqui. A corda da vingança está esticada. Kleber e os que mal orientam, terão, que afrouxá-la para não se estabelecer na improbidade administrativa. Veja.
1. A equipe da Superintendência de Trânsito de Gaspar é responsável pela parte de engenharia, sinalização, estatística, fiscalização e educação para o trânsito. Existe, por parte do Ditran, alguma atribuição formal, no sentido de atuação junto ao pátio de veículos apreendidos? Caso positivo, qual? Qual o amparo legal?
2. Conforme a Lei Complementar n° 05, a qual determina as competências do Órgão Municipal de Trânsito, todos os servidores da Superintendência de Trânsito são lotados junto a sede da mesma. Há previsão de alguma outra lotação para os Agentes Municipais de Trânsito? Em caso positivo, qual? Para quê? Qual o amparo legal?
3. Recentemente, a Superintendência de Trânsito remanejou um de seus Agentes Municipais para dar expediente integral no pátio particular de veículos apreendidos. Qual a função designada para o referido Agente? Qual o motivo desse remanejamento?
4. Como o servidor irá prestar suas funções naquele local, sendo que não dispõe de nenhum equipamento de comunicação, transporte ou de expediente?
5. Sabemos que não há previsão contratual para que a concessionária do pátio disponibilize estrutura física e instalações para as atuações dos Agentes Municipais. O Município irá arcar com as despesas relativas? Haverá algum ressarcimento ao proprietário do pátio?
6. As liberações dos veículos apreendidos no referido pátio sempre ocorreram pela concessionária do serviço. Ocorreu alguma alteração no procedimento de liberação?
Perguntar não ofende: templo é lugar de oração ou de prestação de contas de político, e com falsidades? Quantos versículos poderiam ser citados para se questionar esse pecado?
O sistema tributário de Gaspar foi invadido por um agente público que confessou ter mudado dados no sistema. Não se sabe a extensão dos danos. Tudo escondido. Nada transparente.
O vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, teme que o Refis que se aprovou na Câmara na semana passada, possa mascarar – ou apagar - tudo o que foi mexido indevidamente e nunca ninguém venha ter noção do que foi feito. Pior, nunca se saberá se houve mandante e a que motivo isso foi feito.
Se isto é um ato de improbidade, porque não há diligência pública neste sentido até agora? Internamente há apuração, mas quem está próximo ao assunto, por se tratar de algo ligado à tecnologia, teme que tudo está mais para se esconder do que se esclarecer. Acorda, Gaspar!
O próprio governo de Gaspar conspira contra a imagem de confiança do Hospital de Gaspar – que está sob uma marota intervenção da prefeitura - e que ela quer da própria população gasparense. Recentemente nasceu o filho do diretor presidente da Fundação Municipal de Esportes e Lazer, e presidente do PSDB daqui, Jorge Luiz Prucino Pereira. E não foi no Hospital de Gaspar, mas no Santo Antônio, um hospital público municipal de Blumenau.
Na enquete do Facebook na página do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado e de maior credibilidade em Gaspar e Ilhota, está lá a opinião do diretor administrativo do Hospital de Gaspar, Elson Antônio Aparecido Júnior contra o jornal: “Não tem isenção sempre tentando influenciar sob o seu ponto de vista”. É de se respeitar, mas...
Primeiro, Elson, que não é daqui, reconhece que o Cruzeiro do Vale tem um ponto de vista, fundamentado, é influente, diferente de onde ele vem, e não é um maria-vai-com-as-outras usado pelos políticos e poderosos de plantão para enganar a população. Elson transforma uma virtude do jornal que está aí há quase 40 anos, em defeito. Tudo para se ver livre da parte da culpa que lhe cabe nesse ambiente corporativo da saúde pública de Gaspar e de pouca transparência como é o Hospital, sustentada com os pesados impostos de todos.
Segundo, apesar de Elson ser técnico reconhecido, ele como agente público está servindo a um senhor político. Naturalmente, não possui liberdade como o jornal e o portal, por isso, não pode expressar nada diferente do que expressou contra o Cruzeiro do Vale. É assim que quer dele à atual administração que está no poder. Também não custa lembrar que tantos outros técnicos assemelhados na capacidade a Elson, vieram com uma fama e saíram do Hospital com outra, bem diferente, depois de passarem pelo Hospital de Gaspar, incluindo o seu antecessor.
Terceiro, é notório que o Hospital de Gaspar está cheio de problemas e até óbitos que se apuram na co-responsabilidade perante à jurisdição. Então não se trata apenas de ponto de vista, mas de constatações. As redes sociais retratam isso todos os dias. Se o Cruzeiro do Vale esconder à realidade como quer Elson, a notícia se propagará da mesma forma e a omissão do evidente fato trabalhará contra o portal e o jornal.
Quarto, mas não há pior propaganda para um Hospital e seu administrador, que transfere culpas da má imagem do Hospital para os veículos de comunicação que cobrem à realidade dos resultados, do que o que fez Jorge Pereira e a propagou recentemente nas redes sociais. Acorda, Gaspar!
Como funciona. No sábado a Associação de Moradores da Rua Pedro Simon, na Margem Esquerda, fez a sua feijoada. Era para arrecadar fundos para colocar as contas em ordem. E para tal promoção, é preciso Alvará da prefeitura. Não tinha. Foi denunciado. Nada foi feito. Até o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, esteve por lá.
A Associação – pedaço do território político do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB -, elegeu recentemente Gelásio Valmor Muller, o Daco, como presidente. Ele estava comissionado na prefeitura e teve que sair porque seu sobrinho Roni Muller foi escolhido, chefe de gabinete de Kleber. Então! Para alguns que estão no poder de plantão, as leis e exigências têm outro valor e aplicação. Mais um retrato das diferenças entre os iguais. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).