25/04/2019
Uma resposta ao requerimento do vereador Cicero Giovani Amaro, PSD, colocou à mostra alguns números da Ditran – Diretoria de Trânsito – que não são debatidos com a comunidade. Coincidentemente, eles surgem exatamente na semana que deve ser a última do atual superintendente Luciano Amaro Brandt, à frente do órgão, como revelou com exclusividade o editor do jornal e do portal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, na edição da sexta-feira passada, apesar dos desmentidos oficiais. Duas surpresas: a alta arrecadação, o que deixa em caixa ao invés de se fortalecer à Ditran, bem como à própria saída de Brandt. Ele gozava de boa avaliação na cidade pela atuação diante das limitações do órgão. Entretanto, não foi exatamente isso que avaliou o poder de plantão. Coisa de políticos. Então, Brandt resolveu sair por cima da carne seca e perpetuar à imagem dele na instituição.
O que mostram os números: que a Ditran arrecadou no ano passado, R$4.976.781,75. Majoritariamente fruto de multas. Aplicou em favor dos gasparenses ou na cobertura das suas despesas e que não são poucas, apenas R$3.318.897,49. Resumindo: ficou caixa a expressiva quantia de R$1.657.884,26. Nada a indicar, até agora, como ela será usada, apesar do sucateamento da Ditran nas viaturas, agentes, uniformes, materiais incluindo etilômetros. E não é à toa, que o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, por conta dessa “sobra”, tentou que parte dela fosse destinada ao pronto-socorro do Hospital de Gaspar. A ideia, logicamente, não prosperou na Câmara de Vereadores. Foi arquivada. Ela é ilegal e inconstitucional. Este assunto é de exclusiva competência federal.
A Ditran de Gaspar vem sendo sucateada há muitos anos. Este processo se iniciou com o prefeito petista Pedro Celso Zuchi. Está sendo perpetuada por Kleber Edson Wan Dall, MDB, cujo vice, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, vejam só, é um agente de trânsito. Ele está licenciado do órgão municipal, num efetivo que restou de 11, sendo que ainda três estão em “trabalhos internos”. Os sete que estão na rua, devido a escala, férias, afastamentos por diversos motivos, compensações de horas, há dias em que se é difícil montar uma escala mínima de dois agentes para cumprir as tarefas externas. Sabe qual foi o custo de pessoal da diminuta Ditran no ano passado? R$1.067.893. Ela chegou ao cúmulo de parar a Área Azul, por meses, porque não controlou e não executou em tempo hábil, uma licitação para a impressão de blocos de controle.
Pode-se discutir se é ou não exagerada a arrecadação dos quase R$5 milhões no ano passado, quase tudo vindo de multas. Sempre penso que antes da multa vem a infração, a falta de educação e conscientização dos motoristas. Além disso, parte dessas multas foram contra quem passou por nossa cidade – que é um grande entroncamento – e que não respeitou as regras comuns. Exagerada mesmo é essa sobra desses recursos, sem destinação e diante de notória carência. Espantosos são outros números do sucateamento e do empreguismo político. Exemplo: são necessárias duas Jaris- Junta Administrativa de Recursos de Infrações? Elas pagaram aos seus membros R$126.196,20 em 2018. Cada uma julgou apenas 144 processos no ano. Conclui-se que em média, os 288 processos custaram R$438,18 para a Ditran. Acorda, Gaspar!
Os políticos que gravitam e estão no poder de plantão em Gaspar acham que se esta coluna, e os líderes o jornal e portal Cruzeiro do Vale não derem nada sobre as dúvidas que surgem aos montes contra as obras que se espalham na cidade, nada vai ser apurado pelo Ministério Público e o Tribunal de Contas.s
Piada. Quem está denunciando não é esta coluna, nem o jornal, nem o portal, mas gente que fiscaliza e que até foi eleita para isso como os vereadores. Se outros veículos não dão nada sobre o assunto, é problema deles. E se ninguém da imprensa der publicação, as redes sociais e os aplicativos de mensagens assumem o papel que é do jornalismo. Ele perde a credibilidade. Ou para os políticos imprensa boa é a paga com os pesados impostos do povo para como contrapartida ficar quieta naquilo que políticos e gestores públicos têm interesse de que nada se divulgue?
O vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, na função de líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, está realmente num inferno astral. Agora, ele está prestes a perder o seu novo assessor parlamentar, Nilton Osmar Isensee Júnior.
Uma denúncia anônima em fevereiro deste ano, com provas, mostrou ao MP que Nilton acumulava a administração de uma sociedade particular e o cargo comissionado na Câmara, vedados expressamente pela lei.
Coincidência. Esta denúncia só teve o inquérito formalizado no dia 15 de abril pelo MP da Comarca de Gaspar. Na mesma semana, o presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, recebeu igual denúncia anônima e mandou para a assessoria jurídica da Casa. Então...
O Stammtisch de Gaspar organizado pelo jornal e portal Cruzeiro do Vale está em contagem regressiva para o final da semana que vem, sábado dia quatro, sob a liderança de Gilberto e Indianara Schmitt.
Quem diria! Gaspar conseguiu desmoralizar a Havan, do poderoso Luciano Hang. Em tempo recorde, com ajuda da prefeitura, ele conseguiu abrir no aniversário da cidade, no dia 18 de março de 2018. Em novo tempo recorde, mas contra, a Havan teve que fechar no dia dois de janeiro de 2019. Sua engenharia falhou e colocava em risco as instalações e seus clientes, devido a um problema de solo que lá é fruto de aterro.
O próprio Luciano, pressionado, foi as redes sociais, que ele domina bem, para minimizar os problemas da loja do Bela Vista, na Anfilóquio Nunes Pires e que até lá recebeu novo asfalto neste tempo em que ficou fechada. Luciano prometeu reabri-la em 45 dias. Falhou de novo. Precisou de 120 dias e muita grana para corrigir tudo. Luciano está procurando culpados para dividir a conta.
Estranha queixa. Quando veio a Gaspar na semana passada para pedir que a Câmara indique um representante e participe da Comissão Mista Parlamentar da Assembleia Legislativa, visando a implantação da necessária Região Metropolitana de Blumenau, o polêmico ex-vereador de Blumenau e hoje deputado pelo PV, o advogado Ivan Naatz, reclamou do empoderamento do Ministério Público contra a gestão dos políticos.
MP, o contaminado Tribunal de Contas e o Legislativo são, em tese e constitucionalmente, fiscais do gestor público. Perguntar não ofende: o Legislativo ao qual pertence o deputado abre mão desse papel? Ou deputado não quer a concorrência do MP para facilitar, quando conveniente, a estranha aliança para o erro entre o Executivo e Legislativo?
Os funcionários da prefeitura de Gaspar e que vão trabalhar com os próprios carros foram surpreendidos com a cobrança de estacionamento no pátio da Igreja Matriz de São Pedro e com a mudança no acesso a Igreja que impede estacionar na via.
O chororô é grande. E há até quem ache que a prefeitura deva bancar esta despesa. Ai, ai, ai.
Este assunto também alerta o comércio do Centro de Gaspar para a falta de vagas e que pode prejudicá-lo nos seus negócios. Acessibilidade e estacionamento são tudo, numa cidade com um sistema de transporte coletivo precário e com a passagem mais cara de Santa Catarina aos trabalhadores e estudantes. Acorda, Gaspar!
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