17/10/2019
Na terça-feira da semana passada, a ex-vice-prefeita por dois mandatos no governo petista de Pedro Celso Zuchi (2009-2016), funcionária pública municipal (berçarista) e atual vereadora Mariluci Deschamps Rosa, PT, perguntou indignada na Câmara, onde estava a imprensa de Gaspar que não enxergava, noticiava ou debatia os supostos erros do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, bem como do Hospital. É que ele voltou à pauta das redes sociais e aplicativos de mensagens pelo recorrente e tradicional péssimo atendimento no Pronto Socorro ou até, dúvidas sobre novas mortes. Eu estou fazendo um comentário com atraso? Não! Esperei à reação da tal imprensa ao questionamento da vereadora. E não veio. Talvez Mariluci tenha razão, infelizmente.
Primeiro devo escrever que a vereadora está lendo o jornal ou ouvindo a rádio errados. Há gente resistindo e noticiando. Um exemplo sempre foi este espaço. Ele sofreu e vem sofrendo todo o tipo constrangimento e intimidação do poder de plantão. Se ela é leitora da coluna, confirma apenas à ingratidão de conveniência. Tudo porque quando no poder, Mariluci e seu governo já foram alvos aqui. Eram vidraças. Então está na hora de mudar esse hábito antigo e seletivo que ela própria ajudou a fomentar, só para obter vantagens nos seus objetivos políticos, partidários, administrativo e de poder. Segundo, o que se pratica no atual poder de plantão e que ela questiona, Mariluci conhece-o muito bem. Fez exatamente o mesmo ao tempo em que estava lá. Então, a vereadora já tem a resposta à sua própria demagoga, mas lógica e apropriada pergunta. A cidade inteira também está consciente – e esclarecida disso, inclusive por este espaço - e cansada desse tipo de joguinho. É hora de mudar. Até porque hoje, mais do que antes, o que a imprensa supostamente esconde e consequentemente a leva ao descrédito, as redes sociais e aplicativos de mensagens desnudam com verdades e provas cruéis, as quais não são alcançadas pela intimidação de processos judiciais ou perda de verbas publicitárias dos pesados impostos de todos.
“Onde está a imprensa de Gaspar”, pergunta a vereadora. Respondo: onde ela sempre esteve. Não vou falar pelos outros, mas por este espaço e que é do jornal mais antigo e acreditado de Gaspar e Ilhota, o Cruzeiro do Vale. O poder quando no plantão sempre tentou – de todas as formas - cerceá-lo, censurá-lo, processá-lo, desacreditá-lo ou boicotá-lo na repartição das verbas públicas. E ele sobreviveu. É assim hoje com Kleber, Luiz Carlos e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, presidente do MDB de Gaspar. Mas foi assim com Zuchi, que em todas as eleições como as de 2000 e a de 2008 se beneficiou da coragem do Cruzeiro em não se dobrar às dúvidas, autoritarismo e mazelas do poder de plantão que ele sucedeu para ser vitorioso. E no poder, o PT, Zuchi, Albertina Maria dos Santos Deschmps (201/2004) e Mariluci – beneficiários da independência jornalística - mandaram bananas e preferiram os mansos aos quais sabiam que podiam controlar. Após a vitória desses políticos, o Cruzeiro virou um perigo porque preferiu à sua independência e seus leitores. E agora é um dos poucos veículos de comunicação onde a oposição - e nela está Mariluci - pode se expressar naquilo que discursa para tentar voltar ao poder mais uma vez. Então vereadora Mariluci, o tempo é o senhor da razão e como dizia o velho Tancredo Neves, “quando a esperteza é demais, ela come o próprio dono”.
E para finalizar, devo lembrar à vereadora, no exemplo para reflexão e lhe mostrar como o poder de plantão liderado pelo MDB não aprendeu com os seus erros do passado e talvez por isso, não esteja entendendo à razão pela qual as pesquisas internas não ainda “respondem” ao que ele pensa ser o agradecimento natural de retorno dos eleitores naquilo que julgam ser um “governo grandioso”. Quando o ex-prefeito Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, MDB, quis desmoralizar o Cruzeiro e montar a sua verdade, numa época sem redes sociais e aplicativos de mensagens, criou um jornal para ele viver numa bolha. Resultado? O jornal criado faliu; foi vendido depois de apeado do poder. E por que? Não tinha credibilidade e se sabia ser apenas uma pena paga de publicidade de um governo sob dúvidas. E Nadinho? Foi o único prefeito até aqui na história de Gaspar que não completou o mandato e por ordem judicial. Acorda, Gaspar!
Obras dão votos? Se elas surpreendem e trazem conforto, sim. Se forem necessárias, no imaginário do eleitor e do cidadão não passam de obrigações de um mediano gestor público. E isso, os políticos de hoje não estão entendendo, inclusive aqui em Gaspar e Ilhota.
Veja o que aconteceu com o tocador de obras do PT de Pedro Celso Zuchi e secretário específico delas em Gaspar, Lovídio Carlos Bertoldi. Ele estava em campo, parecia entender do riscado e vivia nas rádios propagandeando-as. Era um contato direto, intencional e cotidiano com os eleitores.
Quando se candidatou a prefeito, Lovídio – Zuchi e o PT - não teve o “reconhecimento” e em cujas premissas ele se agarrou. Valeu mais o discurso da necessidade de se quebrar os vícios da máquina que governava oito anos, abrir a caixa preta da prefeitura e avalizar à suposta mudança. Contribuiu também o desgaste nacional do PT com a Lava Jato.
Obras, em alguns casos, são vistas como problemas. Se elas não são feitas transparência, no tempo da promessa e com mínima qualidade, às dúvidas se amontoam para o imaginário popular – as vezes injustamente - e principalmente para os discursos dos adversários. É isso que estampa noticiário e foi isso que rotulou os escândalos nacionais.
Justamente este cenário de dúvidas que deu uma causa ao PSL e ao bolsonarismo para se elegerem em outubro do ano passado. Uma causa que começa a se desmanchar, é bem verdade. O poder, verdadeiramente, desnuda as faces ocultas dos poderosos de plantão. E esta causa – a da transparência, da prioridade com as pessoas -, contudo, continua viva e não se enganem. Afinal, tudo o que acontece sai dos bolsos dos cidadãos ou lhes atingem diretamente no resultado.
Mudando de assunto. Está em curso em Gaspar outra discussão boba entre o governo de Kleber e os que o fiscalizam: a quantidade de obras com recursos próprios. A oposição diz que ele está endividando o município com o limite de R$143 milhões de financiamentos aprovados pelos próprios vereadores.
Realmente é um risco. Isto daria para construir mais do que três pontes do Vale que foi basicamente feita com recursos federais sem a necessidade de retorná-los. É um risco também, porque o município, a cada ano não pode tomar mais 16% das receitas líquidas, ou seja, não é verdade que os R$ 143 milhões possam ser usados como quer a equipe do prefeito Kleber. Ainda, bem.
Tanto que a contabilidade criativa, espertamente, já mandou parte da conta da prefeitura para o Samae. Isso se deu com a transferência da obrigação da drenagem pelo município e rubricado no Orçamento. Mas, a esperteza dos “çabios” está gerando um prejuízo “contábil” eleitoral: a Rua Frei Solano. A outra conta da esperteza criada na licitação 58/2019 o Tribunal de Contas barrou. Veja esta coluna de quarta-feira passada no portal do Cruzeiro do Vale.
O PSL de Gaspar é Bolsonaro. E está tonto com a briga movida pela família Bolsonaro contra a sigla. O PSL entrou no modo de espera do desfecho. O MDB agradece, os outros adversários também.
Neste sábado é dia dos gaúchos “Os Mirins” na tradicional Sociedade Harmonia, no Belchior Alto, em Gaspar. O baile lembra os encontros de GTGs e vai “concorrer” com a Oktoberfest, de Blumenau. É uma parceria com o Clube de Bocha Belchior.
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