27/03/2018
“Quem não se comunica, se trumbica”, dizia o comunicador Chacrinha (José Abelardo Barbosa Medeiros 1917-88), o velho Guerreiro. Em Gaspar, o MDB e PP, estão mais preocupados em negócios do que tornar claro o que querem ou estão fazendo. E aí, o governo fica exposto, fragilizado e diminuído. Isto já foi tema de vários artigos, um deles, ontem aqui e que bombou. Por outro lado...
Vamos ao que interessa.
Fiscalizar é uma coisa, vingança é outra. Apontar os erros e denunciar os malfeitos é uma obrigação dos vereadores e da instituição chamada Câmara. E disso, não devem – vereadores e Câmara - abrir mão. Entretanto, impedir que o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB, governe porque o sucesso dele poderia abalar os planos de volta ao poder da oposição, aí beira a chantagem e à irresponsabilidade cidadã.
É isso que a agora majoritária oposição na Câmara de Gaspar liderada pelo PT e PDT, usando o PSD que já teve o Partido Comunista do Brasil como seu sócio, mais Silvio Cleffi, PSC, a quem deram a presidência da Câmara para trair o amigo de igreja, evangélico Kleber, e com isso se estabelecer nesse jogo
Por tudo que fazem, parecem preferir atrasar a cidade, prejudicar os cidadãos e cidadãs, se não for possível garantir a oportunidade de voltar ou estar novamente no poder.
E por que escrevo isso? Porque o atraso proposital e a despreocupação com o PL 103/2017 pelo relator geral, Cícero Giovane Amaro, PSD, é algo que supera não o bom senso, mas a realidade praticada pela própria oposição quando era governo, e a atual situação quando era oposição.
A TONTURA E OS TONTOS
Falta a Kleber (e aos seus) estratégia, comunicação e ação para expor claramente sociedade esse vício. Então paga. Pior, quem paga mesmo, é a sociedade, que pode ser beneficiada pelas obras de melhoria na cidade.
O PL 103/2017 pede à Câmara autorização para o município contrair um empréstimo de até R$20 mil na Caixa, disponíveis no programa “Avançar Cidades”. É, segundo a prefeitura, para melhorar a mobilidade urbana e calçar vias públicas. A pré-condição para endividamento já é fato superado. Ou seja, Gaspar pode contrair essa dívida.
O que está pegando, então? Primeiro, a oposição, em maioria por cochilo de Kleber e os que estão no poder, quebrou o “regime de urgência”. É entendível! Agora, sem essa “urgência”, a oposição sentou em cima do PL. Está enrolando, pedindo sucessivas informações, por meios burocráticos, demorados, exatamente para enervar Kleber, fazer discurso, marcar terreno, fazer barganhas ou então até, perder os recursos.
Normal?
Não é, a não ser a quem queira complicar o que pode ser simples. Basta pedir, sucessivas reuniões com os técnicos da prefeitura para esclarecer os eventuais pontos que suscitam dúvidas. Mas, não! A oposição prefere discursos, ofícios para lá e para cá, sabendo que eles não se esclarecem na finalidade. A cada ofício respondido pelo prefeito, cria-se a demanda outros por parte da Câmara e dos vereadores da oposição. E assim se estabelece numa quase sacanagem do vai-e-vem. A resposta do segundo ofício pedindo informações está na pauta da sessão da Câmara de hoje. Então ele vai ser “analisado” pelo relator Cícero, o PT, PDT, PSD e Silvio. E dependendo, não será terminativo e não levará o assunto ao relatório e à pauta para votação.
O PASSADO NÃO ENGANA. FALTA MEMÓRIA AOS GASPARENSES.
O que aconteceu no dia 16 de junho de 2013, ou seja há quase cinco anos atrás?
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, em minoria na Câmara, mandou ao legislativo o PL 29/2013. E, em “regime de urgência”. Do que ele tratava? Pedia autorização para contratar financiamento de quase R$27 milhões junto a Caixa Econômica, na qualidade de agente financeiro, objetivando a pavimentação e qualificação de vias urbanas no município de Gaspar, no âmbito do programa “pró-transporte”.
Mesmo em maioria, a oposição não quebrou o “regime de urgência” contra o projeto de Zuchi.
Zuchi foi mais longe. Com o projeto tramitando, ele emendou-o e mesmo assim, exatos 30 dias da entrada, o PL foi votado, aprovado e encaminhado para sanção do próprio Zuchi, conforme ofício nº 290/2013, da Câmara.
O projeto teve os votos da então dita oposição da época como PSD, PSDB e MDB, gente como o Marcelo de Souza Brick que hoje orienta Cícero no travamento da matéria na Câmara; o atual vice-prefeito, Luiz Carlos Spengler Filho, PP; ou como Andreia Simone Zimmermann Nagel, PSDB, na época ferrenha opositora do PT e de Zuchi, mas não da cidade e dos gasparenses.
Estava claro, como está agora, que se esses recursos pedidos por Zuchi e se usados no tempo certo que prometia, favoreceria não apenas a cidade, mas os políticos ávidos por votos e poder. Como os políticos não possuem compromissos com o tempo, Zuchi perdeu a oportunidade. E provavelmente, acontecerá com Kleber como demostra os 15 primeiros meses do seu governo.
SÓ PAPELINHOS PARA FOTOS, ENTREVISTAS E DISCURSOS
E para que se destinavam esses recursos de quase R$27 milhões aprovados pela Câmara para Zuchi pegá-los na Caixa, ou seja, muito mais do que se pede hoje (até R$20 milhões)? Um no valor de R$ 18.910.034,00 era, vejam só, para a pavimentação das ruas Artur Poffo, Pedro Schmitt Júnior, Bonifácio Haendchen (Belchior Central e Alto), Carlos Roberto Schramm (prolongamento da Luiz de Franzoi na Margem Esquerda) e ruas do Loteamento Margem Esquerda (o das casinhas de plástico).
A ruas Artur Poffo e Pedro Schmitt Júnior foram inauguradas da semana passada. Cinco anos de enrolação. Zuchi teve quatro anos para fazê-las. E não conseguiu. Não pode usufruir. Kleber terminou. Zuchi foi à rede social dizer que era o “pai da criança”. Pode?
E as demais como a Bonifácio Haedchen, Carlos Roberto Schramm e a urbanização do Loteamento das Casinhas de Plástico?
Estão nos projetos e no imaginário das pessoas que ouviram discursos de políticos do PT e PDT nos seus redutos eleitorais e nos projetos mal feitos que estão no Planejamento Territorial. Então, o PT sabe que não foi capaz de tirar do papel aquilo que contratou e planejou para ser uma alavanca de votos. E agora tem medo, que o governo de Kleber seja capaz? E por isso, atrapalha? E coloca seus vereadores para travar o possível financiamento? Hum!
Cinco anos e nada até agora. Dinheiro tem, mas está diminuindo pela inflação e por uso a mais na Artur Poffo e Pedro Schmitt Júnior.
Não passou pela cabeça dos políticos do próprio PT, PST, PSD e Silvio Cleffi, PSC, que pode acontecer igual o que aconteceu com a incapaz gestão do PT de Pedro Celso Zuchi? Que se aprovar o financiamento agora e que tenta barra-lo, será ele, PT ou oposição, a usufruir do resultado num possível futuro governo, como está acontecendo com Kleber nos casos da Artur Poffo e Pedro Schmitt Júnior?
Gente atrasada sob todos os aspectos! E por isso, querem que todos e a cidade fiquem no atraso e se sacrifiquem por eles. Meu Deus!
A PIADA DOS POLÍTICOS CONTRA A CIDADE E OS CIDADÃOS
Marque esta data e este fato. No dia 16 de julho de 2013 Pedro Celso Zuchi e o PT tinham a disposição pelo mesmo projeto 29/2013, aprovado sem delongas pela oposição da época, outros R$ 7.271.790,90 da Caixa Econômica. Era para a pavimentação da Rua Madre Paulina e a reurbanização da Rua Itajaí.
É de se perguntar agora a Cícero Giovane Amaro e Wilson Luiz Lemfers (este que se diz defensor do bairro), ambos do PSD e o primeiro, relator do atual projeto que pede novo financiamento à Caixa para outras obras de melhorias viárias da cidade; bem como a Rui Carlos Deschamps, Mariluci Deschamps Rosa e Dionísio Carlos Bertoldi, todos do PT; a Roberto Procópio de Souza, PDT e a Silvio Cleffi, PSC que travam o financiamento pedido por Kleber: o que foram feitos dessas obras depois de cinco anos da aprovação dos recursos e eles estarem disponíveis na Caixa para a prefeitura usá-los e empregar em benefício da cidade e das pessoas?
O caso da Madre Paulina é emblemático. Erro de projeto a torto e a direito. É um deboche ao conhecimento dos técnicos da prefeitura. O da Rua Itajaí, está até se mudando para ser menor e com participação dos lindeiros. Bonito isso? O que efetivamente, o relator e a oposição querem? Atrasar ainda mais Gaspar? Pelo que se tem de histórico, financiamento liberado hoje, só será de utilidade, provavelmente, daqui a cinco, seis e até mais anos. Ou seja, em outro governo.
Veja o que Zuchi escreveu na justificativa do seu projeto 29/2013.
“Concluímos que no que se refere à relação custo-benefício e ao interesse econômico e social das operações pleiteadas, o financiamento atende plenamente ao interesse do nosso município, tendo em vista que com a celebração deste financiamento e a pavimentação e qualificação das vias propostas, o município reduzirá seus custos com a manutenção e conservação dessas estradas. Reduzindo esses gastos, o município disponibilizará de mais recursos para investir em outras ações que considerar necessários. Por fim, a qualificação dessas vias permitirá ao município, promover a infraestrutura necessária para alavancar o desenvolvimento econômico e social da nossa cidade”.
Pergunto: agora na oposição, a defesa do PT, PDT, PSD e a mais nova aquisição dela com Silvio Cleffi e que se elegeu às custas de Kleber mudaram? Não defendem mais à “redução de gastos e à qualificação das vias para desenvolvimento econômico e social da nossa cidade”? Ai, ai, ai.
ATÉ SEM URGÊNCIA O TRÂMITE ERA MAIS RÁPIDO
Tem mais. Para não ir longe, mas para polemizar, mostro-lhe quanto durou a tramitação do projeto de lei de Pedro Celso Zuchi, PT, este sem o tal regime de urgência, em que ele pediu autorização de empréstimo numa Câmara dita oposicionista: dois meses.
Alguma dúvida? Confira o PL 33/2013. Ele autorizava Zuchi “ aderir ao programa Badesc Cidades”. Nesse interim, Zuchi ainda alterou o projeto de R$3,5 milhões para R$4 milhões, sem problema algum. O PL que entrou no dia 20 de agosto de 2013, no dia 22 de outubro ele estava aprovado, e no dia seguinte, estava à disposição do prefeito para a sanção, reunir os documentos e se habilitar ao dito financiamento numa linha generosa de juros zero no Badesc.
Então há ou não diferença? Agia melhor Zuchi nos interesses por Gaspar e seu governo ou age Kleber pior na defesa daquilo que precisa da Câmara? Ambos lidavam ou lidam com uma majoritária bancada oposicionista.
Para finalizar.
Ninguém está advogando que os vereadores da oposição de hoje abdiquem da prerrogativa que eles têm como obrigação, a de fiscalizar cuidadosamente, esse negócio de endividamento do município, e como as dívidas vão ser contraídas, onde e se há projeto minimamente viáveis para isso.
Agora, fazer disso, um palanque, um ambiente de chicanas e com elas impedir o avanço da cidade só porque não gostam do prefeito de plantão, ou tentam impedir o seu sucesso, é extrapolar a missão do vereador e da Câmara. É um jogo arriscado. Uma pena que poucos na bancada governistas estão dispostos a desmascarar esse jogo. Então a culpa não é só da oposição: é de Kleber e dos que os cercam na prefeitura e na Câmara.
O projeto 103/2017 – o que está travado nas mãos de Cícero - entrou na Câmara de Gaspar, em regime de urgência o que lhe garantia o prazo de análise e votação em 45 dias.
Mas, devido ao recesso dos vereadores, só no dia seis de fevereiro ele foi despachado pela nova mesa diretora da Câmara liderado por Sílvio. Aí ele sofreu a descaracterização da urgência. O relator geral, Cicero Giovani Amaro, PSD, disse na última sessão que não tem nenhuma pressa nesse assunto.
Há 50 dias – depois da volta ao trabalho dos trabalhos para valer neste ano dos vereadores - está sentado no assunto. Já despachou dois ofícios pedindo explicações. A prefeitura fez uma reunião para esclarecer os pontos, mas nada até agora foi suficiente, e pelo jeito, não será. Acorda, Gaspar!
QUADRILHAS
Está na rede mundial Netflix, uma série com relativo sucesso chamada “O Mecanismo”. É ficção, mas nela, tudo é tão próxima da Lava Jato e dos nossos políticos que não resta a menor dúvida que ela trata das nossas mazelas do país da Lava Jato, muito próximo de nós.
Pena que a Netflix (streaming por assinatura) é na esmagadora maioria para gente esclarecida. Os da esquerda do atraso não vão assisti-la, porque já tem a cabeça feita e julgam essa narrativa ficcional como uma conspiração, um perigo para a causa, um lixo e há até quem tenha escrito que está cancelando a assinatura. Bobagem! Enquanto isso, os centristas e os da direita, até assistirão, mas também por já possuírem a cabeça feita para esse tipo de assunto, nada se alterará.
E por que é uma pena! Os analfabetos, ignorantes e desinformados que são a maioria dos eleitores e eleitoras no Brasil não terão acesso a Netflix, e mesmo tendo essa oportunidade, não seria tema de interesse para o lazwer. Então continuarão analfabetos, ignorantes e desinformados e isso é o que importa, para ambos os lados. Triste!
Entretanto, a melhor definição desse quadro de miséria, foi retratado pelo diretor da série, José Padilha, brasileiro, na entrevista que ele deu ao jornal espanhol El País.
"O Brasil é muito interessante como estudo de caso, no sentido de que a corrupção não se dá na política. A corrupção é a política."
E ainda:
"As eleições não colocam frente a frente partidos políticos, e sim quadrilhas”.
Encerro: há alguma dúvida? Wake up, Brazil! Acorda, Gaspar!
Vapt-vupt. Hoje a Câmara de Gaspar faz duas sessões: uma ordinária e outra extraordinária. Na extraordinária a pauta tratará do reajuste e em tempos de inflação muito baixa, dá “aumento real” dos vencimentos dos servidores municipais, incluindo os do Samae.
O reajuste é de dois por cento, sendo que 0,13% de “aumento real” considerando a inflação do período de 1,87%. Em tempo e perdas e danos, o Sintraspug resolveu recolher as suas baterias e marchar junto com a proposta.
O reajuste já incide na folha de março, daí a pressa e a sessão extraordinária. Ela deverá ser uma mera formalidade, rápida devido aos entendimentos prévios havidos entre as partes. A não ser que até a tarde, haja contratempos de ordem política.
A novidade está no Vale Alimentação que agora é em cartão e não mais como um penduricalho salarial que gerava reflexos, aumento de custos adicionais na folha, inclusive na aposentadoria para alguns. Ele sai de R$400,00 para R$430,00, segundo o projeto 16/2018.
Por ele, o atual prefeito reconhece as perdas inflacionárias dos funcionários com o Vale relativas aos acordos coletivos dos períodos 2016/2017 e 2017/2018, dos governos de Pedro Celso Zuchi, PT, e do atual de Kleber Edson Wan Dall, MDB.
E como ninguém é de ferro, os próprios vereadores e servidores da Câmara entram no mesmo embalo, nos projetos 17 e 18/2018 nos mesmos percentuais e valores.
As fotos da coluna de ontem, que tratou do desprezo, desrespeito e espera dos funcionários públicos no posto do Bradesco da prefeitura, foi registrada da quinta-feira. Alguns leitores e leitoras, no afã de defender Kleber Edson Wan Dall, o MDB e o PP, para o previsível, insinuaram se tratar de algo antigo, montado e de outros governos.
A insinuação, se não teve a maldade proposital dos políticos do poder de plantão para enganar os analfabetos, ignorantes e analfabetos, mostra a distância dos que estão no governo com a realidade (dentro do próprio prédio da prefeitura) e como funciona mal quem cuida da comunicação e da imagem do atual governo; e em coisas simples, óbvias e necessárias.
Ao invés de se queixar e achar culpados, ou tentar censurar, que tal trabalhar para aquilo que foi eleito ou contratado e se ganha bem, pago com os nossos pesados impostos? Acorda, Gaspar!
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