19/07/2018
A PREFEITURA DE GASPAR ESCONDE I
Mais uma. A prefeitura de Gaspar por seus políticos anunciou - como uma conquista sua - a brutal queda na lista de espera nas creches municipais. De algo que chegou a ser anunciado próximo a 1.200, sem construir uma só creche, restou apenas 384 crianças na fila por uma vaga de meio-período. Está no portal da secretaria de Educação. Na segunda-feira, dia nove de julho, na coluna feita especialmente para o portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado e acessado de Gaspar e Ilhota, fiz esta manchete para desespero do poder de plantão: “os números dos políticos e gestores que enganam os cidadãos, os eleitores e pioram o planejamento sério na administração pública. Tudo é um jogo para culpar um e endeusar o outro. Como num passe de mágica, ‘descobriu-se’ agora que há poucas crianças esperando vagas nas creches em Gaspar. Inacreditável!”
A PREFEITURA DE GASPAR ESCONDE II
Bingo. Como os comentários geraram desconfianças e polêmicas, o que se descobriu? Que realmente mais crianças estão acessando às creches em Gaspar, mas na marra. Todas com o auxílio do Judiciário, diante do inconformismo e persistência dos pais trabalhadores. Estima-se que em torno de 50 crianças estão nas creches de Gaspar graças às decisões da Justiça. Só um advogado consultado, o ex-procurador geral do município de Gaspar, Aurélio Marcos de Souza, diz ter patrocinado com sucesso mais de 20 casos. A juíza Liana Bardini Alves, da Vara que cuida entre outras da Infância e Juventude, tem obrigado a prefeitura a aceitar as crianças em período integral. Repito: período integral. A prefeitura tem recorrido e perdido todas no Tribunal.
A PREFEITURA DE GASPAR ESCONDE III
E qual a razão desse sucesso de pais e advogados perante o Judiciário na busca de um direito que está sendo negado aos seus filhos, por incompetência administrativa do poder público? Está na atuação da juíza Ana Paula Amaro da Silveira e que atuou 11 anos por aqui nessa área. Ela julgou procedente em dezembro de 2009 (o prefeito era Pedro Celso Zuchi, PT) uma Ação Civil Pública do Ministério Público contra o município. Nela, com base em número de 2004, dava-se conta que mais de 400 crianças já estariam fora das creches naqueles tempos. No Tribunal de Justiça, Gaspar perdeu e virou acordão em janeiro de 2011, com o relator Luiz Cesar Medeiros. Agora, quando alguém entra na Justiça aqui, é caixão. E a prefeitura de Kleber Edson Wan Dall, MDB, na propaganda, esconde que muitos desses números que podem ter caído na fila das creches, estão nessa conta em que ela está obrigada pela Justiça a dar vagas as crianças de pais trabalhadores. Acorda, Gaspar!
A CULPA É DO TERRENO?
Esta é a imagem da imperícia e da imprudência. Esta máquina da prefeitura de Gaspar ficou “enterrada” e exigiu o deslocamento e serviços de outras menores por várias horas seguidas. Vale mais de R$250 mil (nova, uns R$ 460 mil). Ela abria valas nas arrozeiras do Belchior Baixo, na Rua Vidal Flávio Dias. É pesada, grande e lenta demais para o serviço, mas... O solo, todos conhecem ali e também não comporta tal equipamento, tanto que não suportou o peso dela. Só os “entendidos”, incluindo seu titular, da secretaria de Agricultura parecem não entender o óbvio. Um vídeo que circula nas redes sociais, culpa o terreno pelo acidente. Ai, ai,ai. Acorda, Gaspar!
O fechamento da Casa Lar Sementes do Amanhã rendeu uma nota oficial da prefeitura de Gaspar. A “nota” vazia, só foi publicada no final do expediente de sexta-feira. A intenção era apenas fazer manchetes aos desavisados. Um esculacho.
Ponto por ponto nas incoerências e inconsistências da prefeitura e da secretaria de Assistência Social, a “nota” foi desmoralizada na coluna de segunda-feira, a foi feita especialmente para os leitores e leitoras do portal. Leiam-na. É longa para este espaço.
Em um ano e meio, a prefeitura de Gaspar se recusou a falar com a ONG GAIAA que administra a Casa Lar, paga-a e ao mesmo tempo, reduziu o número de abrigados a seis, sendo que só dois deles, são de Gaspar, enquanto no município, os problemas nessa área social só aumentam e se escondem.
A prefeitura prometeu fazer a transição, a mesma que não teve a iniciativa quando recebeu a notificação da GAIAA há quase dois meses. A prefeitura só pensou fazer “economia” com crianças em vulnerabilidades. Acorda, Gaspar!
Mais uma vez o Cruzeiro do Vale fez manchete e fez os outros comerem poeira. Eles fingiam não conhecer a notícia que a cidade inteira sabia. Inacreditável o cancelamento, às vésperas da apresentação na quarta-feira, da peça teatral “Sebastian”. Pior mesmo foi a justificativa oficial: o “tema da peça teatral não se encaixa no contexto da cidade e sua exibição pode causar polêmicas”. Meu Deus! Censura.
Agora, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, evangélico da Assembleia de Deus, escolhe o que é bom e ruim para o gasparenses, e diz que os que estão no seu empreguismo da Cultura, são incompetentes? Hipocrisia e incompetência sobram.
A peça conta a vida de uma transexual. Ela foi apresentada duas vezes em Blumenau como parte do Festival Universitário de Teatro Amador. Lá, o prefeito, Mário Hildebrand, PSB, também é um evangélico e fervoroso (MEUC – Missão Evangélica União Cristã). Quanta diferença!
Gaspar e principalmente à atual gestão, arrumam problemas ou os ampliam onde eles não existem ou são menores. É uma atrás da outra. Um desastre. Espera-se que a prefeitura não emita mais uma "nota oficial" fake para fazer manchete da imprensa obediente e que não faz perguntas óbvias. Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I - Escrevi aqui, e há muito, que iria faltar dinheiro para suprir toda a estrutura que o prefeito Érico Oliveira, MDB, criava na administração de Ilhota. E já está faltando. Érico colocou à venda 12 terrenos do município para fazer caixa.
Ilhota em chamas II – Mais. Érico queria passar a matéria em regime de urgência, em uma única votação, numa sessão extraordinária e sem muita discussão, nas “férias” dos vereadores.
Ilhota em chamas III – Agora, o PL 16/2018 vai para a trâmite normal e corre riscos. É que muitos desses terrenos são frações de loteamentos e destinam-se à construção de equipamentos públicos como creches, postos de saúde entre outros. Desafetar terrenos institucionais pode? Com a palavra, o Ministério Público!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).