A PREFEITURA DE GASPAR ESCONDE QUE ESTÁ ABRINDO VAGAS NAS CRECHES NA MARRA E A MANDO DA JUSTIÇA - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

A PREFEITURA DE GASPAR ESCONDE QUE ESTÁ ABRINDO VAGAS NAS CRECHES NA MARRA E A MANDO DA JUSTIÇA - Por Herculano Domício

19/07/2018

A PREFEITURA DE GASPAR ESCONDE I

Mais uma. A prefeitura de Gaspar por seus políticos anunciou - como uma conquista sua - a brutal queda na lista de espera nas creches municipais. De algo que chegou a ser anunciado próximo a 1.200, sem construir uma só creche, restou apenas 384 crianças na fila por uma vaga de meio-período. Está no portal da secretaria de Educação. Na segunda-feira, dia nove de julho, na coluna feita especialmente para o portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado e acessado de Gaspar e Ilhota, fiz esta manchete para desespero do poder de plantão: “os números dos políticos e gestores que enganam os cidadãos, os eleitores e pioram o planejamento sério na administração pública. Tudo é um jogo para culpar um e endeusar o outro. Como num passe de mágica, ‘descobriu-se’ agora que há poucas crianças esperando vagas nas creches em Gaspar. Inacreditável!

A PREFEITURA DE GASPAR ESCONDE II

Bingo. Como os comentários geraram desconfianças e polêmicas, o que se descobriu? Que realmente mais crianças estão acessando às creches em Gaspar, mas na marra. Todas com o auxílio do Judiciário, diante do inconformismo e persistência dos pais trabalhadores. Estima-se que em torno de 50 crianças estão nas creches de Gaspar graças às decisões da Justiça. Só um advogado consultado, o ex-procurador geral do município de Gaspar, Aurélio Marcos de Souza, diz ter patrocinado com sucesso mais de 20 casos. A juíza Liana Bardini Alves, da Vara que cuida entre outras da Infância e Juventude, tem obrigado a prefeitura a aceitar as crianças em período integral. Repito: período integral. A prefeitura tem recorrido e perdido todas no Tribunal.

A PREFEITURA DE GASPAR ESCONDE III

E qual a razão desse sucesso de pais e advogados perante o Judiciário na busca de um direito que está sendo negado aos seus filhos, por incompetência administrativa do poder público? Está na atuação da juíza Ana Paula Amaro da Silveira e que atuou 11 anos por aqui nessa área. Ela julgou procedente em dezembro de 2009 (o prefeito era Pedro Celso Zuchi, PT) uma Ação Civil Pública do Ministério Público contra o município. Nela, com base em número de 2004, dava-se conta que mais de 400 crianças já estariam fora das creches naqueles tempos. No Tribunal de Justiça, Gaspar perdeu e virou acordão em janeiro de 2011, com o relator Luiz Cesar Medeiros. Agora, quando alguém entra na Justiça aqui, é caixão. E a prefeitura de Kleber Edson Wan Dall, MDB, na propaganda, esconde que muitos desses números que podem ter caído na fila das creches, estão nessa conta em que ela está obrigada pela Justiça a dar vagas as crianças de pais trabalhadores. Acorda, Gaspar!

A CULPA É DO TERRENO?

Esta é a imagem da imperícia e da imprudência. Esta máquina da prefeitura de Gaspar ficou “enterrada” e exigiu o deslocamento e serviços de outras menores por várias horas seguidas. Vale mais de R$250 mil (nova, uns R$ 460 mil). Ela abria valas nas arrozeiras do Belchior Baixo, na Rua Vidal Flávio Dias. É pesada, grande e lenta demais para o serviço, mas... O solo, todos conhecem ali e também não comporta tal equipamento, tanto que não suportou o peso dela. Só os “entendidos”, incluindo seu titular, da secretaria de Agricultura parecem não entender o óbvio. Um vídeo que circula nas redes sociais, culpa o terreno pelo acidente. Ai, ai,ai. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O fechamento da Casa Lar Sementes do Amanhã rendeu uma nota oficial da prefeitura de Gaspar. A “nota” vazia, só foi publicada no final do expediente de sexta-feira. A intenção era apenas fazer manchetes aos desavisados. Um esculacho.

Ponto por ponto nas incoerências e inconsistências da prefeitura e da secretaria de Assistência Social, a “nota” foi desmoralizada na coluna de segunda-feira, a foi feita especialmente para os leitores e leitoras do portal. Leiam-na. É longa para este espaço.

Em um ano e meio, a prefeitura de Gaspar se recusou a falar com a ONG GAIAA que administra a Casa Lar, paga-a e ao mesmo tempo, reduziu o número de abrigados a seis, sendo que só dois deles, são de Gaspar, enquanto no município, os problemas nessa área social só aumentam e se escondem.

A prefeitura prometeu fazer a transição, a mesma que não teve a iniciativa quando recebeu a notificação da GAIAA há quase dois meses. A prefeitura só pensou fazer “economia” com crianças em vulnerabilidades. Acorda, Gaspar!

Mais uma vez o Cruzeiro do Vale fez manchete e fez os outros comerem poeira. Eles fingiam não conhecer a notícia que a cidade inteira sabia. Inacreditável o cancelamento, às vésperas da apresentação na quarta-feira, da peça teatral “Sebastian”. Pior mesmo foi a justificativa oficial: o “tema da peça teatral não se encaixa no contexto da cidade e sua exibição pode causar polêmicas”. Meu Deus! Censura.

Agora, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, evangélico da Assembleia de Deus, escolhe o que é bom e ruim para o gasparenses, e diz que os que estão no seu empreguismo da Cultura, são incompetentes? Hipocrisia e incompetência sobram.

A peça conta a vida de uma transexual. Ela foi apresentada duas vezes em Blumenau como parte do Festival Universitário de Teatro Amador. Lá, o prefeito, Mário Hildebrand, PSB, também é um evangélico e fervoroso (MEUC – Missão Evangélica União Cristã). Quanta diferença!

Gaspar e principalmente à atual gestão, arrumam problemas ou os ampliam onde eles não existem ou são menores. É uma atrás da outra. Um desastre. Espera-se que a prefeitura não emita mais uma "nota oficial" fake para fazer manchete da imprensa obediente e que não faz perguntas óbvias. Acorda, Gaspar!

Ilhota em chamas I - Escrevi aqui, e há muito, que iria faltar dinheiro para suprir toda a estrutura que o prefeito Érico Oliveira, MDB, criava na administração de Ilhota. E já está faltando. Érico colocou à venda 12 terrenos do município para fazer caixa.

Ilhota em chamas II – Mais. Érico queria passar a matéria em regime de urgência, em uma única votação, numa sessão extraordinária e sem muita discussão, nas “férias” dos vereadores.

Ilhota em chamas III – Agora, o PL 16/2018 vai para a trâmite normal e corre riscos. É que muitos desses terrenos são frações de loteamentos e destinam-se à construção de equipamentos públicos como creches, postos de saúde entre outros. Desafetar terrenos institucionais pode? Com a palavra, o Ministério Público!

 

Edição 1860

Comentários

Herculano
23/07/2018 07:12
HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ, INÉDITA, PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, O MAIS ATUALIZADO E ACESSADO DE GASPAR E ILHOTA
Herculano
22/07/2018 15:01
FOI À CONVENÇÃO COMO NOVIDADE DA SEMANA DEPOIS DA RECUSA DE MUITOS E PRATICAMENTE NOMEADA, SENTIU O BAFO E PEDIU TEMPO PARA DECIDIR. SINTOMÁTICO

JANAINA PASCHOAL CRITICA SEGUIDORES DE BOLSONARO EM CONVENÇÃO

Advogada diz que é preciso abrir o diálogo e evitar pensamento único

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Italo Nogueira , Talita Fernandes e Anna Virginia Balloussier, da sucursal do Rio de Janeiro. Convidada a ser a candidata a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), a advogada Janaina Paschoal fez críticas ao comportamento dos seguidores do deputado federal.

Ela afirmou que os adeptos da candidatura do capitão reformado devem abrir diálogo com atores políticos que tenham opiniões distintas em alguns assuntos, evitando radicalismo - sem citar a palavra. A autora do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff disse que ainda precisa refletir se aceita o convite para participar da candidatura.

"Não se ganha eleição com pensamento único. Não se governa uma nação com pensamento único. Os seguidores, muitas vezes, do deputado Jair Bolsonaro têm uma ânsia de ouvir um discurso inteiramente uniformizado. Pessoas só são aceitas quando pensam exatamente as mesmas coisas. Reflitam se não estamos fazendo o PT ao contrário", disse Janaina.

A advogada também demonstrou preocupação com a governabilidade em caso de vitória sem abertura ao diálogo.

"Nós temos que somar. Não haverá vitória, e se houver a vitória, não haverá governabilidade. Temos que pensar nos dois momentos", disse ela.

"Temos um povo multifacetário. Às vezes um grupo concorda com outro num ponto e discorda em outro. Se construirmos um quadradinho e quisermos que todo mundo esteja dentro desse quadrado, estamos limitando a possibilidade de vitória e a possibilidade de governar", afirmou Paschoal.

A advogada sentou-se ao lado de Bolsonaro na mesa da convenção do PSL. Foi aclamada como "vice" pelos cerca de 2.000 pessoas no Centro de Convenções Sul América, no centro do Rio de Janeiro.

Ela afirmou ter ficado honrada com o convite, mas disse precisar de mais tempo para aceitá-lo.

"Iniciamos um diálogo bastante profícuo. Entendemos que para uma parceria de quatro anos, esse diálogo precisa ser mais pormenorizado. Então não é possível aceitar em dois dias", disse ela.

"É melhor falar o que sente do que fingir para agradar", disse Janaina no final da convenção.

?Para ela, "divergência faz parte da democracia". Sobre quando decidirá se será a vice de Bolsonaro: "Só Deus sabe".
Herculano
22/07/2018 14:55
DUAS DE RICARDO NOBLAT NO TWITTER

De Já notaram que os petistas não batem tanto em Bolsonaro? Porque Bolsonaro seria o candidato ideal para eles enfrentarem em um eventual segundo turno. De fato, Bolsonaro é o candidato ideal para qualquer outro enfrentar no segundo turno.

O pessoal que cerca Bolsonaro é mais amador do que o pessoal que cercava Fernando Collor na eleição presidencial de 1989. Bolsonaro é um pires raso - Collor não era. A direita uniu-se em torno de Collor - Bolsonaro não conseguiu uni-la. Quem conseguiu foi Alckmin.
Herculano
22/07/2018 08:29
OS PEIXES NO AQUÁRIO DE BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista. Mauro Paulino, do Datafolha, aposta que a TV vai mudar o quadro eleitoral.

A internet, segundo ele, não muda mais nada.

Ele disse para Bruno Boghossian:

"Aqueles que têm afinidade maior com a internet já foram atingidos pela campanha. O Bolsonaro já pescou muitos peixes nesse aquário. Não acho que consiga ganhar muito mais por esse canal."
Herculano
22/07/2018 08:06
FELICIDADE, por Drauzio Varella, médico cancerologista para o jornal Folha de S. Paulo

Só é possível viver plenamente esse sentimento no ventre materno

Felicidade é pássaro irrequieto concebido para a liberdade. Mal pousa em nosso espírito, já bate as asas. Contra todas as evidências, no entanto, vivemos na ilusão de um dia aprisioná-lo.

Felicidade plena, mesmo, só no conforto protegido do ventre materno. Lá, a sobrevivência está à mercê exclusiva da fisiologia, não há encruzilhadas, armadilhas nem espaço para dúvidas que nos levem à angústia das escolhas.

A plenitude chega ao fim em nove meses. Os religiosos que me perdoem, mas o paraíso com serpentes e frutos proibidos do qual Adão e Eva foram expulsos por graça do pecado original é um mundo inóspito se comparado aos ditames da vida intrauterina.

Para destruir a convivência idílica com o organismo materno, são necessárias contrações uterinas tão brutais que chegamos à luz aos berros, prenúncio do que está por vir.

Na infância, a felicidade faz visitas mais demoradas. É a única fase em que conseguimos acordar, passar o dia inteiro e ir para a cama felizes, por dias consecutivos. A primeira, da qual tenho lembrança, aconteceu aos sete anos.

Nasci num bairro cinzento em que o apito das fábricas marcava a rotina das famílias. Para avistar uma árvore era preciso andar até o largo na frente da igreja de Santo Antônio, a vários quarteirões de distância.

Naquelas férias de janeiro, meus tios levaram meu irmão e eu para uma fazenda a muitas horas de São Paulo, na companhia de seis primos com idades próximas às nossas. Pela primeira vez montei num cavalo, nadei em riacho, senti nos ombros o impacto de uma cachoeira, chupei manga trepado na árvore e joguei bola num gramado.

À noite, deitávamos em colchões de palha de milho espalhados pelo chão, com o cheiro de couro dos arreios pendurados na parede. Nunca esqueci do som da palha que estalava ao menor movimento dos nossos corpos nem do esforço para não pegar no sono no meio das conversas sobre as aventuras que viriam na manhã seguinte, com os primos queridos. Fiquei com a sensação de que foram três semanas de felicidade ininterrupta.

Como as memórias carregadas de emoção ficam impregnadas nas profundezas da consciência, tendemos a esquecer de experiências que trouxeram prazer, para dar prioridade às que nos fizeram sofrer. Lembro de detalhes do dia da morte de minha mãe com mais nitidez do que da viagem a trabalho que fiz ao Acre, três semanas atrás.

Com o passar do tempo, a tristeza atribuída a perdas como essa pode se tornar desproporcional à sentida por ocasião do acontecido. Aos quatro anos, acho que nem fiquei triste, apenas surpreso com a reação dramática dos mais velhos. Só depois viria a compreender que morte é a ausência definitiva. A impressão de que aquele dia talvez tenha sido um dos mais infelizes veio bem mais tarde, fruto da reflexão racional sobre o significado da perda da mãe na primeira infância.

Na vida adulta, a felicidade costuma nos visitar em situações que veem ao encontro de expectativas íntimas. A duração da visita dependerá da intensidade do desejo, do esforço para atingir aquele objetivo, do valor dado a ele e da ansiedade com que aguardávamos o desfecho.

Na maioria das vezes, entretanto, nem guarda relação com o mundo real, ocasiões em que não passa de um lampejo trazido à tona por uma lembrança agradável, uma música, uma fantasia ou até por um sonho que sabemos impossível.

É a busca incessante pelo prazer intenso, que faz o sucesso das drogas psicoativas. O álcool, o baseado, a carreira de cocaína têm o dom de nos resgatar das tarefas repetitivas, das frustrações e dos contratempos comezinhos que nos infernizam, para nos transportar ao paraíso em segundos. Na cadeia, conheci uma moça que comparou o efeito do crack a cem orgasmos simultâneos. Imagine você, leitora, que fica radiante quando consegue um.

Nos adultos, a felicidade chega em ondas de cristas à meia altura, contidas pelo entulho das contradições mesquinhas do cotidiano. Explosões que levam às fronteiras com a loucura, só conhecem os que vivem uma paixão amorosa ou situações excepcionais como a do nascimento de um filho, de uma neta ou a do jogador que faz o gol da vitória na final do campeonato.

A maturidade, no entanto, não me fez desistir de correr atrás da felicidade suprema, embora saiba que ela será episódica e fugaz, fatalmente turvada por pensamentos invasores e pela maldita insatisfação humana, até acabar confinada ao quarto de despejo do subconsciente.
Herculano
22/07/2018 08:02
CARGOS DERAM AO CENTRÃO MÁQUINA DE FAZER VOTOS, por Andreza Matais (Coluna Estadão), no jornal O Estado de S. Paulo

Mais do que tempo de televisão, políticos experientes dizem que os partidos que compõem o Centrão têm como principal atrativo o fato de unidos serem uma máquina de fazer votos. DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade fizeram a diferença nas últimas eleições, mas, desta vez, a decisão de agir em bloco tornou o grupo uma potência. Outro ativo é que controlam no governo Temer ministérios que tocam programas sociais vitrines. Prefeitos e vereadores beneficiados com verbas serão cobrados, agora, a retribuir ajudando com votos a eleger os candidatos do bloco.

Plus.
O apoio do Centrão ao presidenciável Geraldo Alckmin, se confirmado, trará para a campanha do tucano uma massa de prefeitos, vereadores, assessores e agregados dessas siglas. Apoio que faz uma grande diferença numa eleição que será marcada pela abstenção e pelos votos em branco e nulo.

Segredo do sucesso.
Integrante do Centrão, o PP tem o terceiro maior número de vereadores do País, atrás do MDB e do PSDB. Somados, os cinco partidos contam com 1.222 prefeitos e 13.710 vereadores. O grupo tem 164 deputados federais e 17 senadores.

Unidos venceremos.
A Lava Jato uniu os partidos do Centrão. Seus integrantes admitem que virou uma questão de sobrevivência se manter no poder. Se Geraldo Alckmin perder, o próximo presidente terá que negociar com o grupo de qualquer jeito para governar.

Faz-me...
Em uma das reuniões preliminares do Centrão, o deputado Ricardo Barros (PP), que chegou a se colocar como pré-candidato à Presidência, disse que estará em qualquer governo, independente de quem for eleito.

... rir.
Marcos Pereira (PRB) e ACM Neto (DEM) responderam que não comporiam com um governo do PT. Ciro Nogueira (PP) e Valdemar da Costa Neto (PR) ironizaram. "Ah tá."

Lupa.
A Comissão de Ética Pública decidiu pedir ao Supremo informações sobre os inquéritos da Odebrecht ao analisar a reportagem "Repasses da Odebrecht para amigo e aliados de Temer saíram de aeroportos, diz PF", do Estado. O material será juntado aos processos já instaurados no colegiado.

Franco.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) é um dos mais críticos no partido à retirada da candidatura de Manuela d'Ávila. Internamente diz que os petistas titubearam na oferta de vice para a chapa de Lula.

Porta dos fundos.
O governo ameaça trocar o diretor do Denatran, Maurício Alves, antes mesmo de começar o prazo para que os motoristas brasileiros troquem as placas dos seus carros pelo modelo adotado nos países do Mercosul.

Senhor polêmica.
Adiada duas vezes, a data para o novo emplacamento entrar em vigor é 1.º de setembro, durante a campanha eleitoral. Indicado pelo MDB, Alves assinou outras medidas polêmicas como a que obrigava mudanças nas caçambas dos caminhoneiros, irritando a categoria, e a exigência de novo curso para renovação da CNH.

CLICK. O deputado federal Rubens Bueno (PPS) organiza curso obrigatório aos pré-candidatos a deputado da sigla no Paraná. São dadas aulas de marketing e legislação eleitoral.

Pra todos...
O comando da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) suspendeu o pagamento de uma gratificação de desempenho de atividade, seguindo recomendação do Ministério do Trabalho, depois de o Sindicato dos Jornalistas questionar a legalidade do benefício.
Herculano
22/07/2018 07:54
OS OUROS, NAIPE DA SUCESSÃO, por Carlos Brickmann

De uma tacada só, usando os argumentos preferidos de boa parte dos políticos, Geraldo Alckmin se transforma no candidato dominante das eleições: terá quase a metade do horário eleitoral gratuito, e ganha o apoio do industrial Josué Christiano Gomes da Silva, ou "Josué Alencar", filho do vice de Lula de 2002 a 2010. Josué é perfeito: promete não atrapalhar os planos de Alckmin e paga a campanha. Ou melhor, nem ele é perfeito. Ele é filiado ao PR de Valdemar Costa Neto, a quem muitos fazem restrições. Mas Valdemar não é exceção no grupo que apoia Alckmin: com ele estão
Roberto Jefferson, Cristiane Brasil, Paulinho da Força, conhecidíssimos.

A tese de Alckmin, até hoje mal nas pesquisas, pode agora ser testada: quem tiver mais TV cresce. E ele tem quase metade do tempo total de TV.

Mas sejamos justos: não há candidatos viáveis mais ou menos impuros. O PT, seja quem for seu candidato, viu a condenação judicial de seu ícone, Lula; a prisão de seus tesoureiros; a pena de seus coordenadores. Ciro, que manteve imagem razoável, acaba de levar duas pancadas: o lançamento de sua candidatura foi murcho, e O Globo revelou que o deputado Leônidas Cristino pagou com dinheiro da Câmara mais de R$ 100 mil a um escritório de advocacia em Fortaleza do qual seu padrinho político Ciro Gomes é sócio. Cristino foi ministro dos Portos de Dilma, por indicação de Ciro.

Brigar por causa de política, hoje, é como ter crise de ciúmes na zona.

É OU NÃO É

Alckmin finalmente tem sua chance de crescer ?" tanto que, após acertar a TV (quer dizer, com os partidos que cedem seus tempos de TV), recebeu a companhia, em comício, de João Doria Jr., candidato favorito ao Governo paulista e que tinha esperanças de substituí-lo na luta presidencial. Só que TV ajuda mas não é infalível: em 1989 (quando Collor derrotou Lula no segundo turno), o maior tempo era de Ulysses Guimarães, PMDB, que ficou em sétimo. O segundo em tempo foi Aureliano, que ficou em nono.

HORA H

Bolsonaro é um dos destaques da campanha, mas tem sete segundos de TV. Pela posição na pesquisa, deveria ter multidões de pretendentes a vice. Mas ainda não encontrou ninguém: tentou o senador Magno Malta (em busca do voto evangélico), o general Hamilton Mourão; anunciou o general Augusto Heleno, que comandou as tropas da ONU no Haiti, tem excelente imagem entre os militares. Teve suas propostas rejeitadas. Hoje, pensa na advogada Janaína Paschoal, que, com Hélio Bicudo e Miguel Reale Jr., apresentou a proposta de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

VOCÊ EMPRESÁRIO

O caro leitor talvez não saiba, mas é empresário, sócio de múltiplas empresas. Os governos que elegeu - Federal, estaduais, municipais - têm, juntos, 118.288 CNPJs ?" Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas, algo, para empresas, próximo àquilo que o CPF é para as pessoas físicas.

Vejamos um CNPJ, buscado ao acaso (é o nº 74.170 da lista): pertence à Cabana do Jaime, dirigida por Jaílton Ferreira de Jesus. Situação ativa: está funcionando (a última verificação é de 10 de julho de 2017), e é órgão público do Poder Executivo Federal desde, pelo menos, 2006. Tem capital social de R$ 0,00 (zero reais), está localizada na avenida Otávio Mangabeira, praia de Piatã, em Salvador, Bahia - uma beleza de lugar. Tem telefone fixo (71), e os primeiros números são 328... Tem e-mail.

Não é difícil localizar a lista de CNPJs de entidades dos diversos níveis de Governo. Basta procurar na internet. Sem problemas - mas será função do Governo Federal ter a propriedade de uma barraca de praia que serve bebidas e lanches a seus frequentadores? Quanto isso custa?

LICENÇA JORNALÍSTICA

Na verdade, o caro leitor não é empresário, talvez nem seja formalmente sócio de uma empresa desse tipo. Mas cabe-lhe a honra de pagar a conta.

E não imagine que a coisa se limita a uma barraca de praia. Há também uma associação dos pescadores, uma associação de produtores rurais, um restaurante - não há dúvida, existe gente que tem sorte na vida. Porque controlar quase 120 mil empresas como essas deve ser muito difícil.

PRISÃO DE NOVO

A Polícia Federal prendeu na sexta, pela segunda vez, o ex-governador André Puccinelli, a pedido da 3ª Vara Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Puccinelli, seu filho e o advogado tiveram prisão preventiva decretada, a pedido do Ministério Público Federal, em decorrência de apurações da Operação Lama Asfáltica. Puccinelli pretende se candidatar novamente ao Governo, pelo MDB. Há acusações referentes a contatos com a JBS, de Joesley Batista, à análise de documentos apreendidos em fases anteriores da Operação e de movimentações bancárias.
Herculano
22/07/2018 07:42
PERTENCE QUERIA DEFESA TÉCNICA, O PT, A PANFLETÁRIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence entrou numa fria ao juntar-se à defesa do ex-presidente Lula, achando que a prioridade era livrá-lo da cadeia. E se viu desautorizado ao pedir prisão domiciliar para o corrupto condenado. Jurista brilhante, percebeu o equívoco da defesa baseada em petições-panfleto do PT de São Paulo, na estratégia de vitimização que se revelou catastrófica no Judiciário. Tentou adotar teses jurídicas, mais técnicas, e se deu mal.

BRIGA DE FOICE
O jurista técnico não notou que a questão, companheiro, era política. Incluindo a briga de foice interna, no PT, para a sobrevivência eleitoral.

PT-SP CONTRA LULA
O PT-SP, que banca a defesa panfletária, precisa de Lula preso para se sobrepor a ele. Ali, odeia-se a ideia de que Lula é maior que o PT.

HISTóRICO DE DESFEITAS
Generoso, Pertence esqueceu o histórico de desfeitas de Lula, como quando "esqueceu" que o convidou a ser vice, e abraçou sua defesa.

CONTRA A OBTUSIDADE
Sepúlveda Pertence atuou para Lula pro-bono, sem remuneração. Foi atropelado pela vaidade e no despreparo dos garotões panfletários.

GOVERNO JÁ TORROU R$ 320 MILHõES EM VIAGENS
O governo federal gastou R$ 320,3 milhões do orçamento em passagens, hospedagens e diárias de servidores, apenas no primeiro semestre de 2018. Desse total, o governo esconde R$49,3 milhões sob a velha desculpa de "garantia da segurança da sociedade e do Estado" e não revela os destinos dessas viagens. Os principais destinos das viagens (a serviço) são Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

CAMPEÃO DE GASTOS
Maior gastador, o Ministério da Educação já torrou R$ 69,2 milhões em viagens a serviço, apesar da alegada falta de investimento no setor.

PASSAPORTE NA MÃO
Cerca de 15% dos gastos foram para mandar servidores ao exterior. Ao todo, foram R$ 48,5 milhões gastos em passagens internacionais.

VIAGENS MILIONÁRIAS
Apenas nove, dos 1,17 milhão de servidores públicos na folha de pagamentos, já nos custaram R$ 1 milhão com viagens a serviço.

BOLSONARO E BOULOS
Tanto o PSOL, quanto o PSL realizam suas convenções partidárias neste fim de semana. O líder do MTST Guilherme Boulos deve ser confirmado candidato do PSOL e Jair Bolsonaro, candidato do PSL.

Só FALTAM DOIS
Nem o PP de Ciro Nogueira, nem o DEM de Rodrigo Maia definiram as datas de suas convenções nacionais. Mas ambos os partidos devem fechar apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) a presidente.

SOCIALISTAS EM CIMA DO MURO
O PSB marcou sua convenção nacional para o último dia possível: 5 de agosto. Mas só será realizada se o Diretório aprovar apoio a algum candidato. O PSB deve se manter neutro e sem candidato a presidente.

REJEIÇÃO NO RIO
O governo Luiz Fernando Pezão é reprovado por 89,1% da população do Rio de Janeiro, segundo levantamento Paraná Pesquisa. Entre aqueles com Ensino Superior Completo, a rejeição vai a 93,8%.

NINGUÉM É DE FERRO
Pré-candidato do partido Novo a presidente, João Amoedo teve a agenda pré-eleitoral cheia, esta semana, com reuniões e sabatinas. Mas garantiu folga na terça e na sexta, "sem compromissos".

TV DEFINE VOTO?
Enquete do site Diário do Poder no Twitter perguntou: "O horário eleitoral pode mudar seu voto?". Para 80% a propaganda não muda nada; 11% admitem que sim e 9% dizem que vai "depender".

DOAÇÃO PELA INTERNET
As doações eleitorais podem começar a ser feitas a partir do dia 16 de agosto. Este ano está liberado o "crowdfunding", as doações através da internet, com limite de R$ 1.064 por dia, por eleitor.

ABUSO APERFEIÇOADO
Após sumir com notas de R$20 e R$10 de caixas eletrônicos, o Banco do Brasil aperfeiçoou o abuso e os terminais dizem ter as cédulas, mas na hora do saque, saem só notas de R$ 50. O correntista que se vire.

PENSANDO BEM...
...a Copa acabou, o Brasileirão voltou, mas o campeonato que todo mundo quer ver só acaba dia 7 de outubro.
Herculano
22/07/2018 07:34
O PESO DA TV NAS CAMPANHAS DE BOLSONARO, ALCKMIN E DO PT, por Bruno Bohossian, no jornal Folha de S. Paulo

País está mais ligado à internet, mas 25% dos brasileiros não acessam as redes

A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) deve aparecer 80 vezes por semana na programação de cada emissora de TV a partir do fim de agosto. O PT exibirá 27 inserções, e Jair Bolsonaro (PSL) terá direito a apenas três filmetes a cada sete dias.

A corrida presidencial colocará à prova o peso da propaganda na televisão. Alckmin vai decolar nas pesquisas com seu latifúndio na TV? Limitado à internet, Bolsonaro conseguirá sustentar e ampliar seu eleitorado? O candidato de Lula se tornará conhecido até o dia da votação?

A caçada por alianças partidárias que se desdobrou nos últimos dias se justifica. Cada vez mais brasileiros se informam a partir de novos meios de comunicação, mas a TV preserva um papel relevante na política.

"Nas pesquisas sobre as fontes de informação dos brasileiros, a TV continua aparecendo em primeiro lugar", diz Márcia Cavallari, CEO do Ibope. "Além disso, na hora da decisão do voto, a televisão e a internet têm o mesmo peso. Cada uma é citada por um terço dos eleitores."

Ainda que exista um país cada vez mais ligado às redes sociais, cerca de 25% dos brasileiros não costumam acessar a internet. Isso significa que 36 milhões de eleitores podem escolher seus candidatos até outubro sem consultar o Facebook.

"Aqueles que têm afinidade maior com a internet já foram atingidos pela campanha. O Bolsonaro já pescou muitos peixes nesse aquário. Não acho que consiga ganhar muito mais por esse canal", afirma Mauro Paulino, diretor-geral do Datafolha.

Eleições passadas mostraram que tempo de TV não se traduz necessariamente em vitória. A mensagem é mais importante. "Se Alckmin tiver 80 inserções e não se comunicar em cima dos temas que mudam o voto, o eleitor perde o interesse", argumenta o estatístico Paulo Guimarães.

A TV será crucial para a transferência de votos de Lula para o nome ungido pelo petista. Ao longo de um mês, o partido espera converter 45 milhões de potenciais lulistas - boa parte dos quais tem renda baixa e acesso limitado à internet.
Herculano
22/07/2018 07:31
BOLSONARO É FENôMENO COM CALCANHARES DE VIDRO, por Josias de Souza

O que é um fenômeno? Um deputado de ultradireita não é um fenômeno. O endeusamento de Donald Trump não é um fenômeno. Pesquisa eleitoral não é um fenômeno. Fenômerno é um apologista de Trump liderar as pesquisas presidenciais no Brasil recitando teses de ultradireita. Com a aclamação de sua candidatura pelo raquítico PSL, neste domingo, Jair Bolsonaro consolida-se como grande surpresa da temporada eleitoral de 2018. Mas o fenômeno, indica o Datafolha, tem calcanhares de vidro que dificultam sua caminhada até o Palácio do Planalto.

Com Lula fora da raia, Bolsonaro lidera o páreo presidencial com 19%, informa a sondagem mais recente do Datafolha, divulgada em junho. Entretanto, um terço do eleitorado desenvolveu uma ojeriza pelo fenômeno -32% dos entrevistados disseram que jamais votariam no capitão. Bolsonaro tem dificuldades para crescer. Mais: nas projeções de segundo turno, sua liderança derrete.

Se não estivesse inelegível, Lula (49%) surraria Bolsonaro (32%) num hipotético segundo round. Marina Silva (42%) colocaria dez pontos de vantagem sobre o fenômeno (32%). Ciro Gomes (36%) subiria ao ringue estatisticamente empatado com a novidade (34%). Até Geraldo Alckmin (33%) emparelharia suas luvas com as de Bolsonaro (33%), num empate matemático.

Numa eleição imprevisível, em que 33% dos eleitores chegam à beira da urna sem ter escolhido um candidato, tudo pode acontecer. Mas a liderança de Bolsonaro tem, por ora, a solidez de um pote de gelatina. Sem alianças, o candidato terá algo como sete segundos para vender o seu peixe no horário eleitoral. Mal dá para pronunciar o nome.

Bolsonaro alardeia que vencerá a eleição no primeiro turno, fazendo suas barricadas na internet. Em política, impossível não é senão uma palavra que contém o possível. Mas Valdemar Costa Neto, um PhD em poder, preferiu tomar distância. Ao farejar o risco de Bolsonaro dar com os burros n'água, o dono do PR decidiu apostar num burro mais seco. Entregou o tempo de propaganda do seu partido para o tucano Geraldo Alckmin, estimulando as outras legendas do chamado centrão a fazer o mesmo.

O fenômeno arrancou a extrema-direita do esconderijo entoando raciocínios que transformaram o candidato numa espécie de porta-voz do desalento. Bolsonaro captou no ar o sentimento do armário. Há quatro meses, ao filiar-se ao PSL, declarou que seu modelo é Donald Trump, "um exemplo para nós seguirmos."

Na área da segurança pública, sua prioridade é liberar as armas, aproximando o Brasil dos Estados Unidos, país onde estudantes adolescentes matam colegas de classe com armas compradas na loja da esquina. Apoiado pela Bancada da Bala, Bolsonaro deseja vitaminar o grupo no Congresso. "Quem sabe teremos aqui a bancada da metralhadora", vaticionou. "Violência se combate com energia e, se necessário, com mais violência".

No rol de inimigos de Bolsonaro, "marginais" e "vagabundos" dividem espaço com os homossexuais. "Um pai prefere chegar em casa e ver o filho com o braço quebrado no futebol, e não brincando de boneca", declarou. "Casamento é entre homem e mulher. E ponto final".

No final do ano passado, Bolsonaro classificou a turma do MST de "terrorista". Propôs um tratamento implacável: "A propriedade privada é sagrada. Temos que tipificar como terroristas as ações desses marginais. Invadiu? É chumbo!" Chegou mesmo a defender o uso de "lança-chamas" contra os liderados de João Pedro Stédile.

Deputado federal de sete mandatos, Bolsonaro às vezes soa como se os seus 27 anos de Congresso fossem um mero asterisco. "Se o Kim Jong-un jogasse uma bomba H em Brasília e só atingisse o Parlamento, você acha que alguém ia chorar?", indagou numa palestra, arrancando risos da plateia.

De economia Bolsonaro reconhece que não entende bulhufas. Nessa matéria, o candidato tornou-se uma espécie de jarro vazio, dentro do qual o economista Paulo Guedes despeja o seu receituário liberal. Guedes disse que, num eventual governo Bolsonaro, seriam mantidos em seus postos membros da equipe econômica da gestão de Michel Temer, um presidente reprovado por oito em cada dez brasileiros.

Dogmático aos 63 anos, Bolsonaro comporta-se como se já não tivesse idade para aprender mais coisas. Polêmico, também não exibe a sabedoria dos políticos que aprenderam a ocultar o que ignoram. Para um candidato assim, tão controverso, a tarefa de reduzir antipatias é mais complicada. O fenômeno terá que se desdobrar se não quiser passar à história como o presidente mais fenomenal que o Brasil jamais terá.
Herculano
22/07/2018 07:23
O PT E CIRO NO GOLPE DO PLEBISCITO, por Élio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S.Paulo

Uma consulta popular logo depois de uma eleição presidencial é golpe demagógico.

Ciro Gomes e Rui Falcão, ex-presidente do PT, avisaram que em suas plataformas está a convocação de um plebiscito ou de um referendo para ratificar suas propostas caso vençam as eleições de outubro.

Ciro defendeu a convocação desse mecanismo para decidir o destino de um projeto de reforma da Previdência. Dias depois, Falcão falou em "reverter as reformas desastradas do Temer por plebiscito ou referendo".(Num plebiscito os cidadãos escolhem uma entre várias alternativas, num referendo, aprova-se ou rejeita-se uma proposta.)

Quando deputado, o petista José Dirceu apresentou um projeto propondo que os acordos para o pagamento da dívida externa fossem submetidos a um referendo popular. Diante da perspectiva de poder, o comissariado fez a "Carta aos Brasileiros" e mudou de assunto.

Desde 2001, Ciro Gomes defende a realização de plebiscitos, inclusive para decidir a questão previdenciária. Ele chamava essa girafa de "terceiro turno".

A ideia de uma consulta popular direta logo depois de uma eleição presidencial é um golpe demagógico. Seu objetivo é o emparedamento do Congresso. Esse truque fez o gosto de Hugo Chávez na Venezuela e deu no que deu. No Brasil de 2018 o pescoço da girafa cresce quando se vê que os candidatos estão costurando alianças com partidos devastados pela Lava Jato.

Trata-se de um jogo de perde-perde para o regime democrático, pois ao seu final haverá um presidente imperial esmagando um Parlamento cuja caciquia Ciro Gomes cortejou em busca de tempo de televisão. Uma pessoa disposta a votar em Ciro pode achar a ideia boa. E se o poste de Lula ganhar a eleição?

Se um candidato tem o que oferecer, poderá fazê-lo durante a campanha que começa daqui a pouco. Se der, deu. Se não der, não deu.

AS VIVANDEIRAS QUEREM BOLSONARO

Um pedaço do andar de cima quer um golpe parecido com o de 1964

Um pedaço do andar de cima que desfila na tropa de Jair Bolsonaro não quer escolher um presidente da República. Quer um golpe parecido com o de 1964, aquele que colocou cinco generais na Presidência da República. Em 1984, quando a ditadura agonizava, quase todas as vivandeiras que aplaudiram as extravagâncias do poder militar aderiram à campanha de Tancredo Neves e varreram para os quartéis o entulho do regime.

A plateia que ouviu Bolsonaro na Confederação Nacional da Indústria durante uma hora viu que estava diante de um candidato compreensivelmente nervoso e incompreensivelmente desconexo.

Vago ao expor sua plataforma econômica, o candidato citou o evangelista João, "conhecereis a verdade e ela vos guiará" e, em seguida, guiou a audiência para a questão ambiental de Roraima. Adiante, informou: "Estamos entregando a mina de nióbio ao chinês." Referia-se à mina da Anglo American de Catalão (GO). (Em fevereiro em Hamamatsu, Bolsonaro prometeu trabalhar em parceria com japoneses para a exploração do nióbio brasileiro.)

Reforma trabalhista? "É remendo novo em calça velha". Não se pode saber o que isso significa, mas a plateia não reagiu.

Num breve momento o candidato deu uma pista. Mencionando que ele temeu um eventual crescimento da esquerda, disse: "Aí acabou qualquer esperança de mudarmos o Brasil pelas vias democráticas, que tem que ser."

Desde 1985, o Brasil está numa via democrática, e Bolsonaro, com seus sete mandatos, é uma prova disso. O candidato de hoje não repete o deputado que há dez anos, diante de uma manifestação hostil, disse que o "grande erro" da ditadura "foi torturar e não matar". O Brasil deve ao marechal Castello Branco a exposição das "vivandeiras alvoroçadas" que desde 1930 rondam quartéis. Elas ainda estão por aí.

LULA E PERTENCE
O advogado Sepúlveda Pertence pode ser um ícone da advocacia nacional, mas perdeu o passo quando tentou tirar Lula do regime fechado em que vive, pedindo que lhe dessem o refresco da prisão domiciliar.

Para polir sua estratégia de vitimização, Lula até que gostaria de ser fotografado com as algemas que a Polícia Federal pôs em Sérgio Cabral.

Na mesma linha, a esdrúxula ordem de soltura dada pelo desembargador Favreto foi brindada pela caótica movimentação do juiz Sergio Moro e do desembargador Gebran, que estavam de férias.

MADAME CLAUDE
Saiu nos Estados Unidos o livro "Madame Claude - Her Secret World of Pleasure, Privilege and Power". É mais uma tentativa de exposição do "mundo de prazer, privilégio e poder" da famosa cafetina francesa. Entre 1957 e 1977, enquanto ela operou em Paris, seu telefone era um dos maiores símbolos de status da elite internacional.

O magano ficava no hotel Ritz, fazia suas compras na Hermès, jantava no Maxim's e ligava para Claude.

O autor do livro, William Stadiem, já revirou os lençóis de Marilyn Monroe e Frank Sinatra. Ele conversou longamente com Fernande Grudet (o verdadeiro nome de Claude), quando ela abandonou o negócio, apanhada pelo fisco. Da narrativa de Stadiem resultam os suspeitos de sempre: o bilionário Gianni (Fiat) Agnelli, o barão Elie Rothschild e os dois maridos de Jacqueline Bouvier (John Kennedy e Aristóteles Onassis). O xá do Irã era atendido por uma ponte aérea que fazia a rota Paris-Teerã.

A clientela brasileira de Claude escapou da grelha de Stadiem.

ALCKMIN E O MDB
Pelo andar da carruagem, depois de conseguir o apoio do centrão (com todas as suas obras e todas as suas pompas), Geraldo Alckmin vai buscar a desistência de Henrique Meirelles, do MDB.

Madame Natasha oferece uma licença para criar sindicato a quem souber o que significa "centrão".

GATOS POR LEBRES
Paulo Francis desconfiou de Daniel Ortega quando soube que ele comprava óculos de grife. Parecia preconceito com o jovem guerrilheiro sandinista que derrubou a ditadura da família Somoza na Nicarágua. Passaram-se 40 anos e, sem óculos, o septuagenário Ortega, eleito três vezes para o cargo, reprime manifestações populares durante as quais já morreram 300 pessoas. Sua mulher é a vice-presidente, um de seus filhos dirige uma estatal e outros três controlam canais de televisão.

No centenário do nascimento de Nelson Mandela, o estadista sul-africano, sua lembrança é um refrigério para as gerações que se encantaram por líderes românticos. Quem comprou os barbudos cubanos herdou a ditadura dos irmãos Castro. Na geração seguinte, o aiatolá Khomeini capturou a imaginação de quem detestava o xá do Irã. No seu lugar, instalou-se um regime muito pior. Isso, para não se falar no Zimbábue de Robert Mugabe, nem na cleptocracia do MPLA de Angola.

Hoje, noves fora a dinastia dos Ortega, está aí a frágil e doce Aung San Suu Kyi, atual líder de Mianmar. Depois de 15 anos de prisão domiciliar imposta pelos militares, ela ganhou o Prêmio Nobel da Paz e assumiu o governo do país. Deu em quase nada. Os militares continuam mandando e foi negada a cidadania à minoria étnica dos muçulmanos rohingya. Setecentas mil pessoas já fugiram do país.
Herculano
21/07/2018 09:24
DESAPOSENTADOS PODEM TER QUE DEVOLVER DINHEIRO AO INSS

Conteúdo da revista IstoÉ e da Agência Brasil. Segurados que entraram na Justiça e conseguiram a desaposentação podem ter que devolver o dinheiro ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Sem confirmar o número de ações em que aposentados pedem a devolução do que foi pago a mais, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que apenas quem recebeu o benefício após decisões provisórias (tutela antecipada) irá, "eventualmente, a depender de decisão judicial, devolver" os valores.

"Aqueles que receberam valores em decisão judicial transitada em julgado [ou seja, em ações já concluídas] não precisarão devolver valores, mas poderão ter seu benefício revisto, por meio de ação rescisória", disse a AGU, em nota.

A desaposentação é a possibilidade de o aposentado pedir a revisão do benefício por ter voltado a trabalhar e a contribuir para a Previdência Social. Em 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou ilegal a desaposentação, sob o argumento de que não está prevista na legislação. Na época, mais de 180 mil processos estavam parados em todo o país aguardando a decisão da Corte.

Entretanto, explicou o professor de direito previdenciário Guilherme Portanova, o STF deixou em aberto os efeitos da decisão, como o referente à devolução dos benefícios que já haviam sido recalculados e pagos aos aposentados. Portanova é membro do Conselho Jurídico da Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap).

Para o professor, o INSS não poderia fazer tal cobrança, pois o julgamento de 2016 ainda não foi concluído (transitado em julgado). Ele lembrou que ainda há embargos de declaração para serem julgados, questionando justamente a previsibilidade de devolução do valor que foi revisado na aposentadoria.

Portanova destacou que, enquanto o STF não decide sobre os embargos, há elementos jurídicos para discutir a não devolução dos valores, bem como a manutenção dos valores a mais conseguidos com a desaposentação, mesmo em ações rescisórias. Com ou sem viabilidade jurídica, o governo vai buscar a devolução dos recursos e, nesse caso, o processo daqueles que conseguiram o benefício do recálculo na Justiça deverá ser tratado individualmente.

"Eles [INSS] sabem que há uma desinformação no Brasil. A minha orientação é que o aposentado procure um advogado especialista, porque há inúmeras hipóteses para não precisar devolver o dinheiro", afirmou o especialista.

Histórico

Segundo o professor Portanova, até o ano de 1994, existia um benefício chamado pecúlio, que consistia na devolução, em cota única, das contribuições efetuadas para o INSS pelo cidadão que continuou trabalhando após ter se aposentado por idade e tempo de contribuição.

A lei que extinguiu o pecúlio em 1994 também previa que o aposentado que continuasse trabalhando não precisava contribuir com a Previdência Social. Entretanto, outra lei, editada um ano depois, voltou a exigir a contribuição dos trabalhadores aposentados, mas sem nenhum benefício financeiro em contrapartida, sob o argumento de que a contribuição previdenciária é solidária (para o conjunto dos trabalhadores, e não individual).

Como o pecúlio havia sido extinto, começaram a surgir as ações de desaposentação, para que aqueles que continuaram a trabalhar pudessem recalcular a aposentadoria e receber benefício maior com base nas novas contribuições à Previdência Social.

O caminho possível para pacificar a questão seria, por meio do Congresso Nacional, estabelecer o retorno do pecúlio ou regulamentar a desaposentação e criar critérios para o recálculo do benefício.
Herculano
21/07/2018 09:15
CANDIDATOS TÊM PELA FRENTE EMBATE COM FRAGILIDADE ECONôMICA, por José Francisco de Lima Gonçalves, economista chefe do Banco Fator

País entra na reta final das eleições com índices mostrando mais problemas do que soluções

Em um dia em que o mercado financeiro comemorava o anúncio do apoio do centrão à candidatura Alckmin, fazendo o dólar e os juros caírem e a Bolsa subir, a fragilidade da recuperação da atividade econômica foi confirmada pelos indicadores referentes a junho e julho divulgados nesta sexta-feira (20).

Os dados do Caged em junho trouxeram leve queda no saldo de contratações e demissões. O relevante é que as expectativas eram de alta, ainda que modesta.

A indústria e o comércio cortaram mais de 40 mil vagas, desempenho muito pior do que o de junho de 2017. A comparação é importante, pois o bom desempenho da agricultura, que criou 41 mil empregos, foi sazonal, semelhante ao de um ano atrás.

O desempenho do Caged pode ter sido afetado pela greve dos caminhoneiros, mas cabe ressalvar que as decisões empresariais de contratação são pouco sensíveis a eventos pontuais. Se assim for, parte da piora do mercado de trabalho deve refletir a deterioração das expectativas que já vem ocorrendo desde abril.

O IPCA-15 referente a julho confirmou o efeito temporário e reversível da greve dos caminhoneiros sobre a inflação. Quase todos os preços de alimentos recuaram, ficando a alta de 0,64% explicada pelas tarifas de energia elétrica (preço administrado), transporte público (aéreo) e leite longa vida (por força da interrupção das entregas de matéria-prima).

Mais importante, preços sensíveis ao dólar e à demanda, como os de bens industriais, não aceleraram, e preços afetados pela demanda, como os de muitos serviços, também não.

O país entra, assim, na reta final das eleições com o emprego piorando e a inflação baixa mostrando mais problemas do que soluções. O estado de espírito dos eleitores certamente é afetado por tais condições, de modo que a disputa entre as máquinas partidárias e o voto do contra vai ficar pesada.

Finalmente, o governo apresentou o relatório bimestral de receitas e despesas, onde se viram resultados positivos em 2018, tanto em relação à regra de ouro, como em relação ao teto de gastos e à meta de déficit primário. Foram revistas as premissas da programação da política fiscal, desde a inflação e a taxa de câmbio para cima até as estimativas de crescimento do PIB, para baixo.

Tais revisões alinham mais os números do governo aos dos analistas e a conclusão é que a situação fiscal ficará bem pior em 2019, reforçando as dificuldades que os candidatos terão nos próximos meses.
Herculano
21/07/2018 09:04
O SHOW DE HIPOCRISIA PETISTA

Conteúdo de O Antagonista. Como era previsto, os petistas começaram a intensificar a associação de Geraldo Alckmin com o governo Michel Temer e com as mesmas alianças que abasteceram os cofres do PT por 13 anos.

"O rumo das coisas está ajudando a população a esclarecer o que está em jogo. Tem o projeto do Temer, que vai ser representado provavelmente pelo Alckmin, e tem o nosso, representado pelo Lula. Tenho certeza que a população vai saber escolher, como sempre", disse Fernando Haddad depois de visitar Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba.
Herculano
21/07/2018 08:54
BARROSO PõE 'CANDIDATURA AVULSA' NA GELADEIRA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que não seria viável aprovar as candidaturas avulsas já para as eleições de 2018. Por isso, o Supremo Tribunal Federal (STF) também não vai abordar o tema este ano. Para o relator da matéria no STF, ministro Luís Roberto Barroso, decidir essa matéria antes da eleição só criaria "tumulto" e "tumulto é tudo o que não precisamos". Para o ministro é preciso regular o tema.

ATENÇÃO A INTERESSADOS
O ministro Luís Roberto Barroso pretende realizar uma audiência pública para ouvir especialistas e interessados na candidatura avulsa.

REGULAMENTAÇÃO NECESSÁRIA
Para Barroso, a introdução da candidatura avulsa exige mais do que simples decisão judicial, precisa de "regulamentação detalhada".

DETALHE
O maior interessado na candidatura avulsa era o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, que se dizia "avesso a partidos" até se filiar ao PSB.

PARTIDO É PRÉ-REQUISITO
Atualmente qualquer cidadão brasileiro que atender aos pré-requisitos da Lei da Ficha Limpa precisa se filiar a um partido para se candidatar.

CPLP ENFRENTA MÁ VONTADE E BOICOTE NO ITAMARATY
O Itamaraty sempre torceu o nariz para a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): a ideia foi do então embaixador em Lisboa, José Aparecido de Oliveira, que não era diplomata de carreira. O chanceler da época, Luiz Felipe Lampreia, manobrou para o Brasil não exercer a primeira presidência da CPLP, destinada a Aparecido. E perseguiu o diplomata Miguel Gustavo Paiva Torres, que ousou auxiliar na criação do organismo. O Itamaraty jamais lhes pediu desculpas.

CARREIRA SUFOCADA
A elogiada tese de Miguel Torres em defesa da CPLP foi rejeitada "por ordem superior" e, rompendo a praxe, "interdição de reapresentação".

IDEIA BRILHANTE
A CPLP neutralizou a articulação para criação do grupo lusófono "5+1" (cinco países africanos e Portugal), destinado a isolar o Brasil na África.

BOICOTE CONTINUA
O script definido para Temer pelo Itamaraty, na 12ª cúpula da CPLP em Cabo Verde, não incluiu menção ao papel histórico de José Aparecido.

COINCIDÊNCIAS FATAIS
O sindicato das distribuidoras/atravessadoras ingressou com petição na Justiça Federal contra a venda direta de etanol das usinas aos postos. Procuradores federais também entraram em favor das atravessadoras. Quem leu as duas petições identificou constrangedoras coincidências.

CHAPA INCOMPLETA
O Partido Social Crista?o (PSC) homologou ontem em Brasi?lia a candidatura do ex-presidente do BNDES e do IBGE, ambos os cargos na era Michel Temer, Paulo Rabelo de Castro. Sem candidato a vice.

CIRO SEM VICE
O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) se lançou ontem candidato a presidente na sede nacional do partido, em Brasília. Ele foi o segundo a oficializar a candidatura presidencial. E também sem candidato a vice.

A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM
O diretório do MDB do Mato Grosso, decidiu nesta sexta (20) manter a candidatura do enroladíssimo ex-governador André Puccinelli a retomar o cargo. O partido também decidiu não adiar a data da sua convenção.

CAPITÃO RENAN
O capitão Renan Contar vai percorrer numa moto Harley Davidson os 79 municípios do Mato Grosso do Sul pregando seu nome para deputado estadual e Jair Bolsonaro para presidente. Oficial do Exército, esse Renan ficha limpa pretende encerrar o roteiro em trinta dias.

PAÍS RICO É ASSIM
Ao contrário de países ricos e superdesenvolvidos como o Brasil, a Coreia do Sul não deu cela especial ou regalias à ex-presidente Park Geun-hye. Condenada a 32 anos de prisão por corrupção envolvendo fundos estatais e eleições, não ganhou acampamento, nem doações.

NÃO ENGANA NINGUÉM
A derrota na disputa pelo apoio do Centrão não foi digerida pelo PDT. O deputado André Figueiredo (CE) agora diz que isso facilita suposta composição de chapa com o PSB. Correu atrás: "seria o vice ideal", diz.

VERA E HERTZ
Passou batido nos jornalões, que só falaram de PDT e PSC, mas o PSTU também realizou sua convenção ontem e terá chapa completa. A operária Vera Lúcia será candidata do partido, com Hertz Dias de vice.

PENSANDO BEM...

...em terra de pré-candidato, quem tem vice é rei.
Herculano
21/07/2018 08:45
NO FUNDO, A ESQUERDA DIZ O MESMO QUE A DIREITA, MAS O FAZ COM UM SORRISO NO ROSTO, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de S. Paulo

Sugerir que franceses que venceram a Copa são estrangeiros equivale a identificar a nação à raça, à cor da pele

A charge do cartunista jordaniano Mahmoud Rifai correu mundo, difundida por sites e blogs de esquerda. Intitulada "Quem conquistou a Copa pela França", exibe um barco de refugiados africanos do qual emerge um punho negro segurando a taça da Fifa - e, acima dele, a bandeira francesa da qual salta uma mão que se apropria do troféu.

Superficialmente, trata-se de uma crítica da xenofobia e do racismo, tão comuns na Europa de hoje. De fato, é outra coisa, repetida sob formas similares em incontáveis textos e imagens.

A direita sempre diz que os terroristas são estrangeiros - mesmo quando se sabe que, em quase todos os casos, são cidadãos nacionais. Agora, a esquerda resolveu dizer que os jogadores da seleção francesa campeã mundial são estrangeiros - mesmo quando se sabe que todos são, obviamente, cidadãos franceses.

Entre os campeões, apenas dois nasceram fora da França: o goleiro Mandanda, na República Democrática do Congo, e Umtiti, em Camarões. Na sua maioria, os demais são filhos de imigrantes - e nenhum deles pertence a famílias de refugiados.

Sugerir que são estrangeiros equivale a identificar a nação à "raça", à cor da pele.

A mania nada tem de novo. Jean-Marie Le Pen, fundador da Frente Nacional e pai da atual líder do partido ultranacionalista, acusou os vice-campeões mundiais de 2006 de não representarem a "França verdadeira".

Na ocasião, o zagueiro Thuram deu-lhe a resposta precisa: "Le Pen deveria saber que, assim como existem negros franceses, existem loiros e morenos, e não são convocados para a seleção por sua cor, mas
por serem franceses".

E concluiu reivindicando a "França verdadeira" da Revolução de 1789, em contraponto à "França eterna" da direita xenófoba. Agora, sua lição de história (e de política) deve ser ensinada à esquerda.

No fundo, a esquerda diz o mesmo que a direita, mas o faz com um sorriso no rosto. Para a direita, o "diferente" é o veneno que contamina a nação; para a esquerda, é o eterno estrangeiro, africano ou árabe, discriminado pela maléfica potência europeia.

A seleção campeã de Mbappé e Pogba não serve para apagar as discriminações reais sofridas pelos imigrantes na França, nem absolve o governo francês de sua resistência a partilhar com a Alemanha a responsabilidade de dar abrigo ao fluxo de refugiados que cruzaram o Mediterrâneo. Mas também não deveria servir para, sob a cobertura do discurso anti-imperialista, reforçar a mitologia do sangue e da raça.

A França, ao contrário dos EUA, não coleta informações censitárias sobre a origem étnica de seus cidadãos. A "cegueira estatal" deita raízes na tradição de 1789: a cidadania é um contrato político, não um privilégio derivado da "raça" ou da religião.

Mesmo se não funciona como varinha mágica capaz de abolir o racismo ou a exclusão social, tal afirmação radical da igualdade política e jurídica é uma valiosa fronteira simbólica.

O comediante sul-africano Trevor Noah, que comanda o americano Daily Show, deu publicidade à charge de Rifai e qualificou os jogadores campeões como africanos. Numa carta aguda, o embaixador francês nos EUA retrucou que "isto legitima a ideologia que reclama a branquitude como definição exclusiva da identidade francesa".

A seleção brasileira campeã sul-americana de 1919 tinha ao menos cinco titulares oriundos de famílias de imigrantes, entre os quais o craque Arthur Friedenreich, neto de um alemão e filho de uma professora primária negra.

Na época, a esquerda era universalista e não lhe ocorriam as ideias racialistas de qualificar o atacante como "alemão" ou "africano".

A esquerda mudou, para pior. Hoje, integra o coral da "nação do sangue", compartilhando com a direita uma esquina suja que leva os nomes alternativos de "anti-imperialismo" ou "antiglobalismo".

Le Pen pode descansar. Três Copas depois, a esquerda fala por ele.
Herculano
21/07/2018 08:36
ALCKMIN SOFRE A PRIMEIRA CHANTAGEM DO CENTRÃO, por Josias de Souza

Menos de 24 horas depois de celebrar um acordo pré-nupcial com o centrão, Geraldo Alckmin se deu conta de que um matrimônio político, quando se baseia apenas no interesse, transforma-se rapidamente em patrimônio. Percebeu que, para o deputado Paulinho da Força, proprietário do Solidariedade, um dos partidos do grupo, a fidelidade conjugal só é possível a três. A união com Alckmin ainda nem foi sacramentada e Paulinho já acena para Ciro Gomes.

Conforme já noticiado aqui, Paulinho, um cacique da Força Sindical, combinara com sua tribo que condicionaria o apoio a Alckmin à volta do imposto sindical, que obriga trabalhadores a entregarem um dia de labuta para os sindicatos. Na quinta-feira, após reunião do alto comando do centrão com o candidato tucano, informou-se que Alckmin concordara em incluir na sua agenda a criação de nova fonte de renda para as arcas sindicais.

Nesta sexta-feira, em nota veiculada no Twitter, Alckmin levou o pé atrás: "Ao contrário do que está circulando nas redes, não vamos revogar nenhum dos principais pontos da reforma trabalhista. Não há plano de trazer de volta a contribuição sindical."

Antes mesmo da veiculação da mensagem do candidato, Paulinho já havia sinalizado para o staff de Ciro, com quem parecia fechado dois dias antes, a intenção de trair Alckmin. Como de hábito, impôs uma condição: entregaria os segundos de propaganda do Solidariedade a Ciro desde que o PSB e o PCdoB fizessem o mesmo.

Do lado de Ciro, o aceno de Paulinho foi recebido com desconfiança. Um dos operadores políticos de Alckmin chamou de chantagem a tentativa de adultério pré-nupcial de Paulinho

Quem observa o vaivém da política percebe que, das várias maneiras de se atingir o desastre nesse ramo, a incoerência é a mais rápida. A solidão, a mais agradável. E a aliança com o centrão, a mais cara.
Herculano
21/07/2018 08:25
AUXILIO-MORADIA É PARA QUEM PRECISA?, por Fernanda Mena no jornal Folha de S. Paulo

Enquanto juízes recebem ajuda de R$ 4.378, outros brasileiros dependem de benefício de R$ 400

Só num país desigual como o Brasil um juiz recebe R$ 4.378 mensais em auxílio-moradia enquanto os brasileiros que, de fato, não têm onde morar recebem, com sorte, R$ 400 de auxílio-aluguel para arranjar um teto.

O déficit habitacional brasileiro atual é de 6,3 milhões de domicílios.

Há um mês, seis ações sobre a legalidade deste benefício estão estacionadas no gabinete do ministro Luiz Fux, no STF.

Foi ele quem, numa canetada em 2014, estendeu a concessão da verba, antes restrita, a toda a categoria, composta hoje por 18 mil juízes.

Cogita-se encerrar a polêmica incorporando o benefício aos salários dos magistrados, que já estão entre os maiores da República e os colocam no grupo do 1% mais rico do país.

Apelidados de "penduricalhos" pela própria categoria, os auxílios, no plural, ainda incluem um auxílio-alimentação de quase um salário mínimo e, no caso dos juízes federais, um auxílio-pré-escolar de R$ 712.

No mesmo Brasil, 13% das crianças de até 5 anos sofrem de desnutrição crônica por falta de alimentação adequada. E 440 mil daquelas com 4 e 5 anos estão fora da pré-escola, metade delas por falta de vagas.

O generoso auxílio-moradia aos juízes - que existe em versões para membros do Ministério Público e do Legislativo - implica custo extra de R$ 1,6 bilhão anual para os deficitários cofres públicos.

O montante seria suficiente para a construção de mais de 12 mil unidades habitacionais ao ano ou para o custeio de 333 mil auxílios-aluguel mensais de R$ 400 -valor que, diga-se, não paga um cômodo sem janelas no quadrilátero do centro de São Paulo conhecido como cracolândia.

O auxílio dos juízes não vai solucionar a complexa questão da moradia no Brasil, consagrada como direito de todo cidadão no artigo 6º da Constituição. No atual contexto social brasileiro, no entanto, sua existência parece insustentável.

O recurso, vale lembrar, sai do bolso dos brasileiros, aos quais caberia a questão: quem precisa de auxílio?
GASPARENSE
20/07/2018 19:37
HINO DE GASPAR

Entre montanhas tu estás cidade amiga,

PEQUENA E BELA COMO UM SONHO EU TE VI (?)

Teu céu azul iluminando o espaço,
Tingindo as águas transparentes do Itajaí.

Teus verdes campos enobrecem a paisagem,

TEU POVO ALEGRE TE CONDUZ NUMA CANÇÃO (?)

És o berço do imigrante que transforma,
O teu regaço em uma longa oração.

(Estribilho)

Salve Gaspar, terra de alegria,

TEUS FILHOS JAMAIS SE ESQUECEM DE TI (!!!)

És a luz que ilumina noite e dia
O grande belo Vale do Itajaí
Herculano
20/07/2018 17:52
JAIR BOLSONARO, PSL PEGA UMA CRIANÇA NO COLO E A ENSINA FAZER UM GESTO COMO SE ELA TIVESSE UMA ARMA

Era o que estava faltando como propaganda

E no twitter Marina Silva, Rede, presidenciável, dispara:

Como mãe e professora, fiquei estarrecida ao ver um candidato ensinar uma criança a fazer gesto de revólver com as mãos. As mãos de uma criança devem ser treinadas para pegar em lápis e caderno, e jamais em armas.
Herculano
20/07/2018 17:35
TRÊS MAIORES RIVAIS DE CIRO SÃO: CIRO, CIRO E CIRO, por Josias de Souza

Ciro Gomes perseguia três objetivos na primeira fase da campanha presidencial: 1) Atrair um pedaço do eleitorado órfão de Lula, sem avalizar o discurso petista que reduz toda corrupção a uma perseguição lavatista; 2) Firmar-se como o anti-Temer, sem fechar as portas para uma aliança que lhe permitisse ocupar um pedaço do tempo de TV do governista centrão; 3) Trazer sua língua na coleira. Consideradas as circunstâncias, parecia uma estratégia de profissional. Que Ciro executou com um amadorismo que não orna com a experiência de quem disputa o Planalto pela terceira vez.

Até o início da semana, Ciro parecia ter encontrado a trilha que conduz ao segundo turno. Nesta sexta-feira, o candidato foi aclamado na convenção do PDT sem um nome para acomodar na vice e sem aliados para levar a bordo. Ao discursar, soou como um personagem desnorteado. É cedo para fazer avaliações peremptórias. Mas as aparências indicam que, se não encontrar uma forma de domar a si mesmo, Ciro tomará novamente o atalho que vai dar no brejo.

Na prática, a campanha de Ciro começou no dia em que Lula foi preso. Caiu-lhe no colo, por gravidade, um pedaço do eleitorado da divindade inelegível do PT ?"o suficiente para vitaminá-lo nas pesquisas, colocando-o numa posição numericamente à frente de Geraldo Alckmin, com vista para os calcanhares de Marina Silva e Jair Bolsonaro. Com o tempo de propaganda do PP e do Solidariedade, que considerava no papo, Ciro chegaria à convenção triunfante. Em vez disso, colocou suas diatribes verbais a serviço de Alckmin, empurrando o dote eletrônico do centrão para o rival.

Pode-se dizer que Ciro não faz o primeiro turno dos seus sonhos. Mas há males que vêm para pior. Se não conseguir costurar uma aliança com o PSB e o PCdoB, o candidato do PDT terá conseguido a façanha de realizar os seus piores pesadelos. Como que farejando o cheiro de queimado, Ciro retomou o discurso que o aproxima da estrela vermelha do PT, distanciando-o do pedaço do eleitorado que ele terá de disputar com Alckmin: algo como um terço dos brasileiros que, entre irados e desalentados, se declaram sem candidato.

"Depois de tudo que houve com o ex-presidente Lula, nossa responsabilidade aumenta muito", disse Ciro na convenção. ''São 207 milhões de pessoas que temos que vestir, que empregar, garantir que se alimentem e que tenham um cuidado médico decente. Todas elas já viram no passado recente que é possível ser diferente quando o governo é conectado com o povo.'' Na noite da véspera, discursando para uma plateia de sindicalistas, Ciro já havia flertado com a adesão ao slogan petista do "Lula Livre".

"O Brasil nunca será um país em paz enquanto o companheiro Luiz Inácio Lula da Silva não restaurar a sua liberdade", afirmara, antes de criticar o vaivém de decisões judiciais que manteve o companheiro na cadeia em 8 de julho: "Aquele domingo foi uma das coisas que eu mais assustado assisti como um velho professor de direito. Como è que pode tanta aberração lidando com coisas graves como a liberdade do maior líder popular do país ou o próprio direito, regra de convivência que substitui a lei do mais forte, a prepotência da violência e o caos."

Após cruzar toda a pré-campanha esquivando-se com maestria do discurso petista anti-Lava Jato, Ciro flerta perigosamente com o lero-lero que se opõe a uma operação anticorrupção que arrasta a simpatia da grossa maioria do eleitorado. Faz isso dias depois de ter chamado uma promotora de "filho da puta" (imaginava tratar-se de um homem) e de ter deixado no ar a ameaça de agir contra a autonomia do Ministério Público caso chegue à Presidência.

A eleição mais imprevisível desde a redemocratização continua em aberto. Nada está perdido. Mas se alguém perguntar ao correligionário mais estúpido de Ciro Gomes quais são os três maiores adversários do candidato do PDT, ele responderá: "Ciro, Ciro e Ciro".
Herculano
20/07/2018 17:31
O PERIGOSO CAMALEÃO

Hoje, ao oficializar a sua candidatura a presidente da República, Ciro Gomes, PDT, como um gatinho, afinou o discurso e deixou a esquerda mais light.

Isto mostra como lobo se abrigam em pele de carneiro, na hora de enganar a maioria dos eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados. Wake up, Brazil!
Herculano
20/07/2018 11:26
FILA NAS CRECHES EM GASPAR

Você escreve:

"Também vão implantar um sistema de controle de fila de espera que vai levar em consideração a renda familiar ou seja aquele casal de Gasparenses que tem um renda familiar um pouco maior não poderá colocar seus filhos nas creches públicas".

A minha, opinião: penso que é justo. Mas, é preciso ficar de olho nos critérios. Eles nem sempre são justos. Estão mais para jeitinhos e apadrinhamentos políticos.

O critério que se usa ou vai se usar agora, no passado não sensibilizou prefeito, vice e vereadores que tinham ou ainda mantém filhos nas creches públicas. Então...

Você escreve:

Muitos pais estão colocando as crianças em creches irregulares pois tem que trabalhar o dia inteiro e não meio período.

Eu respondo: até surgir um problema grave e ai a culpa solidária será do município que primeiro não ofereceu o serviço que é uma obrigação, depois não fiscalizou à atividade que possui obrigação e responsabilidades mínimas.

Para quem tapeou a cidade para fechar a Casa Lar, esse assunto é mais um contra os vulneráveis.
Herculano
20/07/2018 11:17
da série: esse golpe não é novo e alguns prefeitos catarinenses já caíram nele.

COMO PROTEGER DO GOLPE DO WHATSAPP QUE PEGOU ATÉ MINISTROS DO GOVERNO TEMER, por Felipe Payão, do Tecmundo

A Polícia Federal (PF) deflagrou na última terça-feira (17) uma operação chamada Swindle. Nela, os investigadores da PF conseguiram desbaratinar um grupo criminoso que clonou os celulares de autoridades brasileiras; entre elas, o deputado estadual Adriano Sarney, os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria de Governo, Carlos Marun, e do ex-ministro do Desenvolvimento Social e Agrário Osmar Terra.

A polícia comentou que o grupo realizava clonagens de números telefônicos para aplicar golpes via aplicativo de trocas de mensagens. O modus operandi era o seguinte: os criminosos tomavam as contas de WhatsApp das vítimas e faziam-se passar pelos reais donos dos números, solicitando transferências bancárias a pessoas de suas listas de contatos. Para receber o dinheiro, eram usadas contas bancárias falsas e de terceiros.

A responsabilidade aqui é do usuário, e ela é necessária

Acontece que, serviços de mensagens, especialmente o WhatsApp, oferecem ferramentas para defesa das suas contas - e poucos pessoas sabem abusar das camadas de segurança. Até golpes que clonam o chip para usar o aplicativo de maneira criminosa podem ser evitados. Veja: A Copastur conta tudo sobre as novas ferramentas de mensagens para passageiros corporativos da Delta Sponsored

O chefe de Tecnologia da Flipside, Anderson Ramos, falou um pouco mais sobre isso e relembrou que, desde 2017, o WhatsApp solicita aos usuários a criação de uma senha de acesso. "Configurações de segurança muitas vezes demandam iniciativa por parte dos usuários, e aqui temos um ótimo exemplo. O aplicativo sugere a criação de senhas, mas não é algo obrigatório. A responsabilidade aqui é do usuário, e ela é necessária".

Se você ainda não configurou a senha de segurança do WhatsApp, faça isso agora seguindo os passos abaixo, tanto para iOS quanto para Android
Ajustes (três pontos na lateral superior direita) > Configurações > Conta > Verificação em duas etapas
Em Verificação: coloque uma senha numérica de 6 caracteres que precisa ser fornecida toda vez que você instala o Whatsapp em um novo celular. Uma vez configurada, de tempos em tempos, o WhatsApp vai pedir que você a digite antes de abrir o aplicativo, portanto você tem que lembrar dela periodicamente

Anderson Ramos nota o seguinte sobre a senha: "Evite datas conhecidas, nem use a mesma senha que você usa para destravar o celular (sim, você também precisa configurar uma) ou a mesma senha de cartões de bancos e outros serviços. O melhor nestes casos, para não ter que memorizar diversas senhas diferentes, é usar gerenciadores de senhas como o Keepass, Lastpass e 1Password. Há versões gratuitas e pagas, sendo que as últimas normalmente são mais fáceis de usar. Porém, uma senha ruim ou repetida é melhor que senha nenhuma nesse caso".

Será que é melhor abandonar o WhatsApp?

O WhatsApp tem um ótimo recurso conhecido como criptografia de ponta-a-ponta (ou fim a fim). No caso, você não precisa fazer nada: a própria empresa criptografa suas conversas e ninguém consegue acessá-las. Contudo, "quando você aceita fazer backup das mensagens na nuvem, algo que é insistentemente oferecido pelo aplicativo, suas mensagens ficam todas salvas nos servidores da empresa, sem o mesmo nível de proteção", nota Ramos.

É sempre bom lembrar que existem alternativas no mercado

"Caso você tenha essa opção habilitada e seja vítima do golpe, todo seu histórico de mensagens será copiado para o aparelho do criminoso. O mais adequado é desativar esse backup (e sempre responder não toda vez que essa opção lhe for oferecida). Utilize as ferramentas fornecidas por Apple ou Google para fazer uma cópia de segurança de todos os dados no seu telefone, dessa forma suas mensagens (e o resto das informações que você tiver no aparelho) ficam guardadas de forma mais protegida", explica o especialista.

Por isso, é sempre bom lembrar que existem alternativas no mercado: e elas são muitas (e muito boas). Por exemplo, temos o Telegram e o Signal. Se você tem vontade de trocar o WhatsApp, clique aqui para conhecer as alternativas.

Outros cuidados que você precisa tomar

Smartphones costumam permitir a pré-visualização das mensagens nas notificações com o celular travado: tire a pré-visualização com o celular bloqueado nas configurações do aparelho

Ative PIN de proteção no SIM: pessoas mal-intencionadas podem simplesmente remover o chip do smartphone e colocá-lo em outro aparelho para receber esse SMS com o código, mesmo em smartphones protegidos por senhas e com pré-visualização de mensagens desativada.

Se possível, use o número PUK: recomenda-se que você esteja de posse do cartão fornecido pela sua operadora de telefonia no momento da compra do chip. Este cartão contém um número chamado PUK, ele é exclusivo para cada chip e pode ser usado caso você esqueça o PIN do seu. Caso você tenha jogado esse cartão fora, recomenda-se que você visite a loja da sua operadora e compre um chip novo (é barato, cerca de R$10 a R$20).

Ative as notificações extra de segurança: você é avisado todas as vezes que a chave de segurança de uma pessoa com a qual você se comunica foi modificada. Isso significa que a pessoa trocou de telefone ou que foi vítima de um golpe. Nestes casos, use um outro canal para confirmar o que aconteceu antes de continuar a conversa. Para ativar selecione Ajustes > Conta > Segurança > Exibir Notificações de Segurança

Atualize: para um dia a dia mais seguro, lembre-se também de manter seu celular sempre atualizado. Tanto sistema operacional, como aplicativos, estão sempre lançando atualizações que você deve sempre instalar, não só para receber novas funcionalidades, mas também para a correção de falhas conhecidas
Maria
20/07/2018 08:58
"De algo que chegou a ser anunciado próximo a 1.200, sem construir uma só creche, restou apenas 384 crianças na fila por uma vaga de meio-período"

Restou somente apenas 384 crianças pois estão mascarando os números e forçando os pais no momento da inscrição na fila de espera a optarem por vaga meio período para depois, quando forem chamados optarem por uma vaga período integral se existir e não vai existir a ideia é acabar com o período integral.

Também vão implantar um sistema de controle de fila de espera que vai levar em consideração a renda familiar ou seja aquele casal de Gasparenses que tem um renda familiar um pouco maior não poderá colocar seus filhos nas creches públicas.

Muitos pais estão colocando as crianças em creches irregulares pois tem que trabalhar o dia inteiro e não meio período.

Foi o jeitinho que deram para dizer que estão diminuindo as vagas, tudo isso aos olhos do ministério público, conselho de educação e vereadores de oposição.

Prefeito cadê a promessa de campanha ? que iria diminuir a fila de espera e não acabar com período integral nas creches municipais ?

Herculano
20/07/2018 07:37
da série: em outubro não perca a peleja; não reeleja

NOVA POLÍTICA É AUSÊNCIA GRITANTE NAS CONVENÇõES, Ana Estela de Souza Pinto, no jornal Folha de S. Paulo

Atuação bem-sucedida para arejar práticas e pensamentos não ultrapassa o varejo

Na faculdade de direito da USP, dois professores - um de 59 anos, outro de 75 - viam um grupo de alunos estender uma faixa divulgando a "Semana do Lesbianismo".

"No meu tempo, fazíamos política", disse o mais velho.

"Fazíamos política partidária", respondeu o mais novo. "Mas eles também estão fazendo política. Outra política", ponderou.

Há evidências crescentes, não apenas no Brasil, de que jovens que se interessam por política almejam influenciar o debate e até mesmo assumir cargos públicos, mas estão desistindo de fazer isso pelas vias partidárias.

Cientista política, Ilona Szabó de Carvalho contou uma dessas histórias.

Fundadora de um movimento cujo objetivo é aproximar cidadãos da política e torná-la mais participativa, no final de 2017 discutiu seriamente a possibilidade de se candidatar nestas eleições.

Não foi adiante.

Em duas colunas na Folha, relatou os motivos: os caciques partidários não abrem espaço para os novos; o sistema político funciona "como uma máquina de moer princípios, boas intenções e nervos".

Não é impressionismo. Até regras como as que obrigam que 30% das vagas, do dinheiro e do tempo de TV sejam para candidatas mulheres são ignoradas, quando não burladas com candidaturas fantasmas.

Como Ilona, toda uma nova geração de políticos - bem formada, crítica e talentosa - atua com sucesso para arejar práticas e pensamentos.

Mas, por mais bem-sucedida que seja, seu alcance não ultrapassa o varejo.

Na ordem institucional que vigora, é da política partidária que sai quem decide as normas pelas quais o país funciona e, principalmente, como é repartido mais de R$ 1 trilhão de dinheiro público.

A partir desta sexta-feira (20), convenções vão escolher os candidatos a presidente do Brasil. Nelas, o silêncio dessa nova política será o aspecto mais gritante.
Herculano
20/07/2018 07:31
CENTRÃO TRATA ALIANÇA POLÍTICA COMO UM NEGóCIO, por Josias de Souza

Desde que a Lava Jato estilhaçou lideranças e partidos, o noticiário político migrou da editoria de política para a de polícia. A costura das coligações para 2018 exige um novo arranjo. O melhor lugar para veicular as notícias sobre a sucessão presidencial é, no momento, a sessão de economia e negócios.

Valdemares, Jeffersons e outros azares, que já passaram ou ainda vão passar pela cadeia negociam com os candidatos como se fossem executivos de empresas falidas que ainda detêm um espólio valioso no mercado eleitoral: tempo de propaganda no rádio e na TV.

O centrão farejou no mercado uma oportunidade de negócios. O grupo reuniu num mesmo cesto todo o tempo de que dispõem no horário eleitoral. E encostou seus interesses inconfessáveis nos projetos de Geraldo Alckmin e Ciro Gomes.

Com ares de quem brinca de cubos, os candidatos negociam suas alianças com os mesmos métodos que deram no mensalão e na Lava Jato. Logo, logo o lema da bandeira - "Ordem e Progresso" - será substituído por negócio é negócio.
Herculano
20/07/2018 07:26
HÁ RISCO DE FALTA DE MADEIRA PARA A INDÚSTRIA, DIZEM ESPECIALISTAS, por Maria Cristina Frias, na Coluna Mercado Aberto, no jornal Folha de S. Paulo

A produção nacional de toras de pinus, madeira usada nas indústrias de construção, móveis e celulose, está estabilizada e há risco de que não atenda à demanda crescente pelo produto.

"É uma madeira de ciclo relativamente curto, pode ser cortada a partir de sete anos após o plantio. Na crise, a demanda caiu bastante e produtores pequenos abandonaram o cultivo", diz Marcelo Schmid, da Forest2Market.

O resultado, segundo ele, é que o total de toras produzidas ficou praticamente estável em torno dos 49 milhões de metros cúbicos.

A demanda e o preço agora têm aumentado. "Consumimos hoje cerca de 48,5 milhões de metros cúbicos ao ano", afirma ele.

"A procura teve alta com os entraves dos EUA à importação da madeira canadense."

"Com o preço baixo do passado, produtores não fizeram o corte de 30% da floresta aos sete anos, o que compromete o espaçamento das árvores. Teremos problemas de qualidade por isso", diz Diogo Leuck, da Ibá (indústria da árvore).

"O Paraná, responsável por 42% da produção do país, teve queda de 5% no ano passado. A tendência é que o plantio volte crescer, mas levará tempo para vermos o efeito."
Herculano
20/07/2018 07:21
LULA QUER COMER PELAS BORDAS

Conteúdo de O Antagonista.O plano B de Lula é a prisão domiciliar.

Eugênio Aragão explicou para a Folha de S. Paulo:

"A estratégia do ministro Sepúlveda Pertence foi o de comer pelas bordas e aos poucos ir liberando o regime dele. Acho perfeitamente legítimo. O advogado deve pensar nisso. É o interesse do cliente dele".

De seu apartamento, Lula pode tentar eleger um poste e garantir seu indulto:

"Na medida que Lula ficasse numa prisão domiciliar, ele teria condições de dar entrevista, condições de articular, de encontrar os amigos, ele teria mais liberdade do que estando lá naquele espaço".
Herculano
20/07/2018 07:16
O JOGO DO "CENTRÃO"

Conteúdo do BR 18. "Somente os incautos acreditam que "centrão" seja o nome de um bloco político legítimo, com aspirações programáticas ideologicamente discerníveis. O "centrão" é apenas um rótulo para vários partidos nanicos, pequenos e médios que buscam avidamente orbitar o poder para auferir benefícios políticos e pecuniários e sabem que, juntos, ganham maior capacidade de constranger o governo ou outra presa qualquer a atender às suas demandas - que se resumem a facilidades, cargos e verbas."

Trecho de editorial do Estadão desta sexta-feira, 20.
Herculano
20/07/2018 07:13
O PT TRIPUDIA SOBRE CADÁVERES, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

O partido de Lula solidariza-se com os algozes da Nicarágua

Dois tribunais constitucionais da América Latina já passaram a borracha em trechos da Constituição que rege seus respectivos países.

Em 2009, a Suprema Corte de Justiça da Nicarágua, a pedido de Daniel Ortega, declarou sem efeito o Artigo 147 da Carta, que vedava explicitamente a reeleição do presidente. Ortega havia assumido o mandato em 10 de janeiro de 2007 e reivindicava o direito de se eternizar no poder recorrendo a reeleições sucessivas. Os "magistrados sandinistas", essa fabulosa contradição em termos, atenderam a seu pedido. O regime tortura opositores nos porões e os mata a tiros nas ruas, nas igrejas, nas casas. Em três meses de protestos, pelo menos 360 pessoas desarmadas foram assassinadas.

Em 2016, no Brasil, o STF mandou às favas o Inciso LVII do Artigo 5º da Constituição, segundo o qual "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória", e autorizou a execução da pena depois da condenação em segunda instância. E como explicar que cumpra pena aquele que "culpado" não pode "ser considerado"? Não há explicação. E só por isso um certo Luiz Inácio Lula da Silva está em cana. E notem que nem vou entrar no mérito da sentença, ancorada nesta nova corrente do pensamento jurídico surgida no Brasil: o "Direito Morisco".

Cesare Beccaria foi encarcerado em Curitiba. Foi só uma das vezes em que o tribunal rasurou a Constituição. Em todas, aqui ou na Nicarágua, protestei com dureza. Em todas, o PT se calou.

Os "companheiros" tentaram, sem sucesso, provocar um movimento internacional de solidariedade a Lula. Com efeito, os magistrados que o mantêm preso substituem a letra explícita da Constituição por uma interpretação. Um país que envereda por esse caminho marca um encontro com a crise institucional. Cedo ou tarde. O destino de seu líder maior poderia ter ensinado alguma coisa aos petistas no terreno da ética e da moral. Mas quê... De certo modo, tornaram-se ainda mais pervertidos.

A democracia não é e nunca foi, para o PT, um valor inegociável. A sua adesão aos padrões da disputa democrática segue sendo puramente instrumental. Não se enganem: se os petistas voltarem ao poder, vão cometer os mesmos erros que os conduziram, e ao país, ao desastre. O que nos dá essa certeza?

O Foro de São Paulo, que congrega partidos de esquerda da América Latina, fundado por Fidel Castro e Lula - o presidiário ao arrepio da Constituição -, reuniu-se em Havana, Cuba, para debater a crise. Ninguém menos do que a ex-presidente Dilma Rousseff integrava a delegação do PT. Mônica Valente, secretária de Relações Internacionais do partido e secretária-executiva do foro, expressou a opinião da entidade e da legenda, segundo informou esta Folha: "Depois de tantos sucessos, sofremos uma contraofensiva neoliberal, imperialista, multifacetada, com guerra econômica, mediática, golpes judiciais e parlamentares, como ocorre na Nicarágua e ocorreu na Venezuela".

O partido de Lula, o prisioneiro do "Direito Morisco", solidariza-se com os algozes da Nicarágua, que respondem com tiros ao protesto de pessoas desarmadas. O governo de Ortega não é apenas autoritário e violento. É também notavelmente corrupto, o que não constrange o PT, claro! José Mujica, ex-presidente do Uruguai e um dos líderes da esquerdista "Frente Ampla", não hesitou em condenar o massacre. Até o PSOL, por aqui, repudiou a truculência. Mas não o petismo.

Quando presidente, Dilma se referiu, mais de uma vez, com justa indignação, à tortura de que foi vítima durante a ditadura. Mas, apontei então a falha moral, sem jamais fazer um mea-culpa por ter integrado grupos terroristas. Agora nós a vemos como a face de um partido que justifica a violência sob o pretexto de combater a "contraofensiva neoliberal".

Lula pode até se aproveitar da defesa que faço do Estado democrático e de direito. Mas o Estado democrático e de direito não tem como se aproveitar da defesa que Lula e os petistas fazem de si mesmos. São movidos pelo vício, não pela virtude. Ou não tripudiariam sobre cadáveres.
Herculano
20/07/2018 07:09
GOVERNO NÃO CONSEGUE INAUGURAR PRESÍDIO PRONTO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Enquanto o Brasil passa pela primeira intervenção federal da História, no Rio de Janeiro, justamente em razão do caos na segurança pública, o governo Michel Temer anda tão fragilizado que nem sequer consegue o "habite-se" para inaugurar e pôr em funcionamento o presídio federal de Brasília, que custou impressionantes R$40 milhões ao contribuinte. A previsão era inaugurar em dezembro de 2014, mas, até hoje, nada.

CELAS AINDA VAZIAS
Com capacidade para 208 presos, o presídio federal de Brasília está em condições de receber presos ilustres da Lava Jato, por exemplo.

GOVERNO FRACO É ASSIM
O governo federal culpa a burocracia e diz ter protocolado todas as solicitações de licenças para o funcionamento da nova penitenciária.

GENTE DA PESADA
Os presídios federais existem para presos que ofereçam riscos à segurança, como chefes de quadrilha, no tráfico ou na Lava Jato.

FUNCIONANDO
Há presídios federais também em Mossoró (RN), Catanduvas (PR), Porto Velho (RO) e Campo Grande (MS), com mais de 760 presos.

ALCKMIN 'COSTURA' CANDIDATURA À MINEIRA, QUIETO
O paulista Geraldo Alckmin (PSDB) optou pela política à mineira, com muita discrição. Coleciona reveses, como o "centrão", mas, pelas beiradas", costura acordos com partidos para aumentar o tempo de TV, na campanha, e viabilizar a governabilidade, a partir de 2019, caso vença. Jair Bolsonaro (PSL) lidera as pesquisas, mas empacou nas alianças. Já Lula, preso, vai apostar na vitimização para tentar melhorar o desempenho de Fernando Haddad, o verdadeiro candidato do PT.

OUTROS PARTIDOS
O PSDB já conta com a esperada aliança do PPS, tem tudo para fechar com o PSD de Gilberto Kassab e até com o PV.

SEM TV
A Rede, de Marina Silva, vê escapar sua chance de aliança: PPS. Deve contar com tempo de TV reduzido como de Bolsonaro, o que é mortal.

SEM APOIO NENHUM
Álvaro Dias está só com o Podemos. Não apoia nem o irmão Osmar. E já avisou que não vai apoiar Alckmin e o PSDB, seu antigo partido.

AFIF É OPÇÃO DO PSD
Vai ter barulho na convenção do PSD, sábado (28), em São Paulo. "Dono" do partido, Gilberto Kassab quer apoiar Alckmin, mas Guilherme Afif vai se apresentar como opção de candidatura própria a presidente.

INDÚSTRIA AGONIZANTE
Representantes da indústria de indenizações, alguns biliardários, estão apavorados com o debate sobre a Justiça Federal absorver a Justiça do Trabalho, onde as causas desabaram após a modernização da lei trabalhista. Em vez de participarem do debate, atacam quem o divulga.

DEFINIÇÃO PAULISTA
Com 31,1%, João Dória (PSDB) lidera levantamento Paraná Pesquisa para o governo de São Paulo. Em segundo, Paulo Skaf (MDB) está próximo, 21,1%, e o governador Márcio França (PSB), longe: 7,9%.

CHORO COLOMBIANO
Bomba nas redes vídeo em que o ex-prefeito de Palmas (TO) Carlos Amastha, que nasceu na Colômbia, chora ao defender a educação, durante o discurso de renúncia para disputar o governo estadual.

NOME FRACO, HOMEM-FORTE
Candidato a governador do Distrito Federal, apesar do seu governo-tampão trágico de 9 meses em 2010, Rogério Rosso (PSD), se eleito, terá um homem-forte em seu governo: Durval Barbosa, o delator que entregou a companheirada da corrupção para não ser punido.

VOTO NULO É FAKE NEWS
Ao contrário do que alardeiam nas redes sociais e no WhatsApp, votos brancos e nulos não anulam a eleição, explica o consultor Roberto Pontes. Quem fizer essa opção apenas perderá o voto.

DELIVERY EM NOME DA JUSTIÇA
O ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), vai ouvir em Maceió, dia 2, o desembargador Tutmés Airan, do Tribunal de Justiça de Alagoas, no caso em que é acusado de suposta cobrança de propina à advogada Adriana Mangabeira Wanderley.

SURTIU EFEITO
Depois da nota de repúdio conjunta de governadores do Espírito Santo e Pará, a ANTT decidiu iniciar um processo de consulta pública sobre antecipação, sem licitação, das concessões de ferrovias nos Estados.

PENSANDO BEM...
...sem opções, já tem candidato a presidente pensando em concorrer sem vice.
Herculano
20/07/2018 06:55
da série: da omissão do povo, imprensa, MP e Judiciário, aliada com a ação dos intencional e criminosa dos políticos para ter nacos de poder e votos, ninguém mais conserta o estrago, nem os militares

INTERVENÇÃO FRUSTADA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

A menos de seis meses de seu término, operação no Rio de Janeiro não disse a que veio

Em 21 de fevereiro, o Congresso Nacional aprovou decreto da Presidência da República que determinava a intervenção federal na área de segurança pública do estado do Rio de Janeiro, com prazo estipulado até 31 de dezembro deste ano.

A medida previa que o processo fosse comandado por um general, com apoio das Forças Armadas, em particular do Exército. A decisão do presidente Michel Temer (MDB) surpreendeu setores expressivos da sociedade.

Se eram evidentes os sinais de uma escalada da criminalidade no Rio, em meio a graves restrições orçamentárias, a intervenção surgia de modo repentino, sem prévia discussão e preparativos.

Difundiu-se de imediato a sensação de que se tratava de um ato que atendia a propósitos políticos.

Enfraquecido por acusações de envolvimento em corrupção, desgastado pelas crescentes dificuldades em aprovar a reforma da Previdência e já sob influência do calendário eleitoral, Temer, de maneira imprudente para um político com sua experiência, declarou numa entrevista à TV que havia realizado uma "jogada de mestre".

O regime excepcional dava ao governo uma desculpa -esfarrapada, é verdade - para não pôr em votação as mudanças essenciais nas aposentadorias, dado que durante intervenções federais não são autorizadas emendas à Constituição. Ao mesmo tempo, colocava em destaque na agenda do Executivo tema de forte apelo popular.

Em paralelo, criou-se um ministério para o combate ao crime e, posteriormente, aprovou-se no Congresso a criação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

À parte os riscos de envolver as Forças Armadas em ações como essa, que deveriam ficar a cargo das polícias ou, em casos excepcionais, de uma Força Nacional de Segurança Pública ampliada, os resultados até aqui são, para dizer o mínimo, frustrantes.

A menos de seis meses de seu término, a operação não disse a que veio. Os recursos modestos destinados pelo governo federal ainda não estão disponíveis, os índices de violência permanecem altos, o número de mortes causadas em investidas contra quadrilhas em morros cariocas aumentou.

Avaliação análoga pode ser feita quanto ao ministério e ao Susp. Até o momento pouco ou nada de efetivo foi apresentado à sociedade, além de planos e boas intenções.

Premido pela proximidade das eleições, debilitado no campo político e enfrentando recordes de rejeição, Temer não mostra condições convincentes de mudar esse quadro. A tarefa deve ficar para os próximos governantes, nos âmbitos federal e estadual.
Herculano
19/07/2018 18:18
BASTA!

Conteúdo de O Antagonista. O Estadão, em editorial, comentou as asneiras dos cupinchas de Lula no Foro de São Paulo:

"Na edição deste ano, realizada em Havana, não foi diferente: até mesmo a prisão de Lula da Silva foi caracterizada como parte da 'guerra de caráter não convencional' que, segundo o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, os americanos deflagraram contra os 'líderes progressistas' do continente.

'Exigimos a liberdade imediata de Lula, depois de uma condenação e prisão sem provas, e o direito a ser candidato presidencial nas eleições de outubro no Brasil, respeitando a vontade da maioria do povo brasileiro. Lula livre! Lula inocente! Lula presidente!', diz a declaração final da 24.ª reunião anual do Foro de São Paulo - que, é claro, denuncia a 'ofensiva reacionária, conservadora e restauradora neoliberal' capitaneada pelos Estados Unidos.

Em seu discurso, o ditador Maduro - que liquidou a oposição em seu país, encarcerou e exilou os dissidentes e reprimiu duramente todo tipo de manifestação contra seu governo, responsável pela penúria venezuelana - caracterizou o Brasil como um regime de exceção. Maduro disse ver o 'martírio de Lula com dor, mas não com resignação', denunciando que seu companheiro petista foi 'escondido numa masmorra' para 'impedir sua ação política', porque 'sabem que Lula livre ganhará a eleição presidencial no Brasil'. E acrescentou: 'Basta!'".
Herculano
19/07/2018 18:00
da série: o roubo continuado dos sindicatos contra os trabalhadores

CENTRÃO QUER QUE ALCKMIN SE COMPROMETA A FINANCIAR SINDICATOS

Conteúdo de O Antagonista.Com o avanço das negociações para apoiar Geraldo Alckmin, os líderes do Centrão decidiram apresentar hoje ao tucano uma série de pontos que esperam ver atendidos, informa Bruno Boghossian na Folha.

Entre ele está a discussão de uma proposta de financiamento alternativo das centrais trabalhistas depois o fim da cobrança obrigatória do imposto sindical. O compromisso foi colocado na pauta por -adivinhem só - Paulinho da Força, do Solidariedade.

A aliança com o tucano nem foi fechada e o Centrão já está cobrando seu preço.
Herculano
19/07/2018 17:57
De Carlos Andreazza, livreiro, no Twitter

O deputado Rodrigo Maia, líder entusiasta do suicídio político em que consistiria o DEM apoiar Ciro Gomes, precisa ter clareza sobre ao menos uma das implicações morais dessa aliança: avalizar que um integrante negro de seu partido possa ser chamado de "capitãozinho do mato".
Herculano
19/07/2018 17:39
ESCLARECENDO

O língua solta, por falta de argumentos e mente vazia, por incapacidade dialética, presidenciável Ciro Gomes, PDT, qualificou de "filha da puta" um promotor (na verdade, é promotora pública) que decidiu abrir um inquérito contra ele para apurar se houve ofensa racial em uma declaração de Ciro contra o vereador paulistano, Fernando Holliday, DEM.

Há agora, neste caso, pelo menos dois caminhos para processar Ciro.

Chamar uma autoridade de "filho da puta" constitui ofensa à honra. É crime de Ação Privada, ou seja, só o próprio ofendido pode acionar o ofensor.

Se a ofensa foi dirigida a servidor público em razão de suas funções, pode-se representar ao MP para que proponha a Ação Penal.
Herculano
19/07/2018 17:33
BLOCÃO: 140 DEPUTADOS E 40% DO TEMPO DE TV, por Vera Magalhães

O leitor pode se perguntar: por que acompanhar com tanto interesse a negociação para obter o blocão, um grupo de partidos no qual muitos têm acusações de corrupção ou histórico de migração de apoio aos governos de turno em troca de cargos. Porque as regras eleitorais privilegiam partidos que têm grandes bancadas para a divisão do tempo de TV e fundo partidário. Juntas, essas legendas concentram 40% do tempo de propaganda eleitoral. Um latifúndio.

Têm, ainda, 140 deputados, que representam uma máquina importante para buscar votos para um presidenciável e a perspectiva de que, se mantiverem o tamanho atual nas eleições, o presidente eleito com o apoio dessa chapa já parte de uma condição melhor para ter maioria no Congresso.

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