A Prefeitura de Gaspar está com 'dificuldades' para responder óbvios requerimentos dos vereadores da oposição - Jornal Cruzeiro do Vale

A Prefeitura de Gaspar está com 'dificuldades' para responder óbvios requerimentos dos vereadores da oposição

05/03/2019

Como as coisas mudam! A prefeitura de Gaspar acaba de mandar para a Câmara, a resposta ao requerimento 12 do vereador Roberto Procópio de Souza, PDT. O vereador não questionava – como se fez num bairro mapeado para expansão demográfica pelo remendado Plano Diretor - o fechamento da escola multiseriada Augusto Schramm, no Macucos, mas se já há um destino para aquele edifício recém reformado pela iniciativa privada, como a criação de uma creche.

Para lembrar: Procópio é aquele vereador que liderou a oposição e a tornou maioria contra o governo Kleber Edson Wan Dall em 2018, elegendo o então governista, Silvio Cleffi, PSC, presidente da Câmara. Procópio é aquele vereador que com essa vantagem, colocou a faca nos dentes e foi à Justiça - e ele estava certo, nisso e comentei favorável na época à ação que executou – para com mandado de segurança obrigar Kleber responder os requerimentos dos vereadores que o governo cozinhava no gabinete, atrasando-os ou respondendo-os de forma esperta pela metade, para irritar ou ganhar tempo naquilo que não queria responder. Procópio conseguiu até trazer a NSC de Blumenau para fazer uma entrada ao vivo da Câmara em Gaspar no “Jornal do Almoço”.

Pois é, Roberto que já foi o homem forte do governo petista de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa – hoje vereadora – depois de tudo isso, virou a casaca, é agora o mais novo alinhado incondicional do governo Kleber como se isso fosse desde criancinha. Instalou os seus no governo e ganhou a preferência nas respostas dos requerimentos que faz, onde levanta a bola da atual administração para ela fazer gols no ângulo, apesar do governo ter faltado com ele – não na disposição, mas na má articulação – na promessa e pretensão de ser o presidente da Câmara, vencida por Ciro André Quintino, MDB.

Por outro lado, o governo de Kleber pouco mudou no tratamento com a oposição. Depois de experimentar os desgastes públicos dos mandados, Kleber pouco se arrisca em atrasar os pedidos de informações nos requerimentos dos vereadores, a não ser dos seus como o de Franciele Daiane Back. Entretanto, continua enrolando na preferência, nos prazos e nos dados incompletos, para dessa forma, ganhar tempo e irritar os solicitantes.

MAIS TEMPO NAQUILO QUE DEVIA ESTAR DISPONÍVEL ON-LINE PARA A SOCIEDADE

Está na pauta da sessão da Câmara desta quarta-feira – hoje é feriado de Carnaval e ontem também foi na Casa do Povo – registro de três ofícios de Kleber pedindo mais 15 dias a partir do dia 26 de fevereiro, para responder os requerimentos de número cinco e nove, do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT e o de número oito, da bancada petista feita por Mariluci Deschamps Rosa, Rui Carlos Deschamps e o próprio Dionísio.

Todos assuntos desses três requerimentos foram amplamente tratados aqui. Todas as respostas pedidas, são apenas documentações simples que deveriam acompanhar os processos e estarem disponíveis não para entregar em forma de respostas aos requerimentos dos vereadores, mas para estarem acessíveis ao público no Portal da Transparência – alguns deles até estão e foi de lá que surgiram as dúvidas – e por causa deles até, fez o Portal sair do ar. Como dizia Tancredo Neves, a esperteza quando é demais, come o dono.

O requerimento nove pediu: “a quem pertence o terreno, conforme as fotos, e onde foram descartados os paralelepípedos da Rua Frei Solano? Explicações para o descarte dos paralelepípedos em terreno localizado no loteamento nas margens da Rua Fernando Krauss, ao lado do Loteamento Novo horizonte? Conforme o princípio da eficiência, por que o paralelepípedo não foi utilizado para calçamento em vias não pavimentadas? Quem autorizou o descarte do referido patrimônio público? O loteamento foi aprovado junto à Prefeitura? Encaminhar cópia do projeto. O terreno tem licença ambiental para aterro com paralelepípedo? (Enviar documento comprobatório). Este mesmo tema foi tratado aqui neste espaço no dia 11 de fevereiro sob o título: “O dinheiro dos pesados impostos do povo é desperdiçado em Gaspar”

Ou seja, um requerimento deve ser respondido em 15 dias. A dilação é possível. Pedir prazos e comunicar que há dificuldades para responde-los é parte do relacionamento, responsabilidade e também da enrolação por meio do jogo burocrático e político. Agora, qual a razão para atrasar tanto uma resposta tão simples? Por ineficiência? Por ter feito errado, no improviso e não possuir argumentação sólida para a decisão gerencial que tomou? Por que não possui a documentação mínima que está se pedindo e que suporta toda a ação pública? Meu Deus!

ESCONDENDO O JOGO?

O requerimento cinco trata daquelas barbaridades que foram estão sendo cometidas nas obras de drenagens da Rua Frei Solano, no bairro do Gasparinho, e amplamente reportadas aqui em comentários anteriores. A prefeitura não conseguiu, vejam só, reunir fotocópias de documentos que deveriam estar disponíveis em rede e no Portal da Transparência, bem como responder em 15 dias a estas simples, necessárias e óbvias perguntas do vereador, talvez, porque esteja acostumada à cara propaganda em veículos que não possuem audiência ou credibilidade, a discursar e não ser questionada pelos munícipes ou perante à imprensa local que deveria fazer esse papel social de esclarecimento público.

“Cópia do projeto de execução; cópia dos contratos e aditivos; cópia do decreto ou portaria indicando o agente público responsável pela fiscalização de cada obra (Art. 67 da Lei 8666/1993); cópia dos Diários de Obra, individualizados e em ordem cronológica; cópia das Notas de Empenhos e sub-empenhos; cópia das Notas Fiscais (frente e verso e ai eu pergunto o que teria no verso de uma nota fiscal) com relatórios de serviços/materiais; cópia das autorizações de pagamento das respectivas notas de empenho e sub-empenhos”.

O outro atraso envolve diretamente o prefeito de fato, o secretário de Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB de Gaspar. Trata de um assunto delicado, onde o PT conhece como poucos, pois foi na administração petista que se fez a marota intervenção no Hospital de Gaspar – que ninguém sabe dizer de quem é - exatamente para não mandar dinheiro para lá e gerenciar da prefeitura os recursos da Saúde que são usados lá, num sumidouro sem fim, com tramas que podem, dentro da lei, até dispensar licitações.

A bancada petista quer saber e vai ter que esperar pelo menos mais 15 dias por “cópias dos contratos/aditivos de prestação de serviços realizado entre a prefeitura e o Hospital de Gaspar, que estiveram vigentes nos anos de 2017 e 2018, ou seja, no período da atual administração; cópias das notas de empenhos relativos a prestação de serviços realizado entre a prefeitura e o Hospital de 2017 e 2018; cópias das notas fiscais (frente e verso) relativos aos empenhos emitidos, liquidados e pagos pela Prefeitura, decorrentes de prestação de serviços realizados em 2017 e 2018; e cópias das autorizações de pagamento - notas de empenhos, inclusive as autorizações emitidas pela Comissão Interventora, da prestação de serviços realizada pelo Hospital de Gaspar, de 2017 e 2018”.

Mas, a pergunta derradeira é a seguinte: os vereadores que pediram os documentos nos requerimentos cinco, oito e nove, estão pedindo para entisicar Kleber como fez Procópio e depois levou vantagens, ou estão dispostos de verdade e possuem gente capaz, profissional, entendida para analisar estes documentos. Se possuem, estão obrigados a serem transparentes com a sociedade não apenas nos possíveis erros, mas nos acertos – que não deixa de ser uma obrigação do gestor público.

E por que nos acertos? Porque há uma fiscalização. Ela é originada na dúvida de quem entende o processo público, na denúncia fundada se houve, pelas práticas equivocadas, e principalmente, penso, pela falta de transparência do governo com os fiscais do povo – os vereadores – e com a própria sociedade. Então, os vereadores antes do uso político, depois de tudo apurado, devem respostas à comunidade. Acorda, Gaspar!

Samae inundado

A autarquia se meteu a abrir e limpar valas que eram obrigação da prefeitura. Está usando o dinheiro que ‘sobrou’ da coleta de lixo, da produção e distribuição de água e destinada a investimentos. Resultado? Falta água nas torneiras de Gaspar

Na quarta-feira da semana passada, o Samae de Gaspar governado pelo mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, gastou tempo e dinheiro para informar, e pedir mais sacrifícios, aos gasparenses “que devido ao acidente desta manhã, onde uma plataforma derrubou um poste na Rua São Pedro, a região está sem energia incluindo a ETA I do Centro. De acordo com informações, o restabelecimento da energia vai demorar, assim alertamos para a possibilidade de desabastecimento”

Antes de continuar, perguntar não ofende: existe ETA I, que não seja a do Centro? Até no anúncio oficial, mostram desconhecer o que eles próprios administram e se dizem referência nessa gestão

O que este anúncio diz para todos os gasparenses? Que o Samae está aplicando mal os recursos que consegue com o seu “negócio” água tratada, como retorno para os seus clientes e à população. O dinheiro que o Samae diz estar “sobrando” no seu caixa e está desviando para desentupir valas pluviais que viraram esgoto à céu aberto em Gaspar, exatamente porque o Samae se enrola por anos na busca de R$40 milhões a fundo perdido para a implantação da rede de coleta e tratamento de esgotos, deveria estar sendo aplicado em geradores de energia e com eles, movimentar a principal, dependente captação e tratamento de águas e que fica aqui no Centro.

Isso se chama contingência e não apenas para o caso do acidente como o acontecido, mas para épocas de catástrofes ou outras emergências. Falta de planejamento e estabelecimento de prioridades para o cliente que sustenta a autarquia, em algo tão essencial para a cidade, a vida e a saúde. Como alguém pode vir investir aqui, sabendo desse tipo de vulnerabilidade? Vergonhoso.

E não foi só no Centro que o problema surgiu nos últimos dias. Neste final de semana, mais uma vez faltou água potável na região do Distrito do Belchior. Bastou cair um galho de árvore sobre a rede de energia elétrica e todos ficaram à mercê da sorte e do moroso reparo da Celesc – outra quebrada – que estava em ritmo de plantão de Carnaval.

Na área de comentários da coluna no portal Cruzeiro do Vale – o mais antigo, acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota, um leitor desabafou: “enquanto isso, ao invés de comprar geradores, gastam e enterram dinheiro do Samae Inundado em valas. Aliás o executivo joga dinheiro público pelo ralo, pois como se mostrou, fazem serviço mal feito, enterram tubulações sem conhecimento”. Ou seja, a voz do povo não é ouvida pela surdez dos gestores públicos no poder de plantão em Gaspar, ou é combatida nas redes sociais como paga de quem está pendurado nas tetas do governo e é obrigado a isso para sobreviver com negócios ou salários.

Nas redes sociais, multiplicam-se as queixas de gente que pede, suplica e aponta por meses, à necessidade de reparos das ruas esburacadas pelo Samae decorrentes dos consertos das redes. Pior, alegam, que o serviço de ouvidoria, ou de atendimento de queixas do Samae têm prontas desculpas, entre elas, vejam só, de que na semana que vem será resolvido ou de que nem adianta se queixar.

Não aprendeu. No ano passado, o Samae – ou seja, o consumidor, porque isso está embutido no preço da água, lixo e outros serviços -, pagou até indenização de gente que entrou na Justiça depois de danificar o seu carro num desses buracos mal sinalizados e não reparados. No Samae, sabe-se bem a causa disso tudo. Antes eram as equipes do próprio Samae que começavam e terminavam o serviço. Agora, os que terminam são terceiros, que não são fiscalizados nem na obrigação, nem na realização, nem na qualidade do serviço. Do Samae, só a conta cara que manda para todos para se pagar todos os meses.

Implicância minha? Nada! É a realidade. Para encerrar e julgar: a coisa está tão feia no Samae de Gaspar que o macro medidor instalado na ETA da Bateias está desligado; se ligar ele, a ETA não funciona; entra em curto e desarma o disjuntor.

Quer mais? O Samae de Gaspar possui cinco retroescavadeiras e só um operador trabalhando. Deram licença prêmio para um, férias para outro, um pegou uma semana de atestado, e outro está “encostado” por depressão, alegando perseguição. Então o operador de retroescavadeira que sobrou, faz o horário das 7:30 as 23h. Outro prejuízo emocional, trabalhista e de gestão. Acorda, Gaspar!

FEDOR DO LIXO

A gasparense Say Muller teima em não sair do noticiário. Agora, ela é pivô de uma CPI em Ituporanga

O que começa torto, não se desentorta tão fácil assim. Como nasceu a Say Muller, aos que não estão familiarizados com o assunto e a empresa? Eleito em 2008 pela segunda vez prefeito de Gaspar, a primeira foi em 2000, Pedro Celso Zuchi com Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, achou que tinha coisa cheirando mal no contrato que o seu antecessor, Adilson Luiz Schmitt, MDB, fez, prolongou e reajustou com a Recicle, de Brusque, para recolher e depositar o lixo de Gaspar.

O que fez Zuchi? Mandou o presidente do Samae, Lovídio Carlos Bertoldi, PT, criar uma empresa e emergencialmente recolher o lixo daqui e dar destinação final. E assim foi feito. Depois de várias tentativas frustradas para conseguir um aterro acabaram usando o depósito da própria Recicle.

Volto. Do nada, foi assim que surgiu a Say Muller, que nunca tinha feito antes esse serviço, não tinha um só caminhão – alugou-os em Curitiba - e nem local preparado e autorizado pelos órgãos ambientais para o transbordo possuía. Com o tempo, a Say Muller por esse serviço provisório, tornou-se qualificada e habilitada à concorrência e que acabou vencendo mais tarde, dando regularidade a este serviço por aqui.

Sempre, tudo esteve sob dúvidas. Mas, o tempo se encarregou do desgaste desse relacionamento entre os donos do PT daqui e a Say Muller.

Brigas políticas, cisão familiar, envolvimento em serviço mal explicado na zeladoria do cemitério municipal de Gaspar, a troca de governo, a sobrevivência em um ambiente de alta concorrência e de dúvidas, agora com expertise, fez com que a Say Muller procurasse outros municípios para atuar e não mais dependesse de Gaspar, onde virava e mexia, alguma coisa fedia.

E por onde a Say Muller passou, quase sempre atuando por meio de lobbies de políticos ou em situação de emergência – a pior delas, pois sempre há disputa pouco ética de bastidores e por consequência, os danos acaba sobrando para quem se dispõe a fazer o serviço de alto risco nessas circunstâncias. Resultado? Por onde passou deixou o fedor contaminar o relacionamento com o poder de plantão, oriundos do jogo arriscado, da concorrência que não dá trégua, da falta de transparência e dos políticos sempre ávidos por coisas mal explicadas.

Tudo isso é manjado. É do jogo jogado e que já deveria ter percebido melhor a Say Muller.

E qual foi a última manchete produzida pela Say Muller em Santa Catarina? “CPI do Lixo em Ituporanga faz primeira reunião e define prazo de 90 dias para fazer as investigações”. A coisa está preta. A denúncia foi feita pelo vereador Leandro May, PSDB, que até o dia 20 de fevereiro, vejam só, era o secretário de Urbanismo, do prefeito Osni Francisco de Fragas, o Lorinho do PSDB.

RECOLHEU-SE MENOS LIXO DO QUE SE PAGOU

Fogo amigo. Leandro era o responsável pela gestão do lixo de Ituporanga e era o autorizador dos pagamentos dos serviços à Say Muller. Alguma coisa deu errada. Ele saiu atirando e fez da Câmara a base desse tiroteio. Ele, inclusive, denunciou que dados oficiais foram apagados dos computadores da secretaria da Fazenda. Ai, ai, ai. Isso virou moda nas prefeituras?

Por causa disso, já se pediu uma perícia nos computadores da prefeitura de Ituporanga e a CPI – instalada com o requerimento unânime dos 11 vereadores de lá – se não conseguir chegar a um resultado nos primeiros 90 dias terá mais outros 90 para concluir.

A prefeitura de Ituporanga, numa nota oficial disse entre outras que: “antes mesmo da instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito, já havia promovido a abertura de Sindicância (n. 224/2019) para investigar os fatos relacionados à regularidade do pagamento dos serviços prestados pela empresa Say Muller, diante do gradativo aumento do volume de lixo recolhido nos últimos meses. Essa situação fez com que o Prefeito Municipal, já no início desse ano, determinasse a suspensão do pagamento de quaisquer valores à referida empresa”. Hum!

O QUE DENUNCIA O EX-SECRETÁRIO E HOJE VEREADOR?

“No dia 11 de fevereiro com ajuda de um ex-funcionário da SAY Muller, consegui identificar que tinha irregularidade na pesagem. O que chamou a atenção foram as diferenças de valores que estavam aumentando mês a mês. Do mês de novembro pro mês de janeiro, aumentou quase R$ 26 mil. Aí fui atrás do secretário da Fazenda para tentar saber o que estava acontecendo, e o mesmo ainda disse, será que não estão levando junto a areia que as mulheres varem do asfalto? Só que não era isso”, relatou May, na sessão da Câmara durante a abertura da CPI.

Leandro May continuou a fala dando detalhes dos dados que não fechavam com relação a pesagem do lixo. Segundo o vereador, que na época ainda era secretário, no mês de janeiro os documentos apontavam que 500 toneladas de lixo tinham sido coletados pela empresa SAY Muller, dessa quantidade 370 toneladas foram transportadas ao destino final pela Serrana Engenharia, uma diferença de cerca de 130 toneladas.

“A partir daí comecei a investigar. Fui procurar os responsáveis pela cooperativa de catadores que fazem a reciclagem do lixo, lá identifiquei que apenas 43 toneladas haviam sido reciclados. O que no final das contas deu uma diferença de quase 85 toneladas de lixo que supostamente foi recolhida, mas o destino final não se tem notícia, uma diferença de valores de pelo menos R$ 32 mil”, explicou.

O vereador pontuou ainda, que durante as conversas com algumas pessoas que fazem parte do processo de coleta, ficou sabendo que a ordem era que esses dados não chegassem ao conhecimento dele como secretário de Urbanismo.

“Os relatos foram que existia uma ordem que essa pesagem e esses documentos não podiam chegar a mim. Aí fui procurar o secretário da Fazenda pedindo cancelamento de pagamento, ele me disse que não tinha nada de errado, procurei o prefeito, o prefeito disse que não era com ele. Continuei tentando. Descobri, pedi os documentos do mês anterior e vi que também tinha furo. Solicitei documentação dos 10 meses anteriores para fazer comparações, mas o secretário me negou e não passou nenhuma documentação e o valor foi pago também a empresa”, contou.

As dúvidas sobre a Say Muller em Ituporanga não são de hoje como relata um press release da Câmara. O vereador Edio Fernandes (MDB), lembrou que a bancada do partido pediu por várias vezes informações. “Desde a licitação estamos pedindo informações sobre esse trabalho de coleta de lixo em Ituporanga e apontando que poderia haver irregularidades e que essa empresa trazia prejuízo para o município. Ano passado, a mesma empresa foi alvo de investigação do Gaeco, e sempre alertamos aqui na câmara sobre supostas irregularidades”, lembrou na sessão.

Áreas de segurança, militar, financeira, justiça e do Ministério Público ampliam integração da inteligência e ações operacionais para controlar melhor a fronteira no Sul do país

Finalmente, as autoridades de segurança começam a destruir seus castelos para vencer os grupos organizados do crime em favor da sociedade, a pagadora de pesados impostos e vulnerável à aos bandidos da treta, do colarinho branco e até do mundo político.

Na semana passada, o delegado geral da Polícia Civil de Santa Catarina, o gasparense Paulo Norberto Koerich, participou em Curitiba no Quartel Geral da Região Militar do Exército, de uma reunião com autoridades civis – estaduais e federais - e militares do Sul do Brasil. A reunião teve como objetivo o de alinhavar e unificar ações de gestão e otimização dos recursos de inteligência, bem como as operacionais para suportarem operações integradas de vigilância da fronteira brasileira, no combate ao tráfico de armas e drogas, contrabando, terrorismo entre outros, sonegação, incluindo o rastreamento financeiro dos grupos organizados para o crime.

Estavam lá além do Exército, os representantes das polícias civil e militar dos estados, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, secretarias de Fazenda estaduais, Defesas Civis, Bombeiros, Ibama, Ministério Público e o Judiciário.

Os governos municipais estão virando caso de polícia em Santa Catarina.

Como bem lembrou o condenado a quase 200 anos de prisão por corrupção, ladroagem e lavagem de dinheiro, o ex-governador fluminense Sérgio Cabral, MDB: “poder e dinheiro são um vício”

O prefeito de Nova Erechin, no meio Oeste catarinense, Nédio Antônio Cassol, de 61 anos, MDB, foi preso na sexta-feira e levado para o presídio regional de Chapecó. Contra ele, pesavam dois mandados de prisão.

Segundo o delegado Arthur Lopes, que presidiu as investigações, essa prisão é desdobramento do encerramento de dois inquéritos policiais nos quais relações espúrias do prefeito foram apuradas. "O prefeito fora indiciado em ambos os inquéritos por crimes de corrupção passiva, aplicação indevida de verba pública, bem como pelo crime de afastamento de licitante, em razão da solicitação de propina a empresários que mantinham contratos de serviços licitados com o Município de Nova Erechim", explica.

Coisa de coronel viciado e que acha que o mundo particular dele é prevalente sobre os dos pagadores de pesados impostos que sustentam no poder de plantão. Mesmo após os indiciamentos, o prefeito Nédio Cassol permaneceu coagindo testemunhas e verbalizando ameaças, conforme levantado pelo Responsável pelo Expediente da DP de Nova Erechim, agente de Polícia Vitor Travassos.

Quadrilha. O processo abrangeu também Valdecir Solivo, secretário municipal. Ele foi proibido de manter contato com a vítima e testemunhas na cautelar judicial expedido. Solivo foi suspenso também do exercício das funções públicas. O secretário do prefeito foi indiciado e denunciado como coator do crime de aplicação indevida de verba pública.


TRAPICHE

Há três anos, a controladoria do município de Gaspar tentou reter – por não ter sido consultada, segundo alegou à época - o pagamento da medição 19 da Ponte do Vale para a Construtora Artepa. E para isso, justificou que as medições 17 e 18 foram pagas sem o parecer da Superintendência de Controle Interno. Um extenso relatório documental fundamentou o processo.

São essas medições que autorizam o pagamento do poder público aos construtores tanto com recursos próprios e os federais – oficialmente, quase R$41 milhões -, usados nesta ponte, numa confusão sem fim neste caso e que foi amplamente analisado, por anos afio e praticamente só aqui nesta coluna.

Para se proteger, há três anos e há poucos dias de findar o mandato dos petistas Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa – governo que construiu a partir de 2012 e entregou a ponte ao uso público sem ela estar pronta ao final do segundo mandato -, o Controlador Jean Carlos de Oliveira, no dia 23 de dezembro de 2016, chamo a atenção para a data, levou o caso ao Tribunal de Contas de Contas de Santa Catarina. Um ato para retirar dele responsabilidades e os danos futuros.

O TCE resolveu conhecer a queixa. O Ministério Público do Tribunal daqui também. Mas, depois de 668 páginas de processo instruído, cheio de detalhes técnicos, o TCE optou por desconhecer a denúncia e levá-la ao Tribunal de Contas da União.

É que a obra envolve recursos de Brasília, repassados pela Caixa Econômica Federal e isso torna o TCE incompetente para julgar o caso, na avaliação final dos conselheiros. Resumindo: o TCE também lavou as mãos; vem mais tempo para análise do rolo, e talvez, problemas para os gestores públicos petistas.

E para findar. Jean Carlos de Oliveira no tempo de Kleber Edson Wan Dall, Luiz Carlos Spengler Filho e Carlos Roberto Pereira, passou um tempo na procuradoria e agora é o titular da Controladoria Geral. Se ele for tão diligente e precavido com as dúvidas que se acumulam em diversas áreas, principalmente a de obras, quanto foi no caso da ponte do Vale, há um fio de luz no fim do túnel. Ou há do que se duvidar disso também? Acorda, Gaspar!

Do que o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, ao interromper uma daquelas viagens mensais à Brasília, para ir à Câmara de Vereadores pedir desculpas e impedir a abertura de um processo investigatório sobre a determinação que ele deu aos comissionados e de confiança pelo aplicativo de mensagens. Orientou invadirem as redes sociais para elogiá-lo num projeto que estruturava, bem como aplicar críticas aos adversários da sua ideia, como se as manifestações desses servidores, cabos eleitorais e aparentados dependentes do poder público, fossem livres e a “voz do povo” de Gaspar.

Primeiro, Kleber teve muita sorte: a notícia não saiu de Gaspar. Segundo, o Ministério Público ficou na dele, diferente do aconteceu em caso assemelhado com o prefeito de Comaragibe, uma pequena cidade da região de Recife, em Pernambuco. Lá este tipo de assunto além de investigado por suposta improbidade, está rendendo uma desgastante CPI na Câmara e a repercussão foi nacional.

O portal G1 deu conta que Ministério Público ingressou com uma ação civil pública contra o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), por ter exigido a presença de servidores comissionados numa prévia carnavalesca para conferir o show da noiva dele, a cantora Taty Dantas, que também, vejam só, é secretária de Assistência Social, ou seja, cabide.

A ação civil pública também traz como réus a cantora e o secretário municipal de Educação, Denivaldo Freire Bastos, que é presidente do bloco Canário Elétrico, no qual a cantora se apresentou e do qual o prefeito convocou os comissionados a participarem.

Saiu o ranking da Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro - das 100 melhores cidades para se viver no Brasil. Gaspar, segundo a lista, está em 459ª posição no Brasil e na 48ª em Santa Catarina, com o índice de 0,7980. Os dados que serviram de base para a composição do ranking são de 2016, ou seja, do governo petista de Pedro Celso Zuchi.

Para comparar, Blumenau aqui do lado está na 147ª posição nacional, e a décima estadual, com o índice 0,8354. Entre as 100 primeiras cidades desse ranking nacional, a maioria está em no estado de São Paulo e Loureira encabeça a lista. As duas primeiras catarinenses são Oeste: Concórdia (8º), Chapecó (25º). Só a terceira, é do Vale do Itajaí: Rio do Sul, em 30º.

Para que acha que a eleição municipal de Gaspar são favas contadas, é bom se interessar pelas danças dos líderes dos partidos tradicionais. A primeira torre mudou de posição nesse jogo de xadrez: Gelson Merísio saiu do PSD atirando no ex-governador Raimundo Colombo, o incapaz. Quem é leitor e leitora dessa coluna, sempre soube que Colombo nunca foi além de ser prefeito de Lages, no cargo de governador.

As melancias vão se acomodar neste caminhão em movimento. Vão contribuir ainda, e decisivamente, para as eleições locais a capacidade do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, de passar ileso às dúvidas cada vez maiores, a capacidade de reagendar o cabideiro de empregos públicos, as alianças para desarmar e comprar os adversários com o menor dano possível aos que se dizem fiéis por anos, bem como o sucesso ou o insucesso dos governos de Jair Messias Bolsonaro e de Carlos Moisés da Silva, ambos do PSL. O primeiro é adversário dele mesmo. O segundo, ainda não sabe onde está.

Paz e amor. O líder do governo na Câmara de Gaspar, Francisco Solano Anhaia, MDB, decidiu mudar o tom e dar exemplos. Como o embate estava lhe causando alguns desgastes, ele neste final de semana, fez um gesto representativo. Inconformado com a sujeira que os moradores do seu bairro, a Margem Esquerda, deixam nos pontos de ônibus, resolveu ele mesmo, fazer a recolha desse lixo e propagar o gesto na sua rede social para ao menos haver sensibilização.

 

 

 

 

 

 

Comentários

Herculano
08/03/2019 06:33
REGISTRO

Morreu ontem, quinta-feira, a tabeliã do tradicional Cartório Nóbrega de Blumenau. Therezinha Pedrosa da Nóbrega lutava contra o câncer.
Herculano
07/03/2019 17:42
FINALMENTE BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista. A equipe econômica e jurídica que elaborou a reforma da Previdência e adjacências comemorou a série de tuítes de Jair Bolsonaro em defesa da proposta enviada ao Congresso.

O advérbio utilizado é "finalmente".

Dois twitters de Jair Messias Bolsonaro, PSL

Foi pensando na importância disso que nosso time econômico elaborou um modelo de previdência que segue os padrões mundiais, que combate privilégios como aposentadoria especial para políticos, que cobra menos dos mais pobres, e que incluirá todos, inclusive militares. Seguimos!

Os avanços que o Brasil precisa dependem da aprovação da Nova Previdência. É a partir dela que o país terá condições de estabilizar as contas, potencializar investimentos, viabilizar uma rígida reforma tributária e enxugar ainda mais a máquina pública, reduzindo nossas estatais.
Herculano
07/03/2019 17:32
da série: se a influência pegar em Gaspar, o que se esconde aparecerá rapidamente.

VEREADOR JOVINO CARDOSO, PROS E TANTOS OUTROS, DE BLUMENAU, EVANGÉLICO, EX-PRESIDENTE DA CÂMARA, FALA PELA PRIMEIRA VEZ SOBRE ACUSAÇõES DE AGRESSÃO

Texto de Alexandre José. O vereador de Blumenau Jovino Cardoso Neto (PROS) confirmou que vai participar da sessão ordinária na Câmara Municipal na tarde desta quinta-feira (7) às 15h. O parlamentar, acusado de ter agredido a esposa, deve falar pela primeira vez sobre os fatos. Antes de seguir para o plenário, Jovino concedeu uma entrevista exclusiva à equipe do Portal Alexandre José.

Débora Adriano Cardoso, casada com o vereador há 29 anos registrou um boletim de ocorrência contra o marido alegando agressões verbais e físicas. Com base nestas acusações, a Justiça emitiu uma medida protetiva na última sexta-feira (1) determinando que o vereador deve manter distância superior a 100 metros e deixar de se comunicar em qualquer meio com a esposa.

O ponto alto do conflito familiar teria ocorrido no dia 3 de fevereiro, data em que marido e mulher completariam 29 anos de casamento. Após essa discussão, Jovino saiu de casa e foi para o sítio com os dois filhos menores, uma menina de 16 anos e um menino de 11 anos. Jovino deverá prestar depoimento à polícia na tarde desta sexta-feira (8).

Débora permanece na casa da família no bairro Escola Agrícola com o filho mais velho do casal, de 29 anos. Os dois contrataram um segurança particular. Por telefone, a equipe do Portal Alexandre José conversou com o jovem que confirmou as acusações, mas disse que a mãe está muito abalada e não tem condições de conceder entrevista.
luiz
07/03/2019 08:32
Pelo menos o Samae fechou ou está fechando os buracos que fez. Aliás,na Figueira tem uns que precisam ser fechados.
Agora, quem vai fechar os buracos espalhados pela cidade feitos pelas empresas de terraplanagem?
Sr. Secretário de Obras, tá na hora de dar umas voltas pela cidade e ver estas coisas.
Leve junto alguém que conheça bem a cidade assim não tem perigo do Sr. se perder.
Herculano
07/03/2019 05:25
O CIRCO DE ABERRAÇõES E O DINHEIRO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Tumultos do governo Bolsonaro não afetam preços no mercado, mas irritação cresce

Os vexames do governo de Jair Bolsonaro causam consternação, raiva ou nojo em parte considerável do eleitorado, mas até agora não há sinais de que abalem as condições financeiras do país, embora o povo do dinheiro pareça mais irritado com o descalabro da imagem do presidente.

Nesta quarta-feira (6), era possível ouvir que as "polêmicas", a "comunicação ruim" e a "falta de foco" do presidente podem empurrar investidores para a "defensiva".

Um exemplo teria sido o dia ruim da reabertura do mercado depois do Carnaval.

A explicação parece furada. O dia foi ruim nas finanças pelo mundo.

O pessoal deve estar chateado mesmo porque o investidor estrangeiro não voltou a comprar ações brasileiras, ao contrário, o que ajuda a emperrar a Bovespa. Ainda assim, há apreensão política.

Os fluxos financeiros para o Brasil e o investimento estrangeiro direto no país vão bem.

As taxas de juros de curto e longo prazo continuam em níveis menores ou parecidos com os de janeiro. O dólar se desgarrou um tanto, é verdade. Neste dia de Cinzas, chegou ao maior nível desde o Réveillon, mas essas andanças são difíceis de explicar no curto prazo e dependem muito de humores externos.

Além da política e da finança internacional, o que pode balançar o coreto é a confirmação de que a economia brasileira desacelera e, em caso positivo, se o Banco Central vai tomar alguma atitude a respeito, assunto da semana que vem.

No mais, é a política. O governo sempre pode criar um tumulto no intervalo entre dois tuítes, mas o "primeiro jogo de campeonato", como diz um investidor, será na semana que vem, quando o Congresso volta a trabalhar. Seria então possível verificar o efeito prático do circo de aberrações de Bolsonaro.

O teste do governo seria demonstrar que começou a montar uma estrutura parecida com a de qualquer início de mandato: controle de comissões e relatorias com gente capaz, líderes partidários mostrando boa vontade de fazer parte de uma coalizão. O arroz com feijão do Congresso.

Até agora, ninguém da praça parecia ligar muito para o picadeiro do Twitter, para cartinhas palermas e ilegais de ministros, milicianos, Queiroz e coisas assim.

A maioria era indiferente, embora houvesse gente da finança que achasse mesmo graça em parte disso.

Depois da esquecida crise da decapitação do ministro Gustavo Bebianno e da bateção de cabeças na crise venezuelana, passou a haver irritação e dúvida maior sobre o centro de poder no governo.

A questão, que obviamente não incomoda apenas gente do mercado, é sobre o sentido do circo de aberrações.

O circo pode ser um sintoma decisivo de incapacidade política ou motivo de desordens que podem arruinar negociações no Congresso ou mesmo a coordenação das partes essenciais do governo.

Mas pode ser que a estratégia de tumulto e combate nas redes insociáveis seja administrada de modo separado da condução de políticas públicas fundamentais, em especial a econômica, os lados "A" e "B" do disco governamental.

Essa era uma análise de um executivo financeiro que soube conviver muito bem com todos os presidentes, desde FHC.

O circo não pode causar desprestígio presidencial acelerado, rejeição popular maior e, assim, afetar o Congresso? É outra questão óbvia.

"Ah, isso é especulação demais. A gente só sabe o que o povo pensa quando ele diz", ri o executivo.
Herculano
07/03/2019 05:22
da série: a defesa dos privilégios, diante de tantas evidências

A REFORMA DA PREVIDÊNCIA COMO META DE GOVERNO, por Júlio César Cardoso, ex-servidor público no Instituto Liberal

Não se discute a necessidade de ajustes nas regras da Previdência Social. Mas a inexistência preliminar de laudo de auditoria externa atestando a situação deficitária da instituição é muito preocupante diante da sociedade, que deseja ver transparência nas contas previdenciárias.

Por outro lado, a reforma não pode mascarar a origem dos números reais que levaram ao suposto déficit, bem como a responsabilidade dos gestores políticos. Até agora a sociedade conhece apenas os números alarmantes apresentados pelo governo da situação previdenciária.

Por que os grandes devedores da Previdência Social, por exemplo, JBS, Itaú, Bradesco, Santander, BB, Caixa etc. não são compelidos a honrar os seus débitos, enquanto que os trabalhadores ativos, inativos e pensionistas é que serão penalizados?

Não é justo e razoável que se pretenda operar a reforma da Previdência, alicerçada apenas em dados numéricos fornecidos pelo governo, quando a sociedade desconhece resultado de auditoria que comprove a real situação da instituição.

O governo, como também os anteriores, insiste que sem a reforma da Previdência o país não garante a sustentabilidade das contas públicas. Mas o controle do aumento das despesas públicas não tem sido uma grande preocupação governamental.

Vejamos os monumentais gastos com os Três Poderes da República, sem enxugamento. Vejamos o Congresso Nacional, com 594 parlamentares, repleto de mordomias, cujos custos ultrapassam R$ 1 bilhão por ano, segundo levantamento do portal Congresso em Foco.

Por que os militares ficaram fora da PEC da Previdência entregue ao Congresso? Conforme manifestação do secretário Especial de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, as regras para a aposentadoria de integrantes das Forças Armadas não constam na Constituição. Mas pelo que reza o Art. 42, parágrafo 10 da CF, a aposentadoria dos militares e pensionistas também é regida pela Constituição Federal.

Ademais, as categorias civis e militares devem ser tratadas no mesmo nível de direitos e obrigações constitucionais, sem exclusão de uma ou de outra categoria. Portanto, nada justifica lamentáveis manobras para que as previdências sociais dos civis e militares não sejam revisadas no mesmo pacote pelo Congresso Nacional.

Assim, a açodada reforma da Previdência, como meta de governo, não pode atropelar o debate prévio com a sociedade nem esconder a origem da dívida e os seus responsáveis - para que no futuro próximo não se venha a propor outra reforma.
Herculano
07/03/2019 05:15
ENQUANTO O PRESIDENTE TUÍTA PORNOGRAFIA, PARTE DO GOVERNO SE ESTREBUCHA

De Roberto Marinho, secretário especial da Reforma da Previdência, no twitter

Em 2018 Brasil gastou 712 bilhões com previdência e assistência,119 bilhões com saúde e 74 bilhões com Educacao. País que gasta dez vezes mais com previdência de que com Educacao é País que precisa repensar suas prioridades.A nova previdência é essencial para correção de rumos.
Herculano
07/03/2019 05:12
A AGENDA SHOWER DE BOLSONARO, por Roberto Dias, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Feed presidencial pauta a agenda do país da forma que lhe interessa

Quem ainda acha que o clã Bolsonaro vai descer do palanque, fingir que dá qualquer importância ao chamado decoro do cargo ou ter pudores de alguma espécie pode desistir, se ainda não o fez.

Também não é o caso de esperar que alguém vá controlar o que o presidente diz. Até porque descontrolado não está. A estratégia bolsonarista é bem mais racional do que parece, o que só torna as coisas piores.

Com seus posts aparentemente absurdos, engraçadinhos sem ter graça nenhuma, escritos sabe-se lá quando pelo pai, sabe-se lá quando pelo filho zero-dois, o feed presidencial vai pautando a agenda do país da forma que lhe interessa.

O que não lhe interessa, obviamente, é falar sobre a dura caça aos votos necessários para aprovar a reforma da Previdência ou da expectativa cada vez mais baixa para o crescimento da economia neste ano.

Argumentar que o post carnavalesco de Bolsonaro apresenta a milhões de seguidores o que imagina ser a festa (que deve desconhecer) aparece como crítica compreensível, mas também inocente. É exatamente esse ruído que ele procura.

Os posts que aparecem na sua conta relacionados a assuntos sérios em geral entregam menos do que parece: são relatos de reuniões ou discussões teóricas que poderiam bem passar por conversa de bar.

O presidente-garoto-propaganda da reforma da Previdência ainda não apareceu (tampouco se viu o superministro da Economia, incrivelmente mudo na defesa do principal projeto do governo).

Nos EUA, os tuítes de Donald Trump, que nem carregavam tanta conotação moral quanto os de Bolsonaro, causavam alvoroço no começo do governo. Depois foram impressionando menos, e menos, e menos. Até que um artista teve a ideia de transformá-los em chinelos - num pé o tuíte com a afirmação inicial, noutro a contradição. Os posts não viraram exatamente sandálias da humildade, mas para alguma coisa acabaram servindo.
Herculano
07/03/2019 05:08
VIEIRA ESPANTOU BOLSONARO RELATANDO AFANO NA CNI, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta quinta-feira, nos jornais brasileiros

Espantou o presidente Jair Bolsonaro o relato de Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, titular interino da Confederação Nacional da Indústria, sobre o escândalo de corrupção na entidade. "Recebi o cara da CNI há pouco e estou impressionado com o que estavam fazendo com este País", desabafou Bolsonaro, de cenho cerrado, sobre sua audiência a Vieira, instantes antes de iniciar a conversa com jornalistas, dias atrás. A coluna tentou saber detalhes da conversa, mas Vieira não quis falar.

METERAM A MÃO
Gouveia Vieira fez a caveira do presidente afastado da CNI, Robson Andrade, detalhando a roubalheira revelada pela Operação Fantoche.

BEM INFORMADO
Nem precisava: Bolsonaro estava informado dos detalhes da apuração da Polícia Federal, antes mesmo de serem detalhadas publicamente.

ESQUEMA ANTIGO
A PF investiga afano de mais de R$400 milhões usando uma agência de viagens do Recife, terra do ex-presidente da CNI Armando Monteiro.

SONHO SONHADO
Titular do conselho nacional do Sesi, o ex-presidente da Firjan Gouveia Vieira é candidatíssimo a se efetivar na presidência da CNI.

MOURÃO RECUA NO APOIO A DECISõES DE BOLSONARO
O vice-presidente Hamilton Mourão escolheu a semana de carnaval para sinalizar que não vai cumprir o compromisso de assumir como sua qualquer decisão do presidente Jair Bolsonaro. É que ele não agiu assim no caso da socióloga Ilona Szabó, cujo desconvite para integrar Conselho de Política Criminal e Penitenciária foi decisão de Bolsonaro. Mourão criticou o fato de a colunista da Folha ter sido desconvidada: "perde o Brasil", afirmou. Questionado, ele não comentou seu recuo.

AINDA PROMETE MUDAR
O vice-presidente acha que o País perde por não sentar à mesa "com gente que diverge". E foi bem mais além: "temos que mudar isso aí".

PROMESSA SOLENE
Mourão disse à Rádio Bandeirantes, há duas semanas, que continuaria opinando, mas adotaria (e defenderia) qualquer decisão do presidente.

IRRITAÇÃO NO PLANALTO
Bolsonaro costuma telefonar reclamando de declarações de ministros e do vice. O tempo certamente fechou entre os dois.

CASAMENTO DE IGUAIS
A campeã de votos Janaína Pachoal (PSL) encara a aliança PT-PSDB para eleger Cauê Macris presidente da Assembleia Legislativa paulista: Conchavo que mais parece casamento de jacaré com cobra d'água.

MAIS UM CAPÍTULO
Olhando com lupa, a nova tentativa do Ministério Público Federal de envolver Gilmar Mendes com investigados é mais um capítulo da velha briga de procuradores com o ministro. Na presidência do STF, ontem, só se falava nas advertências de Gilmar sobre 'tentativa de intimidação'

NOTÍCIAS DO MUNDO DO CRIME
A juíza aposentada Denise Frossard, celebrizada pelo enfrentamento a essa corja, deve ter achado no mínimo curioso observar na Sapucaí bicheiros e traficantes abraçando o discurso esquerdista no Carnaval.

PERGUNTA NA LOTÉRICA
Se na Mega-Sena Caixa arrecadou em 2018 mais de R$800 milhões e pagou apenas R$69 milhões em prêmios, por que diabos seu atual presidente só fala em privatizar justamente a área que dá tanto lucro?

SEM PERIGO DE DAR CERTO
O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), que não distingue pepino de cenoura, virou secretário de Agricultura de Alagoas. Com a maior pinta de quem se vê na cadeira de piloto de Boeing sem nunca ter voado.

ABAIXO A INDEPENDÊNCIA
Barça e Girona jogaram ontem a final da "Supercopa da Catalunha". Razão de sobra para ser contra a separação de Barcelona da Espanha: La Liga se resumiria ao derby Real x Atletico e os únicos rivais do Barça seriam Girona e Espanyol, no campeonato catalão. Que tristeza.

DESERTO DOS DEPUTADOS
A agenda da Câmara previa "sessão de debates" nesta Quarta de Cinzas, em Brasília. O sistema de presença da Casa registrava apenas seis (meia dúzia) de parlamentares até às 16h de ontem.

QUE VERGONHA
Projeto de Roberto de Lucena (Pode-SP) pretende estender imunidade tributária a imóveis que ficam no mesmo terreno de igreja. Para piorar, o projeto tramita conclusivamente, ou seja, nem precisa ir a Plenário.

PENSANDO BEM...
...postagens de Bolsonaro no Twitter fazem lembrar a necessidade do VDM, o assessor encarregado de advertir: "Vai Dar M(*), presidente".
Herculano
07/03/2019 05:00
GOVERNE, PRESIDENTE, editorial do jornal Folha de S. Paulo

À medida que surgem vetores de desgaste, Bolsonaro tenta escapar para a retórica polarizante da campanha

A esta altura, até mesmo os mais fanáticos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PSL) perceberam o tamanho e a dificuldade da travessia à frente da administração.

A reforma da Previdência, na hipótese de ser aprovada, dificilmente se resolverá no primeiro semestre. O volume de recursos poupado pela mudança e o objetivo de diminuir as disparidades no acesso ao benefício correm risco palpável de ser substancialmente feridos.

A atividade econômica, que em tese reagiria ao incremento das expectativas com o novo governo, não dá mostras de se animar. Pelo contrário, as estimativas profissionais recuam e anteveem mais um ano de semiestagnação da renda per capita e elevado desemprego.

O governo infante, ademais, demonstra dificuldades precoces no modo de lidar com um Congresso Nacional que bateu na eleição o recorde de fragmentação partidária. Ministros que agradam ao círculo ideológico, como o da Educação e o das Relações Exteriores, exibem estrepitosa inapetência técnica.

Malogram tentativas de justificar transações financeiras atípicas no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, que incluem um aporte à primeira-dama.

Esta Folha descobriu que candidaturas de laranjas beneficiaram lideranças bolsonaristas. A notícia e suas repercussões levaram à queda de um ministro e complicaram a permanência de outro.

Erguem-se diante de Bolsonaro os primeiros vetores de desgaste. Não parecem mais fracos nem mais fortes que os enfrentados nas últimas décadas por outros presidentes debutantes. Em democracias competitivas e perpassadas por instituições autônomas como esta, o risco de corrosão do capital político do governante é corriqueiro.

Há formas diversas de conviver com esse fato da vida, entretanto.

O escapismo, por certo uma delas, talvez não produza antídotos duradouros contra a tendência à erosão. Atiçar suscetibilidades à esquerda e à direita com a postagem de uma cena escatológica durante o Carnaval pode até reativar por um átimo o clima de polarização irracional que parece ter favorecido Jair Bolsonaro na eleição.

Mas a diferença colossal de status entre o então candidato e o agora presidente logo se repõe. Não há mais cargo a ser disputado. Há um país repleto de problemas graves à espera de que o eleito ponha-se a trabalhar para resolvê-los. Os dias de agitar torcida terminaram.

No Brasil, um presidente da República há 66 dias no cargo tem mais a fazer do que publicar boçalidades e frases trôpegas numa rede social.

A dedicação que sobra à frente da telinha falta na reforma da Previdência, na condução da crise na Venezuela, na cobrança de retidão e competência dos ministros e na articulação com os outros Poderes.

Governe, presidente.
Herculano
07/03/2019 04:58
O DEPUTADO JÚLIO GARCIA, PSD, VAI INFORMANDO AO GOVERNADOR CARLOS MOISÉS DA SILVA, PSL, QUEM DE FATO VAI GOVERNAR SANTA CATARINA SE O COMANDANTE NÃO TOMAR O LUGAR DELE E SE DEIXAR ORIENTAR POR GENTE SEM CONEXÃO COM A REALIDADE DE GOVERNO E CATARINENSE
Herculano
06/03/2019 20:20
LÍDERES DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA SUSPENDEM OS DECRETOS QUE TERMINARIAM COM OS INCENTIVOS FISCAIS EM ABRIL EM SANTA CATARINA

Press release da Alesc. Diante do ambiente de incertezas gerado no setor produtivo de Santa Catarina pela edição, pelo governo do Estado, de decretos que prevêem a retirada de incentivos fiscais de diversos produtos, a Assembleia Legislativa deu solução para o impasse.

Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira, 07, com o presidente Julio Garcia, os líderes dos partidos com assento na Casa decidiram por unanimidade suspender até dia 31 de julho de 2019 os efeitos dos Decretos nº 1.866 e 1.867, editados em 27 de dezembro de 2018 e que entrariam em vigor em 1º de abril.

Também serão revogados dois pontos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, que limitavam a 16% da arrecadação bruta do ICMS, IPVA e ITCMD o total da renúncia de receita para a concessão de benefícios fiscais e que estabeleciam que esse limite deveria ser atingido gradualmente até 2022.

Para viabilizar essas medidas, a Assembleia deverá votar e aprovar projeto de lei originário da Comissão de Finanças que, além de revogar pontos da LDO, também dará nova redação ao artigo 45 e estabelecerá o prazo de 31 de maio para análise, pela Secretaria de Estado da Fazenda, de todos os benefícios fiscais concedidos pelo Estado e o encaminhamento à Assembleia Legislativa, para a apreciação dos deputados.

Com isso, o Parlamento catarinense acredita estar contribuindo com transparência e efetividade para a segurança jurídica e a consequente estabilidade da economia catarinense.
Herculano
06/03/2019 18:13
A COISA TÁ FEIA MESMO

Um leitor da coluna, manda-me posts de rede social de um vereador da base do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, agradecendo ao Samae, governado pelo mais longevo dos vereadores, José Hulário Melato, PP.

Nele, o vereador agradece o Samae, por ter fechado buracos abertos pelo Samae que infernizavam a vida dos munícipes por semanas, mas que o Samae, por si só não teve capacidade de terminar o serviço em respeito à comunidade.

Ficamos assim. A administração avança em grandes obras, não termina nenhuma delas, e nas pequenas, só com sorte para terminou o que mal consertou, como se isso fosse um favor para a cidade e os cidadãos. Acorda, Gaspar!
Demetrius
06/03/2019 13:01
Em relação ao aumento dos gastos com cartão corporativo nos primeiros dois meses de governo Bolsonaro, quando considerados todos os órgãos do governo, houve uma economia de 28% em relação à média dos últimos quatro anos.
Os gastos foram principalmente com compras de novas mobílias como por exemplo no Ministério da Saúde.
João de Plantão
06/03/2019 12:02
Samae Inundado!!

HJ COMEÇOU A NOVA DIRETORA DE COMPRAS DO SAMAE. A CONFORME REPORTAGEM DO CRUZEIRO, UMA PESSOA EXPERIENTE E CAPACITADA, MAS COM CERTEZA NÃO NA AREA DE COMPRAS, MUITO MENOS DE UM ORGÃO PUBLICO.
MAS TIRANDO ISSO GOSTARIA DE SABER ONDE ESSA PESSOA TÃO CAPACITADA ESTÁ TRABALHANDO, JÁ QUE ESTIVE VARIAS VEZES NO DEPARTAMENTO DE COMPRAS HOJE E SOMENTE ENCONTREI A SERVIDORA IVONETE, ESSA SIM CAPACITADA E EXPERIENTE E QUE DESEMPENHA DE FORMA EXEMPLAR SEUS SERVIÇOS NO SAMAE A MAIS DE 20 ANOS.
UMA VERGONHA PARA ESSE GOVERNO ENCHER DE CARGOS COMISSIONADOS TANTO A PREFEITURA COMO O SAMAE PARA PAGAR DIVIDAS ELEITORAIS.
ACORDA GASPAR, ESTÃO SUGANDO SEUS IMPOSTOS.
Herculano
06/03/2019 10:14
AI, AI, AI. MANCHETE DESTA MANHÃ: GOVERNO BOLSONARO AUMENTA EM 16% OS GASTOS COM CARTÕES CORPORATIVOS QUE ERA A FARRA DOS GOVERNOS PETISTAS E DO GOLPISTA MICHEL TEMER, MDB
Herculano
06/03/2019 10:10
da série:dando sopa ao azar, passando a imagem de doido e contrariando os princípios morais do cristianismo que diz defender

APóS VÍDEO OBSCENO, INTERNAUTAS PEDEM IMPEACHMENT DE BOLSONARO BASEADO NA LEI

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Mateus Luiz de Souza O presidente Jair Bolsonaro (PSL) publicou nesta terça-feira (5) em sua conta oficial no Twitter um vídeo de uma cena que causou polêmica no Carnaval paulistano. Um homem aparece dançando sobre um ponto de táxi após introduzir o dedo no próprio ânus. Na sequência, surge outro rapaz que urina na cabeça do que dançava.

Mirando a sua base de eleitores conservadores, o presidente escreveu:

"Não me sinto confortável em mostrar, mas temos que expor a verdade para a população ter conhecimento e sempre tomar suas prioridades. É isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro. Comentem e tirem suas conclusões

O vídeo teve repercussão instantânea tanto na própria publicação que ele fez quanto na internet de forma geral.

No Twitter, três trending topics (assuntos do momento) no Brasil referem-se ao tema: "#ImpeachmentBolsonaro", "Presidente da República" e "Golden Shower".

Sobre o pedido de impeachment, os internautas recorreram à lei 1.079 (conhecida como "lei do impeachment") da Constituição Federal, que dispõe sobre os crimes de responsabilidade.

Art. 2º Os crimes definidos nesta lei, ainda quando simplesmente tentados, são passíveis da pena de perda do cargo, com inabilitação, até cinco anos, para o exercício de qualquer função pública, imposta pelo Senado Federal nos processos contra o Presidente da República ou Ministros de Estado, contra os Ministros do Supremo Tribunal Federal ou contra o Procurador Geral da República.

Consta entre os crimes contra a probidade na administração "proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo", item no qual esse tuíte com o vídeo obsceno se encaixaria.

E ainda há espaço, nas postagens, para ironias:

E aqui você lê mais do debate que o vídeo gerou sobre a postura do presidente .

Se há base, de fato, para um pedido de impeachment, somente o desenrolar dos fatos e as análises jurídicas subsequentes poderão mostrar. Mas já não restam dúvidas de que o presidente deu início a mais uma crise em seu governo.
Herculano
06/03/2019 09:57
PROIBIDO PARA MENORES

De Mário Sabino, de Cruzoé, no twitter:

Acho que o presidente da República deveria pensar se os conteúdos dos seus tweets podem ser vistos por menores de idade. É uma regra simples. Quanto aos vagabundos do vídeo, cadê a polícia?
Herculano
06/03/2019 07:28
PREVIDÊNCIA. CONTRA A CARA DE PAU, por Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor do Banco Central, no jornal Folha de S. Paulo

Face a um cobertor curto, reforma exige mais da cabeça e menos dos pés

As corporações que se opõem à reforma da Previdência posam como defensoras dos pobres, mas protegem apenas seus próprios interesses.

A análise da reforma revela que esta tem impacto maior sobre os segmentos mais ricos da população, em particular o funcionalismo, com efeitos reduzidos sobre a parcela mais pobre.

Segundo levantamento de Gabriel Tenoury, um dos jovens economistas que têm feito um trabalho precioso, a Previdência beneficiou em 2017 quase 34 milhões de pessoas, correspondendo a um gasto de R$ 890 bilhões (13,6% do PIB).

Destes, 30 milhões são os beneficiários do regime geral (INSS), que receberam R$ 557 bilhões, ou seja, R$ 18,7 mil per capita. Assim, 88% dos beneficiários ficaram com 63% dos recursos.

Já os 4 milhões restantes pertencem aos regimes próprios de governo federal, estados e municípios, percebendo 37% do valor desembolsado.

Em particular, o gasto per capita no caso do governo federal chegou a quase R$ 115 mil, atingindo cerca de R$ 80 mil no que se refere aos estados e pouco menos de R$ 50 mil para municípios.

Tais números deixam claro que os gastos da Previdência beneficiam mais que proporcionalmente o funcionalismo nos três níveis de governo, grupo que pertence majoritariamente à camada mais rica da população.

A proposta de reforma prevê redução de gastos equivalente a R$ 1,070 trilhão em dez anos, dos quais R$ 173 bilhões correspondem ao funcionalismo federal.

Adicionalmente, embora o projeto de emenda constitucional não tenha tratado dos militares, cuja Previdência é regulada por lei ordinária, as estimativas do governo sugerem que outros R$ 92 bilhões viriam de projeto de lei a ser enviado até o fim deste mês, elevando o total para R$ 1,16 trilhão.

Em outras palavras, embora o regime próprio federal, incluindo civis e militares, represente algo como 14% do gasto previdenciário, as novas regras fariam com que este grupo fosse responsável por mais de 22% da economia esperada, reduzindo o caráter regressivo do atual regime.

Não há estimativas para os demais níveis de funcionalismo, contudo não é difícil concluir que a aplicação das novas regras teriam efeito similar, exigindo mais dos estratos mais ricos da população.

Já no que se refere ao regime geral, o impacto também seria neste sentido, mas em escala menor.

Os mais pobres, como regra, já se aposentam por idade, com pouco mais de 60 anos, recebendo em média cerca de R$ 900 por mês. Já quem se aposenta por tempo de contribuição o faz mais cedo, ao redor de 55 anos, e recebe praticamente o dobro, em média, dos que o fazem por idade.

O projeto de reforma adiaria a aposentadoria desse grupo por cerca de dez anos, depois do período de transação.

Não falamos aqui de pessoas relativamente tão ricas quanto o funcionalismo, em média pelo menos, ainda que certamente mais bem posicionadas na escala de renda do que os que se aposentam por idade.

Também neste caso, pede-se mais daqueles que têm mais.

Em suma, face a um caso clássico de cobertor curto, a proposta de reforma exige mais da cabeça e menos dos pés, mas a organização política da cabeça tenta barrá-la como se fosse o contrário.

É neste contexto que se situa comentário de Marcio Pinochmann, afirmando que a reforma teria efeitos recessivos sobre a economia. A defesa dos interesses das corporações já atingiu níveis que apenas a cara de pau de Pinochmann permite justificar.
Herculano
06/03/2019 07:17
06/03/2019
LAVA JATO INVESTIGA BILHõES DO PROUNI E PRONATEC, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais basileiros

A operação Lava Jato da Educação devassa esquema de corrupção no MEC envolvendo programas como Universidade para Todos (ProUni) e de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), de orçamento bilionário. Criado em 2005, a pretexto de dar bolsas a alunos pobres, o ProUni foi uma boa ideia que se transformou em um novo cartório de transferência de dinheiro público para donos de universidades privadas.

GATOS EXPRESSIVOS
Com renúncia fiscal de mais de R$100 milhões e gastos de R$1,6 bilhão, o ProUni concedeu mais 417.276 bolsas em 2018.

PRONATEC NA MIRA
Outro foco da Lava Jato da Educação é o Pronatec, que em 2018 consumiu R$141,2 milhões dos contribuintes.

METERAM A MÃO
A devassa que a Lava Jato promove no Pronatec alcança também entidades do Sistema S, sobretudo CNI. Meteram a mão para valer.

META PARA OS 100 DIAS
A investigação é uma das principais metas no Ministério da Educação dentro do plano de ações dos 100 primeiros dias do novo governo.

CAMPANHA PEDE CóDIGO DE DEFESA DO CONTRIBUINTE
Em um País onde o contribuinte é tratado com desdém e desrespeito, sem contar que o dinheiro dos impostos é consumido nos escândalos de corrupção, o ex-presidente da Associação Brasileira dos Sebraes Estaduais, Antônio Valdir Oliveira, atual superintendente do Sebrae-DF, defende e até faz campanha para a criação de um Código de Defesa dos Contribuintes. Dos seus direitos e também do seu dinheiro.

INSPIRAÇÃO
A ideia é seguir o princípio do Código de Defesa dos Consumidores, uma lei de 1990 que é referência em todo o mundo.

EM FAVOR DA SOCIEDADE
Antônio Valdir Oliveira faz questão de dizer que a proposta não é contra governos, mas em favor dos direitos dos contribuintes.

EMPODERAMENTO
Com regras claras, com direito a informações sobre gastos públicos, o Código de Defesa dos Contribuintes objetiva "empoderar" o cidadão.

ASSOCIAÇÃO PERVERSA
Mais do que pôr ordem na bagunça, a MP de Bolsonaro, que põe uma pá de cal na contribuição sindical obrigatória, liquidou um complô com ativistas da Justiça do Trabalho para obrigar os trabalhadores a continuar sustentando a pelegada por meio da desobediência civil.

AZAR O NOSSO
A Caixa realiza nesta quarta (6) o 21º sorteio da Mega-Sena de 2019, que tem sido ano bem lucrativo. Ao todo foram arrecadados R$805,5 milhões com as apostas e pagos apenas R$ 69 milhões em prêmios.

FANTASIA MILITANTE
Sem fontes no Planalto, parte da imprensa faz opção pela fantasia, ora imaginando que o presidente Jair Bolsonaro é tutelado por generais, ora chamando de "recuos" meras demonstrações de submissão ao papel constitucional do Congresso, de alterar a reforma da Previdência.

FALTOU TIMING
O Ministério Público do Trabalho não parece muito preocupado com o risco de corrupção pela terceirização irrestrita. Nota técnica com o alerta, de 22 de fevereiro, só foi enviada à imprensa dez dias depois.

DE VOLTA AO PASSADO
Um detalhe chamou atenção de foliões que viram o caminhão lilás para vítimas de importunação sexual no carnaval, em São Paulo. O slogan usado pela prefeitura, "Brasil, país rico é país sem pobreza", é de 2011.

CIGARROS FALSOS
Em 2018, 54% dos cigarros consumidos no Brasil tinham origem ilegal, metade do Paraguai, diz pesquisa Ibope/Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial. Prejuízo de R$11,5 bilhões para os cofres públicos.

CONFUSÃO É GRANDE
A nova batalha do site de vídeos YouTube é contra os comentários. O site, que recebe mais de 400h de vídeo por minuto, passou a bloquear comentários em vídeos de crianças, após denúncias de pedofilia.

TUDO COMEÇA DIA 12
As comissões permanentes da Câmara começam a ser instaladas apenas a partir da próxima semana. O governo queria iniciar a tramitação da reforma da Previdência com a Comissão de Constituição e Justiça, mas a disputa por cargos adiou a instalação das comissões.

PENSANDO BEM...
...o Carnaval acaba e o trabalho recomeça, exceto para o Congresso, que só volta na próxima semana, após 13 dias de folga.
Herculano
06/03/2019 07:10
CINZAS NO MUNDO DO TRABALHO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Além de efeitos da crise, há sintomas de precariedades crônicas no emprego

A discussão do futuro das aposentadorias faz a gente lembrar que existem trabalhadores que dificilmente têm condições de contribuir para o INSS, por exemplo. De costume, a situação do trabalho é um assunto mais raro no debate público mais geral.

No entanto, é o caso de prestar atenção no que se passa, até porque um dos pilarzinhos da quase estagnação econômica, as estacas dessa palafita, é o consumo, que em parte grande depende da recuperação de emprego e salário.

Há cheiro de queimado no mundo do trabalho:

1) Emprego e salário desaceleram desde o terceiro trimestre do ano passado;

2) A precarização aumenta;

3) Setores em que houve grande devastação do trabalho, mal se recuperam (construção civil) ou têm sintomas de resfriado (indústria);

4) Não há decisões de políticas públicas que tratem da grande desgraça do emprego, de um setor ainda em recessão, o da construção civil;

5) O ritmo de criação de emprego formal desacelera e começa a ficar relevante a quantidade de empregados pelo regime de trabalho intermitente, o que suscita pelo menos uma dúvida séria sobre a qualidade do trabalho oferecido com carteira assinada.

Uma das categorias de emprego que crescem de modo mais rápido e relevante é o "por conta própria", 23,9 milhões das 92,5 milhões de pessoas ocupadas. Destas "por conta", 19,2 milhões não têm CNPJ. São informais de quase tudo.

Com razão, a gente se preocupa com o que vai ser das pessoas formalmente empregadas por trabalho intermitente. Por ora, são cerca de 10% dos novos empregos formais. Foi assim em 2018 (cerca 50 mil empregos intermitentes); foi assim em janeiro de 2019.

Não sabemos mesmo se essas pessoas de fato estão trabalhando, quanto ganham, como fica sua situação na Previdência (há um vácuo jurídico). Mas, repita-se, foram 50 mil contratados por essa invenção da reforma trabalhista. De um ano para cá, apareceram mais 400 mil pessoas ocupadas na categoria "por conta própria sem CNPJ".

As estatísticas não são diretamente comparáveis (o intermitente aparece nos registros do Caged, o "por conta" nas amostras da Pnad do IBGE). Mas é possível notar a diferença de ordem de grandeza e a relativa indiferença do público em relação aos "por conta sem CNPJ" (para nem falar dos empregados sem carteira assinada)

Temos, pois, um problema de conjuntura que mal deixou de ser dramático combinado a uma bomba armada de gente desprotegida pela Previdência.

A criação de emprego formal cresceu ao ritmo anual de 1,2% em janeiro de 2019. Para refrescar a memória, a construção civil chegou a perder 33% de seus empregos formais. As indústrias extrativa e de transformação, algo na casa de 14%.

Os "por conta própria", empregados sem CLT e mesmo empregados sem CNPJ são ainda parcelas crescentes do conjunto dos empregados. Não sabemos bem o que fazem os "por conta" nem de suas preferências de trabalho _são dos mais mal pagos. Para alguns otimistas, não se trata apenas de arranjo conjuntural, bico na crise, mas de gente que prefere se empregar de outro modo, "novas modalidades de trabalho que não são emprego".

Por outro lado, sabemos é que empresas estão ociosas, com medo de contratar, de investir. Pode ser que algumas tenham se renovado e, estruturalmente mais enxutas, precisem de menos trabalho, tudo mais constante.

Seja qual for a combinação de crise de conjuntura e problemas estruturais, mesmo manter esse ritmo de crescimento ínfimo pode ficar difícil.
Herculano
06/03/2019 07:05
BOLSONARO CONTRA 000, por Carlos Brickmann

As notícias são boas: no primeiro mês do Governo Bolsonaro, as contas públicas tiveram R$ 30,2 bilhões de superávit - o segundo melhor da série histórica dos meses de janeiro; os dois principais projetos de reforma, de combate ao crime e da Previdência, já estão no Congresso para debate; e até novidades mal apresentadas, como o Hino Nacional obrigatório para os alunos de escolas públicas, tiveram boa aceitação, cortadas as ilegalidades.

Tudo bem? Não: há gente no Congresso calculando o valor de seu apoio às reformas. Se não gostarem do lanchinho, farão tudo para derrubá-las. Mas faz parte do jogo: há até quem chame isso de "fazer política".

O maior problema para Bolsonaro é que, embora tenha dito que os filhos não mandam no Governo, eles criam problemas. Eduardo, o filho 03, foi aos EUA apoiar o muro de Trump - apoio que, com o qual ou sem o qual, o mundo seria tal e qual. Flávio, o filho 01, levou para dentro do Governo um problema, tecnicamente chamado de "Rachid", que era de fora. E o filho 02, Carlos, solta tweets contra sabe-se o que, ou quem. Exemplo:

"Ativistas LJYZ, meia dúzia de piçoulentos fedorentos, rede bobo e os mesmos bandidos que quase transformaram o Brasil numa Venezuela tentam desgastar Bolsonaro desde o primeiro dia de seu governo, mesmo que números e fatos mostrem o contrário. O Brasil é maior que esta escória!"

Com três Zeros querendo defender o pai, mas jogando contra, é difícil.

PALAVRAS DE UM SÁBIO

Octavio Frias de Oliveira, o notável empresário que transformou a Folha no maior jornal do país, sempre dizia que, depois de ganha a discussão, é hora de tirar a nota fiscal e não falar mais do assunto, para não dar chance ao comprador de se arrepender. Bolsonaro ganhou a eleição e pronto: caso encerrado. Já não é mais candidato, agora é presidente. Mas o presidente, como os Três Zeros, gosta de brigar. Agora a briga é com Daniela Mercury e Caetano Veloso, a respeito da Lei Rouanet. Briga por Twitter, claro: "Dois 'famosos' acusam o Governo Jair Bolsonaro de querer acabar com o Carnaval. A verdade é outra: esse tipo de 'artista" não mais se locupletará da Lei Rouanet".

Não importa se tem razão ou não: que é que ganha vencendo uma disputa com Caetano e Daniela? É só ignorá-los e pronto.

MATANDO E CRIANDO

Estamos bem de imprensa: dois noticiosos on-line informaram que a Igreja decidiu abrir os arquivos secretos do papa Pio 13. Deve ser tudo tão secreto que ninguém mais sabia que houve um papa Pio 13. O último Pio a ser papa foi Pio 12. E, enquanto os noticiosos on-line previam o futuro, um grande jornal não foi capaz de prever o passado: nesta semana, incluiu entre os falecidos um excelente repórter, Vital Battaglia, que continua vivo e com saúde. Deveriam saber disso: Battaglia foi um dos astros da empresa.

TIRO AO TUCANO

Prisão de Paulo "Preto" Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB de São Paulo, oito processos (com pedido de prisão) contra Marconi Perillo, ex-governador de Goiás, e outro problema surgindo: a Rodonorte, empresa do grupo CCR, prepara delação premiada que, dizem, envolve o ex-governador Beto Richa. Há histórias de entrega de malas de dinheiro no palácio, no Tribunal de Contas e na Associação dos Concessionários.

LAVA JATO, CRESCENDO

A Lava Jato da Educação, que o presidente Jair Bolsonaro anunciou no início da semana, deve investigar inicialmente o Fundo Nacional da Educação, FNDE, que controla quase metade das despesas federais na área. O FNDE gasta algo como R$ 57 bilhões em merenda, material didático, compra de ônibus para transporte escolar, financiamento de creches, complemento de verba para escolas, etc. A Lava Jato da Educação é um trabalho conjunto dos ministros Sérgio Moro e Ricardo Vélez Rodríguez.

LAVA JATO, EM RISCO

Atenção: na quarta-feira que vem, o Supremo Tribunal Federal deve decidir se passa para a Justiça Eleitoral todos os casos em que tenha havido Caixa 2, não importa que outros delitos tenham sido denunciados. Raquel Dodge, a procuradora-geral da República, defende que os processos sejam separados: aqueles que envolvam crimes eleitorais, como o Caixa 2, iriam para a Justiça Eleitoral; outros crimes, como propina, lavagem de dinheiro, corrupção em geral, continuariam com a Justiça Federal. Caso os processos passem para a Justiça Eleitoral, que não está preparada para julgar casos que não sejam eleitorais, a tendência é que os processos se prolonguem e as penas sejam mais próximas das que punem irregularidades de campanha.

COMEÇAR DE NOVO

Há um outro problema: a possibilidade de pedidos de revisão de penas já decididas, considerando-se que a lei retroage em benefício dos réus. Não há ainda nenhuma avaliação das tendências dos ministros do Supremo.
Herculano
06/03/2019 06:53
CRIVELLA QUER O PORTO JOGATINA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Cariocas são obrigados a suportar fantasias e empulhações do prefeito do Rio

Num mesmo dia, o prefeito Marcelo Crivella disse que "o Rio de Janeiro é o epicentro da corrupção" e anunciou um futuro radiante para o projeto do Porto Maravilha. Prometeu R$ 10 bilhões em investimentos com a construção de duas torres de hotéis, um centro de convenções e... um cassino.

O prefeito do "epicentro da corrupção" defende a legalização da jogatina para salvar um projeto megalomaníaco atolado na zona portuária da cidade. Isso num estado que tem dois governadores presos, e foram apanhados em roubalheiras dezenas de deputados, secretários do governo e conselheiros do Tribunal de Contas. Dois cardeais da sacrossanta Arquidiocese de d. Eugênio Salles viram suas atividades tisnadas por malfeitos de pessoas que lhes eram próximas. Tudo isso sem que o jogo seja legalizado.

Um policial militar que trabalhou com a família Bolsonaro e orgulhou-se de "fazer dinheiro" ainda não ofereceu uma versão consistente para explicar suas movimentações financeiras. Um capitão da tropa de elite da PM teve a mãe e a mulher empregadas no gabinete do filho do presidente. Alcunhado "Caveira", o oficial foi expulso da corporação e está foragido. Ele era donatário de uma milícia da cidade.

O Rio de Janeiro elegeu um juiz para o governo do estado. Outro policial, que se apresentava como seu consultor para assuntos de segurança, está na cadeia, acusado de extorsão. Na última eleição esse policial foi candidato a deputado federal pelo partido do governador. O filho do presidente homenageou-o numa sessão da Assembleia Legislativa.

Sem cassinos, o Rio já está assim. Nenhuma pessoa de boa-fé pode acreditar que alguma coisa melhorará com estímulos à jogatina e a abertura de lavanderias de dinheiro. Ao crime organizado Crivella que juntar o jogo legalizado.

O prefeito não joga, não fuma, não bebe e sabe que está apenas criando uma nova miragem para uma cidade ludibriada por fantasias como as da Copa do Mundo e da Olimpíada. De miragem em miragem o Rio vive uma eterna Quarta-Feira de Cinzas. Crivella sabe que a reabertura dos cassinos depende da aprovação de uma lei pelo Congresso. Conhecendo a tessitura do crime organizado na cidade, dificilmente Jair Bolsonaro perfilhará a legalização do jogo.

No mundo real, a única pessoa tenuemente interessada nas torres e no cassino prometidos por Crivella é o bilionário americano Sheldon Adelson, que tem complexos de turismo e jogo em Las Vegas, Macau e Singapura. Ele começou a trabalhar aos 12 anos (tem 85) e já juntou US$ 33,3 bilhões (R$ 125,7 bilhões).

É um campeão da causa de Israel e a ele se atribui a abertura dos cofres de muitos republicanos para Donald Trump. É também um protetor do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Dele viriam os R$ 10 bilhões imaginados por Crivella.

O Porto Maravilha de Eduardo Paes atolou porque era um projeto demófobo. O Rio da zona portuária nunca poderia ter sido o que é o Puerto Madero argentino, como a Barra da Tijuca nunca será uma Miami. Aquela área está num bairro popular e centenário. Quem quiser conferir, que ande pelas ruas da Gamboa e de São Cristóvão. A megalomania imobiliária encalhou porque foram poucos os interessados em levar suas empresas para lá. Ali, o povo do Rio sempre viveu em casas modestas. Miami é em outro lugar.

Na região do Porto Maravilha construíram-se dois novos museus. A poucos quilômetros dali, pegou fogo o Museu Nacional. (Quarenta anos antes, incendiou-se o museu de Arte Moderna. Ganha um fim de semana em Caracas quem souber de outra cidade com semelhante desempenho.)
Herculano
06/03/2019 06:44
SELETIVO

O vídeo escatológico, vi na minha rede social. Fiz juízo de valor, mas não compartilhei nem o vídeo e nem o juízo da cena-bizarra-verdade.

Um presidente da República que deveria estar focado na busca de empregos para 12 milhões de pessoas desempregadas, melhorar a vida das pessoas pela economia e na retirada dos privilégios dos mais ricos que se aposentam cedo e com salário integral retirado dos 65% mais pobres que se aposentam em média aos 66 anos de idade e com apenas um salário mínimo, dar segurança aos investidores, empresários e empreendedores, combater os criminosos de todos os tipos, vem a público arrumar uma polêmica desnecessária, desviando-se do objetivo dele que é liderar um processo de mudanças estruturais no país.

É algo vergonhoso, perigoso e nos traz muitas dúvidas para quem votou nele. O país não é um circo, onde uma pessoa eleita para colocar o país no rumo do desenvolvimento, estraçalhado por 12 anos de governos petista, perca essa oportunidade e de uma certa forma, faça igual ao que prometeu mudar e para isso recebeu os votos da maioria dos eleitores que foram as urnas em outubro passado.

O presidente não precisa de adversários. Ele é o próprio adversário. E não é de hoje. Quando, afinal, ele enxergará a importância dele para o Brasil e os brasileiros? Wake up, Brazil!
Herculano
06/03/2019 06:34
da série: um presidente que ainda não entendeu o que é ser presidente da República do Brasil. Enxerga problemas em tudo, menos naquilo que é essencial: a sua falta de controle, ou o controle dele pelos filhos, principalmente o que faz o miliciano e terrorista das redes, Carlos, vereador da falida e bandida Rio, onde não trabalha para reverter uma cidade deteriorada sob todos os aspectos políticos, sociais, éticos e morais

O PORNóGRAFO

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro compartilhou um vídeo pornográfico rodado durante o Carnaval.

Nele, um homossexual mostra o próprio traseiro em público e, em seguida, banha-se com a urina de outro homossexual.

O presidente da República se animou com aquelas imagens doentias e tratou de espalhá-las pela internet, destacando seu conteúdo didático.
Herculano
05/03/2019 10:32
HISTóRIA CONTADA POR QUEIROZ FARIA UMA BOIADA INTEIRA DORMIR, por Ranier Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Encrenca da família Bolsonaro é das grandes, não importa foro ou proteção do cargo

Nos anos 90 o deputado João Alves gravou o nome no panteão das desculpas mais esfarrapadas da história ao justificar como ajuda divina os mais de 200 bilhetes de loteria premiados - o que para a CPI da época não passou de lavagem do dinheiro desviado do Orçamento.

Mais ou menos na mesma época foi a vez de o governo Collor revelar ao mundo que um empréstimo no Uruguai explicava o alto padrão de vida do presidente, não o esquema operado pelo ex-tesoureiro PC Farias.

Mais recentemente Eduardo Cunha (MDB) também brilhou ao atribuir fortunas encontradas na Suíça à sua desenvoltura como vendedor de carne enlatada para a África em um passado muito, muito distante.

Agora, o ex-policial militar Fabrício Queiroz nos brinda com o depoimento por escrito enviado ao Ministério Público antes do Carnaval.

Se foi isso que ele conseguiu produzir em mais de 50 dias, a encrenca em que se meteu a família Bolsonaro parece não ser das pequenas.

Sim, família Bolsonaro. Por mais que o presidente da República tente fazer de conta que nada tem a ver com a história, ele viu cair na conta da mulher pelo menos R$ 24 mil, além de ter empregado em seu próprio gabinete uma filha de Queiroz, aquela que, na verdade, era conhecida como personal trainer no Rio.

Assim como Queiroz, Bolsonaro ou não explica, ou pede para "falar sério" ou conta histórias que carecem de prova e de lógica. Por enquanto o presidente está protegido pelo cargo, pela popularidade e pelos que enxergam corrupção em todo lugar, menos a um palmo do nariz.

Queiroz, em resumo, disse que gerenciava parte do salário dos colegas para poder contratar informalmente mais gente para Flávio Bolsonaro, que nada sabia. Em 50 dias, o ex-PM saiu de ás do ramo automobilístico -versão inicial- para "headhunter" da periferia. Consta que o Ministério Público considerou frágil a explicação. O que denota uma admirável generosidade. A versão de Queiroz precisa melhorar muito ainda para atingir o selo "frágil".
Herculano
05/03/2019 10:27
LAVA JATO DA EDUCAÇÃO MIRA OS BILHõES DO FNDE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Lava Jato da Educação, destacada nesta segunda (4) pelo presidente Jair Bolsonaro, dedica especial atenção aos negócios que se formaram em torno do fabuloso orçamento anual de R$56,7 bilhões Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), quase metade de todos os gastos com educação pelo governo federal. O FNDE banca merenda escolar, livro didático, compra ônibus para transporte escolar, financia creches, dá dinheiro às escolas etc.

TEM PRA TODO MUNDO
A Lava Jato da Educação investiga, por exemplo, a concessão ilegal de bolsas de ensino a distância e maracutaias em universidades federais.

ACORDO COM MORO
A investigação no âmbito do MEC nasceu de acordo firmado entre os ministros Ricardo Vélez Rodríguez (Educação) e Sergio Moro (Justiça).

INSTRUMENTOS DE DESVIOS
Vélez Rodríguez diz que a ideia é apurar desvios praticados por quem usou o MEC e as suas autarquias como instrumentos para desvios.

CORRUPÇÃO BRABA
Além do presidente, Carlos Bolsonaro também publicou mensagem prevendo escândalo no MEC para Lava Jato nenhuma botar defeito.

CONSELHO DE ÉTICA DO SENADO PAROU EM 2017
A última vez que o Conselho de Ética do Senado funcionou foi em 27 setembro de 2017, quando senadores discutiam se atitudes do (agora) ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ) de "perturbação" de sessão do próprio Conselho se encaixaria como quebra de decoro parlamentar. O relatório nem sequer foi votado. Na Câmara, o Conselho de Ética parou em dezembro de 2018, com o caso Lúcio Vieira Lima (MDB-BA).

TEMPO PERDIDO
O Conselho de Ética da Câmara discutia se iria punir o (agora) ex-deputado Lúcio Vieira Lima pelo envolvimento na Lava Jato.

NO SENADO
A última vez que o Conselho de Ética do Senado puniu um parlamentar foi Delcídio Amaral (ex-PT), enrolado em tentar atrapalhar a Lava Jato.

CÂMARA IDEM
Em 2016, quando o Senado cassou Delcídio, o Conselho de Ética e o plenário da Câmara cassaram o mandato de Eduardo Cunha.

ESPERTEZAS DE CARNAVAL
O presidente da Vale, Fábio "Já vai tarde" Schwartzman, e diretores escolheram o sábado de Carnaval para pedir demissão, quando todo o noticiário era dominado pelas festas, a Bolsa de Valores não opera, e a mineradora que matou 320 pessoas não receberia tanta atenção.

PERSEGUIÇÃO SóRDIDA
O ex-ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira sofre perseguição sórdida acusado de assinar portaria que "atenta contra os direitos humanos". Lorota. É perseguido por ter sido um dos lideres da reforma trabalhista.

BATEU, LEVOU
O chanceler Ernesto Araújo já não deixa os críticos sem resposta. Em artigo no site Diário do Poder, ele critica o ex-presidente FHC, defensor do "consenso infame", tipo "maria-vai-com-as-outras", que favoreceu a corrupção e o enfraquecimento militar e fez do País anão diplomático.

MADURO 'PISCOU'
O retorno de Juan Guaidó em segurança a Caracas prova que a ditadura já não tem controle total sobre o país. Mais que isso, mostrou que o decadente tirano Nicolas Maduro "piscou".

INTERESSE ABAIXO DE ZERO
O tríplex mais famoso do Brasil não tem atraído curiosos como era de se esperar. Leitor brasiliense que visitou o Guarujá no Carnaval foi ao edifício Solaris ficou decepcionado: "Ninguém tirando foto", ironizou.

ELEVADORES FUNCIONAM
O governo de Goiás admite faturas em atraso com a empresa de manutenção, mas garante: ao contrário do que afirmam servidores, à exceção de um, elevadores do centro administrativo estão funcionando.

HOTEL É COISA DO PASSADO
Só no Brasil existem quase 220 mil casas, apartamentos ou quartos disponíveis para aluguel no aplicativo Airbnb. O número representa quase 10% dos leitos de hotel no país (2,4 milhões, diz o IBGE).

TER NÃO É EXERCER
As saídas de Adriana Ancelmo, de Sérgio Cabral, para cuidar dos filhos e de Lula para o velório do neto mostraram que quem tem advogado caro exerce mais direitos que os dependentes da Defensoria Pública.

PENSANDO BEM...
...para certos políticos, ressaca pior que a do Carnaval, só a moral.
Herculano
05/03/2019 10:21
CLASSIFICADO

O telefone do superintendente da Defesa Civil de Gaspar, Evandro de Mello do Amaral, foi roubado neste final de semana.No litoral

Herculano
05/03/2019 10:16
da série: o governo vai depender da mídia tradicional, dos comentaristas especialistas da mídia tradicional para superar os entraves das guildas que dominam as redes sociais

MÍDIAS SOCIAIS NÃO DEVEM AJUDAR REFORMA DE BOLSONARO, por Pedro Ortellado, professor do curso de gestão de políticas públicas da USP, para o jornal Folha de S. Paulo

Embora haja grande expectativa que Bolsonaro use domínio das mídias sociais para aprovar a reforma, terreno favorece a oposição

Há grande expectativa no meio político sobre a promoção da reforma da Previdência nas mídias sociais. Na campanha para presidente, Bolsonaro mostrou que com uma estratégia bem desenhada para mídias sociais era possível sobrepujar uma larga desvantagem em recursos tradicionais como verbas de campanha, tempo de propaganda na TV e palanque nos estados. Mas muitas das condições que permitiram o sucesso da campanha eleitoral de Bolsonaro não estão presentes na campanha pela reforma da Previdência.

Para que a informação se propague nas mídias sociais, é preciso que a mensagem mobilize sentimentos fortes no receptor.

Na TV ou num jornal, as mensagens são distribuídas para receptores "passivos", de maneira unidirecional, independente do conteúdo. Nas mídias sociais, as mensagens não se propagam assim. Para que se difundam, precisam despertar sentimentos (de medo, indignação, entusiasmo) que levem receptores a apertar o botão de reenviar numa cadeia viral sucessiva. É por isso que mensagens "frias" (informativas, reflexivas ou apenas desinteressantes) se difundem de maneira muito limitada nas redes.

A campanha eleitoral de Bolsonaro foi bem-sucedida em mobilizar sentimentos negativos fortes, como a ojeriza a partidos, de um lado, e, de outro, o medo do feminismo e do movimento LGBT, vistos como ameaças à família. Seria possível reproduzir a estratégia numa campanha de apoio à reforma da Previdência?

De maneira geral, mídias sociais são refratárias a campanhas como essa. Embora seja possível persuadir alguns cidadãos da necessidade de mudar as regras da aposentadoria, não é razoável esperar que a mensagem de que vamos ter que contribuir mais, trabalhar por mais tempo e receber um valor menor gere entusiasmo suficiente para ser reencaminhada numa cadeia sucessiva.

Como a tentativa de reforma no governo Temer demonstrou, o terreno favorece a oposição. Ela pode explorar a indignação e a frustração que certamente surgirão e mobilizar esses sentimentos para barrar diversas propostas ou, no limite, impedir a aprovação.

Por outro lado, pode ser que uma campanha engenhosa consiga despertar sentimentos de indignação contra a aposentadoria de políticos e juízes, entendidas como privilégio. Pode ainda sobrecarregar a economia da atenção com controvérsias em outros temas que tirem o foco da Previdência durante o período mais crítico da tramitação no Congresso.

De todo modo, o terreno é bastante adverso e o governo vai precisar pagar por propaganda e contar com o apoio espontâneo dos meios de comunicação de massa que tanto despreza.
Herculano
05/03/2019 10:01
"NOVOS" DEPUTADOS CATARINENSES GASTAM R$4 MILHõES POR MÊS DOS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS COM EMPREGADOS NOS SEUS GABINETES NA ALESC E BASES ELEITORAIS

Um levantamento dos CDLs de Santa Catarina e distribuído num grupo de 24 associados, mostra a dura realidade de como os nossos pesados impostos vão pelo ralo, e que nem a renovação, foi capaz de mudar essa realidade na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

O informe dá conta que "conforme Portal de Transparência da ALESC,foram relacionados o número de servidores e os valores gastos com pessoal em cada gabinete de Deputado Estadual Catarinense.

Lembrando que os subsídios mensais de cada parlamentar é R$ 25.322,25.

Serão elencados os valores com gastos de pessoal, excluídos os subsídios do parlamentar.

Segue o ranking, como dito, observando gastos com pessoal:

1o. Sargento Lima do PSL com 7 servidores - R$ 36.986,09

2o. Jesse Lopes do PSL com 10 servidores - R$ 45.342,92

3o. Bruno Souza do PSB com 12 servidores - R$ 48.999,32

4o. Altair Silva do PP com 14 servidores - R$ 58.185,73

5o. Marcius Machado do PR com 12 servidores - R$ 61.713,49

6o. Sergio Motta do PRB com 18 servidores - R$ 63.103,09

7o. Nazareno Martins do PSB com 14 servidores - R$ 66.289,27

8o. Coronel Mocelin do PSL com 11 servidores - R$ 72.952,54

9o. Moacir Só pelas do MDB com 17 servidores - R$ 76.236,42

10 Luiz Fernando Vampiro do MDB com 10 servidores - R$ 78.859,05

11 Nilson Berlanda do PR com 17 servidores - R$ 80.933,70

12 Fabiano da Luz do PT com 18 servidores - R$ 89.475,96

13 Paulinha do PDT com 22 servidores - R$ 91.116,29

14 Milton Hobus do PSD com 8 servidores - R$ 92.384,65

15 Ivan Naatz do PV com 19 servidores - R$ 92.957,07

16 Ana Campagnolo do PSL com 12 servidores - R$ 94.550,05

17 Laercio Schuster do PSB com 15 servidores - R$ 95.804,00

18 Felipe Estêvão do PSL com 17 servidores - R$ 97.620,51

19 Dr Vicente Caropreso do PSDB com 20 servidores - R$ 99.627,77

20 Ricardo Alba do PSL com 21 servidores - R$ 102.636,87

21 Júlio Garcia do PSD com 14 servidores - R$ 104.043,30

22 Neodi Saretta do PT com 21 servidores - R$ 105.836,26

23 Jair Miotto do PSC com 21 servidores - R$ 106.027,33

24 Marcos Vieira do PSDB com 19 servidores - R$ 109.687,30

25 Volnei Weber do MDB com 12 servidores - R$ 111.320,05

26 Rodrigo Minotto do PDT com 21 servidores - R$ 111.552,01

27 Fernando Kreilling do MDB com 19 servidores - R$ 113.716,85

28 Luciane Carminatti do PT com 18 servidores - R$ 117.128,29

29 João Amin do PP com 22 servidores - R$ 118.118,88

30 Ismael dos Santos do PSD com 22 servidores - R$ 118.963,80

31 Kennedy Nunes do PSD com 21 servidores - R$ 125.669,52

32 Romildo Titon do MDB com 19 servidores - R$ 125.982,89

33 Valdir Cobalchini do MDB com 19 servidores - R$ 126.371,27

34 Padre Pedro Baldissera do PT com 23 servidores - R$ 127.328,70

35 Jerry Comper do MDB com 21 servidores - R$ 127.614,25

36 Ada de Luca do MDB COM 19 servidores - R$ 128.003,83

37 Marlene Fengler do PSD com 22 servidores - R$ 141.709,63

38 José Milton Scheffer do PP com 22 servidores - RS 161.750,44

39 Mauro de Nadal do MDB com 15 servidores - R$ 164.721,57

40 Maurício Escudlark do PR com 24 servidores - R$ 173.542,18.

O texto conclui: "Então ... São 689 servidores nos gabinetes dos 40 deputados ao custo mensal de R$ 4.064.863,14.

Na soma não estão inclusos os 40 deputados e os demais servidores da Assembleia Legislativa Catarinense; ou seja, o valor pago pelos contribuintes ainda é maior.

Concluindo, as velhas práticas políticas com alguns novos nomes.

Ainda, interessante calcularem a média mensal de cada gabinete com os gastos de pessoal.

Em breve mais números: combustíveis, diárias, restaurante, telefone, etc".
Herculano
05/03/2019 09:47
da série: os hackers contribuindo para ampliar o número de leitores e a credibilidade de veículos e colunistas, para além da audiência orgânica. Tempos de trevas, que a globalização da comunicação deixa menos tenebrosa

HACKERS ATACAM TEXTO DO BLOG DE REINALDO AZEVEDO SOBRE SOLIDARIEDADE A LULA

Publicação do jornalista foi invadida e retirada do ar após ação no fim da tarde de domingo (3)

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Um texto do jornalista e escritor Reinaldo Azevedo, publicado em seu blog no sábado (2), foi retirado do ar pela ação de hackers no fim da tarde de domingo (3).

O jornalista, que é colunista da Folha, afirmou que, por precaução, todo o blog foi retirado do ar após o ataque ao texto em que ele expressou solidariedade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à família do petista pela morte do neto Arthur, 7.

"Invadiram em particular o post que eu escrevi sobre o Lula e a morte de seu neto e lamentava a exploração política vil feita em redes sociais. Houve quem comemorasse a morte de uma criança, o que me parece ultrapassar qualquer limite imaginável da estupidez. E foi justamente esse texto que foi tirado do ar", disse.

O blog é hospedado no site da RedeTV!. Procurada, a emissora não se manifestou até a conclusão deste texto - segundo Azevedo, técnicos trabalhavam para recuperar o material e colocá-lo de volta ao ar.

No lugar do texto sobre Lula, os hackers deixaram uma mensagem avisando que o post tinha sido alvo de ataque.

Na publicação, Azevedo dizia ter compaixão e solidariedade em relação a Lula.

"Não estou aqui a fazer uma leitura política do acontecimento doloroso que colheu a família de Lula, com a morte do menino Arthur, seu neto, de apenas sete anos. Enveredar por esse caminho seria reduzir a dor do avô, do pai, da mãe, dos familiares. Expresso a solidariedade de quem, sendo pai e avô ainda futuro, sente no peito a angústia insuportável só de imaginar o que nem digno de imaginação deveria ser", escreve.

No texto, o jornalista ainda critica manifestações nas redes sociais sobre o caso e menciona o tuíte do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL). O filho do presidente Jair Bolsonaro escreveu que a saída de Lula da prisão para o velório "só deixa o larápio em voga posando de coitado".

Segundo Azevedo, o texto tornou-se um dos mais lidos do blog após viralizar na internet. O jornalista é conhecido pelas críticas ao petismo e a Lula, ainda que defenda que o ex-presidente foi condenado sem provas e também não seja alinhado ao bolsonarismo.

"Eu continuo sendo um nome alinhado com o liberalismo, que é considerado de direita. [...] E não tenho simpatia pelo bolsonarismo. Sou um crítico do governo. Mas não vou atribuir ao bolsonarismo isso que aconteceu", disse à Folha.

"Mas um registro eu faço: eu sou muito crítico do petismo e, em quase 14 anos de PT no poder, meu blog nunca foi hackeado. E no terceiro mês de Bolsonaro, o blog foi hackeado. Insisto: não estou atribuindo ao governo Bolsonaro, porém acho que existe o que Umberto Eco chama de metafísica influente, que hoje em dia está para isso, para silenciar aqueles que divergem. E eu divirjo profundamente de algumas coisas desse governo", afirmou.

"Eu sei que quem tirou o post do ar não gostava do que estava lá escrito. E dá para saber quem tinha motivos para gostar e quem não tinha", completou o jornalista.

Azevedo vai relatar o caso às autoridades, mas acredita que não será efetivo. "Dificilmente se consegue chegar à origem disso", disse.

Veja abaixo a íntegra do texto do blog de Reinaldo Azevedo:

Lula e a dor inominável do herói trágico: expresso aqui a minha solidariedade e explico por que o faço também por mim

Há milhões de brasileiros sofrendo neste exato momento pelas mais variadas razões. Podemos vislumbrar a dor de Lula porque ele é uma figura pública. Quem conhece a estrutura da tragédia clássica - recomendo aos que ignoram o assunto uma pesquisa - constata: ninguém jamais experimentou no Brasil, como ele, todos os relevos da vida do herói trágico. Já neste ponto, um desses idiotas do dedo rápido, sem nem o cuidado de abrir uma janela e procurar no Google o sentido da expressão "herói trágico", sai vociferando: "Olhem o Reinaldo chamando Lula de herói..." A besta ao quadrado não se dá conta de que herói, na acepção de que trato, é um termo carregado de ambivalências.

Como acontece sempre, Fernando Pessoa sintetizou melhor do que outro qualquer o sentido do destino heroico, nesse particular sentido, no segundo poema de "Mensagem":

Os Deuses vendem quando dão.
Compra-se a glória com desgraça.
Ai dos felizes, porque são
Só o que passa!

Baste a quem baste o que lhe basta
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta:
Ter é tardar.

Foi com desgraça e com vileza
Que Deus ao Cristo definiu:
Assim o opôs à Natureza
E Filho o ungiu.

Não estou aqui a fazer uma leitura política do acontecimento doloroso que colheu a família de Lula, com a morte do menino Arthur, seu neto, de apenas sete anos. Enveredar por esse caminho seria reduzir a dor do avô, do pai, da mãe, dos familiares. Expresso a solidariedade de quem, sendo pai e avô ainda futuro, sente no peito a angústia insuportável só de imaginar o que nem digno de imaginação deveria ser.

Reitero: não há política aqui. Quando quero e acho pertinente, faço esse debate. Vivemos tempos de um notável emburrecimento. Lamento que idiotas convictos achem incompreensível que eu possa ser um adversário intelectual - nunca "adversário político" porque não faço política - do petismo e afirme, sem ambiguidades, que Lula foi condenado sem provas. E, por óbvio, sempre aceito a contestação: mas então que indiquem as páginas da sentença de Sérgio Moro - o juiz da condenação e hoje ministro do presidente com quem Lula não pôde concorrer em razão da condenação do juiz que virou ministro... - em que elas estão listadas. Ninguém o fará porque as provas não estão lá. "Disse que não trataria de política, mas está tratando, né?" É só para deixar claro que não fujo ao tema. Volto ao eixo deste post.

É verdade! Lula não é o primeiro a passar por essa dor. Todos os dias avôs perdem netos no Brasil. E não temos a chance de nos comover ou nos solidarizar porque não ficamos sabendo. Esse caso, envolvendo o menino Arthur, ganha relevo por ser o avô quem é. Usar, no entanto, os sofredores anônimos como justificativa para a impiedade, para a falta de empatia, é moralmente asqueroso. Há mais: manifestações detestáveis nas redes sociais assombram pela crueldade, pela estupidez, pela violência retórica.

Subjacente aos comentários indecentes, há o suposto combate à corrupção. Quem quer viver num mundo comandado por pessoas que, na pele de defensores implacáveis dos bens públicos, celebram a morte de uma criança porque também esse evento seria mais um justo castigo ao avô? Quem quer ter um Eduardo Bolsonaro como guia do seu humanismo? O seu tuíte restará como um emblema destes tempos. Escreveu: "Lula é preso comum e deveria estar num presídio comum. Quando o parente de um outro preso morrer, ele também será escoltado pela PF para o enterro? Absurdo até se cogitar isso. Só deixa o larápio em voga posando de coitado".

Comentei a barbaridade no programa "O É da Coisa". E disse a verdade ao afirmar que, ao ler tal mensagem, não senti repúdio intelectual apenas, mas também ânsia de vômito. Não era metáfora. Não era hipérbole. Era vontade de vomitar. Não que ele fizesse feio diante do pai. Indagado, certa feita, se achava que Dilma terminaria o mandato, Bolsonaro afirmou: "Eu espero que acabe hoje, infartada ou com câncer, de qualquer maneira". Ah, claro, ele fez essa afirmação porque estaria preocupado com o Brasil.

Ignorar a dimensão profundamente humana da tragédia familiar não concerne à política, mas à psicologia. Só posso lhes dar um conselho, leitores: mantenham distância de pessoas assim. É bem provável que sejam psicopatas. A ignorância política tem cura; a psicopatia não.

Que Lula encontre força para se levantar, qualquer que seja o destino que lhe reserve a Justiça.

Há muitas pessoas que sofrem. Lula é hoje uma pessoa que sofre como poucas.

Tem a minha solidariedade. Sim, eu a expresso aqui por ele e por sua família, ainda que lhes possa ser irrelevante. Mas faço isso também por mim.

Porque há um momento em que só podemos ser salvos pela compaixão.

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