05/03/2019
Como as coisas mudam! A prefeitura de Gaspar acaba de mandar para a Câmara, a resposta ao requerimento 12 do vereador Roberto Procópio de Souza, PDT. O vereador não questionava – como se fez num bairro mapeado para expansão demográfica pelo remendado Plano Diretor - o fechamento da escola multiseriada Augusto Schramm, no Macucos, mas se já há um destino para aquele edifício recém reformado pela iniciativa privada, como a criação de uma creche.
Para lembrar: Procópio é aquele vereador que liderou a oposição e a tornou maioria contra o governo Kleber Edson Wan Dall em 2018, elegendo o então governista, Silvio Cleffi, PSC, presidente da Câmara. Procópio é aquele vereador que com essa vantagem, colocou a faca nos dentes e foi à Justiça - e ele estava certo, nisso e comentei favorável na época à ação que executou – para com mandado de segurança obrigar Kleber responder os requerimentos dos vereadores que o governo cozinhava no gabinete, atrasando-os ou respondendo-os de forma esperta pela metade, para irritar ou ganhar tempo naquilo que não queria responder. Procópio conseguiu até trazer a NSC de Blumenau para fazer uma entrada ao vivo da Câmara em Gaspar no “Jornal do Almoço”.
Pois é, Roberto que já foi o homem forte do governo petista de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa – hoje vereadora – depois de tudo isso, virou a casaca, é agora o mais novo alinhado incondicional do governo Kleber como se isso fosse desde criancinha. Instalou os seus no governo e ganhou a preferência nas respostas dos requerimentos que faz, onde levanta a bola da atual administração para ela fazer gols no ângulo, apesar do governo ter faltado com ele – não na disposição, mas na má articulação – na promessa e pretensão de ser o presidente da Câmara, vencida por Ciro André Quintino, MDB.
Por outro lado, o governo de Kleber pouco mudou no tratamento com a oposição. Depois de experimentar os desgastes públicos dos mandados, Kleber pouco se arrisca em atrasar os pedidos de informações nos requerimentos dos vereadores, a não ser dos seus como o de Franciele Daiane Back. Entretanto, continua enrolando na preferência, nos prazos e nos dados incompletos, para dessa forma, ganhar tempo e irritar os solicitantes.
MAIS TEMPO NAQUILO QUE DEVIA ESTAR DISPONÍVEL ON-LINE PARA A SOCIEDADE
Está na pauta da sessão da Câmara desta quarta-feira – hoje é feriado de Carnaval e ontem também foi na Casa do Povo – registro de três ofícios de Kleber pedindo mais 15 dias a partir do dia 26 de fevereiro, para responder os requerimentos de número cinco e nove, do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT e o de número oito, da bancada petista feita por Mariluci Deschamps Rosa, Rui Carlos Deschamps e o próprio Dionísio.
Todos assuntos desses três requerimentos foram amplamente tratados aqui. Todas as respostas pedidas, são apenas documentações simples que deveriam acompanhar os processos e estarem disponíveis não para entregar em forma de respostas aos requerimentos dos vereadores, mas para estarem acessíveis ao público no Portal da Transparência – alguns deles até estão e foi de lá que surgiram as dúvidas – e por causa deles até, fez o Portal sair do ar. Como dizia Tancredo Neves, a esperteza quando é demais, come o dono.
O requerimento nove pediu: “a quem pertence o terreno, conforme as fotos, e onde foram descartados os paralelepípedos da Rua Frei Solano? Explicações para o descarte dos paralelepípedos em terreno localizado no loteamento nas margens da Rua Fernando Krauss, ao lado do Loteamento Novo horizonte? Conforme o princípio da eficiência, por que o paralelepípedo não foi utilizado para calçamento em vias não pavimentadas? Quem autorizou o descarte do referido patrimônio público? O loteamento foi aprovado junto à Prefeitura? Encaminhar cópia do projeto. O terreno tem licença ambiental para aterro com paralelepípedo? (Enviar documento comprobatório). Este mesmo tema foi tratado aqui neste espaço no dia 11 de fevereiro sob o título: “O dinheiro dos pesados impostos do povo é desperdiçado em Gaspar”
Ou seja, um requerimento deve ser respondido em 15 dias. A dilação é possível. Pedir prazos e comunicar que há dificuldades para responde-los é parte do relacionamento, responsabilidade e também da enrolação por meio do jogo burocrático e político. Agora, qual a razão para atrasar tanto uma resposta tão simples? Por ineficiência? Por ter feito errado, no improviso e não possuir argumentação sólida para a decisão gerencial que tomou? Por que não possui a documentação mínima que está se pedindo e que suporta toda a ação pública? Meu Deus!
ESCONDENDO O JOGO?
O requerimento cinco trata daquelas barbaridades que foram estão sendo cometidas nas obras de drenagens da Rua Frei Solano, no bairro do Gasparinho, e amplamente reportadas aqui em comentários anteriores. A prefeitura não conseguiu, vejam só, reunir fotocópias de documentos que deveriam estar disponíveis em rede e no Portal da Transparência, bem como responder em 15 dias a estas simples, necessárias e óbvias perguntas do vereador, talvez, porque esteja acostumada à cara propaganda em veículos que não possuem audiência ou credibilidade, a discursar e não ser questionada pelos munícipes ou perante à imprensa local que deveria fazer esse papel social de esclarecimento público.
“Cópia do projeto de execução; cópia dos contratos e aditivos; cópia do decreto ou portaria indicando o agente público responsável pela fiscalização de cada obra (Art. 67 da Lei 8666/1993); cópia dos Diários de Obra, individualizados e em ordem cronológica; cópia das Notas de Empenhos e sub-empenhos; cópia das Notas Fiscais (frente e verso e ai eu pergunto o que teria no verso de uma nota fiscal) com relatórios de serviços/materiais; cópia das autorizações de pagamento das respectivas notas de empenho e sub-empenhos”.
O outro atraso envolve diretamente o prefeito de fato, o secretário de Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB de Gaspar. Trata de um assunto delicado, onde o PT conhece como poucos, pois foi na administração petista que se fez a marota intervenção no Hospital de Gaspar – que ninguém sabe dizer de quem é - exatamente para não mandar dinheiro para lá e gerenciar da prefeitura os recursos da Saúde que são usados lá, num sumidouro sem fim, com tramas que podem, dentro da lei, até dispensar licitações.
A bancada petista quer saber e vai ter que esperar pelo menos mais 15 dias por “cópias dos contratos/aditivos de prestação de serviços realizado entre a prefeitura e o Hospital de Gaspar, que estiveram vigentes nos anos de 2017 e 2018, ou seja, no período da atual administração; cópias das notas de empenhos relativos a prestação de serviços realizado entre a prefeitura e o Hospital de 2017 e 2018; cópias das notas fiscais (frente e verso) relativos aos empenhos emitidos, liquidados e pagos pela Prefeitura, decorrentes de prestação de serviços realizados em 2017 e 2018; e cópias das autorizações de pagamento - notas de empenhos, inclusive as autorizações emitidas pela Comissão Interventora, da prestação de serviços realizada pelo Hospital de Gaspar, de 2017 e 2018”.
Mas, a pergunta derradeira é a seguinte: os vereadores que pediram os documentos nos requerimentos cinco, oito e nove, estão pedindo para entisicar Kleber como fez Procópio e depois levou vantagens, ou estão dispostos de verdade e possuem gente capaz, profissional, entendida para analisar estes documentos. Se possuem, estão obrigados a serem transparentes com a sociedade não apenas nos possíveis erros, mas nos acertos – que não deixa de ser uma obrigação do gestor público.
E por que nos acertos? Porque há uma fiscalização. Ela é originada na dúvida de quem entende o processo público, na denúncia fundada se houve, pelas práticas equivocadas, e principalmente, penso, pela falta de transparência do governo com os fiscais do povo – os vereadores – e com a própria sociedade. Então, os vereadores antes do uso político, depois de tudo apurado, devem respostas à comunidade. Acorda, Gaspar!
Na quarta-feira da semana passada, o Samae de Gaspar governado pelo mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, gastou tempo e dinheiro para informar, e pedir mais sacrifícios, aos gasparenses “que devido ao acidente desta manhã, onde uma plataforma derrubou um poste na Rua São Pedro, a região está sem energia incluindo a ETA I do Centro. De acordo com informações, o restabelecimento da energia vai demorar, assim alertamos para a possibilidade de desabastecimento”
Antes de continuar, perguntar não ofende: existe ETA I, que não seja a do Centro? Até no anúncio oficial, mostram desconhecer o que eles próprios administram e se dizem referência nessa gestão
O que este anúncio diz para todos os gasparenses? Que o Samae está aplicando mal os recursos que consegue com o seu “negócio” água tratada, como retorno para os seus clientes e à população. O dinheiro que o Samae diz estar “sobrando” no seu caixa e está desviando para desentupir valas pluviais que viraram esgoto à céu aberto em Gaspar, exatamente porque o Samae se enrola por anos na busca de R$40 milhões a fundo perdido para a implantação da rede de coleta e tratamento de esgotos, deveria estar sendo aplicado em geradores de energia e com eles, movimentar a principal, dependente captação e tratamento de águas e que fica aqui no Centro.
Isso se chama contingência e não apenas para o caso do acidente como o acontecido, mas para épocas de catástrofes ou outras emergências. Falta de planejamento e estabelecimento de prioridades para o cliente que sustenta a autarquia, em algo tão essencial para a cidade, a vida e a saúde. Como alguém pode vir investir aqui, sabendo desse tipo de vulnerabilidade? Vergonhoso.
E não foi só no Centro que o problema surgiu nos últimos dias. Neste final de semana, mais uma vez faltou água potável na região do Distrito do Belchior. Bastou cair um galho de árvore sobre a rede de energia elétrica e todos ficaram à mercê da sorte e do moroso reparo da Celesc – outra quebrada – que estava em ritmo de plantão de Carnaval.
Na área de comentários da coluna no portal Cruzeiro do Vale – o mais antigo, acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota, um leitor desabafou: “enquanto isso, ao invés de comprar geradores, gastam e enterram dinheiro do Samae Inundado em valas. Aliás o executivo joga dinheiro público pelo ralo, pois como se mostrou, fazem serviço mal feito, enterram tubulações sem conhecimento”. Ou seja, a voz do povo não é ouvida pela surdez dos gestores públicos no poder de plantão em Gaspar, ou é combatida nas redes sociais como paga de quem está pendurado nas tetas do governo e é obrigado a isso para sobreviver com negócios ou salários.
Nas redes sociais, multiplicam-se as queixas de gente que pede, suplica e aponta por meses, à necessidade de reparos das ruas esburacadas pelo Samae decorrentes dos consertos das redes. Pior, alegam, que o serviço de ouvidoria, ou de atendimento de queixas do Samae têm prontas desculpas, entre elas, vejam só, de que na semana que vem será resolvido ou de que nem adianta se queixar.
Não aprendeu. No ano passado, o Samae – ou seja, o consumidor, porque isso está embutido no preço da água, lixo e outros serviços -, pagou até indenização de gente que entrou na Justiça depois de danificar o seu carro num desses buracos mal sinalizados e não reparados. No Samae, sabe-se bem a causa disso tudo. Antes eram as equipes do próprio Samae que começavam e terminavam o serviço. Agora, os que terminam são terceiros, que não são fiscalizados nem na obrigação, nem na realização, nem na qualidade do serviço. Do Samae, só a conta cara que manda para todos para se pagar todos os meses.
Implicância minha? Nada! É a realidade. Para encerrar e julgar: a coisa está tão feia no Samae de Gaspar que o macro medidor instalado na ETA da Bateias está desligado; se ligar ele, a ETA não funciona; entra em curto e desarma o disjuntor.
Quer mais? O Samae de Gaspar possui cinco retroescavadeiras e só um operador trabalhando. Deram licença prêmio para um, férias para outro, um pegou uma semana de atestado, e outro está “encostado” por depressão, alegando perseguição. Então o operador de retroescavadeira que sobrou, faz o horário das 7:30 as 23h. Outro prejuízo emocional, trabalhista e de gestão. Acorda, Gaspar!
O que começa torto, não se desentorta tão fácil assim. Como nasceu a Say Muller, aos que não estão familiarizados com o assunto e a empresa? Eleito em 2008 pela segunda vez prefeito de Gaspar, a primeira foi em 2000, Pedro Celso Zuchi com Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, achou que tinha coisa cheirando mal no contrato que o seu antecessor, Adilson Luiz Schmitt, MDB, fez, prolongou e reajustou com a Recicle, de Brusque, para recolher e depositar o lixo de Gaspar.
O que fez Zuchi? Mandou o presidente do Samae, Lovídio Carlos Bertoldi, PT, criar uma empresa e emergencialmente recolher o lixo daqui e dar destinação final. E assim foi feito. Depois de várias tentativas frustradas para conseguir um aterro acabaram usando o depósito da própria Recicle.
Volto. Do nada, foi assim que surgiu a Say Muller, que nunca tinha feito antes esse serviço, não tinha um só caminhão – alugou-os em Curitiba - e nem local preparado e autorizado pelos órgãos ambientais para o transbordo possuía. Com o tempo, a Say Muller por esse serviço provisório, tornou-se qualificada e habilitada à concorrência e que acabou vencendo mais tarde, dando regularidade a este serviço por aqui.
Sempre, tudo esteve sob dúvidas. Mas, o tempo se encarregou do desgaste desse relacionamento entre os donos do PT daqui e a Say Muller.
Brigas políticas, cisão familiar, envolvimento em serviço mal explicado na zeladoria do cemitério municipal de Gaspar, a troca de governo, a sobrevivência em um ambiente de alta concorrência e de dúvidas, agora com expertise, fez com que a Say Muller procurasse outros municípios para atuar e não mais dependesse de Gaspar, onde virava e mexia, alguma coisa fedia.
E por onde a Say Muller passou, quase sempre atuando por meio de lobbies de políticos ou em situação de emergência – a pior delas, pois sempre há disputa pouco ética de bastidores e por consequência, os danos acaba sobrando para quem se dispõe a fazer o serviço de alto risco nessas circunstâncias. Resultado? Por onde passou deixou o fedor contaminar o relacionamento com o poder de plantão, oriundos do jogo arriscado, da concorrência que não dá trégua, da falta de transparência e dos políticos sempre ávidos por coisas mal explicadas.
Tudo isso é manjado. É do jogo jogado e que já deveria ter percebido melhor a Say Muller.
E qual foi a última manchete produzida pela Say Muller em Santa Catarina? “CPI do Lixo em Ituporanga faz primeira reunião e define prazo de 90 dias para fazer as investigações”. A coisa está preta. A denúncia foi feita pelo vereador Leandro May, PSDB, que até o dia 20 de fevereiro, vejam só, era o secretário de Urbanismo, do prefeito Osni Francisco de Fragas, o Lorinho do PSDB.
RECOLHEU-SE MENOS LIXO DO QUE SE PAGOU
Fogo amigo. Leandro era o responsável pela gestão do lixo de Ituporanga e era o autorizador dos pagamentos dos serviços à Say Muller. Alguma coisa deu errada. Ele saiu atirando e fez da Câmara a base desse tiroteio. Ele, inclusive, denunciou que dados oficiais foram apagados dos computadores da secretaria da Fazenda. Ai, ai, ai. Isso virou moda nas prefeituras?
Por causa disso, já se pediu uma perícia nos computadores da prefeitura de Ituporanga e a CPI – instalada com o requerimento unânime dos 11 vereadores de lá – se não conseguir chegar a um resultado nos primeiros 90 dias terá mais outros 90 para concluir.
A prefeitura de Ituporanga, numa nota oficial disse entre outras que: “antes mesmo da instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito, já havia promovido a abertura de Sindicância (n. 224/2019) para investigar os fatos relacionados à regularidade do pagamento dos serviços prestados pela empresa Say Muller, diante do gradativo aumento do volume de lixo recolhido nos últimos meses. Essa situação fez com que o Prefeito Municipal, já no início desse ano, determinasse a suspensão do pagamento de quaisquer valores à referida empresa”. Hum!
O QUE DENUNCIA O EX-SECRETÁRIO E HOJE VEREADOR?
“No dia 11 de fevereiro com ajuda de um ex-funcionário da SAY Muller, consegui identificar que tinha irregularidade na pesagem. O que chamou a atenção foram as diferenças de valores que estavam aumentando mês a mês. Do mês de novembro pro mês de janeiro, aumentou quase R$ 26 mil. Aí fui atrás do secretário da Fazenda para tentar saber o que estava acontecendo, e o mesmo ainda disse, será que não estão levando junto a areia que as mulheres varem do asfalto? Só que não era isso”, relatou May, na sessão da Câmara durante a abertura da CPI.
Leandro May continuou a fala dando detalhes dos dados que não fechavam com relação a pesagem do lixo. Segundo o vereador, que na época ainda era secretário, no mês de janeiro os documentos apontavam que 500 toneladas de lixo tinham sido coletados pela empresa SAY Muller, dessa quantidade 370 toneladas foram transportadas ao destino final pela Serrana Engenharia, uma diferença de cerca de 130 toneladas.
“A partir daí comecei a investigar. Fui procurar os responsáveis pela cooperativa de catadores que fazem a reciclagem do lixo, lá identifiquei que apenas 43 toneladas haviam sido reciclados. O que no final das contas deu uma diferença de quase 85 toneladas de lixo que supostamente foi recolhida, mas o destino final não se tem notícia, uma diferença de valores de pelo menos R$ 32 mil”, explicou.
O vereador pontuou ainda, que durante as conversas com algumas pessoas que fazem parte do processo de coleta, ficou sabendo que a ordem era que esses dados não chegassem ao conhecimento dele como secretário de Urbanismo.
“Os relatos foram que existia uma ordem que essa pesagem e esses documentos não podiam chegar a mim. Aí fui procurar o secretário da Fazenda pedindo cancelamento de pagamento, ele me disse que não tinha nada de errado, procurei o prefeito, o prefeito disse que não era com ele. Continuei tentando. Descobri, pedi os documentos do mês anterior e vi que também tinha furo. Solicitei documentação dos 10 meses anteriores para fazer comparações, mas o secretário me negou e não passou nenhuma documentação e o valor foi pago também a empresa”, contou.
As dúvidas sobre a Say Muller em Ituporanga não são de hoje como relata um press release da Câmara. O vereador Edio Fernandes (MDB), lembrou que a bancada do partido pediu por várias vezes informações. “Desde a licitação estamos pedindo informações sobre esse trabalho de coleta de lixo em Ituporanga e apontando que poderia haver irregularidades e que essa empresa trazia prejuízo para o município. Ano passado, a mesma empresa foi alvo de investigação do Gaeco, e sempre alertamos aqui na câmara sobre supostas irregularidades”, lembrou na sessão.
Finalmente, as autoridades de segurança começam a destruir seus castelos para vencer os grupos organizados do crime em favor da sociedade, a pagadora de pesados impostos e vulnerável à aos bandidos da treta, do colarinho branco e até do mundo político.
Na semana passada, o delegado geral da Polícia Civil de Santa Catarina, o gasparense Paulo Norberto Koerich, participou em Curitiba no Quartel Geral da Região Militar do Exército, de uma reunião com autoridades civis – estaduais e federais - e militares do Sul do Brasil. A reunião teve como objetivo o de alinhavar e unificar ações de gestão e otimização dos recursos de inteligência, bem como as operacionais para suportarem operações integradas de vigilância da fronteira brasileira, no combate ao tráfico de armas e drogas, contrabando, terrorismo entre outros, sonegação, incluindo o rastreamento financeiro dos grupos organizados para o crime.
Estavam lá além do Exército, os representantes das polícias civil e militar dos estados, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Receita Federal, secretarias de Fazenda estaduais, Defesas Civis, Bombeiros, Ibama, Ministério Público e o Judiciário.
O prefeito de Nova Erechin, no meio Oeste catarinense, Nédio Antônio Cassol, de 61 anos, MDB, foi preso na sexta-feira e levado para o presídio regional de Chapecó. Contra ele, pesavam dois mandados de prisão.
Segundo o delegado Arthur Lopes, que presidiu as investigações, essa prisão é desdobramento do encerramento de dois inquéritos policiais nos quais relações espúrias do prefeito foram apuradas. "O prefeito fora indiciado em ambos os inquéritos por crimes de corrupção passiva, aplicação indevida de verba pública, bem como pelo crime de afastamento de licitante, em razão da solicitação de propina a empresários que mantinham contratos de serviços licitados com o Município de Nova Erechim", explica.
Coisa de coronel viciado e que acha que o mundo particular dele é prevalente sobre os dos pagadores de pesados impostos que sustentam no poder de plantão. Mesmo após os indiciamentos, o prefeito Nédio Cassol permaneceu coagindo testemunhas e verbalizando ameaças, conforme levantado pelo Responsável pelo Expediente da DP de Nova Erechim, agente de Polícia Vitor Travassos.
Quadrilha. O processo abrangeu também Valdecir Solivo, secretário municipal. Ele foi proibido de manter contato com a vítima e testemunhas na cautelar judicial expedido. Solivo foi suspenso também do exercício das funções públicas. O secretário do prefeito foi indiciado e denunciado como coator do crime de aplicação indevida de verba pública.
Há três anos, a controladoria do município de Gaspar tentou reter – por não ter sido consultada, segundo alegou à época - o pagamento da medição 19 da Ponte do Vale para a Construtora Artepa. E para isso, justificou que as medições 17 e 18 foram pagas sem o parecer da Superintendência de Controle Interno. Um extenso relatório documental fundamentou o processo.
São essas medições que autorizam o pagamento do poder público aos construtores tanto com recursos próprios e os federais – oficialmente, quase R$41 milhões -, usados nesta ponte, numa confusão sem fim neste caso e que foi amplamente analisado, por anos afio e praticamente só aqui nesta coluna.
Para se proteger, há três anos e há poucos dias de findar o mandato dos petistas Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa – governo que construiu a partir de 2012 e entregou a ponte ao uso público sem ela estar pronta ao final do segundo mandato -, o Controlador Jean Carlos de Oliveira, no dia 23 de dezembro de 2016, chamo a atenção para a data, levou o caso ao Tribunal de Contas de Contas de Santa Catarina. Um ato para retirar dele responsabilidades e os danos futuros.
O TCE resolveu conhecer a queixa. O Ministério Público do Tribunal daqui também. Mas, depois de 668 páginas de processo instruído, cheio de detalhes técnicos, o TCE optou por desconhecer a denúncia e levá-la ao Tribunal de Contas da União.
É que a obra envolve recursos de Brasília, repassados pela Caixa Econômica Federal e isso torna o TCE incompetente para julgar o caso, na avaliação final dos conselheiros. Resumindo: o TCE também lavou as mãos; vem mais tempo para análise do rolo, e talvez, problemas para os gestores públicos petistas.
E para findar. Jean Carlos de Oliveira no tempo de Kleber Edson Wan Dall, Luiz Carlos Spengler Filho e Carlos Roberto Pereira, passou um tempo na procuradoria e agora é o titular da Controladoria Geral. Se ele for tão diligente e precavido com as dúvidas que se acumulam em diversas áreas, principalmente a de obras, quanto foi no caso da ponte do Vale, há um fio de luz no fim do túnel. Ou há do que se duvidar disso também? Acorda, Gaspar!
Do que o prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, ao interromper uma daquelas viagens mensais à Brasília, para ir à Câmara de Vereadores pedir desculpas e impedir a abertura de um processo investigatório sobre a determinação que ele deu aos comissionados e de confiança pelo aplicativo de mensagens. Orientou invadirem as redes sociais para elogiá-lo num projeto que estruturava, bem como aplicar críticas aos adversários da sua ideia, como se as manifestações desses servidores, cabos eleitorais e aparentados dependentes do poder público, fossem livres e a “voz do povo” de Gaspar.
Primeiro, Kleber teve muita sorte: a notícia não saiu de Gaspar. Segundo, o Ministério Público ficou na dele, diferente do aconteceu em caso assemelhado com o prefeito de Comaragibe, uma pequena cidade da região de Recife, em Pernambuco. Lá este tipo de assunto além de investigado por suposta improbidade, está rendendo uma desgastante CPI na Câmara e a repercussão foi nacional.
O portal G1 deu conta que Ministério Público ingressou com uma ação civil pública contra o prefeito de Camaragibe, Demóstenes Meira (PTB), por ter exigido a presença de servidores comissionados numa prévia carnavalesca para conferir o show da noiva dele, a cantora Taty Dantas, que também, vejam só, é secretária de Assistência Social, ou seja, cabide.
A ação civil pública também traz como réus a cantora e o secretário municipal de Educação, Denivaldo Freire Bastos, que é presidente do bloco Canário Elétrico, no qual a cantora se apresentou e do qual o prefeito convocou os comissionados a participarem.
Saiu o ranking da Firjan – Federação das Indústrias do Rio de Janeiro - das 100 melhores cidades para se viver no Brasil. Gaspar, segundo a lista, está em 459ª posição no Brasil e na 48ª em Santa Catarina, com o índice de 0,7980. Os dados que serviram de base para a composição do ranking são de 2016, ou seja, do governo petista de Pedro Celso Zuchi.
Para comparar, Blumenau aqui do lado está na 147ª posição nacional, e a décima estadual, com o índice 0,8354. Entre as 100 primeiras cidades desse ranking nacional, a maioria está em no estado de São Paulo e Loureira encabeça a lista. As duas primeiras catarinenses são Oeste: Concórdia (8º), Chapecó (25º). Só a terceira, é do Vale do Itajaí: Rio do Sul, em 30º.
Para que acha que a eleição municipal de Gaspar são favas contadas, é bom se interessar pelas danças dos líderes dos partidos tradicionais. A primeira torre mudou de posição nesse jogo de xadrez: Gelson Merísio saiu do PSD atirando no ex-governador Raimundo Colombo, o incapaz. Quem é leitor e leitora dessa coluna, sempre soube que Colombo nunca foi além de ser prefeito de Lages, no cargo de governador.
As melancias vão se acomodar neste caminhão em movimento. Vão contribuir ainda, e decisivamente, para as eleições locais a capacidade do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, de passar ileso às dúvidas cada vez maiores, a capacidade de reagendar o cabideiro de empregos públicos, as alianças para desarmar e comprar os adversários com o menor dano possível aos que se dizem fiéis por anos, bem como o sucesso ou o insucesso dos governos de Jair Messias Bolsonaro e de Carlos Moisés da Silva, ambos do PSL. O primeiro é adversário dele mesmo. O segundo, ainda não sabe onde está.
Paz e amor. O líder do governo na Câmara de Gaspar, Francisco Solano Anhaia, MDB, decidiu mudar o tom e dar exemplos. Como o embate estava lhe causando alguns desgastes, ele neste final de semana, fez um gesto representativo. Inconformado com a sujeira que os moradores do seu bairro, a Margem Esquerda, deixam nos pontos de ônibus, resolveu ele mesmo, fazer a recolha desse lixo e propagar o gesto na sua rede social para ao menos haver sensibilização.
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