A prefeitura e o Samae de Gaspar sabem que estão com problemas graves nas obras da rua Frei Solano. Por isso, fazem discursos ao invés de admiti-los e corrigi-los - Jornal Cruzeiro do Vale

A prefeitura e o Samae de Gaspar sabem que estão com problemas graves nas obras da rua Frei Solano. Por isso, fazem discursos ao invés de admiti-los e corrigi-los

24/04/2019

Não voltaria ao tema tão cedo. Mas, provocado, voltei.

Vastamente debatido na Câmara; escondido pela prefeitura e o Samae nos dados técnicos que deveriam disponibilizar aos requerimentos pedidos pelos vereadores, e quando fizeram foi por imposição judicial. Diante da visibilidade do debate dado por esta coluna num mundo silencioso das demais mídias, mas que anda quente nas redes sociais; com o testemunho dos moradores diretamente afetados pelas obras, concorrentes e técnicos independentes que visualizaram e documentaram os problemas, a prefeitura e o Samae montaram um palanque segunda-feira na Câmara, para dar explicações e principalmente para condenar o debate, o pedido de explicações dos vereadores e quem dá publicidade ao debate.

Como antecipei aqui, lá não estaria a oposição e nem o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, que tem a base eleitoral o Gasparinho, exatamente onde está a rua Frei Solano. Ela é a polêmica da vez. Tem outras. A oposição e o vereador sentiram na terça-feira da semana passada quando foi proposta a tal reunião desta segunda-feira de que havia o cheiro do palanque armado. Avisaram e não foram. Ambos querem primeiro as respostas e documentos que pediram sobre o assunto; queriam com eles nas mãos, prepararem-se para o debate técnico com os técnicos escalados pela prefeitura.

Então foi uma “reunião” de um lado só. Muitas queixas à divulgação das denúncias dos vereadores que a prefeitura e o Samae dizem serem elas apenas eleitoreiras. Os políticos e técnicos que se pronunciaram negaram qualquer irregularidade.

A prefeitura mobilizou algumas lideranças do Gasparinho e que apoiam o atual governo - ou empregam seus parentes nas tetas governamentais - para pressionar os vereadores de oposição, mesmo ausente. Este expediente é repetido. Foi usado pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, para apressar a votação do projeto que passou à responsabilidade das obras de drenagem de Gaspar da secretaria de Obras para a o Samae. Foi uma repetição daquilo que já se sabe até agora e para uma plateia majoritariamente de comissionados da prefeitura e do Samae.

A PREOCUPAÇÃO AGORA É A DE ESTANCAR À DIVULGAÇÃO DO DEBATE

Mas, o movimento da prefeitura, do Samae e até mesmo dos aliados da comunidade que foram mobilizados para defendere-los, revela que eles agora estão preocupados de que o assunto, definitivamente, possa lhes complicar no Tribunal de Contas e até no Ministério Público. E tramam para sobrar para os técnicos, se alguma coisa for adiante, deixando o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e o mais longevo dos vereadores José Hilário Melato, PP, e que preside o Samae, livres de culpas.

O fiscal da obra e que foi contratado na última hora quando o assunto começava a entrar no radar dos vereadores de oposição, o engenheiro Hallan Jonas Mores, por exemplo, é um ACT, ou seja, um temporário, que chegou no início de dezembro do ano passado. Se não fez o papel dele que era o de notificar a empresa vencedora da licitação para ela corrigir os erros, ele terá que arcar com as responsabilidades decorrentes da sua decisão, a não ser que diga que foi obrigado a isso – e nominar quem que lhe pediu esse procedimento.

Está se cobrindo um santo com trapilhos tirados de um defunto, que se fizer a necropsia nele, vai revelar outra doença grave do enterrado, a drenagem da Rua Leopoldo Alberto Schramm. O engenheiro Ricardo diz que foram realizados o envelopamento da tubulação – coisa bem diferente da licitação - ao invés de berço em concreto armado, que há uma previsão considerável consumo de aço...

O “envelopamento” de concreto, ocorreu em pontos específicos e localizados na tubulação da Rua Leopoldo Alberto Schramm, também morosamente e de forma complicada feita pelo Samae. Ou seja, os problemas na execução são os mesmos e antigos. Na Rua Frei Solano, para quem acompanhou visualmente a obra, não se tem conhecimento de tal prática. Não seria o caso de se pedir o laudo cadavérico do enterrado para ver até que ponto tudo isso é verdade?

Outra. O envelopamento da Rua Leopoldo Alberto Schramm ocorreu porque os tubos não apresentaram resistência adequada e vieram a trincar após o assentamento. Assim, lançou-se concreto fluído em volta da tubulação, para tentar garantir a estabilidade da tubulação. Ou seja, aplicou-se um remendo. Entretanto, esta parece, por enquanto, não ser o caso da Frei Solano.

PARA TERMINAR O DEBATE É PRECISO DAR TRANSPARÊNCIA. SIMPLES!

Conclusão? Quanto mais explicam, mais se complicam no discurso, daí a necessidade de se terminar o caso, entretanto, desqualificando o debate e os esclarecimentos técnicos sejam eles na execução na área de engenharia, bem como no cumprimento da licitação, compra e troca de materiais constantes do certame licitatório.

Como a melhor defesa é o ataque, a prefeitura e o Samae estão articuladamente no ataque não contra os vereadores que fazem os questionamentos e possuem essa prerrogativa constitucional. Ambos, acham que esta coluna é um entrave aos panos quentes que sinalizam necessário na composição política para que o caso não vá adiante. Esta coluna estaria dando voz – e não inventando nada - para os vereadores que só pedem, e de forma reiterada, explicações sobre caso. Nem mais, nem menos.

Outra. Os do poder de plantão na prefeitura e no Samae, com ajuda de gente sua partidária ou com interesses na comunidade, tenta passar a ideia de que a obra está atrasada pelos questionamentos dos vereadores. Zero! Ninguém pediu para a obra parar. Ela, parou ou está atrasada pela incapacidade de execução da prefeitura do Samae, bem como no gerenciamento dos problemas com a empreiteira. Nada mais. Culpa dos vereadores? Zero! Da imprensa? Muito menos.

Ninguém, até o momento está impedindo que se termine a obra, mesmo malfeita ou com erros de procedimentos administrativos. Então, a reunião na Câmara da prefeitura e do Samae com a comunidade, mais uma vez, teve o objetivo de criar constrangimentos aos vereadores. Os comerciantes da Rua Frei Solano, com prejuízos, não aguentam mais a demora das obras. A prefeitura e o Samae, espertamente, estão transferindo a culpa deles para os que estão atrás de explicações técnicas para o que foi feito e que poderá dar prejuízos mais tarde.

A apuração das denúncias dos vereadores nos órgãos de fiscalização será feita com a obra concluída, baseada nas provas documentais que coletaram. Até porque isso pode levar meses ou anos.

Um técnico colaborador dos vereadores de oposição neste caso, lembra que toda a alteração de projeto e de contratação deve apresentar, antecipadamente, a devida justificativa técnica. Para ele, é necessário a elaboração de novas composições de custos para os serviços não previstos e à supressão dos serviços não realizados, com os devidos aditivos contratuais. Não se pode simplesmente efetuar a compensação, ou seja, a conhecida "química" que um item se transforma diretamente em outro, que muitas das vezes se demonstram desfavoráveis à parte contratante. Elas configuram fraude, corrupção e torna a própria licitação prejudicada como originalmente ela foi disputada.

Ou seja, entenderam onde está configurado a improbidade administrativa objeto dos questionamentos dos vereadores, pela falta de explicações oficiais da prefeitura e do Samae para eles e apenas relatadas por mim nos artigos anteriores que escrevi, principalmente o da coluna de segunda-feira? Ou os órgãos de fiscalização – além dos vereadores - vão deixar por isso mesmo? Ou os engenheiros fiscais vão para o cadafalso para assumir os erros técnicos a que foram obrigados? E os supostos erros administrativos graves dessas licitações apontados pelos vereadores, quem vai assumi-los? Um não exclui o outro. E em ambos há gente experimentada que não poderia ter errado tão primariamente assim. E este da Rua Frei Solano, não é o único. Acorda, Gaspar!

REGIÃO METROPOLITANA

Uma boa ideia que não poderia ser liderada por políticos em busca de votos. Eles deveriam ser ativos avalistas dessa necessidade

O polêmico ex-vereador de Blumenau, e agora, deputado pelo PV, o advogado Ivan Naatz, tem uma boa causa: a região Metropolitana de Blumenau. E por ela, Naatz foi à sessão da Câmara expor à ideia e pedir que o Legislativo gasparense indique um representante para a Comissão Parlamentar Mista que se formou na Assembleia Legislativa. É lá que se discuti esse tema, diga-se, que não é novo, e que avança no caso de Florianópolis por iniciativa do governador Carlos Moisés da Silva, PSL.

Em tese sou favorável e faz muito tempo que expresso isso aqui. Mas, desde que ela não se torne mais uma estrutura administrativa governamental, burocrática, com privilégios, falta de transparência, cara, para empreguismos dos apadrinhados desempregados e mamadores que sempre rodeiam os nossos políticos travestidos de cabos eleitorais.

Tudo sempre assim: de uma ideia boa, e às vezes óbvia, necessária, especialmente técnica como neste caso, os políticos a enxergam como uma oportunidade para sugar os nossos pesados impostos. Tudo para eles se esbaldarem e fazerem da ideia, um local de disputa política, de dificuldades, de entraves burocráticos e se fingir, por consequência, buscar soluções, com o espetáculo do discurso, da disputa para se ganhar espaços nas mídias tradicionais e sociais. É o jogo brutal de poder ou de conchavos que vão parar no Orçamento sustentado pelos pesados impostos do povo, inclusive o desempregado.

Nos dias de hoje, em regiões como a de Blumenau, não é mais possível pensar em mobilidade urbana, transporte coletivo, saúde, segurança, coleta e destino do lixo orgânico e reciclável, abastecimento de água, tratamento de esgoto, leis ambientais, políticas públicas, tributos, incentivos para desenvolvimento e até mesmo, entre outros, em Plano Diretor individualmente por município, quando se está num polo cada vez mais conurbado, como é o nosso caso.

O próprio deputado Ivan Naatz fixou algo bem simbólico na porta de entrada do seu gabinete na Assembleia. É o traçado de uma proposta de Anel de Contorno de Gaspar. Ela foi levada lá pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido. “O contorno não é de Gaspar, é do Vale”, justificou para reforçar acertadamente à sua ideia da região metropolitana. “Todos precisam desse contorno. Blumenau precisa dele. É uma necessidade comum de desenvolvimento da região”, explicou Naatz para sensibilizar os vereadores à sua causa, à ideia e o possível resultado comum.

UM DESAFIO PARA AS VERDADEIRAS LIDERANÇAS

Contudo, nem tudo é tão fácil assim, mesmo para algo que parece necessário. E por que? Porque não temos um processo para legitimar e reconhecer lideranças fora do ambiente político nos municípios satélites. As desconfianças são reais, a começar pela que os políticos tomem conta da ideia, como lhes relatei acima, tudo na busca de votos e poder.

O próprio Ivan no discurso dele na Câmara de Gaspar e por estar num dos satélites de Blumenau, disse que os que são contra a ideia, teimam em lembrar que nela, só Blumenau teria vantagens sobre os demais municípios vizinhos na criação da região metropolitana. Ou seja, a desconfiança é parte do jogo e pode ser um problema para uma união mínima.

E este, deputado Naatz é o desafio a ser vencido.

Ela é preciso nascer não em Blumenau, mas nos municípios como Gaspar, Timbó, Indaial e Pomerode, que no meu entender serão os principais beneficiados. E para prosperar, é preciso deixar o ranço político partidário de lado e centrar em gente que faz o município pulsar, que paga a pesada conta de tudo. Penso que isso passa pelos Conselhos das cidades, e principalmente pelas entidades organizadas como a Associação Empresarial entre outras.

E o político como ficaria nesse caso? Aval do pensamento da comunidade. E por que? Porque sem os políticos esta ideia não prospera na Assembleia, onde a própria representação dos municípios, mesmo unidas, não dará aprovação.

A região Metropolitana de Blumenau não é um assunto a ser conduzido por políticos, mas por técnicos ou gente “neutra” na busca de votos. Repito a ideia é muito boa. Talvez o mensageiro, não. E por causa disso, pode-se perder uma oportunidade ímpar para este assunto prosperar.

Pomerode, por exemplo, já declarou ser contra a ideia. É uma pena. A região Metropolitana não pode descaracterizar à cultura dos municípios e este é o maior medo das lideranças de lá, inclusive as políticas. Pomerode é uma marca e não apenas um município, como é por exemplo Gaspar, Timbó e Indaial. Teme ser absorvida por Blumenau, mas se isolar, não a tornará melhor do que as demais. A história prova isso há séculos.

Então, é preciso, reavaliar o discurso. É preciso despolitizar, desburocratizar um assunto tão atual e urgente e envolver os cidadãos por seus líderes legítimos e que não estão atrás de votos, mas de soluções. Este é o desafio.


TRAPICHE

Qual era a manchete desta coluna no dia 27 de março? “Vereador Rui quer que a metade dos valores das multas no trânsito que ficam em Gaspar vá para o pronto socorro do hospital. A ideia é interessante, mas a lei é federal, e não permite”

O que estava na pauta da sessão da Câmara desta terça-feira indisponível no site até a meia tarde? “Parecer da Comissão de Legislação, ratificando o Parecer do Relator Geral, uma vez tratar-se de matéria ilegal e inconstitucional deliberando pela inadmissibilidade total da proposição e, consequentemente, por seu arquivamento”. Pois é.

Coisa de doido. Na “reunião” de segunda-feira na Câmara, sem a presença dos vereadores de oposição, na qual se debateu a situação da Rua Frei Solano, a maior preocupação foi à divulgação do assunto e à voz que esta coluna deu a vereadores que questionam o assunto na tribuna, que pedem documentação e com elas estão afundando o caminho do Tribunal de Contas.

Segundo os reclamantes, os outros veículos de comunicação, a situação está “controlada”. Só faltou dizer que as fotos publicadas que provam algumas das muitas falhas técnicas, foram inventadas. Cruzes!

Interessante. Para a prefeitura, o jornal e o portal Cruzeiro do Vale que são manifestamente líderes, influentes e críveis, não possuem importância nenhuma, tanto que mandou cortar os investimentos publicitários e que perpetuam em outros que não possuem a mesma abrangência. Nada contra. É do jogo. Mas, diante das queixas é de se perguntar: o jornal e o portal readquiram a sua importância? Hum!

Aprendizado zero. Isso já aconteceu nos governos de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, MDB, de Adilson Luiz Schmitt, sem partido, mas que nasceu no MDB, e nos três mandatos de Pedro Celso Zuchi, PT.

As queixas dos políticos no poder de plantão são as mesmas e os questionamentos iguaizinhos. Ao final, mesmo sofrendo pressões de todos os tipos, o jornal e o portal provaram estarem no caminho certo e ganharam mais credibilidade nos leitores e leitoras pelo não alinhamento incondicional ao poder de plantão. Políticos passam, o jornal e o portal continuam vivos; sem partidos.

O jornal e o portal são partes vivas da comunidade. Os vereadores – com as diferentes ideias -são representantes fiscais da comunidade. O Executivo é gestor da comunidade. Então, todos são complementares em seu próprio quadrado.

Então por que parte do Legislativo e o poder de plantão no Executivo querem o jornal e o portal líderes subjugados, e não podendo, calados ao invés de usá-los para o esclarecimento? É por que lhes falta competência na articulação da comunicação? Vingança? Ou por que lhes falta o que argumentar contra as denúncias dos vereadores e não desta coluna, do portal ou do jornal? Acorda, Gaspar!

Efeito imediato do mandado de segurança que mandou o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, responder o requerimento 05/2019. Aportou na sessão da Câmara do dia 16, nada menos do que oito pedidos de dilação de prazos para a prefeitura responder os requerimentos dos vereadores. E na sessão de ontem, um.

Sem tempo a perder. Os vereadores Silvio Cleffi, PSC, Cícero Giovane Amaro, PSD, Dionísio Luiz Bertoldi e Rui Carlos Deschamps, ambos do PT, fizeram e se aprovou um requerimento ao presidente Ciro André Quintino, MDB, para se constituir uma Comissão Temporária Especial, para acompanhar a constituição do Fundo Especial para a Construção da Sede Própria da Câmara.

O vereador Rui Carlos Deschamps, PT, que já foi o superintendente do Belchior, está desconfiado do que se armou na audiência, do que fala sobre ela, das entrevistas, discursos e do que se promete sobre a reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen.

Por isso, colocou o dedo direto na ferida: ele fez e a Câmara aprovou requerimento ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, pedindo a cópia do Projeto Executivo da Reurbanização daquela rua; a cópia do Memorial Descritivo; e à cópia do Memorial Quantitativo Físico e Financeiro.

Sobre os questionamentos que os vereadores fazem para esclarecer às dúvidas da Rua Frei Solano, um internauta, alegou que isso é para tirar tempo e foco do gestor. Será?

Uma das obrigações, do gestor público é dar transparência e prestar contas, mesmo sob até injusta cobrança dos pagadores de pesados impostos ou de opositores, antes de se tornar repórter de si mesmo nas redes sociais com objetivos eleitorais, fato que também utiliza do tempo e se desvia do foco de resultados.

 

Comentários

Miguel José Teixeira
25/04/2019 17:02
Senhores,

Enquanto em Pindorama vivencia-se o "1º quadriunvirato" à espera de um milagre, em CUba, paraíso da corja vermelha "o governo estuda criar avestruzes e crocodilos para suprir falta de carne"

"Segundo relatos de cubanos, refrigeradores e prateleiras de muitas lojas estão vazios, e a compra de um frango pode terminar em briga"

fonte: na mídia, hoje.
Miguel José Teixeira
25/04/2019 11:46
Senhores,

Todos são iguais perante a lei?

(Coluna Visto, Lido e Ouvido, hoje, no Correio Braziliense)

Desde que foi encarcerado, há um ano, não se conhece minimamente, até hoje, a origem dos vultosos recursos despendidos por Lula para bancar os caríssimos escritórios de advocacia que lutam nos tribunais para livrá-lo das inúmeras condenações de que é alvo nas diversas instâncias da Justiça. Muito antes de ser preso, sua banca estrelada estava em campo, trabalhando diuturnamente com esse objetivo.

Obviamente que esses altos valores, transformados em honorários advocatícios, são lançados no ambiente escuro e hermético do sigilo profissional, ficando bem longe da curiosidade da população e da imprensa. O que se cogita, conhecendo os preços cobrados desses escritórios exclusivíssimos, alguns com bandeirada começando na casa do milhão, é que não será surpresa se o ex-presidente, ou alguém em seu nome, tenha desembolsado algumas dezenas de milhões de reais.

No meio jurídico, sabe-se que os honorários cobrados por advogados, principalmente aqueles que foram ministros das altas cortes e que trabalham nesses casos, variam de R$ 2 milhões a R$ 10 milhões, dependendo da complexidade de cada processo. O que é fato é que se fossem somados todos os bens do ex-presidente, seus rendimentos ou possíveis aplicações, o total não chegaria nem perto do que está sendo gasto com esses causídicos de ouro.

A hipótese menos fantasiosa, dado o patrimônio sabido de Lula, é que essas bancas estão trabalhando graciosamente em nome de algum ardor idealista ou pendor humanista. Todavia, em face de todo esse mistério atual, importa muito mais constatar que, pela atuação dessa banca famosa, os tribunais superiores, incluindo o Supremo, têm seguidas vezes interrompido seus afazeres rotineiros apenas para atender as demandas jurídicas dos defensores do ex-presidente.

Não passa um mês que essas cortes não tenham feito alguma deliberação sobre os inúmeros rolos do ex-presidente que tramitam na Justiça. É fato também que, em tempo algum, essas importantes instâncias, por suas elevadas funções num país com tantos problemas e em meio à crises profundas, jamais se ocuparam por tanto tempo em julgamentos e decisões envolvendo um único personagem. O que um observador ocasional pode constatar, diante desses acontecimentos contínuos, é que fica muito difícil, para não dizer impossível, acreditar que todos os brasileiros são iguais perante a lei, conforme reza o Art. 5º da Carta da República.

Quando se verifica o empenho persistente em atendimento a pleito de um único cidadão, a quem se imputa não crimes políticos, mais crimes comuns, como corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e sabendo-se que muitos outros processos de igual teor estão por vir, o cidadão comum, como diria o jurista Rui Barbosa, "chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto". E o que é pior: desconfiar na ação e isenção da própria Justiça e dessa pretensa igualdade.
Herculano
25/04/2019 11:33
MAIA ANUNCIA DEPUTADOS DO PR E PSDB PARA PRESIDÊNCIA E RELATORIA DA COMISSÃO ESPECIAL QUE VAI DISCUTIR A REFORMA DA PRESIDÊNCIA

Presidente da Câmara informou que deputado Marcelos Ramos (PR-AM) presidirá o colegiado responsável por analisar a PEC da Previdência, e Samuel Moreira (PSDB-SP) vai ser o relator.


Conteúdo do portal G1, de Brasília. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou na manhã desta quinta-feira (25) que o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) vai presidir a comissão especial que será instalada no final da manhã para analisar a proposta de reforma da Previdência. Maia também informou que o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) vai ser o relator do texto.

Advogado e deputado de primeiro mandato, Marcelo Ramos é vice-líder do PR, um dos partidos que integram o Centrão, bloco de legendas conservadoras de centro-direita do Congresso Nacional. O Centrão não apoia formalmente o governo Jair Bolsonaro, mas também não é oposição.

Mineiro de Governador Valadares, Samuel Moreira é engenheiro. Eleito por São Paulo, o tucano está no segundo mandato de deputado federal.

O novo relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Previdência foi secretário da Casa Civil do estado de São Paulo entre 2016 e 2018, na última gestão de Geraldo Alckmin como governador. O parlamentar do PSDB também comandou em duas ocasiões a prefeitura de Registro (SP) e foi deputado estadual por dois mandatos.

O anúncio do presidente e do relator do colegiado ocorreu ao final de um café da manhã na residência oficial da presidência da Câmara. Rodrigo Maia recebeu líderes partidários e o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho, para definirem os nomes dos responsáveis por conduzir os trabalhos da comissão especial.

O ato de instalação do colegiado, que terá 49 deputados titulares e o mesmo número de suplentes, está marcado para as 11h desta quinta-feira na Câmara. Até a última atualização desta reportagem, os partidos já haviam indicado 43 deputados titulares e 42 suplentes.

A instalação da comissão especial se resume à eleição do presidente do colegiado. Como foi costurado um acordo com siglas que juntas formam maioria na Casa, Marcelo Ramos deve ser eleito por maioria.

Assim que for concluído o processo de eleição do presidente da comissão especial, será anunciado oficialmente o nome do relator escolhido por acordo entre partidos governistas, o Centrão e o PSDB.

Na comissão especial será analisado o conteúdo da PEC da Previdência. Na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), os parlamentares avaliaram apenas se a proposta de reforma das regras de aposentadoria é constitucional.
Herculano
25/04/2019 11:23
A DILMA DE CALÇAS?

Nestas quarta e quinta-feiras, duas notícias preocupantes para o governo de Jair Messias Bolsonaro, PSL, que os eleitores deles não queriam como repetição e que acabaram com o governo de Dilma Vana Rousseff, PT.

Fechou-se 43 mil postos de trabalho. No ano ainda é positivo.

A prévia da inflação é de 0,72%. A maior para abril em quatro anos.

Herculano
25/04/2019 08:30
Questão de DNA, por Merval Pereira, no jornal O Globo

A paranoia familiar é alimentada pela História, pois nada menos que oito presidentes foram substituídos por seus vices desde o início da República

A disputa aberta de poder em que o vice-presidente Hamilton Mourão está envolvido, não por acaso, não tem paralelos históricos pela violência das palavras empregadas por Olavo de Carvalho e seus pupilos, entre eles Huguinho, Zezinho e Luisinho, como passaram a ser conhecidos no meio político os filhos de Bolsonaro, que ele denomina carinhosamente como 01, 02 e 03, como se recrutas fossem.

São os seus recrutas, " sangue do meu sangue", e nada também acontece ali por acaso. Bolsonaro fala através de seu filho Carlos, o 02, especialista nas mídias sociais a quem Bolsonaro atribui grande parte de sua vitória. Quando Bolsonaro estava internado, depois da tentativa de assassinato que sofreu ainda na campanha eleitoral, Carlos já evidenciou o que achava de Mourão.

Tuitou afirmando que a morte do pai interessava não apenas aos inimigos declarados, mas a quem está por perto, principalmente após a posse. De lá para cá a disputa só fez escalar, inclusive porque Mourão assumiu o papel de moderador de um governo que vive de intrigas e embates permanentes como estilo de fazer política.

A paranóia familiar é alimentada pela história, pois nada menos que oito presidentes foram substituídos por seus vices desde o início da República, por motivos variados, desde a morte do titular até o afastamento por impeachment.

Desde o primeiro presidente, Deodoro da Fonseca, cujo vice Floriano Peixoto assumiu com sua renúncia e, em vez de convocar eleições, governou sob estado de sítio, até Temer, que, recusando o papel de "vice decorativo", comandou uma conspirata política para assumir o lugar de Dilma, quando esta se enfraqueceu pelo fracasso econômico e se expôs ao cometer crimes de responsabilidade fiscal, a escolha dos vices sempre foi problemática.

Uma disputa aberta como a atual, mas não tão pouco sutil, aconteceu quando o general Figueiredo teve que viajar para a Clínica Cleveland para colocar pontes de safena. O político mineiro Aureliano Chaves assumiu o governo e fez o mesmo contraponto de Mourão em relação a Bolsonaro. Chegava cedo ao Palácio do Planalto, e saía altas horas da noite, a salientar a fama de preguiçoso de Figueiredo. O entorno do ditador não escondia a irritação, e acusava Aureliano de deixar a luz acessa no gabinete presidencial para dar a impressão de que trabalhava.

A eleição presidencial deste ano teve uma característica especial: o protagonismo de candidatos a vice. Os dois primeiros colocados nas pesquisas ficaram fora da campanha, um definitivamente, outro temporariamente. Lula por estar condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, tornando-se inelegível pela Lei da Ficha Limpa. Bolsonaro por ter sofrido um atentado a faca que quase o matou.

Muitos consideravam alguns candidatos a vice melhores que os titulares, como era o caso de Mourão, que já chamava a atenção por declarações polêmicas, mas com a fala mansa e o jeito de quem desejava a pacificação política.

Admitiu intervenção militar mesmo fora da Constituição, falou até em autogolpe. Curioso é que sua escolha foi comemorada por Eduardo Bolsonaro, o 03, que disse que foi bom ter escolhido um candidato "faca na caveira" - referindo-se ao símbolo do Bope - para não valer a pena pensar em impeachment.

No discurso pouco antes de ir para a reserva, que lhe valeu uma advertência do comandante do Exército, general Villas Bôas, que ele chama de VB, seu amigo de infância, disse sobre o governo petista: "Os Poderes terão que buscar uma solução. Se não conseguirem, chegará a hora que nós teremos que impor uma solução".

De lá para cá, Mourão vem afinando o tom, se aproximando do pensamento médio do cidadão de classe média, condenando a censura à imprensa, por exemplo, ou avaliando que a saída do ex-deputado Jean Wyllys era ruim para a democracia, com bom-senso e sem a visão tosca do grupo bolsonarista comandado por Olavo de Carvalho, que chamou Mourão de "moleque analfabeto" ao ser definido pelo vice como "astrólogo".

Perguntado recentemente sobre as razões dessa mudança, Mourão disse que se devia à compreensão do papel institucional do cargo para o qual foi eleito. Estar na vice-presidência pelo voto, aliás, foi citado por ele como uma diferença fundamental com os militares do período ditatorial.

Que, aliás ele não renega, dizendo que era um momento de guerra. E também, assim como Bolsonaro, considera o torturador Brilhante Ulstra "um herói", embora tenha se abstido de falar no assunto ultimamente.
Herculano
25/04/2019 08:28
BRASIL, UM PAÍS 1%: EMPREGO E IMPOSTOS INDICAM QUE ECONOMIA ANDA NO RITMO DE 2017 E 2018, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Não há, por ora, motivos para acreditar que esta situação de modorra mude antes da metade do ano

A cada semana aparecem sintomas de que a economia brasileira se acomodou a um ritmo de crescimento de pouco mais de 1% ao ano, como em 2017 e 2018.

Os sinais mais recentes de lerdeza vieram dos balanços de março do emprego com carteira assinada e da arrecadação federal de impostos, divulgados nesta quarta-feira (24) pelo governo.

Desde outubro do ano passado, o número de empregos com carteira assinada cresce em torno de 1,4% ao ano. Nesse ritmo, apenas em março de 2022 o país voltaria a ter empregos formais na mesma quantidade de março de 2015. Não é uma previsão, claro, mas uma medida do tamanho do atraso e do estrago.

Desde outubro do ano passado, o valor da receita de impostos do governo federal cresce cada vez mais devagar. A arrecadação do primeiro trimestre foi apenas 1,1% maior que a do início do ano passado (em termos reais: descontada a inflação). É outro indício de economia devagar, quase parando.

O emprego com carteira anda mal por causa da indústria, entre os grandes setores da economia. As fábricas até pareciam se animar um pouco em abril e maio do ano passado. A partir de outubro, o caldo entornou, e a panela de empregos novos ficou vazia. Desde então, o número de pessoas empregadas com carteira assinada é praticamente o mesmo (na comparação com o mesmo mês do ano anterior).

Há regiões e estados com problemas mais sérios de emprego, como o Nordeste, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, entre os maiores. A indústria pernambucana sangra empregos, assim como a fluminense, em particular nas fábricas de alimentos, bebidas, mecânicas e de material de transporte.

A construção civil, o grande setor que proporcionalmente perdeu mais empregos no país, ainda se recupera, mas de modo quase imperceptível, para não dizer irrelevante.

Os focos de crise são, pois, praticamente os mesmos desde o início desta recuperação, que, na verdade, falhou. O país está em uma espécie qualquer de depressão.

A gente tem costumado atribuir a frustração das previsões de crescimento à incerteza provocada por crises políticas anuais desde 2013 ou indefinição a respeito do conserto das contas públicas. Mas a vida do analista fica fácil, assim. Em parte, atribui-se o erro de estimativa a um efeito maior (e até então desconhecido) da incerteza sobre a atividade econômica.

Pode até ser. Pode ser coisa pior, um defeito mais crônico. Pode ser simples falta de um impulso de demanda (um empurrão qualquer do gasto do governo ou das empresas, investimento extra, difícil de fazer).

O fato é que não aumenta de modo relevante o investimento em novas instalações produtivas, construções, máquinas, equipamentos, o que faz a diferença na aceleração (ou freio) do ritmo da economia.

Há quem diga que, sem consertos de fundo, que dão resultados em médio e longo prazo, a coisa não vai. Mas não haverá longo prazo caso sobrevenha uma explosão qualquer de impaciência no curto prazo, "fadiga de reformas", tumulto social e político.

Conviria pensar se a direção de curto prazo da economia está adequada. Obviamente, não virá milagre do crescimento, mas isso não é motivo para justificar passividade em temas que vão de juros a concessões de obras, por exemplo.

Em suma, não há, por ora, motivos para acreditar que esta situação de modorra mude antes da metade do ano. Pode piorar, se continuarem os surtos de tolice, picuinha oligofrênica e incompetência do comando do governo.
Herculano
25/04/2019 08:25
TÃO VELHOS QUANTO PALÁCIO, por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo

Os 'ideólogos' à volta de Bolsonaro estão atacando o que realmente interessa

Intrigas palacianas são tão velhas quanto palácios. Ataques contra Hamilton Mourão são, em última análise, luta pelo poder.

Nada têm de gratuito, maluco ou infantil os ataques contra o vice-presidente, general Hamilton Mourão, lançados pelos círculos mais íntimos de Jair Bolsonaro, neles incluídos familiares e intelectual a quem o presidente atribui primeira importância. Trata-se de saber quem vai enquadrar quem. Em última análise, é uma luta pelo poder.

Intrigas palacianas são tão velhas quanto... palácios. Nesse caso, porém, não se trata de saber quem tem mais acesso ou consegue mais favores do dono do Palácio, mas, sim, de determinar a quem o dono do Palácio vai obedecer. Do ponto de vista dos assim chamados "ideólogos" juntinho do presidente, faz todo sentido chamar Mourão de "conspirador".

Pois o vice-presidente ganhou "Profil durch Kontrast", como diz a famosa expressão política alemã: ganhou contornos como figura política por meio do contraste oferecido pela atuação de outros. A confusão e até notória bagunça nas áreas sob domínio direto dos "ideólogos" no começo do governo é que transformaram Mourão num personagem identificado com pacificação, racionalidade e sensatez ?" não eram os atributos que se conferiam a ele durante a campanha eleitoral, por exemplo.

A "conspiração" atribuída a Mourão reside no fato ?" sempre sob a ótica dos ideólogos - de ele representar o que se poderia chamar de "núcleo duro" do poder no Palácio. Nesse sentido, os ideólogos estão atacando o que realmente interessa. Para os militares no Palácio, ao contrário do que propagam os "ideólogos", grande perigo não são comunistas e esquerdistas embaixo de cada cama. São o caos político e a bagunça institucional, ocorrências que os "ideólogos" consideram não só inevitáveis, mas até desejáveis na grande "revolução conservadora" que julgam ser capazes de conduzir.

É fato notório que esse grupo razoavelmente coeso de militares, egresso de algumas das melhores instituições de ensino do País (como são as academias militares), não só não abraça essas ideias (até as rejeita) nem os métodos de ação (não se dedica a lacrar na internet, por exemplo). Nem parecem esses militares pensar em carreira política no sentido de disputar votos a cada eleição. Além, claro, de se dedicarem a preservar exatamente as instituições (como Supremo e Legislativo) que os ideólogos consideram "sistema" a ser derrotado.

Grupos exaltados e apegados à violência virtual das redes sociais têm dificuldades notórias de enxergar o plano frio das relações de força de fato, entendidas aqui como quem é capaz, em último caso, de comandar quantos seguidores nas ruas. O exemplo mais eloquente dessa perda de leitura da realidade foi fornecido pela direção do PT (começando por Lula) nas semanas que precederam o impeachment de Dilma, quando o partido dizia ser dono "das ruas" e apenas conseguiu demonstrar que as ruas não eram da militância petista ?" bem ao contrário.

Os "ideólogos" estão reagindo racionalmente ao perigo que identificaram de o presidente ser "tutelado" ou até "emparedado" por outro núcleo de poder, no Palácio e fora dele, que age com método, disciplina e organização. Provavelmente superestimam o fator "popularidade" do capitão, ignorando o fato de que grupos de WhatsApp estão longe de ser a tal "ação direta" com a qual facções desse tipo na franja da paleta política sempre sonharam, não importa a coloração.

Muito vai depender de o próprio Jair Bolsonaro ser capaz de escapar dos efeitos descritos por outra clássica expressão política alemã, a da "Bunkermentalität". Ela descreve um fenômeno palaciano tão velho quanto... palácios. É o dono do Palácio, vivendo no mundo peculiar das suas paredes estreitas e dando ouvidos só aos mais próximos, não ser capaz de entender o que está acontecendo de fato lá fora.
Herculano
25/04/2019 08:22
MUDANÇAS NO PLANALTO FORTALECEM SANTOS CRUZ, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O desempenho do ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz (Governo) no suporte à articulação política e as críticas a Onyx Lorenzoni (Casa Civil) motivaram estudos internos para alterar ou "modernizar" os ministérios que funcionam no Palácio do Planalto. A intenção inicial seria apenas promover um troca-troca, com Santos Cruz assumindo a Casa Civil e Lorenzoni a Secretaria de Governo, mas isso empacou. O fato é que, concluída a reforma, o general Santos Cruz será fortalecido.

DILEMA Nº 1
Deslocando Santos Cruz para a Casa Civil, o governo ganharia em eficiência, mas poderia enfraquecer seu trabalho de articulação.

OUTRA DÚVIDA
A troca também não poderia desagradar o ministro Lorenzoni, um amigo que o presidente Jair Bolsonaro deseja preservar.

ARTICULADOR DE PRIMEIRA
Outra opção era entregar a articulação de vez a Santos Cruz, que, pelo sim, pelo não, continua levando deputados ao gabinete de Bolsonaro.

CONSIDERAÇÃO
Deputados têm dito que já nem esperam nomear seus indicados, mas exigem ao menos ser recebidos com as homenagens de aliados.

EM PORTUGAL, MORO RECUSA A DEBATER COM CORRUPTO
O ministro Sérgio Moro (Justiça) enfureceu jornalistas portugueses, em geral simpáticos ao Partido Socialista (e ao PT), ignorando em Lisboa o ataque de um político decadente, José Sócrates (PS), ex-primeiro-ministro e amigo de Lula, tão enrolado quanto o presidiário petista. Sócrates não é flor que se cheire. Como Lula, é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro ("branqueamento de capitais", por lá), além de fraude fiscal. Moro recusou o bate-boca: "Não debato com criminosos".

CADEIA COMO LAR
Como Lula, o envolvimento com corrupção levou Sócrates à cadeia. Prisão preventiva por dez meses. Aguarda julgamento desde 2015.

FARINHA DO MESMO SACO
Como Lula, Sócrates também é investigado na Operação Marquês, em Portugal. Responde por tráfico de influência em diferentes processos.

A MESMA LADAINHA
Como Lula, o ex-primeiro-ministro socialista se diz "perseguido" pelos procuradores, por juízes etc. Como Lula, não reconhece que roubou.

ONGS PERDERAM PODER
O protesto contra demarcação de terras indígenas é apenas uma lorota organizada por ONGs que perderam poder com Jair Bolsonaro no governo. Há décadas, ONGs, inclusive estrangeiras, definiam tudo nessa área, inclusive demarcações. Agora não mandam mais.

O PODER TRANSFORMA
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), quem diria, deixou a oposição para, no poder, ser acusado pelos rivais de apropriar-se da TV pública para atacar adversários e fazer promoção pessoal.

SALÁRIO PARECE JUSTO
Abaixo-assinado na internet, já com 26 mil adesões, protesta contra o novo salário do prefeito do Recife, R$25 mil por mês. Belo salário em qualquer lugar, mas parece justo para o gestor de cidade tão complexa.

ASSESSORIA INDÍGENA
Além de roupas de marca, relógios, automóveis e celulares de ponta, índio também quer apito: usou a ONG estrangeira Greenpeace para disponibilizar assessoria de imprensa durante o "protesto" em Brasília.

SALDO POSITIVO
São decepcionantes os números do emprego em março, após o desligamento de funcionários temporários após do Carnaval. A boa notícia é que o saldo do ano, de 180 mil novos empregos, é positivo.

CAMPEÃO EM PROPOSTAS
Em menos de três meses, Célio Studart (PV-CE) é o deputado que mais apresentou projetos de lei: 86. Um deles, já aprovado, prioriza os autistas em processos administrativos e judiciais. O ex-senador José Medeiros (Pode-MT) está em segundo lugar, com 59 projeto de lei.

DEPUTADA DE PERNAS CURTAS
Após dizer que o Brasil quebrou e o PT nada tem com isso, a deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que o governo terá "pibinho" de 1% este ano, mas calou quando lembraram o PIB de 2015, com Dilma, -3,8%.

QUE VENHA A REFORMA
Estudo divulgado pela Anbima, associação de entidades do mercado financeiro, demonstra que a diversificação da economia e a reforma da Previdência farão o PIB crescer 10% a mais que o previsto até 2023 e garantir a criação de pelo menos 402 mil empregos nesse período.

PENSANDO BEM...
...a surra do governo, somando 72% dos votos na CCJ, mostrou que a oposição não gritava por sentir dor, mas por não ter votos.
Herculano
25/04/2019 08:11
MOURÃO VIRA PEÃO NO TABULEIRO POLÍTICO DO GOVERNO E DA OPOSIÇÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro faz jogada arriscada, mas esquece que o vice não pode ser demitido

A deputada Perpétua Almeida foi à tribuna da Câmara na terça-feira (23) para defender Hamilton Mourão. Apesar de ser vice-líder do PC do B, a parlamentar contou que estivera com o general na véspera para falar sobre o Acre e aproveitou para prestar solidariedade.

"Eu acho uma injustiça esse fogo amigo deste governo Bolsonaro que está aí. Nem sequer consegue se entender!", reclamou a comunista.

Sob ataque da ala extremista do bolsonarismo, o vice-presidente virou um peão no tabuleiro político. Mourão passou a ser explorado pela oposição, pelo Congresso e, principalmente, pelos radicais da direita.

Carlos Bolsonaro e seus amigos saíram em campanha para acusar Mourão de conspirar contra o presidente e impedir a transformação do país numa república fundamentalista "olavista". Se o governo continuar acumulando erros, o grupo pode simplesmente jogar a culpa pelo fiasco na conta do vice traidor.

Já os opositores de Bolsonaro aproveitam para fustigá-lo. Márcio Jerry, também do PC do B, disse que o caso é grave. "Não podemos tratar isso como uma coisa engraçada, como se fosse apenas o 'tresloucamento' de uns maluquinhos por aí", afirmou.

Até o presidente da Câmara moveu a peça algumas casas em sua direção. Rodrigo Maia aproveitou o aumento da temperatura para dar uma demonstração de poder: pegou a caneta e arquivou um exótico pedido de impeachment contra Mourão.

Parte dos aliados de Bolsonaro diz que passa vergonha com o conflito. "Isso tem sido constrangedor. É isso que a esquerda sem moral espera: que nos confundamos entre nós e nos batamos. Mas não vai acontecer", queixou-se Julian Lemos (PSL), depois de ouvir provocações.

Bolsonaro também usou Mourão como peão na crise que culminaria no impeachment de Dilma. Quando o general defendeu a derrubada da petista, o então deputado disse que a presidente e seus ministros poderiam exonerá-lo, "mas não podem demiti-lo". Agora, é ele quem está diante de uma figura indemissível.
Herculano
25/04/2019 08:09
STF MANDOU UM RECADO PARA A ALESC, DEPUTADOS E VEREADORES QUE VIVEM CRIANDO DESPESAS PARA SATISFAZER O SEU POPULISMO

Ao julgar como inconstitucional matéria legislativa originada na Alesc que determinou ao governo de Santa Catarina sair dos obrigatórios 12% constitucionais para os 15% do Orçamento Anual para a Saúde, o Supremo Tribunal Federal, sinalizou apenas o óbvio: o Legislativo não pode criar despesas, prerrogativa exclusiva do Executivo, ainda mais, engessando em percentuais, obrigando a retirar esses recursos de outras rubricas, tão necessárias quanto a Saúde.

A ideia dos deputados, antes de ser inconstitucional, como se provou no julgamento, é irresponsável e demagógica.

Ela apenas dá mais para um setor que está desorganizado e sem controle, como se provou no final do governo do prefeito de Lages, Raimundo Colombo, PSD, e durante o governo de Eduardo Pinho Moreira, MDB, o que iniciou, praticamente, esta batalha contra esta imposição legislativa de aumentar o percentual do Orçamento para a Saúde.

Antes de mandar mais dinheiro para uma área, onde no Brasil é notória a corrupção como no setor de Obras, aproveitando-se de situações emergenciais, bem como a atuação organizada de fornecedores de serviços, remédios e equipamento, é preciso uma investigação completa sobre a razão pela qual tudo é tão obscuro nesta área, criar sistemas de qualidade de gestão e produtividade, bem como trabalhar contra a crescente judicialização para as exceções, que levam o orçamento do básico e dos pobres na Saúde.
Herculano
25/04/2019 07:51
A OPINIÃO DOS LEITORES DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO

Bolsonaros, Mourão e Olavo

O Brasil está sem rumo. Quem preside o país? O filho do eleito, que se comporta como mandatário? Os congressistas, em sua roupagem de primeiro mundo, enquanto brincam de legislar? E sob esse domínio está o povo, sem voz, sem esperança e sem saber se tem direitos ("Militares tentam conter ruído entre Bolsonaro e Mourão"). Teresa Fernandez (Belo Horizonte, MG)


Votei no presidente e no vice, não no filho do presidente e muito menos nesse tal Olavo de Carvalho. Respeitem o meu voto ou saiam do governo. Rafael Vinícius da Cruz (São Paulo, SP)

Bolsonaro está administrando os conflitos entre os filhos, o general Mourão, os militares e os olavetes da pior maneira possível ("Alvará de demolição", de Bruno Bohossian). Que Olavo fale o que bem entender, que os filhos falem o que bem entenderem. Quem tem de saber lidar com as desavenças é o presidente, não se envolvendo com nada. E isso, infelizmente, ele não está sabendo fazer. A lama acaba caindo em cima dele, que tem bons propósitos, mas que acabam sendo detonados no seio de seu próprio "entourage". Regina Ulhôa Cintra (São Paulo, SP)


Um dia após o outro, comprova-se que o Exército brasileiro estava certo ao fazer um deles general, Hamilton Mourão, e o outro capitão reformado, Jair Bolsonaro. Poderemos corrigir em 2022, com Mourão para presidente.Celso Marciano (Sorocaba, SP)

Em casa sem liderança, qualquer um se acha em condições de palpitar. Ou o presidente põe cada um em seu lugar, inclusive os filhos, ou será engolido por sua omissão. Fabrício Neves (Itobi, SP)
Herculano
24/04/2019 18:56
Miguel

O primeiro Satanás da história é o PT e Dilma Vana Roussef que desempregaram 13 milhões de pessoas, desorganizaram a economia e elevaram a economia ao nível nunca antes visto neste país consumindo os pesados impostos dos trabalhadores e desempregados.

O segundo Satanás, é o presidente Jair Messias Bolsonaro, PSL, que se perde em brigas diárias periféricas e não defende as reformas que vão gerar milhões de empregos, criar uma nova demanda de riqueza para fortalece-lo como governo e até para essas brigas bobas de poder absoluto. Quer até mudar a metodologia da pesquisa que levanta o desemprego no Brasil, para confundir os números e as comparações, como se isso fosse a solução.

O terceiro Satanás, são os Uczai da vida, que estão sentindo cheiro de enxofre com a falta de foco de Bolsonaro. A periferia que ele diz que precisa conquistar - depois de arrasar Chapecó, quando foi prefeito, é para, na verdade, embalar os próprios desempregados que o PT e Dilma criaram e o atual governo, não lhes deram esperança real.

Como o PT e a esquerda do atraso vivem dos fracos, enganando analfabetos, ignorantes e desinformados, estão apenas colhendo em solo arrasado semeado por eles próprios. Wake up, Brazil!
Miguel José Teixeira
24/04/2019 17:33
Senhores,

Manchete no NSC Total:

"Pedro Uczai: "O PT tem que recuperar as periferias para um projeto de esquerda"

huuummm. . .para recuperar o "pudê", "aparelhá u istadu", "saqueá us cofres públicus" e "istrupá a nassão". . .

Já vivenciamos este filme e seu horripilante final!

Vade retro!
Herculano
24/04/2019 11:14
PRA QUE SERVE UMA ASSESSORIA DE IMPRENSA PAGA PELO POVO?

Na coluna Chumbo, da edição impressa de sexta-feira, o editor e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, publicou com exclusividade de que o superintendente da Ditran, Luciano Amaro Brandt, estava de saída.

A prefeitura negou e Gilberto informou isso. Na coluna de segunda-feira tratei do assunto. Não propriamente da saída de Brandt, mas como a prefeitura trabalha para negar o que a cidade inteira já sabia e o próprio Brandt já tinha reportado para a sua equipe.

Hoje pela manhã, Joel Reinert e Paulo Flores, da 89,7 confirmaram integralmente a informação do Gilberto. Brandt ficará até o dia 30 de abril. Desta vez e até agora, a assessoria de imprensa da prefeitura não a desmentiu.
Herculano
24/04/2019 11:04
CHANCE DE LULA REVERTER CASO DO TRIPLEX SE TORNA AINDA MAIS EXÍGUA

Com decisão do STJ, ficou difícil rediscutir detalhes do caso nas próximas etapas

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ricardo Balthazar. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou do Superior Tribunal de Justiça uma chance de sair da cadeia mais cedo, mas as possibilidades de revisão do seu caso pelos tribunais superiores tornaram-se ainda mais exíguas.

Os quatro ministros do STJ que julgaram seu recurso nesta terça (23) rejeitaram todas as alegações apresentadas por sua defesa contra os juízes que o condenaram antes e os procuradores da força-tarefa à frente das investigações da Lava Jato no Paraná.

Os advogados do ex-presidente ainda podem recorrer no STJ, se encontrarem inconsistências nos votos dos ministros quando forem publicados, e depois ao Supremo Tribunal Federal, onde poderão ser discutidos aspectos constitucionais do processo.

Mas ficou mais difícil rediscutir os detalhes do caso nas próximas etapas, depois que a sentença de Sergio Moro que condenou Lula foi reafirmada por sete magistrados - os três integrantes do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que condenaram Lula há um ano e os quatro ministros do STJ que o julgaram agora.

Politicamente, o resultado tende a enfraquecer a narrativa adotada pelo líder petista desde que caiu na mira da Lava Jato, a de que se tornou alvo de perseguição política e não teve julgamento justo.

Ao descartar um a um os pontos levantados pela defesa de Lula, os quatro ministros do STJ se concentraram sobre aspectos formais e evitaram se aprofundar na discussão dos detalhes do caso como os advogados queriam.

Moro e os juízes do TRF-4 condenaram Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo em que o líder petista foi acusado de ganhar da empreiteira OAS um apartamento tríplex reformado, em troca de vantagens que a empresa teria obtido em contratos da Petrobras.

Ninguém tem dúvida de que ocorreram desvios na Petrobras quando Lula estava no poder, mas não há no processo evidência de que existe vínculo entre eles e os gastos da OAS com o tríplex de Guarujá.

A principal prova apresentada pelos juízes para sustentar as decisões que condenaram Lula é o testemunho do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que também foi condenado no processo e foi ouvido quando estava preso em Curitiba e negociava um acordo de delação premiada, para cooperar com as investigações em troca de redução de pena.

Segundo Pinheiro, o dinheiro gasto no tríplex era parte da propina acertada com o PT para azeitar seus negócios na Petrobras. Como a empreiteira fez pagamentos ao PT e os desvios na estatal foram comprovados em outros processos, os juízes concluíram que Pinheiro falara a verdade.

Para a defesa de Lula, a palavra de Pinheiro não poderia ter sido considerada para condená-lo, porque o empreiteiro estava negociando os benefícios da delação, e a legislação exige que os delatores apresentem provas para corroborar suas acusações.

Documentos reunidos pelo processo mostram que Lula e sua mulher, Marisa Letícia, chegaram a visitar o tríplex com Léo Pinheiro quando ele estava em reforma. Mas não há evidência de que Lula soubesse dos acertos que o empreiteiro diz ter feito com o PT.

Mesmo assim, Moro e os juízes do TRF-4 o condenaram porque chegaram à convicção de que ele sabia do que acontecia na Petrobras e dos acertos feitos com os partidos que haviam indicado os diretores da estatal, todos nomeados pelo presidente da República.

Qualquer um pode discordar dessas conclusões, mas o que importa para os ministros do STJ é que esses juízes agiram de acordo com as regras. Para eles, os advogados de Lula não foram capazes de apresentar fatos novos ou irregularidades processuais que justificassem o reexame do caso.

Descartados os argumentos da defesa do ex-presidente, restou aos ministros do STJ examinar as penas impostas a ele. De forma unânime, os quatro ministros concluíram que a sentença do TRF-4 que levou à prisão de Lula exagerou ao aumentar as penas que haviam sido fixadas por Moro.

A legislação brasileira determina que, ao condenar uma pessoa, o juiz leve em consideração oito fatores na hora de definir sua pena: culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade, motivos, circunstâncias e consequências do crime, além do comportamento da vítima.

Ao condenar Lula, Moro considerou negativos somente três desses fatores - culpabilidade, circunstâncias e consequências -, mas os juízes do TRF-4 acharam que a motivação dos crimes atribuídos ao ex-presidente também deveria ser levada em conta.

"A par de vantagens em benefício próprio, censuráveis e graves não somente os bilhões de reais desviados, mas também a colocação em xeque da própria estabilidade democrática em razão de um sistema eleitoral severamente comprometido", disse o juiz João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF-4.

Os ministros do STJ acharam que era um exagero e por isso reduziram a pena de Lula, de 12 anos e 1 mês de prisão para 8 anos, 10 meses e 20 dias. Essa decisão abre caminho para que ele saia da cadeia, porque ficou mais perto de completar um sexto da pena e ganhar direito a um regime mais brando. Mas esse resultado também dependerá do andamento dos outros processos que ele ainda enfrenta na Justiça.
Herculano
24/04/2019 11:01
HÁ AINDA MUITAS INCERTEZAS PARA O EX-PRESIDENTE, por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma derrota e uma vitória ontem, porque a condenação foi mantida e a pena reduzida, mas a guerra judicial continua. Numa nova etapa, o Supremo Tribunal Federal poderá até repetir para Lula o remédio receitado para o também petista José Dirceu: mandar soltar o ex-presidente, até que a dosimetria da pena seja decidida em última instância.

Dirceu, ex-presidente do PT e ex-chefe da Casa Civil no governo Lula, foi solto pela Segunda Turma do Supremo em junho de 2018 sob o argumento de que não havia uma decisão definitiva sobre os anos que deveria cumprir de prisão. Está solto até hoje, enquanto a decisão não vem. O mesmo pode ocorrer agora com Lula.

O fato é que o ambiente em relação a Lula mudou. A unanimidade da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a favor da redução da pena, de 12 anos e 1 mês para 8 anos e 10 meses, pelo processo do triplex do Guarujá (SP), deixou no ar a sensação de um grande acordão na turma para uma solução de meio-termo: a condenação de Lula foi mantida, mas com pena menor, que pode tirá-lo da prisão em meados de setembro, após cumprimento de 1/6 da pena. Além disso, houve uma drástica revisão da multa, de R$ 29 milhões para R$ 2,4 milhões.

A defesa de Lula, que vinha perdendo todos os pedidos de habeas corpus, ganhou fôlego. Os próximos passos serão embargos no próprio STJ e novas investidas no Supremo, onde há, inclusive, um pedido de anulação da sentença de Lula, alegando suspeição do então juiz Sérgio Moro, que condenou Lula e depois trocou a magistratura pelo Ministério da Justiça no governo Jair Bolsonaro.

Se o ambiente mudou e os ventos parecem favorecer Lula, convém não esquecer que o processo do triplex é apenas um dos muitos que assombram o destino do ex-presidente, que já foi, inclusive, condenado em primeira instância pelo sítio de Atibaia. Logo, o regime semiaberto surge no horizonte de Lula, mas ainda não é uma certeza.
Herculano
24/04/2019 10:59
VITóRIAS E DÚVIDAS EM DUAS BATALHAS, por Míriam Leitão, em O Globo

Ontem foi o dia das duas batalhas. A que atraiu mais atenção foi travada no STJ, que discutiu o recurso do ex-presidente Lula. A redução da pena era previsível, costuma ocorrer em instâncias superiores, mas há dois fatos relevantes no julgamento. Primeiro, com o voto unânime, manteve-se a condenação de Curitiba e Porto Alegre. Segundo, supera-se, no caso do Lula, a discussão sobre o cumprimento da pena após a condenação em segunda instância. A outra batalha mostrou que o governo está tendo muito mais dificuldade do que esperava na tramitação da reforma da Previdência e isso basicamente pelos erros que tem cometido.

O que esse tempo em que Lula ficou ?" e ainda ficará ?" preso mostrou ao Brasil é que a esquerda não conseguiu ter novas lideranças. A sombra de Lula prevaleceu. O PT não tem conseguido liderar a oposição. Os maiores constrangimentos ao governo Bolsonaro foram criados por sua própria incapacidade de articular uma base parlamentar e pelas ferozes brigas internas.

O juiz que condenou Lula no dia 12 de julho de 2017, Sérgio Moro, é hoje um ministro do governo que se elegeu usando o discurso do combate à corrupção. Não se pode por isso fazer uma relação causal pretérita. Moro não o condenou com o propósito de ir para o governo Bolsonaro, que nem fora eleito ainda. Mas a sua decisão de ir para o Ministério, perseguindo o sonho lotérico do Supremo Tribunal Federal, jogou uma sombra sobre suas antigas decisões, a mais dramática delas, a de condenar o ex-presidente Lula. O dia de ontem, contudo, foi de alívio para Moro. Afinal, o STJ confirmou a condenação, apenas reduzindo a pena. Para Lula, também houve o alívio de uma vitória, depois de tantas derrotas jurídicas. Sua defesa agora passa a discutir a progressão de regime que pode levá-lo ao semiaberto em setembro.

A vitória de Lula é parcial, mas não é menos significativa. Para quem está preso, saber o tempo que resta é um enorme alívio. Passa-se à contagem regressiva que é muito melhor do que o tempo indefinido dentro de uma cela. E pode até ser surpreendido por uma saída mais rápida. O problema é que ele já está condenado no processo do sítio de Atibaia. Ao todo, enfrenta sete ações penais. A vitória a ser comemorada ontem foi o "parcial provimento" que a 5ª Turma do STJ deu ao seu agravo regimental, na primeira das ações, a do triplex do Guarujá.

Enquanto o STJ concentrava a atenção da maioria do país, a CCJ iniciava mais uma desgastante discussão em torno da admissibilidade da reforma da Previdência. A tramitação ficou mais difícil pelos erros cometidos pelo governo. O sigilo dos dados que levaram às propostas foi para que não se antecipasse na CCJ a discussão de mérito. O problema é que, ao não dar os cálculos, o governo pareceu ter um segredo a esconder. E mais, isso foi usado pela oposição no pior embate contra o projeto. Numa dessas ironias da política, a líder da minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), usou um dispositivo incluído na Constituição pela emenda 95, a do teto de gastos do governo Temer, para tentar suspender a tramitação da reforma. O ponto estabelece a suspensão, por 20 dias, de um projeto que crie despesas ou renúncia fiscal e que não tenha sido acompanhado de cálculos. O deputado Arthur Maia (DEM-BA) ponderou que o projeto não aumenta despesas, pelo contrário. Mas, afinal, não dá saber se não se tem os dados.

Todos os números correm a favor de quem quer provar que o Brasil precisa fazer uma reforma da Previdência, por razões fiscais e para reduzir as desigualdades do sistema. Seria bom se a esquerda fosse capaz de ver a eloquência dos dados que mostram as enormes vantagens para uma minoria dos beneficiários. Mas todas as reformas foram feitas no terreno conflagrado da luta política. Na que foi comandada pelo ex-presidente Lula, e que afetou o funcionalismo, houve inclusive racha no PT, levando-se à criação do PSOL. Ontem, PT e PSOL estavam juntos contra a proposta do governo de Bolsonaro, que, quando deputado, sempre votou contra todas as reformas. A pressão dos partidos do centrão permitiu que o projeto fosse melhorado, com a retirada de pontos que não tinham a ver com a reforma. Essa primeira batalha mostrou que o governo tem que se fortalecer para a Comissão Especial.
Herculano
24/04/2019 10:56
GOVERNO TENTA MATAR O PRAGMATISMO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo.

Reforma da Previdência ainda sobrevive, apesar de loucuras e vexames bolsonaristas

A reforma da Previdência deve chegar intacta até a discussão de seu conteúdo, que em tese começa em 7 de maio, em comissão da Câmara. Até as 20h32 desta terça-feira, havia progressos.

A tramitação da emenda não era até então prejudicada pelos escândalos intestinos do governismo, como o ataque do bolsonarismo puro contra Hamilton Mourão e, por tabela, a quem quer que pretenda desfazer a ideia de que o governo seja uma máquina de propaganda e combate feroz do "sistema" ou de "ideólogos". Ou seja, contra qualquer dissidente ou recalcitrante que se meta no caminho da revolução moral-ideológica.

Apesar do desgaste extra que causa na imagem do Planalto, se isso ainda é possível, a turumbamba está limitada à cozinha do governismo ?"por ora.

Até a noite, não havia também notícia de nenhum surto novo de incompetência, embora ainda restem três dias na semana.

O que houve?

Primeiro, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, voltou a trabalhar intensamente pela reforma, que é também um projeto político seu e um acordo com a elite econômica.

Segundo, o governo promete um varejão de acordos, baseado em um plano de liberação de dinheiro extra para emendas ao Orçamento e de participação de deputados nas definições de convênios entre União e estados ou cidades. Em suma, o governo federal divide com os parlamentares a autoria das obras.

Terceiro, o governo deixou de bobagem excessiva e abriu mão de uns jabutis que vieram no pacote da reforma previdenciária. Como é óbvio para qualquer um que passou do jardim da infância parlamentar, o Congresso sempre mexe em projetos, a cada estágio de tramitação, nem que seja "para constar", para não parecer pau-mandado do Executivo.

Estavam lá jabutis pesados, como a possibilidade de alterar, na prática, a composição do Supremo, um golpe branco, e a proibição de iniciativa do Congresso em matéria de lei previdenciária. Era o governo botando asinhas de fora. Nada a ver com o problema da Previdência.

A coisa parecia progredir mesmo apesar do desgaste vexaminoso e desnecessário do segredo sobre as contas da mudança das regras previdenciárias.

O governo proibiu a divulgação dos detalhes da estimativa de economia com a reforma.

Além de autoritária, a tolice é contraproducente e atraiu para o governo a suspeita de que estaria mentindo.

Mas o Ministério da Economia não parece estar fraudando informação ou chutando, a julgar por outras estimativas, baseadas em modelos públicos, oficiais, de projeção de despesas previdenciárias, nos modelos e projeções da reforma Michel Temer (também públicos) e em contas da Instituição Fiscal Independente a respeito dos benefícios para idosos muito pobres (BPC) e para o abono salarial.

As diferenças de estimativa sobre a poupança final da reforma são mínimas, considerada a grande probabilidade de variação das premissas dos cálculos.

Embora o governo devesse abrir os dados para o debate, há informação relevante ainda mais misteriosa.

Por exemplo, qual o impacto da reforma nas contas de estados e municípios (se sobrar mudança na Previdência de servidores e dos governos regionais)?

Sem reforma grande, haverá em breve desastres em serviços essenciais, escola, saúde e polícia, prestados basicamente pelos governos regionais.

Enfim, até 20h32 de terça-feira, diminuía o risco de morte precoce da reforma, apesar de o governo cometer tentativas de homicídio.
Herculano
24/04/2019 10:53
SE GOSTASSE DE TRABALHAR E LER, LULA JÁ ESTARIA LIVRE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Avesso a leitura e trabalho, Lula perdeu a chance de ganhar liberdade com a decisão de ontem do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que reduziu sua pena para 8 anos e 10 meses de prisão. Se tivesse trabalhado desde que foi preso, em abril de 2018, Lula já teria abatido ao menos quatro meses da pena. Outras opções seriam submeter-se a cursos ou leitura de livros, tudo que o ilustre presidiário mais odeia.

A CONTA É SIMPLES
A pena de prisão é reduzida a cada três dias de trabalho, 12 horas de curso realizado ou por cada livro lido, com resumo apresentado.

PETISTA ESPERTO
O ex-braço-direito José Dirceu reduziu a pena em cerca de seis meses trabalhando e fazendo cursos no cárcere.

MACACO VELHO
O ex-deputado Eduardo Cunha foi além: fez até curso de mestre de obras, agricultura e resenha de livros. Reduziu a pena em oito meses.

DIPLOMA SEM ESTUDO
Em 2002, na sua diplomação como presidente, Lula encerrou discurso orgulhoso dizendo que aquele era o seu primeiro diploma.

IBANEIS QUER FAZER UMA 'LIMPEZA' NO MDB DO DF
Para honrar compromisso assumido na sua filiação, o governador do DF, Ibaneis Rocha, ofereceu uma chance ao ex-governador Tadeu Filippelli: renunciar à presidência do MDB-DF, em nome da renovação do partido. Mas Filippelli se negou, alegando que precisava do cargo neste "momento difícil": ele é réu por corrupção nas obras do estádio Mané Garrincha. O problema é que afastar o MDB de corrupção é a exata intenção de Ibaneis, que está no primeiro mandato como político.

RÉU POR CORRUPÇÃO
Filippelli chegou a ser preso, em maio de 2017, acusado de receber propina de R$6,1 milhões nas obras do estádio Mané Garrincha.

COMEÇA A RENOVAÇÃO
A destituição de Filippelli e a dissolução do diretório do MDB-DF são os passos iniciais para a pretendida renovação do partido.

DEM NEM PENSAR
Ibaneis riu da lorota de sua filiação ao DEM. Após pedir a dissolução do diretório do MDB, fez graça: "Acha que estou querendo sair?"

TOMANDO BAILE
Nenhum parlamentar governista esteve presente na audiência que discutiu a reorganização dos ministérios do governo Jair Bolsonaro. A oposição conduziu os trabalhos sem ser incomodada.

ACABOU NO IRAJÁ
Como esta coluna antecipou em 20 de março, o ex-chanceler Antonio Patriota, de lamentável passagem pelo Ministério das Relações Exteriores, será embaixador do Brasil no Cairo, Egito. Saiu no lucro.

HOLOFOTE DESLIGADO
Deputados, que estavam tão determinados em atuar para coibir novos desastres em barragens de rejeitos de mineração, decidiram adiar a instalação da CPI de Brumadinho. É que o fato perdeu os holofotes.

DEBANDADA
Cinco consultores legislativos entregaram demissão ao senador Alvaro Dias (Pode-PR). Alegam recorrência de decisões contrárias ao ponto de vista deles, que prejudicariam a boa gestão na liderança do partido.

ÍNDIA CUIDANDO DE ÍNDIOS
Tenente do Exército de currículo invejável, Silvia Nobre finalmente foi nomeada secretária de Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, como esta coluna antecipou em 6 de fevereiro. Silvia é índia da etnia Waiãpi.

CIDADÃO PROTEGIDO
A Câmara Legislativa do DF aprovou em primeiro turno projeto do deputado Eduardo Pedrosa (PTC) criando o cadastro "Não Incomode", para blindar os brasilienses dos irritantes telefonemas de telemarketing.

PARABÉNS, ZÉ
Ex-garagista, hoje auxiliar administrativo, Antonio José Alves é exemplo de superação e orgulho para pais de família que eram crianças, quando ele era porteiro na quadra onde moravam, no bairro Sudoeste, em Brasília. Antonio lutou e agora está se formando bacharel em Direito.

PRECEDENTE
A progressão de regime de Lula pode ser atrapalhada pela condenação a mais 12 anos e 11 meses no caso do sítio de Atibaia. Eduardo Cunha ainda está preso porque teve somada uma pena de primeira instância.

PENSANDO BEM...
...na briga da reforma da Previdência na CCJ, a oposição conseguiu provar que tem pulmão, não votos.
Herculano
24/04/2019 10:48
ALVARÁ DE DEMOLIÇÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente dá alvará a 'olavistas' ao defender Carlos em guerra com Mourão

Os choques entre o grupo ideológico e a ala militar do governo superaram a disputa corriqueira por espaço e influência. Os "olavistas" sempre tentaram enfraquecer os generais que trabalham com o presidente. Agora, eles parecem dispostos a derrubar de vez esse pilar.

Com a participação direta dos filhos de Jair Bolsonaro, o fã-clube do escritor Olavo de Carvalho teve suas mãos amarradas pelos militares em uma série de embates nos primeiros meses de mandato. Além de conflitos públicos, como no Ministério da Educação, o time ideológico viu seus planos bloqueados por generais que atuam dentro do Planalto.

As últimas peças movidas pelo presidente e sua família escancararam o conflito. Depois de se ver repreendido pelo próprio governo, o vereador Carlos Bolsonaro decidiu tornar explícita a guerra pelo poder.

O filho do presidente foi considerado o responsável pela publicação, na página de Jair Bolsonaro, de uma gravação em que Olavo faz ataques pesados aos militares. A peça foi retirada do ar, e o Planalto afirmou que as críticas "não contribuem para a unicidade de esforços" do governo.

O tom conciliatório certamente não partiu da família Bolsonaro. Carlos reagiu com um bombardeio contra Hamilton Mourão e replicou até um vídeo que insinua que o vice conspira para derrubar o presidente.

Embora o alvo específico seja Mourão, o impacto tende a ser mais amplo. Ao se concentrar num representante das Forças Armadas, a investida atinge diretamente uma instituição que, em larga medida, serve de arrimo ao bolsonarismo.

Desde a campanha, os generais trabalham para moderar o tom dos "olavistas", por temerem que uma explosão radical do governo afete a imagem dos militares. A ala ideológica, no entanto, deu sinais de que se cansou de ser interditada.

Nesta terça, o presidente deu um alvará ao segundo grupo em nota lida pelo porta-voz do Planalto: "Quanto a seus filhos, em particular ao Carlos, o presidente enfatiza que ele sempre estará a seu lado".
Herculano
24/04/2019 10:47
ALVARÁ DE DEMOLIÇÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente dá alvará a 'olavistas' ao defender Carlos em guerra com Mourão

Os choques entre o grupo ideológico e a ala militar do governo superaram a disputa corriqueira por espaço e influência. Os "olavistas" sempre tentaram enfraquecer os generais que trabalham com o presidente. Agora, eles parecem dispostos a derrubar de vez esse pilar.

Com a participação direta dos filhos de Jair Bolsonaro, o fã-clube do escritor Olavo de Carvalho teve suas mãos amarradas pelos militares em uma série de embates nos primeiros meses de mandato. Além de conflitos públicos, como no Ministério da Educação, o time ideológico viu seus planos bloqueados por generais que atuam dentro do Planalto.

As últimas peças movidas pelo presidente e sua família escancararam o conflito. Depois de se ver repreendido pelo próprio governo, o vereador Carlos Bolsonaro decidiu tornar explícita a guerra pelo poder.

O filho do presidente foi considerado o responsável pela publicação, na página de Jair Bolsonaro, de uma gravação em que Olavo faz ataques pesados aos militares. A peça foi retirada do ar, e o Planalto afirmou que as críticas "não contribuem para a unicidade de esforços" do governo.

O tom conciliatório certamente não partiu da família Bolsonaro. Carlos reagiu com um bombardeio contra Hamilton Mourão e replicou até um vídeo que insinua que o vice conspira para derrubar o presidente.

Embora o alvo específico seja Mourão, o impacto tende a ser mais amplo. Ao se concentrar num representante das Forças Armadas, a investida atinge diretamente uma instituição que, em larga medida, serve de arrimo ao bolsonarismo.

Desde a campanha, os generais trabalham para moderar o tom dos "olavistas", por temerem que uma explosão radical do governo afete a imagem dos militares. A ala ideológica, no entanto, deu sinais de que se cansou de ser interditada.

Nesta terça, o presidente deu um alvará ao segundo grupo em nota lida pelo porta-voz do Planalto: "Quanto a seus filhos, em particular ao Carlos, o presidente enfatiza que ele sempre estará a seu lado".
Herculano
24/04/2019 10:45
UMA BABÁ PARA CARLUXO, por BernardoMello Franco, no jornal O Globo

A última presidente que brigou com o vice não terminou o mandato. Bolsonaro poderia aprender com o exemplo de Dilma, mas prefere os conselhos de Olavo de Carvalho

Não durou 24 horas a trégua de Carluxo, o filho pit bull de Jair Bolsonaro. Na noite de segunda, o Zero Dois sinalizou uma pausa nos ataques a Hamilton Mourão. Na terça, já voltou a tuitar contra o general.

Ontem o vereador tirou mais um dia para torpedear o vice-presidente. De manhã, reclamou de uma palestra que ele fez em Washington. À tarde, ironizou uma declaração sobre a Venezuela. À noite, criticou uma frase sobre a facada sofrida pelo pai. Referiu-se ao general como "o tal de Mourão".

As queixas de Carluxo sugerem uma tentativa de encontrar pelo em ovo. No caso da palestra, ele culpou o vice por uma carta de divulgação do Wilson Center. O texto diz que Mourão emergiu como uma voz moderada no governo, o que é difícil de contestar.

Ao falar da Venezuela, o vice ponderou que é preciso evitar uma guerra civil. Sobre a facada, disse que Bolsonaro não deveria fazer propaganda no hospital. O Zero Dois discordou. Tempos depois, postou uma foto do pai de cueca numa maca.

O presidente poderia conter o filho com medidas simples, como o confisco do celular ou a contratação de uma babá. Escolheu passar a mão em sua cabeça, o que sugere um aval aos ataques. Ontem o porta-voz do Planalto disse que Bolsonaro tem "consideração e apreço" pelo vice, mas "estará sempre ao lado" do herdeiro.

Mourão entrou na chapa do PSL por acaso. A primeira opção era Janaína Paschoal, que recusou o convite. A segunda era o ministro Augusto Heleno, que se filiou ao partido errado. Agora é tarde para se arrepender, porque o general foi eleito não pode ser demitido do cargo.

Não há bobos em Brasília. Hostilizado por um governo tropeça nas próprias pernas, Mourão marcha na direção de parlamentares e empresários. Ele já aposentou as ideias radicais da campanha, como o "autogolpe" e a Constituinte sem votos. Adotou tom conciliador, posando de bombeiro entre incendiários.

A última presidente que brigou com o vice não terminou o mandato. Bolsonaro poderia aprender com o exemplo de Dilma Rousseff, mas prefere ouvir os conselhos de Olavo de Carvalho.
Herculano
24/04/2019 10:40
GENERAL A POSTOS, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Mourão está fazendo um excelente contraponto às temeridades de Bolsonaro

Já defendi algumas vezes neste espaço a extinção dos cargos de vice. Eles são uma relíquia do século 19 que não faz mais sentido no mundo de hoje, onde tudo pode ser controlado à distância e não há muita dificuldade em organizar rapidamente uma eleição em caso de impedimento definitivo.

O vice-presidente Hamilton Mourão ainda não me fez mudar de ideia - estamos falando não de um, mas de 5.598 cargos, aos quais se somam os de assessores, motoristas etc. Devo, porém, admitir que o general está fazendo um excelente contraponto às temeridades de Jair Bolsonaro. Tão bom que ele já se tornou o alvo principal da ala olavista do governo, a desbocada combinação de extremismo ideológico com paranoia.

Há uma diferença importante entre Mourão e Michel Temer, o mais recente vice a ascender ao poder. Enquanto o substituto de Dilma Rousseff atuou ativamente na costura política que levou ao impeachment da titular, o general se limita a emitir opiniões sensatas, deixando que o contraste com os desvarios do chefe o transforme numa alternativa potencialmente atraente. Objetivamente, não dá para apontar um único ato de deslealdade de Mourão para com Bolsonaro.

O irônico nessa história, como eu já havia apontado, é que o general foi escolhido pelo clã Bolsonaro justamente para servir de seguro contra o impeachment, já que, à época, ele era visto como mais extremado do que o próprio candidato.

Bolsonaro dificilmente irá arbitrar de modo decisivo entre a ala olavista e a dos militares. É da natureza dos regimes populistas estimular intrigas e rivalidades internas para fidelizar colaboradores e energizar a base de eleitores. O problema desse arranjo é que ele não ajuda na governabilidade, e Bolsonaro precisa, se não governar bem, pelo menos evitar um novo mergulho recessivo, hipótese em que um impeachment se torna verossímil. Aí é muito melhor ter um Mourão do que um Olavo de Carvalho na reserva.
Herculano
24/04/2019 10:32
AMIGOS DO PAI, INIMIGOS DO FILHO, por Carlos Brickmann

Getúlio Vargas flertou com os nazistas e se juntou aos Aliados, festejou a tomada de Paris por Hitler e cedeu bases militares aos americanos. Dizem que certa vez recebeu um político que se queixou de um adversário, e Getúlio lhe disse que tinha razão. Pouco depois, veio o adversário, e falou mal do primeiro. Getúlio lhe deu razão. Alzira, filha e secretária, reclamou: "Pai, um falou contra o outro e o sr. deu razão aos dois!" Getúlio: "Você tem razão".

É possível administrar assim - mas Getúlio, uma figura histórica que não aprecio, era um mago da política, o que Bolsonaro ainda não mostrou ser. E o incessante tiroteio entre aliados pode atrapalhar sua gestão. Seu filho 02, Carlos, brigou com Bebianno, com Mourão (chegou a insinuar que pessoas próximas ao presidente queriam sua morte), e pôs no YouTube do pai um vídeo em que o escritor Olavo de Carvalho insultava militares com palavras chulas. Bolsonaro mandou retirar o vídeo de seu canal, Carlos o compartilhou. Bolsonaro fez leve advertência a Carvalho, dizendo que ele é um patriota, mas suas palavras "não contribuem" para ajudar o Governo. Nada falou, porém, sobre o uso de seu YouTube pelo filho 02. Os militares pediam algo bem leve, não conseguiram: algo como "o filho tem direito à opinião, que nem sempre reflete a do pai". Bolsonaro se diz convencido de que a militância virtual do filho 02 foi essencial para elegê-lo, ponto final.

Mas, com tanto tiro, como chegar unidos à votação da Previdência?

PRATO CHEIO

Para quem gosta da fofocalhada política, as divergências entre militares e Olavo de Carvalho, este com apoio de Carlos 02, são um ótimo divertimento. Carvalho disse que desde Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, os militares se limitam à voz empostada e a cabelos pintados. O vice Mourão sugeriu que Carvalho volte a redigir horóscopos, no que, afirma, o escritor é competente. Carvalho já sugeriu que Bolsonaro nomeie para o Ministério seus três filhos políticos. Carlos considera Carvalho o único responsável pela série de vitórias conservadoras em eleições latino-americanas. E Carvalho responsabiliza os militares por entregar o país aos comunistas.

Este colunista tentou, sem êxito, imaginar um diálogo entre o ex-presidente Médici e seu ministro comunista Delfim Netto (sim, Delfim aparece nas listas de comunistas dos mais radicais), a respeito da entrega do país a comunistas de carteirinha como Tancredo Neves, José Sarney e outros líderes vermelhos.

A PALAVRA DE TARSO

A sorte do Governo é que a oposição também não consegue se unir e fica amarrada à palavra de ordem "Lula livre". Até podem atingir esse objetivo, mas esquecendo o de se opor ao Governo. Quando a oposição se manifesta, é de maneira estranha. Vejamos Tarso Genro, petistíssimo, ministro de Lula em três pastas diferentes, ex-governador, professor universitário: disse que o ex-presidente peruano Alan García, ao suicidar-se no momento em que era preso sob suspeita de corrupção, "deu exemplo de dignidade".

Motivo: "Recusou a submissão às execuções sumárias pelos juízes treinados pela CIA para fulminar o Estado de Direito na América Latina."

E LULA?

Estaria Tarso achando que Lula, ao manter-se vivo, não teve dignidade?

AO TRABALHO

De acordo com dirigentes de várias facções de caminhoneiros, está afastada a hipótese de greve da categoria. ?"bvio: se conseguiram tudo o que quiseram sem precisar da greve, por que a fariam? Mas o problema virá: como as autoridades fiscalizarão o preço mínimo do frete, se o assunto é tratado entre contratador e contratado, sem testemunhas? E, se a alta do petróleo se mantiver, como se evitará, sem dilmismo, que o diesel suba?

A FESTA DOS VAZAMENTOS

O mérito é do repórter Pablo Fernandez, da BandNews FM: apurou um enorme esquema de venda de dados pessoais pela Internet. O caro leitor não deve sentir-se discriminado: há dados de autoridades, como por exemplo o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Sérgio Moro. Quais as fontes de informação? Inúmeras: os dados vazam do INSS, de entidades diversas, do serviço público federal. Surgem telefones, celulares ou fixos, CPF, RG, endereços, informações bancárias, salário, ligações de parentesco. Já faz muitos anos, no centro de São Paulo, que há venda (livre, sem qualquer constrangimento) de CDs com listas de nomes e informações. Mas eram listas não muito acuradas. Hoje são listas de maior precisão.

DESTINO

Quando recebemos um estranho bilhete de cobrança, partindo de nosso próprio endereço de e-mail, essas listas podem ser a fonte. Aqueles call-centers chatíssimos, talvez esteja aí sua alimentação. E não é caro: nos oito sistemas identificados pela BandNews, R$ 75 mensais compram muita coisa. É ilegal.

E daria cadeia, se houvesse investigação policial.
Herculano
24/04/2019 10:12
INCRÍVEL ESTE GOVERNO DE JAIR MESSIAS BOLSONARO, PSL

No dia em que as manchetes deviam ser a aprovação da Reforma da Previdência na CCJ, depois de muita celeuma e intervenção direta de Rodrigo Maia, DEM;

No dia em que as manchetes deviam ser a confirmação dos crimes do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT,

A manchete é a briga que arma pelas redes sociais um filho debiloide do presidente contra o vice, o general Hamilton Mourão, estimulado por um astrólogo que mora nos Estados Unidos, e que se diz guro da família Bolsonaro.

Carlos que é vereador na falida sob todos os aspectos é um ausente na cidade tomada por problemas, tráfico, milicias e abandonada pelos investidores.

Sem recuperar os 13 milhões de desempregados pelo governo do PT e de Dilma Vana Rousseff, o presidente Bolsonaro não terá chance nenhuma, a não ser um impeachment. Será que está se preparando para isso, arrumando inimigos onde não há? Wake up, Brazil!
Herculano
24/04/2019 10:05
CARLUCHO X MOURÃO: BOLSONARO APOIA "SANGUE DO MEU SANGUE", QUE ATIRA MAIS, por Reinaldo Azevedo, no Uol

Jair Bolsonaro endossou e ratificou todas as críticas que Carlos Bolsonaro, um de seus filhos, fez, faz e fará a Hamilton Mourão, vice-presidente da República e, por extensão, aos militares. E considerem aí: Carlos, interlocutor de Olavo de Carvalho, o guru de extrema-direita que hoje fustiga os generais, não dá um passo sem consultar o pai. De forma que eu diria até perversa, Rego Barros, general da ativa e porta-voz do presidente, foi obrigado - porque quer; é um absurdo estar nesse cargo - a afirmar o seguinte, reproduzindo palavras do chefe do Executivo: "De uma vez por todas o presidente gostaria de deixar claro o seguinte: quanto a seus filhos, em particular o Carlos, o presidente enfatiza que ele sempre estará a seu lado. O filho foi um dos grandes responsáveis pela vitória nas urnas, contra tudo e contra todos". Traduzindo: a Presidência da República é uma empreitada familiar, e nem mesmo o interesse nacional e do conjunto dos brasileiros faria Bolsonaro opor-se ao filho. Não faltou nem mesmo uma nota de dramaticidade brega, mas de perigo político extremo. Segundo Rego Barros, o presidente afirmou sobre o filho: "É sangue do meu sangue". Só ontem, Carlos postou oito tuítes em seu perfil contra o general.

Há 20 dias adverti para a tentação de agitar quarteis

No dia 5 deste mês, numa coluna da Folha intitulada "Não vai ter golpe, vai ter luta", escrevi o seguinte:

Fique avisado o leitor que anda descolado da realidade de Brasília e dela só tem notícia quando ecos de um funk já antigo trata de "tigrões" e "tchutchucas": nos "becos e nos breus das tocas" da capital federal de Banânia, que são os corredores dos palácios, já se fazem apostas: será Bolsonaro só o boneco de mamulengo do Partido Militar, que resolveu se reestruturar, ou ele próprio, insuflado por meia dúzia de reacionários delirantes, está a mandar recados para os "cabos" da hora, tentando colá-los a seu "capitão"?

A julgar pelo tratamento dispensado pelo autoproclamado filósofo e professor Olavo de Carvalho aos generais do governo - e, por extensão, aos da ativa - e pela reverência de Bolsonaro e filhos ao Bruxo da Virgínia, dada a hipótese de golpe, parece que o próprio presidente da República se mostraria disposto a "ir aos bivaques para bulir com os granadeiros".

Conversas sobre golpes só prosperam quando aqueles que deveriam proteger as instituições, e vale também para a imprensa, se dispõem a pegar pedras para depredá-las. Aí qualquer figurante de quinta categoria, alçado a ator principal, se sente estimulado a ir aos bivaques para bulir com granadeiros. Em contexto novo, é preciso, sim, que nos demos conta de que "o preço da liberdade é a eterna vigilância".

Há 20 dias, Olavo de Carvalho ainda não havia esculhambado os militares, e Carlucho não havia postando suas ofensas no canal de Youtube de seu pai e nas suas próprias páginas. Que fique claro: a extrema-direita bolsonarista investe na eliminação de qualquer barreira entre o líder e o povo. Entre os empecilhos, estão os Poderes da República e, vejam que coisa!, os próprios militares. Sim, há quem sonhe com um autogolpe, com os quarteis rebelados, fiéis ao capitão, não ao comando das respectivas Forças. É delírio? É. Mas o que não é em meio a essa confusão?

Bolsonaro expressou por meio do porta-voz seu apreço não mais do que formal a Mourão, que preferiu baixar a bola, afirmando que "quando um não quer, dois não brigam". O presidente estaria disposto a investir no entendimento entre seu filho e o vice. É conversa mole. Reitero: só no Twitter, Carlos desferiu ontem oito petardos contra o vice-presidente. Um deles é mais eloquente do que parece. Ele retira do contexto uma entrevista do Mourão, em que o vice explica por que Nicolás Maduro resiste no poder. Afirmou:

"Enquanto ele [Nicolás Maduro] tiver apoio militar, a população, que é de oposição e contrária a Maduro, está desarmada". E acrescentou: "E tem de estar, né?, senão nós vamos para uma guerra civil na Venezuela que seria horrível para o Hemisfério como um todo". Segundo Carlos, Mourão estaria tirando dos venezuelanos a sua última esperança.

Por que isso é especialmente importante? Lembrem-se de que o olavista Ernesto Araújo, chanceler, da turma de Carlos, queria oferecer o território brasileiro para tropas americanas intervirem na Venezuela. O próprio Bolsonaro evitou descartar o apoio brasileiro a uma ação dos EUA no país vizinho, o que os militares brasileiros consideram inaceitável. Mourão está certo. Uma guerra civil na fronteira com o Brasil transformaria o subcontinente num palco de lutas de três potências militares: EUA, Rússia e China, com o risco de reacender o terrorismo das Farc. Quem vocês acham que reúne mais informações sobre a questão: Mourão e os generais brasileiros, que se opuseram a qualquer intervenção, ou o trio Carlucho, Ernesto e Olavo de Carvalho?

A crítica de Carlos a Mourão evidencia a qualidade de quem ataca e de quem é atacado. Notem que o filho do presidente, com quem o pai afirmou estar em aliança inquebrantável, quer a guerra. Tanto na Venezuela como com o vice. Enquanto o tiroteio acontecia, Rodrigo Maia, presidente da Câmara (DEM-RJ) e virtual primeiro-ministro, ao menos para alguns assuntos, garantia a aprovação do texto da reforma na Comissão de Constituição e Justiça. O Brasil real e urgente passava longe do presidente e de seu 23º e mais poderoso ministro: Carlos Bolsonaro.
Equivocado
24/04/2019 10:03
Caro Herculano, a matéria esta correta, porém houve um equivoco de sua parte, o Engenheiro ACT contratado pela prefeitura para segurar a bomba se chama Halan.
O engenheiro Ricardo Duarte é efetivo, foi trazido da secretaria de Educação para o Obras por ser conivente com as mazelas dos gestores, algo que os efetivos do planejamento não aceitam.
Herculano
24/04/2019 09:56
INTRIGAS PALACIANAS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Novo conflito consome energia que deveria se destinar à agenda nacional

Em mais uma crise interna tão ruidosa quanto plenamente evitável, o governo Jair Bolsonaro (PSL) desperdiça tempo e energia num confronto, forjado por sua ala ideológica, que coloca em campos antagônicos os seguidores das teses do escritor Olavo de Carvalho e o grupo de generais que integra a cúpula da administração federal.

O estopim do conflito foi um vídeo postado no sábado (20), numa página de internet do presidente. As imagens mostram Olavo nos Estados Unidos, onde vive, a disparar um rifle e a comentar de maneira irônica e agressiva o papel dos oficiais no atual governo e durante o regime autoritário de 1964.

Com seu característico vocabulário chulo, o escritor diz que a ditadura, que durou até 1985, serviu para destruir os políticos de direita, deixando livre o caminho para a esquerda. "Eles dizem: 'Livramos o país dos comunistas'. Não, eles entregaram o país ao comunismo", afirma o ideólogo, em meio a outras elucubrações do gênero.

Adversário declarado do vice-presidente Hamilton Mourão e discípulo do olavismo, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PSL), autorizado a editar as intervenções do pai nas redes sociais, chamou atenção no domingo para o vídeo - que pouco depois, entretanto, seria retirado do ar.

A publicação, não resta dúvida, causou mal-estar entre militares, tanto reservistas que ocupam cargos no governo quanto os da ativa.

Advertido a respeito das consequências danosas do ataque, Bolsonaro divulgou nota na qual considerava que as declarações de Olavo de Carvalho contra integrantes dos poderes da República não contribuíam "para a unicidade de esforços e consequente atingimento dos objetivos propostos em nosso projeto de governo".

A crítica foi acompanhada de um reconhecimento elogioso ao pensador, que teria desempenhado "papel considerável na exposição das ideias conservadoras que se contrapuseram à mensagem anacrônica cultuada pela esquerda e que tanto mal fez ao nosso país".

A tentativa de pacificação não sanou o desconforto. Noticiou-se nesta terça (23) que militares ficaram insatisfeitos com a recusa do presidente em repreender o filho, notório incentivador das hostilidades. Num sinal de que os desentendimentos não cessaram, após a nota presidencial, Carlos Bolsonaro voltou a investir contra Mourão.

O general sob ataque, por sua vez, não segue o figurino de discrição habitual dos vice-presidentes. Com frequência, contrapõe-se aos arroubos do chefe do Executivo e deixa-se atrair pelos holofotes.

Rusgas palacianas são encontradiças em qualquer governo. A diferença, na atual gestão, é que elas se transformam em desavenças e conflitos públicos em série, em prejuízo da agenda de interesse do país.

Seria saudável se o presidente Jair Bolsonaro entendesse de uma vez por todas que a campanha eleitoral terminou - e que é preciso deixar sua bolha ideológica para ser o governante de todos.

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