A simples necessária drenagem de 1.400 metros da Rua Frei Solano inferniza há quase um ano a vida de moradores e comerciantes do Gasparinho. Faltou planejamento e respeito. - Jornal Cruzeiro do Vale

A simples necessária drenagem de 1.400 metros da Rua Frei Solano inferniza há quase um ano a vida de moradores e comerciantes do Gasparinho. Faltou planejamento e respeito.

10/10/2019

Um ano de obra inacabada I

Um exemplo daquilo que avança em Gaspar. Em novembro fará um ano que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB e o vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, montaram um calvário daqueles para os que moram e principalmente, aos comerciantes da Rua Frei Solano, no Gasparinho. Antes, todavia, e sob pressão, fez a Câmara aprovar um Projeto de Lei que transferiu da prefeitura para o Samae – sem receitas, sem capacidades técnicas e operacionais para tal – a responsabilidade de fazer a drenagem pluvial de Gaspar. Tudo e apenas para “aliviar o caixa próprio” e permitir o uso do limite de empréstimos para outras obras. Quando os vereadores de oposição pediram explicações para essa transferência de responsabilidade, Kleber lançou mão da manjada chantagem. Disse aos moradores da Frei Solano que se eles se afogassem nas tão comuns enxurradas de verão, a culpa seria dos vereadores que estavam pedindo esclarecimentos e transparência. Colocar o projeto em cima da estação de chuvas fortes e só depois de dois anos de governo, foi uma estratégia pensada. Tudo para evitar a discussão técnica na Câmara. E a estratégia, mais uma vez, deu certo: o PL foi aprovado na marra.

Um ano de obra inacabada II

As obras começaram sem projeto. Uma história longa e cheia de dúvidas, ampla e detalhadamente só contada aqui. Ela foi parar no Ministério Público e no Tribunal de Contas. E lá pena. Os vereadores pediram esclarecimentos técnicos por requerimento. Kleber deu às costas. Só um mandado de segurança na Justiça fê-lo responder. Obrigado, Kleber malandramente, o fez incompleto. Até hoje, espera-se pelo restante. Nada de projeto, só um desenho, sem assinatura de responsável. A prefeitura armou, por seus vereadores, uma audiência na Câmara para se explicar, e principalmente para fazer circo com os seus amestrados. Faz seis meses. Escárnio. Até hoje não apareceu o projeto, muito menos as explicações às dúvidas técnicas. Agora os supostos erros estão enterrados à espera do asfalto, da reurbanização da rua e dos futuros problemas. Há oito meses “estaria tudo pronto” para o asfalto. Por que? A equipe de Kleber “esqueceu” de fazer licitação, por falta de responsabilidade e planejamento no tempo certo. Agora, descobriram que as bocas de lobos precisam ser refeitas. Incrível!

Um ano de obra inacabada III

Este é o retrato que o governo de Kleber, do vice Luiz Carlos e do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa tentam remendar na imagem que se desmancha e que a criaram para a reeleição: fazedores de obras. Como não se entendem, planejam, se organizam e mal executam, colocam sempre a culpa numa fictícia oposição na Câmara. Contudo, quem paga a conta e o pato de verdade, são os moradores de uma região importante e em desenvolvimento: o Gasparinho. Quase um ano para arrancar 1.400 metros lineares de paralelepípedos que estavam indo para o lixo se não se questiona, assentar no trecho os tubos da drenagem e re-pavimentar a rua? Um recorde, mesmo com dinheiro em caixa ou de financiamento para a obra aprovado pelos vereadores. E a culpa – na propaganda enganosa - é da oposição e não da equipe que o próprio Kleber escolheu e empregou – muitos deles só por afinidade política, familiar e não técnica. No outro lado, a meteorologia colaborou, e muito. Kleber aposta que os moradores e comerciantes da Rua Frei Solano vão esquecer um ano de sofrimento e prejuízos. Na propaganda oficial da próxima campanha, a obra estará lá como um dos principais feitos dele. Os erros e o martírio, não. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Eu tenho sido assediado – direta e indiretamente - para lançar alguns balões-de-ensaio sobre as tão próximas eleições de outubro do ano que vem. Tentam a credibilidade de quem expressa, não tem rabo preso, possui credibilidade, assertividade, couro duro, e que não precisa alugar a sua pena para os interesses de terceiros, inclusive à sobrevivência por migalhas, sobras...

Um candidato a vereador em Gaspar no ano que vem vai precisar de no mínimo 3.300 votos dentro do partido onde está filiado para ser eleito. Então, neste cenário, hoje, só o MDB, o PSD e talvez PT – se o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi ficar nele e for candidato - possuem essa condição.

E neste mesmo cenário, correm riscos sérios de não se reelegerem os vereadores Silvio Cleffi, PSC, Roberto Procópio de Souza, PDT e Franciele Daiane Back, PSDB. Falta-lhes densidade em seus partidos. Eles seriam os puxadores de votos e para terem alguma chance, precisarão largar com no mínimo mais de mil votos cada um e contar com uma nominata expressiva de candidatos – ou associado a uma ideia na candidatura à prefeito - para buscar o resto dos votos e chegar aos 3.300. Algo possível, mas muito difícil. Esta é a conta para todos que querem surpreender e se aventurar.

Os resultados das urnas de outubro do ano passado sinalizaram que está em curso mudanças significativas no comportamento silencioso dos eleitores. Este processo está muito longe dele ser concluído, muito menos, dele ser um fenômeno conhecido e controlado, mesmo para os que se dizem especialistas nele.

E as provocações dos deputados federais e senadores contra essas mudanças, somado ao descrédito que se lançou o Supremo contra a sociedade; o envolvimento das organizações criminosas com a política partidária, acirra ainda mais essa mutação e vingança do eleitor neste fenômeno de contraponto aos tradicionais donos da política brasileira e daqui, tidos como enlameados, lambuzados, comprometidos com as sacanagens e dúvidas contra os interesses da sociedade que sustenta campanha eleitoral, privilégios e ladroagem com os pesados impostos que faltam à saúde, segurança, educação, obras mínimas de infraestrutura.

Os partidos, e principalmente candidatos tradicionais, terão dificuldades para manter o status e poder que desfilavam ontem e até mesmo hoje. Nome e partido antigos, serão sinônimos de palavrão. Em Gaspar, nada disso será diferente. O MDB e o PP já perceberam isso. E no poder, tentam todas as formas de alianças e aliciamentos – inclusive o empreguismo e aparelhamento - para manter todos num mesmo balaio anulando possíveis concorrências.

É desse acerto que se costura e se descostura freneticamente nos bastidores – pois tudo tem um preço – à sorte da reeleição de Kleber. O vice, provavelmente não será do PP. Virá de quem se ameaça ser um novo concorrente, o PSD que não quer vê-lo associado ao PT, que por sua vez, quer liderar um blocão onde não dará o nome, mas a militância de um tempo que está morto.

Não é preciso ser vidente para saber que a eleição de outubro do ano que vem será bem diferente da que foi em outubro de 2016. Haverá renovação, as estruturas partidárias tradicionais terão menos força; valerão as ideias de mudanças – Kleber era à mudança, mas se tornou submisso aos velhos esquemas poder -, as pessoas limpas que possam romper ao que se fez até aqui, que já se fez aqui com o ex-prefeito Francisco Hostins nos dois primeiros anos de governo dele.

Quando fechei a coluna da quarta-feira pela manhã, a dúvida era se o PSL seria páreo por aqui depois que Jair Messias Bolsonaro – que já experimentou nove partidos – disse que estaria fora dele, e o governador Carlos Moisés da Silva, vinha ensaiando um namoro sustentável com o MDB. O PSL de Gaspar não tem sequer conhecida a nominata do diretório. Está retida, pelo tutor do partido, o deputado Ricardo Alba, o qual também já experimentou muitos partidos.

Isso mostra que há dificuldades. O grupo de velhas raposas que manda, se alinha e conjectura com Kleber, agradece. Todavia, eleição nos dias de hoje, muito mais do que antes, tornou-se uma caixinha de surpresas. E é nisto que apostam os azarões, ou desconhecidos, enrustidos em articulações. É cedo. Mas, o tempo é de blefes.

O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, repentinamente e depois do choque de realidade dada pelo tempo onde na sua equipe sem planejamento, eficiência, execução, não avança naquilo que discursa, mudou o tom na proposta de marketing “Avança Gaspar”. Kleber diz que vai apenas iniciar as obras, mas possivelmente, não vai entrega-las neste mandato. Precisará de mais um, pois o governo dele é de futuro. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1922

 

 

Comentários

Herculano
13/10/2019 19:13
da série: nesta notícia abaixo há dois avisos. O primeiro deles é para os eleitores e eleitoras brasileiros daquilo que deve ser feito sob pressão agora e no voto em 2022 contra os atuais congressistas. O segundo aviso, é para os próprios congressistas que eles estão esticando a corda por demais atrasando as reformas necessárias, colocando mais contas no nosso bolso e impedindo à punição de políticos corruptos com votos que não são dos eleitores que os elegeram

DEPOIS DE DISSOLUÇÃO DO CONGRESSO, POPULARIDADE DE PRESIDENTE DO PERU VAI A 79%

Conteúdo de O Antagonista. No início do mês, o presidente do Peru, Martín Vizcarra, dissolveu o Congresso e convocou eleições antecipadas.

Duas semanas depois, pesquisa da Ipsos mostra que a popularidade do presidente peruano chegou a 79%.

No Peru, a tentativa de enterrar os escândalos da Odebrecht abriu o caminho para o fechamento do Congresso e o bloqueio do Supremo.

Se o STF inocentar Lula e enterrar a Lava Jato, o risco de ocorrer o mesmo no Brasil não pode ser descartado.
Roberto Basei
13/10/2019 10:27
Só uma, duas ou mais perguntas.

Porque para quem tem um capital politico para ser o PREFEITO, aceitaria ser vice hoje?

Se os partidos que male, male fariam um vereador ficariam na coligação só assistir?

Herculano
13/10/2019 09:34
A DAMA DE FERRO

Ricardo Amorim, lembra no twitter:

"Preste atenção a seus pensamentos. Eles vão se tornar atos.

Preste atenção a seus atos. Eles vão se tornar hábitos.

Preste atenção a seus hábitos. Eles vão moldar seu caráter.

Preste atenção a seu caráter. Ele construirá seu destino." Margaret Thatcher, que hoje faria 94 anos.
Herculano
13/10/2019 09:32
A SEGUNDA INSTÂNCIA E O NETWORKING JURÍDICO, por Itamar Garcez, em Os Divergentes

Bons advogados não precisavam necessariamente entender de leis. Bastava aos causídicos ser bem relacionados e conhecer a arte da embromação. Pelo menos até a prisão em segunda instância

São duas as características de um bom advogado. A arte de fazer amigos e se relacionar com juízes & a capacidade de, na falta de provas e argumentos concretos, decifrar filigranas processuais. Ajuda se o rábula entender de leis.

Qualquer cidadão já topou com um caso onde o réu é escandalosamente culpado. Tão evidentes são as provas do crime que o melhor é não tentar argumentar.

A tática é desqualificar as provas. Os causídicos de sucesso, então, enveredam pela processualística.

- De fato, Meritíssimo, meu cliente é culpado. Mas, veja bem, Senhor Sufeta, a prova foi obtida depois de encerrado o expediente do Parquet, fora do prazo legal.

Certo, certo, o vídeo mostra o meu cliente colocando a propina no bolso, mas a prova não vale, o senhor há de convir. Senão, onde ficaria a justiça se prendesse um corrupto com provas obtidas fora do horário de expediente?

Geralmente, os sufetas convêm.

- Deveras, Doutor Rábula, esta prova é mostra de abuso de autoridade contra o corrupto do seu cliente. Quer dizer, o seu cliente corrupto. Bem, contra este fulano que paga seus honorários. Aliás, que honorários, hein Doutor?

Também acontece do burocrata da Justiça negligenciar suas tarefas.

- Meritíssimo, veja bem, a regulamentação número tal da portaria tal do decreto tal da lei tal é clara: a intimação do suspeito precisa ser assinada em três vias.

A última via, Excelência, veja bem, está em branco. O carbono foi colocado ao contrário, borrando o verso da segunda via.

Donde se conclui, Meritíssimo, data venia, que os depoimentos, a colhida de provas, as oitivas das testemunhas, as alegações finais, bem como as condenações em primeira, segunda, terceira e quarta instância devem ser anuladas. O processo, obviamente, está eivado de vícios processuais.

- Doutor Rábula, defiro seu pedido. Remeta-se o processo à primeira instância. Anote-se que os prazos de prescrição continuarão correndo em favor do réu. Advirta-se o serventuário para que, da próxima vez, adote o procedimento padrão relativamente ao papel-carbono.

Porém, de todas as medidas protelatórias poucas parecem mais excêntricas do que a prisão em última instância. Causídicos de assassinos e corruptos valiam-se dos recursos ad aeternum para preservar a liberdade de seu cliente.

Excêntrico é algo esquisito, fora do centro. Pois, para a maioria dos malfeitores brasilianos, a única instância conhecida é a instância superior, portanto, inalcançável. Inda mais agora que pretendem construir um prédio onde somente juízes e seus acólitos poderão entrar.

Para aqueles que não conseguem contratar um advogado bem relacionado e com o domínio da arte de enrolar, a prisão acontece tão logo o policial conduza o elemento à delegacia. Das masmorras de Cardozo, o suspeito só sai se, por algum motivo, um sufeta abrir o processo e libertá-lo.

Caso contrário, preso está, preso permanecerá.

Já a turma do andar superior, vizinha da instância superior, contava com incontáveis recursos para levar o caso até a prescrição. Como os clientes endinheirados esperavam o julgamento do lado de fora da cadeia, pressa não tinham.

Com a prisão em segunda instância, inverteu-se esta lógica. Quem preso está, pressa tem.

Quando a Egrégia Corte decidiu, por estreitíssima margem, que o réu condenado em segunda instância pode ser encarcerado, a confortável lógica dos maganos dissipou-se.

Agora, diante da inevitabilidade de ter que compartilhar o banho de sol com corruptos de baixo calão, os maganos tratam de patrocinar emendas ao orçamento. O primeiro passo - sabe-se por meio de escutas clandestinas - seria o de aprovar melhoras urgentes nas penitenciárias Brasil adentro.

O wi-fi, por exemplo, passaria a ser obrigatório. As quentinhas seriam substituídas por menus exclusivos. O contrabando interno poderia ser pago com cartão de crédito.

Mas, pelo farfalhar das togas supremas, a claudicante decisão que reduz (um pouco) a distância entre os brasilianos pode ser revista pela Preclara Corte, permitindo outra vez recursos ad infinitum. Se a for, voltaremos aos priscos tempos onde dois tipos de brasilianos chegavam aos tribunais.

O meliante, caso tenha acesso a causídicos com um bom networking, permanecerá solto até seu último vintém. Os demais, que não sabem o que é networking, amargarão as masmorras de Cardozo.
Herculano
13/10/2019 09:22
da série: pode estar aí a resistência na Câmara e no Senado ao Pacote Anticrime do ministro Sérgio Moro

APREENSÃO DE DROGAS RETIROU "SUSTENTO DE PARTIDOS E GRUPOS TERRORISTAS", DIZ BOLSONARO

Jair Bolsonaro usou o Twitter neste domingo para destacar a apreensão recorde de cocaína pela Polícia Federal neste ano.

"Apreensão recorde em 2019 já superou 60 toneladas."

E acrescentou:

"Sufocamento do crime organizado, retirando o sustento dos partidos e grupos terroristas que compõem o Foro de SP."
Herculano
13/10/2019 09:16
da série: como os políticos pagos por nós são os agentes do atraso. Antes de ler o artigo abaixo, saiba que em Santa Catarina dois deputados do PL, um jovem e outro empresário, Marcius Machado e Nilso Berlanda, apresentaram um projeto lei para proibir testes e a instalação da tecnologia 5G no estado. E qual a justificativa para esse isolamento tecnológico exatamente num território que começa a ser identificado uma terra de desenvolvimento de software? A informação não científica do cardiologista e nutrólogo Lair Ribeiro de que o sistema 5G é prejudicial à saúde, extinção das abelhas além de teorias descontextualizadas do cientista Albert Einstein. Ainda bem que tudo isso não prosperou para além do ridículo.

O SEU CELULAR É UMA MÁQUINA VELHA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

País precisa criar condições para adotar a tecnologia 5G, mas já se atrasa

A dificuldade de conseguir uma licença de construção da prefeitura pode ser um empecilho para a telemedicina no Brasil. Quer dizer, um alvará encrencado talvez emperre uma tecnologia que permite a um médico fazer cirurgias a quilômetros de distância de seus pacientes, até sentindo a consistência de um órgão do doente.

Esse texto parece uma daquelas propagandas futuristas bobas, que contrapõem inteligências maravilhosas da tecnologia a burrices da burocracia estatal. O exagero não é tão besta assim.

As redes móveis de 5G, de telecomunicação ultrarrápida e potente, vão depender da construção de muito mais antenas de celular (vai haver antena até em poste de luz e sinal de trânsito). As prefeituras atrasam e encrencam a licença do equipamento, muitas vezes construídas de modo irregular por operadoras. O rolo é tamanho que tramita no Congresso um projeto de lei apenas para facilitar o processo.

É um dos problemas que já atrasam e podem atrasar ainda mais a evolução e a ampliação das redes móveis (uma rede de comunicação em que a última conexão é sem fio, seja com um celular ou outro aparelho).

Atrasos na adoção do 5G podem ter consequências históricas, tais como aquelas derivadas da restrição à importação de computadores, que danou o país por duas décadas.

O leilão das frequências para 5G estava previsto para março de 2020. A disputa deve ficar para outubro, devido a um debate arrastado de problemas técnicos (interferência em sinais de TV aberta) e lobbies (legítimos) de empresas envolvidas, discussão que ainda está na Anatel. E daí?

A tecnologia 5G não vai permitir apenas que vejamos gatos em GIFs que não travam. É uma infraestrutura econômica e de revolução tecnológica.

Do mesmo modo que uma empresa não pode se instalar em uma região sem transportes e eletricidade que prestem (ou vai fazer produtos inferiores e caros), certos negócios não vão se instalar ou não serão inventados se não houver 5G.

Com 5G pode haver veículos autônomos, telemedicina e realidade virtual ou aumentada via internet, mas principalmente uma variedade de máquinas inteligentes que conversam e "resolvem problemas" entre si, entre outros montes de aplicações previstas e em projeto. Será uma infraestrutura básica.

Mais preocupante, as licenças municipais para antenas e o atraso nos leilões de 5G talvez sejam os menores empecilhos para a adoção da tecnologia, que de resto não ficará disponível da noite para o dia.

Antes, as empresas terão de investir muito em antenas, equipamentos e cabos de fibra ótica para expandir o serviço. Passar os cabos óticos pode ou não ser facilitado também por regulação e acordos entre empresas de vários setores (até de rodovias).

Ampliar a infraestrutura e tornar viável o uso de 5G depende ainda da revisão de impostos sobre telecomunicações e mesmo sobre chips de celular (sem chips por toda parte, não tem 5G). Depende de estratégias oficiais.

A nova lei de telecomunicações aumenta ainda mais o poder da Anatel de dar diretrizes para o investimento em banda larga, algumas delas sujeitas ainda a definições de base, mais gerais, do governo federal.

O aproveitamento da tecnologia depende, enfim, de que formemos mais engenheiros, cientistas da computação e matemáticos; profissionais de outras áreas terão de ser treinados de novas maneiras.

Além dos interessados diretos, o país e mesmo o núcleo do governo discutem esses assuntos cruciais? Não.
Herculano
13/10/2019 08:59
VOTE EM TIRIRICA. PIOR DO QUE ESTÁ NÃO FICA. E FICOU TITICA

Eleito por São Paulo com mais de três milhões de votos, o palhaço Tiririca como deputado Federal gasta R$ 70 mil da Câmara em voos para o Ceará, sua terra natal. Foi 35 vezes a Fortaleza e uma vez a São Paulo no mesmo período.

A culpa é dele? Não, é dos eleitores. Este é o retrato base do Congresso brasileiro, que diz representar o povo que paga a campanha, os privilégios, as mordomias e até os salários deles, que é troco nessa conta toda. Dinheiro dos pesados impostos e que estão faltando à Saúde, à segurança, à educação, à manutenção, às obras essenciais de infraestrutura, como a duplicação da BR-470
Herculano
13/10/2019 08:46
da série: desejos inconfessáveis e próprios dos capitães, este, do mato. É por isso, que a oposição fará de tudo no Congresso para boicotar os planos de Paulo Guedes para criar os milhões de empregos ceifados pelo PT e a esquerda do atraso, bem como dar um up na economia que teima em ficar no fundo do poço levada pelos amigos de Ciro quando no governo

"BOLSONARO NÃO TERMINA O MANDATO"

Conteúdo de O Antagonista. Ciro Gomes é contrário ao impeachment de Jair Bolsonaro. Ele aposta no desgaste - e na renúncia- do presidente.

Ele disse para o UOL:

"Eu acho que ele não termina, mas é um mero palpite. Por quê? Porque o Bolsonaro não tem traquejo para o antagonismo. Ele já deu entrevista, impressionante que não repercutiu muito, para a revista Veja, que não é de ser lida, mas a gente vê a repercussão no Facebook. Mas ele se confessa acordar de madrugada chorando aos quatro meses de governo.

Você imagina que o Bolsonaro é o presidente que mais rápido e profundamente erodiu seu capital político de origem. Ainda foi no Sete de Setembro, saiu no carro oficial e teve uma palminha. No Sete de Setembro do ano que vem, ele não bota a cara na rua, porque a economia não vai mudar nada."
Herculano
13/10/2019 08:38
BALBÚRDIA, por Marcos Lisboa, economista, presidente do Insper, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda (2003-2005, no jornal Folha de S. Paulo

O que antes era discussão técnica nos gabinetes agora é debatido preliminarmente imprensa

Um leitor de jornais pouco atento às redes sociais pode concluir que o governo faz o possível para ajudar a grande imprensa.

Antigamente, os técnicos debatiam detalhadamente as sugestões de política pública nos gabinetes. Posteriormente, as medidas e as suas implicações eram avaliadas e deliberadas pela liderança do governo.

Apenas com a casa arrumada, a proposta se tornava disponível para o debate público.

A imprensa, antes como agora, tentava saber das reuniões e eventuais divergências por meio de fontes anônimas. Vazamentos nos velhos tempos, porém, eram considerados faltas graves à ética pública, até por que a sua motivação em geral nada tem de republicana.

O novo governo resolveu inovar e organiza as suas discussões preliminares diretamente na grande imprensa. Autoridades propõem ideias vagas, sem embasamento técnico, iniciando um debate público entre secretários, ministros e, algumas vezes, o próprio presidente.

São muitos os exemplos: a privatização das principais estatais, a nova versão da CPMF, a reforma administrativa e o fim da estabilidade dos servidores, a regulação do setor de gás e a nova previdência para policiais militares.

O capítulo mais recente dessa novela foi sobre o monopólio da Caixa Econômica Federal (CEF) para administrar o FGTS.

O tema não é novo. Há muito se sabe que a CEF cobra uma taxa de administração bem acima do que seria cobrado pelos bancos privados.

Para piorar, os trabalhadores são adicionalmente penalizados com uma taxa de juros abaixo da que receberiam caso pudessem comprar diretamente títulos públicos com o seu FGTS.

Segundo a imprensa, técnicos do governo têm proposto alterar a legislação que protege o monopólio da CEF em detrimento dos trabalhadores.

Nem todos, no entanto, concordam com a agenda liberal. O presidente da CEF defende privilégio do banco com o mesmo argumento utilizado pelos Correios, não exatamente o melhor exemplo a ser seguido.
Até o presidente da República participa da controvérsia, mais uma vez apoiando as corporações públicas.

O governo auxilia a grande imprensa ao sugerir propostas vagas que preenchem as primeiras páginas dos jornais.

Melhor ainda quando elas são, em seguida, desmentidas por outra autoridade, o que permite novas manchetes.

Os rascunhos de medidas econômicas jogados ao vento entretêm jornalistas e colunistas.

Como se não bastasse, os vazamentos tornaram-se corriqueiros em Brasília, alimentando a imprensa com intrigas oficiosas.

O governo pode não ser verdadeiramente liberal, mas, não se pode negar, faz o possível para aumentar a vendagem dos jornais.
Herculano
13/10/2019 07:24
LULA ACHAVA QUE DILMA IA CULPÁ-LO PELO 'PETROLÃO', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste domingo nos jornais brasileiros

Ex-ministro, Antonio Palocci fez uma revelação curiosa, em depoimento de delação premiada. Ele contou que, no início do ano de 2016, o ex-presidente Lula temia que Dilma o responsabilizasse integralmente pela roubalheira na Petrobras, no "escândalo do petrolão". Por isso, logo em seguida, foi realizada uma reunião em que Lula, Dilma e Palocci combinaram formas de "interferir" para dificultar a Lava Jato. A principal jogada acertada foi a nomeação de Lula como ministro da Casa Civil.

MESES DE DISCUSSÃO

Segundo Palocci, o plano de nomear Lula ministro da Casa Civil de Dilma começou a ser discutido com a cúpula do PT no início de 2016.

MEDO DE SER PRESO

Palocci confessa que a intenção da nomeação era garantir foro privilegiado para Lula, que temia ser preso por Sérgio Moro.

ARMAÇÃO ILIMITADA

Segundo o ex-ministro de Lula e Dilma, a nomeação de Lula à Casa Civil foi assunto de "algumas reuniões" do comando do partido.

NÃO DEU CERTO

Palocci revelou também que Lula definiu a nomeação de Marcelo Navarro ao Superior Tribunal de Justiça para soltar Marcelo Odebrecht.

NAMORADA DE LULA MANDA O PT; ATÉ PAGA CONTAS

A revista IstoÉ que circula esta semana publica reportagem de capa sobre uma personagem revelada nesta coluna: Rosângela da Silva, a "Janja", namorada que Lula nomeou para uma boquinha em Itaipu Binacional, com sede no Paraná, onde recebe salário de R$17 mil mensais, o dobro da média salarial da estatal. A revista mostra que agora ela dá ordens à cúpula do PT e até manda pagar despesas.

ELA DÁ AS ORDENS

Transformada em porta-recados de Lula, Janja distribui orientações gerais à cúpula do PT e até a políticos como Fernando Haddad.

GLEISI NA 'GELADEIRA'

Mostrando força, a namorada de Lula "escanteou" a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, colocada em uma espécie de "geladeira".

PROMESSA DE CASóRIO

O ilustre presidiário petista garante a dedicação de Janja prometendo casar com ela tão logo deixe a prisão.

INFERNO ASTRAL

A hospitalização dos governadores Ronaldo Caiado (GO) e Ibaneis Rocha (DF), o primeiro por problemas cardíaco o segundo por queda no banheiro de casa, mostra que a bruxa esta solta no Centro-Oeste.

DINHEIRO DE SOBRA

Iniciado em 2009, o programa do submarino nuclear brasileiro (Prosub) foi orçado em R$30 bilhões para construir cinco submarinos, só um de propulsão nuclear. Após dez anos, a Marinha já fala em R$37 bilhões.

MISTÉRIO PERMANECE

Os apoiadores de Bolsonaro continuam sem entender o que leva o presidente a manter nos importantes cargos de Líder do Governo no Senado e ministro do Turismo dois políticos acusados de corrupção.

RETA FINAL

Ainda restam duas sessões de discussão antes da votação da PEC da reforma da Previdência em segundo turno. Pelo calendário, a votação deve ocorrer na quarta (16). Resta saber se senadores vão trabalhar.

COMBATE AO CONTRABANDO

Diretor jurídico da Federação Nacional dos Policiais Federais, Flávio Werneck defendeu ser necessária a unificação dos bancos de dados de armas no Brasil para combater a entrada de armamentos ilegais.

NOME AOS BOIS

O ministro Jorge Mussi, do Tribunal Superior Eleitoral, determinou que operadoras de telefonia divulguem os nomes das empresas, e sócios, contratadas na campanha de 2018 para enviar mensagens em massa.

40 ANOS DE PENA

O tempo máximo de cadeia no Brasil pode passar de 30 para 40 anos, caso a proposta do deputado Luiz do Carmo (MDB-GO) seja aprovada. O projeto está na CCJ e tem parecer favorável na comissão.

VIOLÊNCIA EM NÚMEROS

Segundo o Atlas da Violência 2019, dos 65.602 homicídios em 2017 (dado mais atual) 60.666 das vítimas eram homens, 4.936 mulheres. E foram denunciados 193 homici?dios contra LGBTs, diz o Atlas 2019.

PENSANDO BEM...

...tá faltando um Plano de Demissão Voluntária na Esplanada.
Herculano
13/10/2019 07:17
A BANCA VICIOU-SE NOS JUROS ALTOS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Bancos lucram tanto com quem paga que isso compensa calotes que tomam

O economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, fez uma estranha associação entre os juros altos da banca e a situação da economia: "O aumento da inadimplência, a queda lenta do desemprego e o baixo crescimento da renda criam alguma cautela do ponto de vista de quem está concedendo o crédito".

A cautela poderia levar a uma menor oferta de crédito, não a uma subida nas taxas de alguns empréstimos. A Selic está em 5,5% ao ano, algumas taxas caíram, mas a mordida anual dos juros do cartão de crédito parcelado foi de 163,1% para 177,3%.

Indo-se ao livro "Uma Chance de Lutar", a autobiografia da senadora Elizabeth Warren, candidata a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Democrata, vê-se a seguinte cena:

Pouco antes da crise de 2007 ela deu uma palestra para executivos do Citibank e disse que eles poderiam conter as inadimplências (e as bancarrotas familiares) parando de emprestar a quem estava em dificuldade.

Ao que um dos caciques presentes tomou a palavra: "Professora Warren, gostamos muito de sua exposição, mas não temos a intenção de parar de emprestar a essas pessoas. São eles quem garantem a maior parte de nossos lucros".

Cobrando juros altos para quem parcela as dívidas do cartão de crédito a banca lucra tanto com quem paga que isso compensa os calotes que toma.

O Citi continuou apostando e nunca mais convidou a professora Warren. Em 2008 o banco foi às cordas, salvou-se com um socorro de US$ 20 bilhões da Viúva e hoje é uma sombra do que foi. Já a professora elegeu-se senadora e lidera (por pouco) algumas pesquisas de preferências entre os candidatos do Partido Democrata.

VARGAS LLOSA MENTE, MAS PESQUISA

Nobel de Literatura, escritor peruano acaba de publicar seu 19º romance

Mario Vargas Llosa acaba de publicar seu 19º romance, "Tiempos Recios", ("Tempos Difíceis"). Conta os caminhos de Marta, a "Miss Guatemala", uma bonita mulher que atravessa a história da América Latina na segunda metade do século passado.

Prêmio Nobel de Literatura em 2010 e candidato derrotado à Presidência do Peru em 1990, Vargas Llosa conhece a política e a escrita. Ele sustenta que seu livro "é um romance e não um livro de história, mas digamos que pesquiso para mentir com conhecimento de causa".

Assim como fez com Canudos em "A Guerra do Fim do Mundo" e com a ditadura da República Dominicana do Generalíssimo Rafael Trujillo em "A Festa do Bode", Vargas Llosa move seus personagens dentro de uma moldura histórica.

Ele sustenta que se o governo dos Estados Unidos não tivesse manipulado o fantasma do comunismo em 1954 para derrubar o presidente reformista Jacobo Arbenz, da Guatemala, Fidel Castro não teria sido o que foi. Por coincidência, quando Arbenz caiu, um jovem médico argentino estava na Cidade da Guatemala. Chamava-se Ernesto Guevara.

Vargas Llosa mente, mas pesquisa, pois identifica um homem da CIA, "El Invisible", no golpe da Guatemala e quando vai-se ver, o cidadão passou pelo Brasil em 1970 e chefiou as operações clandestinas na América Latina até o golpe chileno de 1973.

"Miss Guatemala" havia sido amante do coronel que a Central Intelligence Agency empreitou para derrubar Arbenz. Passou-se para a vida do chefe da polícia de Trujillo e, em todos os casos, foge espetacularmente quando seus protetores são assassinados ou caem em desgraça. Nisso, sempre tem a ajuda da CIA. Na velhice, persistia na obsessão anticomunista.

À primeira vista, os "Tempos Difíceis" tomaram conta da segunda metade do século passado, mas, olhando-se bem, continuam. O anticomunismo era apenas o disfarce de algo mais velho, duradouro e profundo.

"EU NÃO SOU O MACRI", REPETE BOLSONARO

Presidente argentino fez o que os sábios recomendavam e está terminando o mandato com falta de votos e excesso de apupos

Bolsonaro tem repetido um bordão sempre que um çábio da ekipekonômica pretende ensinar-lhe o que fazer: "Eu não sou o Macri".

O presidente argentino Mauricio Macri fez o que os sábios recomendavam e está terminando o mandato com falta de votos e excesso de apupos.

Por mais que o bordão pareça categórico, resta saber quem é Jair Bolsonaro.

Os çábios liberais garantem que Macri fritou-se por não ter feito tudo o que propunham, mas é possível que eles estejam tomados pela Síndrome de Minoru Genda.

Genda foi o oficial da Marinha japonesa que em 1941 planejou o ataque à base americana de Pearl Harbor e forçou sua entrada na Segunda Guerra Mundial.

Até morrer, em 1989, o almirante Genda garantia que o ataque foi uma boa ideia que só deu errado porque faltou completá-lo, com um segundo bombardeio.

Quem sofre da Síndrome de Minoru Genda nunca admite que teve um má ideia. Sempre atribui a derrota a quem decidiu não radicalizar uma iniciativa que, desde o início, daria errado.

ARAS EM ROMA
Aproveitando sua passagem por Roma, o procurador-geral Augusto Aras precisa pedir a proteção de Santa Dulce dos Pobres e aos santos de todos os altares da Basílica de São Pedro.

O doutor ainda não teve tempo de mostrar a que veio e já pegou duas lombadas.

Faltou pouco para que sua romaria fosse paga pela Viúva. Nomeou um general para sua assessoria especial de assuntos estratégicos (ganha uma viagem a Caracas quem souber para que serve isso numa Procuradoria-Geral) e exonerou-o oito dias depois.

A PGR informou que a exoneração deu-se porque em uma semana ele cumpriu a sua missão. Fica combinado assim.

O PODEROSO NABHAN
Apesar de sua tumultuada passagem pelo Exército, o capitão Jair Bolsonaro aprendeu as lições da hierarquia.

O presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antônio Nabhan Garcia, foi um dos seus primeiros aliados, defendeu a saída do Acordo de Paris e a fusão do Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente e poderia ter sido nomeado para o cargo. Não o foi, e ficou com a Secretaria Especial de Assuntos Fundiários.

Em dez meses, detonou os generais que haviam sido colocados na Funai e no Incra. O general da Funai disse que ele "odeia os indígenas" e o do Incra disse que havia se tornado uma "pedra no sapato" de "verdadeiras organizações criminosas".

Nabhan é um litigante por temperamento, mas a ministra da Agricultura é a doutora Tereza Cristina. Se a hierarquia prevalecer, ele acabará entendendo isso.

MONSTRENGO
Quem acompanha negociações do projeto da reforma tributária garante: "Vamos desmentir a lei de Tiririca. O palhaço dizia que 'pior do que está não fica'. Do jeito que vamos, ficará."

O governo, perplexo, não tem um projeto. Enquanto isso, a Câmara e o Senado correm com seus próprios pacotes, em direção ao nada.

SEM CHANCELER
A falta que um chanceler faz:

Depois de um vexame autoinflingido na questão do apoio dos EUA à entrada imediata do Brasil na OCDE, Bolsonaro aprendeu: "Não depende só dele". Referia-se ao seu colega Trump.

Se Bolsonaro ouvisse a experiência dos diplomatas saberia que, como ele, o presidente dos Estados Unidos não manda em tudo.
Herculano
13/10/2019 07:01
OS DEVOTOS DO LUXO, por Carlos Brickmann

Irmã Dulce, agora canonizada, passa a chamar-se Santa Dulce dos Pobres. Certíssimo: aquela que foi santa em vida passa a ser cultuada e a dar seu santo exemplo aos católicos. Mas, fora isso, está tudo errado: o presidente Bolsonaro não foi à canonização por questões eleitorais, o que é inaceitável, por misturar religião e política, e a comitiva brasileira que está no Vaticano, com algumas exceções, aproveita a inscrição de Santa Dulce dos Pobres no rol dos santos católicos para fazer uma viagem de rico, paga por todos nós.

Bolsonaro deveria representar o Brasil no louvável evento. Não foi por esquecer que, presidente, é presidente de todos. Sua esposa é evangélica, evangélicos são muitos de seus apoiadores. E daí? A Irmã Dulce une, não divide. Une a maioria católica sem ofender outras religiões e deve ser louvada por todos - o que inclui este colunista, que não é católico nem cristão, mas louva quem faz o bem, seja qual for a religião que professe.

Quanto à enorme comitiva que foi ao Vaticano, com tudo de graça, com hospedagem na magnífica Embaixada brasileira em Roma, com diárias, muitos levando esposas, muitos levando filhos, que vergonha! O vice-presidente Mourão cumpriu a missão de nos representar na canonização da primeira santa aqui nascida. Os presidentes de Câmara, Senado, STF, vá lá. O procurador-geral da República viaja por sua conta, ele e a esposa.

Certo: mostra sua fé. Torrar dinheiro público e ostentar um terço no bolso, fé não é.

MUY AMIGO

Bolsonaro acreditou que, fazendo uma série de concessões a seu ídolo Donald Trump, conquistaria o status de aliado preferencial dos americanos. O Brasil foi duríssimo na ONU ao apoiar a posição dos EUA com relação à Venezuela, o filho do presidente se fez fotografar com o boné de propaganda de Trump, e Trump, em troca, prometeu apoio à pretensão brasileira de entrar na OCDE, Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Mas, em carta à OCDE, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, só citou Argentina e Romênia entre os candidatos à OCDE. Brasil, nem sonhar.

Trump garantiu a Bolsonaro que sua promessa continua valendo e disse que a carta de seu secretário de Estado era fake news. Só que é uma carta, escrita, assinada pelo Governo americano, e a promessa de Trump é verbal. Mas o problema não é só esse: a Europa quer expandir rapidamente a OCDE, para garantir maioria de votos, e os EUA querem um avanço mais lento. Por isso propuseram só dois candidatos, Argentina e Romênia. o que a Europa não pode aceitar: por vários motivos, precisa colocar também a Bulgária. Se o Brasil for proposto, abre-se espaço para a Bulgária, o que Trump não quer.

Logo, vale o que Pompeo escreveu, não o que Trump falou. Simples assim.

E FAZ FALTA

Para o Brasil, entrar na OCDE seria excelente: as normas do grupo exigem estatísticas precisas, normas rígidas de combate à corrupção, padrões iguais de legislação. Para os investidores (especialmente fundos), estar na OCDE dá a um país um selo de boas práticas comerciais e segurança jurídica. Quem sabe um dia o presidente Trump, nosso muy amigo, muda de ideia?

BONS INDÍCIOS...

Há indicações de que Estados Unidos e China estejam chegando a acordos que, ao menos parcialmente, resolvam os problemas entre os dois países. A informação da agência Bloomberg foi reforçada pelo presidente Trump que disse que há "boas coisas" entre EUA e China e que, tão logo se confirmem, haverá um acordo "rápido e limpo". Com base nesses indícios, a Bolsa brasileira subiu, e tudo indica que seu índice ultrapassará 104 mil pontos nos próximos dias. A Bolsa de Nova York subiu 1,5%. Boas notícias.

...MAS A GUERRA CONTINUA...

O presidente da República continua a exercer brilhantemente o papel de líder da oposição. Há boas notícias? Então, deflagrou uma guerra com seu partido, o PSL. Bolsonaro sabe que o PSL, antes um partido nanico, cresceu com sua adesão (e com a vitória eleitoral dos bolsonaristas) e se tornou um dos maiores partidos do país. Se ele sair, o PSL volta à posição de partido nanico.

É verdade - mas, se os bolsonaristas saírem, poderão perder o mandato por infidelidade. E as suculentas verbas destinadas ao partido ficam com ele, enquanto os parlamentares ficarão sem dinheiro para a próxima campanha. A saída dos bolsonaristas, sob este aspecto, seria ótima para o presidente do PSL, Luciano Bivar: quem ficasse teria verbas muito maiores.

...E SE AMPLIA

Houve declaração de guerra também entre aliados. Eduardo Bolsonaro e Major Olímpio, senador por São Paulo, praticamente romperam relações. A luta envolve também a deputada federal mais votada, Joice Hasselmann, que se aliou a Major Olímpio. Joice é candidata à Prefeitura paulistana, mas quem não a quer é o próprio Bolsonaro, que pretende lançar o apresentador José Luiz Datena. Por que Datena? Porque tem prestígio. Porque não é Joice.
Herculano
12/10/2019 16:34
EQUIPE DE PAULO GUEDES VAI FATIAR REFORMA TRIBUTÁRIA

Mudanças no PIS e na Cofins abririam caminho para IVA dual; alterações no IR e desoneração da folha ficariam para depois

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fábio Pupo e Julio Wiziack, da sucursal de Brasília. Com o veto de Jair Bolsonaro à criação de um imposto similar à CPMF, base da reforma tributária do governo para reduzir os encargos na folha de pagamento das empresas, o ministro Paulo Guedes (Economia) criou um grupo de trabalho para entregar, em sessenta dias, uma nova proposta ao Congresso.

A pessoas próximas, Guedes chama a iniciativa de reforma tributária fásica.

A ideia é fatiar a reforma em três etapas. A primeira fase faria a simplificação e unificação de impostos federais, criando instrumentos para a adesão dos estados por meio do chamado IVA dual.

Numa segunda etapa, o governo enviaria ao Congresso a reforma do IR (Imposto de Renda), que incluiria correção da tabela, tributação de lucros e dividendos e menos tributos para empresas.

A desoneração da folha, uma bandeira do próprio Guedes, ficaria para a terceira fase, pois é preciso ver alternativas para compensar as perdas de arrecadação após o veto do presidente à nova CPMF, como passou a ser chamado o imposto sobre transações que foi defendido pelo ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra e levou, inclusive, a sua demissão.

O governo já tinha estabelecido que a reforma teria três eixos, mas a iniciativa de apresentar pacotes de medidas em etapas diferentes ganhou força diante de pressões políticas.

A reforma tributária é considerada, de longe, a mais complicada, por envolver diferentes entes da federação e também atrair a atenção do setor privado. Fatiá-la é um caminho para focar discussões e agilizar as negociações.

Opção semelhante foi adotada pelo ex-presidente Michel Temer. Quando passou a sofrer dificuldades para articular com o Congresso em torno de uma reforma mais profunda, Temer também decidiu se concentrar na simplificação de tributos federais.

As discussões em torno da proposta, no entanto, estenderam-se ao longo do governo Temer sem uma conclusão.

A nova CPMF era um ponto central da proposta de Guedes para desonerar a folha de salários das empresas e ainda promover ajustes no imposto de renda. Na equipe econômica, há dúvidas sobre qual será o caminho da reforma tributária sem o imposto sobre pagamentos.

Um integrante da equipe econômica já chegou a afirmar que, se ninguém quiser a CPMF, não será possível prosseguir no plano original. Pessoas próximas à proposta inicial do ministro dizem que nem haverá uma reforma tributária de fato, apenas ajustes no sistema atual.

O próprio Guedes admitiu, em evento na semana passada, não haver clima para a criação do imposto sobre transações financeiras.

"Nós vamos deixar aquela pergunta, aquele ponto de interrogação. Proponham os senhores uma alternativa para desonerar a folha", afirmou na quinta-feira (10) em um evento direcionado a investidores.

Guedes estimava arrecadar R$ 150 bilhões com o novo imposto e, assim, esperava bancar a desoneração de outros impostos. Agora, o ministro pretende dar apenas "os primeiros passos" na reforma tributária após a aprovação da reforma da Previdência.

Pessoas próximas ao ministro afirmam que diante do revés, ele preferiu centrar fogo na reforma administrativa e na reforma do Orçamento (chamada por ele de pacto federativo).

A reforma tributária será conduzida por um grupo de trabalho criado de tal forma para agilizar o envio da proposta ao Congresso. Isso porque, segundo integrantes, já conta com participantes da área jurídica da União.

É esse grupo que deverá trabalhar no fatiamento da reforma em etapas, começando pelo projeto de lei que unificará PIS e Cofins em um único tributo sobre bens e serviços, um IVA.

Na proposta original, a alíquota desse imposto seria de 11%. Agora, no entanto, é estudado mais de um percentual.

O consumo pode ter uma cobrança extra para atender interesses de setores que temem uma cobrança excessiva. Entre os mais afetados estão empresas de saúde, educação, segurança e aviação.

A fusão do PIS e Cofins vai servir de teste para que o governo analise a inclusão, posteriormente, de outros tributos federais. São alvo de estudos para essa união o IPI, cobrado das indústrias e importadoras, e o IOF, cobrado sobre todas as operações financeiras.

As discussões serão comandadas pela advogada Vanessa Canado, que integrava o time do economista Bernard Appy. Ele foi responsável pelo texto da reforma tributária que hoje tramita na Câmara e é de
autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP).

No governo, Canado será diretora na Assessoria Especial de Relações Institucionais do Ministério da Economia. Ela já vinha participando nos últimos meses, assim como outros especialistas, de reuniões na pasta para discutir a reforma tributária em execução pelo governo.

Com diferentes trabalhos publicados sobre o tema, em especial sobre PIS e Cofins, ela se destacou nas reuniões e chegou a ser cotada para secretária especial da Receita Federal no lugar de Marcos Cintra.

Nos bastidores, o entendimento é que seria necessário alguém que conhecesse de forma profunda a Receita para lidar com os diferentes grupos de interesse no órgão. Por isso, Guedes acabou definindo um servidor de carreira para o posto, José Barroso Tostes Neto.

Enquanto isso, Canado vai comandar as discussões sobre a reforma. Também integra o time das discussões o professor Aloísio Araújo, da FGV (Fundação Getulio Vargas).

Em paralelo à reforma do governo, estão em análise no Congresso propostas de reforma tributária da Câmara e do Senado. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem dito publicamente que já não haveria tempo hábil para iniciar a tramitação de nenhuma delas ainda em 2019, e que o tema só será analisado em 2020.
Miguel José Teixeira
12/10/2019 09:34
Senhores,

Na mídia:

"Chico Buarque será padrinho de casamento de Lula"

O que será, que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
E gritam nos mercados que com certeza
Está na natureza
Será, que será?
O que não tem certeza nem nunca terá
O que não tem conserto nem nunca terá
O que não tem tamanho...
O que será, que será?
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos dos desvalidos
Em todos os sentidos...
Será, que será?
O que não tem decência nem nunca terá
O que não tem censura nem nunca terá
O que não faz sentido...
O que será, que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Por que todos os risos vão desafiar
Por que todos os sinos irão repicar
Por que todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E mesmo o Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno vai abençoar
O que não tem governo nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo...
Fonte: Musixmatch
Compositor: CHICO BUARQUE DE HOLLANDA

O genial compositor, cantor e escritor Chico Buarque está sempre atualíssimo. . .


Na Bíblia está escrito:

"Diga-me com quem andas e te direi quem és!"
Herculano
12/10/2019 08:55
da série: roupa suja, muito suja...de gente que vendeu-se como limpa, muito limpa... ainda bem que tudo isso está sendo lavado em público, pois a maioria dos sujos não tem essa capacidade ou ingenuidade. Aliás, essa gente combate a imprensa tradicional, mas quando precisa ou quer alguma repercussão de credibilidade não a faz pela mídia social, mas pela imprensa tradicional para que o conteúdo seja reproduzido pelas redes sociais com o selo de origem da credibilidade.


"QUERO QUE SE DANE QUE É O FILHO DO PRESIDENTE"

Conteúdo de O Antagonista. Major Olímpio, em entrevista para o UOL, acusou Eduardo Bolsonaro de conspirar para assumir o comando do PSL:

"O PSL e o presidente acabaram vítimas de uma conspiração. Algumas pessoas do partido, lamentavelmente o próprio Eduardo Bolsonaro, estimulados por uns advogados. Isso eclodiu com uma manifestação dura do presidente em relação ao partido e ao Bivar depois de uma reunião de parlamentares com o presidente, que apresentaram uma carta de intenção dizendo 'olha, somos os arianos puros, os conservadores verdadeiros, os aliados mais fiéis do presidente'. Uma conspiração mesmo porque alguns poucos foram chamados para isso. Não dá para compactuar com esse tipo de coisa. Queriam implodir o PSL, destituir o Bivar da Executiva Nacional em projeto de poder particular de alguns, não do presidente, porque ele foi vítima também."

Questionado sobre o motivo da conspiração, ele respondeu:

"Justamente a administração nacional do PSL. E aí você envolve tempo de televisão, fundo partidário e fundo de financiamento de campanha. Ele também pode ter sido induzido por outras pessoas, e eu acredito que sim, mas o objetivo não é fortalecer o presidente. Coisa nenhuma! Você tem 52 deputados e vai arrebentar para ficar com 19? Eu vejo interesses mesquinhos, pessoais, disputa de poder, disputa pelo de tempo de televisão e recursos de fundos."

Sobre os filhos de Jair Bolsonaro, ele disse:

"Eu não vou entrar em juízo de valor porque é uma coisa pessoal do presidente, mas que isso acaba prejudicando o presidente em algumas circunstâncias... Foi como aconteceu com o Flávio e comigo. Nós perdemos uma senadora, eu ia sair também, depois fiquei na birra: estou certo, se tiver que sair, que caia fora ele. Ah, mas é o filho do presidente? Eu quero que se dane que é o filho do presidente. Eles são tão filiados quanto eu. Tão senador quanto eu. Esses comportamentos principescos. Sou eleito senador com nove milhões de votos e não posso perguntar por que estão trocando a direção em uma cidade? Nós temos mais oito deputados federais que também não podem perguntar. 'Olha, é o príncipe que quer.' Ah, dá licença..."
Herculano
12/10/2019 08:37
GOVERNO VAI COLOCAR À VENDA 42 IMóVEIS DA UNIÃO, por Joanha Cunha, na coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

Plano é arrecadar até R$ 480 milhões em primeiro edital

Família vende tudo
O esforço para vender imóveis da União, um mantra repetido pelo secretário de desestatização Salim Mattar desde o começo do ano, vai começar. O governo quer lançar neste mês um edital para se desfazer de 42 imóveis, na tentativa de arrecadar até R$ 480 milhões. Entre eles está a casa que foi oferecida a Paulo Guedes em Brasília mas o ministro rejeitou. Também há propriedades em Alagoas, São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas, Goiás e Bahia.

Vende-se?
O portfólio tem terrenos, casas, apartamentos, prédios e salas comerciais.

Tenta de novo?
Não é a primeira vez que a gestão atual lança edital para vender bens da União. Uma tentativa discreta foi feita em agosto, com três imóveis, mas só um foi vendido, por R$ 18 milhões. Um dos que sobraram, em Barueri, volta no novo edital.

Agora vai
?No governo, os envolvidos na iniciativa dizem que o primeiro edital foi apenas um teste para sentir a temperatura do mercado e que a expectativa para a próxima rodada é maior.

Patrimônio?
A União tem mais de 750 mil imóveis com valor contábil acima de R$ 1 trilhão. O desejo do governo é arrecadar R$ 36 bilhões até 2022 com a venda de 3.800 imóveis.
Herculano
12/10/2019 08:26
SUBMARINO TEVE PROPINA MILIONÁRIA PARA FRANCESES

Não foram apenas PT e Odebrecht que faturaram alto com o projeto bilionário do submarino nuclear brasileiro (Prosub). Em sua delação, o ex-ministro Antonio Palocci detalha os repasses de propina a empresas francesas pela "parceria" no projeto. De acordo com Palocci, Marcelo Odebrecht enviou, em 2008, ?50 milhões (R$226 milhões) em propina "à parte francesa" e se queixou que o PT continuava cobrando sua cota.

INSACIÁVEL

Cobrado pelo ex-ministro Guido Mantega, Marcelo Odebrecht teve de pagar R$17 milhões ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari.

LOBISTA INTERNACIONAL

Palocci explica na delação que a propina de R$226 milhões foi paga ao lobista José Amaro Pinto Ramos, representante da francesa DCNS.

DINHEIRO DE PINGA

A propina francesa parece muito, mas a Odebrecht recebeu cerca de R$7,2 bilhões entre 2009 e 2017 para desenvolver o projeto Prosub.

DISFARCE FRACO

Depois da delação coletiva de executivos da Odebrecht, a DCNS mudou de nome para Naval Group, mas continua envolvida no Prosub.

APóS BIVAR, BOLSONARO BRIGA COM O LÍDER DO PSL

A bazuca do Palácio do Planalto está apontada para o líder do PSL na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO), um dos mais inconformados com a humilhação imposta por Bolsonaro ao partido e a seu presidente, Luciano Bivar. Waldir fez declarações de solidariedade ao partido e a Bivar, e agora é acusado de haver substituído nas comissões da Câmara alguns deputados que ficaram ao lado de Bolsonaro, na briga.

DÍVIDA DE GRATIDÃO

Delegado Waldir irritou o Planalto ao apoiar o PSL e o presidente do partido. Disse mais: "Devemos o governo Bolsonaro a Bivar".

GERADOR DE CRISES

O presidente criou a crise política na semana que prometia ser calma, ao atacar o próprio partido que lhe garantiu a candidatura, em 2018.

CANDIDATURA À ESPREITA

Por trás da nova briga produzida por Bolsonaro no próprio governo está sua preferência pelo amigo Major Vitor Hugo para ser o líder do PSL.

FAZ TODO SENTIDO

José Rocha (PL-BA) é o único deputado cuja presença faz sentido na cerimônia de canonização de Irmã Dulce. Médico, ele trabalhou voluntariamente com a santa durante anos, em sua obra social.

Só RINDO MESMO

Enquanto colegas flanam em Roma, Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo na Câmara, estava em Brasília nesta sexta (11). Fazendo o quê? "Apagando incêndios", disse. Quais? Ela respondeu perguntando: "Quer que eu diga por ordem alfabética?". E caiu na risada.

JEITÃO BOLSONARO

O ministro e general Augusto Heleno faz uma divertida definição do jeitão Bolsonaro de ser: "ele é do tipo que quando a piscina está calma, ele empurra uns três para dentro, só para ouvir o barulho da água".

PRIMEIRO PREFEITO DO PSL

O TRE-SP autorizou por unanimidade a posse de Everton Sodário, de Mirandópolis (SP), primeiro prefeito eleito pelo PSL no País. Ele venceu eleição suplementar em setembro, mas tinha problemas de registro. O TRE aceitou os embargos declaratórios do advogado Bruno Cristaldi.

PRÉ-SAL NO CENTRO OESTE

Se o Senado aprovar o acordo de governadores, senadores e deputados sobre a divisão dos R$10,9 bilhões da exploração do Pré-Sal, o Distrito Federal terá a menor bolada: R$64 milhões.

AUDIÊNCIA DO CONTRA

A Comissão de Trabalho da Câmara, da deputada Marcivania (PCdoB-AP), discute a privatização da CBTU, estatal federal de trens, que atua em apenas quatro ou cinco cidades. Quem é contra recebeu convite.

CAUSAS NÃO POLÍTICAS

Ronaldo Caiado colocou stent no coração, mas sabe que a causa do mal súbito não foi política. Pesquisa Paraná revelou que o governador de Goiás é aprovado por 67,3% e 71,1% afirmaram que confiam nele.

ÉTICA É POUCO

Após livrar a petista Maria do Rosário, acusada de simular ter sido empurrada por colegas, o Conselho de Ética da Câmara decidirá a sorte de Boca Aberta (Pros-PR), que publicou um vídeo nas redes.

PENSANDO BEM...

...mesmo às 5h15, a audiência da canonização de Irmã Dulce tem tudo para ser maior que a do jogo da seleção, às 09h.
Herculano
12/10/2019 08:15
FINAL DA FILA, por Julianna Sofia, no jornal Folha de S. Paulo

Sem nova CPMF, equipe de Guedes anda em círculos

A reforma administrativa, cujo objetivo é conter a segunda maior despesa do governo (funcionalismo), será o próximo passo da agenda liberalizante do ministro Paulo Guedes (Economia). Na sequência, as alterações nas regras fiscais e a chamada PEC 3Ds, que propõe desobrigar, desvincular e desindexar o Orçamento da União.

A estratégia joga para o final da fila a reforma tributária e permite à equipe econômica ganhar tempo. Desde que Jair Bolsonaro mandou demitir o chefe da Receita Federal e descartou a proposta de recriação da CPMF, a pasta de Guedes não conseguiu se aprumar. Anda em círculos em busca de uma saída para desonerar a folha de salários.

Passados mais de nove meses da gestão bolsonarista, era de se esperar que o ministro e seus auxiliares estivessem preparados para o mais que provável veto ao imposto sobre pagamentos. Agora, fala-se em ir devagar com a reforma tributária, e um indefectível grupo de especialistas foi reunido no ministério para formular uma proposta governista. Enquanto isso, Câmara e Senado encaminham aos trancos, e de forma autônoma, suas medidas para simplificação dos tributos.

"Temos noção de que essa reforma tributária é importantíssima, mas não podemos, por urgência, fazer malfeito", declarou o ministro nesta semana a investidores. Nas falas recentes de Guedes, transparece um rastro de esperança de retomar a (má) ideia da CPMF. Daí por que o tempo seria elemento útil para convencer Bolsonaro e o Parlamento de que esse é um imposto (in)viável.

Mas é curto o prazo para o governo. Em menos de três meses, o Legislativo encerrará 2019. Em 2020, as eleições municipais restringirão as atividades dos parlamentares ao primeiro semestre do ano.

A partir de 2021, Brasília respirará sucessão presidencial 24 horas por dia. Faltará capital político ao presidente, e o Congresso dificilmente entregará de bandeja uma reforma histórica para laurear o candidato Bolsonaro em 2022.
Herculano
12/10/2019 08:11
da série: advogando para os corruptos poderosos em hermenêutica própria. Juiz não é aquele que fala nos autos, ou que antecipe o julgamento sem mesmo que a cause esteja formada e no seu Tribunal? Qual a razão para mandar recados e pressionar o julgamento em outro Tribunal?

SE MORO TORNAR-SE SUSPEITO, PROCESSOS DE LULA VOLTAM À FASE DE DENÚNCIA, DIZ GILMAR.

Na hipótese, condenações serão anuladas

Bonat decidirá se aceita ou não as denúncias


Conteúdo do site Poder 360, Brasília. O ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que o recurso da defesa do ex-presidente Lula que questiona a imparcialidade do então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, será julgado pela 2ª Turma do Supremo até novembro.

Segundo Gilmar Mendes, se Moro for considerado suspeito no caso, os processo de Lula que foram conduzidos e julgados por ele deverão voltar à fase de denúncia.

"Eu tenho impressão que, pelo menos tal como está formulado [o recurso], se for anulada a sentença, nós voltamos até a denúncia. Portanto, todos os atos por ele [Moro] praticados no processo, inclusive o recebimento da denúncia, estão afetados pela nulidade. Será esse o veredicto", disse em entrevista à BBC News Brasil.

Caso Moro seja considerado suspeito, a decisão do STF anularia as condenações do ex-presidente em 2 processos: do caso tríplex do Guarujá; e sítio de Atibaia. Também retrocederia a ação sobre supostas ilegalidades envolvendo recursos para o Instituto Lula, que está prestes a receber sentença do juiz que substituiu Moro na 13ª Vara de Curitiba, Luiz Antônio Bonat.

Até o momento, os ministros Edson Fachin, relator da Lava Jato, e Cármen Lúcia votaram, no final de 2018, contra a suspeição de Moro. O caso está suspenso por pedido de vista de Mendes. Faltam votar também Ricardo Lewandowski e Celso de Mello.

Para Gilmar Mendes, é Luiz Bonat que terá que decidir sobre o recebimento da denúncia, conduzir a instrução do processo e julgar os casos, caso os atos de Moro sejam considerados nulos.

Segundo o ministro, deverão ser necessárias ao menos duas sessões de julgamento na 2ª Turma para concluir a análise do recurso, já que deve haver uma discussão também sobre se as mensagens reveladas pelo site The Intercept Brasil, divulgadas depois que a defesa entrou com o recurso. Elas poderão ser usadas em benefício de Lula, mesmo constituindo prova ilícita. O mesmo já foi afirmado pelo presidente do STF, Dias Toffoli.

Na entrevista, o ministro também defendeu a liminar de Dias Toffoli, que suspendeu a investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, e inúmeras outras no país.

Gilmar Mendes chamou ainda de "lenda urbana" a percepção de parte da população de que há 1 "acordão" entre o Planalto e parte do Senado e do STF para proteger o filho do presidente e evitar uma CPI do Judiciário.

VAZA JATO
Em 9 de junho o site The Intercept divulgou conversas no Telegram atribuídas ao ministro Sergio Moro e ao coordenador da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, em uma série de reportagens no caso que ficou conhecido como Vaza Jato. Os 2 contestam a autenticidade das mensagens, mas não indicam os trechos que seriam verdadeiros e falsos.

Em 5 reportagens sobre as conversas, há conteúdos relacionados ao ex-presidente Lula.

"Procuradores da Lava Jato tramaram em segredo para impedir entrevista de Lula antes das eleições por medo de que ajudasse a 'eleger o Haddad'";
"Deltan Dallagnol duvidava das provas contra Lula e de propina da Petrobras horas antes da denúncia do triplex";

Em nota, a defesa do ex-presidente disse que as mensagens de Moro provam "perseguição pessoal e profissional" ao petista. Para os advogados, o ex-juiz federal "jamais teve 1 olhar imparcial em relação a Lula".
Herculano
12/10/2019 08:03
ADMINISTRANDO AS REFORMAS, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Com a reforma da Previdência encaminhada, faz sentido priorizar a administrativa

A reforma tributária, ao lado do metrô paulistano e da paz no Oriente Médio, entra naquela categoria de coisas que todos desejamos, mas dificilmente veremos concluídas em vida. Mudar o sistema de impostos mexe com tantos interesses, que são ao mesmo tempo tão profundos e tão contraditórios, que fica quase impossível chegar a algum tipo de consenso.

Mesmo assim, não desencorajo os parlamentares de tentarem introduzir um sistema menos complicado e mais equitativo. Se começarem por itens menos polêmicos e deixarem as mudanças em questões mais sensíveis para vigorar apenas depois de 10 ou 15 anos ?"quando os atores com poder de frustrar as negociações já não estiverem em cena?", há uma chance de dar certo.

De todo modo, como quase todos colocam entre os objetivos de uma reforma que ela não eleve a carga tributária, esse é um terreno do qual não se pode esperar grande alívio para o nó fiscal, que é um dos problemas mais graves e urgentes da economia brasileira.

Faz sentido, assim, a ideia de dar prioridade à reforma administrativa. Os gastos com servidores são, depois das despesas previdenciárias, o item primário que mais pesa no Orçamento. Como as mudanças na Previdência já estão encaminhadas, o lugar mais óbvio para mexer são as carreiras do funcionalismo.

Haveria, é claro, resistência das corporações, mas não devemos superestimá-la. Por força das regras de proteção a direitos adquiridos, a maior parte das alterações afetaria só quem ainda vai entrar na carreira, o que significa que os "prejudicados" só existem em potência. O mais perto de um é o sujeito que está estudando para concurso.

Existe obviamente a preocupação de que o serviço público se torne menos atrativo e passe a recrutar pessoal menos qualificado. Esse é um problema real na educação básica, por exemplo. Não vejo, porém, como escapar à realidade física da falta de dinheiro.
Herculano
12/10/2019 07:56
da série: a família Bolsonaro colocou a mão numa cumbuca onde achava-se imune aos venenos próprios das agremiações partidárias e do poder. Terá que criar imediatamente o antídoto sob pena de ter uma morte lenta e exposta.

PSL VAI PEDIR AUDITORIA NAS CONTAS DA CAMPANHA DE BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista. A cúpula do PSL vai pedir auditoria nas contas da campanha presidencial do ano passado. A informação foi antecipada pela Crusoé.

Um integrante do partido disse a Gerson Camarotti que o processo deixará "as vísceras do partido expostas".

Nesta semana, Jair Bolsonaro e 21 parlamentares do PSL enviaram a Luciano Bivar um pedido para que apresente informações detalhadas sobre a gestão do PSL nos últimos 5 anos.
Herculano
12/10/2019 07:44
da série: como o governo que se diz limpo tenta proteger bandidos e corruptos que dominam ou são parte significativa dos políticos no Brasil. É isso que conspira à entrada do país na OCDE

AUDITORES FISCAIS DENUNCIAM EM PARIS "RETROCESSO" NO COMBATE À CORRUPÇÃO

Conteúdo de O Antagonista. O Sindifisco Nacional protocolOU na sede do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (GAFI/FATF), vinculado à OCDE, denúncia sobre "medidas de retrocesso do Estado brasileiro" no combate ao crime.

O documento relaciona "atos praticados por várias esferas de Poder no país, incluindo o STF e o TCU, que vão na contramão de tratados de colaboração internacional dos quais o Brasil é signatário".

A próxima reunião dos membros do GAFI será na segunda-feira, 14.

"Entre os pontos que atestam o retrocesso institucional estão iniciativas que pretendem tolher a obrigação dos Auditores-Fiscais de compartilhar com o Ministério Público informações acerca de suspeitas de crimes detectados durante apurações tributárias", diz a entidade.

Além do GAFI, o Sindifisco irá apresentar a mesma denúncia ao Grupo Egmont, que reúne as unidades de inteligência financeira (UIF) de vários países, ao Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crime (UNODC) e à Força-Tarefa em Crimes Tributários da OCDE.
Herculano
12/10/2019 07:35
PARA ONDE OS POLÍTICOS - NOSSOS REPRESENTANTES NA CÂMARA E SENADO - ESTÃO USANDO O DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS DO POVO - INCLUSIVE DOS MILHõES DE DESEMPREGADOS - QUE FALTA A SAÚDE, SEGURANÇA, EDUCAÇÃO E OBRAS DE INFRAESTRUTURA COMO A BR 470?

O ADVOGADO E JURISTA MODESTO CARVALHOSA RESPONDE NO TWITTER

A "mini-reforma eleitoral" cria o DIREITO dos partidos políticos COMPRAREM OU CONSTRUÍREM SEDES em todo o país com as verbas eleitorais e partidárias. Vivemos num Estado Democrático de Direito ou numa TIRANIA DE BANDIDOS? Não dá mais para aguentar tanta corrupção legalizada.
Herculano
11/10/2019 18:48
da série: quando a esperteza é demais, ela come o dono segundo dizia Tancredo Neves. Depois de dificultar as reformas do ex-presidente Michel Temer, principalmente da previdência e dar um tombo em Napoleão Bernardes ex-PSDB e trazê-lo como seu vice decorativo, o ex-deputado Mauro Mariani quer voltar como vítima do partido que liderou e afundou em Santa Catarina, após a morte do ex-governador Luiz Henrique da Silveira. MDB.

MARIANI SE MOVIMENTA, por Cláudio Prisco Paraíso

Ex-deputado federal Mauro Mariani, candidato do MDB ao governo em 2018, depois de um ano mergulhado e longe da política, começa a circular novamente. Ele está avaliando seu futuro político. Sobretudo depois desse desfecho nacional, com o deputado federal Baleia Rossi assumindo a proa do Manda Brasa. Ele tem apoio da banda podre do partido, aqueles de sempre, o que deve dificultar a convivência, apesar de o catarinense Carlos Chiodini ter sido guindado a uma das vice-presidências da nacional. O jaraguaense foi o deputado estadual mais alinhado a Mariani até as eleições do ano passado.

Mesmo assim, o ex-deputado federal sequer foi a Brasília. Não participou da convenção nacional do Manda Brasa. Agora ele se movimenta de uma maneira que está levando interlocutores a perceberem a possibilidade de Mariani sair das hostes emedebistas.

Em conversas reservadas, Mauro Mariani tem dito que o futuro da política tupiniquim passa pelo paulista João Doria, nome que desponta como candidato de centro no próximo pleito presidencial. Seria a alternativa à polarização entre Bolsonaro e a esquerda.

Interessante observar que um fiel escudeiro de Mauro Mariani, Vinícius Lummertz, é o secretário de Turismo de Doria em São Paulo.

CENTRO

O governador paulista é filiado ao PSDB. Não quer dizer que Mariani avalia necessariamente migrar para o ninho. Leva-se em consideração outra possibilidades. Como a fusão de PSD e DEM (talvez até atraindo outros partidos menores). Surgiria então um novo partido de centro com a intenção de se diferenciar do quadro atual. É nesse diapasão que Mariani começa a balizar sua volta à política.
Herculano
11/10/2019 18:40
da série: levando vantagens e ganhando dinheiro com a desgraça alheia. Seguradora acha que lesão na coluna e joelho em acidente grave não inabilitam um jogador para a profissão de alto nível.

JOGADOR DA CHAPE VAI À JUSTIÇA APóS RECEBER 11% DE SEGURO DA CBF

Para Neto, decisão não levou em consideração sequelas sofridas pelo atleta

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Alex Sabino e João Gabriel. Quase três anos após o acidente envolvendo o avião da Chapecoense, o zagueiro Neto, 34, recebeu o seguro de vida contratado pela CBF. Mas não no valor que esperava.

Pela apólice, o jogador, que ainda sofre sequelas do acidente e não voltou aos gramados, deveria receber o valor equivalente a 12 meses de salários na época do contrato (cerca de R$ 500 mil). A Prudential, empresa responsável pelo seguro, pagou R$ 55 mil, equivalente a 11,25% do total.

O avião da empresa boliviana LaMia, que transportava o elenco da Chapecoense para Medellín, na Colômbia, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana daquele ano, caiu nos arredores da cidade antes do pouso, em 29 de novembro de 2016, matando 71 pessoas.

Neto contesta a quantia e vai à Justiça. Segundo seu advogado, Marcel Camilo, a decisão não levou em consideração o acidente e seus agravantes, que tiraram seu cliente dos gramados e o comprometem profissionalmente até hoje.

A CBF afirma ter entrado em contato com a seguradora para apurar o caso.

De acordo com a entidade, o seguro é feito de forma espontânea e igualitária para todos os jogadores e técnicos de futebol com contrato profissional ativo registrado junto à Confederação. O investimento é superior a R$ 1 milhão por ano e beneficia cerca de 12 mil jogadores e treinadores no país inteiro.

"Exames mostram as sequelas sofridas pelo Neto, que está se aproximando do final da carreira. Não voltou a jogar e não poderá mais ser um atleta de alto nível, o que ele era no momento do acidente. Nós esperávamos que fosse usado o mesmo critério do [Jackson] Follman [outro sobrevivente do acidente], que recebeu o seguro em menos tempo e no valor de 100% da apólice", diz Camilo.

Caso seja confirmado que não haverá uma revisão, o advogado afirma que entrará com uma ação.

A apólice foi feita pela CBF com o Itaú com validade de um ano a partir de 1º de março de 2016. Meses depois, o Itaú vendeu a carteira de seguros feitos com a confederação para a Prudential.

Por isso, a assessoria da instituição financeira afirma não ter qualquer relação com o pagamento do sinistro e que o assunto tem de ser resolvido pela Prudential.

A seguradora afirma que o pagamento foi realizado com base no "laudo médico enviado pelo próprio segurado". "Após perícia médica realizada pela Prudential, ficou confirmado o quadro de invalidez parcial decorrente do acidente, com redução funcional na coluna vertebral e no joelho direito", explicou a companhia, por meio de sua assessoria.

Essa não é a única batalha judicial que Neto trava com uma seguradora. O jogador lidera o movimento que briga para receber a indenização pelo seguro da aeronave.

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No final de setembro, ele e um grupo de viúvas dos jogadores foram a Londres protestar contra as multinacionais Aon, Tokyo Marine e Bisa, que tinham contrato com a LaMia, dona do avião que caiu na Colômbia.

Nenhuma das famílias vítimas da tragédia recebeu a indenização prevista na apólice, e as companhias alegam que o contrato não cobria a região do acidente.

O seguro contratado pela CBF cobre os casos de morte e invalidez total e parcial. Desde a tragédia, Neto passou por cirurgias na coluna, pescoço e joelhos.

A seguradora diz que, em caso de discordância acerca do valor, "é facultado ao mesmo [segurado] solicitar a constituição da junta médica" para reavaliar o caso.

Existe ainda uma outra apólice de seguro de vida para Neto, esta contratada pela Chapecoense e de responsabilidade da Porto Seguro, que ainda está em fase de análise.
Herculano
11/10/2019 18:30
da série: mais o fim de um capítulo com fake suspense no Brasil

NOBEL SEM LULA E SEM RAONI

Conteúdo de O Antagonista. Não, o Nobel da Paz não foi dado ao presidiário Lula, chefe do maior esquema de propinas de todos os tempos, nem ao índio Raoni.

O premiado foi o primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali, por seu empenho para resolver o conflito com a vizinha Eritreia.
Herculano
11/10/2019 11:31
da série: o povo precisa voltar para a rua. Os criminosos estão de mãos dadas outra vez

"O BRASIL FOI TOMADO. DE NOVO", DIZ CHEQUER

Conteúdo de O Antagonista. Em texto enviado a O Antagonista, Rogério Chequer, um dos fundadores do Vem Pra Rua, interpreta os últimos acontecimentos no país (veja abaixo).

Ele diz que "nunca tantas conquistas se perderam em tão pouco tempo".

"Os três Poderes deram as mãos para permitirem, um ao outro, a maior sequência de escárnios dos últimos cinco anos. Mandaram às favas princípios republicanos, os eleitores, os pagadores de impostos e os mais pobres. O Brasil foi tomado. De novo. Golpe coordenado?", questiona.

1. Intimidação de auditores da Receita Federal.

"O STF barrou o poder de investigação de auditores, coincidentemente, quando estes chegaram perto de familiares dos magistrados."

2. Aprovação da Lei de Abuso de Autoridade.

"Uma lei com altíssima dose de subjetividade que expõe juízes e procuradores decentes (não são a totalidade) a penas criminais, por cumprirem seus papéis e tomarem medidas básicas de aplicação das leis. As votações foram conduzidas às pressas, na calada da noite, por Maia e Alcolumbre, com autoria de Renan Calheiros. Precisa dizer mais?"

3. Anulação dos vetos presidenciais.

"Diante dos absurdos aprovados na Lei de Abuso de Autoridade, o presidente Bolsonaro vetou 33 pontos. Mas o Congresso, sem discussão ou consulta popular, novamente às pressas, derrubou 18 vetos do presidente. Para que se tenha uma dimensão das incongruências dessa votação, o próprio Flavio Bolsonaro votou contra 5 vetos do próprio pai. O próprio líder do governo no Senado também votou para derrubar vetos de Bolsonaro."

4. Mudanças danosas no Coaf.

"Uma sequência vergonhosa e atabalhoada de mudanças foi feita no órgão. O Congresso tirou o COAF de Moro, e Bolsonaro o transferiu para o Banco Central. O presidente do órgão, indicado por Moro, deixou o cargo. Na essência, tiraram de Moro algo que ele sempre anunciou como vital para o combate à criminalidade, e não à toa: na última década, o COAF produziu mais de 30 mil relatórios que embasaram as investigações da Polícia Federal. Para completar, a pedido de Flavio Bolsonaro, Toffoli ordenou que qualquer informação mais detalhada precise de aval da Justiça. Jair Bolsonaro elogiou."

5. Interferência do Executivo na Polícia Federal.

"Na época de Dilma, em 2015 e 2016, protestamos fortemente para evitar interferências na PF, e ganhamos todas as batalhas que ameaçaram a sua independência. Agora, quatro anos depois, o presidente se incomodou com investigações supostamente contra milícias cariocas, e interferiu abertamente na instituição gerida por Moro. Ninguém, nem Dilma, fez isso."

6. Mudança para pior nas leis partidárias e eleitorais.

"O Congresso aprovou, mais uma vez a toque de caixa, sem discussão ou consulta popular, regras que favorecem gastos perversos do dinheiro público por partidos políticos. Sim, acredite: políticos poderão usar o nosso dinheiro para pagar advogados, para que os defendam de crimes de corrupção. De onde vem o dinheiro para os advogados que defendem Lula? Pois a partir de agora usar o Fundo Partidário para isso passa a ser lícito. Sim, o teu dinheiro vai pagar os advogados dos políticos que te roubaram, inclusive Lula, e agora isso é permitido por lei. Essas medidas tiveram ajuda indireta de Bolsonaro, que poderia tê-las vetado uma semana depois (a mesma velocidade com que divulgou seus vetos à Lei do Abuso de Autoridade) e evitado esse assalto seguido de morte à democracia representativa. Preferiu não fazê-lo. Seria porque seu partido será o maior beneficiário desta lei? O PSL poderá receberá mais de R$ 700 milhões de hoje até 2022. O PT receberá valor semelhante."

7. Aumento do financiamento público de campanhas e partidos.

"O Congresso decidiu, sem nos consultar, desviar o nosso (suado) dinheiro de impostos para uso político, tirando da educação, saúde, etc. Ao mesmo tempo, tem a cara de pau de culpar o Teto de Gastos pela baixa qualidade dos serviços prestados à população mais pobre. Você acha que R$ 290 milhões (em valores de 2015) bastariam para os partidos? Era o que tinham. Em 2018, aumentaram para R$ 2 bilhões e 500 milhões. Na semana passada, eles abriram uma brecha para desviar bilhões de emendas para o financiamento de campanhas, totalizando ao menos R$ 3 bilhões e 500 milhões. Sim, três bilhões e quinhentos milhões, mais de 12 vezes o valor de quatro anos atrás. São centenas de hospitais e escolas que deixarão de ser construídos."

8. Nomeação do Procurador-Geral da República.

"Bolsonaro ignorou a lista tríplice, que foi respeitada inclusive por Lula e Dilma. A lei não o obriga a seguir a lista, mas Bolsonaro escolheu justamente alguém que é crítico à Lava Jato, e que abriu seu mandato indicando a possibilidade de utilização dos materiais da Vaza Jato, obtidos de forma ilegal."

9. O STF busca enfraquecer a Lava Jato.

"São dezenas de exemplos. No mais recente, o STF legisla (sic) retroativamente, em decisão não amparada por qualquer lei ou precedente legal, abrindo a porteira para cancelamento de dezenas de processos finalizados da Lava Jato. Quando o STF falha, quem nos protege dele? Talvez uma CPI da Lava Toga. Mas a maioria ainda é contrária a ela, inclusive Flávio Bolsonaro."

10. Corporativismo.

"O senador Davi Alcolumbre postergou por semanas a tão urgente votação da Previdência como represália à investigação do senador Fernando Bezerra, prejudicando todo o país por razões unicamente corporativistas. Além disso, o Senado abriu tentativa de negociatas com o governo para obter repasses do pré-sal, em troca da aprovação dessas reformas."
Herculano
11/10/2019 11:22
PT COM SINAL INVERTIDO

Do Instituto Liberal de São Paulo no twitter ao descobrir o que está na cara de todos e revelado pela revista eletrônica Crusoé:

Então tem bolsonarista financiado com o nosso dinheiro para passar o dia fazendo Militância em Ambiente Virtual (vulgo MAV) igualzinho o PT fazia?

É o petismo de sinal trocado cada vez mais parecido com o original.
Herculano
11/10/2019 11:19
UM RETRATO DO ATRASO

De J.R. Guzzo, de Veja, no twitter:

No Brasil de hj, um trabalhador manual tem emprego quase certo, e os formados em faculdades descoladas da vida real ñ têm. Países justos e bem-sucedidos são os q utilizam o dinheiro dos impostos p/ formar os melhores, e ñ para formar muitos
Herculano
11/10/2019 11:13
AO RENATO

A sua análise sobre os arranjos em Gaspar é procedente e lúcida. É isto que acontece nos bastidores e se reformou nesta semana com uma reunião para encurralar concorrentes ou novidades.
Mas, ela (a análise) está circunscrita aos dias de hoje. O verdadeiro jogo começa só em abril ou maio quando se encerram as inscrições dos candidatos período que também se iniciam as alianças sem volta que vão dar o tom da disputa.

Até lá, blefe e truco, com cartas incompletas do baralho.
Miguel José Teixeira
11/10/2019 09:21
Senhores,

Na mídia:

"Primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed Ali ganha o Nobel da Paz 2019"

A retrógrada e surreal esquerda brasileira, acorrentada na Caverna de Platão (citada anteriormente pelo Jornalista Herculano Domício) apostava no aculturado Raoni ou quem sabe na Marielle, ícones do nihilismo!

Nada contra, mas caldo de galinha e bom senso não faz mal à ninguém!
Renato
11/10/2019 08:56
Bom dia,
As especulações para as eleições do ano que vem são muitas, mas algumas definições já vão se desenhando. O vice do Kleber não deve ser nem o Lu, e muito menos o Melato. O Lu até agora não mostrou porque foi eleito e seus problemas pessoais atrapalham e muito a reeleição, já o Melato tem a sua reeleição de vereador garantida, mas para vice a sua rejeição é muito maior do que o PP e ele podem agregar, são dois pesos mortos. Para o vice continuar do PP vão ter de buscar outro nome. Mas gente graúda do governo já avalia que o vice deve ser de outro aliado PSDB ou PDT, mais especificamente os seus vereadores, já que outros nomes estes partidos não tem. Quanto ao PSD o Brick deve ser o cabeça de chapa, com o restante da oposição apoiando, inclusive o PT, que deve indicar o vice e que deve ser a ex-primeira dama. O PSL acabou e é bem possível que nem participe da eleição, devem seguir para a UDN do Bolsonaro. Foi lançada a sorte, um bom final de semana.
Herculano
11/10/2019 08:43
da série: gente - e principalmente jovens, sem base antropológica e conhecimento da história política - sem noção. Ele tem certeza que o mundo gira em torno de ideias únicas e não de um conjunto de desejos com uma amplitude que até os inclui. A radicalização deles, contra inimigos imaginários que estão dentro do seu próprio espectro, enfraquece e até destrói os seus próprios sonhos se tornarem realidade concreta. Afinal, o que é ser anti-globalista? É ficar na própria bolha, na caverna descrita por Platão?

CARGOS, SALÁRIOS E PADRINHOS DOS BLOGUEIROS DE ALUGUEL

Conteúdo de O Antagonista. Felipe Moura Brasil, em reportagem para a Crusoé, mapeou cargos, salários e padrinhos dos blogueiros de crachá.

Instalados em cargos comissionados, eles comandam a milícia virtual bolsonarista.

As mensagens de WhatsApp do grupo, obtidas por Felipe Moura Brasil, revelam o funcionamento da máquina de propaganda paraestatal, que ataca até mesmo integrantes do governo, como Sergio Moro e Paulo Guedes.

Leia, por exemplo, uma das mensagens de Otavio Oscar Fakhoury, "tesoureiro-geral" do PSL de São Paulo:

"A direita tem que se unir agora. Senão os liberais (Guedes) e tecnocratas (Moro) além de alguns militares que são positivistas demais e nada anti globalistas vão deixar de lado a pauta conservadora (...).

Eu canso de dizer: quem ganhou a eleição não foi a pessoa do JB, nem Mourão, nem os militares. Quem ganhou a eleição foi uma onda, um movimento (como diz o Steve Bannon), um levante conservador!"
Herculano
11/10/2019 08:33
ERROS DA IGREJA CATóLICA LEVARAM A AVANÇO EVANGÉLICO NA AMAZôNIA, DIZ BISPO

Dom Wilmar Santim defende mudanças na estrutura da instituição para que ação pastoral não dependa só dos padres

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Michele Oliveira, da cidade do Vaticano. O bispo dom Wilmar Santin, que atua na região de Itaituba (PA), na fronteira com os estados de Mato Grosso e do Amazonas, afirmou durante o Sínodo da Amazônia, no Vaticano, que erros da própria Igreja Católica levaram ao crescimento das igrejas evangélicas na região amazônica e que é preciso mudar a ação pastoral para reverter a situação.

"Percebo duas falhas nossas: não estamos conseguindo chegar a tempo em todos os lugares onde o povo está, porque tudo está muito centralizado na figura do padre", disse ele nesta quinta-feira (10), durante uma das entrevistas coletivas diárias do sínodo, reunião de religiosos dos nove países da região amazônica com o papa Francisco.

Segundo dom Wilmar, as estratégias para manter, recuperar e atrair católicos na região envolvem mexer na própria forma como a igreja está organizada.

"Precisamos mudar um pouco a estrutura para que a igreja seja mais ágil, que vá mais para frente, não seja tão lenta nas decisões e não dependa só dos padres. Temos que mudar não para competir com os outros, mas para que a nossa missão seja cumprida com maior eficiência", disse.

A frase foi dita depois de dom Wilmar narrar uma conversa que teria ocorrido nas redondezas do garimpo Água Branca, no Pará, com um homem que tinha sido católico, com padres e uma freira na família, mas que, ao se mudar para o garimpo, tornou-se evangélico.

"Eu perguntei para ele o motivo, ele me respondeu: 'Quando eu cheguei aqui, não tinha Igreja Católica. Eu queria escutar a palavra de Deus, fui na Assembleia de Deus e estou lá até hoje'", relatou dom Wilmar. "Não estamos pregando como deveríamos, em todos os lugares. Tanto é que um católico teve que matar a sua fome de escutar a palavra de Deus numa igreja vizinha."

Iniciado nesta semana, o Sínodo da Amazônia foi convocado pelo papa Francisco há dois anos para debater a ação da Igreja Católica nos países do bioma, além da situação ambiental e dos moradores da região.

São 258 participantes, sendo 57 bispos brasileiros. A função da assembleia é produzir, até o dia 27 de outubro, um documento que servirá para o papa, meses depois, dar indicações ao clero e aos fiéis.

Reportagem da Folha mostrou nesta semana que, na região Norte do Brasil, o percentual daqueles que se declaram evangélicos já é de 46%, ante 45% de católicos, segundo pesquisa Datafolha de agosto. No país, os números são, respectivamente, de 32% e 51%, com maioria católica.

Uma das razões para esse cenário é a carência de padres nas áreas de floresta, marcada pelas dificuldades de acesso e grandes distâncias.

É por isso que um dos assuntos mais discutidos durante o sínodo são as alternativas da igreja para se fazer mais presente. Entre elas, permitir padres casados, criar um ministério oficial para as mulheres e incorporar costumes indígenas aos ritos católicos.

Em Itaituba, dom Wilmar atua com a tribo munduruku em uma área de 175 mil quilômetros quadrados, segundo ele. Nos últimos anos, passou a intensificar a ação pastoral católica entre os índios, formando, entre eles, ministros da palavra, responsáveis por fazer pregações nas próprias comunidades.

"Iniciamos em 2017 e temos 48 ministros da palavra pregando na própria língua", afirmou. Segundo ele, são 39 homens e 9 mulheres, todos da tribo.

O bispo também respondeu a uma jornalista italiana que perguntou sobre a existência do infanticídio nas tribos indígenas - foi a segunda vez que o tema foi mencionado por um jornalista europeu nesta semana, durante as entrevistas coletivas diárias organizadas pelo Vaticano.

Dom Wilmar afirmou que a prática de matar crianças que nasciam com alguma deficiência ou que tinham "mãe solteira" não existia mais entre os munduruku. E questionou: "E os abortos que se fazem por aqui, na civilização?".

ENTENDA O SÍNODO
O que é sínodo
O Sínodo dos Bispos é uma reunião episcopal de especialistas. Convocado e presidido pelo papa, discute temas gerais da Igreja Católica (como juventude, em 2018), extraordinários (considerados urgentes) e especiais (sobre uma região). Instituído em 1965, acontece neste ano pela 16ª vez.

Especial Amazônia
Anunciado em 2017 pelo papa Francisco, o Sínodo da Amazônia trata de assuntos comuns aos nove países do bioma, organizados em dois eixos: pastoral católica e ambiental. Depois de meses de escuta da população local, bispos e demais participantes se reúnem entre 6 e 27 de outubro, no Vaticano.

Para que serve
O sínodo é um mecanismo de consulta do papa. Os convocados têm a função de debater e de fornecer material para que ele dê diretrizes ao clero, expressas em um documento chamado exortação apostólica. As últimas duas exortações pós-sinodais foram publicadas cerca de cinco meses depois de cada assembleia.

Quem participa
O Sínodo da Amazônia reúne 185 padres sinodais (como são chamados os bispos participantes), sendo 57 brasileiros. Além dos bispos da região, há convidados de outros países e de congregações religiosas. Também participam líderes de outras comunidades cristãs, da população e especialistas - no total, há 35 mulheres. O papa costuma presidir todas as sessões.

Principais polêmicas
Este sínodo tem recebido críticas do governo brasileiro, incomodado com o viés ambiental e pressionado pela situação na Amazônia, e da ala conservadora da igreja, que vê como inapropriado o debate sobre a ordenação de homens casados como sacerdotes, a criação de ministérios oficiais para mulheres e a incorporação de costumes indígenas em rituais católicos.
Herculano
11/10/2019 08:26
da série: o Brasil é cheio de preconceitos. Um deles é contra os técnicos estrangeiros no futebol, afinal, desta arte temos muito a ensinar, inclusive a se atrasar. É a reserva de mercado em nome de gente medíocre, que viver em círculo medíocre e ao não permitir a concorrência não se obrigar a mudar, a melhorar e inovar. O resultado é a miséria e Santos e Flamengo estão quebrando este monopólio, inclusive na imprensa esportiva, uma das mais bairristas que se tem notícia.

FLAMENGO DE JESUS RECUPERA O PRAZER DE DESFRUTAR O FUTEBOL NO BRASIL, por Rodrigo Mattos, no portal Uol

Ao se assistir ao Flamengo no estádio, é perceptível que não há nada de aleatório no time. Os movimentos e posicionamentos fazem sentido, as jogadas são executadas como se ensaiadas fossem, os jogadores sabem todos o que têm de fazer e são hoje melhores do que eram há dois, três meses. O futebol é intenso, empolgante, vertiginoso. É o efeito do técnico Jorge Jesus.

Essa é a explicação pragmática que se atém ao que faz uma equipe de futebol funcionar (ou não). Há outra análise pertinente a partir daí que é: o que esta equipe representa na história recente do futebol brasileiro e se deixará um legado.

Conversei sobre isso com o colega PVC, uma das nossas melhores cabeças para o assunto, em um Maracanã em êxtase. Ele me lembrou o Santos de Neymar como um time tão móvel no ataque quanto esse do Flamengo. Eu lembrei do Cruzeiro de 2013/2014 como um time tão dominante no Brasileiro, e também uma máquina ofensiva.

Bem, esse Flamengo é melhor do que aquele Cruzeiro, por ter jogadores mais dotados tecnicamente e por jogar com ousadia quase o tempo inteiro. E aquele Santos tinha um craque que o Flamengo não tem em Neymar, mas não tinha o nível igual em todas as outras posições, nem a exuberância na movimentação ofensiva.

Difícil colocar marcas de tempo, anos, década. Mas a verdade é que não víamos um time que nos desse prazer como esse Flamengo há um longo período.

E por que? Não nos faltam, nem faltavam, talentos. Mas estamos estagnados, incapazes de repetir o futebol belo de um passado distante porque já não cabia em um esporte que se modernizou e igualmente incapazes de reproduzir a nova beleza que se criou lá fora. Estamos como artistas decadentes olhando um concerto de um novo talento da calçada.

E então um português veio nos mostrar -e antes um argentino no Santos com um elenco inferior, diga-se ?" que podemos voltar a sentir prazer no futebol. Que futebol não é saber sofrer é saber desfrutar.

Veja o jogo diante do Galo. Havia ali uma linha de cinco defensores atrás, outra de mais quatro à frente e um atacante. Em dado momento, o Atlético-MG meteu 11 na área. Justo se assim lhe apetece.

O Flamengo trabalhava a bola, nenhum chuveirinho daqueles de qualquer jeito. O passe da ponta era para o canto da área, a triangulação pela lateral, até achar o espaço preciso, como quem desenha ângulos com jogadores nos lugares de esquadros e compassos.

Esse mecanismo era em favor desse talento individual que tanto produzimos e vendemos para fora. Vitinho acha um drible e um chute, um garoto de 17 anos mata o jogo, e Arão ganha todas as bolas com a facilidade de quem joga com crianças porque está sempre no lugar certo.

Ao final, Jesus observou que seu trabalho só criará raízes no futebol brasileiro se for vencedor. É fato, aqui só se acredita na vitória. Mas já não se pode negar que o português nos trouxe de volta algo que havíamos perdido, esse prazer de ver uma graça no futebol, algo que nos enche os olhos para além do pragmatismo de vencer.
Herculano
11/10/2019 08:20
INóCUA DECISÃO JUDICIAL

O Tribunal de Contas da União suspendeu a campanha publicitária de esclarecimento da população do Projeto de Lei Anticrime que o governo de Jair Messias Bolsonaro, PSL, mandou ao Congresso por intermédio do seu ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Estava comendo dinheiro dos brasileiros para esclarecer a maioria de analfabetos, ignorantes e desinformados. A esquerda, os criminosos nas suas organizações e os políticos que tomam dinheiro do povo - até desempregado - para tudo, como a de ir a Roma e parar as votações por aqui, não gostou desse movimento de transparência.

Para eles, um é crime contra o erário público e o outro uma prerrogativa da função.

Mas, a censura, parece que está saindo pela culatra. A decisão do TCU animou um movimento natural que lançou as peças publicitárias, gratuitamente nas mídias sociais e aplicativos de mensagens.

Foi assim, que em outubro do ano passado os políticos cheios de prerrogativas perderam os anéis, alguns os dedos e poucos, até o corpo.
Herculano
11/10/2019 08:12
GENTE ESTRANHA. PRECISA SEMPRE DE ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS E CAOS

De Mário Sabino, editor da revista eletrônica Crusoé, no twitter:

O PT comemora a falta de apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE. O que é ruim para o país é bom para o PT.
Herculano
11/10/2019 08:10
REAL PEOPLE X FAKE NEWS EM 2022, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

O encanto do discurso da direita disruptiva já se quebrou

Todos os meus amigos, sem exceção, estão convictos de que o pêndulo de opinião se deslocou para a direita por um bom tempo e de que a esquerda, desde já, deve ser descartada como opção eleitoral possível - se viável, aí o debate é outro - para 2022. Eu não estou. E olhem que isso nada tem a ver com "Lula livre" ou "Lula preso".

Ouso sugerir que se coloquem os pobres na equação. No país que teve deflação em setembro - e duvido que Paulo Guedes tenha tido tempo de explicar para Jair Bolsonaro que isso não é bom -, o presidente decidiu fazer um esparramo em seu próprio quintal ideológico ao detonar o PSL. Que importa que isso crie dificuldades adicionais para alguns objetivos que deveriam ser estratégicos para o governo, como as reformas?

Nesta quinta (10), li cheio de interesse uma fala de Guedes a investidores brasileiros e estrangeiros. O trecho que mais me encantou foi este: "Estamos com o crescimento subindo, a inflação descendo e retomando provavelmente agora um longo ciclo de crescimento. Num momento em que o mundo sincronizadamente desacelera, entrando em uma clínica de reabilitação após um período de excessos, o Brasil está saindo da clínica de reabilitação".

O discurso do ministro sempre pareceu complexo demais para o meu curto entendimento. Como quando prometeu arrecadar R$ 1 trilhão com privatizações ou zerar o déficit ainda em 2019. Com o mundo na clínica de reabilitação, e o Brasil iniciando seu longo ciclo de crescimento, suponho que a sustentação de que trata estará ancorada no mercado interno.

Não sou especialista em economia. Ele é. O debate no país consegue ser bem despudorado quando o tema é o rendimento das famílias, não é mesmo?

Vejo o escarcéu que se fez com o estudo do Banco Mundial sobre os gastos com o funcionalismo. Os números parecem especialmente perversos porque o rendimento médio do trabalho no país é de R$ 2.300.

Quase metade das famílias tem renda de R$ 1.996. O aluguel de uma casa de dois cômodos, com banheiro e quintal coletivo, na Vila Brasilândia, na zona norte de São Paulo, custa R$ 700. Na parte nobre da favela de Paraisópolis, na Zona Sul, pode ser um pouco mais caro.

Precisamos cortar os excessos do funcionalismo, sem dúvida. Mas de quais categorias? Não vi se o estudo do Banco Mundial cruza a formação escolar dos servidores com a do conjunto dos brasileiros e dos trabalhadores da iniciativa privada. Professores do ensino público podem ser confundidos com nababos. São?

Ainda que a renda média das famílias não o escandalize, leitor, deve-se entender que Banânia vai sustentar o crescimento, na contramão do mundo, incentivando o mercado interno, mas tirando dinheiro das mãos dos brasileiros ?"ou da parcela que consegue guardar alguma coisinha. O tempo dirá se faz sentido.

Não sei, não... O encanto do discurso da direita disruptiva, entendo, já se quebrou. A extrema direita hidrófoba nas redes sociais está dividida. Suas celebridades de internet estão se estapeando pela prerrogativa de liderar o obscurantismo, a vulgaridade, a truculência, a burrice e a falta de empatia com a maioria dos brasileiros, formada de gente pobre.

Acreditem: os escuros, achados pelas balas perdidas destes dias aziagos, ressurgirão em 2022. Talvez já deem as caras em 2020. Quem sabe ver e ouvir já percebeu que o "real people" tende a diminuir a importância das "fake news". Querem apostar? Não creio que multidões de duros vão manter a mesma disposição de lutar contra o comunismo...

Para encerrar: também nós somos os curdos de Donald Trump. Deu uma banana para "Bolsonaro I love you" e resolveu apoiar o ingresso da Romênia e da Argentina na OCDE. A Argentina é aquele país que decidiu resistir à orientação de Bolsonaro e que vai eleger os esquerdistas Alberto Fernández e Cristina Kirchner para a Presidência.

A propósito: Guedes já deixou claro à Organização Mundial do Comércio que os curdos da Vila Brasilândia não querem mais tratamento diferenciado? Afinal, sabem como é, estamos na contramão do mundo. E gozar de regalias na OMC é coisa para países atrasados, como a China.
Herculano
11/10/2019 08:00
PALOCCI IMPLICA SAFRA E SEU BANCO EM CORRUPÇÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publica nesta sexta-feira nos jornais brasileiros

Joseph Safra e o banco Safra são citados 68 vezes por Antonio Palocci em depoimento devastador à Polícia Federal sobre suas relações com o ex-presidente Lula. O ex-ministro confessa haver recebido propina do Safra e conta que o banco subornava Lula. Palocci conta até que indicou Rossano Maranhão, ex-presidente do Banco do Brasil, para presidir o Safra, tornando as relações "mais fluidas". Três dias depois de indagado, Safra informou pela assessoria que não se pronunciaria.

FASE BANCO SAFRA

As acusações contra o banco Safra são tão graves que os meios jurídicos vivem a expectativa de uma fase da Lava Jato específica.

DE MÃO BEIJADA

O anexo 6 da delação, Palocci conta como a Aracruz Celulose, do grupo Safra, foi salva com R$2,4 bilhões liberados por ordem de Lula.

CONTRAPARTIDA

Palocci revelou que Safra pagou os favores de Lula e Palocci com propina na forma de "doações" de R$2,5 milhões ao PT só em 2010.

MILHõES E MILHõES

Pelos favores recebidos, segundo Palocci, Safra deu R$10 milhões à campanha de Dilma, em 2014, e R$2 milhões à de Haddad, em 2012.

JANOT MANTÉM REGALIA DO PASSAPORTE DIPLOMÁTICO

O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot renovou seu passaporte diplomático quando já estava fora do cargo, que deixou em setembro de 2017, e apesar de aposentado será portador da regalia ao menos até 2023, quando se encerra sua validade. O procurador geral tem direito a passaporte diplomático, segundo dispõe o decreto 5978, de 2006. Mas ex-procurador ou procurador aposentado, não.

FILA SEPARADA

O portador de passaporte diplomático tem acesso a fila separada e tratamento menos rígido no acesso aos países que visita.

ACESSO FRAQUEADO

Em alguns países, que exigem visto de entrada, essa providência se torna dispensável para portadores de passaporte diplomático.

VAI RECOLHER?

O Ministério das Relações Exteriores não explicou se e quando pretende recolher o passaporte diplomático do aposentado ex-PGR.

HISTERIA AMBIENTAL

O noticiário histérico faz parecer que as praias do Nordeste viraram um imenso tapete de petróleo. Não há uma única praia interditada em qualquer dos locais onde as manchas foram detectadas. E removidas.

MÁQUINA DE FAZER DINHEIRO

O partido que menos receberá recursos públicos em 2020 será o PSC (Partido Social Cristão), que embolsará R$43 milhões para gastar como seus proprietários quiserem. Serão quase R$ 3,6 milhões por mês.

PEQUENO DEMAIS

Piora a cada dia o clima entre os senadores Major Olímpio (SP) e Flávio Bolsonaro (RJ). O PSL ficou pequeno demais para os dois, mas não se sabe ao certo quem está mais próximo da porta de saída.

QUE PAÍS É ESTE?

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) entendeu que uma mulher matou a companheira "por razão da condição do sexo feminino" e a denunciou por feminicídio. Fossem dois homens, o fator de violência doméstica, o verdadeiro problema, talvez seria irrelevante.

POLÍCIA NOVA, LOROTA VELHA

A Câmara aprovou, em primeiro turno, a criação de "polícias penais". Quanta bobagem. Após os seguranças virarem "polícia legislativa", agora chegou a vez dos agentes penitenciários.

DF PIONEIRO

O Distrito Federal se tornou a primeira unidade da federação a analisar imunodeficiências primárias na triagem neonatal, o teste do pezinho ampliado. Hoje, até 90% dos recém-nascidos não são diagnosticados.

PROXIMIDADE COM OS EUA

Começa hoje, em São Paulo, às 19h20, a primeira edição do CPAC no Brasil. Realizado fora dos EUA pela segunda vez em 45 anos, o evento de políticos conservadores terá presença do presidente Jair Bolsonaro.

BRASIL DA SOJA

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou expectativa de produção de 245,8 milhões de toneladas de grãos na safra 2018/19. Somente a soja vai representar 120,4 milhões de toneladas.

PENSANDO BEM...

...políticos não são mesmo tementes a Deus. Ou não ousariam atravessar o oceano em um avião pago com dinheiro do povo sofrido de Irmã Dulce para fingir devoção no Vaticano.
Herculano
11/10/2019 07:52
da série: se o PSL foi um improviso, qual a outra armação que os políticos da mudança armam contra os que querem verdadeira e permanente mudanças. Cada vez mais se desnuda o uso do eleitor no vale tudo pelo poder.

PSL FOI IMPROVISO PARA ELEIÇÃO DE 2018, DIZ DISCÍPULO DE OLAVO DE CARVALHO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto e entrevista de Fábio Zanini

Professor de filosofia e história, Rafael Nogueira, 36, será um dos principais debatedores da Cpac (Conservative Political Action Conference), conferência conservadora que ocorrerá em São Paulo sexta (11) e sábado (12).

Muito ligado ao filósofo Olavo de Carvalho, de quem é aluno, vai falar sobre a história do conservadorismo no Brasil e o estado dessa linha de pensamento atualmente no país.

Ligado a grupos de direita como Avança Brasil, Brasil Paralelo e Movimento Conservador, Nogueira diz que não há partido conservador no país e que é preciso criar um do zero. Segundo ele, o PSL, de quem o presidente Jair Bolsonaro está se afastando, foi apenas um arranjo emergencial para a eleição de 2018.

Qual a situação do conservadorismo brasileiro hoje?
Na história brasileira, com exceção do período do Império, nunca houve um conservadorismo estabelecido. Não há uma doutrina bem formada, à moda brasileira. Ela é em grande parte importada. Também não é algo bem elaborado do ponto de vista partidário. Não existe bom treinamento para candidatos conservadores, por exemplo. E também não temos um partido realmente conservador.

Na sua opinião, como o conservadorismo é percebido de forma geral pela sociedade brasileira?
Existe ainda uma discussão no Brasil do que é ser conservador. A gente está num período de reinício. O termo conservador sempre foi aplicado às pessoas que queriam manter uma vantagem, manter sua condição elitista. Muitas pessoas, entre jornalistas, políticos e acadêmicos, usam muito mal a palavra conservador. Por muito tempo, conservador era xingamento.

E qual deveria ser a definição correta de conservador?
Ser conservador é querer lutar politicamente para preservar conquistas civilizacionais e valores que têm sido atacados, por exemplo os ligados à família, a uma política que seja honesta, que tenha cérebro, que seja previdente. As pessoas interpretam que apenas os progressistas querem o progresso, mas o conservador também quer, apenas preservando as conquistas milenares da civilização. Não mudar abruptamente, mas de forma responsável.

O sr. citou o Império como uma época conservadora, mas há algum outro exemplo? O regime militar?
Não. Havia algumas ideias conservadoras no período militar, mas não correspondiam ao regime. Correspondiam a algumas pessoas que estavam reagindo a uma revolução comunista. Mas nenhum dos generais presidentes era conservador, eram mais nacional-desenvolvimentistas.

A Cpac é um evento americano, que agora chega ao Brasil. Quais as diferenças entre o conservadorismo brasileiro e o dos EUA e como é feito o diálogo com os americanos?
O diálogo não acontece ainda. É natural que seja difícil, embora existam princípios conservadores com que todos conversam. O conservadorismo não tem uma plataforma internacional como tem o comunismo e tinha até o nazismo. Estamos descobrindo como vai ser esse diálogo.

Não é estranho que seja necessário haver um evento americano para reunir conservadores brasileiros?
A Cpac está chamando a atenção porque é americano, talvez. Mas há diversos eventos que ocorrem no Brasil. Tivemos um agora em Ribeirão Preto (SP), por exemplo. Talvez seja o jornalismo que esteja falhando. Está faltando cobertura.

O sr. diz que não há partido conservador no Brasil. Nem o PSL?
O PSL não, de jeito nenhum. O PSL reuniu de improviso a direita desamparada. Foi um arranjo de momento. Naquele momento, era preciso trocar o pneu com o carro andando. Temos que definir agora nossa visão própria. É preciso criar um novo partido conservador.

O sr. é muito ligado ao filósofo Olavo de Carvalho. Acha que ele se engajaria nesse projeto?
Não diretamente. O professor Olavo incentivou a existência de uma direita, de um conservadorismo, porque não havia direita no Brasil. Incentivou para que a democracia se aperfeiçoasse. Não existe organização nenhuma na direita hoje, é uma bagunça total. A esquerda sempre soube se organizar muito melhor.

Como o sr. vê as recentes brigas na direita, inclusive com dissidências entre apoiadores de Bolsonaro?
Não vejo com preocupação as discussões em si, elas não são ruins. Só acho que deveriam ser mais discretas. As pessoas estão brigando em público, não deveria ser assim.

Como avalia o conservadorismo do governo Bolsonaro?
Eu confio muito no presidente. Vejo que ele está fazendo o melhor dentro das possibilidades. Nós conservadores não sabíamos o que é governar. Houve um momento de aprendizado, de tomar medidas emergenciais. O presidente está aprendendo com seus erros. Vejo que está mantendo algumas preocupações que eu entendo que são de campanha. Ele poderia se concentrar mais no trabalho e ter menos preocupação com o que estão falando dele, o que jornalismo está falando. Mas no geral, tenho poucas críticas.

E como o sr. vê o casamento entre conservadores e liberais neste governo?
Essa harmonia com os liberais faz sentido, porque eles também nunca tiveram muito lugar na política. Estou ainda na expectativa, porque o [Paulo] Guedes [ministro da Economia] também se deparou com uma circunstância inédita. Os liberais são os campeões da economia.

***
Raio-x da Cpac

O que é: Conservative Political Action Conference, evento conservador americano criado em 1973 e que ocorre pela primeira vez no Brasil
Quando: 11 e 12/10
Local: Hotel Transamérica (av. das Nações Unidas, 18.591, São Paulo)
Organizadores: American Conservative Union e deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
Presenças de: Jair Bolsonaro, ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Damares Alves (Direitos Humanos) e Abraham Weintraub (Educação), Mike Lee (senador dos EUA), Mercedez Schlapp (ex-diretora de Comunicação da Casa Branca), entre outros
Herculano
11/10/2019 07:41
SANTOS DO PAU OCO E ELEITOS COMO NOSSOS REPRESENTANTES

Tomara que a Santa Irmã Dulce toque às mentes vadias e chantagistas desses políticos que estão usando dinheiro público e que está faltando à saúde, segurança, educação, pesquisas e obras de infraestrutura mínimas e essenciais como a duplicação da BR 470,para se fingirem de devotos perante seus eleitores católicos. Se isto acontecer,terá valido o milagre da conversão, cujo pecado mortal está estampado na farra da romaria a Roma com o nosso dinheiro dos pesados impostos e a impossibilidade da Câmara e Senado votarem matérias importantes a favor de um Brasil mais vigoroso, mais competitivo e menos desigual e que desemprega 12 milhões de almas. Wake up, Brazil!
Herculano
11/10/2019 07:30
PADROEIRA DOS ARREPENDIDOS IRRECUPERÁVEIS

De Augusto Nunes, de Veja, no twitter:

Se durante a cerimônia de canonização um dos pecadores anexados à comitiva brasileira cair no choro convulsivo e pedir aos berros perdão por tudo o q fez, Irmã Dulce não escapará da imediata promoção a Padroeira dos Arrependidos Irrecuperáveis
Herculano
11/10/2019 07:29
da série: turismo dos políticos com os pesados impostos dos brasileiros enquanto a Reforma Previdência fica encalhada contra a melhoria da economia e o corte de privilégios de castas, todas pagas pelos brasileiros de empregos achatados e os milhões de desempregados...

COMITIVA PARA O VATICANO TEM 54 NOMES DA CÂMARA E 22 DO SENADO, INCLUINDO ACOMPANHANTES, DIZ JORNAL

Conteúdo de O Antagonista. O Valor Econômico informa que a lista enviada para o Ministério das Relações Exteriores com a comitiva oficial que irá à canonização de Irmã Dulce, no Vaticano, tem 54 representantes da Câmara e 22 do Senado, incluindo os parlamentares e seus acompanhantes.

O jornal diz, ainda, que o grande número de autoridades fez com que as embaixadas brasileiras em Roma e na Santa Sé pedissem reforço financeiro ao Itamaraty para custear alguns dos gastos, como o translado entre o aeroporto e o hotel.

Como registramos ontem aqui, a Câmara tem feito de tudo para não divulgar os nomes. No Senado, os nomes confirmados são Jaques Wagner (PT-BA), José Serra (PSDB-SP), Weverton (PDT-MA), Roberto Rocha (PSDB-MA), Elmano Férrer (PODEMOS-PI), Ciro Nogueira (PP-PI) e Angelo Coronel (PSD-BA) ?" este último informou a O Antagonista que viajará por conta própria.
Herculano
11/10/2019 07:19
BRASIL PRECISA PROVAR QUE NÃO COMPROU PASTEL DE VENTO DE TRUMP, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Apesar de declarar apoio, EUA não apresentam data e etapas para entrada na OCDE

A diplomacia brasileira vai ter trabalho para provar que não anda comprando pastéis de vento na banca de Donald Trump. O governo americano faz declarações públicas e inequívocas de apoio à entrada do Brasil na OCDE, mas agora dá sinais claros de que o país precisa esperar para conseguir o que quer.

Em março, Jair Bolsonaro deixou a Casa Branca com uma iguaria crocante e dourada nas mãos. O endosso público de Trump à candidatura brasileira à organização foi comemorado pela equipe econômica e pelo Itamaraty. O recheio ficou por lá.

O governo se apressou em recompensar os EUA. No ato, os brasileiros abriram mão do tratamento especial que é dado a países emergentes na Organização Mundial do Comércio, uma demanda de Trump. Lançaram, também, cotas generosas de importação de trigo e etanol, beneficiando os produtores americanos.

O Brasil ainda espera gestos mais concretos. Em agosto, os EUA enviaram à OCDE a indicação oficial da Argentina e da Romênia ao clube, segundo a agência Bloomberg. Nesta quinta (10), a chancelaria americana declarou apoio aos brasileiros, mas falou em "ritmo controlado" de adesão. Depois, emitiu nota para dizer que faria um "forte empenho" pela entrada do país na organização.

A candidatura brasileira continua de pé, e tudo indica que Trump permanece disposto a patrocinar o país. O que abala negociadores do Itamaraty e outros integrantes do governo é o silêncio americano em relação a prazos e etapas objetivas para o processo de adesão.

Bolsonaro aprende que esse é um jogo de interesses. Os americanos têm uma estratégia própria para a OCDE, que independe de seus compromissos com o Brasil: querem evitar o inchaço da organização e, por isso, reduzem a velocidade das novas entradas no grupo.

Os caminhos da diplomacia costumam ser longos. O governo brasileiro pagou um preço ao seguir a rota dos americanos, mas precisa estar ciente de que Trump não levará o país a atalhos ou passagens secretas.
Herculano
11/10/2019 07:16
FISCALIZAÇÃO E CONTROLE TEM QUE VALER PARA TODOS. INCLUSIVE PARA O MP, por Mateus Bandeira foi CEO da Falconi, presidente do Banrisul, secretário de Planejamento do RS, em Os Divergentes.

A reação raivosa do Ministério Público à indicação de um procurador-geral que não fosse do agrado da corporação quis aparentar ingerência externa na independência da instituição. A gritaria pode ter convencido os incautos, pois, na verdade, sobra independência ao MP. O que falta é fiscalização e controle à instituição que, na prática, virou o quarto poder

As confissões de Rodrigo Janot poderia ser nome de livro. Mas, na verdade, as inconfidências do ex-procurador-geral da República desnudam ainda mais um sistema que, por não ter controle, pode se tornar nocivo.

O Ministério Público (MP) surgiu como o conhecemos hoje na Assembleia Nacional Constituinte de 1987-1988. A intenção era criar um sistema persecutório independente.

Cabe aos procuradores acusar. Já ao Judiciário é reservado o julgamento.

O Executivo deve fornecer os meios de investigação e punição - por meio das polícias e de fiscais. No começo de tudo, está o Legislativo que tem a prerrogativa de decidir o que é crime.

Aparentemente, trata-se de uma engrenagem onde nenhuma instância atua sozinha. O conhecido checks and balances estaria garantido.

Mas eis que não. Procuradores e promotores agem sem controle. E quem não tem controle, descontrolado fica.

O QUARTO PODER

Primeiro, é preciso perceber que, informalmente, o Ministério Público transformou-se num quarto poder já que, na prática, é plenamente independente. Basta ver suas prerrogativas.

Procuradores estão no topo da pirâmide salarial brasileira. Trabalham se e quando quiserem, pois ninguém deles pode cobrar produtividade. Caso cometam um delito grave são punidos com a aposentadoria compulsória - assim como os magistrados.

Estas regalias, inalcançáveis para os demais brasileiros, não constituem o aspecto mais grave da instituição. Esta casta abastada e apartada dos brasileiros comuns tem poderes ilimitados sobre os investigados.

Um procurador pode deliberar quando e quem acusar. Pode sentar indefinidamente sobre uma investigação. Pode decidir que um caso mais novo tem prioridade sobre um mais antigo.

Com salários incompatíveis para um país cuja renda média é de R$ 2.286, de acordo com o IBGE, os abastados membros do Ministério Público apartam-se dos demais. A ponto de um procurador de Minas Gerais considerar um salário-miserê os R$ 68 mil mensais percebidos em 2019 - considerados aqui os indefectíveis penduricalhos.

Diante das estapafúrdias declarações de Rodrigo Janot, comento aqui apenas o caso dos procuradores. Mas juízes não perdem em nada no quesito de moralidade pública. Ou da falta dela.

E quem controla o controlador?

Sobressaem, assim, duas conclusões importantes.

Primeiro, a de que o presidente Jair Bolsonaro acertou em não ceder ao lobby da casta que comanda o MP. Indicar o procurador-geral da República (PGR) é prerrogativa presidencial assegurada na Constituição.

Seguir a lista tríplice indicada pelos procuradores seria encastelar ainda mais a categoria hiperpoderosa. Augusto Aras, o novo PGR, integra a casta, malavas não faz parte da panelinha de procuradores que se entende dona do MP.

Segundo, o Congresso Nacional cumpriu seu papel ao votar a Lei do Abuso de Autoridade. Acertou, também, talvez por outras motivações, ao derrubar parte dos vetos presidenciais.

Não são os juízes e procuradores quem têm que se defender da cidadania que lhes paga os gordos vencimentos. Somos nós, cidadãos, os que sustentam com impostos todo o sistema público, que precisamos de meios que nos protejam das arbitrariedades de todo o funcionalismo.

FALTA DE CONTROLE GERA ARBITRARIEDADE

A Operação Lava-Jato estabeleceu um marco na Justiça do Brasil. Com ela, pela primeira vez na nossa história, poderosos ricos e brancos amargam a vida atrás das grades por terem roubado dinheiro público.

Entretanto, sistemas que não podem ser fiscalizados tendem à arbitrariedade. Atualmente, juízes e procuradores trabalham num mundo à parte, sem controle.

É preciso integrá-los ao convívio dos demais cidadãos. Para tanto, a categoria não pode ficar imune às investigações fiscais (Receita Federal, Coaf) e policiais (Polícia Federal, Polícia Civil).

Ao contrário, como responsáveis por fazer justiça, devem todos ser fiscalizados com maior rigor, já que o exemplo deve vir das autoridades públicas. Se não faz nenhum sentido que parlamentares disponham de foro privilegiado, tampouco juízes e procuradores devem tê-lo.

A incontinência verbal de Janot fez soar mais um alerta contra o mal do poder sem controle e sem fiscalização. Não se pleiteia que o MP pare de investigar e denunciar, mas que seus membros sejam submetidos ao mesmo rigor dos demais cidadãos.
Herculano
10/10/2019 23:00
da série: está na cara de todos, mas os políticos que comem o nosso dinheiro para campanha política, para privilégios e altos salários, não estão nem ai para quem representam. Eles não entenderam o que o mundo mudou e as exigências, prioridades e necessidades são outras.

ANTIGO MODELO DE CRESCIMENTO DO BRASIL ESTÁ EXAURIDO, DIZ SECRETÁRIO-ADJUNTO DA OCDE

Para Ludger Schuknecht, reforma da Previdência é um dos avanços para o país

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Eduardo Cucolo. O modelo de crescimento que impulsionou a economia brasileira no passado recente está exaurido, e o país precisa realizar reformas econômicas que permitam o aumento da produtividade.

A afirmação foi feita nesta quinta-feira (10) por Ludger Schuknecht, secretário-geral adjunto da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019.

O comentário, durante abertura de um debate sobre produtividade, foi feito no mesmo dia em que o governo dos Estados Unidos deu respaldo às candidaturas de Argentina e Romênia para uma vaga na OCDE, mas não citou a candidatura do Brasil, em uma carta enviada à entidade.

O secretário-geral adjunto da OCDE listou uma série de avanços feitos pelo Brasil nas últimas décadas, mas disse que não adianta ficar olhando para trás.

"Alguns dos propulsores do crescimento no passado não estarão presentes no futuro. A força de trabalho terá um crescimento menor no futuro. O boom de commodities de que o país se beneficiou terminou", afirmou.

"O modelo de crescimento do passado já está exaurido. Novos mecanismos para aumentar a produtividade precisam ser encontrados. Se olharmos outros mercado emergentes, podemos ver uma vasta agenda de mudanças."

Schuknecht citou como exemplo a questão da Previdência. "O sistema de pensões precisa responder. As pessoas vão precisar trabalhar por mais tempo."
Herculano
10/10/2019 19:50
da série: o Brasil que dá um passo para frente e dois para trás I

PEC CRIA CONSELHO PARA A VOLTA DO IMPOSTO SINDICAL

Conteúdo de O Antagonista. O deputado Marcelo Ramos (PR-AM) assina uma PEC que abre caminho para a recriação do imposto sindical, ao propor a formação de um certo Conselho Nacional de Organização Sindical, composto por 6 representantes.

A pegadinha está no artigo segundo o qual caberá ao tal Conselho "deliberar sobre sistema de custeio e financiamento do sistema sindical".

O Conselho esdrúxulo também estabeleceria "requisitos obrigatórios de representatividade, democracia, eleições, mandatos e de transparência que deverão constar nos estatutos das entidades sindicais em todos os níveis de organização sindical". Ou seja, seria uma espécie de Soviete Supremo do sindicalismo, com poderes ilimitados, acima do Congresso.

O Antagonista sabe que tem vários dedos de Paulinho da Força na redação dessa pouca vergonha. E que Marcelo Ramos age em conjunto com Rodrigo Maia.
Herculano
10/10/2019 19:45
da série: o Brasil que dá um passo para frente e dois para trás II

"PEC ESTABELECE REPÚBLICA SINDICAL" DIZ PAULO EDUARDO MARTINS

Conteúdo de O Antagonista. Autor do projeto que acabou com o imposto sindical obrigatório, o deputado Paulo Martins (PSC_PR) avalia que a nova PEC "praticamente estabelece uma República Sindical".

"Eu a chamo de PEC do fim do Brasil."

Segundo Martins, a proposta de emenda constitucional "obriga a pessoa a se sindicalizar". "Os sindicatos vão ter muito mais grana do que antes. E ainda cria um Conselhão que terá mais poder que o Congresso. Não é exagero dizer que cria a República Sindical."

O deputado diz que vai trabalhar contra a PEC "com todas as forças". "Se uma proposta dessas está na Constituição do Brasil, eu desisto do país. Não há a menor chance de prosperar."

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