A sina do MDB de Gaspar ronda o prefeito Kleber Wan-Dall, o jovem, o novo, o evangélico, o eficiente e o que avança. Uma CPI foi protocolada na Câmara e tem tudo para ser instalada na sessão de terça - Jornal Cruzeiro do Vale

A sina do MDB de Gaspar ronda o prefeito Kleber Wan-Dall, o jovem, o novo, o evangélico, o eficiente e o que avança. Uma CPI foi protocolada na Câmara e tem tudo para ser instalada na sessão de terça

02/12/2019

A CPI é para apurar as possíveis irregularidades nas obras de drenagem feitas sob a orientação do Samae do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, em 1.400 metros da rua Frei Solano, bairro Gasparinho, e da recuperação asfáltica de toda a rua. Duas empreiteiras e a secretaria de Obras estão na mira dos vereadores.

Os serviços se arrastam incrivelmente por mais de um ano sob intensas dúvidas, críticas dos moradores e comerciantes, todas abafadas por manobras para não se polemizar na imprensa formal. Entretanto, tudo abunda nas redes sociais, aplicativos de mensagens, nos discursos dos vereadores e nas denúncias que fizeram ao Ministério Público.

Kleber, seus orientados e assessores políticos ‘esticaram propositalmente a corda’ contra a minoritária oposição que denunciava ou pedia correções aos supostos erros técnicos de procedimento licitatório ou de execução na obra.

Kleber e os seus não forneceram informações – apesar do mandado de segurança da justiça determinando isso -, não apresentaram o projeto assinado por engenheiro, montaram audiência fake para palanque e desmoralização dos vereadores e desta coluna – a única a tratar do assunto por meses e em detalhes.

Agora, num jogo de cena, Kleber e os seus trocaram de empreiteira – a segunda – sem as formalidades para isso e sob justificativas fajutas como tenta provar a empreiteira na justiça. Isso pode custar muito – mais uma vez – dos pesados impostos de todos e até configurar improbidade administrativa do prefeito.

A CPI também – por incrível que pareça – uma resposta ao Ministério Público da comarca. Ele foi informado – com robustas provas – sobre as supostas irregularidades, mas preferiu repassar problema para Florianópolis. Aqui, os técnicos ‘nada constataram’, pois o que se denunciava já estava ‘enterrado’ pelo barro da Frei Solano, como repassou o MP em recente audiência aos vereadores que realizavam a denúncia.

A CPI é, na verdade, para ressuscitar essas provas e levar o prato pronto ao MP em Florianópolis e, principalmente, ao MP do Tribunal de Contas – este sim está há muito tempo de olho nas manobras de Kleber – para que sejam apreciadas e levadas à justiça para julgamento. O governo Kleber testou e esticou a corda contra a oposição.

Kleber não esperava que a corda arrebentasse numa CPI. Agora, ele e seus iluminados correm contra o tempo e lutam para desconstruí-la numa manobra regimental ou então via justiça comum. Nesta segunda-feira cedo, todos estavam reunidos – incluindo os vereadores da base – na prefeitura para discutir as estratégias.

E qual a sina do MDB de Gaspar? O ex-prefeto Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho (1997/99), já falecido, foi o único até aqui a não terminar o mandato, exatamente pelas dúvidas que o MP e a justiça encontraram na sua gestão.

Já o Adilson Schmitt (2005/08) teve que sair do MDB, o seu partido - na coligação que fez com o arqui-inimigo político então, o PP para vencer o PT e exatamente como é hoje a aliança de governo. O próprio MDB local permitiu uma CPI para vingar a falta de espaço na prefeitura.

Adilson resistiu. Mudou de partido. Até hoje está marcado e no ostracismo político por causa do enfrentamento – e realizado de forma equivocada, ressalta-se – aos velhos poderosos de plantão e que o ajudaram a ser prefeito ainda jovem.


O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, (à esquerda) foi “surpreendido” pela CPI que quer apurar supostas irregularidades nas obras da Rua Frei Solano e apontadas, sistematicamente, pelo vereador morador do bairro, Dionísio Luiz Bertoldi, PT (ao centro). O presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, (à direita) até o fechamento deste artigo, afirmava que ela seria instalada.

A notícia de sexta-feira, dia 29 de novembro – e que estranhamente não apareceu na imprensa local até esta segunda-feira, dia dois de dezembro, quando posto este artigo era simples e direta: cinco vereadores de Gaspar protocolaram no final da tarde de sexta-feira uma CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito – para apurar supostas irregularidades nas obras de drenagem e reurbanização da Rua Frei Solano, no bairro Gasparinho.

Antes de prosseguir. Esta notícia simples, óbvia, necessária e que está em todos os manuais das escolas de jornalismo - não conseguiu ser notinha de rodapé ou manchete – como deveria ser – na imprensa de Gaspar. Os poderosos de plantão comemoraram. Estranho, não é? O único a tratar deste assunto deste o primeiro instante – apesar dos demais terem acesso ao mesmo material a que tive – foi este espaço: o Olhando a Maré, do Cruzeiro do Vale.

Nas redes sociais, nos aplicativos de mensagens o fato, as fakes e principalmente a cópia atualizada – na sexta, sábado e domingo - dos comentários do “olhando a mare” “bombaram” pela cidade e além dela. Os poderosos, que vivem em permanente vingança e chantagens, mais uma vez praguejaram-me.

O que diz a CPI protocolada na Câmara? Pede a instalação, para em 120 dias, podendo ser prorrogado esse prazo, apurar às possíveis irregularidades nas obras da Rua Frei Solano com possível lesão ao erário público e à coletividade.

Quem a assina a CPI? Dionísio Luiz Bertoldi, PT, morador do Gasparinho – onde está a Rua - e que durante este um ano foi desdenhado por ser o principal fiscal e denunciador das possíveis irregularidades; o funcionário público municipal lotado no Samae, autarquia que é uma das contratantes e fiscalizadora da obra, Cícero Giovane Amaro, PSD; o ex-presidente da Câmara, cria política do prefeito Kleber, evangélico da mesma igreja dele, mas que passou a ser perseguido quando decidiu se lançar a voo próprio e se tornou presidente da Câmara em 2018, o médico e funcionário público municipal, Silvio Cleffi, PSC; além de Rui Carlos Deschamps, ex-diretor do Samae e superintendente do Distrito do Belchior; bem como a funcionária municipal e berçarista, ex-vice-prefeita por dois mandatos, Mariluci Deschamps Rosa. Ambos são do PT.

Os autores do pedido de CPI sustentam que há possíveis irregularidades e que elas foram escondidas de forma proposital pelo governo de Kleber ao sonegar informações completas pedidas em um simples requerimento, o 05/2019, de cinco de fevereiro de 2019 e feito por Bertoldi. Como estamos em dezembro e o prazo de resposta é de 15 dias úteis, podendo ser prorrogado, pode-se medir à forma e à gravidade da enrolação contra um poder constituído, o Legislativo.

Kleber e seus iluminados, mandaram bananas para o requerimento e à obrigação legislativa de responde-lo. Foi preciso recorrer à Justiça. Meses depois, um mandado de segurança obrigou Kleber à resposta. E com elas, aí vieram outra esperteza e provocação – a tal corda esticada. Kleber mandou as respostas incompletas e mesmo instado pelo Ministério Público, segundo o pedido de CPI, Kleber continuou a desafiar a Justiça e não complementou as informações requeridas.

Para os membros da CPI no documento que protocolaram na Câmara na sexta-feira, à sonegação parcial das informações, além da afronta legal, impediu os vereadores de exercerem o seu trabalho constitucional de fiscalizar o Executivo e por isso, não restou outra alternativa a não ser a CPI. Perguntar não ofende: quem mesmo orienta o prefeito Kleber?

A CPI na verdade, vai agora buscar o que o prefeito e sua equipe esconderam desde fevereiro, mesmo sob obrigação judicial. A pergunta que se faz: se está tudo certo, como alegam o prefeito e seus orientadores, precisavam afrontar e enrolar os vereadores, como afrontaram e enrolaram os moradores e comerciantes da Rua Frei Solano por mais de um ano, onde as obras continuam inacabadas, mesmo a prefeitura tomando para si o término delas?

AS DÚVIDAS

O primeiro trecho da drenagem foi feito pela Raimondi, especializada em fabricar tubos e não, assentá-los, como aconteceu. Pela licitação e sem os aditivos, no papel custou R$1.461.117,65. Já a drenagem do segundo trecho e a pavimentação do primeiro e segundo trechos da Frei Solano, foi ganho pela Engeplan por R$5,7 milhões.

O pedido de CPI diz que há inversão na emissão de empenhos; há claras irregularidades na execução da obra que prometia uma coisa e foi feita outra forma, comp o uso do de fitas de bendin, ao invés de argamassa, ou as caixas de inspeções prometidas de concreto armado e feitas só de concreto ou até de tijolos vazados.

A outra argumentação, é de que a Engeplan estava, vejam só, parte da obra da primeira empreiteira, a Raimondi, já pagas e dadas como completas e boas. A refação se dava em função do desacordo ao gabarito exigido para as bocas de lobo em relação ao projeto em execução na Rua Frei Solano.

O outro questionamento que vai ser apurado na CPI, segundo o documento protocolado, foi o rompimento unilateral da prefeitura com a Engeplan no dia 14 de novembro, alegando atrasos, quando o próprio contrato de entrega prevê este prazo para agosto do ano que vem, se não houver dilatação por aditivos. Por outro lado, própria prefeitura prometeu aos moradores e comerciantes da Frei Solano, tocar as obras. E isso ainda não havia acontecido até a semana passada.

“Antes a comunidade tinha um problema drenagem das águas pluviais, agora tem prejuízos econômicos e de segurança”, conclui o documento.

UM JOGO DE XADREZ

Consultado na própria sexta-feira no início da noite, o presidente da Câmara, o vereador Ciro André Quintino, do MDB de Kleber, confirmou que a CPI vai ser instalada. É preciso um terço para requerê-la e isso já foi preenchido, segundo ele. “Na terça-feira [que é amanhã] ela estará na pauta para a deliberação”.

O silêncio do governo Kleber neste final de semana é apenas aparente. As queixas são muitas, revelam os próximos.

O prefeito de fato, o ex-coordenador de campanha, o presidente do MDB, o advogado e secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, tomou à frente o combate à CPI. Ele estabeleceu uma ponte com a Procuradoria Geral e fez movimentos com outros dois advogados vereadores – Francisco Hostins Júnior, líder do MDB e Roberto Procópio de Souza, PDT, ex-articulador da oposição, inventor dos mandados de segurança obrigando Kleber a responder os requerimentos dos vereadores e hoje, no time do prefeito – para se encontrar brechas regimentais na Câmara.

Com elas o secretário quer evitar, desconstituir ou retardar a instalação da CPI. Isto estava na pauta das discussões da reunião emergencial feita agora pela manhã na prefeitura onde estavam os líderes políticos que mandam e se penduram no governo Kleber. Lá estavam também os vereadores da base. O consenso, que a instalação da CPI é desta vez inevitáveis. Para diminuir os efeitos e danos colaterais, a briga será por espaços dentro os cinco titulares, numa matemática que está se arrumando. É nesse número que a briga começa. Quem vai ser presidente. Quem vai ser o relator, por exemplo.

Também entrou no circuito gente que assessora a Câmara de vereadores de Blumenau por onde Roberto Pereira passou.

A Comissão Parlamentar de Inquérito terá cinco titulares e dois suplentes. E é nesta composição que o governo Kleber joga para enfraquecê-la, se não conseguir impedir à sua instalação. Como se está em dezembro e só há mais três sessões ordinárias – e uma específica no dia 12 para a eleição da mesa por voto aberto. Por isso, a CPI só começará a funcionar de fato no mês de fevereiro.

O que teme o governo de Kleber? O desgaste.

Entretanto, foi ele – com seus çabios - quem provocou tudo isso ao fazer errado, não corrigir o que se apontava como erro e sonegar as informações ao Legislativo, hoje fundamento para a instalação de CPI. Não é a primeira vez, por má orientação e erro seu, que Kleber se vê ameaçado na Câmara. A outra aconteceu há dois anos quando manipulou à sua rede social. Ele preste à embarcar em Florianópolis, abortou uma de suas idas semanais a Brasília sem agenda prévia divulgada à cidade, e foi à Câmara reconhecer o erro e pedir desculpas. Foi bemsucedido no gesto.

O desgaste de Kleber, desta vez, virá exatamente no ano eleitoral e quando pensa em se reeleger. Por isso, o governo tenta inclusive, fazer composições, as quais poderão até incluir a eleição da presidência da Câmara. Tudo para desarmar o palanque armado pela oposição. É que Kleber e os seus, temem que esta CPI seja o estopim para algo ainda maior que estar por vir.

Esta coluna – praticamente o único espaço na mídia em Gaspar - mostrou em diversos artigos e notas ao longo de mais de um ano, como o governo Kleber desafiou à Câmara e os vereadores da chamada oposição, neste assunto.

Começou com o Projeto de Lei que enfiou de goela abaixo nas últimas sessões do ano passado tirando da secretaria de Obras e Serviços Urbanos, a obrigação para com as drenagens no município, repassando-a para o Samae, uma autarquia sem experiência alguma nesse ambiente. Alegou-se que integraria o escopo de saneamento do Samae.

Como ficou provado mais tarde, de que se tratou apenas de uma jogada contábil. Tudo para aliviar o caixa da prefeitura onde estavam originalmente orçadas essas obras. Elas foram repassadas para o Samae para supostamente ele aproveitar as supostas sobras de caixa de taxas e emolumentos advindos da coleta de lixo e distribuição de água. A prefeitura ficou com o dinheiro em caixa da drenagem para outras obras e o Samae foi aprender a fazer drenagem com dinheiro que deveria servir para melhoria e expansão dos seus serviços.

Mandar a Engeplan embora foi uma determinação orquestrada pelo presidente do Samae, José Hilário Melato PP. Ele há duas semanas, reuniu-se com alguns moradores e comerciantes da Rua Frei Solano, trazidos por seus cabos eleitorais. Jogou a culpa na empreiteira e pediu que todos trouxessem abaixo-assinados pedindo a saída dela para fundamentasse a troca de empreiteira o início do serviço pela própria secretaria de Obras e serviços Urbanos da prefeitura.

E o resultado de tudo isso está aí: uma CPI que pode complicar ainda mais a reeleição de Kleber e que pelas próprias pesquisas internas do MDB, não estava com a vida fácil para tal. Acorda, Gaspar!

Um exemplo de como o tempo desvia a finalidade pública em Gaspar. E o silêncio cria novos usos, donos, coniventes e reciprocidades.

Um requerimento do vereador Cícero Giovani Amaro, PSD, aprovado na terça-feira passada na Câmara, dá a dimensão de como o compadrio da velha Gaspar corrói o público em detrimento da finalidade coletiva. E aí o erro e o vício se tornam normais.

O que o vereador está querendo ver esclarecido pelo prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, que não foi o que inventou isso, mas não colaborou até aqui para desfazer o errado, ou tornar o errado certo.

Na Câmara em 1988, com propósitos nobres comunitários passou um Projeto de Lei que recebeu quando sancionado em lei como a de n° 1119

Pelo projetou, a prefeitura pediu para adquirir com o dinheiro dos pesados impostos dos gasparenses 12 mil metros de áreas. E para que? Construir nelas uma escola municipal, uma creche, um centro comunitário e uma área de lazer para a Comunidade São João Batista. Nobre. Qual o vereador que haveria de negar? Ninguém, a não ser que saberia o que aconteceria três décadas depois

“Transcorrido 31 anos da aquisição, vê-se que o município não instalou nada sobre a referida área. Contudo, há sobre o local algumas construções de terceiros, sendo uma capela da igreja católica, um galpão de festas e um local onde ocorre a comercialização de frutas, legumes e verduras (feira)”, informa o vereador Cícero. Por isso, ele estranhou e quer saber:

“O referido terreno, adquirido pelo município em 1988, continua pertencendo ao patrimônio municipal? Quem concedeu a autorização para terceiros se instalarem sobre o referido terreno? Caso não tenham feito a concessão de forma formal ou não foi concedida autorização por autoridade municipal nenhuma, qual medida que a atual administração tomou, ou tomará, para retomar a posse do citado terreno municipal? Caso o município já tenha tomado alguma medida judicial, favor encaminhar o n° do processo e andamento da ação. É legalmente permitida a exploração do espaço por terceiros, sem a devida concessão municipal? Em caso positivo, qual o dispositivo legal de amparo. A atual administração municipal tem algum projeto desenvolvido para aquele terreno? Em caso positivo, qual”? Acorda, Gaspar!

Por que você trocaria as compras de Natal em Gaspar por outros centros?

Este debate não é novo. É inglório. Mas, necessário. Lembro-me dele, desde o tempo de ACIG, quando o presidente era o Francisco Mastellan a década de 1980. E este ano, a CDL e outras entidades empresariais de Gaspar voltaram ao tema e o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, todo pomposo, animou o evento, apesar dele fazer pouco por isso. E são os gasparenses que dizem isso.

O primeiro ponto é difícil para Gaspar, Ilhota, Pomerode, Indaial, Massaranduba e Timbó concorrerem com o polo de atração comercial, combinado com lazer e o tal Magia de Natal que se tornou Blumenau. Então é preciso encontrar um diferencial.

O segundo ponto que alimenta a natural dificuldade e cada vez mais relevante, inclusive para Blumenau, Curitiba ou até São Paulo, é a venda virtual para o normal, para as novidades, e pasmem, até para quinquilharias. A internet e lojas confiáveis neste mundo virtual, com fretes grátis, baixos e cada vez mais rápidos, nos deixa no conforto de casa, na segurança do trabalho e nos livra do stress das ruas (arrumar estacionamento, transportar as compras, o trânsito malvadamente congestionado sempre e muito mais nesta época do ano...)

O desafio das entidades está cada vez mais maior, reconheço. Pior mesmo, seria desistir e perder o senso de comunidade. Estamos em plena mudança de hábitos. Promoções não bastam. E os consumidores estão cada vez mais infiéis às praças, às marcas, aos gostos e produtos de ontem.

Então, como fisgar essa gente? Pelo preço, pelo anúncio bem feito num meio apropriado, pela qualidade de atendimento, ou simplesmente pelo bairrismo? Nem um, nem outro. Tudo está na soma, na novidade, e principalmente no nicho. É hora de compreendermos que não podemos competir com Blumenau no comércio de rua, muito menos com o comércio eletrônico, mas sermos o complemento em algo muito peculiar daqui. É por aí, penso, que vamos encontrar o caminho para reter os daqui e até atrair outros que não são daqui, inclusive.

AS BOLHAS

Um amigo meu afirmou categórica e radicalmente que não assiste mais tevê porque ela mente e é depravada. Retruco-lhe: “isso é perigoso. Você está ficando isolado. Alienado. Está na sua própria bolha”. E esta bolha está nas redes sociais que ele escolhe que conta a história que ele quer ouvir ou acreditar, enquanto o mundo verdadeiro é outro e está em transformação.

Ele contesta. Eu retruco:

- Quando você era um médio executivo – o conheci assim - o que você mais fazia nos sucessivos cursos de imersão e reciclagem em grandes universidades?

- Estudava casos de sucessos de outras empresas e produtos concorrentes, para entender o meu negócio e o sucesso dos outros e assim, e ver se era possível atualizar, mudar e melhorar o meu negócio num ambiente de mudanças”, respondeu-me ele.

- E eu preciso argumentar mais alguma coisa que não assistir de vez em quando a tevê que a gente não gosta, é perigoso? Silêncio. E fui mais adiante: “o que mais li e leio, vejo e ouço, são escritos e gente que não acredito, justamente para ter certeza naquilo que acredito, aquilo que pode me atingir ou então me reciclar naquilo que é fé ou verdade para mim, mas que já está em extinção ou em mutação tão rápida que não consigo perceber sozinho no meu pensar”.

Não é o comércio de Gaspar que está em mudança, mas o comércio em si nos tempos de hoje. Esta é a primeira aceitação de uma realidade. A segunda, é que o governo local faz pouco para estancar a fuga de consumidores, ou seja, tornando a cidade diferente, aconchegante e atrativa para os seus e outros. E eu não precisei ir longe. Fui à rede social onde as notícias da CDL foram veiculadas, e lá as pessoas que não esconderam a cara – que é uma parcela mínima, diante de centenas de outras com opiniões e percepções idênticas - deram algumas dicas óbvias que contrastam com os discursos dos políticos locais e que colocam a perder os sonhos e investimentos dos empresários heróis, os que colocam seu capital em risco, que geram empregos, renda, impostos...

Vejam alguns: “não tenho como ir ao Centro, não têm ônibus (Gaspar Alto)”. Bela Vista e o Belchior devem ter à mesma restrição. “Irônica essa campanha da prefeitura. Ela destruiu o comércio da Rua Frei Solano”. “Único lugar que tinha diversidade era o camelô”.... Falta de estacionamento....” a gente não anda nas ruas congestionadas...”

O comércio de Ilhota, com a moda íntima, piscina, praia e fitness, por exemplo tem um diferencial em todo o Vale. E por isso, atrai gente não apenas de Ilhota, mas de Gaspar, Itajaí, Blumenau, Brusque entre outras no caminho ou não para as praias.

Gaspar, é a “capital da moda infantil”. E o que ela se fez por além do título e de ser um centro produtor de moda infantil, ser verdadeiramente uma atração comercial para os consumidores? Como agregar essa marca ao Centro da cidade para que o restante do comércio se beneficie desse fluxo específico?

Está aí um desafio, um case para ser construído, porque a concorrência de Blumenau e da internet, parece, no curto prazo, irreversível. A iniciativa do CDL de Gaspar e das entidades empresariais locais é necessária e louvável, mas é preciso avançar mais. E o governo local, principalmente, precisa fazer a parte dele: sair do discurso.

TRAPICHE

Um passo adiante para uma comunidade em desenvolvimento. A Escola Professor Olímpio Moretto, no Gaspar Grande, vai agora ter o ensino da primeira a nona série, podendo a aceitar o pré-escolar. A proposta do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi aprovada na terça-feira na Câmara.

O orçamento-ficção do município de Gaspar de R$295,8 milhões para 2020 foi aprovado, e nela duas pegadinhas foram providencialmente retiradas pelo relator Cicero Giovane Amaro, PSD. A aprovação foi unânime.

Depois de dois anos sentados nos estudos, finalmente a Câmara de Vereadores de Gaspar aprovou e tem um novo Regimento Interno. Uma das novas regras vai ser usadas na quinta-feira da semana que vem: a votação aberta para a escolha do presidente e membros da mesa diretora da Casa.

O governo garante que desta vez será o seu indicado o eleito. Hum! Então é para conferir. No voto secreto, o MDB de Kleber indicou para 2018 Franciele Daiane Back, PSDB e que nem pertencia ao governo; perdeu sob a patetice da plateia plantada. Em 2019, compôs com o mais ferrenho dos opositores, Roberto Procópio de Souza, PDT, e também perdeu. Surpresa, mas todos já estavam vacinados.

Desta vez, publicamente, o governo de Kleber não indicou ninguém. Mas, costura, a contragosto, diga-se, desde logo, Francisco Hostins Júnior, MDB. Ele teria à menor rejeição entre todos e poderia unir a bancada governista e assim, para dar o troco no atual presidente Ciro André Quintino, MDB, que se ensaia à reeleição.

O Tribunal de Contas do Estado reconheceu que a forma como a prefeitura de Gaspar separou o Vale Refeição dos vencimentos dos servidores de Gaspar e que marotamente se incorporava como salário influenciando inclusive na percepção para aposentadorias, está certo.

A denúncia tinha sido feita pelo Sintraspug – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar, depois de perder a batalha na Câmara. A denúncia era assinada pela ex-presidente da entidade, Lucimara Rosanski Silva.

 

Comentários

Herculano
05/12/2019 11:27
BABACAS. ESSA GENTE TRATA-NOS COMO BEóCIOS, GADO, TOLOS E TROUXAS. QUANDO EM CAMPANHA OS POLÍTICOS DIZEM E JURAM QUE FARÃO DIFERENTE, MAS ELEITOS, REPETEM O DESATINO

Circula nas redes sociais, um vídeo do senador Flávio Bolsonaro, sem partido, do Rio de Janeiro, estado falido onde ele está metido em rachadinhas na Alerj - um antro de ladrões, alguns presos -, ou seja, a rachadinha é uma forma de colocar indevidamente dinheiro público dos pesados impostos no seu próprio bolso.

Flávio, um Bolsonaro, está no vídeo com legenda e tudo, para que não fique nenhuma dúvida sobre o que ele está falando.

O senador Flávio está dizendo no vídeo que votou "errado" contra o veto do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, seu pai, que limitava o Fundão Eleitoral do ano que vem a R$2 bilhões, uma cifra por si só absurda, toda ela tirada dos nossos pesados impostos e que está faltando à saúde, segurança, educação, infraestrutura básica...

Como uma notícia ruim dos políticos sempre vem acompanhada de uma pior pelos que se dizem nossos representantes, mas contra os nossos bolsos, o que era para ser R$2 bilhões no máximo, virou R$3,8 bilhões. Praticamente o dobro, num ambiente digital, teoricamente mais barato para se fazer campanha.

E sabe de de onde os políticos vão tirar essa montanha de dinheiro? Da Saúde Pública onde gente morre na fila do SUS, da Farmácia Básica, onde os pobres se socorrem, principalmente os idosos de salário mínimo, e das obras de infraestrutura básica.

E sabe qual é o sacrifício de Flávio diante do seu "erro" bilionário? Não usar esses recursos quando ele for candidato à alguma coisa. Sabe quando isso vai acontecer? Daqui a sete anos quando termina o mandato dele, se ele não cassado antes por causa dessa tal rachadinha o outro erro que por meses tentou no Supremo e com os novos amigos se livrar da investigação. Brincadeira.

Só para comparar a gravidade e encerrar. No orçamento de 2020 que está para ser aprovado no Congresso, a rubrica de obras de infraestrutura é de R$5,3 bilhões. Merreca, comparada com os que os políticos candidatos vão colocar nos bolsos no ano que vem, eleitos ou não: R$3,8 bilhões, em plena crise e tentativa de recuperação.

É por isso que a BR 470 está atrasada e matando gente. Vergonha e cara-de-pau sobram aos que estão no Legislativo, independente de partidos.

O que fazer? Trocá-los. E se deve começar em outubro do ano que vem por que usar dinheiro que deveria ser da Saúde Pública, Segurança, Educação e obras mínimas de infraestrutura como a duplicação da BR 470. Wake-up, Brazil!
Herculano
05/12/2019 11:01
NÃO SE DEIXE ILUDIR PELO DEBATE DA 2ª INSTÂNCIA, por Josias de Souza, no Uol.

Recomenda-se a quem não quiser fazer o papel de bobo que evite acreditar em tudo o que vê no Congresso. As pessoas que anseiam pela volta da prisão de condenados na segunda instância festejam a aparente corrida que Câmara e Senado travam para ver quem corrige primeiro o erro que o Supremo Tribunal Federal cometeu ao modificar a regra sobre prisão. Quem conhece as mumunhas do Legislativo percebe que o melhor que a plateia tem a fazer é puxar a cadeira. A coisa será demorada. E o resultado é incerto.

A Câmara instalou uma comissão que visa tratar do assunto por meio de uma emenda à Constituição. No Senado, a CCJ, Comissão de Constituição e Justiça, marcou para terça-feira da semana que vem a votação de um projeto de lei que modifica o Código de Processo Penal. O projeto do Senado é mais simples de aprovar do que a emenda da Câmara. Entretanto, ainda que os senadores o aprovem, ele será enviado ao gavetão dos assuntos pendentes quando chegar à Câmara.

Na fachada, a emenda constitucional que tramita na Câmara traz a assinatura do deputado paulista Alex Manente. Em verdade, trata-se da reedição de uma proposta apresentada em 2011 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso. Está lá no Congresso há oito anos. Chegou a tramitar no Senado. Mas foi para o arquivo.

A proposta ressuscitada, prevê que a fase do chamado trânsito em julgado, quando uma sentença deve ser cumprida, se esgota na segunda instância. Alguém que se considere vítima de algum absurdo judicial poderá propor ações revisionais no STJ ou no STF. Mas essas ações não terão o condão de suspender a execução da pena ou a ordem de prisão.

A proposta é ótima. Mas ela só deve ser aprovada se for piorada. Trama-se, por exemplo, uma emenda que impeça a imposição de novas regras para pessoas que já foram condenadas. Lula, por exemplo. A coisa vai longe. Puxe a cadeira. Enquanto espera sentado, não esqueça de pressionar o seu suposto representante no Congresso por e-mail ou pelas redes
Herculano
05/12/2019 07:39
POLÍCIA CIVIL REALIZA OPERAÇÃO ZERO GRAU E CUMPRE 21 MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO E SEQUESTRO DE BENS POR FRAUDES CONTRA A CELESC [INCLUSIVE NA REGIÃO DE BLUMENAU]

Conteúdo; press release da Secretaria de Segurança. A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR) da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC), em conjunto com o Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB) da DEIC, deflagrou a Operação Zero Grau em sete cidades de Santa Catarina e Paraná nesta quinta-feira (05). Estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão e sequestro de 49 veículos em Florianópolis, São José, Itajaí, Blumenau, Orleans, Pescaria Brava e Curitiba (PR).
Trata-se de Inquérito Policial instaurado para apurar fraudes ocorridas na Celesc, cuja suspeita é que foram praticadas à época por servidores da estatal em conjunto com empresários.

Segundo a investigação, a diretoria técnica da Celesc na época, com base em eventos emergenciais, como vendavais e tempestades, que ocorreram no ano de 2010, aprovou a realização de serviços nas regionais de Florianópolis, Joinville, Rio do Sul e Criciúma pela Divisão de Infraestrutura de Telecomunicações (DVIT), responsável pela parte de infraestrutura física de telecomunicações, repetidoras, torres, postes, fibra óptica, além dos telefones corporativos, fixo e móvel.
Esses processos de caráter emergencial, nominados de Ordem de Serviço (ODS) eram montados pelo assistente técnico do diretor e pelo diretor do DVIT e, posteriormente, avalizados pelo diretor técnico da empresa à época. No total foram investigados pela DECOR/DEIC sete ODS's, sendo que em pelo menos seis há indícios suficientes que os serviços não foram prestados e o dinheiro foi locupletado pelos servidores da Celesc à época e por empresários.

O prejuízo identificado pela investigação policial foi de R$ 3.316.352,83 em valores da época, todavia é possível que esse valor tenha ultrapassado R$ 10.000.000,00, valor de notas fiscais não reconhecidas pela própria Celesc.

As referidas medidas cautelares foram expedidas pelo juiz da Unidade de Apuração de Crimes Praticados por Organizações Criminosas. O nome da operação Zero Grau é uma alusão à grande quantidade de notas fiscais frias emitidas por supostos serviços, os quais não foram realizados pelas empresas/empresários. Prestaram apoio na operação as 11 Delegacias de Polícia Especializadas da DEIC, a Delegacia da Comarca de Orleans e as Divisões de Investigação Criminal de Blumenau e de Laguna.
Herculano
05/12/2019 07:28
da série: os representantes do povo, os políticos no Congresso roubam o povo em bilhões, naquilo que é essencial como saúde e remédios gratuitos para colocar nas campanhas políticas e alimentar os partidos. Vergonha e crime sem tamanho.

CONGRESSO QUER TIRAR DINHEIRO DE SAÚDE E INFRAESTRUTURA PARA INFLAR FUNDO ELEITORAL

Comissão aprovou relatório que aumenta recursos de campanha para R$ 3,8 bilhões; áreas sociais são atingidas

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Thiago Resende, Danielle Brant, Daniel Carvalho, Angela Boldrini e Gustavo Uribe, da sucursal de Brasília. A comissão do Congresso responsável pelo Orçamento aprovou nesta quarta-feira (4) relatório preliminar que aumenta para R$ 3,8 bilhões o fundo eleitoral em 2020. Para inflar os recursos das campanhas municipais, o Congresso prevê cortes em saúde, educação e infraestrutura.

O governo Jair Bolsonaro desejava destinar R$ 2 bilhões para custear as disputas locais. Porém, presidentes e líderes de partidos que representam a maioria dos deputados e senadores articularam a elevação do valor do fundo em R$ 1,8 bilhão.

O novo montante irá ainda à votação do relatório final na Comissão Mista do Orçamento. Depois, o plenário do Congresso analisará a proposta em sessão prevista para o dia 17 de dezembro.

O aumento do financiamento eleitoral só foi possível após a redução nas despesas de diversos ministérios, que afetou mais áreas com impacto social, disseram à Folha técnicos do Congresso e do governo. O corte foi de R$ 1,7 bilhão.

Desse montante, os maiores foram em saúde (R$ 500 milhões), infraestrutura e desenvolvimento regional (R$ 380 milhões), que inclui obras de habitação, saneamento. A redução em educação chegou a R$ 280 milhões.

O principal alvo da tesourada foi o Fundo Nacional de Saúde, que receberá menos dinheiro, por exemplo, para o Farmácia Popular (corte de R$ 70 milhões). O programa oferece remédios gratuitos à população de baixa renda.

Mais de 15 ministérios perderam orçamento de despesas discricionárias (não obrigatórias) para que o impacto fosse menor.

No Ministério do Desenvolvimento Regional, recursos do Minha Casa, Minha Vida, que já passa por um processo de enxugamento, não foram poupados (o programa também perdeu R$ 70 milhões).

A conta para a expansão do fundo eleitoral foi apresentada pelo relator da proposta de Orçamento de 2020, deputado Domingos Neto (PSD-CE).

Em entrevistas, Neto afirmou que o aumento não causa prejuízos à população. "Fizemos isso sem cortar de canto nenhum", disse. Procurado pela Folha, porém, ele confirmou a redução no Orçamento da ordem de R$ 1,7 bilhão.

Mais da metade do relatório preliminar, aprovado pela Comissão Mista do Orçamento, são tabelas que detalham os cortes.

Partidos de diferentes bandeiras se alinharam para aprovar, na comissão, o relatório preliminar de Neto.

Se mantido esse valor, o fundo será mais que o dobro em relação a 2018, quando foram distribuídos R$ 1,7 bilhão aos candidatos. O dinheiro sai do caixa da União.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sustenta que a ampliação do fundo precisa ser explicada para a população.

"Nas democracias, as eleições precisam ser financiadas, e o financiamento privado está vedado. É preciso construir no financiamento público, mas tem de se verificar o valor e de onde virá o recurso para que a sociedade compreenda com o mínimo de desgaste possível para o Congresso", disse Maia.

Líderes do Congresso argumentam que o número de candidatos no pleito municipal é bem maior. Em documento encaminhado a Neto, foi pedido que o orçamento do fundo chegasse a R$ 4 bilhões.

Assinaram o ofício representantes do PP, MDB, PTB, PT, PSL, PL, PSD, PSB, Republicanos, PSDB, PDT, DEM e Solidariedade. Eles representam 430 dos 513 deputados e 62 dos 81 senadores.

Podemos, Cidadania, PSOL e Novo foram contra o aumento do fundo eleitoral. Porém, essas siglas, mesmo juntas, não têm força política para barrar a investida.

Durante a votação na Comissão Mista do Orçamento, o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) tentou derrubar a ampliação no financiamento eleitoral.

"De todas as necessidades, antes está educação, antes está a saúde, antes está a segurança. Nós não temos dinheiro para nada disso e vamos colocar mais R$ 1,8 bilhão para campanha política?", questionou o senador.

A maioria da comissão decidiu manter o aumento do fundo. A ideia de inflar os recursos foi aprovada por 23 votos a 5.

O relator argumenta que o valor do corte (R$ 1,7 bilhão) foi necessário para garantir as emendas parlamentares ao projeto de Orçamento, que são contabilizadas como investimento público.

"O cancelamento prévio [de despesas] é um instrumento para que o recurso volte a ser reinvestido. Você faz um corte linear, redistribui o seu dinheiro", respondeu o relator.

Técnicos explicam, contudo, que, sem a ampliação do financiamento eleitoral, não seria necessário fazer uma tesourada nos ministérios.

O problema é o chamado teto de gastos ?"limitação, aprovada pelo Congresso, ao crescimento das despesas públicas. O Orçamento está apertado e os congressistas tiveram de abrir um espaço para encaixar o aumento do fundo eleitoral.

Se o Congresso não recuar, o presidente Bolsonaro dificilmente vetará esse trecho do projeto. O texto está escrito de tal forma que o presidente teria de barrar todos os recursos para o financiamento das campanhas, em vez de um veto parcial.

Em direção contrária à maioria dos congressistas, Bolsonaro disse nesta quarta que uma disputa eleitoral não é mais definida pelo total de recursos. Ele não quis antecipar se sancionaria ou vetaria a medida.

"Geralmente, essas questões políticas é o Parlamento que decide", afirmou. "Eu acredito que, hoje em dia, com a tecnologia que nós temos, o dinheiro em si não vai fazer mais diferença. É mais a confiança que o eleitor tem em sua imagem e a análise da vida pregressa. Eu já vi deputado federal gastando R$ 15 milhões na campanha e não chegar", disse.

O relator do Orçamento reagiu. "Falso moralismo, [Bolsonaro] está brigando e se matando dentro do partido por quê?"

Bolsonaro se desfiliou do PSL para criar sua nova sigla, a Aliança pelo Brasil. Deputados bolsonaristas do PSL ensaiaram seguir o presidente, mas querem que a Aliança passe a receber a cota do fundo partidário.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), se esquivou do assunto e não se posicionou sobre a articulação para ampliar o fundo eleitoral.

Em vez disso, Alcolumbre apenas reiterou que foi derrotado quando o Congresso, por maioria, decidiu barrar o financiamento privado de campanha.

Apesar das críticas de partidos que representam a minoria do Congresso, líderes do centrão continuaram a defender a expansão dos recursos públicos para custear as campanhas eleitorais.

"Um fundo de R$ 2 bilhões não é suficiente para que todos os candidatos da próxima eleição possam apresentar suas propostas", afirmou o líder do PL na Câmara, Wellington Roberto (PB).

PARA QUE SERVE O FUNDO ELEITORAL ?

O que é?

É uma verba pública que os partidos recebem em ano eleitoral para financiar campanhas. Em 2018, equivalia a cerca de R$ 1,7 bilhão.

Ele é a única fonte de verba pública para as campanhas?

Não. Os partidos também podem usar recursos do fundo partidário (verba pública para subsidiar o funcionamento das legendas, distribuída mensalmente). Em 2018, foram repassados R$ 889 milhões. Neste ano, total gira em torno dos R$ 928 milhões.

Quais são as outras formas de financiamento possíveis?

Os candidatos podem recolher doações de pessoas físicas e podem financiar as próprias campanhas. O autofinanciamento é limitado a 10% do teto de gastos, que varia de acordo com o cargo disputado.
As doações empresariais são proibidas desde 2015.

Qual o valor previsto para o fundo eleitoral em 2020?

O valor final está sendo discutido na comissão do Congresso que debate o Orçamento de 2020. Nesta quarta (4), foi aprovado um relatório preliminar que prevê a destinação de R$ 3,8 bilhões para o fundo eleitoral.

Como é possível aumentar o valor do fundo eleitoral?

A Lei do Teto de Gastos limita o crescimento das despesas públicas. Segundo técnicos, cortes em outras áreas permitiram que os congressistas sugerissem o aumento do fundo eleitoral.

De quanto é o corte proposto?

São previstos cortes de R$ 1,7 bilhão no orçamento de mais de 15 ministérios. Do total, são R$ 500 milhões em saúde (dos quais R$ 70 milhões iriam para o Farmácia Popular, que oferece remédios gratuitos à população), R$ 380 milhões em infraestrutura e desenvolvimento (que inclui obras de saneamento e corte de R$ 70 milhões do Minha Casa Minha Vida) e R$ 280 milhões em educação.

Como o fundo é distribuído?

A distribuição do fundo público para campanha entre os partidos acontecerá da seguinte forma nas próximas eleições:

2% distribuídos igualmente entre todas as legendas registradas

35% consideram a votação de cada partido que teve ao menos um deputado eleito na última eleição para a Câmara

48% consideram o número de deputados eleitos por cada partido na última eleição, sem levar em conta mudanças ao longo da legislatura

15% consideram o número de senadores eleitos e os que estavam na metade do mandato no dia da última eleição

Houve uma mudança recente da divisão do fundo. Antes, o que valia era o tamanho das bancadas na última sessão legislativa do ano anterior à eleição (o que contou em 2018 foi a bancada no fim de 2017). Agora, conta o resultado da eleição.
Herculano
05/12/2019 07:17
FUNDÃO FAZ DE 2020 A ELEIÇÃO MAIS CARA DA HISTóRIA

O Fundão Sem Vergonha de R$3,8 bilhões, aprovado na Comissão de Orçamento para bancar a campanha municipal, garantiu que as eleições 2020 sejam as mais caras da História. Em 2016, a primeira realizada sem dinheiro de empresas, o valor total foi de R$ 2,7 bilhões, incluindo o dinheiro dos próprios candidatos e doações de pessoas físicas. A decisão na comissão foi articulada desavergonhadamente pelo centrão. "Centrão foi inconsequente", criticou um líder governista.

TERRENO PREPARADO

Além de dinheiro para financiar seus aliados nos municípios, deputados e senadores garantem também seus próprios bilhões para 2022.

COMPARAÇÃO COM CORRUPÇÃO

Em delação, o ex-ministro petista Antonio Palocci revelou que em 2014 a campanha de Dilma custou R$800 milhões, "a maior parte ilícita".

DADOS OFICIAIS

O custo declarado da eleição 2014 foi de R$5 bilhões. Em 2018, foram R$2,8 bilhões no primeiro turno, segundo o Tribunal Superior Eleitoral.

SEU DINHEIRO

O Fundão é quase sete vezes maior que os cerca de R$550 milhões públicos utilizados nas campanhas eleitorais em 2016. Uma vergonha.

PEC DA 2ª INSTÂNCIA JÁ COMEÇA EM BANHO-MARIA

Homem de confiança do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o deputado Marcelo Ramos (PL-AM) foi escolhido a dedo para presidir a comissão que vai analisar a proposta de emenda que estabelece prisão após 2ª instância. Ramos foi logo colocando água na fervura para garantir o ritmo de banho-maria: "Não tenho compromisso com prazo". Sinal de que, como Maia é quem manda, isso vai demorar. Muito.

MÁ VONTADE EVIDENTE

Rodrigo Maia não explica a sua má vontade em relação ao princípio da prisão após 2ª instância, mas manobra para retardar sua votação.

SENADO SOB INFLUÊNCIA

Como exerce forte influência sobre Davi Alcolumbre, Rodrigo Maia quase conseguiu abortar iniciativa idêntica no Senado. Quase.

PASSOS DE TARTARUGA

Como a maioria do Congresso quer aprovar a prisão após 2ª instância, Maia, esperto, desistiu de impedir a votação. Mas garantiu ritmo lento.

CADÊ A LISTA?

É tão chocante a decisão de aumentar o Fundão Sem Vergonha para R$3,8 bilhões, espécie de assalto final aos cofres públicos, que já se espera a divulgação da lista dos caras-de-pau que o apoiam.

ESTÃO SE LIXANDO

Os R$3,8 bilhões do Fundão Sem Vergonha para financiar a campanha eleitoral de 2020, mostra que há ainda na classe política muitos que se lixam para a opinião pública. Querem apenas grana (pública) no bolso.

TORRE EIFFEL É AQUI

O banco BRB assumirá a gestão da Torre de TV, no centro de Brasília, de 224 metros de altura, uma das maiores do mundo. Será revitalizada, seu entorno turbinado, ganhando ares de Torre Eiffel brasileira.

RESTAM OS PREJUÍZOS

O ex-vice-governador Clésio Andrade se livrou do peso que carregava há anos, com inestimável prejuízo moral, político, material e emocional, após a decisão unânime do Tribunal de Justiça de Minas Gerais de anular todo o processo contra ele no chamado "mensalão mineiro".

CARIMBADO E REGISTRADO

O advogado Felipe Belmonte, 2º vice-presidente, e o ex-ministro do TSE Admar Gonzaga, secretário-geral, registraram ontem no Cartório da 504 Sul o novo partido Aliança pelo Brasil, de Jair Bolsonaro.

O MELHOR MINEIRO

Brasília comemora os 90 anos de nascimento do ex-governador José Aparecido exibindo "O Melhor Mineiro do Mundo", documentário sobre a sua vida. Será no próximo dia 10, às 19h, no shopping Casa Park.

TARDOU SEM FALHA

O presidente do Cidadania (ex-PPS), Roberto Freire, comemorou o que chamou de "Justiça um tanto quanto tardia" no caso da condenação do assassinato do vereador de Anadia (AL) Luiz Ferreira, em 2011.

SEMÂNTICA ENGANADORA

O Ibmec Brasília fez enorme esforço para não denominar de "Por que a esquerda fracassou" um debate com o ex-senador Cristovam Buarque. Preferiu chamar de "Erros dos governos democráticos progressistas".

PENSANDO BEM...

...se acreditasse em Papai Noel, Rodrigo Maia pediria de presente de Natal o arquivamento da PEC de prisão após 2ª instância.
Herculano
05/12/2019 07:06
FAKE NEWS E DEMOCRACIA, por Fernando Schüler,professor do Insper e curador do projeto Fronteiras do Pensamento.Foi diretor da Fundação Iberê Camargo, para o jornal Folha de S. Paulo.

Não há solução para as notícias falsas em um regime democrático

Em agosto deste ano, o Congresso aprovou uma alteração no Código Eleitoral estabelecendo que os cidadãos são passíveis de prisão de dois a oito anos caso divulguem notícias falsas sobre (supostos) delitos cometidos por este ou aquele candidato, com finalidade eleitoral.

Em um país com quase 150 milhões de eleitores, supondo que apenas 1% ceda à tentação de compartilhar uma notícia falsa contra seu político detestável, teríamos 1,5 milhão de processos a mais tramitando na Justiça. Inútil falar do completo nonsense a que uma lei como essa, imagino que nascida de uma intensão generosa, pode levar.

Dias atrás, o TSE decidiu penalizar os candidatos que divulgarem fake news contra seus adversários. Com alguns requintes. Os candidatos terão de demonstrar que fundamentam suas informações em fontes de "notória confiabilidade", sob risco de processo por parte de quem se sentir ofendido. Inútil perguntar se teremos, logo a seguir, algo parecido com uma certidão de confiabilidade. Vamos em frente.

Também o Congresso vem se dedicando, nas últimas semanas, a um debate sem fim na CPI das fake news, que se transformou em um desfile constrangedor de blogueiros explicando o óbvio e relatando toda a sorte de bizarrice, mentira serial e retórica de ódio que povoa a internet. Seus resultados são incertos, e é possível que tudo se transforme em conversa política. Mas há ali um material não desprezível para uma radiografia do ódio político no Brasil.

Em que pese achar esse debate teoricamente interessante e simpatizar com iniciativas que constranjam essa chaga da política contemporânea, penso o seguinte: fake news são, no limite, um problema sem solução nas democracias. Em ditaduras, como na China, é possível imaginar que o Estado tomará para si o direito de dizer o que é falso ou verdadeiro. Na democracia não tem jeito.

Fake news são um problema sem solução porque o incentivo para que cada um aja com responsabilidade, na esfera pública, é terrivelmente baixo. Anthony Downs descreveu esse fenômeno com maestria, nos anos 1950, em seu livro "Uma Teoria Econômica da Democracia". Tudo funciona mais ou menos assim: se você soubesse que perderia um dedo polegar se errasse

a resposta sobre a esfericidade da Terra ou sobre a existência ou não de déficit na Previdência, pouca gente diria coisas como essas.

Ocorre que as pessoas sabem que não perderão nenhum dedo, e tudo ainda pode render bons likes (ou votos). Por que não ir em frente? É evidente que esses são exemplos extremos. Mas é disso que trata o triste universo das fake news e suas múltiplas variações.

A grande novidade na democracia, nas últimas duas décadas, é o fato de que milhões de pessoas adquiriram o poder da palavra, em um jogo que antes era essencialmente mediado por instituições, frequentemente com resultados desastrosos. Nada garante que se tratava de um mundo melhor do que o que temos hoje. E este do qual dispomos é, sem dúvida, um mundo de maior liberdade. O ponto é que os indivíduos ganharam poder, mas não responsabilidade. Receberam um benefício, mas não o custo correspondente.

Eles farão uso desse poder. O resultado óbvio é que o barulho e a sensação permanente de guerra e instabilidade vieram para ficar.

Ninguém sabe bem como as democracias irão lidar com esse novo fenômeno. De minha parte, desconfio imensamente de qualquer solução em que o Estado se ponha a arbitrar sobre o falso e o verdadeiro, o confiável ou inconfiável. Ao mesmo tempo, acho tremendamente positivas iniciativas que partem da própria sociedade, envolvendo agências de checagem de fatos, jornalismo de dados e iniciativas de educação midiática.

Há uma imagem que ficou das recentes eleições no Uruguai. Militantes com bandeiras da Frente Ampla circulam por entre o comício de vitória de Lacalle Pou, do Partido Nacional, e são aplaudidos. É evidente que nem tudo é tão bacana assim, em nosso país vizinho mais ao sul. Mas há uma lição ali.

A democracia supõe o cultivo de certas virtudes, como o senso de moderação e o respeito, ou ainda o apreço pelas regras do jogo. Virtudes como o desapego ao poder, do tipo que afasta os presidentes americanos do front político após dois mandatos. A ideia simples de que somos falíveis, que ninguém, ocupando ou não funções de Estado, é proprietário da verdade.

Não passa de quimera imaginar que os cidadãos anônimos e dispersos, no mundo digital, irão cultivar virtudes desse tipo. Mas elas deveriam ser exigidas de quem ocupa posições de liderança, em qualquer nível, em nossas democracias.
Herculano
05/12/2019 06:56
da série: os políticos nossos representantes são defensores de bandidos endinheirados ou poderosos. Não tem jeito

A MANOBRA DE ALCOLUMBRE PARA ADIAR A PRISÃO EM SEGUNDO GRAU

Conteúdo de O Antagonista. Davi Alcolumbre já tem um plano para adiar a prisão em segunda instância.

"Ele prevê convocar sessão na terça-feira, para o mesmo horário em que Simone Tebet, que comanda a CCJ, pautou a votação do projeto", diz a Folha de S. Paulo.
Herculano
05/12/2019 06:43
STF Só RESOLVE PROBLEMA QUE ELE MESMO CRIOU AO LIBERAR REPASSE DE DADOS, por Rubens Glezer, coordenador e Luíza Pavan Ferraro, pesquisadora do centro de pesquisa Supremo em Pauta da FGV-Direito SP, para o jornal Folha de S. Paulo

Dúvida sobre decisão envolvendo informações da Receita e do antigo Coaf chega ao fim legando à comunidade um certo tom de perplexidade

O Supremo Tribunal Federal quitou sua dívida com as investigações e processos paralisados, nos quais pairava a dúvida se o Coaf (atual UIF, Unidade de Inteligência Financeira) poderia compartilhar dados financeiros sigilosos com órgãos de investigação, sem a autorização de um juiz.

Depois de cinco sessões de julgamento, o STF decidiu que esses dados podem ser amplamente compartilhados sem autorização judicial, desde que cumpridos os requisitos e as formalidades legais.

Compreender por que tais processos permaneceram paralisados por quase seis meses exige um aprofundamento em certos detalhes de processo constitucional.

O STF realiza diferentes funções e uma delas é servir como última instância de recurso para todos os casos do Judiciário que tenham uma relevância extraordinária ou, em termos técnicos, "repercussão geral". Quando o Supremo diz que irá julgar um determinado caso pela sua relevância, todos os processos semelhantes devem ser paralisados, ou em termos técnicos, "suspensos".

A ideia é que os tribunais só voltem a julgar aquele tipo de processo uma vez que o Supremo tenha dado uma resposta definitiva sobre a questão. Isso evitaria que cada tribunal decidisse os casos de maneira diferente, só para que todos fossem uniformizados apenas quando chegassem ao Supremo.

Foi exatamente isso que ocorreu em julho deste ano, quando o ministro Dias Toffoli determinou a paralisação de todas as investigações baseadas em dados fornecidos pelo então Coaf às instituições de investigação, como o Ministério Público, sem autorização judicial.

Essa decisão, porém, foi alvo de intensa controvérsia. Isso porque o ministro decidiu por suspender processos que não eram claramente semelhantes àqueles que foram suspensos em razão do recurso extraordinário que estava sob seus cuidados, ou em termos técnicos, sob sua relatoria.

A discussão original envolvia a dúvida sobre o compartilhamento de dados bancários e fiscais obtidos pela Receita Federal com o Ministério Público, sem autorização judicial, nos casos em que há fundada suspeita de crime por parte de determinado contribuinte.

Apesar de ser uma decisão sobre compartilhamento de dados sigilosos com órgãos de investigação, o recurso não tratava em nada sobre o Coaf. O fato de a suspensão ter sido pleiteada pelo senador Flávio Bolsonaro, durante o plantão judicial de Toffoli, aumentou a controvérsia. Foram diversas as ilações sobre como tal medida beneficiava politicamente o presidente Jair Bolsonaro e, de alguma maneira, enfraquecia a Lava Jato e outras operações contra a corrupção no país.

Esse incômodo foi manifestado por 6 dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal durante as sessões de julgamento do caso. Contudo, mesmo essa porção crítica à extensão do caso para suspender investigações semelhantes à que corria contra Flávio Bolsonaro optou por decidir tal questão definitivamente.

Ao final, o STF decidiu, por ampla maioria, que esse tipo de compartilhamento de dados sigilosos não fere os direitos constitucionais à privacidade e sigilo de dados. Segundo os ministros, qualquer violação irregular ao sigilo fiscal e bancário deve ser controlado posteriormente em processo judicial específico.

Com essa decisão, a dúvida chega ao fim legando à comunidade um certo tom de perplexidade. Em razão de uma decisão monocrática de Toffoli, o STF atraiu para si mais polêmicas e críticas apenas para que, seis meses depois, a maioria dos ministros considerasse a ampliação das suspensões inadequadas e a maioria considerasse, ao final, que tais práticas de compartilhamento são claramente constitucionais.

A notoriedade do caso de Flávio, a proximidade política entre Toffoli e o presidente Bolsonaro e a persistente notoriedade das decisões que envolvem o combate à corrupção fez com que a medida trouxesse um custo reputacional relevante ao STF. A decisão que favorece os órgãos de investigação e combate à corrupção não parece ter em nada aliviado esse custo, mas apenas não o aprofundou.

No fim do dia, a impressão que fica não é exatamente de um STF comprometido com o combate à corrupção, mas de que o Supremo nada mais fez do que resolver um problema que ele próprio criou.
Herculano
04/12/2019 14:50
A DIREITA E OS LGBTs: UMA ABORDAGEM NECESSÁRIA, por Fernando Holiday,vereador de São Paulo (DEM), coordenador do Movimento Brasil Livre, estudante de história, negro e assumidamente homossexual, para o jornal Folha de S. Paulo

Na esquerda, tornam-se militantes fervorosos

Neste final de ano, em razão de convite do Departamento de Estado norte-americano, participei de um programa no qual estudei a inclusão social e os direitos das minorias (especialmente da população LGBT) nos EUA, sem custo aos cofres públicos. No grupo de brasileiros e na maioria das instituições que visitei, fui minoria: era o único liberal (em sentido clássico) na sala. Não tenho do que reclamar; tive discussões profícuas e fiz algumas amizades.

O que me estimula a escrever este artigo, contudo, é uma percepção quanto à forma pela qual a direita americana tem começado a tratar assuntos envolvendo a população LGBT. Alguns grupos têm se formado no Partido Republicano (dentre os quais se destaca o já antigo "Log Cabin Republicans") e dentro de algumas organizações bipartidárias para buscar soluções de problemas que atingem de forma mais gravosa essa parcela da população.

Discussões sobre como incentivar o terceiro setor e a iniciativa privada na prevenção ao suicídio e no atendimento de jovens que sofrem com a automutilação por conta de sua orientação sexual, sobre políticas para o tratamento de portadores de HIV ou, ainda, formas de se prevenir o retrovírus nas gerações que não viram seus ídolos padecerem sob a epidemia e outros temas similares têm contado com a participação de republicanos nos EUA.

Por que deveríamos nos ater a isso? Porque o mesmo não ocorre no Brasil. Temos, de certa forma, permitido à esquerda dominar esses temas e, portanto, tomar para si a legitimidade no acolhimento de seus agentes. Quem tem acolhido os LGBTs quando são atingidos pela depressão, pelo desejo da dor ao se cortar, pela tristeza da expulsão de casa, pela frieza da rua e da prostituição nos grandes centros, ou pelo ódio perante as injustiças da vida? Geralmente são pessoas ligadas aos nossos adversários políticos, que têm tido relativo sucesso nos últimos anos em utilizar o ressentimento como arma política. E isso não se subestima.

Evidentemente, partir para essas discussões não significa abrir mão de princípios ou se render a soluções absurdas como políticas de cotas, intervenção no mercado de trabalho, criação de grandes estruturas estatais ou mesmo embutir nos currículos escolares uma pedagogia da confusão e do caos. Refiro-me a buscar maneiras de incentivar doações da iniciativa privada para colaborar - ou mesmo criar - instituições filantrópicas que, por exemplo, façam o acolhimento de jovens que foram para as ruas por conta de serem quem são e que ofereçam cursos de capacitação e oportunidades no mercado de trabalho para quem encontrou na prostituição a única maneira de satisfazer sua fome.

Não se trata de criar privilégios, mas de demonstrar como a liberdade é o melhor caminho para criar oportunidades aos cambaleantes ou aos que já estão desistindo da estrada devido ao peso que carregam.

Os LGBTs que têm se rendido à esquerda não o fazem necessariamente por conta dos ideais, mas porque ali encontram um abraço quando precisam; ali seu sofrimento é transformado em ódio e ali se tornam militantes fervorosos. Por isso, precisamos deixar claro aos LGBTs que não somos inimigos, que respeitamos suas liberdades e suas famílias. Contudo, precisamos demonstrar isso com ações.

De minha parte, desenvolverei projetos nesse sentido na Câmara Municipal de São Paulo e no MBL (Movimento Brasil Livre), mesmo sabendo que pouco posso fazer sozinho. Mas, acima disso, buscarei usar o meu exemplo, de primeiro vereador abertamente gay de São Paulo, como forma de dar esperança e inspiração a outros LGBTs.

Não fui eleito por conta da minha sexualidade - nem ela foi empecilho à minha eleição - porque, para liberais e conservadores, essa questão não importa, desde que tenhamos princípios.

Isso é preciso ser dito cada vez mais alto, antes que as luzes continuem a se apagar e o futuro se vá, como na triste história que inspirou a música "Balada de Gisberta".
Herculano
04/12/2019 13:11
da série: A maioria do Senado parece que não caiu no conto do vigário do do seu presidente e da Câmara, armado para proteger políticos e criminosos ricos, incluindo os das organizações criminosas.

TEBET PAUTA PARA VOTAR PL DA 2ª INSTÂNCIA NA PRóXIMA SESSÃO DA CCJ DO SENADO

Conteúdo de O Antagonista. A presidente da CCJ do Senado, Simone Tebet, anunciou agora que vai pautar para a próxima sessão a votação do projeto de lei de Lasier Martins sobre prisão em segunda instância.

A decisão foi tomada após Oriovisto Guimarães apresentar um manifesto no qual a maioria dos senadores defende que a tramitação do PL não seja paralisada, como previa um acordo do colégio de líderes.

Tebet disse, ainda, que pesa na decisão a Câmara não ter entregue ontem o cronograma para a tramitação da PEC sobre o mesmo tema de Alex Manente, que seria priorizada.

"Eu tenho por obrigação dizer que só podemos suspender ou paralisar um projeto que já está em pauta nesta comissão por maioria absoluta do colegiado ou pela unanimidade do colégio de líderes. Tendo em vista nossas considerações, é minha obrigação pautar imediatamente para a próxima reunião da CCJ, como primeiro item da pauta, o PL 166 do senador Lasier Martins."
Herculano
04/12/2019 13:06
ANASTASIA QUER PROJETO DE LEI, E NÃO PEC DA PRISÃO DA 2ª INSTÂNCIA

Conteúdo de O Antagonista. Antonio Anastasia defendeu, na CCJ do Senado, que o Congresso analise o projeto de lei que altera o Código de Processo Penal (CPP), e não a PEC de Alex Manente que tramita na Câmara.

Segundo o tucano, a PEC representaria "uma alteração profunda em todo o sistema recursal".

"De fato, aprovada a PEC na Câmara, nós teríamos o trânsito em julgado em todas as naturezas processuais hoje atuando no sistema jurídico brasileiro? Ou podemos distinguir entre penal, civil, trabalhista e eleitoral? São questões que se colocam", afirmou Anastasia.

"Eu já declarei publicamente a minha simpatia pelo projeto de lei."
Herculano
04/12/2019 13:03
da série: o golpe do deputado Rodrigo Maia, DEM RJ, a favor dos bandidos que roubam bilhões dos pesados impostos vai se desmanchando.

LASIER: SENADO TEM POSIÇÃO "CLARA E PACÍFICA" A FAVOR DA SEGUNDA INSTÂNCIA

Conteúdo de O Antagonista. Autor de um projeto de lei que altera o Código de Processo Penal (CPP) e permite a prisão em segunda instância, o senador Lasier Martins, do Podemos do Rio Grande do Sul, disse que há um apoio majoritário do Senado à proposta.

"Esta Casa, o Senado Federal, tem uma posição clara e pacífica: é a favor da prisão após condenação em segunda instância", afirmou. "Mais da metade do Senado quer a validade da prisão em segunda instância."

Lasier também disse que o Senado tem a oportunidade de mostrar que "está em sintonia com esse desejo da população".
Herculano
04/12/2019 12:32
da série: Gaspar nem está no mapa das decisões do Médio Vale.

SEM BLUMENAU, MUNICÍPIOS DO MÉDIO VALE DECIDEM ADERIR AO PROJETO RECUPERAR, por Pedro Machado, do NSC Total

Dez municípios do Médio Vale do Itajaí manifestaram, em ofício enviado nesta terça-feira (3) à Casa Civil de Santa Catarina, interesse em formalizar convênio com o governo do Estado para manutenção de rodovias estaduais por meio do Projeto Recuperar. Integram a lista as prefeituras de Benedito Novo, Botuverá, Doutor Pedrinho, Ilhota, Indaial, Luiz Alves, Pomerode, Rio dos Cedros, Rodeio e Timbó. O documento ainda cita que as cidades de Apiúna, Ascurra e Guabiruba não seriam abrangidas por não terem estradas estaduais em seu território.

A única exceção da região foi Blumenau. O prefeito Mario Hildebrandt (sem partido) também preside a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) e sempre teve um pé atrás com o projeto. A proposta do governo é repassar recursos para que consórcios regionais façam a recuperação e a manutenção das rodovias, sob o argumento de que os municípios sabem melhor quais são as urgências.

Em agosto, Ammvi e o Consórcio Intermunicipal do Médio Vale do Itajaí (Cimvi) divulgaram nota conjunta dizendo que ainda estavam estudando o modelo. A grande preocupação dos prefeitos, na época, era assumir uma nova atribuição, que é do Estado, sem a garantia de que o dinheiro fosse suficiente para custear a manutenção das estradas. Aparentemente a maioria mudou de ideia.
Segundo Hildebrandt, reunião recente da Ammvi definiu que os municípios da região estariam livres para negociar a adesão ou não ao Recuperar. Ele soube pela coluna que todas as demais cidades do Médio Vale optaram pelo programa. Sobre a não participação de Blumenau, ele mantém a opinião de que os valores propostos seriam insuficientes e que a responsabilidade pela manutenção das rodovias deveria permanecer com o governo do Estado.
Miguel José Teixeira
04/12/2019 10:52
Senhores,

No portal UOL:

"Prender demais é fornecer mão de obra barata para PCC, diz Gilmar Mendes..."

Será que soltar demais é fornecer motivos para movimentações de contas em paraísos fiscais?
Miguel José Teixeira
04/12/2019 09:30
Senhores,


OOOps. . .PIZZAS MIL. . .
Miguel José Teixeira
04/12/2019 09:18
Senhores,

Em tempos de PISA ZERO & PIZZAS MIS,eis a nova grafia na praça:

J U $ T I Ç A ! Quem tem $, tem. . .

Valha-nos Deus!
Herculano
04/12/2019 07:06
PERGUNTAR NÃO OFENDE

O que o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, tem a esconder sobre as obras da Rua Frei Solano e que se arrastam há mais de um ano?

Transparência, nunca foi o seu forte. Mas, desta vez esticou a corda perigosamente contra si. E continua manobrando para esticá-la ainda mais.

Foi isso que ficou claro ontem a noite na Câmara ao unir todos os partidos apoiadores do governo num blocão, liderado pela vereadora Franciele Daiane Back, PSDB.

A falta de transparência começou em fevereiro quando Kleber empurrou com a barriga a resposta de um requerimento sobre o assunto do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, e morador do bairro.

Ele precisou recorrer à Justiça e obter um mandado de segurança para ver o requerimento respondido. Aí Kleber, orientado pelos seus "çabios", respondeu pela metade. Mandou bananas para o Legislativo, que tem a obrigação constitucional de fiscalizar o Executivo, bem como à própria ordem judicial, sob o silêncio estranhíssimo da própria Justiça.

Esta agonia, como se vê, poderia ter terminada em fevereiro deste ano e vai se arrastar para lá de outro fevereiro. Ou por birra, ou por perigosa vingança ou porque tem algo muito ruim para se esconder numa obra necessária e aparentemente simples de se realizar em favor da comunidade do Gasparinho. Acorda, Gaspar!
Herculano
04/12/2019 06:54
AGRONEGóCIO DEVERÁ TER DESTAQUE AINDA MAIS INTENSO EM 2020, por Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, no jornal Folha de S. Paulo

Setor cresceu 14,6% desde o primeiro trimestre de 2014, enquanto outros setores tiveram queda

O agronegócio é um caso de sucesso há algumas décadas no Brasil. Não é de hoje que o setor se destaca em termos de produtividade, crescimento e retorno para a economia como um todo. Vale dizer que, durante os anos recentes de recessão, o agronegócio foi o único segmento a se expandir de forma quase contínua.

De fato, se consideramos o período do primeiro trimestre de 2014 até o terceiro trimestre deste ano, só o agronegócio e as exportações cresceram. Estas por peso do próprio agro.

O contraste é mais evidente quando se vê que a agropecuária cresceu 14,6% nesse período, enquanto a indústria caiu 11,2%, e os investimentos, 23,2%. Há sempre a visão equivocada de que estamos dependentes de um setor "primário" em detrimento de um mais "inovador", como a indústria.

O que se sabe é que o agronegócio é dos setores que mais avançaram em inovação no país nos últimos anos. Basta pensar em toda a inovação que tem sido criada na área de biotecnologia, especialmente na celulose e no etanol.

Esse setor ganhador foi novamente responsável por ajudar na recuperação do PIB em 2018 e 2019, anos que entrarão para a história do agro nacional, com repercussões profundas ainda para os próximos anos.

Em 2018, a guerra comercial entre EUA e China não só jogou no colo brasileiro a oportunidade de expansão das exportações de soja para os asiáticos como abriu a possibilidade de ganhos crescentes de reputação ao se tornar um parceiro muito mais confiável para os chineses do que os americanos.

Ao mesmo tempo, a peste suína africana tem sido disruptiva para o mercado de proteína animal pelo que representa de espaço de crescimento do nosso mercado de carnes dentro da China. Os chineses acabarão por ter que diversificar sua demanda por proteína animal. Parte da oferta de carnes virá do Brasil.

Com um segmento altamente produtivo e as portas do principal mercado mundial cada vez mais abertas para o Brasil, não será difícil dizer que, novamente, o agronegócio será destaque do crescimento do PIB em 2020. Mas, dessa vez, poderá ser um destaque ainda mais intenso do que nos últimos dois anos.
Herculano
04/12/2019 06:50
BOLSONARO SE BENEFICIOU DE 'LARANJAS', ACUSA BIVAR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), que nesta terça (3) comandou a suspensão de 14 deputados e a advertência de outros quatro, afirmou que, se houve beneficiado pelas "candidaturas laranjas" sob investigação da Polícia Federal, este foi o presidente Jair Bolsonaro. Ele disse que foi comprovadamente produzido o material de campanha das candidaturas apontadas como "de fachada", e em tudo, de botons a cartazes, havia fotos do candidato do PSL a presidente.

CAMPANHA FOI CARA

Para Bivar, é lorota afirmar que a campanha de Bolsonaro foi barata, ao citar a propaganda, por exemplo, dos 53 deputados federais eleitos.

NÃO VAI TER EXPULSÃO

Os suspensos preferiam expulsão, porque sairiam para o novo partido com os milhões do Fundão Sem Vergonha. Mas a punição parou aí.

FOI UM RIO QUE PASSOU

Bivar está resignado, mas afirmou à Rádio Bandeirantes que não se arrepende de haver acolhido Bolsonaro, nem lamenta sua desfiliação.

CRENÇA NAS INSTITUIÇõES

O fundador do PSL diz não haver prova de irregularidades e confia na Justiça: "Tenho de acreditar que as instituições do País funcionam".

DAVI OMITE GASTOS DE VIAGEM NA BLACK FRIDAY

O Senado, a presidência da Casa e assessorias omitem os custos da viagem que os senadores Davi Alcolumbre (DEM-AP), Kátia Abreu (PDT-TO) e Ciro Nogueira (PP-PI) fizeram na semana passada para Orlando, Flórida, o lar da Disney e meca das promoções de fim de ano. O trio viajou na quarta-feira (27) para "evento" da montadora Honda, mas não revelam quanto custaram as passagens, quem pagou, nem explicaram o interesse nacional no passeio em plena Black Friday.

TRANSPARÊNCIA OPACA

O portal da Transparência do Senado também não menciona qualquer gasto para os três senadores irem a Orlando, a terra do Mickey Mouse.

LOBBY? IMAGINA

Em Orlando, o trio participou da convenção de 40 anos da associação de distribuidores Honda (Assohonda), cujo site subitamente saiu do ar.

INTERESSES MIL

Marco Antônio Costa, da Assohonda, conterrâneo de Kátia Abreu, fez o convite. Ciro Nogueira atua no ramo de revenda de carros novos.

NÃO FOI BEM ASSIM

Os números são ruins, estatisticamente estagnados, mas melhoraram as notas do Brasil do exame Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), entre 2015 e 2018. Em Matemática, passou de 377 para 384; em Leitura, de 407 a 413: e Ciências, de 401 para 404.

QUASE INELEGÍVEL

Candidato de Lula a prefeito de São Paulo, Haddad foi condenado há 5 meses em 1ª instância, por levar R$2,6 milhões da empreiteira UTC. Tem tudo para ser condenado em 2ª instância até outubro de 2020.

DECISÃO DEMAGóGICA

O ministro Osmar terra (Cidadania), estudioso da questão das drogas, criticou a decisão da Anvisa de liberar a produção de medicamentos com base em uma molécula encontrada na canabis, planta da maconha. Acha que Anvisa e STF não deveriam se meter nisso.

ELE NÃO ESTAVA NEM AÍ

O antigo embaixador do Brasil em Lisboa, Luiz Fernando Figueiredo, ex-ministro de Dilma (PT), jamais contestava as mentiras contra o governo brasileiro na imprensa portuguesa, e também desautorizava subordinados a fazê-lo. Ganhou promoção no bem-bom de Doha.

NA CONTA DO CONTRIBUINTE

O deputado Túlio Gadêlha (PDT-PE) usa sem dó regalias. Em vez de trabalhar em Brasília, viajou à Suíça com a namorada Fátima Bernardes, denunciar descaso do governo com "escravidão moderna".

QUE COISA FEIA

Foi chamada em Brasília de "manifestação do atraso" o ato da CNM, a confederação de prefeitos e vereadores, contra a extinção de municípios criados apenas para beneficiar políticos oportunistas.

INVESTIMENTOS DE VOLTA

De 2010 a 2016 a participação dos recursos do mercado de capitais no investimento no Brasil caiu em todos os anos. A partir de 2017 a 2019 o investimento voltou e já representa o segundo maior nível da História.

LUPI CONFESSA

Demitido após envolvimento em um dos escândalos de corrupção do governo Dilma, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi resolveu lançar o livro "Um Golpe Contra os Trabalhadores". Será uma confissão?

É A ECONOMIA, ESTÚPIDO

Está ficando cada vez mais vexatório o malabarismo do noticiário para minimizar os sinais positivos da economia.
Herculano
04/12/2019 06:41
BRASIL DEPENDERÁ CADA VEZ MAIS DO SETOR PRIVADO PARA CRESCER, por Erica Fraga, no jornal Folha de S. Paulo

Uma expansão relativamente mais robusta em 2020 parece provável na esteira da queda dos juros e da expansão do crédito

Após mais de cinco anos de repetidas frustrações, os dados do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro no terceiro trimestre trazem dois motivos para algum alento.

A recuperação mais lenta da história do país, finalmente, ganha fôlego. E o crescimento que parece emergir das cinzas da recessão seguida pela retomada mais lenta da história é de melhor qualidade do que no passado.

A mudança que tira de cena o setor público como um dos propulsores do crescimento, abrindo espaço para que esse papel seja exercido por empresas e consumidores, nos foi imposta pela severa crise fiscal dos últimos anos.

Melhor seria se as reformas feitas em caráter de urgência - e, em parte por isso, mal digeridas pela população - tivessem tomado forma gradualmente ao longo das últimas décadas. A necessidade de mudanças mais profundas nas regras de aposentadoria do país, para ficar num exemplo, era evidente há muito tempo.

Agora, a um custo social altíssimo - ainda são 12,4 milhões de desempregados e uma renda per capita 8% abaixo de seu pico - o Brasil pode estar caminhando para dias melhores em termos de bem estar econômico.

A cautela desta análise - com o uso do tempo condicional - se deve às muitas dúvidas e incertezas que não se dissiparam, muitas vezes, geradas ou ampliadas por falas, incoerências e atitudes do atual governo.

Sem gastos públicos e num contexto global de desaceleração e guerra comercial, o Brasil dependerá cada vez mais do setor privado para crescer.

A principal força da expansão atual é o consumo das famílias, que acelerou entre o segundo e o terceiro trimestres deste ano, impulsionado por fatores como retomada do crédito e liberação de recursos do FGTS.

O segundo motor do crescimento foi o investimento privado. Embora tenha desacelerado em relação ao segundo trimestre, a expansão desse importante componente do PIB seguiu relativamente forte, superando expectativas. É dele que a economia brasileira depende para sair da anêmica taxa de crescimento de 1% anual.

Uma expansão relativamente mais robusta em 2020 parece provável na esteira da queda dos juros, da expansão do crédito e das injeções pontuais de estímulo, como o FGTS.

Mas o Brasil precisa de muito mais do que isso. Nossa taxa de investimentos como proporção do PIB segue estagnada em pífios 16,3%.

A mediocridade do indicador brasileiro é atestada pelo fato de que, entre 170 países para os quais o FMI (Fundo Monetário Internacional) tem dados, o desempenho Brasil está no grupo dos 20 piores nesse quesito.

Nações de alto crescimento têm taxas de investimento acima de 25%. Um exemplo batido é a China (43,4%). Mas há muitos outros: Coreia (31,4%), Índia (31,3%), Singapura (27,2%), Vietnã (23,6%), e por aí vai.

Os resultados da economia brasileira no quarto e último trimestre deste ano só serão conhecidos no ano que vem.

Até lá, a pergunta mais importante a ser respondida por analistas é: há condições para que o investimento privado continue ganhando fôlego para sustentar uma retomada cada vez mais robusta?

Se restam dúvidas sobre a importância crucial dos gastos de empresas com máquinas, equipamentos e inovação para o desenvolvimento econômico, vale olhar com atenção o desempenho da indústria de transformação no terceiro trimestre.

No período, o segmento contraiu 1% em relação ao registrado entre abril e junho. Nos nove meses acumulados entre janeiro e setembro, a produção do setor não saiu do lugar na comparação com o mesmo período do ano passado.

Como ressalta o Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial) em análise divulgada nesta terça-feira: 2019 terá uma recuperação sem indústria. Sem investimentos privados robustos esse quadro há pouca chance de se alterar.
Herculano
04/12/2019 06:36
LOUCADEMIA DE POLÍTICA, por Carlos Brickmann

A partir de agora, talvez seja melhor ignorar os conselhos de seu guru de aplicações, dos peritos em finanças do jornal, daqueles senhores com pilhas de diplomas e títulos em inglês (representados por iniciais em três letras), e investir num produto que, ao que tudo indica, terá sua procura multiplicada: boas e bonitas camisas de força. Nelson Rodrigues dizia que os idiotas iriam tomar conta do mundo, não pela capacidade, mas pela quantidade. "Eles são muitos". Mas talvez outro tipo de gente já esteja ocupando o poder.

O novo presidente da Funarte, Fundação Nacional de Artes, é Dante Mantovani. Em vídeo, disse que a indústria musical americana se relacionou com serviços de inteligência, e que agentes soviéticos infiltrados inseriram "certos elementos" em músicas para "experimentações" com adolescentes e crianças. O resultado teria sido o rock de Elvis Presley e dos Beatles, ambos partes do plano para destruir os Estados Unidos e o capitalismo pela destruição da moral da juventude e das famílias. Textual: "O rock ativa a droga que ativa o sexo que ativa a indústria do aborto. E a indústria do aborto alimenta uma coisa muito mais pesada, que é o satanismo. O próprio John Lennon disse abertamente, mais de uma vez, que fez um pacto com Satanás".

O fato de que os EUA e o capitalismo estão de pé e a União Soviética ruiu com seu império comunista não importa. Voltando a Nelson Rodrigues: quem manda são loucos que parecem idiotas ou idiotas que parecem loucos?

NEGóCIOS À PARTE

Bolsonaro fez o que pôde para demonstrar sua paixão por Donald Trump. Seu filho posou com boné de Trump, disse que é amigo dos filhos do ídolo, tão americanófilo que garantiu ter fritado hambúrguer quando trabalhou nos EUA, na loja Popeye's - que faz frango frito e não hambúrguer. Um dia, nosso presidente teria de aprender que um país não tem amigos, tem interesses.

O amigo do peito, o chapa, aquele que, por amizade, ia botar o Brasil na OCDE (e, aliás, indicou a Argentina, não o Brasil), resolveu taxar em 100% as importações de aço e alumínio brasileiros. Pior: usando pretextos falsos, de que o Brasil deliberadamente enfraquecia o real para ter ganhos comerciais. Trump e seus assessores sabem que o Brasil tem câmbio flutuante e o Governo pode pouco sobre o valor da moeda. Bolsonaro diz que vai ligar para Trump, que retornará assim que lembrar de quem se trata.

AMIGOS, AMIGOS

O Brasil já deveria ter aprendido a lição. Bolsonaro fez o que podia para mostrar que Trump é seu ídolo. Mas Trump não liberou importações de açúcar brasileiro; a carne não industrializada do Brasil continua proibida de entrar nos EUA. Trump diz que não pode permitir que o agricultor americano seja prejudicado. Já o álcool americano entra no Brasil livremente, concorrendo com o álcool brasileiro. E a Base Aeroespacial de Alcântara foi cedida em boas condições para que os americanos a operem. Quando Trump diz que quer a "America great again", não inclui nada fora de suas fronteiras.

De seu ponto de vista, está correto: quem é que vota na eleição americana?

NóIS NUM LÊ...

Devastador. No exame internacional PISA, aplicado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para medir capacidade de Leitura, Matemática e Ciências entre estudantes de 15 anos de idade, de 79 países, o Brasil ocupou postos no último terço da classificação. Entre dez estudantes brasileiros, quatro não conseguem identificar a principal ideia de um texto, nem ler gráficos ou resolver problemas com números inteiros (se entrar fração, piora), nem entender uma experiência científica simples.

NEM ELES

Na América Latina, só três países conseguiram ficar abaixo do Brasil em Matemática: Argentina, Panamá e República Dominicana. Em Ciência, só dois: Panamá e República Dominicana ?" esta a última do ranking mundial.

A CHAVE DA RIQUEZA

Em 1960, a economia brasileira era bem maior que a da Coreia do Sul, da Índia e da China. Os três países fizeram esforços importantes para melhorar a qualificação de seus estudantes - inclusive investindo pesadamente na formação de mestres e doutores em países mais avançados, especialmente na Inglaterra e nos Estados Unidos (o domínio do inglês foi considerado valioso em si, mais valioso que o do japonês ou de outras línguas). Resultado: todos estes países ultrapassaram a economia brasileira, a Índia superou a economia britânica e a China disputa a liderança mundial com os Estados Unidos.

O CADEADO

O Brasil, além de jamais ter investido alto em estudantes no Exterior, reduziu as bolsas a quem já está em boas universidades internacionais.

O PRóXIMO ALVO

Delação premiada de doleiro atinge o prefeito do Rio, Marcelo Crivella. A vereadora Teresa Bergher, que tem boa fama, articula uma CPI.
Herculano
04/12/2019 06:31
A PALAVRA DO PASTOR

Do deputado Federal e pastor, polêmico, Marco Feliciano, Podemos SP, no twitter:

Com Paraisópolis mídia bandidólatra demoniza polícia e vitimiza bailes funk. Quero saber o q esses jornalistas fariam se não pudessem dormir durante 4 dias da semana pq marginais transformaram a rua em uma versão moderna de Sodoma e Gomorra.
Herculano
04/12/2019 06:26
HACKER CONTRA HACKER

Conteúdo de O Antagonista.O delator dos hackers verdevaldianos foi solto ontem à noite (com tornozeleira).

Seus anexos devem implodir a defesa de seus comparsas.

O inquérito da Spoofing tem de terminar até o dia 19 de dezembro, segundo o prazo concedido pelo juiz Vallisney Oliveira.

Depois disso, segue para o Ministério Público Federal.
Herculano
04/12/2019 06:21
da série: Guedes não defendeu o AI-5, mas a esquerda do atraso entendeu assim. Os cartazes pedem o fim do genocídio contra o povo de Paraisópolis, mas todos que morreram pisoteados não moravam lá, mas foram atraídos ao pancadão em redes por gente que vive da festa clandestina para vender drogas, bebidas e exibir poder do estado paralelo à custa do sossego por noites seguidas na comunidade e que é obrigada a ficar em silêncio sobre os donos dela.

O MUNDO IRREAL DE DORIA E GUEDES, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Ministro teme gente quebrando tudo, mas, até agora, quem apareceu quebrando os outros foram policiais
Exatamente uma semana depois de a PM de Wilson Witzel ter sujado a festa do Flamengo, o governador João Doria disse no domingo (1º) que "São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada." Naquela hora, os corpos de nove jovens estavam no necrotério, pisoteados depois de uma entrada truculenta de sua PM num pancadão de Paraisópolis. Nas bancas e na rede, nesse mesmo domingo, estava também a entrevista do ministro Paulo Guedes à repórter Ana Clara Costa, na qual ele explicava o "timing" de suas reformas:

"Você dá pretexto para os outros fazerem bagunça. (...) Chamar pra rua manifestação ordeira e pacífica, como a que fazem quase todo fim de semana, problema nenhum. Agora, chamar para a rua para fazer igual no Chile e quebrar tudo foi uma insanidade, irresponsabilidade."

Há algumas semanas o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, acompanhando uma ameaça vinda de um filho do presidente, havia cantado a pedra do perigo chileno como justificativa para um surto ditatorial: "Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter."

É irresponsabilidade (ou desejo) trazer o espantalho chileno para a situação brasileira, e a tragédia de Paraisópolis, bem como a pancadaria da festa do Flamengo, mostram que nos dois casos a insanidade saiu da PM. Não é de hoje que isso acontece.

Em outubro do ano passado, durante a gestão do governador Márcio França, a PM entrou num pancadão de Guarulhos e três pessoas morreram em situação semelhante à de Paraisópolis. Doutor Doria poderia examinar a investigação do episódio de Guarulhos. Com uma polícia "preparada, equipada e bem informada", deu em nada.

Um morador de Paraisópolis contou que a PM "chegou jogando bombas de efeito moral". Pode ser que não tenha sido assim, mas na noite de 13 de junho de 2 013 a PM paulista bloqueou uma passeata que protestava contra o reajuste dos ônibus na esquina da rua da Consolação com a Maria Antonia. Quem estava lá viu que uns vinte policiais vieram do nada, jogando bombas de efeito moral. Aquela passeata era ordeira, convocada pelo Movimento Passe Livre e povoada por gente de tênis baratos e camisetas.

Começavam as jornadas de 2013. Anos depois, as manifestações transmutaram-se e a presidente Dilma Rousseff foi deposta. (Vale lembrar que o governador tucano Geraldo Alckmin e o prefeito petista Fernando Haddad, do PT, que haviam reajustado as tarifas, estavam num evento em Paris, onde cantaram "Trem das Onze" durante um jantar.)

Guedes teme que apareça gente "quebrando tudo", mas, até agora, quem apareceu quebrando os outros foram policiais, em São Paulo e no Rio. Esse comportamento persiste pela garantia da impunidade.

Nas divagações chilenas de Guedes e do general Heleno insinuam-se paralelos de incitação política. Já que é assim, pode-se temer também que a incitação política venha de outro lado. Em 1968, ela vinha de um maluco chamado Aladino Félix. Antes que terroristas de esquerda começassem a assaltar bancos e a matar gente (naquele ano), ele roubava dinamite e armas. Assaltou pelo menos um banco, explodiu uma bomba na Bolsa e outra num oleoduto. Como era doido, não se pode acreditar na sua palavra quando dizia que estava ligado a um general da reserva que, por sua vez, teria conexões com o governo. Uma coisa é certa: no seu grupo estavam 14 soldados e sargentos da Força Pública de São Paulo, mais tarde transformada numa Polícia Militar.

Naqueles dias o governador de São Paulo, Abreu Sodré, denunciava uma conspiração nos "subúrbios do poder".
Herculano
03/12/2019 19:21
GOVERNO MANOBRA PARA TER MAIORIA NA CPI CONTRA KLEBER E SURPREENDE A OPOSIÇÃO

A sessão da Câmara desta terça-feira, revelou a saída do suplente de vereador José Ademir de Moura do PSC para o PP, partido do titular José Hilário Melato, que é o presidente do Samae.

Em outra jogada para ter o controle da CPI, foi criado bloco governista integrado pelo MDB (quatro vereadores), PP, PDT e PSDB. A liderança é da vereadora Franciele Daiane Back, PSDB e a vice, Francisco Hostins Júnior, MDB.

Com isso, o bloco vai indicar dois representantes dos quatro titulares e um suplente, dos dois permitidos à composição da CPI, conforme se anunciou hoje a tarde.

Ao final, ficou decidido que os líderes farão indicação dos nomes que vão compor a CPI até o final de sexta-feira.

A oposição foi surpreendida primeiro quando soube que a comissão seria de quatro e não cinco, como se divulgou anteriormente, e que expliquei abaixo. O presidente não conta no coeficiente, mas contará na formação do bloco governista.

A oposição foi surpreendida pela segunda vez com a formação do bloco governista. Foi surpreendida pela terceira vez na troca de partido por Moura, fato que deverá sofrer contestação e até forçar a volta de Melato para a Câmara, se ela não der certo.

A oposição terá um caminho duro para manter a CPI funcionando. Mesmo sem o bloco, com a diminuição do número de integrantes e ainda par, os impasses estarão estabelecidos. Acorda, Gaspar!
Herculano
03/12/2019 16:36
A PRESSÃO PARA ESCONDER OS ERROS

O governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, orienta os funcionários do Hospital a irem a Câmara de Vereadores para pressionar a liberação de verba do 13º salário.

Mas, perguntar, não ofende: o Hospital não está sob intervenção municipal e isso não deveria já está previsto nos repasses que faz normalmente?

Foi assim que Kleber agiu para passar a drenagem da secretaria de Obras e Serviços Urbanos para o Samae, e com a manobra ter mais dinheiro em caixa.

Foi assim, que resolveu não prestar contas do que fazia na Rua Frei Solano. Foi assim, que tudo isso foi dar numa CPI e que pode complicar a vida do prefeito e deixar os seus orientadores livres de tudo.

Está faltando mais uma: a do Hospital, um sumidouro de dinheiro público e sem qualquer transparência à comunidade. Acorda, Gaspar!
Herculano
03/12/2019 16:16
UMA ERRATA EMITIDA AGORA À TARDE NA PAUTA DA SESSÃO DE HOJE A NOITE DA CÂMARA DE GASPAR, ALTERA A COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO PEDIDA PELO VEREADOR DIONÍSIO LUIZ BERTOLDI, PT, CONTRA O PREFEITO KLEBER EDSON WAN DALL, MDB, POR SUPOSTAS IRREGULARIDADES NAS MOROSAS OBRAS DA RUA FREI SOLANO. DE CINCO, TERÁ QUATRO MEMBROS TITULARES

O que diz:

"Lembro que, na composição das Comissões Temporárias, adotar-se-á o critério da representação proporcional dos partidos ou blocos partidários, de acordo com o artigo 63, parágrafo 1º do Regimento Interno.

Ainda, nos termos do artigo 63, parágrafo 2º do RI, as Comissões Temporárias serão compostas por um terço dos membros da Câmara, ou seja, quatro Vereadores, excluindo-se do cálculo o Presidente (Regimento Interno atual). Ressalto que serão 04 (quatro) Vereadores Titulares e 02 (dois) Vereadores Suplentes".

E o presidente Ciro André Quintino, MDB, esclarecerá:

"Desta forma, indago aos Líderes dos Partidos se já tem a Indicação de composição para a Comissão Parlamentar de Inquérito, nos termos do art. 63, parágrafo 3º do Regimento Interno.

Se positivo: expeça-se a competente Resolução, formalizando o ato.

Se negativo: concedo o prazo de 03 (três) dias úteis para que os Líderes dos Partidos efetivem as respectivas Indicações, protocolando-as na Presidência. Prazo final: dia 06/12/2019 - sexta-feira.
Herculano
03/12/2019 09:25
TRATAR OS DESIGUAIS IGUAIS, MAS POR BAIXO

Sinceramente?Quem está nos bancos dos réus é a metodologia Paulo Freire como vetor da educação brasileira.Menos política,ideologia e filosofia para analfabetos.Isso é doutrinação e conspiração contra o futuro crianças,jovens e do Brasil.Antes vem o conhecimento,depois o confronto
Herculano
03/12/2019 08:54
da série: a nossa vergonha. E não precisamos sair de Gaspar. Basta comparar com Blumenau. A educação aqui continua no século 20, quando já deveríamos estar mirando às demandas do 22. Esta é uma marca de governo, e não de uma secretária despreparada. Quem a escolheu e a mantém no cargo por questões políticas e vai usá-la para trocar para trazer um novo aliado para a campanha do ano que vem e não para melhorar de fato um setor em atraso?

Faz-se propaganda de atração de universidades para delas apenas ter impostos, enquanto o básico - que custa dinheiro público - é negligenciado? Não é o caso de Gaspar, mas no geral, estamos com muita filosofia, sociologia e ideologia de gênero nas salas de aulas exatamente para analfabetos, o que de fato se trata, doutrinação, do que ensino, debate, diálogo... E no mercado, os alunos não conseguem responder à sociedade as atuais e futuras demandas.

PROVA EXPõE DÉCADA DE ESTAGNAÇÃO NO ENSINO NO BRASIL; CHINA PASSA A LIDERAR

Avaliação mostra que desempenho de brasileiros parou de subir em 2009; estáveis, EUA estão em nível abaixo de asiáticos

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ângela Pinho e Thiago Amâncio.Em uma edição marcada pela ascensão da China, o Pisa, principal avaliação de qualidade da educação básica do mundo, mostrou uma estagnação no desempenho do Brasil por quase uma década.

Apesar do resultado ruim, a previsão do ministro Abraham Weintraub (Educação), de que o país ficaria em último lugar entre os da América do Sul acabou por não se concretizar.

Ao fazer a afirmação há duas semanas, ele não deixou claro se estava adiantando os resultados. "Estou supondo com base em números robustos", disse.

Com exceção do ranking de ciências, em que aparece empatado com Argentina e Peru, o Brasil está ligeiramente à frente da Argentina em matemática e de Argentina, Colômbia e Peru em leitura.

Aplicado pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) a cada três anos, o Pisa avaliou em 2018 alunos de 15 anos de 79 países ou regiões. A prova considera Macau e Hong Kong, territórios da China com administração própria e certo grau de autonomia, como entidades independentes.

A organização pontua no relatório de resultados da avaliação que o Brasil avançou em matemática entre 2003 e 2018, mas a melhora ficou concentrada nos primeiros anos desse período.

Na fase seguinte, a tendência é de estagnação. "Após 2009, em matemática, leitura e ciências, a performance parece variar em tendência estável", diz o texto.

O Brasil ocupa no ranking da avaliação a 42ª posição em leitura, destaque do relatório deste ano, a 58ª em matemática e 53ª em ciências.

Além da média baixa e estagnada, chama a atenção a quantidade de alunos brasileiros abaixo do desempenho considerado mínimo. Do total de estudantes, 43% não alcançaram o nível considerado mínimo em nenhuma das áreas do conhecimento.

A situação mais grave é a de matemática. Apenas 32% dos brasileiros atingiram o mínimo na disciplina no país, enquanto a média dos integrantes da OCDE é de 76%.

Atingir esse patamar significa que esses estudantes conseguem, por exemplo, converter preços em diferentes moedas - algo que sabem fazer 98% dos alunos das províncias chinesas de Beijing, Xangai, Jiangsu e Zhejiang.

O que é o Pisa e por que o Brasil vai tão mal
Em ciências, 45% dos brasileiros chegam ao mínimo, ante média da OCDE de 78%. Eles conseguem identificar, em casos simples, quando uma conclusão é válida com base nos dados disponíveis.

Em leitura, 50% no país chegam ao mínimo, ou seja, conseguem identificar a informação principal de um texto de tamanho médio. A média da organização é de 77%.

O nível máximo é atingido por apenas 2% dos brasileiros em leitura e 1% em matemática e ciências. A média da OCDE é de 9%, 11% e 7%, respectivamente.

O relatório mostra ainda que o Brasil tem um desempenho pior no exame do que países com o mesmo patamar de gastos em educação, a exemplo da Turquia, da Ucrânia e da Sérvia.

O país, porém, despende menos de US$ 20 mil por estudante ao ano (cerca de R$ 84 mil), em valores convertidos para tornar possível comparar o poder de compra.

O relatório registra que, em nações que gastam até US$ 50 mil por aluno, a nota está mais relacionada ao gasto do que para as demais.

Como ponto positivo para o Brasil, o relatório destaca a inclusão de alunos na escola no período entre 2000 e 2012.

O texto conclui que ela pode mascarar uma tendência mais positiva de melhora do desempenho ?"sabe-se que os estudantes incluídos mais tardiamente no sistema escolar tendem a ter mais dificuldade de aprendizagem no início.

O topo do ranking do Pisa é dominado por países asiáticos. A nação europeia que está mais bem colocada é a Estônia, em 5º lugar em leitura, 8º em matemática e 4º em ciência.

Quatro províncias e municipalidades da China lideram as três áreas do conhecimento, superando Cingapura no ranking anterior.

São elas Beijing, Xangai, Jiangsu e Zhejiang. Embora longe de representar toda a China, onde vive 1,3 bilhão de pessoas, elas têm uma população nada desprezível: 180 milhões de habitantes.

Especialmente em matemática e ciência, o desempenho delas é melhor do que os dos demais países por larga margem. Em leitura, é similar ao de Cingapura.

O bom desempenho vai do topo à base da pirâmide social. Os estudantes dessas regiões chinesas entre os 10% com pior nível socioeconômico vão melhor em leitura do que a média de todos os alunos da OCDE, e tão bem quanto os de melhor nível socioeconômico dos países pertencentes à organização.

"O que torna sua conquista ainda mais notável é que o nível de renda dessas quatro regiões chinesas está consideravelmente abaixo da média da OCDE. A qualidade das suas escolas hoje alimentará a força de suas economias amanhã", afirma no prefácio da publicação o secretário-geral da organização, Angel Gurría.

Ele classifica ainda como decepcionante o fato de a maioria dos países da OCDE não ter registrado melhora no desempenho desde a primeira aplicação do Pisa, em 2000, mesmo com aumento de 15% no investimento por estudante.

Gurría registra ainda que apenas 7 dos 79 sistemas educacionais analisados tiveram desde então melhora significativa nas três áreas avaliadas, sendo Portugal o único deles que é integrante da organização.

Nos Estados Unidos, que disputam com a China a liderança global, o desempenho dos estudantes coloca o país em 11º lugar em leitura, 30º em matemática e 16º em ciências.

As notas dos alunos americanos seguem um padrão de estabilidade desde as primeiras edições do exame, com uma melhora mais significativa entre os de mais baixa performance em ciências.
Herculano
03/12/2019 08:37
A NOSSA VERGONHA

De Mário Sabino, de Crusoé, no twitter:

Ao comentar os resultados dos alunos brasileiros no Pisa, um jornalista petista acaba de dizer que, como a maioria dos estudantes não consegue distinguir fato de opinião, isso explica a proliferação de fake news. Lula é corrupto. É um fato, não opinião. O contrário é fake news.
Herculano
03/12/2019 07:22
"GUICHÊ DA BOA VONTADE" COM BRASIL TRAVA DIANTE DOS INTERESSES DE TRUMP

Governo brasileiro amanheceu tentando entender a razão e as consequências da medida protecionista do querido aliado.

Conteúdo do jornal Folha de São Paulo. Texto de Marina Dias, de Washington, DC, USA. A aparente sinergia entre Jair Bolsonaro e Donald Trump é exemplo constante dos que defendem que a relação entre Brasil e EUA alcançou patamares históricos.

Parte do governo brasileiro insiste que a empatia é suficiente para destravar impasses e conceder benefícios práticos ao país, mas o que ficou claro nos últimos meses em Washington é que o guichê da boa vontade formado para atender ao Brasil não vai se sobrepor aos interesses americanos.

A decisão dos EUA de retomar as tarifas sobre o aço e o alumínio que chegam do Brasil e Argentina é a mais nova - e simbólica - alegoria desse cenário.

O anúncio de Trump desta segunda-feira (2) surpreendeu o governo brasileiro, que amanheceu tentando entender a razão e as consequências da medida protecionista do querido aliado.

Desde que Bolsonaro tomou posse, a Casa Branca não contratou especialistas em Brasil e o escritório responsável pelo nosso país no Departamento de Estado segue restrito a meia dúzia de diplomatas.

A boa vontade é uma facilitadora poderosa no cotidiano da diplomacia e tem seu ápice consolidado durante as visitas presidenciais. O que diz respeito à agenda permanente, porém, demanda bem mais do que isso.

Apesar do discurso de que a relação avança e de reuniões entre o primeiro escalão dos governos serem feitas com periodicidade quase mensal - foram pelo menos nove em dez meses -, o Brasil não ganhou muita coisa em troca da devoção aos americanos.

Para ficar nos exemplos mais recentes, além das novas tarifas desta semana, o país não conseguiu derrubar o veto à importação de carne in natura nos EUA e viu postergado o pleito de entrada na OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) com apoio do governo Trump.

O fechamento do acordo de salvaguardas tecnológicas da Base de Alcântara (MA) foi anunciado em março, quando Bolsonaro foi a Washington, mas quando a delegação brasileira flertou com a ideia de que o amor de Trump resolveria um pleito de quase 30 anos e abriria de vez o mercado para o nosso açúcar, ouviu não.

Acabar com as cotas tarifárias faria com que o republicano perdesse votos em estados produtores importantes, como Flórida e Louisiana, às vésperas da eleição de 2020.

Agora, a guerra comercial com a China também fala mais alto do que qualquer relação de empatia com o presidente brasileiro.

Quem acompanha o fluxo da relação diz que o interesse pelo Brasil não aumentou de fato nos EUA, mas que havia uma percepção de que existia mais custo político em dizer não ao Planalto.

Os chamados watch dogs ?"integrantes do governo americano cuja missão é colocar barreiras em tratativas bilaterais?" estavam até agora mais mansos quando o tema sobre a mesa tinha o selo verde-amarelo.

Sabem que o Trump é simpático a Bolsonaro e, por enquanto, o republicano considera importante manter o brasileiro aliado.

A boa relação entre os presidentes não é um ativo desprezível para a diplomacia brasileira, mas ainda precisa se refletir em uma agenda intensificada e de investimentos para o Brasil que vá além das visitas de Estado.

Entregar esse roteiro na boca do guichê é o grande desafio do governo Bolsonaro, que até agora não tem tido sucesso na missão.
Herculano
03/12/2019 07:16
MOLEZA: CÂMARA TRABALHA Só 9 DIAS EM DEZEMBRO, por Cládio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Parlamentares brasileiros têm ritmo próprio de "trabalho", mas neste dezembro o ócio na Câmara dos Deputados alcançou a outro patamar. Serão apenas 9 dias trabalhados oficialmente, incluindo esta segunda-feira (2), quando menos de 10% dos deputados compareceram. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, convocou sessão para esta e a próxima segunda (9), terças (3 e 10) e quartas (4 e 11). Haverá ainda três dias para a Comissão de Orçamento. Depois, somente em 2020.

TRABALHO NÃO FALTA

O problema é que, para além do orçamento, estão pendentes de votação na Câmara e no Senado inúmeras MPs e projetos importantes.

SENADO IDEM

O ritmo dos senadores é o mesmo. Em vez de trabalhar, o presidente Alcolumbre preferiu visitar a terra da Disney com dois colegas.

MOLEZA OFICIAL

Judiciário e carreiras jurídicas têm 60 dias de "recesso". Incluindo feriados e a reunião dos Brics, serão 83 dias de folga oficial em 2019.

TERROR E PÂNICO

A PEC da Reforma Administrativa não anda porque Judiciário e carreiras jurídicas não abrem mão da regalia de dois meses de férias.

INVESTIGADOS QUEREM DISPUTAR ELEIÇÃO NO TJ-BAHIA

Afastados do Tribunal de Justiça da Bahia no escândalo de venda de sentenças, investigado na Operação Faroeste, os desembargadores Maria da Graça Pimentel Leal e José Olegário Monção Caldas manobram para adiar a eleição desta quarta (4) para substituir o atual presidente, também afastado. Ambos são candidatos. Os envolvidos na maracutaia, incluindo a ex-presidente do TJBA Maria do Socorro Santiago, agora presa, acham que tudo vai dar acabar em acarajé.

PENSE NUM ABSURDO

Frase célebre do ex-governador Otavio Mangabeiras definiria bem a candidatura da dupla: "Pense num absurdo, na Bahia há precedente".

NORMA DO CNJ

Resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determina que a eleição ocorra em até 60 dias antes da posse dos novos dirigentes.

DATA É REGIMENTAL

O fim dos 60 dias coincide com 4 de fevereiro de 2020, primeiro dia útil do mês, data regimental de posse da nova diretoria.

DIREITO DE DEFESA

Futuro embaixador em Lisboa, Carlos Alberto Simas Magalhães deve designar um diplomata para estabelecer relações mínimas com a imprensa portuguesa, que publica mentiras sobre o Brasil com espantosa regularidade. Ao menos para tentar o direto de defesa.

AMEAÇA NÃO METE MEDO

Se era sincera a ameaça, ninguém deu à mínima. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, prometeu cortar salário de deputado faltoso. Às 15h47 de ontem eram presentes só 41; às 18h12, míseros 49. Fiasco.

ASSALTO OFICIAL

Só falta de vergonha explica cobrança de pedágio na estrada de chão, esburacada, com 50km de extensão em Carolina, no Maranhão "governado" pelo PCdoB. Caminhoneiro é assaltado em até 140 reais.

LOBBY IN NATURA

Representantes de empresas de energia foram convidados a falar nesta terça (3) à Comissão do novo Código de Energia Elétrica. Palco armado só para quatro presidentes de associações de empresas.

GERVÁSIO VIVE

O Conselho da Justiça Federal homenageará nesta quinta (5) o grande repórter fotográfico Gervásio Raimundo, recém-falecido, por meio dos colegas Orlando Brito e Hermínio Oliveira.

SEGURANÇA NO UBER

Audiência pública para discutir a segurança de motoristas de aplicativo será realizada nesta terça (3) na Câmara, por iniciativa do deputado Luiz Miranda (DEM-DF). Uber e 99Pop estarão representados.

DECISÃO RIDÍCULA

A Eletrobrás foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$40 mil a sindicalistas do Rio por "danos morais coletivos". Tudo porque o ex-presidente da estatal afirmou certa vez que a sociedade não pode pagar por "vagabundos" que não trabalham. E agora vai indenizá-los.

EFEITO LIBERTADORES

Cresceu 25% o movimento da rede de salas vip do aeroporto do Galeão, na semana da final da Libertadores em Lima, no Peru, segundo informou a Plaza Premium Lounge, que oferece o serviço.

PENSANDO BEM...

...ainda não deu as caras aquele rico escritório de advocacia de Minas para defender o sujeito que planejava atacar Bolsonaro, sexta (29), na sua chegada a Três Corações.
Herculano
03/12/2019 07:09
da série: para quem leu o meu artigo acima, "Por que você trocaria as compras de Natal em Gaspar por outros centros?", e achou que exagerei, precisa ler este. Talvez seja inspirador.

LICõES DA BLACK FRIDAY, por Nizan Guanaes, publicitário, no jornal Folha de S. Paulo

A loja física, a TV, o jornal, a publicidade não estão mortos; morto é pensar tradicional

Ninguém arrasou mais nesta Black Friday que a Magalu de Fred Trajano. Um sujeito simples, focado, sem frescura é hoje neste país a pessoa que mais entende sobre a integração do físico com o digital.

Ele não quer ser a Amazon. Quer ser o Alibaba (loja física + digital). Eu canso de ouvir conversa fiada sobre omnichannel, on e off. Mas 90% são lorota. Fred fez. E é por isso que a empresa dele vale o que vale e sobe o que sobe na Bolsa de Valores.

O digital é uma cultura que todas as empresas e toda a empresa têm que abraçar, mas o digital muitas vezes vira um departamento. Aí é como dizer que no corpo tem departamento de oxigênio.

O digital é complexo. Requer disciplina e recursos. São muitas variáveis e decisões tomadas em tempo real. E ele não é barato. O investimento no digital não deve ser determinado pelo desejo de baratear os processos. Se o futuro é digital, ele deve ser investimento ou despesa? Quanto do seu tempo é gasto nele?

Quem está pensando nisso?

O digital nem futuro é. O digital é presente.

A performance da Magalu na Black Friday botou todo o mundo para trás. Ela uniu o aplicativo, o digital, o físico, a televisão aberta, a fechada, a publicidade, o conteúdo e a mídia programática. Tudo isso para vender.

E vendeu pra chuchu.

Só se falou disso nesta Black Friday, uma das melhores coisas que imitamos dos americanos para impulsionar as vendas na escalada do Natal. Mas Fred bebe também em outras fontes, como em Jack Ma, o genial fundador da chinesa Alibaba.

Todo ano Fred vai à China acompanhar o Dia do Solteiro, o festival de vendas online criado por Ma, realizado em 11 de novembro, que hoje é o maior evento desse tipo no mundo. Ex-professor de inglês e admirador dos EUA, Ma neste ano trouxe para animar a sua festa capitalista na China comunista nada menos que Taylor Swift e Kim Kardashian, para ficar nas estrelas ocidentais que conhecemos. Investimento mais do que recompensado pelo faturamento de US$ 38 bilhões (!) do Alibaba no 11/11 deste ano.

Mas o mundo do varejo não é só digital.

A loja física não está morta. A televisão não está morta. O rádio, o jornal, o outdoor, a publicidade não estão mortos.

Morto é pensar tradicional. O que está morto são os velhos usos e as velhas lógicas.

A convergência, o omnichannel, na prática (e não só no PowerPoint e na palestra) é o entendimento claro do que é market place. Esse é o jogo.

O show da Magalu, produzido com muita competência pela Globo, foram duas horas de venda entretendo. Ou seriam duas horas de entretenimento vendendo?

Fred herdou da mãe e da tia o saber vender. A empresa de sucesso que elas construíram migrou de maneira exponencial de lojas que vendiam eletrodoméstico pra market place, que vende tudo sem perder o carisma, o DNA e a paixão dessa estadista chamada Luiza Trajano.

Digno de nota é que o marketing que faz tudo isso é enxuto como tudo na Magalu: 30 pessoas. E de lá têm saído algumas das coisas mais criativas e vendedoras da comunicação atual.

Nunca se falou tanto do futuro e nunca se praticou tanto do passado. O cara mais moderno da cidade não se veste como millennial nem fica escrevendo artigo ditando regra. O cara mais moderno da cidade faz.

Aos concorrentes - não percam tempo com negação. Ficar negando o que é bom é literalmente perda de tempo (e de dinheiro).

E a Globo, com esse projeto matador, pode cantar por aí: hoje é um novo dia de um novo tempo que começou.
Herculano
02/12/2019 19:39
da série: era óbvio e esperado, além de se tratar de um direito estabelecido na legislação. Então não se trata de uma surpresa como para se ganhar manchetes como se fosse inusitado

LULA PEDE AO STF PARA ANULAR CONDENAÇÃO NO TRF-4 PELO SÍTIO DE ATIBAIA

Conteúdo de O Antagonista. Lula pediu ao Supremo para anular a condenação imposta pelo TRF-4, na semana passada, a 17 anos de prisão, por corrupção e lavagem, no processo do sítio de Atibaia.

O pedido foi feito dentro de habeas corpus da defesa, já negado por Edson Fachin, que queria suspender o julgamento do caso na segunda instância, realizado no último dia 27.

A defesa alega que o TRF-4 deixou de analisar um alegado "julgamento de exceção" no caso, a suspeição dos desembargadores e procuradores da força-tarefa e a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba no processo.

Também se queixa de o tribunal não ter seguido a ordem cronológica de recursos ao analisar, antes de outros processos, a apelação de Lula.

Tudo isso já foi rejeitado pelo ministro Leopoldo Raposo, do STJ, e pelo próprio Fachin.

Cristiano Zanin quer agora que o pedido seja analisado pela Segunda Turma do STF, onde mora o perigo.
Herculano
02/12/2019 19:30
DEPOIS DE 72 HORAS DE PROTOCOLADO O PEDIDO DE CPI NA CÂMARA DE GASPAR PARA APURAR AS POSSÍVEIS IRREGULARIDADES NAS OBRAS DA RUA FREI SOLANO, PARTE DA IMPRENSA RESOLVEU DAR CRÉDITO AO ASSUNTO. OS LEITORES E LEITORAS DAQUI, SOUBERAM NO MESMO DIA. ACORDA, GASPAR
Herculano
02/12/2019 19:25
MAIA FALTA A SESSÃO QUE ELE MESMO CONVOCOU PARA HOJE

Conteúdo de O Antagonista. Rodrigo Maia faltou à sessão deliberativa da Câmara que ele mesmo convocou para esta segunda para limpar a pauta antes do recesso parlamentar, registra o Estadão.

O presidente da Casa viajou para São Paulo, para participar da premiação promovida por uma revista. Outros deputados parecem ter seguido o exemplo: até às 17h de hoje, apenas 50 haviam registrado presença no plenário da Câmara.
Herculano
02/12/2019 12:04
A SECRETARIA DA SAÚDE DO PREFEITO KLEBER DECRETA QUE A PARTIR DE AGORA E ATÉ A LIBERAÇÃO DO ORÇAMENTO DE 2020, OS GASPARENSES NÃO DEVEM FICAR DOENTES QUANDO PRECISAREM DE EXAMES BÁSICOS NOS POSTOS DE SAÚDE OU POLICLÍNICA.

Circula nos aplicativos de mensagens, um desabafo de uma mãe feito nesta manhã de segunda-feira na Policlínica de Gaspar.

Alexandra Cavalheiro, moradora da Margem Esquerda, esposa do radialista Rudnei Cavalheiro, esteve no início de novembro na policlínica à procura de atendimento médico para seus filhos.

Foi orientada a voltar em dezembro para complementar o procedimento e então realizar básicos de exames laboratoriais. E ela voltou hoje lá.

A atendente da Policlínica, disse a Alexandra, segundo relata no vídeo, que por orientação do secretário de Saúde e do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, estão suspensos todos os exames de sangue por falta de dotação orçamentária.

Não tinha cota para o filho de Alexandra e também para outras dezenas de pessoas que foram lá hoje atrás de vários outros exames.

Ainda assim, Alexandra foi atrás de um Raio-x necessário para a sua filha. Não conseguiu. A atendente disse que o prefeito liberou para o mês de dezembro, apenas R$100 para toda Gaspar. Ai, ai, ai.

Eu, particularmente, não acredito! Mas, foi isso que a atendente disse à Alexandra para recusar o pedido médico.

Tudo isso mostra à situação crítica em que esteve e está metida a Saúde Pública de Gaspar, que só é exemplo na propaganda armada - por gente especialista nisso e que cobra muito -que o próprio prefeito Kleber lança nas suas redes sociais.

O problema de Alexandra é que ela é moradora em Gaspar, com prova de domicílio e tudo.

Querem comparar a discriminação e como há privilégios entre os poderosos no poder de plantão?

É conhecida, uma denúncia feita aqui, que se enrola em qualquer arquivo do Ministério Público. Nela uma moradora de Balneário Camboriú, chegou aqui, foi atendida pelo médico, fez exames de sangue e até mamografia, por ordem de gente que está no poder de plantão, e o atendente para facilitar tudo à paciente alienígena e protegida pelos políticos gasparenses, colocou na ficha dela, que a paciente morava no próprio posto de Saúde do Centro.

Foi ela, por extensão que tirou os exames dos filhos de Alexandra. Entenderam como funciona a politicagem e a razão pela qual se troca de secretário em áreas importantes e sensíveis?

E depois esta coluna é que a culpada e sem credibilidade. Acorda, Gaspar!
Herculano
02/12/2019 11:30
da série: lambuzados, políticos procuram se limpar culpando quem os enxerga sujos, sejam eles de esquerda, centro, direita, religiosos...

WAL DO AÇAÍ, O FANTASMA QUE AINDA PERTURBA BOLSONARO, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Presidente tenta impor uma visão ditorcida da revelação de que teve assessora fantasma

O medo de fantasmas fez o ex-presidente Michel Temer rejeitar o Palácio da Alvorada e preferir morar na residência do Jaburu.

Jair Bolsonaro ainda não reclamou de almas estranhas perambulando pela casa presidencial, mas tem um fantasma que perturba o presidente desde o ano passado. Seu nome é Wal do Açaí, ex-assessora do gabinete dele dos tempos de Câmara.

Na sexta-feira (29), Bolsonaro voltou a tocar no assunto em meio a mais uma ameaça que fez à Folha. Ao comentar a decisão autoritária de excluir o jornal da lista de veículos de imprensa de uma licitação da Presidência, citou o episódio da Wal e distorceu novamente a história.

Ele insiste na versão de que ela não era fantasma, afinal estava de férias em janeiro de 2018, quando a Folha investigava se a servidora prestava de fato serviços ao gabinete político.

"Tiveram a reputação dessa senhora casada destruída. Vítima de chacota na região. A Folha fez isso com essa mulher. A prova estava dada para vocês. Estava de férias", disse.

Bolsonaro espalha informação falsa ou tenta enganar as pessoas. Talvez por não engolir ter sido colocado na vala dos deputados que sempre usaram verba pública para contratar assessores que nunca trabalharam.

Em janeiro de 2018, moradores vizinhos à casa de praia de Bolsonaro, a 50 km de Angra dos Reis, contaram, em conversas gravadas, que Walderice Santos da Conceição, dona da lojinha "Wal Açaí", vendia açaí e o seu marido era o caseiro da residência do hoje presidente. Não havia nenhuma atividade parlamentar.

Em agosto do mesmo ano, a Folha comprou das mãos de Walderice um açaí e um cupuaçu, durante o horário de expediente dela na Câmara. Encurralado, Bolsonaro então a demitiu e contou essa lorota: "Tem dois cachorros lá [na casa], e pra não morrer, de vez em quando ela [Wal] dá água pros cachorros lá, só isso".

Quase dois anos depois da revelação do caso, o presidente quer impor uma narrativa. A verdade é que ele pagou com dinheiro público da Câmara uma funcionária fantasma.
Herculano
02/12/2019 11:23
CASA CIVIL SEQUER AJUDA NA ARTICULAÇÃO POLÍTICA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta segunda-feira nos jornais brasileiros

A Casa Civil não ajuda nada na articulação para aprovar projetos importantes, como a Medida Provisória da Liberdade Econômica ou a reforma da Previdência, segundo se queixam integrantes do time de Paulo Guedes no Ministério da Economia. Para os assessores de Guedes, a condição de "superministério", provoca um certo ciúme nos demais ministros, sobretudo aqueles, como Onyx Lorenzoni, que rivalizam com Guedes no "protagonismo" do governo Jair Bolsonaro.

'PAI' DA REFORMA

O secretário especial da Previdência, Rogério Marinho, é tido como o maior articulador político do governo, na aprovação de reformas.

CONTORNOU A CASA CIVIL

Ao contrário da Casa Civil ou da Secretaria de Governo, assessores do Ministério da Economia negociam apoio com cada parlamentar.

AVANÇO SEM AJUDA

A Casa Civil e os articuladores oficiais não se moveram para aprovar a MP da Liberdade Econômica, considerado um grande avanço.

BALANÇA, MAS NÃO CAI

Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Luiz Ramos (Articulação) são considerados prováveis substituições em uma minirreforma ministerial.

BA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO NO BANCO DOS RÉUS

No mais impressionante escândalo da História recente do Judiciário, a Operação Faroeste, da Polícia Federal, revelou um Tribunal de Justiça da Bahia enrolado com corrupção no passado, no presente e no futuro. A começar pela inacreditável ex-presidente Maria do Socorro Barreto Santiago, presa sexta (29) no esquema criminoso de R$581 milhões. A sorte é que a Justiça brasileira é composta de maioria de magistrados honrados como o ministro Og Fernandes (STJ), que acabou a farra.

PRESENTE COMPROMETIDO

O presidente da corte, Gesivaldo Britto, o presente do TJBA, também foi afastado por envolvimento no esquema de venda de sentenças.

FUTURO DESALENTADOR

A cara do futuro do TJBA era Maria da Graça Osório Pimentel Leal: não fosse a PF, ela teria sido eleita presidente no dia seguinte à operação.

ATÉ TU, RUI?

Para completar a tragédia que deixa os baianos em estado de choque, o governador Rui Costa (PT) teria também seus laços com a safadeza.

ELES Só PENSAM NAQUILO

Após o golpe de acabar o limite do Fundão Sem Vergonha, para bancar suas campanhas com dinheiro público, que pode passar de R$5 bilhões em 2020, deputados e senadores reclamam, sem pudor, da demora do Palácio do Planalto para liberar suas milionárias emendas.

PIADA PRONTA

A Comissão de Meio Ambiente da Câmara realiza audiência pública com representante da frente de "Defesa pelos Jumentos". A Câmara garante que não é encontro do PT e seus puxadinhos.

ECONOMIA VOLTA A BOMBAR

Feito o balanço da Black Friday, verificou-se em todo o País, das lojas de São Paulo ao shopping de classe media baixa de Maceió, Manaus ou Porto Alegre, que a economia brasileira voltou a bombar com força.

NÃO FAZ SENTIDO

O deputado Lafayette Andrada (Rep-MG) criticou a Aneel e lembrou que o ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) fala em investir R$450 bilhões em dez anos na transmissão e geração de energia. "Como é possível o Estado inibir a produção solar?", indigna-se.

SOLTO, DEFINHOU

O assunto "Lula" atingiu a maior relevância dos últimos 12 meses entre 3 e 9 de novembro, nas buscas do Google, quando foi solto: 100, o máximo do Google Trends. Já caiu para 8 nas semanas seguintes.

CONCORRÊNCIA É TUDO

Projeto na Câmara pode liberar qualquer pessoa a usufruir do mercado livre de energia, contratando qualquer fornecedor. Atualmente, apenas consumidores que gastam cerca de R$80 mil/mês têm direito ao mercado livre. A economia nos últimos dez anos foi de R$200 bilhões.

COMISSÃO DE UMA NOTA Só

A Comissão de Agricultura da Câmara marcou audiência para debater "alto índice de indeferimentos de benefícios previdenciários". Só um representante de trabalhadores na agricultura confirmou presença.

BLACK FRIDAY NOS EUA

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi com Kátia Abreu (PDT-TO) e Ciro Nogueira (PP-PI) aos Estados Unidos para "evento" da montadora Honda em Orlando, uma das mecas das promoções de Black Friday e lar do complexo de parques temáticos e da Disney.

PENSANDO BEM...

...recesso é um exagero para um Congresso que esteve em ritmo de férias metade do ano.
Herculano
02/12/2019 11:15
FAMÍLIA E POLÍTICA, por Marcus André Melo, professor da Universidade Federal de Pernambuco e ex-professor visitante do MIT e da Universidade Yale (EUA), para o jornal Folha de S. Paulo
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O familismo político se manifesta de formas diversas na América Latina e Brasil

"Em Pernambuco, ou se é Cavalcanti, ou há de ser cavalgado," rezava o soneto. O familismo marca historicamente a política no Brasil e na América Latina, mas há grande variação nas formas que assume. Paradoxalmente, ele é quase dinástico no Chile e no Uruguai, países onde a democracia esteve mais enraizada.

No Uruguai, o cargo de presidente foi ocupado por quatro gerações do mesmo núcleo familiar: Jorge Battle (2000-2005), Luis Battle Berres (1947-51 e 1955-56), José Battle y Ordóñez (1903-1907; 1911-15), e Lorenzo Battle (1868 a 1872).

Com o presidente eleito, Luis Alberto Lacalle Pou, será a terceira geração da família que chega à Presidência. Seu pai também vestiu a faixa presidencial, e seu bisavô, Luis Alberto Herrera, integrou a Presidência Colegiada do país duas vezes. A pugna familiar com os Battle y Ordóñez não foi apenas simbólica: chegou às vias de fato na forma de um duelo.

O fato de que bisnetos, pais, avôs e bisavôs tenham ocupado a Presidência da República não transformou o Uruguai em regime autoritário personalista. Pelo contrário, o país introduziu o modelo suíço de Presidência Colegiada - testado em 1919-1933 e em 1954- 1967- como um instrumento de prevenção contra o hiperpresidencialismo.

No Chile, o caráter dinástico penetra os três Poderes e é marcado pela peculiar fusão de elites empresariais e políticas. Sebastián Piñera tem dois ex-presidentes em sua ascendência familiar, e os Alessandri já ocuparam a Presidência duas vezes - com Arturo (1923-1925 e 1932-1938) e seu filho Jorge (1958-1962).

As experiências brasileira e a argentina têm algo em comum: um familismo medonho se manifesta no nível subnacional, mas inexiste traço dinástico em nível nacional. A ascensão à Presidência de líderes provinciais patrimonialistas não significou sua nacionalização nem levou a regimes familiares que ultrapassam gerações. Curiosamente, é nesses países mais plebeus onde a narrativa sobre as elites é mais forte.

Kubistchek, Frondizi, Alfonsín, Macri, Kirchner, Dilma são filhos de imigrantes. A descontinuidade histórica entre elites familiares deve-se ao impacto do Peronismo e do Varguismo e ao maior protagonismo dos militares. É também uma questão de escala: Brasil e Argentina são países federativos, com grande extensão territorial.

O neofamilismo na cúpula do Executivo atual nada tem de dinástico: ele é típico de governo de outsiders e mandatários personalistas, no qual o núcleo familiar converte-se em substituto pobre de isolamento político. No Legislativo, o familismo é extensão do padrão hediondo vigente nos estados; no Judiciário, de perversa combinação de famílias e corporações.
Herculano
02/12/2019 11:08
da série: uma tendência que fará mudar a ocupação das ruas e alterações no setor imobiliários dos centros urbanos. Este artigo pode completar "POR QUE VOCÊ TROCARIA AS COMPRAS DE NATAL EM GASPAR POR OUTROS CENTROS? Prova-se que há mudanças significativas de comportamento e não apenas no Brasil, Blumenau ou Gaspar.

NOS EUA, HOUVE MAIS COMPRAS ONLINE DO QUE EM LOJAS FÍSICAS NA BLACK FRIDAY

Alta de 19,6% nas vendas online

Visita às lojas físicas caíram 3%

Conteúdo e texto Poder 360, com agências internacionais.A Black Friday dos Estados Unidos movimentou mais o e-commerce do que as lojas físicas em 2019, segundo a agência Reuters. As vendas online cresceram 19,6%, atingindo US$ 7,4 bilhões, de acordo com o Adobe Analytics, que rastreia transações em 80 dos 100 maiores varejistas dos EUA.

O valor está abaixo dos US$ 7,9 bilhões da Cyber Monday do ano passado, que é a data recordista em vendas online dos EUA. A Cyber Monday é 1 dia de promoções no e-commerce realizado sempre na 2ª feira depois do Dia de Ação de Graças.

Por outro lado, as vendas líquidas em lojas físicas na Black Friday caíram 6,2%, de acordo com dados preliminares divulgados pela empresa de dados de varejo Sensormatic Solutions. As comparações são feitas em relação ao mesmo dia de 2018.

Só no Dia de Ação de Graças, véspera da Black Friday, as vendas no e-commerce tiveram alta de 14,5%, chegando a US$ 4,2 bilhões, ainda segundo os dados do Adobe Analytics. Já números do ShopperTrak, que faz parte da Sensormatic Solutions, mostram que as visitas físicas às lojas caíram 3% durante estes 2 dias (28 e 29.nov.2019).

Houve também outra mudança no padrão de compras dos americanos: pela 1ª vez em vários anos, as visitas às lojas físicas na noite do Dia de Ação de Graças aumentou. É o que mostram os dados da Sensormatic Solutions: alta de 2,3% nas compras físicas nesse feriado. O que explica isso é o fato dos lojistas optarem por abrir suas lojas na noite do feriado e, também, por causa das promoções antecipadas.
Herculano
02/12/2019 10:50
O DESPREZO PELA SABEDORIA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S. Paulo

A modernidade será quase sempre incapaz de produzir qualquer sabedoria; por quê?

Modernidade e sabedoria são duas palavras que não vão bem na mesma frase. Sei que hoje está na moda a palavra legado, mas, ela já não significa nada. Tem gente de 16 anos que fala que tem um legado.

Por que modernidade e sabedoria são palavras quase antagônicas? Porque a modernidade pressupõe a ruptura como estrutura de todo o processo. Hoje se usa muito a palavra disruptive (disruptivo). No mundo corporativo, essa distopia perfeita, algumas pessoas gozam quando usam essa palavra. Homens preferem sonhar com atitudes disruptivas no seu lugar de trabalho do que sonhar com mulheres fazendo sexo oral neles no meio do expediente.

Sim, a modernidade pressupõe a ruptura como estrutura de todo processo. Isso significa que a modernidade será quase sempre incapaz de produzir qualquer sabedoria. Por quê?

O passar do tempo pressupõe experiências acumuladas e testadas ao longo das diferentes idades e eras. Na ideia de sabedoria está presente o pressuposto de que o passado detém alguma forma de conhecimento "depositado no solo das eras". E este conhecimento se revelou válido ao longo de muito, muito, muito tempo. O que falam os patriarcas no "Livro da Sabedoria" da Bíblia Hebraica (ou Antigo Testamento, como falam os cristãos) significa máximas que nos levaram até ontem porque eles tinham um conhecimento testado na experiência. A mesma coisa para a sabedoria das avós passada de mãe pra filha e neta.

Do ponto de vista do fetiche das rupturas como paradigma histórico e moral, qual a sabedoria que existe num iPhone 3? Um iPhone 3 vai pra lata de lixo (uso o iPhone aqui como metáfora do processo de avanço abismal do mundo contemporâneo). A mesma lata de lixo em que vai toda ideia que não tenha surgido semana passada. Os idiotas da inovação pensam que só o que é novo vale. Mas eles têm razão. A modernidade detesta o passado e o passado pouco agrega de valor ao camarote ou aos lucros. O exílio do passado nos condena a uma forma de estupidez científica que nos torna, a cada dia, mais alienados de nós mesmos. Mas isso não tem retorno.

A ideia de sabedoria está intimamente ligada a hábitos, costumes, tradições e, acima de tudo, a ausência de mudanças e falta de opções. A permanência no tempo implica a baixa frequência de mudanças. Quando mudamos, questionamos muitos dos procedimentos e hábitos que outrora eram considerados óbvios. Os idiotas do progresso acham que isso se aplica unicamente a superação dos preconceitos.

Não. As rupturas modernas destruíram o tecido do passado nas suas inúmeras camadas de vínculos, expectativas e valores, esses mesmos que têm gente por aí que acha que você constrói num workshop depois da piscina. É esta devastação que os românticos sentiram no ar e traduziram no famoso mal-estar romântico.

O mundo contemporâneo acha que pode ter iPhones 100 e ainda assim brincar de budistas ou similares. Não pode. Um pouco de materialismo histórico mostraria para esses idiotas da inovação que quando se muda de iPhone se muda de valores - exagerando um pouco para deixar o argumento mais claro.

As mudanças técnicas, econômicas, políticas e sociais ao longo do processo modernizador queimaram as caravelas. Não há como voltar a respeitar os mais velhos (que nada entendem de iPhone 100), nem como ter famílias "dos anos 1950", nem como estar seguro acerca dos afetos, nem fazer planos de carreira para além de cinco minutos.

Isso não significa que o mundo ficará melhor ou pior, significa que sua sustentação técnica e econômica está se movendo cada vez mais rápido, o que dilacera sua supraestrutura social e política, e o resultado é um mundo desorientado. Os protocolos da mentira, isto é, o marketing de comportamento, continuarão no seu trabalho de maquiar o abismo que nos espera.

E a sabedoria nisso tudo? A sabedoria precisa de milênios para se constituir. Num mundo em que tudo muda o tempo todo, só vai restar, por ora, workshops ridículos pra te ensinar a abraçar árvores silenciosas. Talvez o silêncio delas nos ensine algo, porque de nós só restará ruídos.

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