06/02/2019
Passou despercebido da mídia local, o Dia de Campo que foi realizado no dia 31 de janeiro na propriedade rural do produtor de arroz irrigado na Lagoa, Altair Venturini. O próprio prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, esteve lá com o seu secretário de Agricultura, André Pasqual Waltrick, PP e o chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP. Kleber, desta vez, não foi repórter dessa novidade. Uma pena! Estavam lá muitos técnicos especialistas e vários produtores rurais de cincos municípios da região interessados na experiência. Estava lá também o ex-prefeito e médico veterinário, Adilson Luiz Schmitt, sem partido.
Ali, a Epagri, a empresa brusquense Plantar, a secretaria de Agricultura e Aquicultura de Gaspar e a Basf – uma multinacional de sementes e defensivos agrícolas -, demonstraram perante uma plantação experimental e controlada, a possibilidade de se substituir, no sistema de rotação, o arroz irrigado pela soja. Qual a intenção dessa substituição? Uma nova alternativa econômica; o combate natural à praga do arroz vermelho – também chamado de pé de galinha. Ele baixa à produtividade, compromete custos e preços, a qualidade final do arroz produzido aqui. A rotação também é eficiente na recuperação do solo e na incorporação vegetal.
Mas, nem tudo é uma maravilha. É preciso de melhor avaliação técnica e econômica. Contudo, é uma alternativa a ser considerada. A lida no campo é feita de riscos, pois se está sempre exposto ao tempo – cada vez mais instável -, às pragas, ao mercado variável a cada safra por cotações internacionais e demandas, bem como aos manejos, à tecnologia e biociência no material genético das sementes.
Tanto para o arroz quando para a soja, serão permitidas apenas uma safra por ano. E o manejo para a soja de várgea – ou de terras baixas como alguns denominam - é especialmente diferente, exige aprendizado e a princípio, é caro. Entretanto é uma evolução. Precisa-se fazer contas e analisar o custo benefício final. O ideal, tanto para um como para outro caso, é que fosse permitido duas safras por ano de culturas diferentes.
É uma evolução. Porque quando a Ceval se instalou em Gaspar no início da década de 1970 – coincidente com o surgimento da Embrapa, a que fez a soja explodir - para industrializar soja, descobriu-se que por aqui era impossível plantar soja na área deixada pela cana ocupada para abastecer a usina de açúcar São Pedro.
O solo conspirava. E a soja teve que ser buscada no Planalto e no Norte catarinense para a fábrica gasparense. Tanto que foram lá que a Ceval instalou os seus dois primeiros armazéns: Campos Novos e Papanduva, respectivamente. Naquela época o Brasil produzia pouco três milhões de toneladas contra as quase 120 milhões toneladas de hoje, e uma produtividade média quase triplicou e chegou em algumas áreas a mais de 80 sacas por hectares – ou na média brasileira 3.333 kg/ha.
Voltemos para a experiência gasparense.
O plantio se deu na segunda quinzena de novembro, então a colheita vai acontecer só em março. Ainda não se conhece a produtividade. Mas, a variedade da Basf promete de 20 a 80 sacas por hectare em áreas assemelhadas. Tudo dependerá da preparação do solo e principalmente do clima. A recomendação é o plantio em meados de setembro, mas até isso está sendo avaliado devido ao regime das chuvas.
A média de calcário aqui é de sete toneladas por hectare para a soja, enquanto que no arroz em média é de apenas duas, pois é mais tolerante à acidez. O outro ponto crucial é a drenagem devido a intolerância da água retida no solo. Já ao arroz, por ser irrigado, as áreas são feitas para a retenção de água. Na entressafra, a recomendação é o plantio de forrageiras para a proteção do solo, seja para incorporação ou para silagem na alimentação animal.
Como esta coluna havia antecipado aos seus leitores e leitoras. O decreto 8.596 do dia 28 de janeiro, mas publicado só nesta segunda-feira, confirmou que a professora Giana da Costa foi designada, para ser diretora da escola Mário Pederneiras, em substituição Valéria da Rosa Castanho Rohr. O motivo do afastamento? Doença.
Samae inundado I. Mais um na longa lista de alta rotatividade da autarquia. Foi nomeado diretor Operacional do Samae de Gaspar, o servidor Vanderlei Fistarol. A aposta é quanto tempo ele fiará na função.
Samae inundado II. Nada como um dia após o outro para se desmanchar os discursos oportunistas. Lembram-se que quando a prefeitura quis e transferiu para o Samae a obrigação dela de limpar as valas de Gaspar, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, afirmava que fazia isso porque a autarquia tinha dinheiro sobrando no caixa dela?
Samae inundado III. E o próprio presidente do Samae, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, confirmava isso, e batia no peito dizendo que esse caixa era resultado da sua capacidade executica e exemplo de gestão na autarquia.
Samae inundado IV. Pois bem. O decreto 8.601, de 28 de janeiro desmente os discursos: por ele, a prefeitura está repassando ao Samae R$500 mil. Ora, se tinha dinheiro sobrando em caixa, qual a razão de pedir e receber esse repasse? As sobras que há lá, se existem, são de taxas cobradas a maior para água e lixo dos gasparenses e que deveriam estar na melhoria desses serviços. Elas estão sendo desviadas para a abertura de valas, obrigação da prefeitura.
Isso não é tudo, tem mais e não é pouco. Uma amostra das aquisições de vales-transportes para os servidores/funcionários da Secretaria Municipal de Educação de Gaspar junto as empresas Coletivo Caturani, Blumob, Viação Verde Vale; Auto Viação Catarinense, Viação Nossa Senhora Dos Navegantes, Auto Viação Rainha, Nosso Sistema de Ônibus Brusque, e Santa Terezinha Transportes e Turismo: R$ 313.500,00.
Ontem houve a primeira sessão ordinária deste ano da Câmara de Vereadores e desta vez sob a presidência do vereador Ciro André Quintino, MDB, que não era quem o governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, o sumido vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB, hoje secretário da Saúde, bem como os vereadores Francisco Solano Anhaia e Francisco Hostins Júnior, ambos do MDB, queriam.
Engoliram outro revés. Dos males, o menor se comparado com a surra surpresa que levaram com o antecessor de Ciro, o vereador Silvio Cleffi, PSC. Todos estão pisando em ovos e se estudando.
Ao menos para as comissões, não teve disputa pelo voto. Reunidos, conseguiram o consenso, ontem, poucas horas da sessão. Mas, tudo está no fio da navalha para o governo. Se ele resolver empombar, vai entornar o caldo.
Para a principal comissão, a Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação estão nela Franciele Daiane Back, PSDB; Francisco Hostins Junior,MDB; Roberto Procópio de SouzaPDT; e Rui Carlos Deschamps, PT, num aparente quatro a zero, ou no máximo três a um para o governo.
Já na de Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização, a coisa pega, apesar dela não ser tão crucial assim. Estão nela: Cícero Giovane Amaro, PSD; Dionísio Luis Bertoldi, PT; Evandro Carlos Andrietti, MDB; e Silvio Cleffi, PSC. Nela, se a coisa for para endurecer contra o governo, será sempre por três a um.
Enquanto isso, a Comissão de Gestão Pública – que já chegou a ser um calo na gestão do petista Pedro Celso Zuchi - também o governo terá refresco com Francisco Solano Anhaia, MDB; o suplente José Ademir Moura, PSC; Mariluci Deschamps Rosa, PT; e Wilson Luiz Lenfers. É outro três a um.
Ilhota em chamas I. A prefeitura vai gastar R$240.414,48 de fotocópias no sistema de locação de equipamentos. O contrato assinado em dezembro para iniciar só em janeiro teve que ser aditado menos de um mês depois de assinado. É que se alegou para tal, o esquecimento duas máquinas para uma secretaria. Hum!
Ilhota em chamas II. Coisa demorada. A prefeitura está fazendo o sexto aditivo com a empresa Greide Engenharia, de Indaial, responsável pela consultoria para a elaboração do projeto de engenharia para revitalização do pavimento, drenagem, melhoria geográfica, implantação de ciclo faixa e reurbanização do entorno da Rodovia SC 412, na travessia urbana de Ilhota, com extensão de apenas 1,7 km. O prazo agora se esticou para seis de abril.
A conta gotas. Lizandra Haeffner Junges foi nomeada comissionada para Superintendente de Saúde, da Secretaria de Saúde de Gaspar. Já atuou no tempo do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt.
Na quinta-feira o PSL de Gaspar faz uma reunião na Sociedade Alvorada, as 19h.
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