28/11/2019
Uma observação feita há dias numa das sessões da Câmara de Gaspar pelo ex-presidente da Casa, médico e servidor municipal, o vereador Silvio Cleffi, PSC, traduz à clara sensação da falta de opção do eleitorado gasparense ao que está posto até aqui: MDB ou PT para outubro do ano que vem. “Se o governo do MDB [Kleber] se justifica, à toda hora, para os seus erros, dúvidas e denúncias que o PT fazia o mesmo, prova-se com isso que nada mudou de um governo para o outro. Ambos estão dizendo que é preciso uma terceira via”, acentuou Silvio olhando fixamente para o líder do governo Francisco Solano Anhaia, MDB, e que já foi PT. Silvio rebatia à mais um dos discursos de Anhaia em defesa do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB.
Mas, esse quadro não deve mudar. A perspectiva é remota. O tempo corre e a chamada “terceira via” em Gaspar não se estabelece, nem mesmo com o vereador Silvio Cleffi. Ele, por exemplo, nasceu na política pelas mãos de Kleber, da mesma Igreja Evangélica e como puxadinho do MDB. E, por isso, Kleber o tem como ingrato. Silvio quis sair da Casa Grande. E assim se tornou presidente da Câmara em 2018 contra a vontade dos “donos” de Kleber. Paga caro até hoje. A “terceira via” não deslancha nem mesmo com Marcelo de Souza Brick, PSD. Político profissional, todos temem à traição de última hora para se unir a Kleber, alegando “falta de dinheiro” para o enfrentamento. Brick quer no fundo um emprego. Além disso, ele se assemelha muito ao discurso de “renovação” de Kleber e que testado, está sob cerrado questionamento. A “terceira via” não se desenha com a direita e os conservadores via o PSL ou o que pode a ser chamado de Aliança pelo Brasil do clã bolsonarista. Depois de surpreenderem nas urnas em outubro do ano passado, estão divididos e brigando feio entre eles, como mostrei na coluna feita especialmente para o portal Cruzeiro do Vale e de ampla repercussão além de Gaspar.
O MDB com Kleber e o prefeito de fato, presidente do partido, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, fizeram da prefeitura uma máquina de empregar cabos eleitorais e ajustar alianças, como se viu com o PDT e PSDB, mais recentemente. É também uma máquina de vingar e diz que se preparou financeiramente para não depender dos pesados impostos dos eleitores via Fundão que vergonhosamente sustenta as campanhas eleitorais. Se o discurso e a realidade assustam por um lado, por outro, anima gente que está amordaçada. O outubro do ano passado foi uma resposta, mas até aqui, não foi um aprendizado. O PT tem apenas uma carta: o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi. As demais, o passado, a lama do partido e ainda a onda conservadora, tratam de descarta-las naturalmente para o próximo outubro. Como se vê, mesmo diante das dificuldades, há uma oportunidade. Contudo, a desorganização, a vaidade, o medo e até mesmo o rabo preso de alguns líderes os impedem de ousar e avançar. Todos estão sendo corridos ou derrotados antes da batalha.
Se MDB e PT são cada vez mais iguais em Gaspar como observa Silvio ao líder de Kleber e a cidade inteira percebe isso, qual a razão para não se ter um concorrente realmente diferente na proposta, na transparência e no resultado para a cidade? A resposta é simples e óbvia: falta uma liderança confiável, capaz de peitar, organizar, orientar e bancar o jogo para ver quem possui melhor articulação diante de uma situação crítica e ainda assim, somar mais votos nesta desigualdade. Na cidade se discute nomes alternativos para prefeito ou vice. Aos montes. Quase tudo velho, inclusive nas práticas e que se assemelham muito ao que se condena no MDB e PT. Ninguém, todavia, está conseguindo montar grupos, ou unir diferentes grupos por uma causa, com a mesma intenção: vencer os iguais MDB (a máquina) e PT (com apenas uma carta). Incrível! Acorda, Gaspar!
O deputado mais votado de Santa Catarina, Ricardo Alba, PSL, de Blumenau, dono do partido nos municípios da região, inclusive em Gaspar, abortou a saída em massa dos filiados daqui para o “Aliança pelo Brasil”, do clã Bolsonaro. Uma parte já havia saído há dois meses depois de uma lavação de roupa em público.
A manobra de Alba é resultado do seu centralismo e da pouca transparência na articulação política. Os bolsonaristas lhe acusam de falta de identidade com a causa. O deputado chegou a circular por aqui com supostos adversários e até sinalizou apoio ao grupo que está no poder de plantão com Kleber sem dar ciência à Comissão Provisória. Soou como golpe.
Esse aborto, contudo, está com os dias contados. Os bolsonaristas vão migrar de qualquer forma para o Aliança. E esse processo no Vale do Itajaí está sendo coordenado pela deputada Ana Campagnolo, desafeta de Alba dentro do PSL. Alba deverá ficar onde está e se aproximar ainda mais do governador Carlos Moisés da Silva. Caso contrário vai ficar órfão – no campo da direita - nesse tiroteio ideológico e de egos.
Em Gaspar quem acabou em sinuca de bico foram os formadores originários do PSL. Eles flertavam com o Aliança depois da rasteira de Alba. O presidente da comissão provisória, Marciano da Silva, está em silêncio. Os bolsonaristas estão se organizando de forma independente e sob a liderança de Demetrius Wolff. Criaram um grupo de Whatsapp e uma página no Facebook: https://www.facebook.com/112236296894980/posts/116016016517008?d=n&sfns=mo
É preciso dar um basta. O Hospital de Gaspar está sendo usado e ao mesmo tempo perecendo. Primeiro não se sabe quem é o dono dele nem quanto é a milionária dívida dele. Segundo, está sob intervenção da prefeitura e o repasse mensal chega a R$700 mil por mês. Terceiro, não há prestação de contas à comunidade; só pedichos. Quarto: a aparência e o tempo de espera no Pronto Socorro é tema frequente de queixas nas redes sociais e imprensa. As mortes decorrentes de possíveis erros médicos, também. Quinto: e suas contas sempre no vermelho.
Na Câmara, vereadores nas peregrinações que fazem às secretarias e gabinetes de deputados em Florianópolis, são informados de que o Hospital é merecedor de R$600 mil do governo do estado. Estaria esta quantia disponível, desde que o interventor apresente a documentação necessária. “Não tem nada. O governo do estado está falido”, rebate o líder do governo de Kleber, Francisco Solano Anhaia, MDB. Alguém está mentindo nesta história. É preciso um basta nos políticos em favor dos doentes.
O PSDB se definha em Santa Catarina e cada vez com cara de nanico. A deputada Giovânia de Sá quer ser presidente e para não ir longe, basta ver quem é ela, basta ver como votou no mandato dela.
Perguntar não ofende: o ex-presidente da Alesc, Gelson Merísio, PSD, representa alguma renovação no PSDB neste mundo em mudanças do comportamento dos eleitores e novas exigências dos cidadãos? Enquanto isso, Napoleão Bernardes, ex-PSDB, continua um zero PSD. Hum!
Discussão lateral na sessão da Câmara de Gaspar sobre a “velha” e a “nova política”. Está provado que a idade não quer dizer nada nessa discussão, pois o velho e o novo se tratam de práticas. E nela, quase todos são velhos, muito velhos.
O MDB de Gaspar está rifando a candidatura de vice-prefeito nas próximas eleições e que hoje é do PP. O MDB já ofereceu a pelo menos quatro outros partidos. Enganação.
Foi o PP do mais longevo dos vereadores e presidente do Samae, José Hilário Melato, que aprontou os rolos da drenagem da Rua Frei Solano. É também o PP do secretário da Agricultura e Aquicultura, André Pasqual Waltrick, que levou o prefeito Kleber a depor da Delegacia naquele caso de invasão de uma Área de Preservação Permanente.
Foi Waltrick que lançou aos colonos a fake news sobre o corte do adubo orgânico oriundo do processamento do fumo em Blumenau como sendo uma ação da oposição. Foi desmascarado. O currículo de besteiras e armações do PP é longo, e por conta disso, diz que continuará onde está. Apostas abertas!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).