09/12/2019
Para abafar a discussão da CPI na sessão da Câmara na terça-feira passada contra o prefeito Kleber (à esquerda), o líder do governo Francisco Hostins Júnior (ao centro) acusou o médico Silvio Cleffi (à direita) de estar segurando projetos que liberam dinheiro para o 13º salário do Hospital.
Corria solta nas redes sociais e aplicativos de mensagens desde a sexta-feira anterior – informação antecipada em detalhes só aqui na imprensa gaparense diante do obsequioso silêncio da restante, apesar de todos terem acesso aos mesmos detalhes que eu tive – de que a minoritária oposição iria instalar na terça-feira passada – como foi - uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI. Era para apurar possíveis irregularidades nas obras de drenagem, pavimentação e reurbanização da Rua Frei Solano, no bairro do Gasparinho.
O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, agiu rápido, não para restabelecer à transparência à comunidade e aos vereadores sobre assunto que sonegou durante o ano todo, mas para desmoralizar quem ousou questionar sobre as dúvidas ainda não esclarecidas nos caminhos formais dos requerimentos e que nem à obrigação por mandado judicial foi capaz de dar um ponto final nesse impasse.
Volto. O que fez o governo do MDB gasparense, do vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP - partido aliás onde está o centro dos problemas origem desta CPI via o mais longevo dos vereadores, hoje presidente do Samae, José Hilário Melato -, bem como do prefeito de fato, presidente do MDB de Gaspar e secretário de Fazenda e Gestão Pública, Carlos Roberto Pereira e do secretário da Saúde, o dentista José Carlos de Carvalho Júnior?
Arrumou uma cortina de fumaça. Criou um fato novo e mentiroso. Ou seja, o poder de plantão, tentou desviar o foco da discussão na sessão de terça-feira na Câmara para não ser a CPI da Frei Solano, mas um suposto atraso de verbas para o Hospital de Gaspar o principal centro das discussões.
E qual o argumento falso para isso? De que estaria faltando, de forma proposital, o parecer favorável do vereador Silvio Cleffi, justamente ele, médico cardiologista do Hospital e servidor municipal como médico de postinho. Como já detalhei várias vezes aqui e a cidade inteira sabe disso, Silvio é cria política de Kleber, mas “divorciado” de Kleber e dos que governam Gaspar, por exatamente contrariar os acertos internos e se eleger, a contragosto do grupo no poder de plantão e que manda em Gaspar atualmente, presidente da Câmara na Legislatura de 2018.
SESSÃO TENSA. JOGO DOS ERROS
Primeiro. A sessão atrasou mais de dez minutos. É que o sistema de transmissão e gravação da sessão pifou. Esta coluna tem sido repetitiva em reportar esse defeito e cobrar melhorias. O presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, e os seus, têm sido repetitivos também: estão solucionando. Por enquanto, só gastos. E que não são poucos.
Segundo. A minoritária oposição se acordou do sonho. Tonta e ainda não bem refeita do knockdown, percebeu e acusou o golpe da realidade desse tipo de ringue e briga a que não está acostumada. Kleber e os seus agiram rápidos para neutralizar a CPI. Fizeram o blocão (MDB, PP, PDT, PSDB) e obrigaram o suplente José Ademir de Moura sair poucas horas da sessão do PDC de Silvio e ir para o PP de Melato e Spengler. Um parêntesis: isso ainda pode dar pano para manga. Tudo isso foi manobrado para tirar uma vaga da oposição na CPI. Expliquei na coluna de sexta-feira feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale.
Terceiro. A oposição e autores da CPI ainda se distraiam do foco da CPI ao ver subraída uma vaga dos autores dela, quando o líder do MDB, Francisco Hostins Júnior, MDB – advogado, que já foi secretário da Saúde na gestão do petista Pedro Celso Zuchi, subiu na tribuna da Câmara para acusar o vereador Silvio Cleffi de estar sentado em dois projetos que liberariam recursos para o Hospital de Gaspar: os PLs 88 e 89/2019.
Quarto. A distração só não foi maior porque o governo errou a mão nesse assunto. Orquestrou a acusação ao vereador estimulando os seus nas redes sociais, os aplicativos de mensagens e usando o sistema Tasy de Recursos Humanos do Hospital, para panfletar irresponsavelmente contra o médico-vereador. Então Silvio, estava minimamente preparado, mas mesmo assim, teve que ficar na defensiva.
Quinto. O governo de Kleber traçou uma tática para encurralar os da oposição, deixando-os à defensiva e com isso, o objeto da CPI ficaria em segundo plano. E até certo ponto, deu certo. O vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB – aquele que não consegue ler os pareceres dos Projetos em que é relator, mas tem um discurso simples, fácil e às vezes, convicente, por exemplo, ao suceder Hostins, chegou ao ponto de afirmar que assuntos como a da autorização de recursos para a Saúde em Gaspar nem deveriam passar pela Câmara. E se isso fosse obrigado, que deveriam acontecer em menos de 24 horas. Andrietti - e ninguém - explicou onde a demagógica proposta do vereador encontraria guarida no Regimento Interno, na Cponstituição. E se esse tipo de assunto não precisasse mesmo do referendo do Legislativo, então está na hora de fechar o parlamento e economizar ainda mais recursos para a cidade e os cidadãos gasparenses.
Sexto. O PL 88/2019 do prefeito Kleber “autoriza o município de Gaspar a anular e suplementar saldos de dotações orçamentárias e criar créditos especiais no orçamento vigente da administração direta e indireta e dá outras providências”. Ele deu entrada na Câmara no dia 12 de novembro em caráter de urgência; esse regime não foi quebrado. Então o prazo dele venceria, naturalmente, no dia 27 de dezembro, repito, 27 de dezembro, ou seja, depois do encerramento das atividades da Câmara.
Sétimo. Então é falsa, irresponsável e até difamatória à afirmação estimulada pelos governistas leais a Kleber e ao governo de plantão nas redes sociais, aplicativos de mensagens e nos discursos da Câmara, de que Silvio, o relator geral da matéria estaria atrasando o seu parecer na Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização – onde a oposição possui maioria. Havia um acordo informal de que esta matéria estaria liberada por Silvio no dia dois de dezembro. E ele cumpriu. As demais comissões liberaram no dia dez. E vai a votação amanhã, dia dez.
Oitavo. Recuperando: prazo limite para votar essa matéria em regime de urgência é dia 27 de dezembro, é um PL altamente complexo inclusive para os técnicos da própria Câmara, como eles próprios reconhecem, e são eles que ajudam o relator no parecer. Outra. Ninguém da prefeitura fez gestão para acelerar, e em nenhum lugar do PL 88 está escrito, assim, com todas as letras, que parte daqueles quase R$1,5 milhão da Saúde de média e Alta Complexidade é para pagar o 13º salário dos funcionários do Hospital de Gaspar. Ou seja, mais uma vez, faltou total transparência do governo Kleber com a coisa pública, tão séria, necessária e urgente.
Nono. Ora, uma gestão eficiente, como se rotula a de Kleber, Luiz Carlos e Roberto Pereira, deveria ter sido capaz de antecipar a necessidade de 13º dos funcionários do Hospital – que está numa intervenção marota da prefeitura. Deveria ter enviado o Projeto de Lei bem antes do dia 12 de novembro, sabendo que ele tinha prazo de 45 dias para tramitação, aprovação na Câmara e ainda corria - como toda matéria complexa - riscos de questionamentos que poderiam atrasá-lo. A incúria administrativa do Executivo de Gaspar, foi transferida como culpa para o Legislativo. É isto que verdadeiramente avança em Gaspar. Numa empresa particular, um gestor eficiente, responsável, e cioso com seus empregados, teria “reservado” todos os meses, a parte do 13º, ou então ido bem cedo ao gerente do banco (no caso à Câmara) e pedido o empréstimo, dando garantias e explicando para que precisava. Mas, em Gaspar...
Decimo. Já o PL 89 é da própria mesa diretora da Câmara e onde está Silvio, que não o assinou. São R$500 mil de sobras do Legislativo para o Executivo destinar a mais de 400 procedimentos cirúrgicos simples. Não tem nada a ver com 13º salário dos funcionários do Hospital, se realmente o dinheiro vai para aquilo que está rubricado e foi pedido por Kleber. Mas...
A MENSAGEM FAKE NO SISTEMA DE RH OFICIAL DO HOSPITAL CONTRA O MÉDICO E VEREADOR SILVIO
Quem é o responsável por essa mensagem de incitação? O grupo gestor do Hospital? O secretário de Saúde? Ou o prefeito? Eles podem ser responsabilizados. Se alguém for atrás disso, vai sobrar para gente pequena.
“Veja o que estava escrito no Sistema Tasy, oficial de comunicação entre os que trabalham no Hospital de Gaspar:
Pessoal, esse é o projeto de lei que autoriza a suplementação do nosso orçamento pra saúde. Contempla o repasse para o hospital para pagamento de 13º e do salário dos colaboradores deste mês. Por questões políticas o relator médico da secretaria de saúde e também da clínica médica do hospital Dr. Silvio Cleffi, não está dando a devida agilidade e avançar nos trâmites legislativo.
É importante que todos saibam do problemas que isso poderá vir a acarretar.
Lembrando que o pagamento deveria ser feito nesta sexta feira, aos colaboradores por ser o 5º dia útil.
Não foi pautado nesta sessão de hoje, qual seja ficará TALVEZ para a próxima terça”.
O que diz Silvio sobre isso:
“Eu acredito que o Tasy deva ser utilizado somente para assuntos médicos e administrativo-financeiro. Existe um texto que podemos utilizar para divulgar informações internas. Não acho "politicamente" correto utilizar de uma ferramenta médica para divulgação de assuntos políticos, no mínimo é anti-ético pra não dizer imoral. Mas o Tasy para nosso trabalho diário é maravilhoso. Não tenho grandes ressalvas...”
Volto. Este texto no Tasy mostra, de forma clara, como o governo Kleber se estabelece na vingança contra quem não se alinha incondicionalmente ao seu esquema político de poder. Volto para lembrar aos meus leitores e leitoras: o Hospital de Gaspar está sob intervenção municipal. É uma máquina aparelhada para desmoralizar, constranger e humilhar, inclusive na imprensa. Então, esta mensagem tem origem e responsável. Em última instância, o próprio prefeito se ele não apurar e punir os autores. No ambiente cibernético, está lá registrado quem entrou e disseminou a informação no sistema. Fácil, fácil.
KLEBER E OS SEUS SEMPRE EMPAREDAM OS POLÍTICOS PARA NEGAR À TRANSPARÊNCIA. NO CASO DA FREI SOLANO O CASTIGO ESTÁ VINDO A CAVALO
São diversos os exemplos em que o governo Kleber usa os eleitores, a comunidade, os partidários, os analfabetos, ignorantes, desinformados via os seus cabos eleitorais, redes sociais e aplicativos de mensagens para manobrar contra os vereadores e com isso, livrar-se das explicações a que está obrigado a um poder constitucionalmente a fiscalizar o Executivo. É uma vergonha, como dia Boris Casoy. É repetitivo.
Eu não vou emendar nada além desse tema chamado Rua Frei Solano, para provar como uma coisa se atrelada à outra e que Kleber se enrola nele próprio. No fundo, Kleber está sendo castigado por seus erros, abusos e vinganças que arma aos que lhe questionam, naquilo que eles podem – como cidadãos - ou devem como instituição - fazê-lo.
Começou com a aprovação, na marra, da montanha empréstimos. Kleber e os seus, alegavam que Gaspar ficaria parada se os vereadores, sem tempo adequado para inquirir e tirar dúvidas como queriam, não aprovassem os diversos projetos autorizando Gaspar a pegar empréstimos na rede bancária oficial.
Hoje, esses empréstimos, depois de desgastar tanto os vereadores da oposição na opinião pública, estão disponíveis, mas a prefeitura está limitada a pegá-los. E por que? Não possui capacidade de endividamento e porque as licitações não andam ou são feitas conforme as regras para acessá-los.
Com o dinheiro disponível nos bancos, veio ladainha mentirosa de que os vereadores seriam os culpados se as águas das trovoadas de verão batessem às portas dos moradores e comerciantes da Frei Solano se, a obrigação de fazer valas, não passasse da secretaria de Obras e Serviços Urbanos para o Samae, que nunca fez esse serviço, mas iria usar as “sobras” de caixa, para deixar dinheiro nos cofres da prefeitura para “outras prioridades”.
Detalhe: mais uma vez a Kleber colocou o projeto na Câmara em cima da hora e queria aprova-lo na marra, sem explicações. E conseguiu. Foi às rádios, às redes sociais, aos aplicativos de mensagens, aos cabos eleitorais que os têm na coleira com empregos públicos e botou o povo da Frei Solano no cangote dos vereadores que queriam mais explicações. Tudo aprovado.
A mais outro erro. Ao invés de licitar a obra, resolveu pelo expediente do pregão cuja esperteza mais tarde foi condenada pelo Tribunal de Contas para outras iniciativas. A empresa Raymonde foi a escolhida para fornecer tubos e assentá-los. Um desastre. Tudo documentado. Vieram os questionamentos no tal requerimento de fevereiro que o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, ficou chupando o dedo. Ele próprio, fez um ofício ao prefeito Kleber explicando as dúvidas. Era tempo de corrigir. Kleber mandou bananas. Em novembro completou um mês de agonia. Até hoje não se conhece oficialmente o projeto. A Raymonde foi embora e deixou tudo fora do gabarito. A nova empresa, a Engeplan, ganhou a licitação para terminar a obra por R$5,7 milhões. Não terminou. Tinha que refazer parte do serviço da Raymonde. Uma confusão só. Kleber a mandou embora. O negócio está na Justiça. Vem mais prejuízos para os pagadores de pesados impostos. Kleber prometeu assumir a obra. Não assumiu. Viu-se terceiros por lá e que não eram os da segunda colocada.
Resumindo tudo: cansados, os vereadores da dita oposição, depois de mais de um ano sendo enrolados – inclusive em mandados se segurança não cumpridos, de denúncias ao Ministério Público engavetadas – resolveram testar a fama de copo fechado que a administração de Kleber espalha por aí que possui: montaram a CPI.
Kleber e os seus estão pedindo truco. Quem vai abrir primeiro?
Ironicamente, esses vereadores da minoritária oposição dizem que a CPI não é para cassar Kleber, mas para apenas esclarecer o que ele nega em informações para eles há mais de um ano, e agora, claramente, manobra, como se viu na sessão de terça-feira, para esconder o que eles querem saber ou desconstituir as provas que a oposição diz possuir contra Kleber.
Entretanto, se esse jogo continuar assim, o final não será tão feliz como prevê e quer Kleber. E precisava tudo isso? Quem é mesmo orienta Kleber? E depois a fama de vingança era do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt ou Bernardo Leonardo Spengler, ambos também, do MDB. Será? Parece coisa de DNA. Acorda, Gaspar!
O que apareceu nas redes sociais neste final de semana? Um convite para assistir hoje pela manhã a entrevista do sindicalista Sérgio Luiz Batista de Almeida, na rádio Sentinela. Está no post: “pré-candidato a prefeito de Gaspar”. Em photoshop caprichado, Sérgio esconde o partido. Qual a razão disso? Ele estava na comissão provisória do PSL. Sérgio que já foi vereador, presidente do Sintraspug de Gaspar, também já esteve filiado no PSDB e até no PR quando foi candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada da ex-vereadora Ivete Mafra Hammes, do MDB histórico. Outra pergunta, para encerrar: Sérgio está saindo do PSL ou está com vergonha dele? Acorda, Gaspar!
Quantos defeitos e prédios mal construídos levam esses fatos denunciados e documentados ao noticiário? Dezenas! Ainda mais quando eles são construídos com dinheiro público e habitados por gente humilde. Na maioria dos casos, só a publicidade desses fatos, os dramas das pessoas e famílias enrolados pelos poderosos (construtoras e financiadores) são os únicos meios para ajudá-los nas provas e na sensibilização contra os agentes financiadores e construtoras na reparação necessária e mínima.
Mas, em Gaspar, os donos das notícias pensam diferente e possuem um conceito próprio de jornalismo. Se tentam controlar os veículos formais, são furados pelos fatos e fake news nas redes sociais e aplicativos de mensagens.
Veja o que eu li na coluna Chumbo, do proprietário e editor do Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt.
"Um dos blocos do Residencial Tivoly, no Gasparinho, foi interditado há pouco mais de uma semana pela Defesa Civil. É que a construção estava completamente rachada e causava muito perigo a 16 famílias. O Cruzeiro do Vale foi procurado por alguns moradores para explanar a situação e conversou com a Defesa Civil. Só que o síndico não gostou muito da matéria (que já foi publicada no site do jornal). Ele até ligou direto no meu celular falando o que bem entendia. O engraçado é que ele é uma pessoa bem crítica sobre os assuntos em geral. Mas, quando trata de algo do seu interesse, prefere “que ninguém divulgue”. É só dar uma pesquisada no google quantas interdições de prédios acontecem por aí para ver que esse assunto é sério e merece, sim, ser divulgado. Como diz meu amigo Herculano: Acorda, Gaspar! Acorda, Serlau Antunes!"
Volto. Serlau é um servidor público. Combativo (e isso é bom!). Ele estava sempre lá na Câmara defendendo os interesses corporativos. E de lá, onde não pode se manifestar, era comum ver ele interferindo nas falas dos vereadores. Serlau é fonte de frequentes denúncias, ou dicas, sobre os mais diversos fatos controversos da cidade, ou seja, Serlau sabe muito bem como usar e para que serve a imprensa e o jornalismo.
Mais. Serlau foi candidato a presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar – Sintraspug. Perdeu. Ainda bem! Pois pelo jeito, seria mais um coronel no poder contra a notícia e os fatos de interesse público, bem como inimigo da transparência daquilo que cobra dos outros ou que precisa de explicação. Aliás, há três dias lhe passei uma mensagem querendo saber o que aconteceu. Silêncio até agora.
Serlau não está sozinho. A imprensa livre – ainda mais numa cidade cheia de donos - é um problema quando ela não está, gratuitamente apesar dela custar para o dono – a seu mando, medo e serviço. Ainda bem que o Cruzeiro do Vale é adulto e diferente. Por isso, possui credibilidade e líder. E foi isso que os moradores do Tivoli viram e seu síndico, o “dono” do condomínio, não. Acorda, Gaspar!
A CPI contra Kleber exigirá muito cuidados de parte a parte. O governo tomou cuidados especiais e deu o primeiro tombo no primeiro round na oposição. Da esquerda para a direita: Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Souza, PDT que vão defender o prefeito. No outro lado estarão Dionísio Luiz Bertoldi, PT e Cícero Giovane Amaro, PSD.
Os nomes dos titulares do governo na CPI são os Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Souza, PDT. E a oposição nomeou como titulares da CPI, Dionísio Luiz Bertoldi, PT e Cicero Giovane Amaro, PSD. Isso é informação. Os dois suplentes da CPI são Silvio Cleffi, PSC, pela minoria e que pediu a CPI, e Francisco Solano Anhaia, MDB, pelo governo.
O presidente e o relator da CPI só serão conhecidos esta semana quando a CPI vai se reunir, se houver quórum para tal. E a indicação de relator e presidente é a primeira “guerra” do grupo de quatro. Trabalhar de fato, só no ano que vem. A CPI da Frei Solano tem 120 dias para concluir os trabalhos, mas esse tempo poderá ser prorrogado. O governo que matar a CPI logo pela via administrativa (algum erro formal ou vício).
Os dois representantes titulares do governo Kleber foram escolhidos a dedo na bancada exatamente para isso: são advogados. E Roberto Procópio de Souza, vejam só, foi quem comandou a oposição em 2018, inclusive na tática de emparedar Kleber com mandados de segurança para ver seus requerimentos atrasados serem respondidos pelo prefeito. Chegou até a trazer a antiga RBS Blumenau para fazer uma intervenção ao vivo na Câmara, para comemorar a decisão judicial ganha contra Kleber. Se a tática do governo falhar, a CPI poderá se esticar e quando mais perto da eleição, pior na imagem devido o debate e à sustentação das redes, aplicativos e até de parte da imprensa sobre o assunto.
Os tempos e os políticos mudam.
A CPI da Frei Solano nasceu exatamente porque o prefeito não respondeu a um requerimento feito pelo vereador Dionísio. E quando Kleber respondeu obrigado pela Justiça num mandado de segurança, o fez incompleto, zombando por meses da própria Justiça e do Legislativo, o qual possui o papel constitucional de fiscalizar o Executivo.
Paradoxalmente quem ensinou à oposição fazer isso na Câmara – Roberto Procópio -, agora vai defender o governo Kleber
Roberto Procópio e seu PDT - já pertenceram ao governo do petista Pedro Celso Zuchi. Procópio aderiu ao governo Kleber ao final de 2018. E entre tantas trocas para isso, estava a do governo Kleber apoiá-lo para ser presidente da Câmara. Kleber e Procópio levaram uma rasteira na própria base de apoio a Kleber e perderam para o atual presidente Ciro André Quintino, MDB, que em tese, por ser governista, deveria ter votado em Procópio, e não secretamente nele próprio.
Kleber diz que a CPI é sobre um assunto requentado e que já deu explicações na Câmara. Não é verdade. Se é requentado, não precisava manobrar como manobrou e tentar sufocar a CPI. As explicações do requerimento do vereador Dionísio continuam incompletas. E a "audiência" que os técnicos de Kleber fizeram na Câmara não conseguiram sequer levar o projeto da obra assinado por um engenheiro. Serviu apenas para palanque e gravação de uma live de apoiadores que dependem da prefeitura para espalharem nas suas redes sociais. O objetivo além de puxar o saco, desmoralizar a oposição e até mesmo este colunista que vem tratando o assunto desde o início contra o silêncio da imprensa formal de Gaspar.
Os tempos e os políticos mudam.
Por outro lado, em outra ironia, na banca titular oposicionista da CPI contra Kleber, estará a sua cria política, irmão de igreja pentecostal, funcionário público municipal e médico cardiologista, Silvio Cleffi, PSC. Kleber e Silvio se divorciaram quando Silvio se sentindo excluído do poder, num acordo em que o mais longevo dos vereadores e presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, foi usado pela oposição, coordenada pelo vereador Procópio.
A manobra articulada por Procópio nos bastidores não só deu o troco em Kleber, como o deixou o governo fragilizado e em minoria na Câmara. O resultado fez o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB, correr da secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa – feita para si na Reforma Administrativa - e se asilar na secretaria da Saúde, de onde comandou o governo.
Silvio derrotou Franciele Daine Back, cujo PSDB nem era governo naquela época, mas ela se alinhou informalmente a Kleber na noite da contagem dos votos, para dar maioria na Câmara, e por isso, seria recompensada com a presidência da Câmara. Foi derrotada numa cena patética onde o governo Kleber estava em peso na plateia para bater palmas para ela e viu Silvio eleito, articulado por Procópio com os votos do PT e PSD e PDT e do próprio Silvio.
Agora, Procópio e Silvio estarão em lados opostos. E o primeiro tombo na CPI foi o governo Kleber quem deu, quando manobrou para criar o blocão MDB, PP, PDT e PSDB, para impedir que a oposição tivesse a maioria dos seus membros.
E quem é a presidente do blocão criado para enfrentar a CPI? Franciele. É que o PSDB depois manobrar para tirar a ex-vereadora e candidata derrotada a prefeito, Andreia Symone Zimmermann Nagel da presidência do PSDB gasparense, entregou-o a Jorge Luiz Prucinio Pereira (presidente da Fundação Municipal de Esportes e Lazer). Finalmente, com essa manobra, o PSDB saiu da informalidade e se tornou um partido do governo Kleber.
Tanto Hostins como Procópio, são hábeis e possuem conhecimento minimamente técnicos para se impor ou manobrar na Comissão para o menor dano possível a Kleber, em ano de eleições. A oposição vai ter que tirar cartas da manga, mesmo tendo provas irrefutáveis como alega. Tudo será feito para que os relatórios não sejam contundentes ou conclusivos, evitando-se que eles cheguem às mãos do Tribunal de Contas do Estado e até Federal (pois o uso de empréstimos de instituição Federal pode se configurar improbidade administrativa contra a União - ou Gaeco. Acorda, Gaspar!
Aos agentes públicos e políticos de Gaspar, não custar reproduzir isto do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Ayres Brito, quando o STF era uma instituição estável e referência da Justiça brasileira. “Que tal internalizarmos que licitação tem que ser ‘lícita ação’? E que o vocábulo candidato vem de ‘cândido’ ou moralmente puro, tanto quanto a palavra ‘candidatura’ vem de ‘candura’ ou pureza ética?
O ex-presidiário Luiz Inácio Lula da Silva promete carne barata no prato do pobre? Muito bom! Entre elas picanha? Hum! Acho que sou mendigo.
Lula antes disso deveria prometer a volta dos 14 milhões dos postos de trabalho que o partido do líder sindical fez desaparecer com o seu poste Dilma Vana Rousseff; não mais roubar e devolver os bilhões de reais dos pesados impostos do povo que sumiram em várias tragédias como mensalão, petrolão, eletrolão, fundos de pensão, BNDES...
O blocão criado por Kleber Edson Wan Dall, MDB, para barrar ou atrapalhar a CPI contra ele, foi tão rápido que esqueceram de criar um nome para ele.
É preciso uma CPI da Saúde em Gaspar. O PT é o pai da intervenção municipal no Hospital. Ele não queria passar algo em torno de R$250 mil por mês há dez anos para o Pronto Atendimento e que era a sua obrigação. Acusava a gestão do Hospital daquela época de roubos, pois entendia que aquele dinheiro (R$250 mil) era demais e dizia não entender a história de rombos.
Então fez a intervenção marota e para animar a plateia, dar emprego à companheirada, gerar notícias e polêmicas, montou uma “comissão” para apurar e apontar os ladrões do dinheiro público. Espera-se até hoje pela conclusão da tal comissão.
O MDB quando assumiu o poder com Kleber continuou a intervenção marota. Falta de dinheiro público e dos gasparenses não foi.
E por que? Hoje o Hospital de Gaspar com a imagem lá no chão, recebe da prefeitura em torno de R$1 milhão por mês. E o rombo? Continua aumentando avisa a prefeitura aos gasparenses.
Pior. Nenhum gestor profissional para lá. Só comitês de gente pequena. Aí tem. O Hospital é um saco sem fundo. São campanhas comunitárias, doações, emendas parlamentares, repasses de tudo o que é tipo e nada que dê sustentabilidade ao Hospital, um ente sem dono conhecido. Você já viu alguma coisa sem dono ir para frente?
O dia em que separarem o que se compra com e sem licitação na secretaria da Saúde para o Hospital e no Hospital, vão entender melhor a dinâmica do Hospital e da razão de se perpetuar intervenção. É a cortina de fumaça para que tudo se torne específico e emergencial. Assim o dinheiro tem canal direto e sem controle da prefeitura para ele e fornecedores.
Outra coisa que vou repetir pela enésima vez e que não me cansarei, como àquela fantasia que se tentava narrar (o PT e a esquerda do atraso vive de narrativas) à cidade sobre como a do Instituto Federal que foi parar no bairro Bela Vista e como a segunda ponte de Gaspar – que só depois de chamada de a ponte do Vale - saiu do imaginário e virou realidade nas mãos do presidente da ACIG da época, Samir Buhatem, do presidente da Acib da época, Ricardo Stodieck, e da senadora da época, Ideli Salvatti, PT.
Volto e reafirmo o que já escrevi várias vezes aquiu. Não foi o MDB – gestão do Adilson Luiz Schmitt - que fechou o Hospital de Gaspar e nem foi o PT – gestão de Pedro Celso Zuchi – que o abriu. Quem fechou o Hospital foi o Conselho sob o comando do MDB que era da ala contra o Adilson, mas disputado em chicanas pelo PT do falecido Rodrigo Fontes Schramm.
E por que o Hospital de Gaspar foi fechado? O Hospital estava atolado em dívidas, o espaço físico era um desastre total – elétrico, hidráulico, estrutural, saneamento, oxigênio, fluxo. Como estado, mostravam os estudos por gente do ramo, tudo era impeditivo à sua existência, subsistência, escolha de uma vocação, expansão e sustentabilidade.
A Acig, com ajuda da Fundação Bunge (Sérgio Roberto Waldrich), outros líderes comunitários incluindo o vice de Adilson, Clarindo Fantoni, empresas daqui e de fora, sob a total desconfiança do corpo técnico e clínico deve-se ressaltar, resolverem recuperar fisicamente o Hospital.
E por que insisto nestas três histórias (IFSC, ponte do Vale e Hospital)? Porque fui testemunha delas como diretor da Acig na época de Samir (tinha sido diretor da entidade à época de Francisco Mastella), como funcionário na Bunge na época de Waldrich e como vice-presidente da Comissão de Reconstrução do Hospital (o presidente era o Samir). Tem atas e testemunhos. Vivíamos em reuniões, pressões – incluindo de grupos políticos - e angústias permanentes.
Bem ao final do processo, sai da comissão. Pressenti o golpe do PT - e não concordei e recentemente relembrei num encontro pessoal com Waldrich - que nada fez pelo Hospital, usou indevidamente na campanha, e quis – como abriu – sem um compromisso de sustentabilidade econômica, vocação e foco técnico/clínico.
Recusei-me ir à “festa” de reabertura do Hospital exatamente para não ouvir hipócritas. Como eu previ, o Hospital melhorou fisicamente (até nisso estão desmontando o que se reergueu por falta de manutenção essencial), mas continuou moribundo.
E por que? O Hospital ainda não assumiu o seu papel de Hospital inserido numa região rica nesse ambiente de prestação de saúde de alta qualidade como é reconhecida Blumenau. Quer ser um grande Hospital geral. Entretanto, não consegue sequer ser um pronto-socorro de referência num entrocamento rodoviário estratégico.
Pior. Não se sabe quem é o dono dele e nem é gerenciado por gente qualificada para tal diante de tantos desafios que se tornaram os Hospitais nos dias de hoje. Não se conhece o seu Plano Diretor, nem seu planejamento estratégico de curto e médio prazo, e seu sistema de controle interno é usado para fofoca e campanha política contra os donos do poder e que se apoderaram do Hospital para ser mais uma ferramenta eleitoral. Vergonha. E por que? Porque isso significa a diferença entre a vida e a morte, a saúde, a dor e as sequelas.
Resumindo. O Hospital de Gaspar quando não está nas manchetes que o culpam por mortes, mau atendimento e gestão temerária, é um mero fantoche para discursos de políticos da oposição e da situação. É um sumidouro de dinheiro público, pois até a simples transparência e prestações de contas públicas – que ajudariam à compreensão dos problemas e eventuais soluções - lhes é difícil. Acorda, Gaspar!
Farelo de asfalto, foi assim que a vereador Frranciele Daiane Back, PSDB, qualificou o asfalto que a administração de Pedro Celso Zuchi, PT, colocou há anos sobre os paralelepípedos da rua Heldo Florintino Wan Dall, que liga o Belchior Central a Blumenau.
O líder do PT na Câmara, Dionísio Luiz Bertoldi não perdeu tempo. Perguntou a líder do blocão de Kleber o que se chamaria o asfalto que se esfarela depois de meses assentado no Trevo da Parolli e a Rua Leopoldo Schramm, o Beco. Como se vê, passam os anos, as tecnologias se aprimora, mas os governos as ignoram. E o povo sempre pagando gato por lebre.
Conhecimento. A rua mais longa do Distrito do Belchior, segundo a vereadora e moradora de lá, Franciele Daiane Back, PSD, é a Bonifácio Haendchen. Foi corrigida pelo ex-superintendente do Distrito, o vereador Rui Carlos Deschamps, PT: “a rua mais longa do Distrito é a José Junges”. Hum!
Gaspar só existe na propaganda ufanista e enganosa, ou nas boas intenções dos governantes nas entrevistas sem perguntas. Veja este caso simples. Para as poucas ciclo-faixas existentes na nossa cidade não há sinalização. E não precisa ir longe. Basta ir às ruas Anfilóquio Nunes Pires, Nereu Ramos e José Honorato Muller.
E por que isso é importante? Para determinar os limites de uso daquela parte da via. E só com a sinalização certa, como mostro abaixo, é possível aplicar multas aos infratores. Quando não essa sinalização, as ciclofaixas se tornam terra de ninguém e são ocupadas pelos carros. Parece até proposital.
O que diz o artigo 90 do Código Brasileiro de Trânsito? Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta. O parágrafo primeiro, é bem claro: o órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é o responsável pela implantação da sinalização, respondendo pela falta, insuficiência ou incorreta colocação.
Resumindo, mais uma vez está faltando a ação do Ministério Público diante da reiterada e há anos omissão da Ditran, da prefeitura e da própria Câmara sobre o assunto. Acorda, Gaspar!
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