10/04/2018
Não passa uma sessão da Câmara que o presidente Silvio Cleffi, PSC, que é médico, não lembre aos demais vereadores, ao seu fã clube (segundo ele, com mais de 12 mil só num artigo na internet) e aos do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, de que ele, Silvio, está sendo o “salvador” da caótica situação onde está metida a Saúde Pública de Gaspar.
Foi isso o que aconteceu, mais uma vez na sessão de terça-feira da semana passada. A de ontem não ainda não pude assisti-la. Tinha outra prioridade com o fedor do lixo.
Silvio noticiou, vejam só, que finalmente, o novo secretário da Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira, o prefeito de fato - e que ainda não deixou como prometeu a super-secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa -, está visitando os postinhos de saúde e conhecendo a realidade deles.
Não me diga que a secretária Maria Bernadete Tomazini e que Silvio “aprovou” depois de ajudar a derrubar a primeira secretária de Saúde do governo Kleber, a técnica Dilene Mello Jahn dos Santos, não fazia isso? Mostra-se a distância do gestor da linha de frente para lá encarar os problemas que diz administrar.
Então, Tomazini, por inversão da política de Saúde municipal, cuidava apenas da burocracia e das necessidades do Hospital – um sugadouro sem fim de dinheiro público -, ao invés de priorizar os postinhos, a policlínica e a farmácia básica no atendimento da população dos bairros, desassistida, doente e pobre? Não ia ao campo ver a dura realidade? Mais de um ano para se fazer o óbvio? Hum!
Já escrevi aqui sobre esse assunto e os passos de interferência que o doutor Silvio faz na gestão de algo que não está sob a sua responsabilidade administrativa na prefeitura. Ela é retratada numa frase atribuída ao político mineiro Tancredo Neves: “esperteza, quando é muita, vira bicho e como o dono”. Já comeu. Poderá comer outra vez.
E na terça-feira, ele mostrou, como atua nessa área, mesmo estando na oposição. Relatou as melhorias que foram e estão sendo feitas no postinho do Bela Vista, a seu pedido. Então é o não cúmplice do resultado?
QUEM INTERFERE PRECISA ASSUMIR O BÔNUS E ÔNUS
Segundo Silvio, o “Pacto” que ele propôs para “unir todos”, mas só uniu a oposição na Câmara já é, em menos de um mês, o propulsor desse “milagre”, no comportamento no governo de Kleber. Será? Mas, Kleber – que criou o político Silvio - não fazia exatamente o que Silvio tinha lhe orientado para continuar seu aliado, antes de Silvio lhe trair para ser presidente da Câmara e deixar Francieles Daiane Back, PSDB do MDB, viúva e choramingando pelo caminho?
Já desapareceram os problemas, é isso? Não há mais filas nos postinhos, no ambulatório do Hospital e nas especialidades da policlínica? Não faltam remédios na Farmácia Básica? Bastou um anúncio oficial de que mudou o secretário, um anúncio de um plano óbvio e mais dinheiro, com a promessa de manter o Hospital como sugadouro – come R$600 mil por mês e deixa uma dívida mensal de outros R$200 mil - que tudo se inverteu?
Salvam-se os médicos. Penalizam-se as pessoas pobres. O dinheiro que falta nos postinhos, policlínica e farmácia, está lá no Hospital, que ninguém sabe de quem é ele.
Kleber fez o que o doutor Silvio, quando aliado, recomendava e a Saúde dos pobres só piorou; já o Hospital se salvou, mais uma vez, para os médicos e agora nas mãos do doutor Pereira.
Silvio bandeou para o outro lado, e no outro lado, em maioria, com a faca e o queijo na mãos, com os votos do PT, PDT e PSD, arrumou um “pacto marqueteiro da saúde” para continuar a interferir nesse assunto. E como Kleber se mexeu, está tratando de dizer que continua interferindo, “melhorando”, naquilo que ainda não melhorou nada? E se tudo continuará ruim, quem o doutor Silvio culpará desta vez? Que saída e “pacto” irá bolar para se livrar da culpa solidária que tinha com a gestão de Tomazini?
PIOR DO QUE ESTÁ NÃO PODE FICAR. SIMPLES ASSIM!
O que fez o governo Kleber mudar de paradigma nesse assunto não foi apenas a oposição que embarcou tarde demais nesse assunto.
Foi, sinceramente, o gemido da população que não aguentava mais o sofrimento. Foi a aproximação de uma campanha eleitoral e que tornaria todos que estão no poder, fracos cabos eleitorais. Foi a possibilidade da oposição reocupar o espaço que perdeu, na armadilha que fez ao MDB e PP, com a intervenção marota do Hospital.
Era tão óbvio esta receita desastrosa para a Saúde Pública – três secretários em apenas 13 meses -, que não teve como escondê-lo da cidade, dos cidadãos, das redes sociais, da imprensa e especialmente aqui, onde martelei desde o primeiro dia de governo, antevendo o resultado que veio.
E o resultado veio, naturalmente. O erro era e continua sendo estratégico e tático. Dava-se voz e vez a curiosos, políticos e aos médicos que queriam salvar a si e o Hospital. Eles não se importaram com o deficiente atendimento na rede pública onde está a massa que os elege e até os sustenta nos impostos.
É só olhar os meus artigos desde janeiro de 2017. Simples assim! Não tenho votos. Não peço votos. Não quero votos. Nunca fui filiado a partido algum – que acho serem importante na vida de todos nós. Não sou gestor público. Apenas comento sobre resultados. E eles abundam.
Tanto abundam, que o principal secretário de governo de Kleber, deixou a presidência do MDB, a principal secretaria do governo para ser “apenas”, o secretário da Saúde. Há prova mais contundente do que essa?
Não fui eu quem mudei de opinião e de ação. Foi Kleber, Luiz Carlos, o doutor Pereira, o doutor Silvio e muitos outros que perderam a mão, não deram prioridade ao que se errava, não enxergaram o problema como solução e se meterem num buraco que eles próprios criaram. Destruíram até o próprio slogan de governo “eficiente” e estão obrigados a correrem atrás do prejuízo. E se mudaram é porque não estava dando certo.
Então Kleber tentará fazer diferente, e gastará o que o doutor Pereira orgulhosamente anunciou como “economia” à custa do sofrimento alheio e do desgaste do poder de plantão - arrotada como uma vantagem administrativa. Tentará dar lustro político – e será difícil -, para reparar um erro da sua teimosia e das suas frágeis alianças em defesa do corporativismo médico de Gaspar. Nada mais que isso. O resto é discurso para analfabeto, ignorante e desinformados, mesmo que estejam nas redes sociais e saibam escrever.
DISCURSO, PODER E OS SOFREDORES
O que o presidente da Câmara, o autor do “pacto unindo de todos pela saúde” e médico quis dizer com o seu discurso na terça-feira passada? Que o “todo-poderoso” secretário e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, ajoelhou-se para ele? Pode ser! Afinal, Silvio está presidente de um poder que é constitucionalmente fiscalizador. Mais: está num bloco de maioria contra o governo Kleber e onde o doutor Pereira é assumidamente o articulador de tudo. Juízo é o mínimo que o vereador Silvio espera de Kleber e do doutor Pereira para a posição privilegiada em que ele se auto-estabeleceu.
Então Kleber e o doutor Pereira vão gastar as “economias” naquilo que não deviam ter economizado (mais de R$20 milhões no primeiro ano)? E de quebra, vão passar o recibo eleitoral e político – inclusive para um aprendiz - de que isso só aconteceu porque a oposição assim quis (aplicar recursos e arrumar a caótica Saúde Pública), por que o doutor Silvio que era o seu aliado, foi para o outro lado para reforçar o time de exigências e lá se tornar herói perante a cidade. É ruim, heim?
Afinal quem é ou será o secretário de Saúde de Gaspar? O doutor Pereira ou o doutor Silvio?
Dilene não servia porque era técnica e queria dar prioridade aos postinhos; Maria Bernadete não serviu porque fez o que lhe orientaram fazer, como era de se esperar, mas deu tudo errado. Já o doutor Pereira, não conhece a área. Então, ficará refém de gente conhecida do seu partido que interfere nesse assunto há anos? Ou ficará refém também do doutor Silvio quando aliado focou no Hospital, tanto que indicou o atual gestor de lá, e deixou os postinhos – onde trabalha em um deles, o do Bela Vista -, em segundo plano?
O vereador Silvio, não custa lembrar, agora é um oposicionista. E como nos resultados de Dilene e Maria Bernadete, não vai se responsabilizar se algo não der certo, inclusive naquilo que palpita e barganha para si, a corporação e o novo grupo político. Acorda, Gaspar!
O Projeto de Lei Complementar 01/2018 de Kleber Edson Wan Dall, MDB, foi retirado pois seria rejeitado na sua proposta original. Ele voltou com uma Emenda Substitutiva Global. O PLC cria seis novas vagas de “auxiliar de direção”. Elas deixaram de existir em 2015 com a extinção do cargo de Diretor Adjunto nas escolas municipais de Gaspar. Esses auxiliares de direção são para escolas com mais de 400 alunos.
A emenda é dos vereadores Roberto Procópio de Souza, PDT e Rui Carlos Deschamps, PT. Ela altera a forma de ingresso nesses cargos e funções. Na proposta de Kleber elas eram reservadas a comissionados de livre nomeação e exoneração. Agora, será exclusivo para efetivos, em funções gratificadas.
E quem também assina a emenda com os dois vereadores da oposição? O vereador Francisco Hostins Júnior, MDB, líder do governo.
Ora, se era para ser assim como afiança o líder do governo, qual a razão de ter sido reservado incialmente essas vagas somente aos comissionados? Como se vê, o governo de Kleber, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, da secretária de Educação Zilma Mônica Sansão Benevenutti, MDB, e do prefeito de fato, secretário da Saúde, mas que ainda acumula a super secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, MDB, gosta de tropeçar nas próprias pernas.
O governo de plantão em Gaspar não entendeu que está em minoria na Câmara e que, em tudo, terá mais dificuldade e por isso precisará de mais negociação na barganha que a majoritária bancada da oposição imporá. Esse quadro de fragilidade para Kleber, só ficou assim, depois que sua cria política e amigo, inclusive de fé, o médico Sílvio Cleffi, PSC, trocou de lado para ter a presidência da Câmara.
E para encerrar e mostrar como o improviso domina o governo. Este PLC 01/2018, está emendando a Lei Complementar Municipal nº 80, de 2 de agosto de 2017. Ou seja, está emendando uma lei aprovada quando Kleber tinha a maioria na Câmara e podia lá, ter feito o que queria fazer agora, mas terá que aceitar o que é razoável – e correto - negociado com a oposição. Faltou organização e principalmente eficiência na visão até mesmo de curtíssimo prazo. Acorda, Gaspar!
Primeiro: festa sem pessoas que sabem festar, não é festa. E quem fez o sucesso do Baile do Havaii no último sábado em Gaspar, sem nenhuma dúvida, foram as pessoas de Gaspar, principalmente os jovens, os da Gaspar acordada.
Segundo: uma festa sem a organização é apenas um encontro. E a editora daqui, Indianara Schmitt, com a sua equipe, tratou disso com competência, mais uma vez. Continuou, inovou e remoçou o que seu pai, Gilberto, proprietário e editor sonhou, começou e é marca da cidade, do jornal e portal Cruzeiro do Vale.
Terceiro: eu perdi a festa por escolha, e lamento. Muitos perderam, até porque havia uma limitação de lotação. A foto “olho de peixe” de Michel Amilton, resume a wave do ambiente. Agora, só no ano que vem.
Quarto: o que se viu por lá foi pouco político. Bateram ponto o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, e o atual secretário de Desenvolvimento, Celso Oliveira, um habitué da festa. Também estava lá o secretário da Agricultura de Gaspar, André Pasqual Waltrick.
Quinto: não podia deixar de registrar. E pensar que políticos no poder de plantão até já tentaram terminar com a festa dos gasparenses arrumando dificuldades e até concorrência. Ninguém substitui na marra a competência, originalidade, credibilidade e a determinação. Acorda, Gaspar!
Este foi o título tema da coluna de segunda-feira. Polêmica, como todas. Genuína. Bombou!
Mas o que os meus leitores e leitoras escreveram aos políticos e eles dizem que não precisam de retorno, apesar de necessitarem dos votos e dos impostos dos eleitores e eleitoras? Vou replicar alguns. Aos demais que deram opinião no facebook e na área de comentários do portal Cruzeiro do Vale, as minhas desculpas.
“Isso é o reflexo de uma classe que não consegue ler e interpretar uma única frase. Uma classe que por não conhecer sua função de homem público usa as redes para postar fotos em bairros e em locais recheados de puxa sacos. Uma classe medíocre que vive de conveniências. Pobre do infeliz que está no cargo querendo aplausos. Pobre do infeliz que acredita que é útil diante do descaso social. Medíocres façam o que se propuseram a fazer” (Sérgio Henning).
“Muito obrigada Senhor Herculano por nos defender dos políticos que ao invés de trabalhar pelo povo, usam a tribuna e suas confortáveis poltronas em couro almofadado para criticar quem ousa cobrar dignidade na prestação dos serviços públicos pagos com o dinheiro do nosso bolso. A saúde não está ruim só neste mandato. Faz tempo que estamos à deriva. Mas quem se elegeu o fez fazendo promessas. Os cargos de confiança prometidos foram empossados, mas a qualidade da saúde pública não seguiu o mesmo lema. Queremos só o que pagamos mas não levamos (Odete Fantoni).
“Eles que se preocupem em fazer um trabalho bem feito, em vez de se preocupar com o que falam na internet”. (Edgar e Ivanete Testoni).
“Engraçado que pra ganhar voto ninguém amaldiçoava as redes sociais. Espero que eles lembrem disso nas próximas eleições”! (Meri Zuchi).
“Vereador Wando chamou o povo que o critica de ‘Hipócrita’! Dizendo que deveria falar pessoalmente pra ele e não pelas redes sociais! O que eles [vereadores] podem fazer é mudar o horário das sessões para começar às 18h. Aí poderemos falar na cara deles todos! Bora mudar?” (Nicolau Morais).
“Conquistaram seus cargos na base da mentira. Falta de caráter tanto que depois das eleições, pouco se vê realizações de obras importantes. O túnel do Sertão Verde é uma mata preservada dentro do túnel. Quando chove precisa de uma bateira. Se for falar tudo, passava o dia escrevendo etc. Respeito se conquista com bom caráter, já cargo tenho minhas dúvidas”. (Marlene Silva).
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