22/03/2018
ARENA OU RINGUE? I
Antes, quero reafirmar que sou favorável à ideia e à implantação da Arena Multiuso de Gaspar onde ela está “projetada”. Até já dei – há muito - entrevista à rádios locais reafirmando e explicando esta minha posição. Todavia, o que o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, fez com proprietário da área, Gerhard Horst Fritzsche, ex-dono da Sulfabril, aqui e Blumenau, além de uma irresponsabilidade para com o município e seus sucessores, foi na verdade uma vingança a um ex-empresário. Só porque Gerhard tomou decisões nos seus negócios – certas ou erradas, dependendo do ponto de vista – e por elas, supostamente, prejudicando seus empregados. Gerhard fechou a Sulfabril, mas sem o viés político. E sim, como resultado da (preventiva ou má) gestão e movido pela conjuntura de mercado da época. Zuchi e o PT sindical arquitetaram a desapropriação da Fazenda Juçara não apenas para ser uma Arena Multiuso e produzir um bem para a cidade e os cidadãos, mas muito mais: para ser um palanque e atender o senso de sobrevivência do discurso partidário-ideológico. Nada mais. Nunca olharam a real viabilidade da ideia. Desde então, a Arena virou um ringue de disputas, acusações e embates na Justiça.
ARENA OU RINGUE? II
Agora, num intervalo dessa luta disfarçada entre classes, o próprio Gerhard abre diálogo. Permite, por Gaspar e os gasparenses, o uso provisório das suas terras para os eventos como o Rodeio, Stammtisch, ExpoGaspar, Festa da Cerveja entre outras neste ano. Foi exatamente diálogo que faltou ao PT e Zuchi que “tomaram” as suas terras, numa desapropriação xucra. A ex-administração fez (e faz) propaganda enganosa aos amigos, aos eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados nesta matéria. Tornou pública aos próximos e aos gasparenses, terras particulares como se nada devesse ao dono delas, após colocar preço indecentemente irrisório. Zuchi obteve uma imissão de posse – algo provisório – naquilo que vale hoje mais de R$30 milhões. Um escracho à vista de todos. Sem segurança jurídica, botou lá dinheiro público com melhorias. Temeridade pela qual precisa ser responsabilizado. Agora, que a Justiça disse que se o município quiser a área terá que pagá-la pelo que ela vale como se nua estivesse, sabe-se, então, o tamanho da aventura e encrenca.
ARENA OU RINGUE? III
É certo que Gaspar precisa de algo como a Arena Multiuso. Nenhum município da região tem à disposição um terreno em local estratégico para um ser um grande parque de eventos, lazer, promoções, congressos, saúde, verde e esportes não apenas para os gasparenses. Está no Centro da cidade, com ligações rápidas com Blumenau, Vale e Litoral pela BR 470 ou Brusque pela Ivo Silveira. Mas, é certo que precisa negociar e pagar por ele, além de gastar muito mais em infraestrutura. Deveria ser fruto de um projeto estruturado e não uma vingança, ou da pequenez das disputas partidárias, erros, palanques ideológicos e pretensas punições sociais. É preciso um plano sólido de médio prazo, bancado com verbas federais e estaduais. E por que? Os recursos daqui devem estar prioritariamente reservadas à Saúde, Educação, Manutenção, Estruturação Viária e Desenvolvimento Social. É mais uma arapuca que Zuchi armou, como a do Hospital, das ruas inacabadas e o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, caiu nela. Com diálogo, desarmou sem colocar a mão no bolso dos gasparenses. Entretanto, a Arena continua sendo uma armadilha e um ringue. E a eleição que o PT mira é a de 2020. Kleber falha na estratégia, na escolha qualificada dos seus agentes e na comunicação. Acorda, Gaspar!
Credibilidade comunitária! O proprietário e editor do jornal e portal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, encampou mais uma ação social. Liderar a reconstrução de uma casa, desta vez destruída por um incêndio no Barracão. Conseguiu arrecadar até aqui, na comunidade, algo em torno de R$25 mil em materiais. A reconstrução começa na semana que vem.
Utilidade. Comprado no final do ano passado a peso de ouro ainda na gestão de Ciro André Quintino, MDB, os lap-tops dos vereadores terá mais uma serventia: a votação. A mudança do Regimento Interno para se permitir isso, deu-se na última sessão.
Espertos demais. Exatamente um dia depois da Câmara retirar unanimemente do Código Tributário a regulação da cobrança do lixo, para deixá-la só em lei específica, o Samae anunciou o aumento das taxas para os gasparenses.
A aventura que come dinheiro. A prestação de contas do Hospital mostrou em números arredondados que ele recebe por mês da prefeitura R$600 mil, recebe outros R$400 mil de várias fontes, incluindo os serviços que presta a terceiros e recursos vindos dos governos do estado e federal. Mas o buraco hoje subiu para quase R$200 mil mensais. Ulalá!
Quando houve a intervenção da prefeitura petista no Hospital, o qual ninguém sabe quem é o dono, era porque ela achava que R$200 mil por mês repassados era muito e tinha gente roubando parte disso. Nunca acharam os ladrões e o repasse hoje é três vezes mais, exatamente o dinheiro que está sendo retirado dos postinhos, policlínica e farmácia básica, que atendem os doentes pobres nos bairros.
Esse buraco de R$200 mil por mês é o mais preocupante. E não vai ser estancado. Eu conheço essa ladainha desde os anos de 1980. Outra armadilha do PT ao governo ao atual governo. E ele caiu como um patinho e não for coisa combinada.
Olho. Para não repetir o relator de projetos na Câmara e dar chances iguais a todos, há uma caixa com os nomes deles numa tirinha. A medida que um é sorteado, se não houver impedimentos, o nome do vereador não volta para a caixa sem antes todos tenham sido sorteados.
Há duas sessões, o nome do vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, não se sabe como, voltou antes do tempo e foi sorteado. A assessoria da mesa diretora, atenta, corrigiu. Mas...
Na terça-feira, a majoritária oposição na Câmara de Gaspar, momentaneamente, acusou o golpe. O prefeito eleito Kleber e o “novo” secretário de Saúde e prefeito de fato, o advogado Carlos Roberto Pereira, MDB, “murcharam” o balão das cobranças na área de Saúde ao anunciar horas antes, o “Gaspar mais Saúde”.
Restou então à oposição não perder a pose. O médico e presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, cria e ex-aliado de Kleber, não foi ao lançamento, pois “lhe avisaram em cima da hora”. E sem conhecer direito as propostas, afirmou que o anúncio de Kleber já era “resultado do movimento” que ele e a oposição tinham iniciado há duas semanas na Câmara. Essa gente gosta de comida crua para arrotá-la cozida aos analfabetos, ignorantes e desinformados.
Ilhota em chamas I – Vira e mexe, o administrador se contradiz aos próprios discursos com os atos. O prefeito Érico de Oliveira, MDB, de Ilhota, aquele que o filho Jean Carlos diz nas redes sociais que é “prefeito por esporte”, quer diminuir a verba à Educação. Estaria “gastando demais”. O seu limite é o constitucional de 25%.
Ilhota em chamas II – Se “economiza” na Educação por um lado, emprega correligionários comissionados a rodo no outro. Um contrassenso. Deve ser coisa da “administração por esporte”.
Ilhota em chamas. III – Um inquérito aberto pela Promotoria Pública que cuida da Moralidade Pública na Comarca de Gaspar, vai investigar se houve desvio de função de funcionário público pelo prefeito Érico de Oliveira. De assessor de comunicação foi transformado em “espião”, naquele episódio da ex-secretária da Saúde, a enfermeira Jocelene da Silveira, mulher do ex-presidente do MDB, o médico Lucas Gonçalves.
Ilhota em chamas IV – A mesma promotoria, liderada por Andreza Borinelli, mandou abrir inquérito para ver se há irregularidades no aumento de 194% das diárias do prefeito de Ilhota, bem como para vice, secretários e servidores exageradamente desproporcionais à inflação do período.
A comunicação do governo de Gaspar é falha. O chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP, tem culpa direta nisso. Na inauguração das ruas Pedro Schmitt Júnior e Artur Poffo, faltou povo para tão importantes obras iniciadas no governo de Pedro Celso Zuchi, PT.
O ato fazia parte do calendário comemorativo dos 84 anos do município. Foram mal convidados. Apareceram 13 moradores.
E o protocolo da prefeitura no evento “não deixou” o vereador do Poço Grande, Wilson Luiz Lemfers, PSD, falar naquela solenidade feita para pouquíssimos. Motivo? Wilson é da ora majoritária oposição? Inacreditável! Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).