13/09/2018
A paz violenta I
A coluna de hoje – e para o respiro dos políticos de todos os matizes daqui - foge um pouco do padrão e sai dos assuntos da aldeia (Gaspar e Ilhota) – e que são muitos. O tema afeta de qualquer forma os aldeões. Eles estão irracionalmente divididos e sem olhar que essa “guerra” que está para se iniciar não mata apenas pessoas, mas principalmente a economia, os investimentos, sonhos, esperanças e à construção de um futuro com mais segurança sob todos os aspectos para a cidadania, estado e os cidadãos.
A paz violenta II
O presidenciável Jair Bolsonaro, PSL, é radical, é tosco. Tudo é resolvido na porrada. E numa das propostas dele, acha que armando as pessoas de bem com armas de fato, letais, vai se combater os criminosos de todas as espécies, onde a vida, o bem-estar e o respeito à lei ou às pessoas e instituições, não são valores essenciais ou mínimos para os tidos como bandidos. Tese imediatista, simplista, populista e agradável aos ouvidos de quem está atrás de uma boa desculpa para usar e ser violento ao invés de debater, dialogar, mediar e solucionar. Bolsonaro, antes mesmo de ser eleito, provou com a própria dor e limitação física (e quase com a sua própria vida) de que a sua tese é furada, frágil e perigosíssima.
A paz violenta III
Cercado de seguranças, armados, inclusive profissionais e experimentados policiais federais, Bolsonaro foi surpreendido, em público, por um anônimo, um bocó, aparentemente sem levantar suspeita a gente experimentada de que teria aquela atitude hostil e criminosa, com uma facada quase fatal no candidato. O bandido, o demente, o agressor sempre se vale da surpresa e impede a nossa reação, e quando impensadamente a fazemos (ou a esboçamos por puro reflexo de defesa), levamos a pior. Pagamos caro. E qual o crime de Bolsonaro para o seu algoz? Apenas pensar diferente e defender, de forma legítima, esse ponto de vista, que só pode ser contestado na palavra, no contraditório, no voto. Nunca na morte.
A paz violenta IV
Radicais e populistas que tentaram armar as suas populações civis com a mesma melodia da morte que faz Bolsonaro aos incautos, radicais, desinformados e gente de boa-fé, criaram facções para o “nós” contra “eles”; o certo e o errado; montaram julgamentos justiceiros. Essas facções ideológicas, políticas e de poder permanente, lutam até hoje, matando gente que simplesmente discorda de quem está ou quer o poder – e muitas vezes nem se sabe bem para que; a sede de vingança é por qualquer motivo; renega-se à Justiça – com todos os seus defeitos, cara e lenta - como mediadora do estado nos conflitos. Ataca-se a esmo gente que nunca foi bandida ou criminosa, como se define na lei em vigor.
A paz violenta V
Fico nos exemplos que nos rodeiam e que tomam o noticiário de hoje. Foi assim na Colômbia que tenta a pacificação depois de décadas e milhares de mortes. É assim com Daniel Ortega, na Nicarágua. Foi com Hugo Chavez que teve a benção dos miliares e é assim, com Nicolás Maduro, na Venezuela, que além dos militares, num país quebrado, pobre, faminto, dividido com gente armada dos dois lados, e sem saúde, ainda possui a benção dos narcotraficantes no estado policial paralelo. Estopim permanentemente aceso para justificar atrociadades.
A paz violenta VI
O discurso de Bolsonaro é falso e perigoso. Não há direita, nem esquerda. Há suicídio. Há vingança. Esta história de armar o povo para combater inicialmente os criminosos que o estado não os detêm por ser o estado frágil, desorganizado e corrupto, sabe-se como termina: combate-se, normalmente, quem apenas está inconformado com a falta de emprego, de lei, de saúde, de educação, de alimentos, de segurança e transparência e cobra isso dos governantes. Enquanto isso, o bandido comum, devido ao caos e a divisão das facções políticas, continua a assaltar, roubar e a matar, mas com a proteção dessas gangues partidárias organizadas, criadas por gente sabida, oportunista, em busca do poder. Elas usam o discurso fácil perante aos cansados de tanta impunidade e corrupção. Mal sabe essa gente, que estará dando aval democraticamente nas urnas livres para a corrupção a uma gangue, ampliando o conflito entre elas com o dinheiro e o sofrimento do povo. Wake up, Brazil!
Trapiche
Alívio. O ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes e o senador Dalírio Beber, ambos do PSDB, por falta de provas, tiveram nesta semana da Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, à ministra Rosa Weber, do STF, o pedido de arquivamento do inquérito que investigavam ambos no possível recebimento de recursos em caixa dois da Odebrech, para a campanha de 2012 .
Tempo de campanha. A sessão da Câmara de Gaspar desta terça-feira foi vapt-vupt. Durou uma hora. As últimas – e há muito - tinham estourado o limite de três e gente ficou esperneou por ter suas falas cortadas.
Cara de pau. O deputado Federal Valdir Colatto, PMDB, do Oeste, está em campanha de reeleição e pedindo votos em Gaspar. Está se justificando dizendo que destinou emendas para cá.
Collato foi o que tirou parte das verbas da duplicação da BR-470. O fato está explicitado “na moção de desagravo”, aprovada por unanimidade pelos vereadores de Gaspar, mostrando o repúdio e indignação contra a atitude do parlamentar.
Os outros deputados que concordaram no corte das verbas para a duplicação da BR 470 e remanejá-las para outros cantos do Brasil foram, segundo a votação e o mesmo desagravo: Carmen Zanotto,PPS, do Planalto Serrano; João Rodrigues, o preso, PSD, do Oeste; e mais dois do MDB: Celso Maldaner, do Oeste e Ronaldo Benedet, do Sul. Fica a lição.
Fazendo escola. Egídio Ferrari que foi eficiente e destacado jovem delegado em Gaspar, acaba de ser indicado delegado regional em Blumenau. Isso já aconteceu antes com Juraci Darolt, Ademir Serafim e Paulo Norberto Koerich.
A administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, novamente por erro próprio na estratégia, comunicação e arrogância, levou um banho dos servidores municipais e do Sintraspug, na rejeição da tal proposta mal explicada do “Prêmio Assiduidade”.
Até o fechamento desta coluna na quinta-feira, o pessoal do paço, tonto, não sabia ainda o que fazer com o resultado. Acorda, Gaspar!
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).