Armar a população com a frágil desculpa de autodefesa só aumenta a insegurança, o perigo e o descontrole num estado frágil e corrupto. - Jornal Cruzeiro do Vale

Armar a população com a frágil desculpa de autodefesa só aumenta a insegurança, o perigo e o descontrole num estado frágil e corrupto.

13/09/2018

A paz violenta I

A coluna de hoje – e para o respiro dos políticos de todos os matizes daqui - foge um pouco do padrão e sai dos assuntos da aldeia (Gaspar e Ilhota) – e que são muitos. O tema afeta de qualquer forma os aldeões. Eles estão irracionalmente divididos e sem olhar que essa “guerra” que está para se iniciar não mata apenas pessoas, mas principalmente a economia, os investimentos, sonhos, esperanças e à construção de um futuro com mais segurança sob todos os aspectos para a cidadania, estado e os cidadãos.

A paz violenta II

O presidenciável Jair Bolsonaro, PSL, é radical, é tosco. Tudo é resolvido na porrada. E numa das propostas dele, acha que armando as pessoas de bem com armas de fato, letais, vai se combater os criminosos de todas as espécies, onde a vida, o bem-estar e o respeito à lei ou às pessoas e instituições, não são valores essenciais ou mínimos para os tidos como bandidos. Tese imediatista, simplista, populista e agradável aos ouvidos de quem está atrás de uma boa desculpa para usar e ser violento ao invés de debater, dialogar, mediar e solucionar. Bolsonaro, antes mesmo de ser eleito, provou com a própria dor e limitação física (e quase com a sua própria vida) de que a sua tese é furada, frágil e perigosíssima.

A paz violenta III

Cercado de seguranças, armados, inclusive profissionais e experimentados policiais federais, Bolsonaro foi surpreendido, em público, por um anônimo, um bocó, aparentemente sem levantar suspeita a gente experimentada de que teria aquela atitude hostil e criminosa, com uma facada quase fatal no candidato. O bandido, o demente, o agressor sempre se vale da surpresa e impede a nossa reação, e quando impensadamente a fazemos (ou a esboçamos por puro reflexo de defesa), levamos a pior. Pagamos caro. E qual o crime de Bolsonaro para o seu algoz? Apenas pensar diferente e defender, de forma legítima, esse ponto de vista, que só pode ser contestado na palavra, no contraditório, no voto. Nunca na morte.

A paz violenta IV

Radicais e populistas que tentaram armar as suas populações civis com a mesma melodia da morte que faz Bolsonaro aos incautos, radicais, desinformados e gente de boa-fé, criaram facções para o “nós” contra “eles”; o certo e o errado; montaram julgamentos justiceiros. Essas facções ideológicas, políticas e de poder permanente, lutam até hoje, matando gente que simplesmente discorda de quem está ou quer o poder – e muitas vezes nem se sabe bem para que; a sede de vingança é por qualquer motivo; renega-se à Justiça – com todos os seus defeitos, cara e lenta - como mediadora do estado nos conflitos. Ataca-se a esmo gente que nunca foi bandida ou criminosa, como se define na lei em vigor.

A paz violenta V

Fico nos exemplos que nos rodeiam e que tomam o noticiário de hoje. Foi assim na Colômbia que tenta a pacificação depois de décadas e milhares de mortes.  É assim com Daniel Ortega, na Nicarágua.  Foi com Hugo Chavez que teve a benção dos miliares e é assim, com Nicolás Maduro, na Venezuela, que além dos militares, num país quebrado, pobre, faminto, dividido com gente armada dos dois lados, e sem saúde, ainda possui a benção dos narcotraficantes no estado policial paralelo. Estopim permanentemente aceso para justificar atrociadades.

A paz violenta VI

O discurso de Bolsonaro é falso e perigoso. Não há direita, nem esquerda. Há suicídio. Há vingança. Esta história de armar o povo para combater inicialmente os criminosos que o estado não os detêm por ser o estado frágil, desorganizado e corrupto, sabe-se como termina: combate-se, normalmente, quem apenas está inconformado com a falta de emprego, de lei, de saúde, de educação, de alimentos, de segurança e transparência e cobra isso dos governantes.  Enquanto isso, o bandido comum, devido ao caos e a divisão das facções políticas, continua a assaltar, roubar e a matar, mas com a proteção dessas gangues partidárias organizadas, criadas por gente sabida, oportunista, em busca do poder. Elas usam o discurso fácil perante aos cansados de tanta impunidade e corrupção. Mal sabe essa gente, que estará dando aval democraticamente nas urnas livres para a corrupção a uma gangue, ampliando o conflito entre elas com o dinheiro e o sofrimento do povo. Wake up, Brazil!

Trapiche

Alívio. O ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes e o senador Dalírio Beber, ambos do PSDB, por falta de provas, tiveram nesta semana da Procuradora Geral da República, Raquel Dodge, à ministra Rosa Weber, do STF, o pedido de arquivamento do inquérito que investigavam ambos no possível recebimento de recursos em caixa dois da Odebrech, para a campanha de 2012 .

Tempo de campanha. A sessão da Câmara de Gaspar desta terça-feira foi vapt-vupt. Durou uma hora. As últimas – e há muito - tinham estourado o limite de três e gente ficou esperneou por ter suas falas cortadas.

Cara de pau. O deputado Federal Valdir Colatto, PMDB, do Oeste, está em campanha de reeleição e pedindo votos em Gaspar. Está se justificando dizendo que destinou emendas para cá.

Collato foi o que tirou parte das verbas da duplicação da BR-470. O fato está explicitado “na moção de desagravo”, aprovada por unanimidade pelos vereadores de Gaspar, mostrando o repúdio e indignação contra a atitude do parlamentar.

Os outros deputados que concordaram no corte das verbas para a duplicação da BR 470 e remanejá-las para outros cantos do Brasil foram, segundo a votação e o mesmo desagravo: Carmen Zanotto,PPS, do Planalto Serrano; João Rodrigues, o preso, PSD, do Oeste; e mais dois do MDB: Celso Maldaner, do Oeste e Ronaldo Benedet, do Sul. Fica a lição.

Fazendo escola. Egídio Ferrari que foi eficiente e destacado jovem delegado em Gaspar, acaba de ser indicado delegado regional em Blumenau. Isso já aconteceu antes com Juraci Darolt, Ademir Serafim e Paulo Norberto Koerich.

A administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, novamente por erro próprio na estratégia, comunicação e arrogância, levou um banho dos servidores municipais e do Sintraspug, na rejeição da tal proposta mal explicada do “Prêmio Assiduidade”.

Até o fechamento desta coluna na quinta-feira, o pessoal do paço, tonto, não sabia ainda o que fazer com o resultado. Acorda, Gaspar!

Edição 1868.

Comentários

Herculano
16/09/2018 16:20
NÃO É FAKE NEWS. O PT NÃO TEM MEDO DE REVELAR O SEU PLANO PARA SER PRESIDENTE. COISA DE QUADRILHA E SEM LIMITES. "HADDAD IRÁ ASSINAR INDULTO PARA LULA NO PRIMEIRO DIA DE GOVERNO", DIZ GOVERNADOR PETISTA DE MINAS GERAIS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto do site especializado Infomoney. Se for eleito, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) irá assinar um indulto para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro dia de governo. A declaração foi feita pelo governador de Minas Gerais e candidato à reeleição, Fernando Pimentel (PT), à líderes políticos e simpatizantes em evento no sábado (15).

"Vamos eleger Haddad presidente da República, e eu tenho certeza que, eleito, o Haddad irá assinar no seu primeiro dia de governo um indulto para o presidente Lula, irá tirá-lo desta prisão injusta e arbitrária", disse Pimentel. As informações são do jornal Estado de Minas.

Segundo a publicação, o governador ressaltou o compromisso de sua candidatura com a libertação de Lula, por considerar que ele tenha sido condenado e preso injustamente e sem provas.

"Eu tenho orgulho de ser amigo do presidente Lula", afirmou no evento. Ele disse ainda que Minas Gerais mudou o jeito de governar e que o PT foi "para o meio do povo, para o interior do Estado, nós governamos de frente para o povo mineiro".
Herculano
16/09/2018 10:04
CIRO SOBRE JUCÁ: "É UM GÂNGSTER"

Conteúdo do BR 18. Em campanha na capital de Roraima, Boa Vista, o candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) ficou com os nervos à flor da pele ao ver um jornalista "do Romero Jucá" durante uma entrevista coletiva, informou o Estadão. Depois desse encontro, os ânimos do presidenciável ficaram bastante exaltados, e, do palanque, Ciro chamou o senador do MDB de "gângster" e não poupou ataques.

"Eu venho para mediar esses conflitos e ver se ajudo a arrancar daqui um das piores figuras da política brasileira que é esse canalha que lidera todos os governos e que agora, como bandido que é, fala mal de Michel Temer para aparecer enganando o povo de Roraima", disse.
Herculano
16/09/2018 09:59
PT PAGA A 'MORTADELAS' VIRTUAIS POR ENGAJAMENTO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O PT criou a nova modalidade de "mortadelas online", na campanha de 2018. Funciona assim: usuários recebem pontos por conteúdos compartilhados nas suas próprias redes, como Facebook, Twitter e Whatsapp. São usuários remunerados por "engajamento". Quanto mais curtir e compartilhar, mais "pontos" ganha. Os pontos são trocados por dinheiro. O Ministério Público já recebeu denúncia sobre a "atividade".

NEGóCIO É ESPALHAR
"Engajamento" é qualquer interação que um usuário de redes sociais tiver com o conteúdo, como curtidas, compartilhamentos etc.

ELEITOR REMUNERADO
Os usuários que mais ganharem pontos em um mês podem chegar a receber mais de R$2 mil pelo "engajamento".

OBJETIVO: GANHAR DINHEIRO
Em vídeo explicativo aos usuários, os responsáveis pelo aplicativo do PT dizem, com todas as letras: "o objetivo aqui é ganhar dinheiro".

CRIME ELEITORAL?
A legislação eleitoral permite propaganda eleitoral na internet, mas não o impulsionamento pago de conteúdo por terceiros.

OPOSITORES 'ESQUECERAM' LADROAGEM, O PT CRESCEU
Candidatos não-petistas a presidente, como Geraldo Alckmin (PSDB), têm cometido o erro primário de ignorar o "inimigo" histórico comum a todos: o PT de Lula. Em vez de manter os petistas no "canto do ringue", as campanhas preferiam "desconstruir" a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL), atacando-o sem trégua. Enquanto isso, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT) corria por fora, praticamente sem opositores.

CRESCIMENTO
Não por acaso, a pesquisa do Datafolha, sexta (14), atribui 13% das intenções de voto para Haddad, metade dos 26% de Bolsonaro.

SALVADORES DA PÁTRIA
Além de ser apresentado como substituto de Lula, Haddad e o PT ainda assumem o papel de "salvadores da pátria".

FREIO DE ARRUMAÇÃO
O crescimento de Haddad deverá fazer seus adversários históricos lembrar, no rádio e na TV, a ladroagem revelada na Lava Jato.

DILMA TEM 22% DE 19%
Falta explicar ao distinto público o desempenho de Dilma Rousseff (PT) nas pesquisas para o Senado, em Minas. Na verdade, ela tem 22% das intenções de voto (Ibope) dos 19% que têm candidato. Na verdade, 81% dos mineiros ainda não sabem em quem votar para senador.

INDECISOS SÃO 66%
Considerando-se as pesquisas Ibope realizadas na última semana em São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul, em média, 66,2% dos eleitores desses estados não têm candidato ao Senado.

NÃO IMPRESSIONOU
Jovens entre 16 e 24 anos não se impressionaram com o atentado contra Jair Bolsonaro, segundo o Ibope do dia 11. No grupo, o candidato do PSL não cresceu, mas se manteve à frente com 28%.

PR OSCILA
O PR de Valdemar Costa Neto elegeu 23 deputados federais em 2006. Em 2010 quase dobrou de tamanho para 41 deputados. Em 2014 esse número caiu para 34, mas já cresceu para 40. Já este ano...

VIÉS DE QUEDA
A candidata da Rede, Marina Silva, está em curva descendente desde o fim de agosto, mostra a pesquisa XP/Ipespe (BR-07277/2018). Ela tinha 13%, foi para 11% no início de setembro e agora tem 8%.

PERIGO DE PARAR
A Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) estima que entre 250 e 300 policiais se aposentam a cada ano. Teme-se que em até 5 anos o efetivo não seja suficiente para manter operações ativas.

CÂMARA DECLINANTE
O percentual de eleitores que se absteve de escolher um deputado federal cresce desde 2002, quando a soma de votos em branco e nulos foi de 24%. Em 2014, chegou a 32%, mostram dados do TSE e Diap.

PROMETER ELE PROMETE
Na eleição de 1998, Ciro Gomes prometeu "no dia seguinte virar oposição radical a FHC", se perdesse. Vinte anos depois ele promete ir embora do Brasil se Jair Bolsonaro vencer a eleição.

PENSANDO BEM...
...tem gente chamando a campanha do PT de "furacão Florence".
Herculano
16/09/2018 08:36
CIRO, ENTRE MORRER NA PRAIA E VENCER, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Candidato é o anti, o filho do meio, o escolhido para bater qualquer um no segundo turno

Ciro Gomes é o único candidato que vence as disputas de segundo turno. Todas.

Nos demais confrontos, há na prática empate, com exceção de um confronto ora improvável.

Ciro bate Jair Bolsonaro com folga e Fernando Haddad de lavada, se lê no Datafolha.

No momento, Ciro é o recurso de segunda e última instância dos que rejeitam petistas e bolsonaristas.

É o candidato no centro geométrico da eleição, embora não ocupe o centro do espectro tradicional da política - e boa parte do eleitorado nem liga para isso.

Ainda assim, seu sucesso depende de dar as mãos para os dois lados, azuis e vermelhos.

Ciro é o "anti". O segundo melhor para muita gente, 30% dos eleitores. O mal menor. O filho do meio. O nome que se dê. Mas corre o risco de ficar de fora do segundo turno, empatado que está com um Haddad em ascensão rápida.

Pensar no segundo turno tem importância considerável nesta campanha de votação muito fragmentada, de repulsas intensas e em que parte relevante do eleitorado fará lances estratégicos a fim de evitar o pior.

Dado que Bolsonaro parece perto do segundo turno e, portanto, haverá luta renhida pela segunda vaga, conviria prestar atenção a alguns dados.

1) O caso Haddad.

O petista tem 13%. Cerca de 32% dos eleitores "com certeza" votariam no nome do indicado por Lula da Silva. Mas apenas 52% acham que Haddad é o escolhido. Outros 34% não sabem quem Lula escolheu. O restante do eleitorado tem informação errada. Tudo mais constante, não é implausível imaginar que Haddad passe de 22% dos votos.

2) A rejeição de Bolsonaro.

Cerca de 44% do eleitorado diz que não vota nele de jeito nenhum. Outros 4% rejeitam todos os candidatos, sem especificar nomes. Difícil afirmar que todos esses 4% enfim rejeitem Bolsonaro (ou qualquer outro candidato), mas pode ser que parte deles o faça. Ou seja, a rejeição do capitão pode estar bem perto da metade do eleitorado.

3) O caso das mulheres.

Os homens ainda são 65% do eleitorado de Bolsonaro. Mulheres, nordestinos e pobres são o grosso do dique que barra vitórias do capitão no segundo turno.

4) Um voto de classe.

Geraldo Alckmin tem votação relativamente maior entre os eleitores mais pobres, mas não tem como crescer muito mais entre eles. Foi abandonado pela elite, perdendo aí até para João Amoêdo (Novo) e Henrique Meirelles (MDB). Resta-lhe a opção de triturar Bolsonaro e, quase ilusão, esperar que eleitores do desvairadamente dividido partido liberal (Amoêdo, Meirelles etc.) prestem socorro.

5) A classe de Ciro.

O pedetista tem votação relativamente mais alta entre os minoritários mais ricos (5% do eleitorado tem renda familiar maior do que 10 salários mínimos, na amostra do Datafolha).

6) A classe de Bolsonaro.

O capitão tem mais apoio entre eleitores de renda familiar de 5 a 10 salários mínimos, também os que mais rejeitam Haddad e Lula. Representam 10% do eleitorado, perto dos "mais ricos", embora famílias com renda de uns R$ 6 mil ou R$ 7 mil mensais, digamos, estejam bem longe da riqueza e, em geral, das elites brasileiras.

7) A julgar pelo que diz o eleitorado com o voto "totalmente decidido", Bolsonaro tem ao menos 20%. Na pior hipótese, pois, ficaria de fora apenas caso dois candidatos chegassem a 21%. Faltariam 8 pontos para Ciro e Haddad, por exemplo. Seria preciso desbastar o capitão, conquistar os indecisos e descarnar Alckmin e Marina até o osso. Difícil.
Herculano
16/09/2018 08:31
27% DO STF DÃO AOS OUTROS 73% PÉSSIMA FAMA, por Josias de Souza

Há no Supremo Tribunal Federal muitos por ques sem porquês. Com fome de Justiça, o brasileiro se pergunta por que certas togas insistem em beneficiar encrencados sem explicar o porquê do desprezo pelo esforço anticorrupção. Antes, o esdrúxulo era oferecido no varejo. Agora, chega no atacado. Em poucas horas, três decisões esquisitas: Gilmar Mendes mandou soltar o tucano Beto Richa. Dias Toffoli suspendeu ação penal contra o petista Guido Mantega. E Ricardo Lewandowski interrompeu um julgamento em que Lula sofria uma goleada: 7 a 1.

O pedido de liberdade de Richa desceu direto para a mesa de Gilmar. Não passou pelo procedimento da distribuição por sorteio. Foi enfiado dentro de um processo já julgado. Envolve uma ADPF, arguição de descumprimento de preceito fundamental. Relatada por Gilmar, resultou na proibição das conduções coercitivas. A ADPF é ferramenta apropriada para a discussão de teses jurídicas, não de casos individuais de pessoas em litígio com a lei.

A "legislação e a jurisprudência do STF não admitem a interposição de ADPF por pessoas físicas", reconheceu o próprio Gilmar em seu despacho. A despeito de anotar que Richa é "parte ilegítima para atuar na demanda", o ministro decidiu agir de ofício, por conta própria. Abriu a cela de Richa e de outras 14 pessoas envolvidas em esquema de superfaturamentos e propinas. Fez mais: proibiu que as prisões preventivas, de cinco dias, fossem convertidas em temporárias, por prazo indeterminado. Com isso, anulou decisão judicial que prorrogara a cana.

Gilmar socorreu Beto Richa como um lobo solitário. O Tribunal de Justiça do Paraná negara habeas corpus ao tucano. O Superior Tribunal de Justiça também rejeitara pedido para abrir a cela de Richa, candidato ao Senado. Gilmar não titubeou.

Dias Toffoli serviu refresco ao ex-colega de ministério Guido Mantega horas antes de assumir a presidência do Supremo. Retirou das mãos de Sergio Moro um processo coabitado por João Santana, o marqueteiro das campanhas petistas, e a mulher dele, Monica Moura. Após acusar o juiz da Lava Jato de "burlar" decisão do Supremo, Toffoli remeteu tudo para a Justiça Eleitoral, onde eventuais condenações são leves como algodão doce. E não resultam em cadeia.

A ação movida contra Mantega e o casal do marketing petista refere-se a uma propina de R$ 50 milhões que Marcelo Odebrecht mandou pagar em troca de duas medidas provisórias. Por meio delas, o governo instituiu o chamado "Refis da crise". Entre as empresas que rolaram seus débitos tributários estava sobretudo a Braskem, do grupo Odebrecht. A coisa é de 2009. A grana suja foi à conta "pós-Itália", colocada à disposição de Mantega. Uma parte cobriu despesas da campanha de 2014.

O caso tem cara de corrupção, rabo de corrupção e patas de corrupção. Mas Mantega enfiou tudo no gavetão das pendências eleitorais. Deu de ombros para o fato de que Mantega, Santana e Monica jamais disputaram cargos eletivos. Não é o primeiro caso de conversão de roubalheira em caixa dois de campanha. Se a moda se estende a todas as ações do petrolão, a Lava Jato vai para as cucuias.

Ricardo Lewandowski suspendeu o julgamento do recurso contra a prisão de Lula no plenário virtual do Supremo, no qual os ministros votam pelo computador. Das 11 togas, oito já haviam votado. O placar era de 7 a 1 pela manutenção de Lula em cana. Ao intervir, o amigo do ex-presidente petista forçou o envio do processo para o plenário tradicional. O placar foi zerado. Caberá a Toffoli, agora o mandachuva da Suprema Corte, marcar a data do novo julgamento.

Juntos, Gilmar, Toffoli e Lewandowski representam 27% da composição total do Supremo. Deram à instituição e aos 73% restantes uma má imagem e uma péssima fama. Formaram um trio monolítico anti-Lava Jato. Tornando-se majoritários na Segunda Turma do Supremo, de cinco membros, implementaram uma política de celas vazias. Votaram sistematicamente contra o trabalho de procuradores, agentes federais e juízes de primeira instância.

A ascensão de Toffoli à presidência do Supremo deve reduzir na Segunda Turma a quantidade de por ques sem porquês. Pelo regimento da Corte, Cármem Lúcia, já na pele de ex-presidente, ocupará o assento de Toffoli na turma. É improvável que ela forme trio com Gilmar e Lewandowski. Mas sempre haverá a possibilidade de um despacho monocrático (individual). Ou de uma decisão liminar (temporária) de ofício (por conta própria). Ou de um pedido de vista redentor - no plenário virtual ou no tradicional.

O Supremo precisa informar que papel deseja desempenhar no esforço nacional anticorrupção. Terá de decidir se continuará sendo parte do problema ou se deseja virar parte da solução.
Herculano
16/09/2018 08:27
A CULPA É DA DEMOCRACIA. SERÁ?, por Marco Antonio Villa, historiador, na revista IstoÉ

A crise política se agrava a cada dia. O sistema político-jurídico edificado pela Constituição de 1988 vive seus últimos dias. Não consegue dar conta da complexidade da moderna sociedade brasileira e de suas contradições. O Estado democrático de Direito se transformou, por mais estranho que pareça, em uma trincheira onde se abrigam os adversários da República. E são muito bem protegidos. Pagam seus protetores com uma parte do quinhão desviado do Erário. À corrupção soma-se a desorganização da estrutura estatal, seu controle pelos inimigos dos cidadãos de bem e uma elite absolutamente descolada das necessidades nacionais.

O País está à deriva. As instituições estão em frangalhos. O amanhã se desenha como um cenário muito próximo do caos. A irresponsabilidade das elites chegou ao ponto máximo. Não há na história brasileira nenhum momento que se aproxima do atual. É a crise mais longa no tempo ?" no mínimo, desde 2013 - e mais profunda, atingindo os três poderes em todas as suas esferas. Uma fagulha poderá incendiar o País. Ao invés de se buscar o caminho da serenidade, do equilíbrio, da solução das contradições por meio do debate franco, aberto e democrático, há uma aposta no quanto pior, melhor.

A desmoralização da democracia caminha a passos largos. É vista por muitos brasileiros como responsável pela crise, pelas mazelas nacionais. Conquista históricas - como a dos direitos humanos - são transformadas em coniventes, da insegurança pública, quando deveriam ser entendidas como direito de todos os cidadãos contra as ações arbitrárias do Estado. Isso ocorre, vale destacar, pela manipulação do discurso pelos extremistas - de direita e de esquerda. Uns atribuindo responsabilidade pela violência, outros dificultando a ação repressiva mais que necessária. E no meio fica a população desprotegida e suscetível às falas dos inimigos da democracia.

Nada indica que esse panorama aterrador será enfrentado e vencido pelas eleições no próximo mês de outubro. A tendência é que a crise se mantenha ou aprofunde ainda mais.

Há uma clara fratura entre a elite e a sociedade civil. E ela aumenta com a permanência dos comportamentos anti-republicanos. Perdeu-se o receio - ou o medo - de que as instituições impediriam a ação dos bucaneiros do Erário. A complacência - algumas vezes, a conivência - das autoridades virou um comportamento rotineiro. Triste Brasil.

Há uma clara fratura entre a elite e a sociedade civil. E ela aumenta com a permanência dos comportamentos anti-republicanos
Herculano
16/09/2018 08:19
CENTRO FICA ESPREMIDO E ELEITOR SE ALINHA EM BATALHA DE EXTREMOS

Crescimento de Bolsonaro e decolagem de Haddad empurram disputa para os polos

Aos poucos, o eleitor se acostuma com a barulheira que chega dos extremos. O crescimento contínuo de Jair Bolsonaro (PSL) e a decolagem acelerada de Fernando Haddad (PT) empurram a corrida presidencial cada vez mais para os polos da disputa. Os apelos do tal "centro" político não se propagam no vácuo.

A população que vai às urnas em três semanas começa a tratar com normalidade a batalha entre uma direita notadamente radical e uma esquerda ferida pelo impeachment e pela prisão de Lula. Haddad está longe de ser um extremista, mas até agora sua moderação foi abafada pela animosidade do partido.

A evolução dos números do Datafolha indica que os eleitores toparam se armar para essa guerra. Em junho, diante de um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, 34% dos entrevistados diziam votar em branco ou nulo. Agora, o índice é de 17% ?"ou seja, metade daquele grupo resolveu escolher um lado, alimentando um empate técnico (41% a 40%).

O principal motivo da variação é o fato de que Haddad era pouco conhecido antes de seu lançamento oficial, mas o resultado reforça a impressão de um rápido alinhamento do eleitorado nas bordas da disputa.

Os chefes do establishment político sabiam que os centristas teriam dificuldade em emplacar um discurso de conciliação. Tentaram, de todo jeito, dar uma cara nova a um velho consórcio de partidos, sondando nomes como João Doria e Luciano Huck, e até flertando com o tom mais raivoso de Ciro Gomes (PDT).

Ainda há 21 dias de campanha pela frente, mas o espaço entre os extremos vai ficando apertado. Bolsonaro tem uma taxa altíssima de apoiadores convictos (75% dizem que não mudam de voto), e Haddad tem um lago enorme para pescar (40% dos eleitores de baixa renda ainda não sabem que ele é o candidato de Lula).

Ciro e Geraldo Alckmin (PSDB) só conseguirão avançar na terceira via se pegarem carona no voto útil. Para isso, precisarão convencer o eleitor a voltar no tempo, quando PT e PSL pareciam opções menos aceitáveis.
Herculano
16/09/2018 08:16
VERGONHA

Extensa reportagem do portal Uol deste domingo, mostra e prova que os cultos das Igrejas Pentecostais viraram comícios eleitorais para recomendar políticos, partidos e demonizar outros.

Lidam com a fé sobre analfabetos, ignorantes e desinformados. Manipulam crentes, fracos e dependentes.

Tudo em nome de Deus. Ou seja, para os poderes dos políticos sem votos como pastores, bispos e outros hierarcas dessas igrejas.

Herculano
16/09/2018 08:07
BAILE DE MÁSCARAS, Carlos Brickmann

Fernando Haddad não é mais Fernando Haddad: é Luiz Fernando Lula Haddad. Quem quiser conhecer suas ideias sobre o Brasil, esqueça: ele diz que seu plano de governo, caso eleito, é chamado de Plano Lula. Mas será um dirigente afirmativo: dirá "sim, senhor" a tudo o que Lula mandar.

Bolsonaro é paz e amor. Ele dizia que, depois de quatro filhos, fraquejou e teve uma filha - mas agora sua campanha preparou um vídeo para reduzir a rejeição no eleitorado feminino (se houver referência a "empoderamento" feminino, entretanto, pode ser rejeitado por chatice). E, hoje, simplesmente adora gays: em outro vídeo, cumprimenta amistosamente um homossexual.

Geraldo Alckmin, que, depois de ganhar quase metade do tempo total da TV, já se via no segundo turno, aceita hoje ser o menos pior. A frase, dita por sua vice, a senadora Ana Amélia, é ótima: "Nem na faca, nem na bala. Vote Geraldo Alckmin". Ana Amélia fez sua parte, Alckmin tem agora de fazer a dele: apanhar de Bolsonaro em seu reduto, São Paulo, é feio demais.

Marina, que qual cometa aparece de quatro em quatro anos dizendo ser a favor do bem e contra o mal, incorporou o mais feroz espírito da floresta; bateu forte no general Mourão, vice de Bolsonaro, que andou se excedendo ao sugerir que a atual Constituição seja trocada por outra, em que o eleitor só tenha o direito de votar num referendo. Marina é suave, Mourão é bravo - mas é difícil reagir contra Marina sem parecer prepotente e grosseiro.

O NOVO CIRO

A surpresa da campanha é Ciro Gomes. Ciro é bom de campanha, tem o que dizer, mas tem também o hábito de se exceder nos comentários e ficar no caminho. Agora está se controlando e pode até chegar ao segundo turno.

AS PESQUISAS

Outra surpresa: as pesquisas não se comportam como era esperado. Alckmin, com TV e tudo, comporta-se como um bom chuchu, Caso se livre da árvore a que está preso, cai, em vez de subir. Nem a TV pôde ajudá-lo: tem o horário gratuito, Bolsonaro tem o tempo todo. Bolsonaro, vítima de atentado, subiu pouco. Está bem na frente, mas já estava antes da facada. E quatro candidatos disputam o segundo lugar, embolados: Marina, Alckmin, Ciro e Haddad.

Mas é cedo para fazer previsões. Quantos eleitores de Lula irão para Haddad? Como os bolsonaristas vão reagir a sua ausência da campanha? Se Haddad subir e Bolsonaro cair, a quem irão os antiesquerdistas dar seu voto: Alckmin? Meirelles, tão sem sal quanto ele mas sem TV? Ciro, talvez - e quanto dos votos que o PT considera seus irão para Ciro e Marina? Serão suficientes para levá-los ao segundo turno?

QUERO SER ELE!

Como homenagem a Lula, Haddad lançou-se candidato na porta da cadeia e, bem treinado, ficou repetindo o nome do padrinho. Levantamento de O Globo mostra que Haddad, em seu primeiro contato com a população, citou o nome de Lula uma vez a cada período de 22 segundos. Fez três discursos, que juntos duraram pouco mais de 11 minutos, e neles citou Lula pelo nome por 31 vezes (houve outras em que o citou, mas sem o nome: só como "presidente" e "ele"). Os animadores de campanha o chamavam de "Fernando Lula Haddad" e "Luiz Fernando Lula Haddad".

O ALCKMIN ELETRôNICO

Geraldo Alckmin fez um divertido programa de TV. Nele, incluiu entre as obras paradas do Governo Federal, em Goiás, o aeroporto de Anápolis. Pois é, o aeroporto deveria estar concluído em 2014, continua em obras, o custo, que deveria ser de R$ 270 milhões, já está em R$ 330 milhões, só que o Governo Federal nada tem com isso: a obra é do Governo goiano, foi iniciada (e deixada por concluir) por Marconi Perillo - um dos coordenadores da campanha de Alckmin. E o vice que substituiu Perillo, José Elinton, PSDB, teve de usar a campanha (está, apesar, ou por causa, do apoio de Perillo, bem abaixo de Ronaldo Caiado) para desmenti-lo.

ELE É MAS NÃO É

Lembre: numa eleição anterior, Ciro Gomes foi massacrado por dizer que tinha estudado só em escolas públicas (havia entre suas escolas uma particular). Pois é: Haddad também entrou nessa. No site do PT, havia esta frase sobre ele: "Mesmo tendo estudado sempre em escola pública, Haddad se formou em Direito pela Universidade de São Paulo, depois se tornou mestre em Economia e doutor em Filosofia".

O jornalista Josias de Souza, do UOL, pesquisou a informação: Haddad fez educação infantil e ensino fundamental em renomada escola particular, o Ateneu Ricardo Nunes; em seguida, fez o Colégio Bandeirantes, um dos mais caros de São Paulo.

QUERO SER ELA!

O PT tirou do site a informação falsa, mas não informou que Haddad, antes do curso superior, só tinha estudado em escolas privadas de elite.

Tudo bem: Dilma não dizia que tinha um doutorado que não tinha?
Herculano
16/09/2018 07:50
MILITARES NA POLÍTICA PRODUZEM ANARQUIA, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Quando não se sabe o nome do ministro da Educação, mas conhece-se o de generais, coisa ruim pode acontecer

Houve um tempo em que se sabia o nome dos ministros da Educação e da Saúde. Depois, as pessoas tiveram que aprender a composição do Supremo Tribunal Federal e conheceram também a péssima opinião que alguns deles têm de seus colegas. Agora começa-se a aprender nome de generais. Há o Villas Bôas, o Mourão e o Augusto Heleno e o presidente do Supremo Tribunal levou um quatro-estrelas da reserva para sua assessoria.

Mau sinal. Faz tempo, quando o presidente Ernesto Geisel decidiu promover Jorge de Sá Pinho a general de Exército, um curioso perguntou-lhe quem era ele.
- É um grande oficial e a prova disso é que você não sabe quem é. (Em 1984 Sá Pinho foi um dos generais do Alto Comando que impediram aventuras contra Tancredo Neves, mas pouca gente se deu conta.)

Quando se sabe o nome de generais, algo estranho está acontecendo. Felizmente dois dos notáveis de hoje estão na reserva. Nada a ver com o tempo em que comandantes de guarnições metiam-se em política. Em 2014 o general Hamilton Mourão comandava a poderosa tropa do Sul e meteu a colher onde não devia e perdeu o comando. Pouco se falou do episódio que em outros tempos abriria uma crise. Ele mesmo reconhece que "andei extrapolando o tamanho da minha cadeira e a autoridade do comandante não pode deixar de ser exercida".

Quando a confusão é enorme, tende-se acreditar que a entrada dos militares na cena política é um remédio de última instância. Não é. Quando os militares ocupam a cena, acaba uma confusão e começa outra, a da anarquia militar.

Um golpe derrubou D. Pedro 2º em 1889 e, dois anos depois, o vice-presidente, marechal Floriano Peixoto, soprou o presidente-marechal Deodoro da Fonseca para fora do palácio. Floriano governou até 1894, esmagou duas rebeliões militares e fuzilou um marechal.

Durante o tumultuado regime constitucional que foi de 1946 a 1964 ocorreram quatro revoltas de generais. O consulado militar outorgou-se o primado da ordem e, mesmo com censura e AI-5, as revoltas também foram quatro: 1965, 1968, 1969 e 1977. Noves fora o Riocentro, de 1981.

Por maior que seja a confusão existente, quando se chamam os militares para botar ordem no circo, cria-se outra confusão, que nem eles são capazes de prever. O projeto de ordem de 1964, com o general Humberto Castello Branco à frente do processo, durou exatamente 12 horas.

AS 12 HORAS DO GENERAL FRANCÊS
No início da noite de 30 de março de 1964 nem o general Olímpio Mourão Filho sabia que derrubaria o presidente João Goulart. Só durante a madrugada de 31 é que ele disparou telefonemas anunciando que se rebelara.

Havia diversas conspirações em curso, mas nenhuma delas estava associada a Mourão, cuja tropa era despicienda. Às oito da manhã o general Amaury Kruel, comandante das guarnições de São Paulo, recusou-se a entrar naquilo que chamou de a "quartelada do senhor Mourão".

No fim da noite, Kruel entrou e decidiu a parada. Restava a João Goulart a tropa do Rio, mas ao longo da manhã ela derreteu. Às 13h do dia 1º de abril o general Castello Branco telefonou a um amigo dizendo que o levante estava vitorioso.

Castello, um general de tintas francesas, prestígio militar e tradição legalista, comandava o Estado-Maior do Exército e parecia ser o chefe da nova ordem.

Na juventude, Castello e Kruel haviam sido amigos, mas desentenderam-se durante os combates de Monte Castelo, na Itália. Faltou pouco para que o "Alemão" encestasse "Tamanco". Nunca voltaram às boas.

Kruel tinha um inimigo no quartel-general, mas tinha também um amigo, o general Arthur da Costa e Silva, inexpressivo e mal falado porém audacioso. Nas horas em que tudo confluía para a sagração de Castello,
os dois entenderam-se.

Por volta das seis da tarde, Costa e Silva estava na sala de Castello com o general Ernesto Geisel e saiu para dar um telefonema noutro lugar. O tenente-coronel Leônidas Pires Gonçalves, que saia de um banheiro, assistiu ao seguinte diálogo entre Geisel e Costa e Silva:

- Por que o senhor não vai assumir o 1º Exército (atual Comando Militar do Leste)?

- Eu vou assumir essa coisa toda, respondeu Costa e Silva. (O "coisa" vai por conta do cavalheirismo de Leônidas.)

À 1h da madrugada do dia 2, doze horas depois do telefonema comemorativo da vitória, Geisel redigiu uma nota informando que "o Excelentíssimo Senhor General Arthur da Costa e Silva" assumira o comando do Exército.

Passados dois anos e uma revolta militar, ele emparedou Castello e tornou-se presidente. Em 1968, emparedou-se noutra revolta e baixou o Ato Institucional nº 5.

Em março de 1964 muita gente achava que era preciso tirar os militares dos quartéis, mas ninguém pensava que a República acabaria na mão de Costa e Silva, nem ele.

EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo está mostrando Pindorama a um cretino sueco que participa de um programa de intercâmbio internacional de idiotas. Até agora não conseguiu responder a uma pergunta do colega:

"Por que no Brasil há filas de pacientes no sistema público de saúde e há filas de médicos oferecendo-se para cuidar de celebridades?"

AULA DE CONDUTA
Diante da frenética corrida dos médicos à cabeceira de Jair Bolsonaro (foram cinco), vale a lembrança de um episódio ocorrido em 2014.

O cirurgião americano Wayne Isom estava de férias quando recebeu um telefonema. Era um colega chamando-o para uma operação e deu-se o seguinte diálogo:

- Estou de férias.

- Mas é uma pessoa muito importante.

- Todos os pacientes são importantes, mas eu tenho que
jogar golfe às 9h.

- Mas eles querem você. (Isom era o mais renomado cirurgião cardiovascular do país.)

- Quem é?

- Não posso te dizer, é uma pessoa importante.

- Se você não pode me dizer, vou jogar meu golfe.

Isom indicou um nome e foi em frente. O ex-presidente Bill Clinton foi operado com sucesso.

RAQUEL DODGE SALVOU TEMER
Deixando Brasília, Michel Temer deveria construir um pequeno oratório para agradecer uma graça recebida da procuradora-geral Raquel Dodge.

Os çabios do Planalto decidiram prorrogar por 30 anos cinco concessões de 13.000 km de ferrovias. Verdadeira girafa, pois os contratos só venceriam em 2026 e a prorrogação iria até 2056.

O Ministério Público Federal sentiu cheiro de queimado e em agosto Raquel Dodge entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade junto ao Supremo Tribunal Federal. Além disso, a pedido do ministério dos Transportes, o Tribunal de Contas da União pegou o caso.

A iniciativa da procuradora empalhou a girafa. Se o bicho andasse, Temer teria outro fardo para carregar. Para quem não lembra, sua encrenca no porto de Santos nasceu de um prorrogação de
uma concessão até 2035.

A girafa da prorrogação das concessões move-se no escurinho de Brasília. Está longe
do debate eleitoral.
Herculano
15/09/2018 09:57
HADDAD NO JN: MASSACRE EXPÕE A CARA DE PAU SEM LIMITES!, por Rodrigo Constantino, no site da Gazete do Povo, Curitiba

Fernando Haddad foi o entrevistado pelo Jornal Nacional nesta sexta, o último candidato a presidente, já que Lula não pode ser o candidato pois está condenado e preso por corrupção.

Logo na primeira pergunta, Renata Vasconcellos apertou Haddad sobre os escândalos de corrupção durante a gestão do PT. Haddad saiu pela tangente, claro, e comprova que petistas são mesmo incapazes de reconhecer qualquer desvio de conduta.

O motivo é simples: para eles, roubar não é desvio de conduta, mas sim um meio aceitável e legítimo para seus "nobres fins". Haddad teve a cara de pau de falar que o PT foi o que mais fortaleceu as instituições, sendo que toda a campanha petista se baseia justamente em cuspir nas instituições, a começar no Judiciário, que condenou Lula em duas instâncias e o manteve preso na última, o STF.

PT e corrupção são como dois lados da mesma moeda: não existem isolados, um sem o outro. William Bonner entrou em campo pressionando o entrevistado, e citou vários petistas condenados, presos ou investigados. Haddad citou a "presidenta" Dilma, que não foi condenada. E aproveitou para jogar para a plateia: "A Globo julga antecipadamente". Depois atacou os delatores, ou seja, o mensageiro.

Haddad estava ali numa missão impossível de fazer Ethan Hunt morrer de inveja. Tinha que defender o indefensável: uma quadrilha disfarçada de partido político, que já foi pega com a boca na botija inúmeras vezes. Enganar analfabetos desesperados no Nordeste é mais fácil do que convencer um público minimamente instruído. Claro, se for "muito" instruído, um "intelectual", aí tem chances de cair na ladainha petista.

Tudo ligado a petistas significa fuga, mentira, transferir responsabilidades. Quando perguntaram sobre a derrota no primeiro turno para a reeleição da Prefeitura de SP, Haddad disse que o eleitor foi "induzido ao erro". É sempre assim. PT não tem ideia do que sejam virtudes. Ao contrário: transforma vícios em virtudes e despreza as verdadeiras virtudes.
Herculano
15/09/2018 09:48
ESSA GENTE NÃO SE ESGOTA OS SEUS TRUQUES PARA ENGANAR OS ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS

Título de uma coluna de Upiara Boschi, no dia 12 de setembro no jornal Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

TRE-SC proíbe propaganda de petista Décio Lima com palavra "novo" e a cor laranja.


Novo é um novo partido, que nem usa verba pública. Laranja é a cor desse novo partido Novo.

Décio é velho, esconde a estrela petista e a cor vermelha. Aliás, esse truque dele é velho. Para ser surpresa e ganhar a prefeitura de Blumenau, ele usou o amarelo.
Herculano
15/09/2018 09:39
ANTIDEMOCRÁTICO, EU?

Conteúdo do BR 18.O general da reserva Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PSL) comentou nesta sexta-feira, 14, as críticas sobre demonstrar uma postura antidemocrática."Não sei por que eu sou antidemocrático. Mas, tudo bem, deixa pra lá. É um carimbo que querem colocar em mim, que eu rejeito", declarou. E completou: "Se eu fosse antidemocrático, não estaria participando de uma eleição. Estaria limpando as armas e aguardando o momento", afirmou ao Estadão. Na última quinta-feira, 13, o general afirmou que a Constituição "não precisa ser feita por eleitos pelo povo".
Herculano
15/09/2018 09:35
BETO RICHA: "O QUE FIZERAM COMIGO FOI UMA CRUELDADE ENORME"

Conteúdo de O Antagonista. Ao deixar a prisão em Curitiba na madrugada deste sábado, Beto Richa disse que vai retomar sua candidatura ao Senado e que sua prisão foi uma "crueldade".

"O que fizeram comigo foi uma crueldade enorme, não merecia o que aconteceu, mas estou de cabeça erguida e continuo respondendo todas as acusações sem a menor dificuldade".
Herculano
15/09/2018 09:33
QUANDO FALTA PROPINA, CAIXA DOIS, PETROLÃO E OUTROS

Manchete do dia: por falta de pagamento, equipe de produção dos programas de TV de Fernando Haddad,PT, cruza os braços. A notícia está no jornal O Estado de S. Paulo.
Herculano
15/09/2018 09:30
BOLSONARO PODE NÃO VOTAR, MAS CRIMINOSOS SIM, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Se estivesse em uma penitenciária, como todos os demais presidiários, o ex-presidente Lula teria o direito de votar. Mas, se no Brasil criminosos podem ir às urnas, o mesmo não se aplica a suas vítimas. A Justiça Eleitoral permite em tese que bandidos como Adélio Bispo dos Santos exerça o direito de voto, mas sua vítima, Jair Bolsonaro, que luta pela vida numa UTI, não poderá votar nele mesmo no dia 7, caso esteja ainda hospitalizado. Esta é uma das heranças do PT no poder.

PRAZO ESGOTADO
Para exercerem direito de voto, os presidiários teriam de solicitar isso até 23 de agosto. Só por isso agressor de Bolsonaro não votará dia 7.

A LUTA DE PRIETO
O "direito de urna" das vítimas da criminalidade tem sido defendido pelo desembargador federal Fábio Prieto, do TRF-2 e do TRE de São Paulo.

TALVEZ EM 2020
Para o TSE, não haveria tempo de implantar o direito de voto solicitado por Prieto nos hospitais e nas casas de pessoas feridas por criminosos.

PCC AGRADECE
O direito de voto dos presidiários foi instituído no auge do poder petista, fortalecendo organizações criminosas que controlam prisões.

DELEGADOS DA PF TENTAM ELEGER 18 DEPUTADOS
Para ocupar espaço político no País, 14 delegados da Polícia Federal disputam vagas na Câmara dos Deputados e outros quatro estão em campanha para deputado estadual em seus estados. A ideia da Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF) é fortalecer temas de interesse geral e lutas específicas como autonomia orçamentária, mandato do diretor-geral e zerar o déficit de 4.500 policiais federais. Se 18 forem eleitos, os delegados federais terão a 10ª maior bancada.

ESPECTRO POLÍTICO
Delegados que são candidatos por uma dezena de partidos, de todas as cores. Só não tem partido com investigados pela PF.

PAUTA HISTóRICA
A bancada dos delegados será suprapartidária, sob o compromisso de fechar questão com a pauta histórica de reivindicações na PF.

OCUPAR ESPAÇO
O vice-presidente da ADPF, delegado Luciano Leiro (PPS), candidato a deputado federal no DF, defende a ocupação dos espaços políticos.

EFEITOS DO ATENTADO
Pesquisa XP/Ipespe (registro BR-07277/2018), fechada dia 13, mostra que 24% dos eleitores estão mais propensos a votar em Jair Bolsonaro (PSL) após o atentado, mas para 10% votar nele ficou "mais difícil".

ISENÇÃO PROMETIDA
Candidato a vice de Álvaro Dias (Pode), Paulo Rabello de Castro (PSC) promete isentar de Imposto de Renda aqueles que ganham salários de até R$5 mil mensais. E garante que a promessa "não é de político".

SURPRESA
Dias Toffoli contou ao projeto História Oral do Supremo Tribunal Federal que ficou surpreso ao ouvir do então presidente Lula que seria indicado ministro, segundo relato do professor Direito Carlos Victor.

TÁ EXPLICADO
Candidato do PDT, Ciro Gomes deixou todos perplexos ao afirmar que criará estágio profissional remunerado para crianças a partir dos 11 anos. Pode ser o tal caminho "alternativo" para tirar nomes do SPC.

BOLSONARISTAS
No último levantamento do Ibope para presidente, Jair Bolsonaro ganhou 7 pontos entre os homens em apenas uma semana, desde o dia 4. O atentado contra o candidato foi na tarde do dia 6.

MENTIR É FEIO
O governador Wellington Dias (PT), contou a lorota de que o Piauí não tem dívidas com a União e acabou acusado de propaganda eleitoral enganosa na TV. O juiz Raimundo Queiroz tirou o comercial do ar.

DE OLHO EM INDECISOS
O Monitor Semanal das Eleições do banco Itaú, no último dia 12, destaca que a expectativa de votos brancos, nulos e indecisos na eleição presidencial, caiu de 41% para 26%, segundo o Ibope.

RETA FINAL
O debate da eleição presidencial na TV Globo, na reta final do primeiro turno, será realizado no dia 4, a três dias da votação. Será também o último dia da propaganda eleitoral na TV e no rádio.

PENSANDO BEM...
..."como anular meu voto" é o termo mais pesquisado no Google, sobre as eleições, e não "como votar bem".
Herculano
15/09/2018 09:18
UMA BOA NOTÍCIA

O ex-presidente da República, Fernando Collor de Mello, PTC, desistiu de disputar o governo de Alagoas. Ele não decolou devido a impopularidade. O caminho ficou mais fácil para Renan Calheiros Filho, MDB, se reeleger.
Herculano
15/09/2018 09:15
PESQUISA DATAFOLHA É EXCELENTE PARA HADDAD, óTIMA PARA BOLSONARO, BOA PARA CIRO, RUIM PARA ALCLKMIN E PÉSSIMA PARA MARINA, QUE DESPENCA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O resultado da mais recente pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta, com questionários aplicados na quinta e na própria sexta, é excelente para o petista Fernando Haddad, muito bom para Jair Bolsonaro (PSL), bom para Ciro Gomes (PDT), ruim para o tucano Geraldo Alckmin e péssimo para Marina Silva (Rede).

Se a eleição fosse hoje, segundo o instituto, o candidato do PSL teria 26% das intenções de voto no primeiro turno, uma oscilação de dois pontos para mais em relação ao dia 10 e de quatro pontos na comparação com 22 de agosto, antes da agressão de que foi vítima, no dia 6 deste mês. Haddad aparece com 13%. Cresceu quatro pontos em relação à pesquisa de segunda, quando aparecia com 9%. Há três semanas, no dia 22 de agosto, tinha apenas 4%. As intenções de voto no petista mais do que triplicaram com a saída de Lula da disputa.

Empatado com Haddad, em segundo lugar, está Ciro Gomes, também com 13%. Manteve o número da pesquisa anterior. Há três semanas, aparecia com 10%. Geraldo Alckmin se mantém estável, mas num patamar baixo a esta altura da disputa: tinha 9% na pesquisa retrasada, oscilou para 10% na segunda-feira e, agora, marca 9% outra vez. Marina Silva, por sua vez, mantém a tendência de queda: de 16% há três semanas para apenas 8% agora. No dia 10, marcava 11%.

Segundo turno
Bolsonaro melhora seu desempenho também no segundo turno, sobretudo quando se consideram os dados de há três semanas, embora o seu melhor desempenho seja um empate técnico com Haddad, que entrou para valer na disputa há quatro dias. Na segunda, dia 10, Alckmin o venceria por 43% a 34%; agora, por 41% a 37%, o que também caracteriza empate. No dia 22 de agosto, 38% a 33%. No confronto com Marina, o candidato do PSL perdia por 45% a 34% no dia 22 de agosto; agora, por 43% a 39% - há quatro dias, 43% a 37%. O pior desempenho do capitão reformado é contra Ciro, que o bateria por 45% a 38%. Há três semanas, havia empate técnico: 38% a 35%.

Ciro é o único candidato que vence todos as simulações de segundo turno. Além de bater Bolsonaro por 45% a 38%, ganharia de Alckmin por 40% a 34% e de Haddad por 45% a 27%. Ocorre que este terceiro cenário, convenham, é impossível. Não há a menor chance de dois candidatos de esquerda se enfrentarem na fase final. Ele também levaria a melhor sobre Marina: 44% a 32%. É improvável que tal embate venha a se dar.

O candidato do PT melhora seu desempenho no segundo turno quando se trata de cenários possíveis. Está tecnicamente empatado com Bolsonaro, o que já havia se verificado no levantamento de segunda: antes, 39% a 38% para o petista; agora, 41% a 40% para o candidato do PSL. Ocorre que, há três semanas, Haddad perdia por 38% a 28%. O petista ainda perderia para Alckmin, mas a distância diminui: há três semanas, o tucano triunfaria por 43% a 20%. A diferença se reduziu para 43% a 29% na segunda e, agora, para 40% a 32%. Contra Marina, confronto também improvável, Haddad perderia por 42% a 31%; agora, 39% a 34%.

Rejeição
Se Bolsonaro pode comemorar a consolidação na primeira colocação, a rejeição continua alta: 44% dizem que não votariam nele de jeito nenhum - há quatro dias, 43%; há três semanas, 39%. A agressão de que foi vítima não contribuiu para baixar esse índice. Marina Silva saltou para a segunda posição no ranking indesejável: passou de 25% no dia 22 de agosto para 30% agora. Haddad também viu subir o número dos que o rejeitam: de 21% há três semanas para 26% agora, uma consequência de ter se tornado mais conhecido. A rejeição a Alckmin (25%) e a Ciro (21%) segue baixa.
Herculano
15/09/2018 09:11
POUCOS FALAM E ESCREVEM. MAS ESTA PESQUISA DO DATAFOLHA DESMORALIZA, DESMENTE, TRANSFORMA EM FAKE NEWS E ALGO DE BANDIDO ACOSTUMADO A ESSA PRÁTICA PARA ENGANAR E MANIPULAR ANALFABETOS, IGNORANTES E DESINFORMADOS, A PESQUISA ENCOMENDADA PELA CUT A VOX POPULI, E QUE NESTA SEMANA DEU 45% PARA FERNANDO HADDAD.

LEMBRAM DE UMA PESQUISA FALSA QUE SAIU DOS COMPUTADORES DA PREFEITURA PETISTA DE GASPAR E DENUNCIADA AQUI E QUE DAVA A EX-SENADORA IDELI SALVATTI FOLGADAMENTE NO SEGUNDO TURNO PARA O GOVERNO DO ESTADO?

OU SEJA, O PT, TEM UMA PRÁTICA CONHECIDA E NÃO É DE HOJE
Herculano
15/09/2018 09:07
BOLSONARO VAI A 26%; HADDAD E CIRO TÊM 13%, DIZ DATA FOLHA

Disputa pelo segundo lugar traz petista, pedetista e Geraldo Alckmin empatados tecnicamente

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Igor Gielow. Fisicamente fora da campanha eleitoral desde que foi esfaqueado no dia 6, Jair Bolsonaro (PSL) lidera a corrida à Presidência com 26%, segundo nova pesquisa do Datafolha.

Na semana em que foi oficializado candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad viu sua intenção de voto subir dos 9% registrados na segunda (10) para 13%. Está empatado numericamente com Ciro Gomes (PDT), que manteve sua pontuação, e na margem de erro também com Geraldo Alckmin (PSDB), que oscilou de 10% para 9%.

Em curva francamente descendente está Marina Silva (Rede), que caiu de 11% para 8% e hoje tem metade das intenções de voto que tinha quando sua candidatura foi registrada em agosto.

O levantamento foi feito entre quinta (13) e sexta (14), ouvindo 2.820 eleitores em 197 cidades, com uma margem de erro de dois pontos para mais ou para menos. A pesquisa foi contratada pela Folha e pela Rede Globo.

A pesquisa anterior havia sido realizada na segunda (10). Bolsonaro oscilou positivamente dois pontos desde então, numa semana em que teve de submeter-se a uma cirurgia de emergência para desobstruir o intestino. O deputado segue incomunicável na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.

A curva é favorável a ele, mesmo tendo crescido dentro da margem de erro. Antes do atentado, ele registrava 22% de intenções de voto na primeira pesquisa sem a presença de Lula no cartão apresentado aos entrevistados. Seu eleitor se diz o mais convicto: 75% afirmam que não mudarão de voto.

Bolsonaro também oscilou positivamente para 22% nas citações espontâneas ao nome do candidato preferido, liderando com folga nesse quesito.

O levantamento ocorreu um dia antes do registro de Haddad, então vice de Luiz Inácio Lula da Silva, como presidenciável. Preso por corrupção, o ex-presidente é inelegível por ter condenação em segunda instância.

O ex-prefeito dobrou sua pontuação na pesquisa espontânea, de 4% para 8%, empatando com Ciro, que subiu de 5% para 7%. À sua frente há a rejeição do eleitorado a um candidato indicado por Lula: 49% dizem que não votam, contra 32% que o fariam. Mas o processo de identificação entre os dois segue em curso: na pesquisa de 21 de agosto, 17% achavam que Lula apoiaria Haddad. Agora, já são 52%.

Previsivelmente, ele registra um forte crescimento no Nordeste, reduto eleitoral de seu padrinho político, Lula. Lá, supera numericamente Ciro num empate (20% a 18%). Bolsonaro tem 17% na região. Se dizem convictos no voto em Haddad 72% dos eleitores.

Alckmin registra os mesmos 3% espontâneos da pesquisa anterior, empatado com Marina, João Amoêdo (Novo) e Alvaro Dias (Podemos), todos com 2%.

A pesquisa traz más notícias para o tucano, que esperava crescer com a exposição de duas semanas com o maior horário de propaganda gratuita de rádio e TV. Ele perdeu três pontos no Centro-Oeste e um no seu reduto, o Sudeste. Seu eleitor também é menos sólido: 61% dizem que podem mudar de voto.

A maior rejeição entre os candidatos segue sendo a de Bolsonaro, tendo oscilado de 43% para 44%. Entre mulheres, grupo no qual seus adversários investem bastante e que compõe 52% do eleitorado, o deputado é rejeitado por 49%.

Haddad, por sua vez, viu seu índice de rejeição subir de 22% para 26% na sua primeira semana como candidato oficial, à frente numericamente Alckmin (25%). Dos principais concorrentes, Marina oscilou de 29% para 30% e Ciro, de 20% para 21%.

Apesar de manter a alta rejeição, Bolsonaro teve discreta melhora no seu desempenho de segundo turno. Ele empatou no limite da margem de erro com Alckmin (41% a 37% para o tucano) e passou numericamente Haddad em empate (41% a 40%), por exemplo. Segue perdendo para Ciro e Marina.
Herculano
15/09/2018 09:03
COMO O PT NÃO TEM A MÍNIMA NOÇÃO DO RIDÍCULO

O candidato em dificuldades a reeleição pelo estado do Rio de Janeiro, Lindberg Farias,PT,ex-líder estudantil, continua um juvenil inconsequente, como a própria esquerda do atraso.

Só ele, o PT e a esquerda do atraso viu que o poste de Lula, Fernando Hadadd, candidato a uma Dilma Vana Rousseff, "enquadrou a Globo, o Jornal Nacional, e a banca de entrevistadores Willian Bonner e Renata Vasconcelos.

Contraditoriamente, em um dos muitos twitters, ele disparou:

"É um escândalo essa "entrevista" do JN. O comportamento do Bonner é patético. Interrompe, tenta impedir que o entrevistado apresente um raciocínio, debocha, irrita. Haddad enfrentou o tiroteio de cabeça em pé e ganhou a batalha".

Olhando a Maré pontuou no mesmo twitter

Bonner imita o que apreendeu com o próprio Lindbergh. Há horas de gravações no plenário e nas comissões do Senado onde o petista impediu o diálogo,atropelou o regimento,a educação... está reclamando exatamente do que Lindbergh? Pimenta nos olhos dos outros é refresco.
Herculano
15/09/2018 08:53
FERNANDO HADDAD CRIA NO JN A AUTOCRÍTICA A FAVOR, por Josias de Souza

Entrevistado no Jornal Nacional, Fernando Haddad inventou uma nova modalidade de autocrítica. O substituto de Lula na corrida presidencial fez uma autocrítica a favor. Ele admitiu que há no Brasil muita roubalheira e incompetência, mas são de responsabilidade de outros partidos. Quem assistiu ficou com a impressão de que o PT nunca foi o problema do país. O Brasil é que é o problema do PT.

Haddad foi instado a reconhecer as culpas do petismo no mensalão e no petrolão. Respondeu que os escândalos só vieram à tona porque os governos petistas fortaleceram os órgãos de controle, a Procuradoria e o Judiciário. De resto, a corrupção na Petrobras vem desde a ditadura, alegou.

Sim, o preso da Lava Jato Renato Duque, um coletor de pixulecos que José Dirceu plantou na diretoria da Petrobras, encontrou-se com Lula no aeroporto de Congonhas. Mas isso aconteceu quando o pajé do PT já estava fora do Planalto, desconversou Haddad. Nessa versão, Lula estava preocupado com "um rumor" segundo o qual Duque "poderia estar envolvido num esquema de propina." O diabo é que o roubo existia. E nada foi feito.

Dilma não é ré em nenhum processo, Haddad retrucou a certa altura. É investigada, replicou William Bonner. Ah, a Rede Globo também é investigada na Receita Federal e nem por isso merece juízo de valor antecipado, fustigou o candidato, como se desejasse conquistar a militância que grita "abaixo a Rede Globo" nos comícios.

Recessão? Desemprego? Culpa da sabotagem do PSDB e das pautas explosivas que Eduardo Cunha detonou no Legislativo. Delações? Ora, elas atingiram também tucanos, emedebistas, pepista... A maioria aliados ao PT, insistiu Renata Vasconcelos. E da oposição também, reagiu Haddad, como se a delinquência dos sujos anulasse a roubalheira dos mal lavados.

No trecho final da entrevista, Haddad atingiu o ápice da sofisticação retórica. Ao justificar o fiasco eleitoral de 2016, quando disputou a reeleição à prefeitura de São Paulo, o poste de Lula ergueu com suas desculpas um monumento autocrítico, uma espécie de Arco da Derrota. Justificou a vitória do tucano João Doria no primeiro turno com o seguinte lero-lero:

...2016 foi um ano muito atípico na cidade de São Paulo, o clima que se criou no Brasil, de antipetismo, porque se represou informações sobre os demais partidos, foi enorme. E o que aconteceu em 2016? O Temer assumiu a Presidência da República e o Tasso Jereissati, ex-presidente tucano, admitiu ontem em entrevista, que o maior erro do PSDB foi ter contestado as eleições de 2014, foi ter aprovado pautas-bomba contra o governo da Dilma e ter embarcado no governo Temer."

Ao constatar que o entrevistado estava disposto a tudo, menos a reconhecer as próprias deficiências, os entrevistadores quiseram saber se o erro foi do eleitor paulistano. E Haddad: "O eleitor foi induzido a erro." Na manhã deste sábado, ao escovar os dentes, o pupilo de Lula pode ser surpreendido por uma voz vinda de dentro do espelho: "Olá, candidato, eu sou a autocrítica. Vim apresentar você a você mesmo."
Herculano
15/09/2018 08:49
A FÉ DE BOLSONARO

Um candidato deve ser avaliado por suas declarações ou por ações pregressas?

Uma pessoa deve ser julgada por sua fé ou por suas obras? A pergunta, que tem origem teológica, aplica-se a políticos. Um candidato deve ser avaliado por suas declarações ou por ações pregressas?

Longe de mim sugerir que promessas, propostas e programas de governo, que, grosso modo, compõem o campo da fé, não signifiquem nada. Com maior ou menor acuidade, eles sinalizam o caminho que o candidato pretende seguir e constituem uma espécie de compromisso firmado com o eleitor.

Políticos sempre irão exagerar um pouco nas juras feitas durante a campanha, mas seria um erro achar que o voto equivale a um cheque em branco. Dilma Rousseff descobriu do pior modo possível que há limites para o chamado estelionato eleitoral.

No mais, se discurso fosse tudo, bastaria aos candidatos dizer que irão implantar a sociedade ideal que conquistariam 100% dos votos. Mas até o mais simplório dos eleitores sabe que não deve acreditar em tudo que políticos prometem. Assim, ao menos para a parcela do eleitorado que pretende fazer uma escolha mais racional do que emocional, só o que resta é confrontar a profissão de fé do candidato com suas obras.

Nesse quesito, por tudo o que li e vi até agora, a candidatura que se revela mais incoerente é a de Jair Bolsonaro, que apresenta um programa ultraliberal na economia, mas ostenta, como deputado, um longo histórico de posições ultraestatistas.

Assinale-se que outros candidatos competitivos também passaram por mudanças. Marina Silva foi do campo da esquerda para um ideário econômico mais liberal e Ciro Gomes caminhou do PDS, sucedâneo da Arena, para a centro-esquerda. Suas transições, contudo, foram paulatinas e temos registro de posições intermediárias. Já com Bolsonaro, a guinada foi muito mais rápida e se deu no contexto de uma disputa eleitoral. Fica difícil pelo menos não suspeitar de que sua conversão tenha mais a ver com oportunismo do que com convicção.
Herculano
15/09/2018 08:47
O PRECÁRIO FUTURO DO BRASIL

Os dois candidatos a presidente da República com chances de vencer tem algo em comum: não estão em campanha. Um - como os chefes de quadrilhas - comanda da cadeia um poste, o outro sem diagnóstico de que terá condições físicas de governar, está no hospital, alavancado por seus filhos políticos que não deixam a lona do circo cair.
Herculano
15/09/2018 08:43
O LULISMO TARDIO É UM CAUDILHISMO SINGULAR, COM TRAÇOS MILENARISTAS, Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo no jornal Folha de S. Paulo

Na narrativa petista, um passe de mágica transforma a história em conto infantil

"Hoje estou transmitindo a você a enorme responsabilidade de retomar o processo de transformação do Brasil, em benefício do povo". A carta de Lula foi publicada no site do PT sob uma foto na qual ele aparece junto com Haddad.

À primeira vista, texto e imagem dizem a mesma coisa: a prosa inconfundível do caudilho que sagra um sucessor. Uma segunda leitura evidencia que, no fundo, escorrem em rumos opostos. A foto organiza-se no registro da seta do tempo: o tempo linear, que se desenrola no sentido do futuro. O texto, pelo contrário, organiza-se no registro do tempo cíclico: o tempo circular, de eterno retorno. A divergência entre uma e outro reflete as dificuldades da invenção do que se pode chamar lulismo tardio.

Na foto, Lula aponta o indicador esquerdo em direção a um ponto no infinito, para o qual Haddad olha fixamente. Seta do tempo: o mestre indica o lugar exato do futuro a seu discípulo, herdeiro e sucessor. A ideia da transmissão está condensada aí. É como se um dom pessoal se estendesse de um corpo a outro, como nas sucessões dinásticas do passado, de tal modo que o receptor se converte no corpo substituto do doador.

Nisso, não há genuína novidade. A carta, porém, não ordena que Haddad conduza o povo ao futuro, mas ao passado. "Você vai me representar nessa caminhada de volta à Presidência da República, para realizar novamente o governo do povo e da esperança". Ciclo do tempo: o mestre faz do discípulo um instrumento de restauração de um passado glorioso, uma era perdida de ouro, leite e mel. Haddad não é, neste registro, nem mesmo um sucessor. É, única e exclusivamente, a máscara do próprio Lula.

"Tudo que lhe peço, querido amigo, é que cuide com muito carinho das pessoas, como eu gostaria de estar cuidando". Abaixo da gosma paternalista, repousa a mensagem que, de fato, importa. Haddad deve mimetizar Lula ?"ou, melhor ainda, ser Lula. Jamais, na nossa história política, nem mes mo no caso de Dilma, a personalidade de um candidato foi tão completamente anulada. O paralelo possível, muito imperfeito, é com o peronista Héctor Cámpora. Indicado por Perón como seu "delegado pessoal" para representá-lo nas eleições de março de 1973, Cámpora presidiu a Argentina por escassos meses, até renunciar em julho, propiciando novas eleições e o retorno do caudilho ao poder.

O Lula oposicionista de 2002 prometia o novo, o futuro. O poderoso Lula de 2010, representado por Dilma, uma sucessora escolhida para ser efêmera, prometia o presente perpétuo. O Lula tardio de 2018, criminalmente condenado e eleitoralmente vetado, mergulha no lago dos mitos para prometer a reconstituição do tempo anterior à catástrofe.

Na "carta de transmissão", o lulismo reescreve a história recente, produzindo um conto infantil. Nessa narrativa, uma era de ouro (o governo Lula) é interrompida por um evento cataclísmico (o impeachment), que provoca a descida ao abismo (o governo Temer). O voto em Haddad propiciaria a redenção - isto é, a restauração de um mundo perdido.

Na narrativa do lulismo tardio, um passe de mágica transforma a história em conto infantil: a abolição dos seis anos dilmistas. A "carta de transmissão" formulada como roteiro sintético de campanha, não menciona o nome da sucessora de Lula. Sem ela, eliminam-se os nexos que ligam a bolha de fartura (governo Lula) ao desastre fiscal (governo Dilma) e à depressão econômica (governo Temer). Por essa via, instaura-se a gramática do discurso mítico: a seta do tempo dá lugar ao ciclo do tempo.

O lulismo tardio é um caudilhismo singular, com traços milenaristas. "Que Deus te ilumine nessa caminhada": orientado pelo indicador de Lula, iluminado pelo holofote divino, Haddad mostrará ao povo o caminho do retorno. O partido que nasceu cultuando a política depende, hoje, da negação sistemática do discurso político.
Herculano
15/09/2018 08:19
FANÁTICOS

Ao Vlad. Não se iluda, os fanáticos, analfabetos, ignorantes, desinformados e radicais dos dos lados, estão até agora, garantindo que postes são os "melhores" e com os candidatos com chances nesta eleição presidencial. Foda-se, Brasil!
vlad
15/09/2018 08:08
Entrevista demonstra fraqueza do substituto. Sem poder fazer uma ligação para Curitiba pra responder perguntas, Haddad se mostrou pior que o poste anterior plantado pelo condenado.
Herculano
14/09/2018 18:47
JUÍZA MANDA TRANCAR INQUÉRITO DE LULA CONTRA O ANTAGONISTA E DIZ QUE JORNALISTAS SOFRERAM "CONSTRANGIMENTO ILEGAL"

Conteúdo de O Antagonista. Em novembro de 2015, Lula alegou, no 17º Distrito policial do Ipiranga, em São Paulo, que Mario Sabino, Diogo Mainardi e Claudio Dantas haviam cometido crimes contra a sua honra, em prática de associação criminosa.

Um inquérito foi aberto até que, sem a menor expectativa de que fosse arquivado, os três jornalistas de O Antagonista, por intermédio de seus advogados, Lourival J. Santos e André Marsiglia Santos, impetraram um habeas corpus, no Foro Criminal da Barra Funda, pedindo o trancamento da peça surrealista.

No último dia 12, a juíza Eliana Cassales Tosi, concedeu a ordem para trancar o inquérito, por justa causa. Disse a magistrada:

"Por qualquer ângulo que se enxergue, não há a menor possibilidade de se tachar como associação criminosa a conduta dos jornalistas. (...) Trata-se, em verdade, de exercício da liberdade de expressão e livre manifestação do pensamento, consagrada pela Constituição."

Mais:

"Os jornalistas tratam das mais diversas questões políticas no mencionado sítio eletrônico, não havendo direcionamento das matérias a uma única pessoa."

E arremata:

"Sofrem [portanto] os jornalistas constrangimento ilegal."
Herculano
14/09/2018 18:44
da série: Suprema Insegurança Jurídica

MAIORIA DO STF VOTA CONTRA RECURSO DE LULA E CASO DEVE IR AO PLENÁRIO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Letícia Casado, da sucursal de Brasília. A maioria dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) votou contra o recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que pede sua liberdade.

O julgamento, que está sendo feito pelo plenário virtual (uma plataforma eletrônica do STF e só acessível aos ministros), foi interrompido por um pedido de vista feito pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Com isso, o presidente do Supremo, Dias Toffoli, deve pautar o recurso para ser julgado em plenário.

Até agora sete ministros votaram contra o recurso: Toffoli, Edson Fachin, Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber e Gilmar Mendes.

Já o ministro Marco Aurélio Mello votou a favor. Para ele, qualquer prisão só deve ser efetivada depois de esgotados todos os recursos do réu.

Ele defendeu que o caso fosse julgado no plenário físico e que o Supremo voltasse a discutir a prisão após segunda instância, apurou a Folha.

Por causa do voto divergente de Marco Aurélio, Lewandowski pediu vista dos autos. (Letícia Casado)
Herculano
14/09/2018 12:28
GENERAL MOURÃO, VICE E PENSADOR ESTRATÉGICO DE BOLSONARO, DEFENDE OUTRA IDEIA CHAVISTA: FAZER UMA NOVA CONSTITUIÇÃO SEM O CONGRESSO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

O general Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro, decidiu agora ser criativo com a Constituição. A sua reflexão anterior mais notável e notória foi sobre o caráter meio degenerado do brasileiro em razão da miscigenação. Já chego ao ponto. Antes, algumas considerações.

Bolsonaro e seu vice têm atraído crescentemente a simpatia de fatias do empresariado. O fato de o PT ser, para muitos setores, uma espécie de espantalho e o de Geraldo Alckmin (PSDB) ainda patinar nas pesquisas contribuem para isso. A dupla de militares reformados vira uma espécie de saída: "Ou eles ou PT", acabam pensando muitos... E há um terceiro fator: eles se tornaram craques em dar respostas simples e erradas para problemas difíceis. Querem um exemplo? O direito de ser armar.

Pouco importa se você é contrário ou favorável ao porte de armas, uma coisa é certa: não é uma política de segurança pública. No limite, pode atender à demanda por segurança pessoal - a meu ver, errada e perigosa. Mas esse não é o debate. O fato é que o direito de portar uma arma é a principal resposta do Bolsonaro para a violência. Quem quer que estude o assunto vai concluir que a resposta está errada, ainda que defenda o porte de arma. O argumento de que a pessoa tem o direito de se defender tem natureza distinta da política de segurança pública, que diz respeito à coletividade.

Vamos agora à questão constitucional. Em palestra a empresários do Paraná, Mourão criticou a Constituição que temos. Também critico. Atribuiu a ela algumas das dificuldades enfrentadas pelo país. Também atribuo, embora eu não saiba se as restrições do general da reserva coincidem com as minhas. Disse o vice de Bolsonaro sobre a Carta em vigor:

"Tudo virou matéria constitucional. A partir dela, surgiram inúmeras despesas. A conta está chegando, está caindo no nosso colo. Chegou o momento em que temos que tomar uma decisão a respeito".

A crítica, ainda que genérica, faz sentido. Eu poderia ir além, o que talvez ele não tenha feito por ser quem é: parte do que há de pior na Constituição só está lá porque era uma tentativa de responder ao regime militar que havia morrido. Fez-se uma Constituição reativa. Mas é a que temos. Assim como é verdade que há armas demais circulando entre bandidos e que as vítimas são as pessoas de bem, é verdade que a Constituição cria dificuldades para uma governança mais eficaz do país. Mas aí chega a hora da resposta errada, que a muito seduz. Com alguma frequência, é mais fácil concordar com o erro do que com o acerto, quase sempre mais complexo.

O general defendeu uma nova Constituinte. E, para estupefação de quem entende as regras do jogo democrático, acha que ela pode ser feita, ora vejam!, sem o Congresso. "Essa é a minha visão, a minha opinião. Uma Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo." Ele deixou claro que não é uma proposta de Bolsonaro... Bem, nessa hora, a gente tem de lembrar que, mesmo na reserva, o general é ele; o outro é apenas capitão...

Para o militar, a nova Carta seria feita por uma comissão de notáveis e depois submetida a plebiscito - provavelmente, ele quis dizer "referendo". É a segunda proposta chavista que sai da dupla. Há algum tempo, Bolsonaro chegou a afirmar que, se eleito, pretendia mudar o Supremo: em vez de 11, seriam 21 membros. Ele próprio, nesse caso, indicaria 10... Depois recuou.

O general citou como exemplo de tal procedimento a Carta de 1946, que veio com o fim do Estado Novo. Besteira! Foi feita pelo Congresso. As Constituições elaboradas sem Parlamento - e, pois, sem povo -, que foram, na prática, outorgadas, são as de 1824, 1937 e 1969: uma monarquia ainda absolutista e duas ditaduras.

Posso imaginar os olhinhos de muitos empresários a brilhar de gozo antecipado ao pensar numa nova Constituição feita sem políticos... É uma pena pra eles que isso nem possa nem vá acontecer. A menos que se dê um golpe de Estado, o que também não haverá.

Notem: não escrevo este texto para passar um carão no general, acusando seu reacionarismo, seu pendor para a ditadura e coisas afins... Não! O que se tem, além da desinformação histórica, é mesmo a evidência da incultura democrática.

Na palestra, Mourão destacou que não há risco de intervenção militar e que "a democracia precisa ser afirmada como um valor fundamental do nosso país". E ainda se saiu com ecos de Churchill: "Por pior que seja esse sistema, ele ainda é o melhor de todos". Essa é uma fala bem melhor do que aquela dita depois do ataque a Bolsonaro: "Se querem usar a violência, os profissionais da violência somos nós".

Bem, não precisamos de profissionais da violência, mas precisamos de quem entenda a democracia como um valor inegociável. E, em regime assim, inexiste Constituição feita ao arrepio do Congresso.
Herculano
14/09/2018 12:15
da série: é só colocar a cabela de fora...

O LUCRO DO GURU

Conteúdo de O Antagonista.A Crusoé mostra que Paulo Guedes, o guru econômico de Jair Bolsonaro, faturou 600 mil reais na Bolsa de Valores, em operações fraudadas, segundo a Justiça.

Paulo Guedes negou envolvimento na fraude e disse para a reportagem:

"Assim que comecei a ajudar numa campanha, começaram a aparecer as citações".
Herculano
14/09/2018 12:10
GLEISE:"ELEIÇõES PODEM NÃO OCORRER NUM AMBIENTE NORMAL", por Helena Chagas, em Os Divergentes

Ao falar agora há pouco na abertura do seminário internacional "Ameaças à democracia e a Ordem Multipolar", organizado pelo ex-chanceler Celso Amorim e pela Fundação Perseu Abramo, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, manifestou preocupação com eventuais interferências nas eleições.

"A gente se preocupa muito com o que pode acontecer nessas eleições. Não estamos certos de que essa eleição ocorrerá num ambiente normal, podemos estar sujeitos a outras intervenções no processo democrático", alertou a presidente do PT, que referiu-se à entrevista desta semana do comandante do Exército, general Villas Boas, ao Estadão.

Gleisi questionou "uma democracia em que o Judiciário toma partido e o comandante do Exército dá declarações preocupado com o processo eleitoral".
Herculano
14/09/2018 11:53
HITLER, LULA E BOLSONARO

Conteúdo do BR18. "O mais minucioso biógrafo de Hitler, o alemão Joachim Fest, lembra que a aceitação das absurdas ideias nazistas só ocorreu porque a Alemanha 'era um país profundamente exasperado' e 'sem rumo'. O Brasil de 2018 é, também, um país exasperado e sem rumo. A corrupção gerada no conluio entre governantes e grandes empresários desacreditou a política e reduziu os políticos a cinza inservível", escreveu Flávio Tavares no Estadão.

O articulista aponta semelhanças entre a Alemanha de Hitler e o Brasil dividido entre bolsonaristas e lulistas. Também aponta similaridades entre os devaneios e desequilíbrios dos três personagens.
Herculano
14/09/2018 08:39
HADDAD JÁ SONHA COM O PRIMEIRO LUGAR

Conteúdo de O Antagonista. Aliados de Fernando Haddad disseram à Folha de S. Paulo que, em quinze dias, ele estará disputando o primeiro lugar nas pesquisas.

O Jornal Nacional, hoje à noite, vai mostrar o novo Datafolha.
Herculano
14/09/2018 08:38
BOLSONARO ESTÁ FORA DA CAMPANHA NO PRIMEIRO TURNO, DIZ FILHO DO CANDIDATO. ELE NEM CONSEGUE FALAR DIREITO. ATÉ A CAMPANHA PRESENCIAL NO SEGUNDO TURNO ESTÁ AMEAÇADA

Conteúdo do site Congresso Em Foco, de Brasília.

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) não fará campanha de rua nem em vídeo no primeiro turno das eleições, segundo um de seus filhos, o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Em entrevista à rádio 97,1 FM, do Rio, Flávio disse que a orientação dos médicos é que Bolsonaro evite falar para não agravar seu quadro clínico.

O candidato está na UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde se recupera de uma cirurgia de emergência para desobstrução intestinal, causada pelo atentado do último dia 6 em Juiz de Fora (MG). Flávio admite que o pai dificilmente voltará às ruas caso avance para o segundo turno.

"Ele não está conseguindo nem falar direito, então não pode ir para a internet para fazer transmissão ao vivo. A orientação médica é que nem fale, porque quando fala acumula gases e pode ocasionar mais dor ainda", disse Flávio. "Ao que tudo indica, no primeiro turno não vai ter mais condições médicas de ir para a rua de novo. Praticamente impossível. A cirurgia de reconstituição do intestino dele vai acontecer daqui a dois meses ou mais, não tem como ir pra rua com a barriga aberta. É risco de infecção, é risco de arrebentar. É totalmente contraindicado", ressaltou.

Caso volte às ruas somente após a reconstituição do intestino, Bolsonaro também ficará de fora da campanha de rua em um eventual segundo turno, que ocorrerá em 28 de outubro. Os efeitos da facada na barriga do presidenciável forçaram uma mudança na estratégia da campanha.

Segundo O Globo, para manter a candidatura em evidência, os integrantes da campanha vão se dividir para cumprir as agendas e reforçar, nas plataformas digitais, o discurso de que Bolsonaro terá condições de retomar as atividades em eventual segundo turno. Os aliados do deputado também pretendem utilizar vídeos gravados antes da hospitalização.

O presidente do PSL de São Paulo, deputado Major Olímpio, prevê a redução do número de simpatizantes nas ruas. "Não temos essa capacidade de levar milhares de pessoas às ruas, como é uma característica e uma força do Jair Bolsonaro. Mas vamos levar a mensagem."

De acordo com o último boletim médico do Albert Einstein, Bolsonaro está recebendo analgésicos e não teve complicações nas últimas horas: "Em razão do procedimento cirúrgico, o ex-capitão do exército se mantém em jejum e recebe alimentação por via endovenosa". Especialistas em cirurgia no aparelho digestivo ouvidos pelo Globo estimam que Bolsonaro deve ficar no mínimo entre 10 a 15 dias no hospital, a recuperação deve demorar um mês.
Herculano
14/09/2018 08:29
da série: colocou a cabeça no lugar ou está barganhando alguma coisa em que está metido?


MAIA INSINUA QUE REAJUSTE DO STF PODE NÃO SAIR, por Josias de Souza

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), insinuou que o reajuste que eleva o salário dos ministros do Supremo de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil mensais pode não ser aprovado na Câmara. "Acho que está na hora errada", disse o deputado ao colunista. "O espaço orçamentário é muito pequeno."

Maia ponderou: "Muitas vezes, um benefício de longo prazo pode gerar uma superinflação, que vai comer todo esse benefício. A gente tinha que ter um pouco mais de paciência." Levantou a hipótese de adiar a vigência do aumento: "Se for o caso, deixa aprovado para daqui a dois anos."

O deputado mencionou a necessidade de poupar o próximo presidente de novas pressões fiscais. "Se ele começar bem, gerar credibilidade, ele vai gerar um crescimento rápido. O PIB potencial do Brasil é de 7% de crescimento. Aí você pode recompor alguma coisa" em termos salariais.

A despeito de sua posição pessoal, Maia realçou que o debate sobre o tema tornou-se incontornável. "Eu sou presidente da Câmara, não sou seu dono. O Judiciário vai encaminhar a proposta no Orçamento. O presidente Michel [Temer] também encaminhou. (?) Nós temos que discutir, não tem jeito."
Herculano
14/09/2018 08:21
O QUE UNE A ESQUERDA DO ATRASO E A DIREITA XUCRA? A CEGUEIRA, O RADICALISMO E A FALTA DE RESPEITO ÁS IDEIAS DIVERGENTES

Hoje escrevi em "Olhando a Maré - a coluna mais acessada no portal e lida do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade, um artigo onde avalio que armar a população como quer o candidato Jair Bolsonaro, PSL, por exemplo, para com isso combater a violência dos marginais, não é a melhor solução.

E fundamento-a, na própria violência sofrida estupida e traiçoeiramente por Bolsonaro na quinta-feira da semana passada num ato de campanha, cercado por treinados seguranças, todos armados.

É uma opinião. É uma avaliação. É fundamentada num episódio, não totalmente explicado até agora.

Há outras opiniões. Muitas outras. E eu as respeito. Tanto há, que algumas delas, postas em práticas, até hoje não mostrou resultados satisfatórios para a segurança da população. E segurança é uma obrigação do estado para com o cidadão.

Então. O artigo, está disponível no link do Facebook do jornal. E lá, não tardou para ser metralhado por radicais, por gente que acha que ter uma opinião diferente é crime, e sem julgamento deve ser condenada. Gente valente, mas que - em alguns casos - se esconde

Censura. Falta de respeito. Um perigo se esse tipo de gente estiver no poder. Será pior do que o PT e a esquerda do atraso fizeram e fazem. Ditadura, intervencionismo...

Escrevem que sou hipócrita. Aceitável. Escrevem que estou em campanha impedindo a distribuição de armas. Não escrevi e nem armei tal campanha, então não leram o artigo. Escrevem que eu o o jornal não estão com nada, aceitável, pois há outra parte que acha o contrário e isso faz parte do jogo, da pluralidade, da liberdade individual, da livre expressão do jornal.

Além disso, se o jornal não possui importância alguma como argumenta a maioria, qual a razão das queixas e das desqualificações. Ninguém chuta cachorro morto. Outra. Ler o jornal é também uma opção, não uma obrigação. Então...

Mas, o que fica evidente, é que se trata de uma massa de eleitores de Bolsonaro. Ela desqualifica ideias por apenas serem elas ideias, desqualifica o jornal - que segundo eles não deveria existir, a não ser se fosse para bajulá-los e propagar as suas ideias unilaterais - e que eu só escrevo merda e eles, penso, poemas e verdades.

Cada um tem as suas ideias. E elas se combatem com outras ideias, não com agressões, tão letais quanto as armas que ferem fisicamente os cidadãos pagadores de pesados impostos, pobres e desempregados.

Fica claro, dessa forma, a razão pela qual essa massa defende o armamento das pessoas. É para calá-las na marra - incluindo a imprensa livre, as insituições como a Justiça, o Ministério Público e até o Legislativo - porque o vice de Bolsonaro, um general, acaba de declarar que a Constituição não deve ser feita por representantes do povo -, porque no diálogo, no respeito, parece não ter prática ou condições de praticá-la.

Tanto que essa massa organizada defende a ditadura, e muitos chegam a perder a personalidade, substituindo suas fotos nos perfis, pelas de Bolsonaro. Então... Acorda, Gaspar!
Herculano
14/09/2018 07:44
"HADDAS É LULA? VEJA DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE O CRIADOR E CRIATURA, por Débora Álvarez, na Gazeta do Povo

Fernando Haddad assumiu, enfim, o papel que já lhe era promessa desde meados de maio, pouco depois da prisão do padrinho político. Com a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa, Lula se viu obrigado a ceder a vaga de presidenciável do PT ao ex-prefeito de São Paulo.

Feito político pelas mãos de Lula, Haddad chega à disputa nas urnas atrasado pelo próprio padrinho. Tem menos de um mês para se fazer conhecido pelo país junto com sua vice, a deputada federal pelo Rio Grande do Sul, Manuela D'Ávila (PCdoB).

Os ressentimentos mútuos ficam nos bastidores e são ditos apenas a aliados. Lula não teve escolha. Não queria deixar de concorrer por questões pessoais. Temia "sumir" do noticiário e, assim, perder "poder político". Haddad, por outro lado, é grato ao ex-presidente pelo apoio que lhe deu no caminho até aqui, mas se chateou nos últimos meses com a insistência de se manter candidato até o limite e arriscar a eleição petista.

Na cabeça de Lula, esticar a corda não só lhe daria sobrevida pública, como ajudaria na transferência de votos para a chapa real. Sabe-se que ele é o maior líder do partido, o rosto mais conhecido e reconhecido, o maior puxador de votos. Apostando nisso, a ideia foi deixar para fazer a substituição o mais próximo possível do primeiro turno. Mas Haddad passou a discordar no caminho.

Os dois pensam diferente. Em algumas coisas. Trabalharam juntos por muitos anos. Haddad foi ministro da Educação do ex-presidente por quase toda a gestão do petista, desde julho de 2005 ?" Lula governou de 2003 a 2011 ?" e ainda permaneceu no cargo em parte do governo de Dilma Rousseff, até janeiro de 2012.

Deixou o cargo estimulado justamente por Lula, por um projeto traçado por ele: concorrer à Prefeitura de São Paulo. Após eleger Dilma e manter com o PT a Presidência da República, o líder partidário queria retomar o poder na cidade mais rica do país. Além disso, precisava construir novas lideranças petistas após o abalo provocado pelo mensalão.

DESEJOS PARA O BRASIL: Paz social, sem abandono dos necessitados

Nesse período, Lula e Haddad construíram uma relação de confiança e admiração mútuas. O então presidente ficou muito satisfeito com o trabalho à frente do MEC que o então ministro desenvolvia. Apesar de deslizes, como os episódios com o vazamentos de provas do Enem, várias frentes tornaram-se vitrines do governo petista. O ex-presidente o considerava "o menino de ouro". O afilhado, por sua vez, se admirava com a habilidade política do padrinho.

Em março de 2011, Lula mandou emissários a um encontro com Haddad para saber se ele topava entrar na disputa à Prefeitura ?" ao que ele respondeu na hora que estava à disposição.

Enfrentou muitas resistências no PT, ao qual é filiado desde 1983. E foi Lula quem o viabilizou, apaziguando os ânimos por sua "timidez". Lula esteve ao lado de Haddad em muitos dos eventos do PT em campanhas e, por algumas vezes, o socorreu em discursos. O ex-presidente é político nato; Haddad, professor da Universidade de São Paulo, intelectual.

Haddad nunca foi dado à vida partidária, mas mudou seu estilo este ano, justamente para se aproximar de Lula e deixar de ser intermediado pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, ou pelos defensores do ex-presidente.

Advogado de formação, renovou sua carteirinha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para poder visitar o padrinho político na cela da Polícia Federal quando quisesse, usando como álibi, ainda, o fato de ser coordenador do programa de governo do partido.

Embora não sejam amigos, como dizem publicamente, conversam sobre tudo, especialmente economia, o assunto preferido dos dois. E claro, sobre estratégias políticas. Mas não trocam conselhos e confissões pessoais.

Agora, às vésperas do primeiro turno da eleição mais disputada e incerta desde a redemocratização, padrinho e afilhado voltam a se encontrar. Haddad retoma o papel de "poste" de Lula, já desempenhado na Prefeitura de São Paulo. A dúvida que fica é se, preso, o ex-presidente conseguirá eleger seu candidato."
Herculano
14/09/2018 07:37
A LARANJA

De Guilherme Fiuza, jornalista e escritor, no twitter.

A propaganda eleitoral do PT, também conhecida como Proibidão do Lula, diz que a perseguição política tirou a Marisa dele. Faltou lembrar a linda homenagem de Lula à falecida, passando a botar todos os seus trambiques na conta dela.
Herculano
14/09/2018 07:33
TANQUES E TOGAS TENTAM CERCAR A DEMOCRACIA BRASILEIRA, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Nas democracias, chefes militares não fazem considerações sobre política e eleição

Tanques e togas tentam cercar a democracia brasileira. Há um esforço deliberado para tratar o eleitor como um débil mental. Generais, juízes e procuradores se arvoram em consciência crítica da brasileirada incapaz. Aos 57 anos, incomoda-me o assédio que ofendia meu senso de autonomia adolescente. Desculpem-me por um tantinho de memória privada a unir setembros. Como naquele filme, sei que a história de uma pessoa "vale menos do que um punhado de feijão neste mundo louco", mas é a minha história - ou a infância afetiva de um liberal. Entre togas e tanques.

Eu tinha 15 anos quando o DOPS (Departamento da Ordem Política e Social) encostou as mãos sujas em mim. Passei por um interrogatório informal na escola. A denúncia partira de um professor infiltrado. Eu havia vencido um concurso estadual de redação cujo tema era "O Dia da Árvore". Associei a agressão à natureza à incúria do governo, ao egoísmo humano e ao lucro irresponsável. E o fiz com a ambição condoreira que têm os candidatos a mau poeta na periferia do mundo...

Bastou para que os arautos de então de uma "escola sem partido dos adversários" se assanhassem. De onde eu havia tirado aquelas ideias? Vinham de algum professor? De qual? O que eu entendia por "lucro"? E por "egoísmo"?

Engrolei irrelevâncias. Era só um garoto inocente, óculos fundo-de-garrafa, barba nascente, voz ainda desengonçada, meio gordo, ruim de bola, mas bom de amigos - afinal, eu tinha cigarros e dividia com eles os arcanos do Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV) e da Oração Subordinada Adverbial Temporal Reduzida de Particípio. Terminado o interrogatório, concluí em silêncio que a ditadura tinha de acabar. No tempo da memória, como no do cinema, que furta detalhes em benefício da síntese, fui ser condoreiro da periferia do trotskismo. Até os 21 anos. Nas ditaduras, não há lugar para míopes inocentes.

O "menino antigo" em mim (com a licença de Drummond) e o velho recente leram com indignação a entrevista ao Estado de S.Paulo Eduardo Villas Boas, comandante do Exército, segundo quem o futuro governo "pode ter sua legitimidade questionada" em razão da agressão sofrida por Jair Bolsonaro.

Nas democracias, chefes militares não fazem considerações sobre política e o processo eleitoral. Também não dizem quem pode e quem não pode ser eleito. Ciro Gomes tem razão ao afirmar, aludindo a Brecht, que o general buscava calar as "vozes das cadelas no cio" do fascismo caseiro. E, destaque-se em nome da precisão, Villas Boas descartou um golpe. Mas restou a sombra da tutela.

Eu não me bandeei para o liberalismo como um trânsfuga. Passei por um processo de conversão silenciosa. Quero a inocência dos que se sentem representados pelo império da lei, não pelo triunfo da vontade dos senhores da guerra ou de grupos que se organizam para assumir o lugar da consciência do eleitor.

Há duas semanas, denunciei nesta coluna o movimento empreendido pelo Ministério Público - na verdade, pelo "Partido da Polícia - para interferir nas eleições. Dados forma, calendário e argumentação contida nas petições, as investidas contra Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Beto Richa são brocados de um Estado fascista. Notem que não assevero inocências e culpas. Cobro é o devido processo legal.

Ações de improbidade, prisões temporárias e preventivas e vazamentos de inquéritos e de delações passaram a ser empregados com o nítido propósito de mudar o resultado das urnas. A corregedoria do Conselho Nacional do Ministério Público vai apurar a conduta de alguns de seus membros, que resolveram confundir boca de urna com combate à corrupção. No TSE, Roberto Barroso inventou o "trânsito em julgado" do que ainda está "sub judice". Um espanto. A exemplo do general, todos querem proteger o povo brasileiro. O diabo é que se colocam no papel de quem pode até rasgar a lei para poupá-lo de sua própria vontade.

Ainda sei o que é MRUV e reconheço a Adverbial Temporal Reduzida de Particípio quando diante de uma. O Dia da Árvore se comemora na sexta que vem, unindo setembros. Dois dias depois, começa a primavera. Odeio invernos. Desde os 15 anos. Este também passará.
Herculano
14/09/2018 07:26
UTI DESPERTA ÍMPETO INTERVENCIONISTA DE MOURÃO, por Josias de Souza

O drama clínico de Jair Bolsonaro gera dois tipos de sentimento. O primeiro é de solidariedade. O segundo, de apreensão. Sua candidatura oferece um bom resumo da fragilidade institucional do país. Enviado ao topo das pesquisas pela raiva do eleitor, Bolsonaro consolida sua liderança mesmo estando na UTI. E a prosperidade eleitoral produziu um racha na microcoligação do paciente.

Há em torno de Bolsonaro dois partidos. O dele é o PSL, Partido Social Liberal. Todos sabem que não é social. E muitos duvidam que seja liberal. A legenda do vice, o general Hamilton Mourão, é o PRTB, Partido Renovador Trabalista Brasileiro. De renovador não tem nada. De trabalhista, muito menos. Bolsonaro é praticamente um candidato avulso.

A campanha de Bolsonaro está, hoje, nas mãos dos filhos civis e do vice militar. Que brigam por espaço. O general Hamilton Mourão acha que deve substituir o capitão-candidato em eventos como debates na TV, por exemplo. Os filhos de Bolsonaro levam o pé à porta. É como se Mourão, adepto da intervenção militar, ensaiasse um golpe contra alguém que ainda nem chegou ao poder. O Brasil não é mais imprevisível. Tornou-se um país tristemente previsível. É como dizia o popeta Cacaso: "Ficou moderno o Brasil, ficou moderno o milagre: a água já não vira vinho, vira direto vinagre."
Herculano
14/09/2018 07:22
VICE DE BOLSONARO, GENERAL MOURÃO SUGERE ATROPELAR REGRAS DO JOGO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Ao propor Constituição sem Constituinte, militar despreza princípio democrático

Parece que o general Hamilton Mourão não é muito fã da democracia. Dias depois de afirmar que as Forças Armadas deveriam intervir no país em casos extremos, o candidato a vice de Jair Bolsonaro agora sugere atropelar as regras do jogo para mudar a Constituição.

"Fazemos um conselho de notáveis e, depois, submetemos a plebiscito. Uma Constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo", disse o militar da reserva, nesta quinta (13).

A carreira militar proporcionou a Mourão uma formação política, mas ele prefere ignorar alguns princípios básicos. Ele fala como se governantes iluminados pudessem desprezar o poder constituinte para rasgar e refazer as principais normas do país.

Nem Hugo Chávez pegou tantos atalhos. Em 2009, ele submeteu uma reforma da Constituição à Assembleia Nacional, controlada por seus aliados. Depois, fez um referendo para validar as mudanças. Acabou com limites de mandato e abriu caminho para a reeleição irrestrita. Seu grupo está no poder há quase 20 anos.

A ideia de Mourão é mais atrevida porque elimina o crivo de outros poderes. Os políticos estão em baixa, mas ao menos são escolhidos por uma sociedade plural. Os tais "notáveis" de Mourão seriam nomeados por um governo e, portanto, trabalhariam sob encomenda.

O plebiscito citado pelo general não dá mais legitimidade ao projeto. Só reveste de demagogia a vontade de queimar etapas. O PT também tenta encurtar caminhos ao propor que presidentes possam convocar consultas populares. Hoje, só o Congresso tem essa competência.

Mourão diz que a sugestão é sua, não de Bolsonaro. O vice assumiu protagonismo na campanha desde o atentado sofrido pelo titular ?"incomodando até a família do candidato.

O general já afirmou que o AI-5, que cassou centenas de políticos, "nem foi tão usado" e que um presidente pode convocar as Forças Armadas e dar um "autogolpe" em situação de "anarquia". Se Bolsonaro for eleito, Mourão dormirá com a corneta sob o travesseiro no Palácio do Jaburu?
Herculano
14/09/2018 07:20
ATENTADO CANCELOU 7 DE SETEMBRO FESTIVO LÁ FORA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Tão logo soube do atentado a Jair Bolsonaro (PSL), na quinta (6), o Ministério das Relações Exteriores ordenou a todos os embaixadores do Brasil mundo afora "observar a devida sobriedade" nas celebrações de 7 de Setembro, "em razão da consternação" envolvendo o fato, cancelando inclusive shows artísticos e culturais. A Circular Telegráfica, à qual esta coluna teve acesso, foi acatada pelos embaixadores.

DISSIMULAÇÃO?
A Circular Telegráfica nº 108709 foi enviada de forma particular, por e-mail. Mensagens oficiais são transmitidas na série telegráfica normal.

NÃO FOI PARTICULAR
A Circular é expediente oficial, informa o embaixador Tarcísio Costa, do Itamaraty, e "não tem absolutamente nada de particular nisso".

TODOS ESTRANHARAM
"Verdade isso que recebi?", indagou embaixador, em grupo restrito de diplomatas no whatsapp. "Não sei, mas vou sondar", respondeu outro.

DIPLOMATAS INCRÉDULOS
"É verdade, sim", esclareceu um terceiro. "Cancelar eventos é meio forte", disse mais um, incrédulo. "Um tanto demais, né?".

REI DAS DISTRIBUIDORAS QUER BANCADA NO CONGRESSO
O bilionário Rubens Ometto, que multiplicou a fortuna no ramo de combustíveis, parece formar uma tropa de choque na política: ele é o maior financiador de campanhas, com R$3,65 milhões até agora. O financiamento de Ometto coincide com a iminente votação, no Congresso, de projetos que ameaçam seu negócio mais rentável: a obrigação de refinarias e destilarias de venderem seus produtos às distribuidoras como a Cosan, que ele controla e cujo conselho preside.

RESOLUÇÃO SUSPEITA
A obrigação é determinada por uma suspeita resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP), cuja revogação é defendida pelo Cade.

ESTRANHO INTERESSE
Rubens Ometto fez doações a candidatos a deputado federal, senador, governador e deputado estadual do MDB, PT, PSDB, PP, DEM e PSD.

BANCADA DE RESPEITO
Se forem eleitos, os financiados por Rubens Ometto seriam a 4ª maior bancada no Senado e a 10ª na Câmara, à frente de PCdoB, Psol etc.

GAIOLA DE OURO
Dos 14 presos preventivamente na Operação Vostok, no Mato Grosso do Sul, o mais pobre tem cinco fazendas. Um deles, Zelito Alves Ribeiro, é dono de 27 e nasceu rico, assim como todos os outros.

GARÇONS NO PODER
O ministro Dias Toffoli só tem fãs no aclamado restaurante Santo Colomba, em São Paulo. Ele fez questão de mandar vistoso convite, com letras douradas, aos garçons do restaurante da Alameda Lorena.

ALIANÇA RECONSTRUÍDA
O ministro Carlos Marun disse à coluna que ignora a articulação do MDB com o PT, por meio de José Dirceu, para apoiar Haddad (PT) no segundo turno. Mas não achou isso o fim do mundo.

CREDIBILIDADE NAS RUAS
Candidato à Câmara dos Deputados pelo PPS de Brasília, o delegado federal Luciano Leiro está cada vez mais orgulhoso da sua corporação. Onde chega, em campanha, é saudado por integrar a Polícia Federal.

EMPRESÁRIOS NO PAREDóN
Candidata do PSTU a presidente, Vera Lúcia, fez um sorriso maroto ao ser indagada, em entrevista à TV Brasil, como escolheria as 100 maiores empresas que ameaça estatizar: "Estão na lista da Forbes...".

MELHOR TER CUIDADO
Apesar da ordem da Justiça Eleitoral, a campanha do PT nas redes sociais continua a fingir que Lula é o candidato. E dizem ainda que "Haddad é Lula". Periga também acabar preso por corrupção.

É DE CHORAR
A profusão dos candidatos que se apresentam como "professores" no horário gratuito, muitos deles portadores de (vá lá) propostas confusas e obtusas, serve para explicar a tragédia da Educação no Brasil.

CACHIMBO DA PAZ
Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski tiveram o mesmo entendimento favorável à descriminalização da importação de sementes de maconha, em julgamento na Segunda Turma do STF.

PENSANDO BEM...
...se quisesse mesmo votar, em vez de pedir uma urna, Lula devia pedir transferência para um presídio comum.
Herculano
14/09/2018 07:13
SEM MORDAÇAS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

São pertinentes as dúvidas levantadas quanto a ações abertas contra políticos no período eleitoral

Policiais, procuradores e juízes não estão imunes a preferências ideológicas, a pressões políticas ou à tentação dos holofotes; denúncias e operações que atinjam candidatos a cargos eletivos podem interferir na disputa e suscitar dúvidas quanto à isenção das autoridades.

Por mais de um motivo, o tema se mostra especialmente delicado num país em que o aparato investigativo e judicial assumiu insólito protagonismo a partir dos extraordinários feitos ?"que não deixaram de inspirar equívocos e abusos?" da Operação Lava Jato.

Não são descabidas, nesse contexto, as preocupações que permeiam a iniciativa do corregedor-geral do Conselho Nacional do Ministério Público, Orlando Rochadel, de questionar ações recentes contra Geraldo Alckmin (PSDB) e Fernando Haddad (PT), presidenciáveis, e Beto Richa, tucano que concorre ao Senado pelo Paraná.

Alckmin se tornou alvo de ação de improbidade administrativa em 5 de setembro, sob acusação de aceitar dinheiro da Odebrecht, pelo caixa dois, na campanha vitoriosa ao governo paulista de 2014.

Haddad foi denunciado três vezes neste ano, a última delas no dia 3, por suposto recebimento de propina da UTC para pagamento de dívidas oriundas da disputa de 2012 pela Prefeitura de São Paulo.

No episódio mais dramático, Richa, ex-governador, foi preso em caráter temporário na terça-feira (11), em operação que apura fraudes num programa de obras públicas conduzido entre 2012 e 2014.

Em hipótese alguma se devem censurar, a priori, os promotores responsáveis. Convém assinalar que os casos passaram pelo crivo do Judiciário ?"e que, nesta fase, cumpre favorecer a acusação, pelo interesse da sociedade.

Entretanto são pertinentes as dúvidas levantadas a respeito do intervalo temporal entre fatos investigados, depoimentos colhidos e apresentação das denúncias.

Esclarecê-las, por si só, não equivale a submeter-se a uma "mordaça", ou "tentativa indevida de constranger o Ministério Público" ?"palavras de nota divulgada por procuradores da Lava Jato.

Decerto existe, no meio político e na máquina estatal, quem queira encabrestar a ofensiva de combate à corrupção. Tais forças, felizmente, não têm obtido êxitos notáveis.

Nada disso é impeditivo para que as próprias instituições envolvidas, o Ministério Público em particular, busquem mecanismos de autocontrole e transparência compatíveis com o vasto poder a elas conferido pela Constituição de 1988.

Deseja-se, claro, que promotores e procuradores atuem com altivez e independência. Isso não os exime, no entanto, da prestação de contas e da atenção a limites no exercício de sua autoridade.
Herculano
13/09/2018 19:47
CINISMO EXPLÍCITO. ELE Só É EXPLÍCITO POR CAUSA DA MANSIDÃO DO POVO FEITA DE ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS E ESPERTALHõES

Cínico, o PT diz ou esconde de todas as formas, e seus adversários providencialmente por terem parte nesse processo, avalizam, de que o partido não tem nada a ver com o poste do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff, a presidente que fez 14 milhões de desempregados, o petrolão, o aumento sem controle da inflação, a queda do PIB e a maior recessão econômica já ista desde 1929.

Agora,o mesmo Lula ungiu um novo poste: Fernando Haddad para espoliar os brasileiros
Herculano
13/09/2018 19:30
"A ELEIÇÃO CHEGOU NA RETA FINAL PARA MARINA SILVA?

Conteúdo do site Gezeta do Povo, de Curitiba. Texto de Flávia Pierry, de Brasília. Se na pré-campanha e começo da campanha a presidenciável Marina Silva (REDE) aparecia até em uma segunda colocação em alguns cenários nas pesquisas de intenção de voto, com 12% dos votos ou até 16% dos votos* - logo atrás de Jair Bolsonaro (PSL) -, agora a candidata está em queda livre.

Marina aparece empatada com Geraldo Alckmin (PSDB) com 9% na mais recente pesquisa Ibope**, e atrás de Ciro Gomes (PDT). O que aconteceu com Marina? Teria chegado ao seu limite nesta eleição?

Uma das possíveis explicações para a desidratação da candidatura pode ser a frágil estrutura partidária, somado a fatores como a imagem que parte do eleitorado já construiu dela, desde eleições passadas. Outra explicação seria a migração de parte dos votos que Marina tinha e que agora foram para o petista Fernando Haddad (PT) ou mesmo para Ciro Gomes, antecipando um voto útil contra Bolsonaro.

Acabou o gás?
As chances de a presidenciável virar o jogo e assumir a dianteira na disputa de quem vai ao segundo turno são pequenas, mas não devem ser descartadas. "[A campanha eleitoral] é uma corrida maluca. O que sabemos é que ela deve ter poucas condições de crescer agora. Não tem muito espaço. Pode mudar? Sempre pode. Mas parece que ela tem menos condição de crescer nesse pelotão", avalia o coordenador de análise política da Genial Investimentos, Ribamar Rambourg.

Mesmo entre os 9% que a candidata leva na mais recente pesquisa Ibope** de intenções de votos, há risco de debandadas, principalmente se oponentes mais à esquerda começarem a subir nas pesquisas, como Ciro Gomes e Fernando Haddad. Segundo a pesquisa Datafolha* divulgada em 10 de setembro, 71% dos que declaram voto na candidata da REDE afirmaram que podem mudar de candidato. Apenas 29% estão totalmente decididos a votar nela.

Rambourg avalia que a formalização da saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) do cenário eleitoral pode ter prejudicado Marina nas pesquisas mais recentes.

"Boa parte das intenções de voto (de Marina) era concentrada no Nordeste, no eleitorado menos favorecido, e entre mulheres. E parte desse eleitor se sentia órfão sem Lula. Marina crescia na pesquisa sem Lula, herdava boa parte desses votos. À medida que ficou claro que Lula não iria ser candidato, essa queda da Marina começa a ser percebida, no mesmo momento que Haddad começa a despontar. A desidratação era tragédia anunciada", diz o analista.

Marina contra Haddad
Isso fica demonstrado na pesquisa Ibope** de 11 de setembro: Marina tem 9% das intenções de voto, com queda em relação à anterior em todos os segmentos, tendo maior recuo (7 pontos percentuais) entre eleitores menos escolarizados, que têm ensino fundamental completo (de 16% na primeira pesquisa, indo para 15% na segunda e alcançando 8% no mais recente levantamento do Ibope).

Na mesma pesquisa, Haddad chega a 13% entre os eleitores do Nordeste (5 ponto percentuais a mais que rodada anterior). Ele também cresceu entre aqueles com menor renda familiar mensal, passando de 4% para 10%.

Apesar de ter pontos em seu perfil que agradam ao eleitorado (como um currículo sem marcas de corrupção ou investigação nas operações da Polícia Federal, além de ter em sua história pessoal a característica de ter saído da pobreza e conseguido estudar), Marina tem dificuldade em transmitir a segurança necessária para o cargo que pretende ocupar. A pesquisa Ibope** mostra que Marina tem uma grande rejeição (24% dos entrevistados disseram que nunca votariam nela), sendo superada somente por Jair Bolsonaro (com 41% de rejeição).

Entre apoiadores da candidata, também é vista como fragilidade da candidata a falta de assertividade em seu discurso. Para eles, essa qualidade seria necessária para que Marina superasse a percepção de parte do eleitorado de que ela não teria segurança para ser presidente do país, até por sua imagem naturalmente frágil.

Ainda entre os apoiadores, existe também a análise de que ela vem perdendo parte de seu eleitorado evangélico (Marina é da igreja Assembleia de Deus) para Bolsonaro. Entre os eleitores da presidenciável, segundo a mais recente pesquisa Ibope, 10% se declaram evangélicos, enquanto que entre os eleitores de Bolsonaro, 33% se declaram evangélicos.

Metodologias
*Pesquisa realizada pelo Datafolha no dia 10 de setembro com 2.820 entrevistados (Brasil). Contratada por: GLOBO E FOLHA DE SÃO PAULO. Registro no TSE: BR-02376/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%. *Não sabe / Não respondeu.

**Pesquisa realizada pelo Ibope com 2.002 entrevistados (Brasil) entre os dias 8 e 10 de setembro. Contratada por: REDE GLOBO E O ESTADO DE SÃO PAULO. Registro no TSE: BR-05221/2018. Margem de erro: 2 pontos percentuais. Confiança: 95%. *Não sabe / Não respondeu.
Herculano
13/09/2018 19:20
NÃO HÁ DIFERENÇA?

Segundo Augusto Nunes, de Veja: O PCC é o PT do narcotráfico ou o PT é o PCC da política? A diferença entre Marcola e Lula é que o primeiro não conseguiria fantasiar-se de preso político sem ficar ruborizado
Herculano
13/09/2018 19:09
da série: depois dos institutos que desnudam o "fake news", o PT inventou instituto de pesquisas que validam as "fakes news", ou ao menos criam mais confusão, não se importando os meios, mas a finalidade, mesmo que isso quebre o país e os brasileiros. É um mundo todo a parte, como se viu na continua desmoralização da Justiça e aceita por ela própria na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, e a sua tentativa, como réu condenado em segunda instância, em ser, na marra candidato.

VOX POPULI: HADDAD JÁ ASSUME LIDERANÇA COM 22%

Conteúdo do site 247.Pesquisa CUT/Vox Populi divulgada nesta quinta (13) indica: Fernando Haddad já assume a liderança da corrida presidencial, com 22% de intenção de votos. Bolsonaro tem 18%, Ciro registra 10%, Marina Silva tem 5%, Alckmin tem 4%. Brancos e nulos somam 21%.

O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%.

O nome de Haddad foi apresentado aos eleitores com a informação de que é apoiado por Lula.

Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira 11 como o cabeça de chapa na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo quando associado ao ex-presidente.

O deputado, internado desde a sexta-feira 7 no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, registra contudo o maior percentual de menções espontâneas (13%), contra 4% de Ciro e Haddad, 3% de Marina e 2% de Alckmin.

O fato de as citações espontâneas se aproximarem da porcentagem registrada por Bolsonaro nas respostas estimuladas demonstra, ao mesmo tempo, um teto do candidato do PSL e uma resiliência que tende a leva-lo à próxima fase da disputa presidencial.

O Vox realizou diversas simulações de segundo turno. Bolsonaro venceria Alckmin (25% a 18%), empataria tecnicamente com Marina (24% a 26%) e perderia para Ciro (22% a 32%) e Haddad (24% a 36%). O pedetista e o petista vencem os demais. O instituto não fez a simulação de um confronto entre os dois.

Por fim, a pesquisa mediu a percepção dos eleitores em relação ao ataque a Bolsonaro ocorrido em Juiz de Fora em 6 de setembro. A maioria absoluta, 64%, associa a facada a um ato solitário de um indivíduo desequilibrado, "com problemas mentais". Outros 35% acreditam tratar-se de um atentado organizado e planejado, com fins políticos.

A maior parte dos entrevistados (49% contra 33%) não crê que o episódio possa influenciar a decisão de voto dos brasileiros
Herculano
13/09/2018 19:00
da série: começou a outra parte do jogo sujo e que só o PT, com a esquerda do atraso, são capazes de realizá-lo às claras, zombando de todos nós, como fizeram até agora e fará muito mais para ser poder e donos da corrupção usando os analfabetos, ignorantes e desinformados.

PT PREOCUPADO COM A SAÚDE DE BOLSONARO, por Helena Chagas, de Os Divergentes

Depois da família do próprio Jair Bolsonaro, esta noite ninguém ficou mais preocupado com a cirurgia de emergência que ele sofreu do que a cúpula do PT. A campanha de Fernando Haddad viu nesta manhã com alívio as notícias de que o deputado passa bem - e, portanto, continua no páreo, mantendo a perspectiva de pegar uma das vagas do segundo turno. A esta altura do campeonato, se o pior acontecesse a Bolsonaro (Deus nos livre!), ou se ele tivesse que se retirar da disputa por razões de saúde, a estratégia iria por água abaixo.

A maior preocupação dos articuladores da candidatura Fernando Haddad hoje não é com a transferência de votos do ex-presidente Lula - que eles consideram certa ao menos em número suficiente para chegar ao segundo turno - e nem com a pancadaria dos adversários, de quem o ex-prefeito de SP já se tornou alvo preferencial. O maior medo dos petistas é ir para o segundo turno com alguém que não seja Jair Bolsonaro.

O capitão deputado é considerado terreno conhecido e relativamente seguro para qualquer adversário na etapa final da eleição. Sua força pode ser grande hoje, lastreado na indignação dos setores mais cinservadores da sociedade, mas as pesquisas mostram que a direita brasileira tem um teto que hoje não supera os 25%. No caso do PT, polarizar com Bolsonaro pode ser a chance se atrair aquele eleitorado de centro que também não está com o PT neste pleito, mas que o considera menos pior do que o deputado.

Ninguém se elege no segundo turno sem essa fatia do centro, que traz consigo boa parte do establishment, da classe média e da própria mídia. Se Haddad disputar o segundo turno com outro candidato, como Geraldo Alckmin ou Ciro Gomes, por exemplo, corre sério risco de inverter sua posição de salvador do Brasil de Bolsonaro e tornar-se, ele sim, o personagem da narrativa a ser eliminado.

Deve ter caciques petistas mandando flores a Bolsonaro hoje na UTI.
Herculano
13/09/2018 18:54
da série: ação entre amigos, do Brasil que não tem jeito

TOFFOLI SUSPENDE AÇÃO PENAL CONTRA GUIDO MANTEGA, por Claudio Dantas, de O Antagonista.

Dias Toffoli, que está tomando posse na Presidência do Supremo, mandou Sergio Moro suspender a ação penal contra Guido Mantega.

A liminar foi pedida pela própria defesa do ex-ministro, denunciado por atuar para a Odebrecht na edição de medidas provisórias em troca de propina.

No entendimento do ex-advogado do PT, Mantega não pode ser investigado por corrupção passiva, mas por crime eleitoral.

"Pois bem, à luz do entendimento fixado na ação paradigma, entendo, neste juízo de cognição sumária, que a decisão do Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba/PR tentou burlar o entendimento fixado no acórdão invocado como paradigma, ao receber a denúncia do Ministério Público Federal, acolhendo, sob a roupagem de corrupção passiva, os mesmos fatos que o Supremo Tribunal Federal entendeu - a partir dos termos de colaboração contidos na PET nº 6986-AgR/DF ?" que poderiam constituir crime eleitoral de falsidade ideológica (art. 350 da Lei nº 4.735/65), por se tratar de doações eleitorais por meio de caixa 2."
Herculano
13/09/2018 18:50
POSTE TEM ATÉ SOBRENOME DO OUTRO. O MALUCO DA FACA. ASSUNTOS NÃO FALTAM PARA A MIRA, por Cacalo Kfouri, no Chumbo Gordo

Vindo de quem veio pode ter sido por incompetência ou de caso pensado, o fato é que a propaganda eleitoral do PT no rádio, até a do meio-dia de ontem (12) - não ouvi depois, só ligo rádio no carro - Haddad ainda era apresentado como vice com apoio vocal de Lula fingindo ser o candidato. Para completar, a biografia de Haddad é mentirosa, reza que ele sempre estudou em escola pública sendo que somente o fez no curso superior.

Lula, sem dúvida, é uma pessoa de grande modéstia, na carta em que apresenta Haddad como candidato cita a si mesmo 32 duas vezes e o apresentado 17... E deixa claro que governará o país caso emplaque seu boneco de ventríloquo.

Uma coisa me intriga desde o ataque a Bolsonaro, como é possível que alguém acredite em algo de nome Igreja do Evangelho Quadrangular, afinal é credo ou geometria?

Eu entrego os pontos, desisti para não cansar os leitores, não adianta, os cara-pálidas insistem e continuam a escrever "inquérito contra", "investigação contra", perdi a esperança de que tenham um encontro "contra" um dicionário.
Herculano
13/09/2018 18:44
da série: o viés autoritário

UMA CONSTITUIÇÃO NÃO PRECISA SER FEITA POR ELEITOS PELO POVO, DIZ MOURÃO EM CURITIBA, conteúdo da CBN, de Curitiba, texto Roger Pereira e Francielly Azevedo

Em Curitiba, onde proferiu palestra no Instituto de Engenharia do Paraná, o general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), defendeu uma nova Constituição para o Brasil, dizendo que a Carta deve ser mais enxuta, devendo conter apenas princípios e valores. Ele afirmou que, para isso, não seria necessário convocar uma nova constituinte, que a Constituição poderia ser elaborada por um conselho de notáveis escolhido pelo presidente.

"Quem mobiliza é ele, ninguém, vai me eleger. Eu sou o apêndice", diz vice de Bolsonaro

"Nossa constituição é extensa de mais, devia ser só princípios e valores. O resto, horário de trabalho dos bancários, se os juros devem ser tabelado, isso é por lei ordinária", disse. "Não precisa de Constituinte Fazemos um conselho de notáveis e depois submetemos a plebiscito. Uma constituição não precisa ser feita por eleitos pelo povo", afirmou, dizendo ser essa sua opinião e não a de Bolsonaro ou da chapa da qual ele faz parte.

Mourão também comentou as declarações do candidato a governador do Paraná pelo seu partido, Geonísio Marinho, de que há suspeita de fraudes nas urnas eletrônicas e que, se os militares do PRTB identificarem indícios de manipulação dos resultados, haverá intervenção. "Existe uma desconfiança das urnas por uma questão muito clara, não existe auditoria das urnas. Você não tem certeza se teu voto foi computado. Então existe essa teoria da conspiração, mas não existe possibilidade de intervenção", disse. Lembrando que Bolsonaro foi o deputado mais votado nas últimas eleições, ele comentou. "É muito difícil fraudar a eleição proporcional, mas a eleição majoritária tem possibilidade". Ele garantiu, no entanto, que a chapa respeitará o resultado das urnas "Não vamos contestar o resultado das urnas. Quem for eleito assume o abacaxi em janeiro",

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