As eleições de domingo ratificaram um novo ciclo de mudanças, mas os políticos de Gaspar continuam no antigo - Jornal Cruzeiro do Vale

As eleições de domingo ratificaram um novo ciclo de mudanças, mas os políticos de Gaspar continuam no antigo

25/10/2018

Da esquerda para direita: o prefeito Kleber, o líder do governo Hostins, o líder do MDB Anhaia e o secretário Carlos Roberto Pereira, MDB

Razões para mudar I

Domingo, independente das pesquisas e da segurança das urnas eletrônicas ambas desacreditadas por extremistas – apesar de nada se provar contra as urnas por 22 anos e 13 eleições seguidas-, é dia de ratificar às mudanças e no voto livre. As mudanças começaram no dia sete, silenciosamente ao verde e amarelo. Revanche nascida em 2014 quando o PT e Dilma Vana Rousseff venceram sob claro estelionato marqueteiro. Chega de PT, seus sócios oportunistas e os da esquerda do atraso. Usam permanentemente os analfabetos, ignorantes e desinformados para ser poder e se estabelecer na roubalheira permanente.

Razões para mudar II

E é bom que as mudanças mínimas e desejadas se concretizem. Que se destampem essa chaleira fervendo de radicalismos e irracionalidades. Que as mudanças, ao mesmo tempo, ensinem-nos a encontrar novos caminhos e que se registrem na nossa memória, este avanço ou retrocesso –e do qual não estamos a salvo. Sempre se diz que no Brasil não aconteceram guerras para que elas marcassem – pelo trauma, dor, perdas e prejuízo individual ou coletivo - o que não devemos mais repetir. Não há guerras, no sentido lato, mas há uma outra quase invisível e que nos traumatiza na esperança, na corrupção desenfreada, no bolso – inflação, recessão e caos econômico, desemprego, privilégios no setor público e a roubalheira dos pesados impostos de todos para o privilégio de poucos, nos grupos do poder de plantão. Ética? Zero.

Razões para mudar III

O voto livre não fez parte daquele primeiro de abril de 1964 - que virou 31 de março para disfarçar a piada. Depois daqueles tenebrosos tempos que duraram 20 anos onde tudo se escondeu – não havia internet, redes sociais, aplicativos de mensagens para furar o bloqueio; telégrafo ou rádio amador não contam. A imprensa –jornais influentes nos grandes centros, tevês insipientes no jornalismo e rádios censuradas pelos militares de plantão – e eu fui testemunha em redações -, deve se reconhecer por outro lado que, a democracia e os votos livres dos brasileiros também foram responsáveis não só pelos avanços, a liberdade, mas pelas mazelas que queremos combatê-las neste domingo. Esta sim é a verdadeira revolução que ser quer contra os políticos. Ela surpreendeu os petistas, ladrões do erário público e o poder de plantão assentados com diversos políticos por intermédio de vários partidos tradicionais. Os petistas foram surpreendidos até nas fakes news. Inventores disso desde que chegaram no poder e que chamavam de marketing. Resumindo: este é o verdadeiro poder que emanou do povo como no enunciado da Constituição Cidadã: voto, para o desespero dos donos do velho circo.

Razões para mudar IV

Para chegar até aqui e nos lançar ao voto de protesto, que chamam de mudanças, passamos por várias ondas como a do “Ame-o ou Deixe-o”, a do bipartidarismo controlado, a do maior partido do hemisfério sul ( a direita Arena), o da eleição indireta, o das Diretas Já, o da democracia relativa, o da Constituição Cidadã, o da reconstrução econômica com o Plano Real, e até o populismo, onde os trabalhadores – usados apenas no nome - e os sindicatos tiveram a chance, de efetivamente colocar o povo no centro do poder no socialismo moreno. E o que restou? Um país delapidado moral, ético, econômico e socialmente. E pior: naquilo que já se tinha avançado, mas não consolidado como se constata agora. Tudo em nome de um poder sem limites, sem freios, corrompido, onde até as instituições foram perigosamente aparelhadas, subornadas ou ideologizadas. O resultado de tudo isso está aí: uma perigosa insatisfação radical contra o modelo político tradicional e desacreditado. Ruim sob todos os aspectos.

Razões para mudar V

É preciso, efetivamente, acabar com o que se perdeu o controle, o que assaltou o estado e se revelou criminoso contra a nação não apenas com o PT, mas quase todos os partidos. Não só em Brasília, mas aqui em Santa Catarina e na nossa aldeia como Gaspar e Ilhota. A mudança, entretanto, antes exige método, propostas e time. Estamos mudando sem esses pilares. Reflitam! Renunciar à mudança radical é adiar o teste, é alongar o sofrimento bem conhecidos com o PT e seus sócios (PP, MDB, PDT, PCdoB, PSOL, PSD, PSTU, PCO, MST, CUT, MTST, UNE, PROS, PSB...). É também se negar a conhecer o mais rapidamente possível, o outro lado da mesma moeda. Honestidade não é sinal de competência e capacidade. Comandar, nunca foi sinônimo de governar. Os arautos das mudanças vão ser governo sem estarem preparados? Cuidado. A possibilidade da avaliação logo é ali em 2022, sem se descartar um impeachment. Todos no fio da navalha. Escolher é preciso. Arriscar também. É uma modalidade de guerra. E se der certo, pois esta é a proposta sincera dos mudancistas? Ganharemos todos e se desmentirão toda as dúvidas, acusações e preconceitos próprios de campanha. Não nos restou outra alternativa. Wake up, Brazil!

TRAPICHE

Inacreditável. O líder do governo do prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, Francisco Hostins Júnior, votou na terça-feira pela derrubada do veto no projeto 22/2018, tido como ilegal e inconstitucional no imbróglio do Vale Alimentação. Tudo para receber palmas dos servidores.

Se o líder do governo é contra o próprio governo, quem será ou está obrigado a ser a favor? O único dos 13 vereadores e dos seis da base governista fiel a Kleber, foi o líder do MDB, Francisco Solano Anhaia. Ufa! O poder traz bônus e ônus. Hostins quer o poder só com bônus. Anhaia que já foi petista, sabe bem o que é ônus numa tempestade.

Guardadas as proporções e razões que são bem diferentes das daqui, o gesto da base de Kleber na terça-feira – e que não é o primeiro e certamente não será o último -não lembra a angústia do presidente Michel Temer, também MDB? Ele prometeu fazer e acontecer, mas quem o desmoraliza é o Congresso, a própria base de “apoio” que vive traindo-o, apesar de levar tudo o que pede? Ai, ai, ai.

Quer mais? Kleber na noite da sua eleição, mandou às favas o PSDB e fez um acerto pessoal com a vereadora Franciele Daiane Back. Com a adesão dela à revelia dos tucanos, Kleber fez a maioria na Câmara. Bancou e prometeu a presidência da Casa à mais jovem vereadora já eleita por aqui. Ela surpreendente – por não fazer campanha e diante da arrogância do governo - foi derrotada com a máquina de Kleber e MDB “trabalhando” por ela.

O que aconteceu na terça? Mal-agradecida, Franciele não correspondeu a esse casamento sem o aval partidário e também traiu o seu protetor. Votou pela derrubada do veto de Kleber ao PL 22, em algo que ela conhece muito bem ser ilegal e institucional.

Kleber ficou sozinho com a bomba na mão e como o único malvado da história. A ira da oposição e o fingimento da situação foram criados exclusivamente pelo seu ex-secretário de Fazenda e Gestão Administrativa e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB.

Agora Kleber terá que patrocinar a discussão judicial para se livrar da condição de improbo. Enquanto isso, os seus vereadores da sua minoritária, aplaudidos, estão fazendo média, dando entrevistas, fazendo programas fakes nas rádios, como se não fizessem parte do governo que não quer o Vale como pecúnia incorporado aos vencimentos. Hum!

Para encerrar. Como um governo vai sobreviver sem vereadores fieis às suas ideias no Legislativo? Kleber já desistiu de governar e se reeleger? Ou os que votam pela mudança no domingo não estão votando contra a velha política, a esperteza e os privilégios cuja conta são apresentadas sem dó e piedade aos pagadores de pesados impostos todos os dias? A eleição é logo ali.

E Kleber e principalmente o doutor Pereira acham que o problema são os cabos eleitorais incompetentes em detrimento dos técnicos no empregocídio que faz sem pudor algum na máquina municipal. Deviam, antes, olhar bem quem são os que lhes faltam na Câmara. Acorda, Gaspar!

 

Comentários

Miguel José Teixeira
28/10/2018 23:17
Senhores,

Antes que eu me esqueça:

Chuuupaaa, porco saxão roger waters!

Vá fazer "cover" da banda PF lá na PQP!!!

Aqui, você também não!!!
Miguel José Teixeira
28/10/2018 22:10
Senhores,

Na mídia:

""Não tenham medo, nós estaremos aqui", diz Haddad em discurso após derrota..."

Este, é realmente o meu medo!

Vazem para CUba, venezuela ou outraS ditaduraS vermelhas e deixem-nos em paz, CORJA VERMELHA!

Ainda não entenderam os resultados das eleições???

Alô, condenado zédirceu:

vocês tomaram é no fiofó!!!
(desculpem-me a chuleza da expressão)

A Nação, hoje, dorme Verde, Amarelo, Azul e Branco e acordará para o AMANHã!!!!

Vade retro, retrocesso!
Miguel José Teixeira
28/10/2018 20:21
Alerta vermelho:

Vaza, zé!!!!
Herculano
28/10/2018 19:23
19.21 deste domingo, Jair Bolsonaro, PSL, é declarado presidente eleito.

Em Santa Catarina, desdes as 17.30, o comandante bombeiro Moisés era declarado novo governador de Santa Catarina a partir de primeiro de janeiro de 2019.
Herculano
28/10/2018 16:12
LENGA-LENGA

de Eliane Cantanhede, do jornal O Estado de S. Paulo, no twitter

É um desserviço ao Brasil e à imagem do país no exterior essa lenga-lenga de fraude nas urnas eletrônicas. E vale pros 2 lados. Quem ganhar vai ganhar com urna fraudada? Parem com isso!
Herculano
28/10/2018 16:10
OS LIVROS QUE LULA NÃO OS LÊ

Artistas, intelectuais ou que se rotulam assim, e outros simpatizantes de Haddad foram votar carregando livros, em alusão ao discurso do candidato de que o país precisa de livros, não de arma
Herculano
28/10/2018 16:06
O PT PRECISA DE VOCÊ DE JOELHOS, SEMPRE

de JR Guzzo, de Veja, no twitter

O ex-ministro Joaquim Barbosa era o Cão Danado de Lula e da esquerda brasileira até cinco minutos atrás. Foi descrito como totalitário, fascista, carrasco, fanático, violador da lei, inimigo do direito de defesa, rotweiller.

Agora, como disse que ia votar em Haddad, virou herói.
Herculano
28/10/2018 09:51
OS RECUOS DE BOLSONARO FORAM UM AVISO, por Élio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O candidato acreditava que óleo de pirarucu curava reumatismo ou queria que os outros acreditassem?

Jair Bolsonaro disse que fundiria os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. Agora diz que pode mudar de ideia. Juntar a Fazenda com o da Indústria? Pensou melhor e vai desistir. Abandonar o acordo climático de Paris? Ameaçou, mas vai ficar. Encrencar com a China? Nem pensar. Formar uma base parlamentar baseada em princípios programáticos? Tudo bem, mas está catando ministros na cesta onde o eleitorado jogou candidatos do DEM.

Bolsonaro encantou o mercado ao reconhecer que não entende de economia e por isso faria do doutor Paulo Guedes o seu "Posto Ipiranga". Como ele nunca produziu um prego, os papeleiros passaram a cultivar a ideia de que Guedes também precisaria de seus "Postos Ipiranga". De posto em posto, quem quiser comprar um prego acabará procurando uma velha e boa loja de ferragens, onde os pregos nacionais custam mais caro que os chineses.

A sabedoria convencional ensina que promessa de candidato é uma coisa, realidade de governante é outra. Mesmo assim, Bolsonaro ficou fora da curva. Quando ele falou numa reconstrução da base parlamentar a partir de princípios, sabia que estava vendendo óleo de pirarucu como cura de reumatismo.

No caso das fusões de ministérios, do vale-tudo ambiental e das relações com a China, exercitava o próprio primarismo. Ele pode querer agradar ruralistas interessados na expansão da área de cultivo da soja no Cerrado, mas precisa combinar com as grandes empresas internacionais que comercializam o grão e precisam defender suas marcas.

Matar gente na periferia das grandes cidades causa constrangimentos pelo mundo afora, mas esse sentimento é difuso. Agredir o meio ambiente compromete a reputação dessas grandes empresas.

Não se pode dizer que Bolsonaro recuou. Fernando Haddad recuou na sua ideia de forçar uma Assembleia Constituinte. Já sua autocrítica em relação às roubalheiras petistas é apenas um truque. Só se recua de uma posição onde se esteve, e Bolsonaro nunca esteve de fato nas posições que defendia há meses, ou há anos, quando defendia o fuzilamento de Fernando Henrique Cardoso. Eram truques, como o de Donald Trump garantindo que Barack Obama tinha nascido no Quênia.

ANARQUIA MILITAR

Ganha uma viagem ao Congo quem lembrar de algum político ou general da reserva dando palpite a respeito do preenchimento do cargo de comandante do Exército, uma atribuição do presidente da República.

O general da reserva Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa do capitão Bolsonaro, disse que na sua opinião o comandante do Exército deve ser escolhido pelo critério de antiguidade.

Antiguidade pode ser um critério, jamais o único, até porque de certa forma diminui a qualificação do general que vier a ser escolhido.

Pelo critério de antiguidade, Ulysses Grant nunca teria comandado o Exército do Norte que ganhou a Guerra Civil americana, e o general George Marshall, nomeado em 1939, não teria chefiado o Estado-Maior durante a Segunda Guerra. Esse grande chefe militar ensinou: "Se liderança vier a depender apenas da antiguidade, você começa derrotado."

Na missão francesa que assessorou o Exército brasileiro nos anos 20 do século passado veio um major chamado Joseph Veller. Servia ao seu lado o capitão Panasco Alvim, que mais tarde comandaria a força de intervenção da OEA na República Dominicana.

Quando a tropa errou num exercício de reconhecimento, Veller enfureceu-se e Panasco quis acalmá-lo dizendo que, com o tempo, ela aprenderia. Veller respondeu:

- Panascô, o burro do Duque de Saxe assistiu a mais de cem batalhas e continuou sendo um burro.

QUITANDA BRASIL

Com a experiência acumulada em 13 anos como ministro e 20 de Parlamento, o professor Delfim Netto ensina:

"Hoje à noite começa a lua de mel do novo presidente com o poder. No dia 1º de janeiro ele tomará posse e no dia seguinte, uma quarta-feira, terá que abrir a quitanda às 9h da manhã com berinjelas para vender a preço razoável e troco na caixa para atender a freguesia. Pelos próximos quatro anos a rotina essencial será a mesma: abrir a quitanda, com berinjelas e troco. Todos os desastres da economia brasileira deram-se quando deixou-se de prestar atenção na economia da loja."

BLOCO BOLSONARO

Valeria a pena descobrir o que andou fumando o bolsonarista que espalhou a ideia de que o candidato, uma vez eleito, pretende formar uma aliança liberal com os presidentes da Argentina, Chile e Paraguai.

Toda vez que se fala no Brasil em formar bloco no continente, o alcance da política externa brasileira encolhe.

Sebastián Piñera, presidente do Chile, é um conservador e aprecia diversas ideias defendidas por Bolsonaro. No seu governo, o ministro do Exército demitiu e mandou para a reserva o diretor da Escola Militar que homenageou um brigadeiro condenado por crimes cometidos durante a ditadura do general Pinochet.

A CARAVANA DE LULA

O oráculo de Curitiba quer que o PT organize caravanas para percorrer o Brasil defendendo as ideias do partido.

Sempre que Lula fala em "percorrer o país" ou em formar caravanas isso que dizer que não sabe o que fazer.

TEMER ACERTOU

O presidente Michel Temer suspendeu a manobra para acelerar o leilão de 12 aeroportos. Ficou tudo para março, pro próximo governo.

No escurinho de Brasília ainda há gente querendo aproveitar a xepa da feira acelerando processos de concessões na área de infraestrutura.

A VOZ DO LIXO

Para interessados em administração de grandes empresas, uma história contada pelo ex-ministro Shigeaki Ueki.

No início dos anos 70 ele era diretor comercial da Petrobras e resolveu esticar a duração dos contratos de compra de óleo estendendo-os para três ou até cinco anos.

Os vendedores vieram ao Rio e hospedaram-se no mesmo hotel. Ficou entendido que eles pretendiam ir para a mesa com uma estratégia comum.

Ueki conseguiu que uma arrumadeira catasse o lixo das suítes dos negociadores. Decifrando rabiscos, a Petrobras ganhou uma fortuna.

MADAME NATASHA

Se Natasha tivesse com quem deixar seus gatos, estaria no México, participando da marcha de latino-americanos em direção aos Estados Unidos. Apesar disso, a senhora acha que as motivações políticas ou sociais não devem atropelar o idioma.

Pode-se chamar o pessoal da marcha de qualquer coisa, menos de "imigrantes". O imigrante sai do seu país pretendendo entrar legalmente no outro.

Ao gosto de cada um, eles podem ser migrantes, invasores, refugiados, despossuídos ou, simplesmente, latino-americanos.

EREMILDO, O IDIOTA

Eremildo é um idiota e assustou-se com o tiroteio de policiais mineiros com paulistas em torno de um golpe no qual seriam trocados dólares por R$ 15 milhões em notas falsas.

O idiota percebeu que as cédulas de R$ 100 eram novas e se perguntou: Cadê a gráfica?
Miguel José Teixeira
28/10/2018 09:49
Senhores,

Recomendo a leitura do texto replicado abaixo:

"O BRASIL VELHO ESTÁ UNIDO, por Freitas Solich"

Explicitamente real e invisível. . .

Como sempre alerta o Herculano: acorda, Brasil!
Herculano
28/10/2018 08:02
O BRASIL VELHO ESTÁ UNIDO, por Freitas Solich

A grande mídia que vive de verba do governo está unida aos artistas que vivem de fazer filme ruim financiado por estatais através da lei Rouanet.

Estes estão unidos aos movimentos sociais que ganham boas verbas governamentais para manter sua estrutura de arregimentar pessoas.

Esses últimos estão unidos com categorias de funcionários que trabalham em estatais, com benefícios especiais.

Juntam se a esses, os políticos com algum risco de serem alcançados pela Lavajato.

Tem também os bandidos já condenados em primeira instância que esperam reverter o entendimento de prisão em segunda instância.

Tem os jornalistas, que faturam com blogs e emissoras de TV financiados com empresas públicas , ou indiretamente através de grandes empresas prestadoras de serviço para estatais e governo.

Tem também uma multidão de cientistas que viajam pelo mundo apresentando trabalhos científicos inúteis, financiados por agências científicas públicas , que se preocupam mais em números de publicações , do que com resultados efetivos das suas pesquisas para a sociedade.

Ia me esquecendo de professores de universidades públicas que arrumam qualquer projeto científico, como pretexto, para reduzir a carga horária em sala de aula.

Tem aquele empresário que consegue financiamentos baratos com bancos de fomento publico.

Um grupo forte que também faz parte dessa grande união, são aposentados, que ganham mega aposentadorias ou que esperam ganhar uma num futuro próximo.

Faltou alguém ?

Falta você , que é empregado na iniciativa privada, que tem que entregar parte do seu dinheiro para o FGTS, impostos e um INSS que sustenta os super bem aposentados, mas que só vai lhe pagar no máximo o teto de 5.645,61 Reais.

Falta você que pegou suas economias, e investe num pequeno negócio, e trabalha duro pelo seu sonho, até ter o pesadelo , de cruzar com o governo e ele fazer o possível para lhe multar, ou cobrar alguma taxa de licença, meramente burocrática.

Falta você que abre seu pequeno comércio todo dia , e fica rezando que algum cliente apareça, para no final do mês, conseguir honrar seus pagamentos com fornecedores e funcionários.

Falta você que não tem emprego, e quando alguém pensa em lhe contratar, desiste porque tem medo que a complexa legislação torne a contratação muito perigosa para o seu pequeno negocio
Herculano
28/10/2018 07:53
BOLSONARO UNIU AGENDA LIBERAL AO CONSERVADORISMO

Autodenominado 'patinho feio' da eleição, candidato do PSL tomou para si os discursos antipetista e patriota, driblou polêmicas de aliados e recuou de radicalismos

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Constança Rezende e Pablo Pereira

Agosto ainda não havia chegado quando o nanico Partido Social Liberal (PSL) oficializou, numa manhã de domingo, a candidatura do deputado federal Jair Bolsonaro à Presidência da República. No evento, realizado em um espaço de convenções da região central do Rio, Bolsonaro foi tratado como já costumava ser recebido nos aeroportos em suas constantes viagens pelo País: sob gritos de "mito". Respondeu aos apoiadores com uma autoavaliação: "Sou o patinho feio desta história".

Tentando se descolar dos pares da política tradicional, mesmo após 27 anos exercendo mandatos consecutivos na Câmara dos Deputados, Bolsonaro enfrentou nos últimos 73 dias sua mais contundente campanha eleitoral. Se enfatizou o discurso antipetista, que lhe garantiu lugar em um dos polos da disputa, o candidato do PSL não abandonou o estilo conservador nos costumes. Seu maior ponto de inflexão foi vestir o figurino de liberal na economia, sustentado na parceria com o economista Paulo Guedes, seu "Posto Ipiranga".

A combinação conservador/liberal de Bolsonaro desbotou ao longo da campanha em meio ao cabo de guerra dos interesses que envolvem uma batalha presidencial. Resiliente na liderança da disputa, ele venceu o primeiro turno com 49.276.990 votos. O candidato do PSL oscilou e recuou sobre temas como privatizações de estatais e fusões de ministérios, além de ser obrigado a desautorizar ideias lançadas pelo vice em sua chapa, o general Hamilton Mourão (PRTB), como uma nova Constituição feita sem representantes eleitos, por "notáveis", ou mudanças no 13.º salário.

Imutável, porém, foi o discurso agressivo contra o PT, simulando armas de fogo com as mãos em palanques e atacando políticos. Bolsonaro, de 63 anos, só mudou o ritmo de sua cruzada após sofrer um atentado a faca na cidade de Juiz de Fora (MG), em 6 de setembro.

O ataque mudou o tom de sua campanha, que se deslocou dos encontros com multidões nas ruas para um quarto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Nos 23 dias neste ambiente sua candidatura cresceu nas intenções de voto. Após receber alta, mas ainda em recuperação, Bolsonaro se entrincheirou em sua residência no Rio, intensificando a campanha via redes sociais.

A onda que elevou seu apoio no primeiro turno impulsionou uma bancada parlamentar do PSL que sugere provável maioria no Congresso. Dez dias depois do primeiro turno, embalado pelo desempenho nas urnas e pelas primeiras pesquisas, Bolsonaro chegou a esboçar um discurso de tolerância e moderação ao contabilizar "18 milhões de votos" de vantagem sobre o petista Fernando Haddad. Sentindo-se "com a mão na faixa presidencial", Bolsonaro disse à época que considerava "difícil" que o adversário tirasse a diferença na urna.

Neste clima, passou a receber em casa delegações de apoiadores, como empresários, religiosos e bancadas setoriais do Congresso, como a BBB (boi, bala e Bíblia) ?" todos de olho na formação de um eventual governo. Entraram em pauta nas reuniões temas como a folha de pagamento das empresas, a reforma da Previdência e até o projeto de liberação da venda de armas de fogo para civis.

Na reta final, porém, com as pesquisas apontando uma redução na vantagem sobre Haddad, o candidato do PSL voltou a centrar fogo no campo político do adversário. "Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa Pátria", atacou Bolsonaro, retomando a retórica do combate à "petralhada" dos primeiros dias da campanha. Em discurso transmitido por celular desde sua casa para manifestantes que se encontravam na Avenida Paulista, em São Paulo, ele bateu pesado.

A retomada desse tom levou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ?" de quem o deputado, na década de 1990, já defendeu seu fuzilamento ?" a se manifestar classificando a posição do presidenciável de "inacreditável". "Um candidato à Presidência pedir às pessoas que se ajustem ao que ele pensa ou pagarão o preço: cadeia ou exílio. Lembra outros tempos", escreveu FHC.

Em uma "live", na quarta-feira, Bolsonaro apertou os argumentos também com seu pessoal. Pediu a ajuda dos 52 deputados federais eleitos pelo PSL para uma mobilização nesta reta final da eleição. Ele chegou a criticar o engajamento do grupo que, em sua opinião, estava sendo "muito fraco" e aproveitou para insinuar uma dívida com ele pelas suas votações. "Parece que vocês se elegeram por mérito próprio", ironizou.

A poucos dias da eleição, Bolsonaro anunciou três ministros: Paulo Guedes para a Economia, o general Augusto Heleno para Defesa e o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) para Casa Civil. O astronauta Marcos Pontes também é cotado, para a Ciência e Tecnologia.

Bolsonaro teve de recuar. Pressionado por apoiadores que se movimentam pela formação do governo, ele afirmava que pretendia unir os ministérios de Agricultura e Meio Ambiente. A proposta, no entanto, provocou reações internacionais de países-membros do Acordo de Paris. E, na última quarta-feira, cerca de 40 empresários, de 17 Estados, foram à casa do candidato e saíram de lá carregando a mudança de posição: pelo menos por enquanto, Bolsonaro não lhes garantiu a união dos ministérios. No dia seguinte, ele negou também que vá defender a saída do Brasil do Acordo de Paris.

'Fake news'. Formado oficial do Exército em 1977 na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), ex-paraquedista e ex-vereador do Rio, com a carreira marcada pelo ataque às posições políticas da esquerda, Bolsonaro teve de enfrentar nos últimos dias da campanha repercussões negativas provocadas por pronunciamentos de seu grupo político.

Após a divulgação do vídeo no qual o filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal por São Paulo, fala que bastariam "um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF)" em caso de a Corte tomar decisões contrárias aos interesses de um eventual governo Bolsonaro, o capitão reformado teve de ir a público declarar que discordava dos argumentos e que já tinha "advertido o garoto".

Houve ainda o baque sofrido pelo debate sobre notícias falsas (fake news) com um cerco a um dos pilares de sua estratégia eleitoral, o uso das redes sociais, colocado em xeque por denúncias de abusos de WhatsApp e pela suspensão de páginas do Facebook, conforme mostrou o Estado no dia 22.

O remédio adotado por Bolsonaro foi voltar a fincar pé na plataforma conservadora que sustenta restrição ao atual modelo de sociedade e costumes, segundo conceitos religiosos contrários ao aborto e a liberdade de gênero, além de manter o culto com elogios, repetidos há anos por ele e seus aliados mais próximos, a personagens polêmicos dos tempos da ditadura.

Bolsonaro não alterou a decisão de evitar debates da campanha, alegando motivos de saúde, apostando na internet como principal ferramenta. Mas também neste quesito, fez ajustes. Aproveitou os últimos dias de propaganda na TV para trabalhar a imagem pessoal nas inserções no programa eleitoral. Buscando um discurso voltado à família, apresentou sua mulher, Michelle, mãe de sua caçula, Laura ?" a mesma que ele disse ter "fraquejado" quando nasceu uma menina depois de quatro filhos homens. "Jair tem um brilho no olhar diferenciado. Ele é um ser humano maravilhoso", disse Michelle, no programa da quinta-feira, na tentativa de reduzir a imagem de "patinho feio" do candidato.

AS PROPOSTAS
1. Economia. Privatização de estatais e corte de gastos do governo estão na base da plataforma de Bolsonaro para reativar a economia. Ele propõe que recursos obtidos com privatizações e concessões sejam, obrigatoriamente, utilizados no pagamento da dívida pública. Em declarações públicas, no entanto, o candidato chegou a contrariar o plano e indicar que a privatização da Eletrobrás não está garantida.

2. Impostos. A reforma tributária defendida pelo PSL prevê simplificação e unificação de tributos federais, sem entrar em detalhes, e a descentralização e municipalização de impostos. O plano de governo de Bolsonaro dá ênfase à revisão do pacto federativo, para que Estados e municípios tenham mais recursos. Sobre o Imposto de Renda, a equipe da campanha promete isenção de cobrança para quem ganha até cinco salários mínimos.

3. Educação. A principal proposta é a construção de colégios militares, para que em dois anos todas as capitais do País tenham ao menos uma dessas escolas. Bolsonaro diz que não é necessário aumentar o orçamento destinado a essa área, e que mais pode ser feito com os valores que já são repassados atualmente. Outro foco é a alteração do conteúdo e o método de ensino, segundo ele marcado atualmente pela "doutrinação ideológica e sexualização precoce".

4. Saúde. Prevê a criação de um Prontuário Eletrônico Nacional, cujo objetivo é criar uma base informatizada de pacientes e facilitar o atendimento na rede pública. Também seria criado um credenciamento universal de médicos para que "toda força de trabalho da saúde possa ser utilizada pelo SUS". O Mais Médicos, segundo ele, passará a possibilitar que médicos cubanos tragam suas famílias para o Brasil, e a verba destinada ao governo cubano pelo projeto pode ser paga diretamente aos profissionais.

5. Homicídios. Não há intenção de mudanças estruturais na organização das polícias. Defende proteção jurídica para policiais em exercício, para que não sejam eventualmente punidos por excessos ou crimes cometidos em combate. A flexibilização do Estatuto do Desarmamento, para facilitar o acesso da população a armas de fogo, é apresentada como medida para reduzir homicídios.

6. Crime organizado. A única menção ao tema é na proposta de ampliar o uso das Forças Armadas no combate a facções e no policiamento de fronteiras, sem entrar em detalhes. Há também a intenção de melhorar a integração entre órgãos estaduais e federais de combate ao crime, sem explicar como isso seria feito.

7. Segurança. A mudança na lei penal para acabar com indultos, saídas em datas festivas e progressão de pena (quando o preso sai do regime fechado para o semiaberto, por exemplo) é uma das principais propostas do presidenciável do PSL para a área de segurança pública.

8. Meio ambiente. Tema não é tratado individualmente e é mencionado apenas no item que propõe a junção de instituições relacionadas à agricultura em uma pasta só. O presidenciável chegou a recuar da proposta em declarações ao longo da última semana.
Herculano
28/10/2018 07:49
SEM RASTRO, WHATSAPP PAUTA ELEIÇÃO DE 2018

Aplicativo foi usado para replicar campanhas e espalhar rumores e notícias falsas

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Mais de cinco horas de exposição na TV na propaganda eleitoral para cada presidenciável, 186 milhões de visualizações em vídeos no YouTube dos dois, um único post do líder nas pesquisas no Facebook visto por 1,9 milhão pessoas.

A disputa entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) tem números que expõem o tamanho e o caráter multiplataforma da campanha.

Entre tantos meios, não há um dado definitivo que aponte o mais influente na disputa presidencial. É possível afirmar, porém, que nenhuma plataforma pautou tanto o debate no segundo turno quanto o WhatsApp.

Líder nas pesquisas, Bolsonaro teve uma forte atuação de seus eleitores no aplicativo. Reportagem da Folha mostrou que empresários impulsionaram disparos por WhatsApp contra o PT.

O aplicativo de troca de mensagens não deixa rastros e métricas que permitam análises mais precisas sobre sua influência. A origem de mensagens, quantas pessoas replicaram notícias (verdadeiras e falsas), o número de grupos existentes ?"nada disso é divulgadas pelo WhatsApp, que informa apenas o número de usuários no Brasil: 120 milhões.

Segundo pesquisa Datafolha, 65% dos eleitores afirmam usar o aplicativo de troca de mensagens. Desses, 47% dizem acreditar nas notícias que recebem pela rede social.

A rede foi usada por apoiadores dos dois candidatos para replicar panfletos digitais.

"O efeito [dessa ação] é exponencial. Um compartilha para um grupo com 50, que compartilham com outro que tem 50. Não temos a dimensão que isso pode ganhar", afirma Fábio Vasconcellos, cientista político e professor da ESPM-RJ e UERJ.

Especialistas apontam esse caráter de escuridão no aplicativo como área fértil para o compartilhamento de notícias falsas e boatos. Foi assim na eleição de 2018.

"Vimos uma propagação de fake news. Muitas são compartilhadas de forma voluntária em redes que [no caso dos apoiadores de Bolsonaro] não foram criadas agora. São movimentos que se organizam desde 2013", afirma Mariana Valente, diretora do InternetLab e doutora em sociologia jurídica pela USP.

Desde 2016, o WhatsApp limita o número de participantes em cada grupo ?"máximo de 256?" e a quantidade de destinatários para quem um usuário pode encaminhar uma mensagem?" 20 pessoas ou grupos. As medidas foram adotadas para tentar limitar a replicação de fake news.
Herculano
28/10/2018 07:40
LULA NÃO SABE O QUE FAZER

Conteúdo de O Antagonista. "Lula quer que o PT organize caravanas para percorrer o Brasil defendendo as ideias do partido", diz Elio Gaspari.

Ele explica o que isso significa:

"Sempre que Lula fala em percorrer o país ou em formar caravanas isso que dizer que não sabe o que fazer."
Herculano
28/10/2018 07:38
O JEITINHO COMO NORMALIDADE

De Jamil Chade, morador de Genebra, Suíça, correspondente europeu do jornal O Estado de S. Paulo, no twitter

Meu comentário hoje na imprensa em Genebra foi sobre o mito da democracia igualitária no Brasil e a hipocrisia de parte da sociedade que rejeita cotas para negros, mas assim que tem um problema, solicitam um "favorzinho" de um conhecido para furar fila e manter privilégios.
Herculano
28/10/2018 07:35
AS FACES QUASE IGUAIS DE UMA MESMA MOEDA

De Augusto de Franco, no twitter

Eu não voto em BOLSODDAD. O populismo vem com duas faces: o populismo-autoritário bolsonarista e o neopopulismo lulopetista. Não, não é fascismo contra comunismo. É só populismo mesmo. Mas os populismos, hoje, digam-se de direita ou de esquerda, são os adversários da democracia.
Herculano
28/10/2018 07:25
JUSTIÇA ELEITORAL DERROTADA, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Magistrados pecaram por decisões e omissões

Independentemente de quem vença o pleito deste domingo, a Justiça Eleitoral sai, se não derrotada, certamente menor. Diga-se em favor dos magistrados, que pecaram por decisões e omissões diversas, que eles não são os únicos culpados. O Parlamento também tem o seu quinhão de responsabilidade, por ter criado uma legislação muito ruim, ultradetalhista, autoritária, contraditória, que não pode ser posta em prática sem que se cometam injustiças.

Foi escandaloso, por exemplo, ver a polícia sendo acionada nos últimos dias para entrar em universidades e recolher faixas com dizeres antifascistas e até para impedir a realização de eventos sobre temas como ditadura e democracia. É grotesca a interpretação de que manifestações genéricas desse tipo configurem propaganda eleitoral. Ora, o próprio TSE se autointitula "Tribunal da Democracia". Pela lógica dos magistrados, seu site também deveria ser derrubado.

Se a lei coloca em situação de irregularidade um cidadão que está participando de boa-fé do processo político, podemos afirmar que é a lei que está errada e não o cidadão.

Também me pareceram absurdas algumas decisões recentes do TSE que determinaram a suspensão de propagandas de candidatos. No despacho em que cassou a peça do PT que associava Bolsonaro a tortura, o ministro diz que as cenas eram muito fortes. É estranho ver a Justiça fazendo considerações estéticas e as opondo à liberdade de expressão, um valor maior à luz da Constituição, que só poderia ser limitado em situações excepcionais.

Algo semelhante vale para a remoção dos links em que Bolsonaro contesta a lisura das urnas eletrônicas. É claro que as teses do candidato não fazem muito sentido nem têm corroboração fática, mas não cabe à corte censurar manifestações de políticos por não serem verdadeiras. Se a mentira for uma boa razão para suspender a propaganda eleitoral, teríamos de acabar de vez com ela.
Herculano
28/10/2018 07:23
AS PROPOSTAS

Fernando Haddad e o PT dizem que o que está em jogo na eleição de hoje é a democracia. Para quem ão tem propostas, e tentou o tempo todo quando foi governo fragilizar, corromper e aparelhar as instituições, o discurso até faz sentido.

Mas, não há democracia com ladrões, mentirosos, incompetentes e corruptos no poder.

Por outro lado, Jair Bolsonaro, PSL, dramatizou ontem a noite nas redes sociais dizendo que o que está em jogo não é exatamente a democracia, mas a permanência da podridão e corrupção no poder de plantão até aqui dominado pelo PT, PCdoB, PDT, PP, PSD, PSB MDB....

Primeiro, sem democracia há há jogo limpo contra a podridão e a corrupção. E Jair prefere a bravata.Se ganhar, terá que sair do palanque fácil e que quase lhe custou a vida

Segundo, sem democracia não há a essencial transparência no combate à podridão. Haverá escolhas, proteções e perseguições, tudo à margem da lei e das instituições constituída, para se criar ao final de tudo, uma nova castas de privilegiados, protegidos e donos do poder como aconteceu com o PT e a esquerda do atraso.

Saiu um perigo, entro outro. Nada muda a não ser os atores, mas o conteúdo e as práticas são as mesmas.

Então, as escolhas não são exatamente entre a democracia e a corrupção, quando não se tem um plano de governo conhecido, capaz, fundamentado, com pilares mininamente sólidos para contemplar todos e dar sinais de avanços e fortalecimento das instituições democráticas.

Haddad não tem plano de governo, tanto que para angariar nos últimos minutos votos dos analfabetos, ignorantes, desinformados e pobres de todos os tipos anunciou botijão de gás a R$47 e aumento do bolsa família linear do bolso família em 20%. E Bolsonaro? O posto Ipiranga, que está sem frentista e sem combustível, faz tempo. Wake up, Brazil!
Herculano
28/10/2018 07:05
MISSA NEGRA

De Augusto Nunes, de Veja, no twitter

Ao optar pelo candidato do PT, Joaquim Barbosa rendeu-se aos quadrilheiros do Mensalão, ensinou que o crime compensa e pagou a dívida com Frei Betto, o sacristão de missa negra que indicou para o STF o agora cabo eleitoral de Haddad


Herculano
28/10/2018 07:03
DELFIM: PROGRAMA DE BOLSONARO NÃO EXISTE; O DE HADDAD, SUGERE INSENSATEZ, por Josias de Souza

Às voltas com um um PIB (Produto Interno Bruto) sedado, com 12,7 milhões de brasileiros no olho da rua e com uma crise fiscal que paralisa o Estado, o próximo presidente da República corre o risco de repetir um fenômeno que era comum até meados da década de 1990: a transferência de poderes do Palácio do Planalto para o prédio que abrigará a equipe econômica.

Um dos candidatos, Jair Bolsonaro, chega mesmo a informar que fundirá as pastas do Planejamento e da Fazenda num único ministério.

Titular da Fazenda de 1967 a 1974, tempos do chamado milagre econômico do regime militar, o economista Delfim Netto também esquentou a cadeira de ministro da Agricultura (1979), antes de ocupar o Planejamento de 1979 a 1985, fase do antimilagre.

Tomado pelos poderes que exerceu, Delfim esteve para os seus antigos chefes assim como o economista Paulo Guedes está para o capitão Bolsonaro: foi uma espécie de "Posto Ipiranga" dos generais.

Para que uma relação desse tipo dê certo, afirma Delfim, é preciso que o economista desfrute "da confiança absoluta do presidente." Ele vaticina: Na hipótese de uma vitória de Bolsonaro, "se na primeira crise, no primeiro problema, você tiver uma desarrumação entre ele e o Paulo (Guedes), o sistema vai desandar."

Na avaliação de Delfim, Bolsonaro e seu oponente, Fernando Haddad, igualam-se em matéria de "autoritarismo". Ambos esgrimem programas econômicos "inconsistentes". O de Haddad sugere uma insensatez: "Repetir o erro para ver se dá certo." O de Bolsonaro não existe: "É um PowerPoint, um desenho animado, todo colorido. Não tem nada lá dentro."

Não é inusual que candidatos escondam o jogo durante a campanha. Quanto maior o favoritismo, mais aguado se torna o programa de governo ?"sobretudo na área econômica, onde as correções de rumo pedem providências amargas.

Abertas as urnas, porém, o vencedor terá de levar à mesa um programa capaz de restaurar o vocábulo que alimenta as fornalhas da economia: confiança. Sem isso, não haverá superministro que evite a rápida conversão do eleito em minipresidente.
Herculano
28/10/2018 06:58
PAÍS VAI PRECISAR DE MAIS DO QUE PALAVRAS PARA JUNTAR CACOS DA ELEIÇÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Quem quer esmagar a minoria não busca uma urna eletrônica, mas um rolo compressor

O chamado à união é o acessório mais barato do manual dos vencedores. Palavras de conciliação e pedidos de diálogo são o mínimo que um presidente eleito pode oferecer a seu país. É preciso ir muito além quando as circunstâncias exigem.

Quem acredita que uma eleição dá aval à maioria para esmagar a minoria não procura uma urna eletrônica, mas um rolo compressor. O discurso que o Brasil ouvirá ao fim da apuração ainda não será suficiente para evitar que a intolerância seja reconhecida como ferramenta política.

O líder nas pesquisas foi muito longe nessa direção. No comício que fez pelo celular no domingo passado, Jair Bolsonaro ameaçou punir adversários e banir opositores. A fala de pacificação que promete fazer caso confirme sua vitória não apagará seus instintos autoritários. A conciliação dependerá de atos concretos.

Reeleita em 2014, Dilma Rousseff falou cinco vezes em diálogo, mas não estendeu a mão, nem mencionou o nome do rival Aécio Neves. "Não acredito, sinceramente, que essas eleições tenham dividido o país ao meio", declarou, encantada com o próprio triunfo na corrida presidencial mais apertada da história.

O que dizer, então, de uma disputa em que um ex-presidente foi para a cadeia, juízes e policiais censuraram debates nas universidades, torturadores foram defendidos abertamente, eleitores agrediram rivais e um candidato foi esfaqueado?

Quem for eleito terá a legitimidade democrática do voto popular e, espera-se, fará o tradicional discurso da pacificação. Esse esforço pode soar bem, mas a ferida aberta nessa campanha tão violenta não será cicatrizada apenas por palavras.

Divergências continuarão a existir após a eleição. É fundamental evitar que essas diferenças contaminem as relações políticas e, principalmente, governos e instituições.

Começa agora um trabalho coletivo para juntar os cacos da disputa. A sociedade, a imprensa, a polícia e o Judiciário terão o papel de garantir o cumprimento da lei, preservar direitos e proteger liberdades.
Herculano
28/10/2018 06:53
O FIM E O PRINCÍPIO, por Carlos Brickmann

Alívio geral: aquela avalanche de mensagens em favor do Coiso e do Poste cessa hoje. Mas não fiquem felizes: em dois dias, no máximo, vem a choradeira do perdedor. E, em 1º de janeiro, encerrada a fase da choradeira, começa a tarefa de botar nosso país em ordem. Como está não pode ficar.

Qualquer que seja o vencedor, enfrentará tarefa dupla: fazer com que as coisas funcionem, o que já é trabalho suficiente; e enfrentar a oposição. Quase metade dos eleitores estará na oposição. Por mais que pareça surpreendente, tanto os seguidores do Coiso como do Poste os adotaram como ídolos. Não é preferência eleitoral, é paixão pelos candidatos. A dor de cotovelo pela derrota vira oposição sistemática. Soy contra, e pronto.

Formar o Governo não é problema: há o Centrão para oferecer seus gentis préstimos à governabilidade. Mas qualquer proposta irá sofrer com a torrente de paixão que tomou conta do Brasil. Imagine um eleitor do Poste aceitar uma decisão do Coiso, ou vice-versa! E nenhum dos candidatos tem o perfil conciliador que ajudaria a normalizar as relações do Governo com a oposição. Ambos até podem dizer que seu objetivo é a paz, mas não dá: o Coiso, quando se distrai, o que menos mostra é vontade de conciliar. E o Poste, além de buscar instruções em Curitiba com seu chefe ressentido, já foi capaz de defender em livro o trabalho escravo, desde que promovido por países socialistas. Ideologia pura. E guerra ao adversário o tempo todo.

COISA ESTRANHA
Quem pode explicar as incursões policiais em universidades para tirar faixas com as quais todos concordamos? Evitar que universidades públicas façam propaganda de um candidato, OK; mas repúdio ao fascismo tem algo a ver com as eleições?

A campanha petista acusa Bolsonaro de ser fascista, mas as faixas nas universidades não atacavam o candidato. Outra coisa estranha: andaram tomando depoimento de professores nas próprias universidades, sem intimação, sem advogados. Por que? Com que objetivo?

VOTOS DOS POSTISTAS

As redes de Haddad passam informações sobre candidatos que recebem seu apoio informal nas disputas estaduais. Alguns dele, segundo o colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder (www.diariodopoder.com.br): Márcio França (SP), Antonio Anastasia (Minas), Rodrigo Rollemberg (DF), Belivaldo Chagas (SE) e Eduardo Paes (Rio).

CANDIDATO MAIS LIDO
A Taboola, maior plataforma mundial de descoberta de conteúdo, apurou que Bolsonaro tem mais leituras on-line do que Fernando Haddad. A diferença em favor de Bolsonaro é de 20 milhões de leituras on-line da data do primeiro turno até hoje. Bolsonaro também ganha no tempo que seus adeptos dedicam à leitura. Foram 66,2 milhões de eleitores, que leram sobre ele durante 2,09 milhões de horas. Haddad teve 41,7 milhões de leitores on-line, que dedicaram 1,5 milhão de horas de leitura a ele.

TRAFICANTES EM CASA
A decisão é do ministro Ricardo Lewandowski: concedeu prisão domiciliar a 14.750 mulheres traficantes, grávidas ou mães de crianças até 12 anos. A decisão atinge também as mulheres condenadas em segunda instância. Ao julgar o caso de uma mulher condenada em segunda instância por tráfico, Lewandowski resolveu estender a decisão a todas as traficantes na mesma situação.

O sinal está dado: traficantes, engravidem!

SEGURO-SAÚDE ENQUADRADO
O Superior Tribunal de Justiça ordenou que uma operadora de planos de saúde ofereça imediatamente o home care (cuidados em casa) a uma segurada de 81 anos que sofre do Mal de Parkinson. A decisão foi tomada no dia 23, e se estende a todos os pacientes cujos médicos determinem o home care. De acordo com o STJ, não cabe ao Judiciário dizer qual o tratamento adequado para o paciente quando há indicação expressa de home-care.

"Afastar a obrigação do plano de saúde em fornecer a internação domiciliar para beneficiária idosa e enferma implica tornar inútil o plano de saúde, contratado na expectativa de ser devidamente atendido no tratamento de sua saúde", disse a ministra Nancy Andrighi. No caso, a senhora a quem o plano de saúde negava o home care era segurada há 34 anos, e a necessidade do serviço era comprovada por laudo médico.

MULHERES À FRENTE
O setor mais dinâmico da economia brasileira, o agronegócio, é cada vez mais feminino. Mais de 1.500 pessoas estiveram no 3º Congresso Nacional de Mulheres do Agronegócio, realizado nesta semana em São Paulo. Cargos-chave no setor são ocupados por mulheres: deputada Tereza Cristina, presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, Beth Cirne Lima, presidente da Associação Brasileira de Criadores de Devon. E 60% das mulheres do agronegócio têm curso superior.
Vale prestar atenção.
Herculano
28/10/2018 06:45
AMANHÃ É DIA DE CAIR NA REAL, por Vinicius torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Amanhã vai ser outro dia. Pode não ser nesta segunda-feira, mas, em alguma feira das próximas semanas, o presidente eleito terá de entregar o peixe que vendeu na campanha. Um problemão é que os eleitores vão descobrir apenas agora o que compraram.

Qual vai ser a reação do povo se e quando souber que o próximo governo vai implementar reformas para valer? Dúvida.

Qual vai ser a reação dos donos do dinheiro grosso se não vierem tais reformas? Péssima. No mínimo, o país continuará estagnado. Qual então será a reação popular? Péssima.

A hipótese "reformas" é mais provável no caso da vitória de Jair Bolsonaro (PSL). Sua campanha, porém, tratou mais de petralhada, de corrupção, de matar bandidos e de sexo nas escolas, nas artes ou nas ruas.

O que dirá o eleitorado quando souber de reforma dura da Previdência? Quando souber que, em caso de ajuste fiscal, o aumento do salário mínimo será menor, se algum? Que seria irresponsável diminuir impostos, assim como aumentar gastos sociais?

Em maio do ano passado, 71% dos eleitores eram contra a reforma previdenciária de Michel Temer, segundo o Datafolha. No caso dos eleitores de Bolsonaro, 73% rejeitavam o projeto. O candidato tinha então apenas 15% dos votos, embora talvez esses fossem bolsonaristas "raiz".

Em janeiro deste ano, pesquisa Ibope encomendada pelo governo indicava que apenas 14% dos eleitores aceitavam a reforma. Cerca de 70% eram contra a nova idade mínima de aposentadoria (ou seja, contra qualquer reforma, quase).

O povo acredita que o maior problema do INSS é a corrupção (75%, segundo pesquisa Ipsos para a FenaPrevi, de junho deste ano). Aliás, não apenas no INSS. Sem corrupção e privilégios para "marajás", haveria dinheiro para tudo. Não haverá, nem de longe.

O povo poderá mudar de ideia sobre Previdência, por exemplo, caso Bolsonaro baixe o sarrafo legal nos bandidos? Ou o povo já teria mudado de ideia, sendo a rejeição à reforma apenas uma contaminação do governo de Michel Temer?

O povo não é massa de comportamentos unívocos, decerto. No ano passado, pesquisa Datafolha mostrava que "a homossexualidade deve ser aceita por toda a sociedade" para 74% dos eleitores. Ou seja, no mínimo metade do eleitorado de Bolsonaro no primeiro turno era dessa opinião.

Para 73%, porém, "adolescentes que cometem crimes devem ser punidos como adultos". Para 70%, imigrantes pobres "contribuem com o desenvolvimento e a cultura da cidade".

Para 63%, "o governo tem o dever de ajudar grandes empresas nacionais que corram o risco de ir à falência". Para 76%, "o governo deve ser o maior responsável por investir no país e fazer a economia crescer". Nos números frios, o eleitorado não parecia muito simpático a reformismos liberais.

Pode ser que Bolsonaro procure aprovar tanto reformas econômicas quanto leis que facilitem o armamento civil, o encarceramento de criminosos juvenis e o confronto policial armado. Parece ser seu plano. Resta saber se terá bastantes recursos políticos, que também são escassos.

Pode ser que desista de reformas quando sentir a pressão, de empresários protecionistas à opinião do povo miúdo, como tem feito, ao menos da boca para fora.

Se tomar esse rumo na encruzilhada, não haverá reviravolta positiva de ânimos e ritmo na economia. Se pegar a estrada das reformas, terá de dizer a muitos eleitores que eles pegaram o ônibus errado
Herculano
27/10/2018 21:09
PARA CONFERIR AMANHÃ ÀS 19H

Ibope para presidente, votos válidos: Bolsonaro, 54%; Haddad, 46%

Datafolha para presidente, votos válidos: Bolsonaro, 55%; Haddad, 45%
Herculano
27/10/2018 19:16
ENTRE HADDAD E BOLSONARO, CIRO OPTOU POR...CIRO, por Josias de Souza

De volta à ativa, Ciro Gomes pendurou um vídeo nas redes sociais. Não tomou posição em relação ao mata-mata presidencial, como desejava o petismo. Ao contrário. Subiu no caixote eletrônico para lançar suas duas novas candidaturas. Ciro candidatou-se a líder da oposição. E preparou a cena para sua candidatura presidencial em 2022.

Espremendo-se o teor do vídeo, obtem-se o seguinte sumo: Entre Fernando Haddad e Jair Bolsonaro, Ciro preferiu apoiar a si mesmo. Foi o que deixou claro na seguinte frase: "Claro que todo mundo preferia que eu, com meu estilo, tomasse um lado e participasse da campanha, mas eu não quero fazer isso por uma razão muito prática que eu não quero dizer agora. Porque, se eu não posso ajudar, atrapalhar é que eu não quero."

Em vez se manter como linha auxiliar do PT, Ciro pleiteou o posto de líder da oposição. Fez isso ao afirmar: "O que precisa para o Brasil a partir de segunda-feira é que a gente construa um grande movimento que proteja a democracia e a sociedade mais pobre".

Em seguida, Ciro montou o palanque para a próxima eleição presidencial: "Minha consciência me aponta a necessidade de preservar um caminho em que a população brasileira amanhã possa ter uma referencia para enfrentar os dias terríveis que, imagino, estão se aproximando? Estarei na linha de frente com todos vocês."

No primeiro turno, Lula e o PT fizeram o diabo para puxar o tapete de Ciro. Quando se esboçava uma chapa Ciro-Haddad, Lula desligou a articulação da tomada. No instante em que o PSB ensaiava uma coligação com o PDT de Ciro, Lula desmontou o arranjo com um par de conversas carcerárias.

Ciro parece ter entendido o recado. Após amealhar a terceira colocação no segundo turno, fez as malas e tomou chá de sumiço. Os apelos de Haddad por uma palavra de apoio lhe chegaram na Europa. Manteve um ensaiado silêncio. Sem dizer nenhuma palavra, gritou: "Vai procurar a tua turma."

Passada a eleição, Ciro dirá o que pensa do PT. "Não quero dizer agora, porque, se eu não posso ajudar, atrapalhar é que eu não quero." Na próxima semana, Ciro deve ecoar o irmão Cid Gomes no desabafo de duas semanas atrás: Haddad vai "perder feio" a eleição. E será "bem feito", porque o PT "fez muita besteira" e se recusa a protagonizar "um mea-culpa". Não há muito a fazer, pois "o Lula está preso, babaca."
Herculano
27/10/2018 19:12
CLIMA DE SEGUNDO TURNO. SÁBADO ESTRANHO

No meu whatsapp, que não abriga grupo algum, um silêncio só dos que me entupiam de memes, filminhos textinhos, piadas, depoimentos a favor de Bolsonaro.

Ninguém tentou saber em quem votava. Ninguém tentou me convencer a votar em alguém. Também não mudaria assim da noite para o dia. Há muito eu penso e é isso a razão da minha autonomia.

Nas ruas nada de adesivos de Haddad. Apareceram mais do que antes bandeiras brasileiras e adesivos de Bolsonaro.

Encontrei alguns conhecidos. Nada de política.

Nas ruas, tudo calmo nas aparências.

Nas tevês, as análises não acrescentam nada de mais. Tudo conhecido. Todos rodando o velho e em círculo. O jogo está jogado. Agora, é juntar os cacos. E se alguém quebrou a democracia - ou ela está ameaçada como alegam no discurso do medo -, não foi a direita, mas a autoritária esquerda do atraso. Chegou ao poder para se aboletar do que era de todos.

Até nas redes sociais, coisas velhas. De novo só o massacre de Pitsburg, lá nos Estados Unidos. Coisa da supremacia branca, das armas, do discurso reacionário... O PT insiste com as imagens de ruas de ontem no nordeste e especialmente na Bahia, e o encontro dos artistas no Rio de Janeiro.

Frustado com Ciro Gomes, que se negou a encerrar a carreira e se tornar um dócil para 2022, projetam Joaquim Barbosa, aquele que condenou o PT no mensalão. Coisa de doido. Vale tudo. E outra vez os operadores da Justiça expostos na incoerência permanente, incompreensível ao povo.

As pesquisas abundaram. A surpreendente, e não poderia ser diferente, foi o empate de 50% da Vox Populi para o 247, o site dos da esquerda do atraso e que foi sustentado o tempo todo pelos governos petistas e suas estatais.

A da CNT/MDA repetia a diferença de quase 12 pontos nos votos válidos a favor de Bolsonaro, negando o tsunami da virada. Faltavam as do Ibope e Datafolha.

Em Santa Catarina, a discussão nem é quem vai ganhar, mas como os do MDB, PSD, PP e outros pendurados nas tetas permanentes do governo estadual vão estar no ano que vem. Uma parte deles, certamente em Gaspar e Ilhota. Meu Deus! Será que muda mesmo? Acorda, Gaspar!
Adilson
27/10/2018 14:58
Fiquei surpreso com os requisitos exigidos para fazer a matrícula e também rematrícula nas creches do município. A começar pelo pedido de folha de pagamento, além da carteira de trabalho e declaração da empresa com a carga horária em folha timbrada entre outros. Entendo que precisam saber se os pais trabalham para assim ofertar a vaga para a criança. Mas pedir a folha de pagamento com o rendimento já é demais. E isso são ordens da secretaria será? Que absurdo.
Herculano
27/10/2018 10:54
FERNANDO HADDAD, PT, ESTÁ ESPERANDO O APOIO DE CIRO GOMES, PDT. SÃO 11 HORAS DE SÁBADO. A VOTAÇÃO É AMANHÃ. HUMILHANTE ESPERA. SE O APOIO DE CIRO É TÃO IMPORTANTE, E CAPAZ DE "VIRAR O JOGO ELEITORAL" MESMO EM EM POUCAS HORAS, POR QUE O PT JOGOU SARNA EM CIRO E OUTROS DA ESQUERDA DO ATRASO, O TEMPO TODO QUANDO AOS DO CAMPO DA ESQUERDA QUANDO ELA QUERIA SE ORGANIZAR DE UM MODO MAIS VIÁVEL (E PALATÁVEL, PARA ENGANAR MAIS UMA VEZ OS BRASILEIROS) SEM O CONDENADO E PRESO LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA?
Herculano
27/10/2018 10:46
SURDOS

De Guilherme Fiuza, da Gazeta do Povo, Curitiba, no twitter

Agora vocês estão preocupados com a liberdade de expressão nas universidades, bravos democratas vigilantes? Que bom! Estava ensurdecedor o silêncio de vocês durante anos de transformação dessas instituições em panfleto de quadrilha partidária.
Herculano
27/10/2018 10:45
TERRA LIVRE

De J.R.Guzzo, de Veja, no twitter

O ministro Barroso, do STF, disse que polícia só deve entrar na universidade "para estudar". Foi saudado como um novo Platão. A pergunta é: o que o ministro sugere que a polícia faça quanto um homicídio é praticado dentro de uma universidade? Ou um estupro? Ou um assalto ? Ou ?

Herculano
27/10/2018 08:51
TROCA PERIGOSA

Por Augusto Franco, no twitter

A estiolante polarização "povo x elites" não pode ser substituída por outra polarização "patriotas x traidores". Dá no mesmo: do ponto de vista da democracia, ambas são maléficas. Será apenas substituir um populismo (dito "de esquerda") por outro populismo (dito "de direita").
No gasparinho
27/10/2018 08:34
Moradores do gasparinho que se lasquem. Empresa congestionou todas as poucas calçadas que existem no bairro até proximo do "postinho??" de saúde, com tubos de concreto, obrigando os moradores a disputarem espaço com os carros.Vergonha, vergonha, vergonha.
Herculano
27/10/2018 06:00
ELEITOR ADVERTE BOLSONARO QUE O BRASIL NÃO QUER TROCAR LULA POR OUTRO DONO, por Andrei Meireles, em Os Divergentes

A arrogância e o desespero costumam ser maus conselheiros políticos. Jair Bolsonaro fez sucesso ao bater na tecla que Lula, mesmo se achando o rei da cocada preta, não era o dono do Brasil. Foi assim que Bolsonaro se diferenciou dos tucanos e de outros adversários do PT que evitavam um confronto direto com Lula.

Mesmo preso por corrupção em Curitiba, Lula ainda aparecia como favorito nas pequisas eleitorais. Isso estimulou o PT a arriscada aposta de concorrer com um candidato, Fernando Haddad, como uma espécie de regra três. A campanha de Geraldo Alckmin, dona de um latifúndio de tempo na propaganda eleitoral no rádio e na TV, batia em Bolsonaro, criticava o PT, mas aliviava para Lula. Ciro Gomes e Marina Silva também criticavam o PT mas, na expectativa de herdarem votos lulistas, também pouparam Lula.

Deixaram para Bolsonaro a exclusividade de expor a narrativa, descrita em inquéritos e processos pelos investigadores da Lava Jato, de que Lula chefiou uma quadrilha no maior assalto aos cofres públicos no Brasil e no mundo inteiro. Lula sempre reagiu a essas acusações se apresentando como vítima de uma conspiração por ter melhorado a vida dos mais pobres. Lula continua insistindo nessa versão. Na carta que divulgou nessa semana, ele afirmou que, se não estivesse injustamente preso, venceria as eleições no primeiro turno. Para ele, pouco importa se essa tosca versão ajuda ou prejudica Haddad.

Mesmo antes de ir para a cadeia, Lula se apegou a fantasias como ser um novo Nelson Mandela - um herói de verdade - a ser resgatado pelo povo. Com toda essa megalomania, ele encolheu durante a campanha eleitoral. A conta sobrou para Haddad, que perdeu tempo buscando sem sucesso apoios que Lula afastou.

Nesse jogo que parecia jogado, Haddad acabou recebendo uma ajuda inesperada de Jair Bolsonaro. Evidente que as bobagens e basófias dos filhos causaram um desgaste, reduzidos pelos corretivos do pai. Mas o que pesou mesmo foi o discurso do próprio Bolsonaro, transmitido ao vivo para sua militância na Avenida Paulista, em que com arrogância fez ameaças a adversários, a imprensa e ao escambau e se apresentou como o novo dono do país.

Como assim? Quem fez campanha dizendo que o Brasil não tinha dono de repente se apresenta como candidato ao posto? Trombou com um dos carros-chefes de sua campanha eleitoral.

As pesquisas eleitorais dessa semana constataram isso. A do Ibope ligou o alerta e a da Datafolha mostrou o cartão amarelo. Advertiram Bolsonaro de que o verdadeiro recado das urnas é de que o Brasil não aceita dono. Não importa o lado.

Bolsonaro ainda mantém ampla diferença de votos. Ele tem dado sinais de que pisou no freio das bobagens que vinha propagando. A dificuldade para Haddad é que essa insatisfação com Bolsonaro não se traduz em sua aprovação, com rejeição ainda bem alta, alavancada pelos que não querem a volta de Lula para dar ordens no terreiro.

A conferir.
Herculano
27/10/2018 05:42
PARANÁ PESQUISAS APOSTA QUE VAI DAR 60% A 40%, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente do Paraná Pesquisa, Murilo Hidalgo, confia tanto na exatidão do levantamento que divulgou nesta sexta (26), apontando 60,6% para Jair Bolsonaro (PSL) e 39,4% para Fernando Haddad (PT), que não se furtou de fazer uma declaração desafiadora sobre a eleição presidencial: "Se eu tivesse de apostar, apostaria que Bolsonaro será eleito com 60% dos votos válidos, contra 40% do seu oponente".

Só TSUNAMI

Murilo Hidalgo faz coro com o presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro: "Bolsonaro só perde se houver um tsunami".

MUDANÇA POSSÍVEL

Líder do único instituto que viu o risco de Eduardo Suplicy perder para o Senado, Hidalgo acha possível mudanças de última hora do eleitor.

INDECISÃO FEMININA

O Paraná Pesquisa alerta para a indecisão de 16% do eleitorado feminino, que pode pender para um dos lados no último momento.

NUNCA HOUVE VIRADA

Admitindo-se a diferença Datafolha de 12 pontos, é a maior vantagem da história de pesquisas presidenciais de 2º turno. Nunca houve virada.

SAÍDA DE CAFFARELLI DO BB MERECE SER APURADA

Deveria ser investigada, até para afastar suspeitas, a troca que Paulo Caffarelli fez da presidência do Banco do Brasil pela presidência da Cielo, empresa privada de cartões de crédito. Aparentemente o script estava escrito: quando o BB virou sócio da Cielo em 2010, adivinha?, Caffarelli era diretor de Cartões e Novos Negócios de Varejo do BB, no governo Lula, período marcado por casos de corrupção desenfreada.

ESQUENTANDO LUGAR

Até parece que Clovis Poggetti Jr "esquentava" o lugar: com a chegada de Caffarell, ele aceitou ser rebaixado a vice de Finanças da Cielo.

SEGUINDO A TRILHA

Outro detalhe intrigante: Marcelo Dutra Labuto, substituto de Caffarelli, era, como o antecessor, diretor de Negócios de Varejo do BB.

ÀS FAVAS A QUARENTENA

Está tudo tão arrumado que Caffarelli nem precisa fazer quarentena: BB e Cielo são "empresas coligadas", explica a assessoria do banco.

TRAGÉDIA BRASILEIRA

Com a decisão do ministro Ricardo Lewandowski de mandar para casa 14.750 mulheres traficantes de drogas, para "cuidar dos filhos de até 12 anos", mais de 1 milhão de crianças crescerão familiarizadas ao crime.

MACRI E BOLSONARO

O presidente argentino Mauricio Macri até conhece Haddad, mas, se Bolsonaro vencer neste domingo, vai adorar. Ele não exterioriza sua torcida, mas gostou da conversa com Bolsonaro ao telefone.

APOSTA EM BOLSONARO

O mercado já correu para o abraço com Bolsonaro: avaliou que nada relevante ocorreu para evitar a vitória do candidato do PSL, neste domingo, por isso a bolsa fechou em ata de 2,3% e o dólar caiu 1,5%.

ACENO A LIRA

Em entrevista à rádio Arapuan, de João Pessoa, Bolsonaro admitiu a presença de um paraibano ilustre em seu governo: o senador Raimundo Lira (PSD), que foi presidente da comissão do Impeachment.

MENOS, DONA CHINCHILA

A ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla tem exorbitado do seu papel na comissão de observadores da OEA, palpitando sobre política interna, mas é um erro chamá-la de "esquerdista". É só dar um Google.

LINHA DURA

A campanha Jair Bolsonaro avalia unificar, talvez em uma secretaria, as áreas de Direitos Humanos, Mulheres e Igualdade Racial. E não falta quem insista para que seja entregue a um general "linha dura".

FAZENDO DE CONTA

Em João Pessoa, nesta sexta, Haddad corrigiu um repórter que citou sua derrota em Campina Grande (PB). O repórter está certo: o petista teve na cidade 20,63% dos votos contra 50,61% de Jair Bolsonaro.

VAI ENTENDER...

Destinatário de apoio informal do PT nas redes sociais, Belivaldo Chagas é candidato do PSD a governador de Sergipe. Ele concorre, vai entender, com Valadares, do PSB, que apoia o PT nacionalmente.

PENSANDO BEM...

...esses foram 45 dias os mais longos dos últimos anos.
Herculano
27/10/2018 05:34
DONO DA HAVAN CRESCEU SOB GOVERNOS PETISTAS E ACUMULA PROCESSOS

Folha mostrou que a Havan está entre as empresas que impulsionaram disparos contra o PT no WhatsApp

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Wálter Nunes e Gustavo Fioratti, com a colaboração de Joana Cunha. No final de 2016 o empresário Luciano Hang, dono das lojas de departamento Havan, investiu no combate a uma falsa notícia que atingia a reputação de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Corria o boato de que os ex-presidentes seriam sócios ocultos da rede varejista, que cresceu a todo vapor nos governos petistas. "A Havan é minha, é sua, é da família, é do Brasil", dizia Hang em um vídeo institucional.

O comercial tornou o empresário conhecido do público catarinense e livrou os petistas da suspeita de que estariam escondendo uma fortuna em negócios de fachada.

Uma ironia, já que dali em diante Hang se tornaria célebre por usar as redes sociais para atacar o PT e a esquerda.

Em 2018, Hang apoiou Jair Bolsonaro à Presidência. Gravou vídeos fantasiado e interagiu com bonecos de Lula e Fernando Haddad. Nada disso foi alvo de contestações, mas outras ações renderam problemas judiciais.

Hang foi multado em R$ 10 mil pelo TSE por ter pago o Facebook para impulsionar publicações que promoviam a campanha de Bolsonaro.

Na Justiça do Trabalho, o empresário foi advertido e ameaçado com uma multa de R$ 500 mil caso pressionasse funcionários a votar em Bolsonaro. Ele havia gravado vídeo em que avisa aos funcionários que pode deixar de criar empregos caso seu candidato não vença a eleição.

Na quinta-feira (18) reportagem da Folha informou que a Havan está entre as empresas que impulsionaram disparos contra o PT no WhatsApp. Hang negou as acusações.

Os problemas do empresário com a Justiça não são uma novidade. Hang foi alvo de pelo menos duas condenações criminais por evasão de divisas e sonegação fiscal.

No processo por evasão de divisas, foi acusado pelo Ministério Público Federal de Santa Catarina de usar contas de laranjas para remeter R$ 500 mil para o exterior sem recolher o imposto devido.

A decisão diz que um primo de Hang atuava como testa de ferro para a movimentação financeira da firma. A sentença, confirmada em segunda instância, prescreveu e ele, apesar de condenado no mérito, ficou livre de punição.

A outra condenação foi por sonegação de INSS dos funcionários. Ainda na década de 1990, ele foi condenado em duas instâncias por "pagar por fora" salários e remunerações de seus funcionários em Santa Catarina e no Paraná.

Segundo o Ministério Público, a Havan tinha duas folhas de pagamento: em uma, declarada como oficial pelo empregador, constava a remuneração fictícia, em média R$ 250 para cada empregado, e na outra aparecia o que era realmente pago, cerca R$ 600.

Com essa manobra Hang teria apresentado ao INSS registros que não representavam os reais custos com a folha de salários. A fraude, segundo a Procuradoria, atingia cerca de 500 empregados, que tinham seus direitos trabalhistas violados, já que as verbas remuneratórias eram calculadas com base em valores inferiores aos realmente recebidos.

O empresário foi condenado pela Vara Federal Criminal de Blumenau, e a 7ª Turma do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) manteve integralmente a sentença.

A defesa de Hang entrou com pedido de habeas corpus no TRF-4 para que ele não tivesse que cumprir pena antes do trânsito em julgado.

Após a condenação, o empresário firmou acordo, parcelou o débito trabalhista e suspendeu a execução da pena.

Não foi a única vez que Hang conseguiu costurar acordo com a Justiça após perder um processo.

Em 1999, uma ação de busca e apreensão, determinada pela Procuradoria da República em Blumenau, resultou na autuação da Havan em R$ 117 milhões pela Receita Federal e em R$ 10 milhões pelo INSS.

Mesmo sendo a maior autuação da Receita na ocasião, a empresa fez um Refis (programa de refinanciamento de dívida) para pagar a dívida em suaves prestações.

A Procuradoria protestou e, em 2004, fez um cálculo que mostrava que caso fosse mantido o refinanciamento, o débito de R$ 168 milhões só seria quitado após 115 anos.

Em 2013 Hang tentou, sem sucesso, que a Justiça determinasse ao Google que fossem removidas do sistema de busca as expressões "Luciano Hang preso", "Luciano Hang condenado" e "Luciano Hang condenado 2010". As pesquisas direcionavam para reportagens sobre a condenação de Hang por crimes financeiros.

Apesar das críticas, foi nos governos petistas que o empresário construiu o seu império. A rede saltou de meia dúzia de lojas que possuía no Paraná e em Santa Catarina para cerca de cem no último ano do governo Dilma Rousseff.

Foram especialmente produtivos os anos de 2011, quando a Havan inaugurou 15 lojas, 2012, ao alcançar a marca das 50, e 2013, momento em que expandiu suas fronteiras para São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Só em 2014, a empresa abriu 24 megalojas em Minas, Rondônia e Pará.

Hang estima que alcançará R$ 7 bilhões de faturamento este ano - crescimento expressivo se comparado aos cerca de R$ 4 bilhões que diz ter registrado em 2017.

Nascida em 1986, a marca Havan, junção dos nomes de Hang e do antigo sócio, Vanderlei, começou a se beneficiar da abertura promovida pelo governo Collor nos anos 1990 passando a importar tecidos e outros itens.

O grupo hoje se define como um conglomerado atuante em diferentes ramos, como postos de combustível, hotelaria e outras atividades.

Antes, o que lhe rendia notoriedade era o gosto arquitetônico que imprime nas fachadas de suas lojas, construídas como réplicas da Casa Branca e decoradas com uma Estátua da Liberdade de dezenas de metros de altura. O estilo simboliza a liberdade que a rede oferece diante de um portfólio que vai de edredom a máquina de lavar roupa.

Durante 30 anos de história empresarial, Hang se manteve discreto e, apesar de ser filiado ao MDB, evitou manifestações políticas. No fim do ano passado, Hang se desfiliou do partido e aproximou-se do ideário bolsonarista, o que rendeu rumores de que poderia ser convocado para vice na chapa presidencial.

O posto de vice não vingou, mas o empresário continuou firme na campanha, defendendo a privatização de todas as estatais, além de "extirpar o PT" da vida política.
Herculano
27/10/2018 05:21
CENSURA EM UNIVERSIDADES É UM AVISO HEDIONDO, por Josias de Souza

Juízes eleitorais de todo país ministraram uma aula de insensatez nesta reta final da corrida presidencial. A pretexto coibir manifestações político-partidárias em universidades, ordenaram batidas policiais de busca e apreensão de faixas e cartazes contra o fascismo, suspenderam aulas e eventos sobre política, retiraram do portal de uma instituição artigo "a favor dos princípios democráticos", etcétera e tal. As decisões judiciais não são um bom exemplo. Mas constituem um ótimo aviso. Jair Bolsonaro ainda nem foi eleito e já se pratica censura em seu nome.

Proibir a livre manifestação política em ambiente universitário é como privar um navio do contato com o mar. Fazer isso durante um processo eleitoral que se encontra pendurado até nas manchetes da imprensa estrangeira é um atentado contra a lógica, o interesse público e a Constituição Federal. Em ação protocolada no Supremo, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede uma liminar para evitar novas arbitrariedades.

A peça de Raquel Dodge é um tratado sobre o óbvio. Ela escreve que é preciso ''evitar e reparar lesão a preceitos fundamentais resultantes de atos do Poder Público tendentes a executar ou autorizar buscas e apreensões, assim como proibir o ingresso e interrupção de aulas, palestras, debates ou atos congêneres e promover a inquirição de docentes (professores), discentes (alunos) e de outros cidadãos que estejam em local definido como da universidade pública ou privada."

A Procuradoria contou 21 universidades alvejadas por ações repressivas. Mas os casos já são contados na cada das três dezenas. Suprema ironia: durante duas décadas de ditadura militar, as universidades foram sufocadas, num processo que asfixiou os líderes emergentes. Decorridos 33 anos do restabelecimento da democracia, tenta-se impor limites à autonomia universitária e ao pensamento dos universitários.

Uma liberdade de manifestação na qual não se pode manifestar, candidatos à Presidência de cuja capacidade de presidir não se pode duvidar, juízes eleitorais que não toleram o direito de opinião dos eleitores... Um jovem universitário que ainda não tenha se habituado com o ambiente democrático, fica tentado a exclamar para o Altíssimo: "Meu Deus, que ditadura mais frágil é essa nossa democracia?"
Herculano
27/10/2018 05:19
CINCO QUILôMETRO, por Julianna Sofia, secretária de redação do jornal Folha de S. Paulo

Reduzir Esplanada a 15 ministérios deve ser primeira promessa que Bolsonaro descumprirá

A partir da próxima semana e pelos dois meses que se seguirão, o centro de decisões em Brasília se deslocará da Praça dos Três Poderes para um QG no CCBB da capital. De lá, sairão os nomes do gabinete ministerial de Jair Bolsonaro, se confirmado o favoritismo do candidato do PSL à Presidência da República neste domingo (28).

A expectativa é que o ministério bolsonarista seja anunciado num prazo de 30 dias. A promessa do deputado de lipoaspirar a Esplanada dos Ministérios, reduzindo suas medidas de 29 para 15 pastas, será a primeira sujeita a descumprimento. A ideia do "Superministério da Fazenda", com Planejamento mais Indústria e Comércio sob sua tutela, foi abatida sem grande esforço pelo lobby empresarial. De tão estapafúrdia, a fusão de Agricultura com Meio Ambiente tende a virar pó.

O capitão reformado crava publicamente até agora só três nomes. Onyx Lorenzoni (Casa Civil), general Augusto Heleno (Defesa) e Paulo Guedes (Fazenda). O jogo também está acertado para que Ilan Goldfajn permaneça no comando do Banco Central. Na nova gestão, conquistaria de direito a autonomia que hoje tem de fato.

Outros nomes da escuderia de Michel Temer - da cozinha da equipe econômica a autoridades de peso na área da segurança pública - almejam manter-se no governo de Bolsonaro. Ao mesmo tempo, começam a ser registradas as primeiras baixas. Funcionário de carreira do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli anunciou nesta semana que deixa a presidência da instituição, em que estava desde 2016. Antes, fora o número dois da Fazenda sob Dilma Rousseff.

O candidato diz repelir o toma lá dá cá tão usual na rotina odienta do poder central e ensaia afugentar aliados de outros partidos que farejam cargos. "Oportunistas se anunciam ministros. Esses, de antemão, já podem se considerar fora de qualquer possível governo", tuitou.

Oportunista é o que mais há na Praça dos Três Poderes. Dali para o CCBB, são apenas cinco quilômetros.
Herculano
27/10/2018 05:13
IBOPE MOSTRA CENÁRIO ESTÁVEL EM SC E PROVÁVEL VITóRIA DE MOISÉS, por Upiara Boschi, no jornal Diário Catarinense, da NSC Florianópolis

Se os números do Ibope forem confirmados nas urnas, Santa Catarina viverá no final da tarde de domingo a consolidação da onda que fez do 17 de Jair Bolsonaro e Carlos Moisés da Silva o número que significa mudança para os catarinenses. A última pesquisa do instituto mantém o presidenciável com ampla vantagem sobre o petista Fernando Haddad e mantém a confortável vantagem do candidato a governador do PSL sobre o adversário Gelson Merisio (PSD).

Mesmo previsíveis, os números trazem nuances interessantes. A maior delas é a percepção de que Santa Catarina continua disputando o título de Estado mais bolsonarista do país, mas não ficou imune à redução da diferença nacional entre Bolsonaro e Haddad constatada no Datafolha de quinta-feira. Claro, há um oceano entre os dois candidatos, mas a diferença caiu de 43 para 34 pontos percentuais nos votos totais - 61% a 27%. Entre os catarinenses, 11% têm intenção de votar nulo e 1% ainda estão indecisos.

Esse nuance dá a entender que a Onda Bolsonaro não continuou crescendo no Estado. Considerando que Moisés e Merisio apoiam o presidenciável, essa pequena redução na vantagem sobre o petista tem pouco efeito - se tiver, é o de colar a rejeição do eleitor à esquerda em Merisio por vinculação dos 17 nacional estadual.

Pelos números do Ibope para o governo, nenhuma mudança foi detectada na semana que passou. Moisés manteve a distância de 16 pontos percentuais nos votos totais - 52% a 36% contra 51% a 35% em relação ao primeiro levantamento do segundo turno. Números que frustram a campanha pessedista, que esperavam redução na desvantagem.

Se há um leve arrefecimento da Onda 17, todas as esperanças de Merisio devem ser focadas na ausência de Moisés no debate da NSC TV, na noite de quinta-feira. O Ibope realizou suas 1.008 entrevistas entre quarta-feira e ontem - pegando apenas parte do possível efeito de uma entrevista exclusiva do pessedista em horário nobre. Ontem, Moisés falou ao vivo no Facebook para mostrar a saúde abalada pela infecção nas vias respiratórias que justificou sua ausência no debate.

Entre os números do Ibope, chama atenção a discrepância entre os números de Florianópolis e o resto do Estado. Na eleição presidencial, Bolsonaro apresenta apenas cinco pontos de vantagem sobre Haddad. Para o governo, Moisés faz 40% dos votos totais na Capital contra 37% de Merisio - com impressionantes 20% de eleitores votando nulo. Números que indicam resistência maior ao PSL em Florianópolis do que no resto do Estado.
Herculano
27/10/2018 05:09
FINALMENTE, COM A LEGISLAÇÃO DISPONÍVEL, DEU-SE UM FREIO NA ABUSIVA RETóRICA AMEAÇADORA POIS LHE FALTA ARGUMENTOS E INTELIGÊNCIA, DO CORONEL CONTRA AS LEGÍTIMAS E RECONHECIDAS INSTITUIÇõES BRASILEIRAS. NÃO SE TRATA DE CERCEAR O LIVRE PENSAMENTO E A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, MAS CONTER O INCITAMENTO PRóPRIO DE ALGUMAS CLAQUES INSANAS, AUTORITÁRIAS, DOENTIAS E AVESSAS AO EXERCÍCIO DEMOCRÁTICO

Texto de Reinaldo Azevedo, na Rede TV.

Estas são seguintes medidas aplicadas contra o coronel da reserva Antônio Carlos Alves Correia:

- mandado de busca e apreensão cumprido nesta sexta-feira pela Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro. Foram apreendidos computadores e aparelhos celulares do militar;

- monitoramento por tornozeleira eletrônica;

- proibição de viajar a Brasília;

- proibição de usar arma ou mantê-la em domicílio;

- manter distância mínima de cinco quilômetros de ministros do Supremo ou de Raul Jungmann, ministro da Segurança Pública.

Transcrevo trecho do despacho:
"(...) há indícios de que as afirmações caluniosas e difamatórias; as exortações e convocações dirigidas a seus seguidores nas redes sociais, assim como as ameaças direcionadas às autoridades, têm por finalidade garantir que as instituições se submetam, a qualquer custo, à sua vontade, o que atenta contra o regime democrático e deve ser coibido na moldura da Lei 7.170/83 (arts. 18, 26 e 28), bem como os artigos 146 e 147 do Código Penal Brasileiro. Reitero que o juízo que se faz acerca da adequação típica neste momento é aquele aparente, próprio da fase cautelar".

Vale dizer: as ameaças dirigidas por intermédio de vídeos à ministra Rosa Weber, presidente do TSE, e aos demais ministros podem incorrer, segundo a decisão ainda provisória, nos seguintes crimes, previstos na Lei 7.170/83, que é a Lei de Segurança Nacional:
Art. 18 ?" Tentar impedir, com emprego de violência ou grave ameaça, o livre exercício de qualquer dos Poderes da União ou dos Estados.

Pena: reclusão, de 2 a 6 anos.

Art. 26 ?" Caluniar ou difamar o Presidente da República, o do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados ou o do Supremo Tribunal Federal, imputando-lhes fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação.

Pena: reclusão, de 1 a 4 anos.

Art. 28 ?" Atentar contra a liberdade pessoal de qualquer das autoridades referidas no art. 26.
Pena: reclusão, de 4 a 12 anos.

E há ainda os crimes previstos nos artigos 146 e 147 do Código Penal:

Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Art. 147 ?" Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

Reitere-se: o coronel ainda não está sendo processado por esses crimes. Mas, por óbvio, reconhece-se que, em princípio, os indícios de que foram cometidos estão dados. O pedido original da Polícia Federal à Justiça era de prisão preventiva, reconhecendo-se, no entanto, que não poderia ser aplicada em razão do período eleitoral, daí a aplicação de medidas cautelares, substitutivas.

As ofensas e ameaças dirigidas pelo coronel aos ministros do Supremo estão transcritas no documento. Mas basta uma linha de sua fala para deixar claro do que se trata: "Vamos a Brasília. Cercamos o STF. Prendemos. Se resistirem, morrem".

A decisão da Justiça lembra uma das justificativas para o pedido de prisão preventiva, que acabou substituída por medidas cautelares:

"Oficial Graduado da Reserva do Exército Brasileiro, alega não está sozinho e que está articulado com o comando das forças armadas, incita violência, faz apologia a invasão de prédios públicos como o Congresso Nacional e Tribunal Superior Eleitoral, ameaça fechar o Supremo Tribunal Federal, atenta contra liberdade individual de Ministros destas duas cortes de justiça, além de cometer inúmeros crimes contra honra de seus componentes; também ofende Ministro de Estado e reiteradas vezes alega estar disposto a morrer, sugere que haverá sangue e atenta contra instituições democráticas."

Os vídeos do coronel falam com absoluta clareza, não é mesmo? E as leis são igualmente claras. De resto, ele certamente deve ser um defensor da Lei de Segurança Nacional, aprovada ainda no regime militar e recepcionada pela Constituição de 1988.
Herculano
27/10/2018 04:54
UM CRIME CHAMADO LINGUAGEM, por Demétrio Magnoli, no jornal Folha de S. Paulo

Trump e Bolsonaro têm responsabilidade política pelas centelhas de violência

"Inimigos do povo". Na Casa Branca, ao longo de 20 meses, Trump dirigiu essa acusação aos democratas e à imprensa. Dias atrás, pacotes com explosivos foram endereçados a Obama, Hillary, Soros e à CNN.

"Sem mentiras, sem fake news, sem Folha de S. Paulo. Nós ganharemos esta guerra". Na Paulista, domingo (21), Bolsonaro declarou sua "guerra" à imprensa. Nas horas seguintes, a jornalista Patrícia Campos Mello tornou-se alvo de uma enxurrada coordenada de ofensas, calúnias e ameaças de morte. A linguagem tem consequências.

Os ensaios de atentados nos EUA originaram-se, tudo indica, de grupos ultranacionalistas de extrema direita. Obviamente, Trump não tem responsabilidade organizacional na operação terrorista. Raul Jungmann avisou que "não existe anonimato na internet": cabe à polícia descobrir se há relações orgânicas entre os autores das mensagens criminosas a Patrícia e o QG de campanha bolsonarista. Mas Trump e Bolsonaro têm responsabilidade política pelas centelhas de violência. Os dois, de modos similares, violam a sintaxe da democracia.

Os nazistas usavam a palavra "ratos" para se referir aos judeus. Na Ruanda genocida, o regime hutu utilizava "baratas" para os tutsis. "Gusanos" (vermes, larvas) é o termo de escolha do castrismo para insultar dissidentes políticos. Num degrau abaixo, encontram-se "inimigo do povo", expressão de longa história, cara tanto a Trump como ao PT, e "inimigo da pátria", preferida por regimes autoritários nacionalistas e pelo bolsonarismo.

A desumanização ("ratos", "baratas", "gusanos") sinaliza uma pulsão exterminista. As outras duas sugerem as alternativas da prisão ou do exílio, embora não excluam a eliminação física.

A sintaxe democrática sustenta-se sobre a crença na pluralidade de opiniões. Sua base implícita é que o "outro", adversário político, cultiva ideias diferentes das minhas, mas deseja, ultimamente, o mesmo que eu -isto é, o melhor para a sociedade em geral. O debate público admite (exige!) a crítica aguda, a divergência nítida. Mas as democracias começam a se envenenar quando os próprios governantes saltam o muro da linguagem, entrincheirando-se no fosso da "guerra". Aí, a pedagogia do ódio converte-se em doutrina estatal.

O ódio político não é um componente "natural" das sociedades, mas algo que se aprende. Os mestres mais eficazes do ódio político são as lideranças políticas e, sobretudo, os governantes.

"Nós tivemos de ensinar o povo a odiar os sulistas", confessou um líder haussá-fulani, da Nigéria setentrional, referindo-se aos iorubas e aos igbos. A virulência nas redes sociais é um fruto do cruzamento entre a antiga pedagogia lulopetista e a mais recente pedagogia bolsonarista. Mas Bolsonaro parece decidido a provar que, perto dele, os petistas não passam de imberbes vestibulandos.

Patrícia escreveu reportagens preciosas no Afeganistão, no Iraque, na Kobane sitiada, na Serra Leoa do ebola. O medo é seu companheiro de viagem. Mas leia apenas uma entre as incontáveis mensagens que ela recebeu das correntes bolsonaristas: "Deveria pensar no seu filho, o futuro do seu filho. Para sua segurança, eu sairia do Brasil".

Atrás da mais covarde das ameaças descortina-se uma estratégia. Destruir a liberdade de imprensa, sonho dos tiranos, solicita anos de "guerra". Um atalho eficiente é intimidar jornalistas, que têm uma vida privada, família e filhos.

A linguagem da Paulista não deveria ser interpretada como excesso de campanha, mas como a exposição de um programa.

A seleção de Patrícia como alvo é circunstancial, porém reveladora. O bolsonarismo habituou-se a responder à opinião crítica com uma barragem de ofensas. Não sabe, porém, como reagir à narrativa factual da reportagem, sumo do jornalismo. Bolsonaro mente: seu programa não é eliminar a Folha, mas exterminar os fatos.
Miguel José Teixeira
26/10/2018 21:51
Senhores,

Corrigindo. . .

Seria muito bom este babaca, prePoTente, que destruiu uma das melhores bandas do mundo e agora vive fazendo "cover" dela, sentir o fedor do chefe dos corruPTos. . .

Vade retro, retrocesso!
Miguel José Teixeira
26/10/2018 21:41
Senhores,

Na mídia:

"Juíza veta visita de Roger Waters a Lula na prisão"

Que peninha. . .seria muito bom este babaca sentir o cheiro da corrupção!!!

Vade retro, retrocesso!
Miguel José Teixeira
26/10/2018 15:57
Senhores,
Senhores,

Na Mídia:

"Roger Waters quer visitar Lula na prisão"

BINGO!

. . ." We don't need no education". . .
(Não precisamos de nenhuma educação)

Huuummm. . .no mínino, chapou-se de rivotril vencido. . .

É o que dá sair por aí fazendo "cover" da banda que destruiu com sua prePoTência. . .
Herculano
26/10/2018 11:23
VAI TIRAR O MEU TÍTULO

O editor e proprietário do jornal e portal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, sempre moderado, parece ter esgotado a sua cota de paciência com os políticos no poder de plantão.

As suas colunas estão cada vez mais parecidas com as minhas e nada foi combinado, pois basta olhar a realidade. E quando o Gilberto pega para valer, o estrago costuma ser irreparável. Esses políticos acham que enganam todos a todo tempo, exibindo conquistas duvidosas e protegidas por orações pecadoras.... Acorda, Gaspar!
Herculano
26/10/2018 11:06
BOLSONARO 60,6% X 39,4% HADDAD (CRUSOÉ / EMPIRICUS)

Uma aposta alta. A revista eletrônica Cruzoé, feita de ex-editores (Mário Sabino, Diogo Mainardi...) da revista Veja, aquela que desnudava o PT e hoje se alinhou a esquerda e perdeu leitores e credibilidade, publicou as 10h a sua pesquisa. Contrariou o Data Folha de ontem e a tendência do Ibope de terça-feira, os institutos referência.

A última pesquisa Crusoé / Empiricus, feita pelo Instituto Paraná, mostra Jair Bolsonaro com 60,6% dos votos válidos.

O poste Fernando Haddad permaneceu parado com 39,4%.

E para completar, Haddad é 15 pontos mais rejeitado do que Bolsonaro.

E agora? É levar essa dúvida e guerra até as 17 deste domingo dia 28. Afinal a Cruzoé está atrás de afirmação e não se arriscaria a se queimar logo na partida. Wake up, Brazil!
Herculano
26/10/2018 08:21
E SE BOLSONARO ACABAR FAZENDO, POR DISTRAÇÃO, UM BEM AO PAÍS? por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Talvez a esquerda saia mais assustada desse processo, mas também mais civilizada

E se Jair Bolsonaro (PSL) fizer, por distração, um bem ao país? "Olhem o Reinaldo a flertar com o capitão..." Calma! Não há chance de eu me deixar seduzir por pisadelas, beliscões e truculência. Todos sabem o que penso sobre a candidatura de Bolsonaro. Expus de forma um pouco mais detida, em artigo na Ilustríssima, a repulsa que me causam parte de sua agenda, o modo como ele a apresenta e os sentimentos que mobiliza.

Não está, no entanto, em formação, observei, um movimento "fascista". Rejeito o emprego da palavra como metáfora ou xingamento. Há, sim, valores inequivocamente fascistoides no conjunto da obra. Refuto que o candidato possa ser visto como expressão do liberalismo, ainda que o significado dessa palavra se esgotasse em uns tantos pressupostos econômicos. Gosto da ideia de que a economia, assim como a matemática, não é moral. Mas as pessoas são.

Ainda que o candidato encarnasse a totalidade do meu ideário pessoal para as relações de troca e as questões distributivas, não poderia, como jornalista com senso de decoro ao menos, condescender com uma candidatura que, a um só tempo, acusa o adversário de querer controlar a imprensa ?"de fato, o PT tentou fazê-lo no passado e volta a flertar com a ideia no presente?", mas ameaça, uma vez no poder, cortar verba publicitária de veículos de comunicação não-alinhados.

Se Bolsonaro se dispusesse a pôr fim à publicidade oficial, qualquer uma, seria uma escolha moral, certa ou não. Ocorre que ele está apenas a estabelecer critérios idiossincráticos para a imoralidade. Essa campanha eleitoral está tirando muitos demônios do armário. Os que carregam o invejável gene do otimismo poderiam até dizer: "Tanto melhor! Se algumas barbaridades residiam no fundo das consciências, que venham à luz". Eu, de minha parte, prefiro que o lodo fique nas profundezas. Como ensina Dante. Ou J.K.Rowling. Potter.

Em seu malfadado discurso dirigido a eleitores concentrados na avenida Paulista, no domingo passado (21), Bolsonaro não se limitou a anunciar que pretende usar um bem público para retaliar a liberdade de imprensa. Referindo-se a adversários políticos, anunciou uma outra ambição: "Vocês verão umas Forças Armadas altiva (sic), que estarão colaborando com o futuro do Brasil. Vocês, petralhada, verão uma polícia civil e militar, com retaguarda jurídica pra fazer valer a lei no lombo de vocês."

Vamos ver: 1) a cúpula das Forças Armadas ficou alarmada com a fala; 2) as polícias civil e militar já dispõem de retaguarda para prevenir, investigar e reprimir crimes, mas não têm licença para escolher alvos políticos; 3) por ora, deixarei de lado a apropriação indébita do vocábulo "petralhada". Voltarei oportunamente ao tema.

Esse tipo de pregação está incentivando toda sorte de psicopatas e sociopatas nas redes sociais, que alardeiam teorias conspiratórias as mais disparatadas e paranoicas. As Forças Armadas temem que os mais exaltados se sintam estimulados a enfrentar no braço ou à bala divergências do cotidiano, ideológicas ou não. Esperam, até agora inutilmente, por uma palavra de pacificação. O Ministério Público Federal precisa decidir se é conivente ou covarde. Na era do mimetismo ideológico, esse negócio começa prometendo faxinar os adversários e pode passar pelo envio de bombas aos maus brasileiros.

"E o tal 'bem ao país' lá do primeiro parágrafo, Reinaldo? Até agora, não vi nada". Ainda é pensamento incipiente também na cabeça deste articulista, leitor. O PT desmoralizou tantas reputações ao longo de sua história que quase não sobrou a quem recorrer. Talvez a esquerda saia mais assustada, sim, desse processo, mas também mais civilizada. Como é mesmo? Então FHC e os tucanos d'antanho, em fase de extinção naquela configuração ideológica ao menos, não eram a "herança maldita", a expressão da "direita reacionária" ou um instrumento das elites para esmagar o povo!? Com alguma sorte, vão se esvanecer algumas ilusões redentoras.

Do outro lado, há a possibilidade de que as necessidades do mundo real se imponham a Bolsonaro e domestiquem o populismo reacionário e truculento. Chegando vivos à terceira margem do rio, teremos nos livrado, nessa remota hipótese virtuosa, de duas concepções autoritárias de poder, uma delas escancaradamente fascistoide. É a porta estreita de São Lucas.
Herculano
26/10/2018 08:18
SINTOMAS ESTRANHOS

Desde o final da semana passada que meu whatsapp, deixou de receber - inclusive de gente que está no exterior e vários estados - mensagens fakes, ou de (mau) humor com apoio ao candidato Jair Bolsonaro, PSL, ou denunciando o rival Fernando Haddad, PT.

Não pertenço a qualquer grupo.Quando me enfiaram num deles, sempre sai.

São pessoas normais, meus contatos de negócios, relacionamentos dos mais variados tipos, que são alimentadas pelos seguidores e que não devem estar mais municiadas ou se esgotaram nas suas crenças de fazerem a cabeça dos outros. Isso é um mal sinal. Wake up, Brazil!
Herculano
26/10/2018 08:11
O EGO DE LULA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Lula não consegue soar democrático nem quando isso poderia favorecer o campo petista. Sua carta é uma reafirmação das mistificações que fazem de Lula um dos demagogos mais perniciosos da história nacional

Por mais que o PT tenha se esforçado para fingir que seu candidato à Presidência, Fernando Haddad, não é um mero preposto de Lula da Silva, há algo que nenhum truque de marketing será capaz de mudar: o PT sempre foi e continuará a ser infinitas vezes menor do que o ego de Lula. Na reta final da campanha eleitoral, justamente no momento em que Haddad mais se empenha para buscar apoio fora da seita lulopetista, o demiurgo de Garanhuns, decerto inquieto na cela em que cumpre pena por corrupção, resolveu divulgar uma carta para exigir - a palavra adequada é essa - que todos reconheçam a inigualável grandeza de seu legado como governante e que votem no seu fantoche se estiverem realmente interessados em salvar a democracia brasileira, supostamente ameaçada pelos "fascistas".

O tom da mensagem é o exato oposto do que seria recomendável para quem se diz interessado em angariar a simpatia daqueles que, embora não tenham a menor inclinação para votar em Jair Bolsonaro (PSL) para presidente, tampouco gostariam de ver o PT voltar ao poder. Para esses eleitores, somente se o PT reconhecesse, de maneira honesta e sem adversativas, seu papel preponderante na ruína econômica, política e moral do Brasil nos últimos anos, cujos frutos mais amargos foram o empobrecimento do País e a desmoralização da política, talvez houvesse alguma chance de mudar de ideia. Mas isso é impossível, em se tratando de Lula da Silva, que se considera o mais importante brasileiro vivo e o maior líder que este país jamais terá.

Na carta em que diz que "é o momento de unir o povo, os democratas, todos e todas em torno da candidatura de Fernando Haddad, para retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão social e defender a opção do Brasil pela democracia", Lula não reserva uma única vírgula ao desastre econômico do governo de Dilma Rousseff, outra de suas inesquecíveis criações. Ao contrário: afirma que Dilma sofreu impeachment em razão de uma imensa conspiração de "interesses poderosos dentro e fora do País", incluindo "todas as forças da imprensa" e "setores parciais do Judiciário", para "associar o PT à corrupção" - omitindo escandalosamente o fato de que Dilma foi cassada exclusivamente por ter fraudado as contas públicas com truques contábeis e pedaladas. O petrolão, embora tenha sido motivo mais que suficiente para que o PT fosse defenestrado do poder para nunca mais voltar, não foi levado em conta no processo.

Como jamais teve compromisso real com a democracia - que pressupõe respeito a quem tem opinião divergente, para que seja possível o consenso - e também nunca reconheceu a legitimidade de nenhum governo que não fosse o seu ou de seus títeres, Lula não consegue soar democrático nem quando isso poderia favorecer o campo petista. A carta, ao contrário, é uma reafirmação de todas as mistificações que fazem de Lula um dos demagogos mais perniciosos da história nacional.

Lá estão as patranhas que tanto colaboraram para fazer do antipetismo um movimento tão sólido e vibrante, conforme atestam as pesquisas de opinião. Lula, sempre no plural majestático, diz que "fizemos o melhor para o Brasil e para o nosso povo" e por isso "tentam destruir nossa imagem, reescrever a história, apagar a memória do povo". O sujeito desse complô, claro, é indeterminado, mas unido no que Lula chamou de "ódio contra o PT". Tudo porque, diz Lula, "tiramos 36 milhões de pessoas da miséria", porque "promovemos o maior ciclo de desenvolvimento econômico com inclusão social", porque "fizemos uma revolução silenciosa no Nordeste" e porque "abrimos as portas do Palácio do Planalto aos pobres, aos negros, às mulheres, ao povo LGBTI, aos sem-teto, aos sem-terra, aos hansenianos, aos quilombolas, a todos e todas que foram discriminados e esquecidos ao longo de séculos". Nada mais, nada menos.

Esse panegírico só serve para mostrar que Lula é mesmo incorrigível - e que seu arrogante apelo para "votar em Fernando Haddad" e assim "defender o estado democrático de direito" contra a "ameaça fascista que paira sobre o Brasil" não vale o papel em que está escrito.
Herculano
26/10/2018 08:07
BOLSONARO QUER RECRIAR MINISTÉRIO DO INTERIOR FORTE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira nos jornais brasileiros

O candidato do PSL à presidência da República, Jair Bolsonaro, pretende recriar o antigo Ministério do Interior, com o objetivo de coordenar as iniciativas de desenvolvimento. O Ministério do Interior fazia obras contra as secas, cuidava de índios, habitação popular, saneamento, zona franca de Manaus, enfrentava calamidade pública e chefiava autarquias fortes (Sudene, Sudeco, Sudesul, Sudam etc).

ATENÇÃO NO MINISTRO
Bolsonaro não dá pistas de quem seria o ministro do Interior em seu eventual governo, mas o escolhido será politicamente muito forte.

RITO DE PASSAGEM
Sempre fortes, ministros do Interior chegaram a presidente da República, como os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto.

MINISTÉRIO BANQUEIRO
Ao ser extinto, em 1990, o Ministério do Interior era tão forte que tinha dois bancos de fomento (Basa e BNB) e um de habitação, o BNH.

MINISTRO JOÃO ALVES
O ex-governador sergipano João Alves Filho foi o último ministro do Interior, no governo José Sarney. A pasta foi extinta em 1990.

FALTAM 287 MIL EMPREGOS PARA TEMER ZERAR A CONTA
O presidente Michel Temer pretende entregar o governo, em 1º janeiro, com o Brasil com mais empregos do que encontrou, ao assumir. Mas não muito. O País acumulou 719.089 postos de trabalho entre janeiro e outubro de 2018. Mas, para "zerar a conta", o mercado precisa gerar outros 287.210 empregos até o fim do ano, a fim de compensar os 1.006.299 de postos perdidos entre maio de 2016 e dezembro de 2017.

CAGED
Dezembro de 2016 foi o pior mês de Temer: 462 mil empregos a menos, diz o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.

MELHOR MOMENTO
Setembro deste ano viu 137.336 postos de trabalho a mais. É o melhor resultado do governo Temer e o melhor para o mês desde 2013.

FAIXA ZERADA
No ritmo atual, Temer pode passar a faixa ao próximo presidente com os mesmos 12 milhões de desempregados que recebeu de Dilma.

INACREDITÁVEL
Com a decisão do ministro Ricardo Lewandowski de mandar à prisão domiciliar 14.750 traficantes, porque as bandidas são mães de crianças de até 12 anos, ficam criados 14.750 novas bocas no País.

POSSÍVEL, É
Cientista Político da PUC-RJ, Ricardo Ismael acha que é possível, sim, uma virada no Rio de Janeiro, com Eduardo Paes (DEM) superando Wilson Witzel (PSC) na disputa pata governador.

PHS EM SEU LABIRINTO
Condenado à extinção pela cláusula de barreira, o PHS nem sequer tem presidente definido, e o mandato atual acaba no dia 1º. Os filiados estão inconformados com sua absorção pelo Podemos de Álvaro Dias.

HÁ MUITO O QUE MUDAR
A agressão do ex-vice-reitor a eleitor de Bolsonaro, em Alagoas, chama atenção para um dos mais graves problemas do País: os boçais idiotizados que têm "educado" várias gerações, impondo o pensamento único em universidades por temer ou não respeitar as divergências.

SAMBA DO CRIOULO DOIDO
Militantes do PT passam a "colinha" nas redes sociais dos que têm o apoio informal do partido no 2º turno: Márcio França (SP), Eduardo Paes (RJ), Anastasia (MG), Rollemberg (DF) e Belivaldo Chagas (SE).

NÃO ACABOU
Após 45 dias, a campanha mais curta da História chega ao fim neste sábado. Hoje (26) é o último dia de propaganda eleitoral no rádio e TV, mas a campanha da mídia anti-Bolsonaro continua até domingo.

MASSACRE
A Folha publicou dia 18 reportagens contra Bolsonaro no caso do suposto "disparo" de mensagens pelo Whatsapp. Entre os dias 15 e 21, foram 1,57 milhão de menções ao aplicativo no Twitter. Recorde.

BOA NOTÍCIA
A inadimplência de empresas caiu 13,1% no acumulado em quatro trimestres, de acordo com dados nacionais de levantamento da Boa Vista SCPC. Nos últimos 12 meses a queda foi de 2,2% no Brasil.

PENSANDO BEM...
...os eleitores já não sabem se acreditam mais nas previsões de mãe Dinah, vindas do além, ou nas pesquisas do Ibope e Datafolha, após o vexame do 1º turno, quando erraram feio.
Herculano
26/10/2018 08:00
ELEITORES DE CENTRO E "NÃO PETISTAS" ESCOLHEM LADO NA RETA FINAL, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Haddad tira pontos de Bolsonaro em segmentos tradicionalmente avessos ao PT

O movimento de ponteiros na reta final do segundo turno indica um ajuste sutil na posição do eleitorado de centro. Os números do Datafolha mostram que Fernando Haddad ganhou terreno em redutos típicos do PT, mas também tirou pontos de Jair Bolsonaro (PSL) entre os eleitores mais ricos e escolarizados.

Essa troca de votos, registrada pela nova pesquisa, pode ser um sinal de decisão nos grupos que ainda não haviam se comprometido com nenhum dos dois candidatos.

Embora Bolsonaro mantenha a liderança no segmento com curso superior completo, sua vantagem sobre Haddad caiu sete pontos. O candidato do PSL também domina com folga todas as faixas de renda acima de dois salários mínimos, mas perdeu espaço no topo da pirâmide.

A vantagem de Bolsonaro ainda é significativa e ele continua sendo o favorito para vencer a eleição. Só a próxima pesquisa, no sábado (27), pode apontar se a variação se transformará numa curva ou numa reta que levará o candidato ao Planalto.

O fato de Haddad ter conseguido crescer em fatias tradicionalmente avessas ao PT (nas quais sua rejeição ainda é alta) sugere que a aversão ao candidato do PSL empurra alguns "não petistas" para o outro lado. A taxa de eleitores que dizem não votar em Bolsonaro subiu em quase todos os segmentos.

Além disso, Haddad capturou na última semana mais uma fatia de eleitores que votaram em Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno. Na pesquisa anterior, 46% dos eleitores do pedetista diziam que votariam "com certeza" no candidato do PT. Agora, essa proporção é de 55%.

Bolsonaro manteve força em segmentos que provavelmente enxergam nele a única alternativa da disputa ?"em especial os evangélicos. Neste grupo, o deputado do PSL oscilou para baixo, mas manteve vantagem sobre o petista (59% a 26%).

À medida que o relógio corre, eleitores que não queriam nem um nem outro começam a balançar. O quadro só deve mudar se todos caírem para o mesmo lado.
Herculano
26/10/2018 07:57
OS DEBATES E OS FUJõES

Eu particularmente, entendo que os modelos de debates com candidatos e que são feitos no espetáculo das tevês brasileiras, nem criativos são.

Eles remetem ao modelo americano da década de 1970 no que toca a transmissão pela TV, então o meio de comunicação inovador da época. Os debates públicos dos americanos com presidenciáveis são bem anteriores e tradicionais.

Pior, aqui, ainda as equipes de marqueteiros e dos candidatos espertos, cheios de problemas e manhas, inventaram truques para não serem pegos nos debates. Criaram regras auto-protetivas como salvo-condutos de suas participações.Os mediadores meros office-boys. E os veículos concordaram para não perderem os tais debates. Vergonhoso.

E para piorar, seus condutores ou meros apresentadores que se transforaram a maioria e sem o viés jornalistico, viraram bonecos da encenação quando não quando eles não são de verdade ou ventríloquos do ponto eletrônico do diretor artístico da emissora.

É preciso reavaliar os modelos de debates com candidatos a qualquer coisa no Brasil, ainda mais quando a tevê, não é mais a mídia da vez e nem interativa é.

Entretanto, fugir dos debates, anunciados com meses de antecedência, alegando qualquer outra coisa de última hora, não sei se é uma boa ideia e decisão, mesmo esses debates não tendo muita influência nos votos dos eleitores e que as razão alegadas sejam verdadeiras.

Se os candidatos não têm nada para esconder, ficará sempre em relação à essa dúvida. Correm o risco sério de ficarem com a marca de fujões. E esta sim, um perigo para qualquer um, a qualquer tempo, seja com que frente supostamente tenha aberto nas pesquisas que eles próprios sempre alegam não acreditarem.

Todos que tivesse esta tática ou intenção, deveriam muito antes dizer claramente que não participaria de debates por n~çao acrescentar nada com eles, no modelo em que são praticados. Era uma posição, anterior e bem conhecida para que dela não houvesse a mínima dúvida. E ponto final. Mas, fugir na última hora, é esperteza, e que claramente afronta o suposto discurso de mudança.

Afinal, é numa tempestade que se conhece o verdadeiro capitão do navio. Em mar de brigadeiro, até eu -que não sou comandante e nem marinheiro- me saio bem. Mas, a gestão que se apresenta para o vencedor de domingo não é uma tempestade cujas proporções ainda não estão bem dimensionada no radar meteorológico e político. Wake up, Brazil!
Herculano
26/10/2018 07:18
FROUXIDÃO, CHILIQUES E FANIQUITOS, por Hélio Schwartsman. no jornal Folha de S. Paulo

O que significaria não ser frouxo com Jair Bolsonaro?

A primeira regra dos manuais de sobrevivência é a de que, diante de uma emergência ou ameaça, não podemos entrar em pânico.

Contra todas as minhas advertências, a maioria dos brasileiros deverá votar no próximo domingo em Jair Bolsonaro para ser o presidente do Brasil pelos próximos quatro anos. A parcela dos cidadãos que consideramos essa escolha desastrosa não podemos fazer muito para mudar isso.

Com efeito, gritar mais alto ou xingar o candidato de nomes mais feios não deve alterar a opção da maioria. Repisar argumentos racionais contra a eleição do militar reformado também parece, a essa altura, pouco efetivo.

O que significaria não ser frouxo com Bolsonaro? Esfaqueá-lo? Isso já foi tentado, sem muito sucesso. Talvez devêssemos pedir a anulação do pleito, com base numa recém-iniciada investigação de financiamento ilegal. Nesse caso, porém, receio que estaríamos agindo contra a democracia que dizemos defender.

Já afirmei inúmeras vezes neste espaço que Bolsonaro é, a meu ver, o mal maior. Além do risco às instituições liberais, ele e sua equipe parecem inteiramente despreparados para o desafio de administrar o país. Também não reconheço nele estatura moral para a Presidência, como se depreende da covarde campanha de ameaças a jornalistas que ele tolera, se é que não comanda.

Ainda assim, a menos que ocorra uma virada histórica, Bolsonaro deve ser eleito ?"e isso não significará, pelo menos não automaticamente, o fim da democracia. O futuro permanece aberto. O tamanho dos retrocessos que experimentaremos, aliás, dependerá de nossa capacidade de nos organizar nas linhas secundária e terciária de defesa das instituições. Esforços para tentar moderar os piores instintos do candidato também são bem-vindos.

É preciso parar com os chiliques e faniquitos e começar a agir racionalmente dentro do leque das opções que se apresentam, não das sonhadas.
Miguel José Teixeira
25/10/2018 21:29
Senhores,

Será que história:

1)conspirará contra nós, "burros de carga"?

2)forçará incautos a mandar seu voto para a cadeia?

Precaução, reflexão e canja de galinha não fazem mal à ninguém!!!

Vade retro, retrocesso!!!

Herculano
25/10/2018 20:32
TSE IMPõE A BOLSONARO CENSURA ABSURDA E INÚTIL, por Josias de Souza

É preciso chamar pelo nome correto a decisão do Tribunal Superior Eleitoral de banir da internet o vídeo no qual Jair Bolsonaro declara que a fraude na urna eletrônica é uma "possibilidade concreta". A coisa se chama censura. Foi imposta por 6 votos a 1. Google e Facebook serão notificados para retirar a peça de suas plataformas em 24 horas. Trata-se de providência absurda e inútil.

A medida é absurda porque a Justiça Eleitoral não tem poderes - ou não deveria ter - para impor limites ao direito de qualquer cidadão de se manifestar livremente. É inócua porque até os ácaros do carpete do plenário do TSE já tomaram conhecimento do desapreço de Bolsonaro pelas urnas eletrônicas. Quem não conhecia a posição do candidato ficará conhecendo, pois o TSE cuidou de chamar a atenção.

A ação contra Bolsonaro foi movida pelo PT. Relator do processo, o ministro Carlos Horbach havia indeferido o pedido em decisão liminar (provisória). "Os comentários questionados, por mais incisivos e provocativos que sejam, devem ser considerados como abrigados no âmbito da liberdade de expressão", avalia Horbach. O partido de Fernando Haddad recorreu. E a encrenca subiu para o plenário.

Rosa Weber, a presidente do TSE, declarou: "Críticas são legítimas, vivemos graças a Deus num Estado Democrático de Direito. Agora, as críticas que buscam fragilizar o sistema eleitoral e retirar a credibilidade da população vão encontrar limites.'' Manifestando-se antes dela, Edson Fachin dissera: "Não creio que um juiz eleitoral possa, diante da serenidade que ele deva ter, também deixar de ter a firmeza para refutar qualquer possibilidade de fraude".

Ora, se desejava impor "limites" a línguas como a de Bolsonaro, como pregou Rosa, ou agir com a "firmeza" preconizada por Fachin, o TSE deveria ter acionado o candidato judicialmente, exigindo retratação. Ficou entendido que a Corte Eleitoral tenta compensar com a censura, tardiamente, o que deixou de fazer na hora devida. Se for censurar retroativamente todos as estultices que Bolsonaro pronunciou durante a campanha, o TSE terá de fazer hora-extra.
Herculano
25/10/2018 20:28
ESTÁ ENCAMINHADA

De Ricardo Noblat, de Veja, no twitter

Resumo da ópera: a eleição presidencial não está aberta. Ela continua amplamente favorável a Bolsonaro. Uma virada não é impossível, mas é difícil. E se ocorresse seria histórica.
Herculano
25/10/2018 19:11
PESQUISA DATA FOLHA MOSTRA QUEDA DE 6 PONTOS ENTRE HADDAD E BOLSONARO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto deIgor Gielow. A distância entre os candidatos a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) caiu de 18 para 12 pontos em uma semana, aponta pesquisa do Datafolha.

A três dias do segundo turno, o deputado tem 56% dos votos válidos, contra 44% do ex-prefeito de São Paulo. No levantamento passado, apurado em 17 e 18 de outubro, a diferença era de 59% a 41%.

Tanto a queda de Bolsonaro quanto a subida de Haddad se deram acima da margem de erro, que é de dois pontos percentuais para mais ou menos.

O Datafolha entrevistou 9.173 eleitores em 341 cidades no levantamento, encomendado pela Folha e pela TV Globo e realizado na quarta (24) e na quinta (25).

O resultado é a mais expressiva mudança na curva das intenções de voto no segundo turno até aqui, e reflete um período de exposição negativa para o deputado do PSL.

No período, emergiu o caso do WhatsApp, revelado em reportagem da Folha que mostrou como empresários compraram pacotes de impulsionamento de mensagens contra o PT pelo aplicativo. A Justiça Eleitoral e a Polícia Federal abriram investigações.

No domingo (21), viralizou o vídeo da palestra de um de seus filhos, o deputado reeleito Eduardo (PSL-SP), em que ele sugere que basta "um soldado e um cabo" para fechar o Supremo Tribunal Federal em caso de contestação de uma vitória de seu pai.

A fala foi amplamente condenada, inclusive por integrantes do Supremo, obrigando Bolsonaro a se desculpar com a corte. No mesmo domingo, o candidato fez um discurso via internet para apoiadores em São Paulo cheio de elementos polêmicos: sugeriu, por exemplo, que os "vermelhos" poderiam ser presos ou exilados, e disse que Haddad deveria ir para a cadeia.

Em votos totais, Bolsonaro tem 48%, ante 38% de Haddad e 6% de indecisos. Há 8% de eleitores que declaram que irão votar branco ou nulo. Desses, 22% afirmam que podem mudar de ideia até o dia da eleição.

O deputado perdeu apoio em todas as regiões do país, embora mantenha sua liderança uniforme, exceto no Nordeste, onde Haddad tem 56% dos votos totais e Bolsonaro, 30%.

A maior subida de Haddad ocorreu na região Norte, onde ganhou sete pontos, seguido da Sul, onde ganhou quatro. Já Bolsonaro mantém uma sólida vantagem na área mais populosa do país, o Sudeste: 53% a 31%. O Centro-Oeste e o Sul seguem como sua maior fortaleza eleitoral, com quase 60% dos votos totais nas regiões.

Entre os mais jovens (16 a 24 anos), Haddad viu sua intenção de voto subir de 39% para 45%, empatando tecnicamente com Bolsonaro, que caiu de 48% para 42%. Em todas as faixas etárias superiores, contudo, o deputado mantém sua vantagem sobre o ex-prefeito.

O segmento em que o petista mais subiu foi entre os mais ricos, aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos. Ali, cresceu oito pontos, mas segue perdendo de forma elástica para Bolsonaro: 61% a 32% dos votos totais. Haddad lidera na outra ponta do estrato, entre os mais pobres (até 2 salários mínimos), com 47% contra 37% do deputado.

Entre o eleitorado masculino, Bolsonaro mantém ampla vantagem, embora tenha caído três pontos ?"mesma medida da subida do petista. Tem 55% a 35%, distância que é reduzida a um empate técnico por 42% a 41% entre as mulheres.

A rejeição a ambos os candidatos, uma marca desta eleição, permanece alta. Haddad viu a sua oscilar negativamente de 54% para 52%, enquanto Bolsonaro teve a sua subindo três pontos, para 44%. A certeza do voto dos eleitores declarados de ambos é alta: 94% dos bolsonaristas e 91% dos pró-Haddad se dizem convictos.
Herculano
25/10/2018 15:20
da série; para os sabidos, bruxos e frankestein da política da política de Gaspar e Ilhota lerem e colocarem a barba de molho, pois quando a esperteza é demais, como o dono

UDO, CÉSAR, NAPOLEÃO: OS ELEITOS DE 2012 FICARAM PELO CAMINHO, por Upiara Boschi, no jornal Diário Catarinense, da NSC Florianópolis.

Em outubro de 2012, os catarinenses de Joinville, Florianópolis e Blumenau elegeram novos prefeitos que prometiam não apenas rupturas de maior ou menor grau nos ciclos políticos locais como também passariam a merecer a atenção como possíveis candidatos a governar Santa Catarina a médio ou longo prazo. Eram eles Udo Döhler (MDB), Cesar Junior (PSD) e Napoleão Bernardes (PSDB).

Os três representavam também novas opções dentro dos próprios partidos, tanto de nome quanto de perfil. Udo, aos 70 anos, era o empresário bem-sucedido que se apresentava à política respaldado pela liderança do então senador Luiz Henrique da Silveira (MDB). Aos 33, Cesar Junior era um jovem político que mostrara arrojo e boas ideias em dois mandatos como deputado estadual. O mais novo do trio, com 30 anos, Napoleão era um fenômeno de comunicação e dava início a uma carreira meteórica.

Não foram poucos os que acharam que 2018 passaria por esses novos nomes. Não passou. Reeleitos em 2016, Udo e Napoleão se credenciaram para a disputa deste ano, mas acabaram vítimas das cúpulas partidárias. O joinvilense tentou ser candidato ao governo e ser o pólo aglutinador da continuidade da aliança entre PSD e MDB. Foi torpedeado externamente por Gelson Merisio (PSD) e internamente por Mauro Mariani (MDB), ambos pilotando projetos que previam o confronto, não a renovação da sociedade. No final de março, Udo desistiu do projeto e decidiu permanecer na prefeitura de Joinville. Nas próximas eleições para o governo, aos 80 anos e sem mandato, dificilmente estará no páreo.

Em Blumenau, Napoleão apostou alto. Renunciou à prefeitura e lançou a pré-candidato ao Senado - mas sempre de olho na possibilidade de a candidatura ao governo cair em seu colo. Não caiu porque o senador Paulo Bauer (PSDB) levou até o fim sua intenção de concorrer e o blumenauense optou por não atravessar-se. Acabou atravessado por uma aliança com o MDB que o escondeu como candidato a vice de Mariani. Com o terceiro lugar na disputa pelo governo, terá agora quatro anos sem mandato para achar um jeito de manter holofotes que minimizem o impacto dessa derrota em sua trajetória política.

Mas dos três expoentes de 2012, o destino foi mais cruel ainda com Cesar Junior. Liderou uma gestão confusa, em que boas ideias foram ficando pelo caminho e dificuldades políticas e administrativas deram o tom. Não disputou a reeleição, saiu pela porta dos fundos. Candidato a deputado federal este ano, foi apenas o 26o mais votado na cidade que governou até dois anos atrás - 1.971 votos. Em outras cidades amelhou outros 45 mil votos que fizeram dele segundo suplente e amenizaram o peso da derrota, mas deixaram claro que ele só não se elegeu por falta de apoio na própria base.

Na terça-feira, em um sessão polêmica como costumam ser as sessões da Câmara da Capital, os vereadores rejeitaram as contas do último ano da gestão Cesar Junior. O resultado tem o poder de deixá-lo inelegível por oito anos. Os parlamentares chegaram atrasados. O povo de Florianópolis já o considera inelegível.
Herculano
25/10/2018 15:13
A FALHA COMUNICAÇÃO DO PT

De Guilherme Fiuza, da Gazeta do Povo, no twitter

Quer dizer que o problema do PT foi uma falha de comunicação com o povo? Então vamos ajudá-lo com a comunicação correta: povo brasileiro, eu podia estar matando, eu podia estar roubando na Venezuela, mas estou fazendo isso aqui mesmo, há uma década e meia, porque amo você. E quero mais!
Herculano
25/10/2018 15:10
CONTUNDENTE RECADO

De Carlos Andreazza, editor de livros, no twitter

O discurso de Mano Brown é dos mais contundentes recados de nossa história eleitoral. Não existe voto moralmente superior. Desencontrou-se da capacidade de ler as gentes, perdeu. É a melhor crítica à chamada "revolta das elites",
Herculano
25/10/2018 15:02
79,6% DOS ELEITORES ACREDITAM QUE BOLSONARO SERÁ O PRóXIMO PRESIDENTE DO BRASIL

Conteúdo do Infomoney. O candidato Jair Bolsonaro (PSL) aparece com 68,4% dos votos válidos dos eleitores no estado de São Paulo contra 31,6% de Fernando Haddad (PT), aponta levantamento do Instituto Paraná Pesquisas com 2.004 eleitores entre os dias 22 e 24 de outubro. Na pesquisa anterior, o candidato do PSL tinha 69,1% e o petista 30,9%.

O levantamento exclui os votos brancos, nulos e os eleitores indecisos, que é a forma como a Justiça Eleitoral considera oficialmente. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.

Quando são consideradas as intenções de votos totais, Bolsonaro aparece com 59,4% (ante 59,5% na anterior) e Haddad com 27,4% (26,6% na anterior). Os votos brancos e nulos têm 9,2% e 4% não sabem em quem votar.

A pesquisa aponta ainda que os eleitores de Bolsonaro se mostram mais decididos sobre seu voto do que os eleitores de Haddad desde o início do mês. Na pesquisa mais recente o militar reformado aparece com 51,4% de certeza, o petista tem apenas 23,7%. Na sondagem anterior, a parcela de eleitores certos de seu voto em Bolsonaro somava 52,3% e em Haddad era de 22,1%.

Independente da intenção de voto de cada eleitor, a pesquisa questionou quem eles acreditam que será o próximo presidente do país. Bolsonaro aparece com 79,6% e Haddad com 14,1%, não souberam dizer 5,8% do eleitorado pesquisado e 0,4% não responderam.

O índice de rejeição a Bolsonaro oscilou de 33,1% para 33,3% e de Haddad passou de 63,2% para 61,8%.
Herculano
25/10/2018 14:02
PODRES

Conversei com alguns servidores comissionados de Gaspar. Estão decepcionados. Uns queriam moleza. Outros que não esperavam ser usados e avaliados como cabos eleitorais, e alguns estão ardendo como pimentas.

Aos que esperavam não ser usados, são ingênuos. Até porque a maioria deles, conheço, não tem profissão, habilidade e até disposição para o trabalho em equipe e para o resultado. Simples assim!

Os que não esperavam ser usados em campanhas políticas como cabos eleitorais, estão sendo ingênuos. É assim que funciona. A não ser que você é um técnico, imprescindível e a sua autoridade supera essa bengala bem conhecida no mundo dos comissionados.

Os que ardem como pimentas, estão esperando o governo Kleber e Luiz Carlos tocar neles, mas espalhar a ardência como poucas frutas têm. Pior, alguns deles, guardam documentos e causos para a desmoralização pública do governo. E precisa disso? Acorda, Gaspar!
Herculano
25/10/2018 13:52
FOI ELEITOR QUEM PUXOU O GATINHO, por Daniela Lima, editorial da coluna Painel, no jornal Folha de S. Paulo

Com tudo às claras, voto traz responsabilidade inédita desde a redemocratização

Ao que tudo indica, Jair Bolsonaro (PSL) é a ideia cujo tempo chegou. Se uma disputa presidencial deve espelhar as aspirações de um país, a julgar pelas pesquisas feitas até agora, foi pelo reflexo do capitão reformado e sua retórica bélica que a maioria do eleitorado brasileiro se apaixonou.

O candidato tem méritos. Político com mandato há décadas, vendeu-se e foi comprado como o novo. Mais do que isso, como o antissistema, mesmo tendo nascido, crescido e dado frutos - fez três filhos e ex-mulheres brotarem no meio ambiente do qual diz não fazer parte.

Bolsonaro conseguiu capturar e catalisar sentimentos diversos. Tornou-se o "Messias" de uma nova era. Tendo pronunciado repetidas vezes o Apocalipse para alguns setores, foi aceito. É como se o eleitor dissesse: se tenho que tacar fogo em todo o terreno para ter terra nova para plantar, deixe queimar.

O problema é que o cenário já é de pós-guerra, fruto das escolhas feitas em 2014, quando Dilma Rousseff levou a melhor mesmo diante de todos os sinais de que seu modo de pensar e de fazer política poderiam atirar o Brasil no cadafalso.

A eleição baseada na retórica do medo deveria ter rendido uma lição definitiva: políticos vão, mas o país, ou o que resta dele, fica.

Por isso, a provável vitória de Bolsonaro colocará sobre os ombros de seu eleitor responsabilidade inédita desde a redemocratização. Fernando Collor não se elegeu em 1989 pregando o confisco da poupança. Fernando Henrique Cardoso não foi eleito em 1994 dizendo que aprovaria a reeleição e, depois, que levaria uma política equivocada de câmbio ao limite. Lula não subiu a rampa do Planalto em 2003 avisando que, anos depois, o país conheceria o mensalão - e que isso seria apenas o começo.

Dilma ascendeu como mãe do PAC e dos pobres. Derrotou rivais alardeando o terror de cortes de benefícios e direitos. Saiu do governo pela porta dos fundos deixando 14 milhões de desempregados e Michel Temer (MDB) como seus maiores legados.

Em todos esses casos, porém, o eleitor não pode ser apontado como cúmplice de seus escolhidos. Pode, sim, dizer que foi enganado. Mas a partir de 2019, haja o que houver, os que depositarem seus votos em Bolsonaro jamais poderão dizer que foram pegos de surpresa.

Empresários que colocaram suas grifes na vitrine da política em engajamento inédito para os padrões dos últimos anos, líderes religiosos, economistas, o chamado mercado, emissoras de TV, jornais. Todos esses serão corresponsáveis conscientes por eventuais sucessos ou fracassos do novo governo e do que ele deixará para a história.

Se houver uma caçada à imprensa, supressão de ONGs, retrocessos para os índios, fim de pactos ambientais; se o aparato estatal for usado para identificar e punir opositores, se os gays voltarem para o armário, se o fosso salarial entre mulheres e homens se aprofundar, se o ministro e guru da economia ficar de saco cheio e pedir para sair, se for possível gravar uma cena de faroeste por dia no trânsito... Se isso ocorrer, ninguém poderá dizer que não sabe de onde veio o tiro na democracia. Foi o eleitor quem puxou o gatilho.

Que as boas promessas, de fim da corrupção, de lei e ordem, e principalmente de respeito à Constituição e alavancagem econômica se cumpram. Que o Brasil que votou contra os saqueadores conhecidos há décadas não tenha alçado ao poder mais do que ladrões de dinheiro público, mas de voz e de liberdade.

Que o primeiro presidente que nasce após a peste dissecada pela Lava Jato venha para provar que o poço tem, sim, um fundo, e que nele há molas. Porque se o país se deparar com um caos maior do que o já instalado, não haverá paixão cega capaz de ocultar o que virá. Boa eleição a todos.

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