01/04/2019
Só depois do requerimento feito pelos vereadores da bancada petista (da esquerda para direita: Rui, Mariluci e Dionísio) pedindo esclarecimentos sobre algo que já era público, é que o governo Kleber mandou abrir sindicância interna para apurar as responsabilidades sobre a invasão do sistema de geração e controle tributário da prefeitura.
Estou de alma lavada mais uma vez? Não! Como pagador de impostos, estou preocupado com a inércia, à resistência e os movimentos de abafa e constrangimentos realizados pelo poder de plantão na prefeitura de Gaspar.
A denúncia sobre a possível invasão ao sistema tributário foi a manchete de abertura nesta coluna aqui portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota - o que é independente porque não depende de verbas da prefeitura para sobreviver -, no dia 25 de fevereiro.
Era algo que se escondia da, e na imprensa onde poucos se interessam, por motivos óbvios. Contudo, ele circulava nos aplicativos de mensagens, nos bastidores do poder e que culminou na demissão do Diretor de Tecnologia da secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa, Jackson Glatz: “Há indícios de interferência em vários procedimentos administrativos, entre eles o de ‘recalcular’ o IPTU. O caso foi parar na polícia, denunciado como crime cibernético, e ao mesmo tempo está sendo apurado internamente”, informava o título daquele post.
Diante da manchete, do texto, das evidências e das dúvidas para o público, o que se esperava minimamente dos gestores e políticos? Ação, esclarecimentos e transparência imediatos dos gestores e políticos no poder de plantão.
Mas, deu-se exatamente o oposto. Como não foi manchete no jornal impresso, todos apostaram no passar do tempo e no esquecimento do assunto pelos raros oposicionistas, curiosos e pagadores de impostos, mesmo com parte do caso estando para a investigação na polícia, um ato feito por mera formalidade e para a proteção parcial das eventuais responsabilidades dos políticos no poder de plantão no que tange aos possíveis danos causados com essa invasão.
INTERESSE DA CÂMARA
Foi, todavia, a iniciativa dos vereadores petistas Rui Carlos Deschamps, da ex-vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa e de Dionísio Luiz Bertoldi, para tirar essa história a limpo e que registrei na coluna edição da sexta-feira, dia 22 de março, em quatro notas com os títulos repetidos de “Houve Irregularidades” do jornal Cruzeiro do Vale – também independente e livre de verbas oficiais da prefeitura -, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade de Gaspar e Ilhota, que mudou o curso dessa enrolação envolvida em obscuridade na prefeitura, irritou os poderosos e determinou, mais uma vez, a orientação deles para a retaliação contra o jornal e este colunista. Será divertido.
É que os vereadores prepararam um requerimento que pode dar início à algumas descobertas, se eles quiserem ir a fundo e de verdade neste assunto, e outros problemas para a atual gestão.
Nele, os vereadores questionavam exatamente este assunto levantado pela coluna lá no dia 25 de fevereiro. Foi aprovado por unanimidade na terça-feira dia 19 de março.
E agora percebam à manobra da prefeitura para correr atrás daquilo que ela escondia por quase um mês. Tecnicamente, o requerimento estava na Câmara já na quarta-feira da semana anterior, dia 13 para ser processado na burocracia. Oficialmente, entrou na pauta sexta-feira dia 16 – pois no dia 18, segunda-feira, era o feriado dos 85 anos do município. E foi na sexta-feira, dia 16 que a pauta ganhou as ruas, inclusive no conhecimento do paço municipal.
Rui, ironicamente, perguntou na terça-feira da semana passada, se foi alguma coincidência que fez a prefeitura assinar, somente assinar e não dar publicidade, dia 19, dia da sessão da Câmara, a portaria 5818/2019 do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ela determinou, vejam só, a sindicância sobre esse tema, amplamente divulgado aqui, e que era foco do requerimento dos vereadores petistas pedindo a Kleber esclarecimentos sobre assunto tão grave.
Não era e não foi coincidência, vereador Rui. Foi a falta de alternativa para o abafa, pois à omissão poderia agravar e levar à improbidade administrativa, o que parece ser muito grave.
E por que não foi coincidência? Porque Kleber teve um mês para agir e não agiu, e certamente orientado por sua cara assessoria. Kleber poderia, se fosse algo planejado e se estabelecer na coincidência, ter publicado a portaria no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e sai no final da tarde ao gosto do cliente – no próprio dia 19, não o fez.
A dita portaria só foi publicada no DOM uma semana depois do dia 19, ou seja, dia 26, terça-feira passada, no mesmo dia em que Rui ocupou a tribuna para se indignar.
O QUE A PREFEITURA QUER SABER AGORA E TARDIAMENTE?
Segundo a Portaria 5818/2019, “Considerando o teor do Memorando nº 040/2019 da Diretoria-Geral de Tributos, RESOLVE: Art. 1º Fica instaurada sindicância para apurar a responsabilidade por supostas irregularidades verificadas no sistema GRP – Thema do Município de Gaspar, conforme relatado no Memorando nº 040/2019 da Diretoria-Geral de Tributos. Art. 2º A sindicância será conduzida pela Comissão Permanente de Sindicância e Processo Administrativo Disciplinar, composta pelos servidores Dulcinéia Santos, Elizabeth Otiquir Junges, e Luis Cesar Hening, sob a presidência da primeira. Art. 3º O prazo para conclusão dos trabalhos da Comissão será de 60 (sessenta) dias, a partir da data de publicação desta Portaria, podendo ser prorrogado por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem. Art. 4º Os servidores designados para participar da Comissão ficam dispensados de suas atividades normais nos dias de coleta de provas em geral, bem como para composição do relatório final. Art. 5º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação”, ou seja, para reconfirmar e não deixar dúvidas, dia 26 de março.
Portanto, há dois focos de fumaça real nesse grave assunto. E não se trata de mera especulação, boato ou perseguição. Um está na comunicação feita pela prefeitura à polícia sobre a suposta invasão e manipulação dos dados do sistema tributário. O outro foco de fumaça está no tal memorando 40/2019, o que relata suspeitas e anomalias para fundamentar a sindicância, ou seja, não foram invenções nem da coluna, nem dos vereadores, nem da nanica oposição.
Os demais vereadores só não estão completamente omissos neste assunto, porque votaram favoravelmente ao requerimento de Rui, Mariluci e Dionísio.
Entretanto, há outro ponto de vulnerabilidade e comprometimento graves neste assunto. A própria Comissão de Sindicância.
Mesmo sendo os membros dela feita de pessoas escolhidas para todos os casos da prefeitura, este é específico, altamente técnico, e nenhum desses membros da comissão é especialista na área de tecnologia da informação, ou seja, é uma comissão caolha para esse assunto técnico, altamente especializado. Ela poderá ser facilmente manipulável, como eu seria, por exemplo, neste mundo da tecnologia da informação por gente que domina esse tema.
Nem vou entrar no caso daquela senhora que usando o endereço do posto de saúde do Centro e furando a fila, conseguiu de um dos membros da comissão atendimento médico, mamografia e exames laboratoriais. E tudo se esconde.
Mais. Uma investigação séria não deixaria de esquadrinhar todo o trabalho realizado na área de interface do IPTU feita pelo funcionário Djonathan João Gonçalves Custódio, como coordenador de serviços da secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa e lotado na Praça do Cidadão.
É preciso investigar também como a senha da fantasma com o “condinome” “Aparecida”, amplamente conhecida nos corredores da prefeitura, conseguia burlar os sistemas informatizados da prefeitura, procedendo alterações, com a deliberada intenção de não “deixar” rastros. A perguntar que não quer calar: quantas “Aparecidas” haviam?
Ainda e principalmente, é preciso saber, a mando que de quem tudo isso era feito pela tal “Aparecida”. A tendência é desviar o assunto e punir gente pequena para proteger gente poderosa. Se confirmada, é coisa pensada e de gente grande.
Tudo o que se faz na área da informática, deixa rastro e foi isso, em parte, que Jackson teria descoberto bem como a empresa Thema. Como se passaram tanto tempo depois de descoberto e divulgado aqui, tudo pode ser apagado, a não ser que uma surper-investigação de técnicos super-experientes, a moda da Polícia Federal na Lava Jato nos crimes de lavagem de dinheiro, possa ser realizada pelo esclarecimento de tudo.
Entenderam a gravidade de tudo isso? Entenderam como o trabalho da Comissão poder ser parte do abafa do poder de plantão, pode deixar ainda mais exposto o prefeito, gerar novas dúvidas e para tornar mais grave o que já é grave?
Ora, se gente graúda na prefeitura de Gaspar tenta esconder algo que deveria ser transparente, é porque está envolvida. Se não está, essa gente graúda não deveria ser tão irresponsável e gratuitamente se envolver em assunto que diz não ter culpa; não agir por omissão – para não dizer que é intencional - colocar panos quentes onde não deveria por, e pior, só para proteger gente miúda que teria feito algo grave à margem da gestão. Ai tem!
TRANSPARÊNCIA ZERO SOB VÁRIAS DESCULPAS E INTERESSES
Uma das queixas do poder de plantão e dos políticos de uma maneira geral em Gaspar e Ilhota é de que eu não os consulto antes sobre os fatos que opino, ou eventualmente narro.
Até tentei (e tento). E quando tentei, fui feito de idiota. Ou então, por linhas laterais, tentaram-me neutralizar na minha liberdade de expor o meu ponto de vista. É a velha e manjada verdade inconveniente. Ela é sempre encoberta pelos interesses comuns e que em alguns casos chega a unir adversários e até inimigos contra o curioso que nada tem a perder ou ganhar.
Vejam leitores e leitores da coluna, o que aconteceu neste caso específico e que sinalizou que algo estranho estava para acontecer. E aconteceu.
Logo que assumiu, para fazer caixa e principalmente atender o discurso, bem como os negócios de campanha, Kleber colocou no ar um Refis – recuperação de dívidas fiscais municipais e fortemente calcado no IPTU atrasado.
Quase todos os governantes quando estão no poder de plantão fazem isso, sacaneando os bons e pontuais pagadores. É normal! Poucos governantes, todavia, dão transparência ao ato que privilegiam os contumazes inadimplentes que trabalharam com o dinheiro do povo e que fez falta a ações básicas.
E Gaspar não foi diferente. Olha o teor do ofício que mandei para o prefeito Kleber no dia 28 de abril de 2017. Estamos em abril de 2019:
“Em respeito ao trabalho desenvolvido pelo profissional que esta subscreve, e considerando a importância de prestar satisfação aos leitores e a população em geral, vem com o devido respeito pedir acesso as informações a seguir:
1 - A lista completa dos inscritos na dívida ativa, ou inadimplentes perante o Município de Gaspar, com os respectivos CNPJ ou CPF
2 - Origem da dívida (que tipo de obrigação), valor original, data do vencimento de cada obrigação (individualizar por CNPJ ou CPF)
3 - Quais das obrigações listadas já foram alvos de cobrança judicial e qual a razão da desistência do poder público?
4 - Quais dos inadimplentes listados ofertaram e foram aceitos transações ou compensações por imóveis, produtos ou serviços? Em que disposição legal (específica ou genérica) isso foi baseado, permitido e realizado?”
E o pedido que fiz, sustentei com a Constituição e com a Lei da Transparência. Se para os vereadores que são de um poder constituído, e as respostas obrigatórias do Executivo aos requerimentos que eles fazem sob aprovação do plenário, são enroladas e atrasadas, e por causa disso tiveram que recorrer até a mandados de segurança, imaginem o que aconteceu comigo!
Depois de muito tempo, a prefeitura de Gaspar mandou eu cachimbar formigas, alegando, falsamente, que estaria a prefeitura, se atendesse o meu pleito, abrindo um perigoso precedente sobre as informações que pedia, as quais supostamente, estariam protegidas por sigilos financeiros dos devedores.
O que nasce torto, morre mais entortado ainda.
A prefeitura de Gaspar e os do poder de plantão estão sob desconfianças e fazem pouco em dizer que não estão envolvidos, até porque não conhecem o que seja gestão de crise; porque a comunicação da prefeitura é uma piada e feita por curiosos; porque lhes falta autoridade, objetividade e transparência nesta e outras questões; porque a gestão sobrevive com ameaças, constrangimento e vinganças aos que discordam dela, bem como se fantasia na propaganda é enganosa.
Vereador Rui. Este assunto da invasão do sistema tributário – e poderá ter outras situações de manipulações via o sistema informatizado - só se torna mais grave porque a prefeitura está enrolada nele, ou porque despreza as instituições e os quem a sustenta com os pesados impostos. Não foi coincidência, como sugeriu em tribuna o vereador, a prefeitura se mexer tardiamente neste caso. Foi obrigada pelos fatos que não conseguiu devidamente abafar aqui.
Primeiro, prefeitura ganhou tempo para “arrumar” a casa e até para apagar os rastros, na esperança do assunto sair do radar dos teimosos como eu. Segundo, ela está apostando que tudo isso ficará na troca de ofícios que circulam no escurinho, que a comissão sem condições técnica não conclua nada, nem nos 60 e nas sucessivas prorrogações, e que tudo se engavete longe dos olhos do povo.
Então é preciso ir mais adiante com uma CPI, com a participação do Ministério Público, Gaeco e conhecimento do Tribunal de Contas. Acorda, Gaspar!
Quase silenciosamente na noite de sexta-feira passada, o PSDB Gaspar saiu das mãos da ex-vereadora e candidata a prefeita nas últimas eleições, Andreia Symone Zimmermann Nagel para as de Jorge Luiz Prucino Pereira, diretor geral de gestão de convênios do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Jorge é ligado às igrejas pentecostais, é genro do sindicalista Sérgio Luiz Batista de Almeida, e que recentemente deixou o PSDB e foi para formar o PSL gasparense. Sérgio no passado, quando o PSDB era o puxadinho do MDB, foi vice da candidata a prefeito derrotada, Ivete Mafra Hammes, MDB.
A mudança foi ensaiada para se ter na presidência o ex-vereador e comissionado por longo tempo na prefeitura de Blumenau, Claudionor da Cruz Souza.
Claudionor com a vereadora Franciele Daiane Back lideravam um grupo de dissidentes contra a atual presidente Andreia e que resistia a um acordo com o atual governo de Kleber. Esse acirramento, o caso Aécio Neves e outros envolvidos em corrupção, a derrota acachapante de Geraldo Alckmin e a saída de Napoleão Bernardes do partido, referência na região e que representava a re-oxigenação do partido, foram determinantes para aumentar os desgastes do diretório tucano de Gaspar.
Na última hora, apareceu e Claudionor substituiu o seu nome pelo Jorge. O diretor da prefeitura estava com sua cabeça a prêmio pedida pelo prefeito de fato, secretário da Saúde, presidente do MDB de Gaspar, o advogado Carlos Roberto Pereira, devido a um desgaste tido com a diretora de RH, Heide Marie Von Der Hayde.
Com isso, foi criada uma sinuca de bico clássica contra as pretensões de Roberto Pereira que antes viu a sua protegida Ana Karina Schramm Matuchaki, adjunta na secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, ir embora como resultado dessa trama interna.
Esta mudança no PSDB o leva de volta ao colo do MDB e que lidera o governo de Kleber com o PP, o PSC. No final do ano passado, fez um movimento trazendo para a coligação de apoio, o PDT com vereador Roberto Procópio de Souza. Com a vinda do PSDB, o MDB vai anulando possíveis concorrências no pleito do ano que vem e assim tentar melhorar nas pesquisas.
O próximo passo, via conversas e laços principalmente com as denominações evangélicas, é trazer para o mesmo lado, o recém-criado PSL. Sobrarão então PT, PSD, PSB e DEM para o embate ou à negociação.
A eleição de sexta-feira isolou totalmente Andreia no partido. Ela ficou sem cargo algum. Sabedora que seria derrotada, Andreia não articulou nenhuma resistência. Ela não depende de política e nem de empregos públicos, pois como professora é dona de um Centro de Educação Infantil. Até ontem, ela tinha à disposição para concorrer ao cargo de vereadora.
A VULNERABILIDADE DE FRANCIELE
Esta eleição no diretório do PSDB colocou oficialmente a vereadora Franciele no governo Kleber. Ela já vinha se posicionando deste o primeiro dia de mandato com o governo Kleber, sem a benção do diretório. Agora, ficará embretada. Também este jogo de independência feito na sexta-feira pode ser um fator complicador para a reeleição da própria Franciele.
Apesar de toda e longa fidelidade ao governo Kleber, Franciele vem sofrendo um boicote branco e quase sistemático do governo Kleber nos interesses dela no Distrito do Belchior, como registra quase todas as terças-feiras na tribuna da Câmara.
E por que esta aproximação com Kleber ao mesmo tempo que abre espaços para empregar os tucanos na prefeitura de Gaspar, deixa Franciele vulnerável?
É que com a impossibilidade de coligação na campanha de vereador no ano que vem, será necessário se ter um número alto de candidatos e de puxadores de votos no partido. Apesar de ser essa a promessa do grupo vencedor no PSDB na sexta-feira, há pouco tempo para se fazer isso.
Franciele foi eleita vereadora com os votos do PSDB, mas principalmente do DEM que arrumou o dobro dos tucanos para o coeficiente, numa coligação onde a vereadora Andreia como candidata a prefeitura, puxava os votos diferenciais da coligação. Para fazer um vereador, o PSDB sozinho precisará de aproximadamente 3.500 votos. Franciele na última eleição conseguiu 696 votos. Supondo que ela se municipalizou e venha conseguir mil votos, faltarão outros 2.500. Então...
A eleição do PSDB foi marcada pela apatia. Dos quase 400 filiados, pouco mais de 30 apareceram, o que por si só, invalidaria o pleito. Outros dois quesitos podem ter sido burlados quando da verificação da inscrição em dia no partido dos eleitores e o registro da chapa dentro do prazo estipulado pelo edital, e que era o dia 23.
A Executiva tucana gasparense ficou assim: presidente: Jorge Luiz Prucino Pereira; vice Claudionor da Cruz Sousa; secretário, Cleisson dos Santos Strapasson; tesoureiro, Márcio Sansão; 1° vogal, Neida Beduschi Silveira; 2° vogal, Cleber Deschamps; líder de bancada, Franciele Daiane Back; 1° Suplente, Luiz Alberto Schmitz; 2° Suplente, Aguinaldo de Oliveira; 3° Suplente, Miguel Ângelo da Cruz Sousa; e delegado à Convenção Estadual, Amadeu Paulo Mittertein.
Acompanhei bem de perto os dois governos de Fernando Luiz Poli, PFL (principalmente o segundo), o de Tarcísio Deschamps, PDS, o de Francisco Hotins, PDC, o de Bernardo Leonardo Spenlger, MDB, o complementar de Andreone dos Santos Cordeiro, os três de Pedro Celso Zuchi, PT e o de Adilson Luiz Schmitt, MDB.
Agora, estou olhando a maré no de Kleber Edson Wan Dall, MDB. A vingança, talvez não tenha sido uma marca de governo no de Tarcísio, porque nos demais...
A áurea de religiosidade cristã que o governo Kleber tenta passar, não só soa como falsa, mas está sendo mais percebida facilmente e julgada do que nos tempos dos prefeitos que o antecederam. E pela simples razão: estamos na era da comunicação instantânea, individual, marcada pela liberdade de expressão nas redes socais e aplicativos de mensagens.
A prova disso é que a área de comunicação da administração de Kleber, amadora, desorganizada, e orientada para a vingança, tenta criar, bem remunerar e fluir canais de informações sem credibilidade e audiência, inclusive fora daqui achando que vai driblar à realidade e à prática.
Quem perde? O governo que não consegue ser percebido como coerente perante o seu potencial eleitor; o povo que paga e joga dinheiro bom no lixo. E quem diz isso? As pesquisas, as quais estão deixando o pessoal do paço cada dia mais nervosos, à medida que se aproxima as eleições.
Quer um exemplo da semana entre tantos? Kleber tentou interferir na autonomia e independência da Câmara várias vezes. Em duas delas tentou emplacar o seu candidato. Perdeu. Tentou impor uma sessão extraordinária, no horário de expediente dos servidores, para “homologar” o reajuste dos funcionários públicos daquilo que ele próprio já tinha decidido, interrompendo uma negociação que mal tinha se iniciado com o Sindicato. Perdeu. Tentou impedir que a Câmara construísse a sua sede própria. Perdeu.
E qual a vingança neste caso do prédio da Câmara por ela ter exercido à sua soberania nos assuntos que são dela e criado um Fundo para se proteger na Construção e com ele, não tirar abruptamente dinheiro do Orçamento? O imediato e rápido ofício 146/2019 do gabinete do prefeito Kleber.
O que podia ser lido na pauta de terça-feira passada? Uma retaliação à autonomia e à independência da Câmara como bem ressaltou a vereadora, Mariluci Deschamps Rosa, PT?
“Com fundamento no artigo 125 do Regimento Interno desta Casa Legislativa, vimos por meio deste solicitar a retirada do Projeto de Lei nº 10/2019 que Altera dispositivo da Lei nº 3.750, de 07 de dezembro de 2016, que afeta imóvel ao uso especial da Câmara de Vereadores do Município de Gaspar e dá outras providências.”
Este PL, feito pelo próprio Kleber, vejam só a incoerência, esticava até 2024, o prazo para a Câmara começar a construir o prédio no terreno, doado pelo próprio município. Agora, terá que fazer isso até 2020, sob pena de ter que devolver o terreno para o município. Isso mostra o quanto é incapaz Kleber e os seus de serem contrariados, de governar para todos, de harmonizar as diferenças, de se estabelecer como um estadista e um realizador. E pior: é jovem. E ainda diz que não entende a razão dos números das pesquisas que teve acesso. Acorda, Gaspar!
O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júlio Garcia, PSD, vem a Blumenau e às 17h30min desta segunda-feira. Ele se reúne com lideranças de lá, e da região, na sede da Acib, no Vorstadt. Será uma janela para se ter o termômetro e compará-la com a recente visita, até meio a contragosto, do governador Moisés Carlos da Silva, PSL. A vinda do comandante Moisés por pouco não passou despercebida.
Depois que foi denunciado aqui, com fotos e filmes, o governo e os vereadores da base de Kleber Edson Wan Dall, MDB, quando fazem fotos e vídeos, tomam dois cuidados: primeiro fiscalizam para ver se os trabalhadores da prefeitura ou das empreiteiras que vão aparecer com eles estão usando Equipamentos de Proteção Individual para não arrumar prova contra o município. Segundo, eles próprios se vestem com os tais EPIs.
Viu como não dói, além de ser é obrigatório o uso dos EPIs? E pensar que o próprio prefeito tentou desmentir esta coluna com o olho fechado dele para a proteção do trabalhador exposto nas obras do município. Teve que ser desmoralizado aqui com mais provas para enfiar a viola no saco. E quando acontece um acidente... Ufa!
Mas, a proteção do trabalhador e dos gasparenses parece que ainda não é uma regra de vida para a prefeitura de Gaspar. Na sessão de terça-feira passada, a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, que não é nenhuma oposicionista ao governo Kleber, relatou algo assustador. Ao questionar a superintendência do Belchior, a razão pela qual o caminhão-pipa não molhava determinadas ruas em aclives e declives do Distrito, recebeu a informação de que ele estava sem freio. Meu Deus!
De fora. O ex-presidente da Câmara e que está vestido para mais que a reeleição, o médico Sílvio Cleffi, PSC, está reclamando ter sido isolado na inauguração do Centro Especializado da Mulher e Criança na Policlínica.
Segundo ele, ideia foi dele quando era um parceiro influente do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, o criador do político e vereador Silvio. Ora, é o ônus de pular para oposição, doutor Silvio. Se Kleber é vingativo, o prefeito de fato, secretário da Saúde e presidente do MDB local, Carlos Roberto Pereira não deixaria passar esta retaliação e vingança. É do jogo jogado em Gaspar.
Nas tamancas. O vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, mandou o verbo contra o protocolo e o tratamento do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, nas inaugurações e reuniões comunitárias onde estão os vereadores como meros presentes, como convidados ou até partes interessadas.
“Essa gente é desrespeitosa e ridícula. O governo usa os vereadores para chamar as pessoas, pois eles próprios do governo não possuem capacidade e credibilidade. E quando da solenidade ou reunião, nem nos citam, não permitem à palavra, nem mesmo quando representamos oficialmente um poder, a Câmara”. Pois é. Trata-se de uma marca de governo: a ingratidão e a vingança.
O roto e o amarrotado. Impressionante. O líder do PT na Câmara de Gaspar, Dionísio Luiz Bertoldi, desafiou os emedebistas no caso da prisão do ex-presidente da República e do MDB, Michel Temer, como se ele e os petistas estivessem com a alma aliviada pela igual prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desafio sem sentido esse. Isso é uma vergonha para o partido, militantes e eleitores de ambos. “Você não vai ver nenhum de nós segurando a faixa Temer livre”, retrucou com acerto, o líder do governo, Francisco Solano Anhaia e que já foi petista.
Incompetência. O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, anunciou que a Rua Frei Solano só vai ser recuperada a partir e a daqui 60 dias. Então deve-se esperar que esse prazo será maior se considerarmos que tudo em Gaspar possui prazos dilatados aos prometidos pelos políticos e gestores públicos.
E o líder do PT na Câmara e vereador que cuida daquela região, Dionísio Luiz Bertoldi, foi ter um papo com seu amigo e chefe de gabinete, Pedro Inácio Bornhausen, PP, para achar uma justificativa para isso.
Descobriu que, segundo a prefeitura, está difícil de se acessar o empréstimo aprovado pela Câmara em dezembro de 2017 junto ao Badesc. Para Bertoldi é a equipe da prefeitura que é fraca.
Registro. Quem oficialmente pediu na sessão de terça-feira passada o cancelamento da sessão extraordinária das 11h30min de quarta-feira para sacramentar o reajuste do funcionalismo sem discussão entre as partes, foi o líder do MDB, o vereador Francisco Hostins Júnior.
Se não houvesse esse providencial pedido, transferindo-a para o dia nove de abril, a sessão seria tomada por outro requerimento oral da oposição pedindo a mesma coisa. Com o gesto, ao menos Hostins destampou a chaleira e evitou o debate para desgastar o governo de Kleber. Evitou uma possível derrota no voto.
Ao ver o requerimento de Hostins aprovado, o líder do governo Francisco Solano Anhaia, MDB, perguntou ao presidente Ciro André Quintino, MDB, a que hora seria a sessão “extraordinária” do dia nove. “As nossas sessões começam as 18h30min”, respondeu. E será ordinária, com a presença dos servidores, possivelmente. Acorda, Gaspar!
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