06/05/2019
Meus leitores e leitoras me cobraram sobre à minha ausência neste assunto tão polêmico, o da diretora do Colégio Frei Godofredo, Viviana Maria Schmit dos Santos, irmã do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt. Então, primeiramente, devo explicações; não justificativas.
texto atualizado às 5.44 de 06.05.2019
Vinha acompanhando o caso por várias fontes. Eis que quando estou pronto para comentá-lo, e não noticiá-lo, e antes de todos, chega-me a informação de que o caso, tardiamente, na minha opinião, foi parar nas mãos do advogado Amilton de Souza Filho. E Amilton é meu advogado para algumas causas em Gaspar.
E a partir daí se estabeleceu um conflito ético e que me fez recuar, pois mesmo não recebendo informações dele, ficava impedido de consulta-lo sobre o acaso, e se publicasse algo, mesmo não falando com doutor Amilton, poderia gerar desconfiança da sua cliente com ele no relacionamento dele para comigo.
Agora, que o fato se tornou público, antes pelas redes sociais e neste final de semana pela mídia tradicional, a qual registrou os movimentos públicos de pais e alunos a favor da volta Viviana ao cargo de diretora do Frei Godofredo, eleita com 86% pela comunidade escolar daquele educandário, sinto-me confortável para opinar sobre o assunto.
Viviana é competente naquilo que faz? É! É agregadora? É! É uma liderança? É! É uma agente de solução? É! Tem ideias e entendimentos próprios? Possui! Pois é. Tudo isso, pontos relevantes e positivos da sua personalidade, habilidades e domínio profissional, podem ter trabalhado também contra ela neste caso.
Viviana estava tão autoconfiante nas decisões que tomava, pedia ou orientava, fundamentada nos 24 anos de experiência nesta área, dez como diretora do Frei Godofredo, sem nenhuma observação dos seus superiores ou na sua ficha funcional contra si, que não percebeu que estava sendo engolida pela própria trama dos que afundam o serviço público ou precisam dele para se servir no ambiente político e de poder.
Viviana errou? Os julgamentos e decisões administrativas mostram até aqui que sim. Tanto que Viviana, autoconfiante, desprezou antecipadamente que tudo pudesse chegar ao ponto que chegou. Só agora resolveu questioná-las na Justiça.
Entretanto, antes, há uma armadilha dos governantes que levaram a diretora Viviana ao erro: o estado que não funciona em favor do cidadão e da comunidade, mas cobra e avalia os resultados dos seus agentes que infligem às regras para corrigir as falhas desse mesmo estado. E a busca da suposta correção, com punição, é combinada, perigosamente, contra a cidadania e com vício: a contaminação da política partidária na educação, que a torna um poleiro para candidatos sem votos. É o caso de Gaspar!
O GOVERNO NÃO TEM DINHEIRO. AS APPs SUPREM PARCIALMENTE AS OBRIGAÇÕES. E QUANDO HÁ DISPUTA NA APP, A FILANTROPIA VIRA RIXA. E A SOLUÇÃO SE TORNA UM PROBLEMA DIANTE LEI PARA QUEM A QUER
A notícia todos sabem e a resumo num parágrafo: a APP do Frei Godofredo locou o espaço para marketing de empresas de crédito; a APP fez pastelada na escola e isso não é permitido; a APP pagou professores temporários para cobrir ausência de titulares que a burocracia do estado não os repôs. Viviana não é a presidente da APP, mas mera conselheira. Entretanto, quem a denunciou, numa guerra de poder dentro da APP, disse que ela induziu o presidente da entidade a fazer tudo isso, ou então, permitiu que o espaço da Escola que ela administra fosse usado “indevidamente”.
Primeiro a APP não é um ente escolar. Segundo: Viviana não é quem define o que a APP deve fazer. Terceiro, então Viviana não pode ser punida, como se a APP fosse do governo do Estado. Não é bem assim! Ela pode ser punida, por ter consentido que a APP infringisse as regras estaduais.
E por que a APP infringiu essas regras usando o espaço público? Porque o estado foi criminosamente omisso e descumpriu a sua obrigação principal como provedor dos recursos para que o Colégio Frei Godofredo pudesse funcionar, com qualidade mínima para professores e alunos. Simples assim!
Estão transferindo a autoria primária do crime. Quem deveria estar sendo punido neste caso? A Gerência Regional de Educação, a secretarias de Regional de Desenvolvimento – um cabideiro em fase de extinção -, a própria secretaria Estadual de Educação e até mesmo o governador do Estado. Também simples assim!
Ora, se não tem dinheiro e não há soluções, emergencialmente, e ao alcance deles, os pais foram à luta pelo melhor ensino dos seus filhos no Frei Godofredo. E lá foi a APP locar espaços para ter dinheiro em caixa; fez pastelada para ter dinheiro em caixa; e quando faltou professor, pegou o dinheiro do caixa, contratou professor temporariamente para substituir os ausentes e que não o estado não repôs no tempo que devia repor. Tudo para dar normalidade aos conteúdos ministrados. Outra vez, simples assim!
Este foi o crime da APP. Como o estado não pode punir a APP, por não ser um ente estadual, está punindo Viviana, diretora do Colégio, que permitiu a APP infringir algumas regras para que os estudantes do seu colégio não fossem punidos pela burocracia e à falta de dinheiro do governo do estado. Está explicado o crime? Mas, quem é mesmo o criminoso nessa história? Valha-me Deus! E depois sou eu quem exagero!
Em outubro a denúncia – fruto de uma rixa na disputa da APP – foi parar na Gerencia Regional de Educação. Ela gerou um processo administrativo. Viviana nem deu muita bola para o assunto. Autoconfiança de que seria compreendida naquilo que parece ser óbvio e necessário. Óbvio e necessário, mas não no ambiente político, contaminado e cheio de interesses.
Com a posse do governador Carlos Moisés da Silva, PSL, o caso ganhou proporções. Saiu da avaliação regional e foi parar na secretaria de Educação, em Florianópolis. O secretário Natalino Uggioni, foi curto e grosso: aplicou há poucos dias a pena de 30 dias de suspensão, e depois dessa pena, avisou que haverá outra: vai exonerar Viviana do cargo de direção para o qual foi eleita em 2016 até este 2019 e que nem chegou ao fim do primeiro semestre deste ano. Ela retornará à origem dela: a sala de aula.
LIÇÕES E VERGONHOSOS EXEMPLOS FORA DA SALA DE AULA
O movimento de pais e alunos que se faz para a volta da educadora Viviana à direção, tem um significado interessante e que não deve ser desprezado ou escondido: o de mostrar às mazelas e à politicalha que envolve a educação no âmbito estadual. Também mostra que alguma coisa precisa ser mais clara e feita em favor dos que tomam iniciativas nas APPs para salvar seus filhos da falta de professores, que buscam condições mínimas de material didático, de apoio e recursos pedagógicos, para um estado ausente na obrigação constitucional que possui com a comunidade docente e discente.
E do lado político partidário? Um imbróglio daqueles para quem se diz o novo na política: o PSL.
Vejam só. Os Schmitt carregam no seu DNA a política. E Viviana não era diferente. Estava no DEM e até marchou com outra professora linha dura, Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, na derrota dela à prefeitura em 2016. Saiu do DEM para ir com o PSL.
Estava ativa no novo partido. Estava no PSL Mulher, convidada que foi pelo presidente Marciano Silva e o ex-tucano, Sérgio Luiz Batista de Almeida. E por causa disso, tinha até proximidade com a vice-governadora, Daniela Reinehr, PSL. Mas, não usou essa recente aproximação para “resolver” o seu caso do trabalho, até porque não passava pela cabeça da Viviana, conforme alega aos que a cercam, que o caso pudesse tomar o desfecho que tomou.
Enquanto isso, o PSL de Viviana tramou à ocupação do Frei Godofredo, sem qualquer pudor, às costas de Viviana e da comunidade escolar, com gente de fora. Trouxe para cá e já assumiu na quinta-feira a direção do Frei Godofredo o professor indaialense Clovis Maciel Krüger, como se aqui não tivesse a solução profissional, talvez não dentro do aparelhamento pretendido pelo PSL.
Clóvis foi simplesmente candidato derrotado a deputado Federal pelo PSL e conseguiu 9.409 votos. Então, mesmo não se descartando a sua provável competência profissional, ele como neo militante do partido teve a preferência para a vaga. É isto o novo? Hum!
O que se discute é se esse assunto foi referendado pelo PSL de Gaspar. Se foi, é uma sinalização bem forte da interferência externa na vida de Gaspar e do PSL daqui. Se não passou, fica PSL daqui desacreditado perante a comunidade onde irá pedir votos no ano que vem, exatamente quando está arrebanhando filiados para ser fortalecer a isso. Ai, ai, ai.
A EDUCAÇÃO COMO UM TODO ESTÁ FRATURADA PELOS POLÍTICOS. PERDEM AS CRIANÇAS E JUVENTUDE
Até o momento, o PSL está num obsequioso silêncio sobre o caso. E mesmo que venha a público dar explicações, todas elas serão tardias e apenas vão tentar esconder o que está claro para todos.
Como se vê, a fratura exposta é da educação como um todo e que não é de hoje, mas também é do novo governo estadual que ainda tateia e do próprio PSL que é poder e tenta aparelhar os espaços, incluindo a Educação, sem se difrenciar na solução.
E o que acontecerá à Educação? Não sei. Mas, diante da punição que está sendo aplicada a Viviana, continuarão faltando verbas para o básico, vão se socorrer nas APPs e usá-las como instrumentos de punição onde as regras não estão bem claras.
Por outro lado, as APPs que eram uma válvula de escape para a burocracia, a irresponsabilidade governamental criminosa, terão que colocar as barbas de molho e assistir à decadência do ensino. E o que se diz o novo, que mudaria essa caótica situação? Sinaliza que está tão velho quando o oposto como o PT ou PSOL e tão corroído como o PSD e MDB que substituiu no governo do estado: até na educação, a política partidária para empregar os seus é que dá as regras.
E o que acontecerá depois desse caso do Frei Godofredo e deste artigo? Gente espumando – como sempre - e versões de todos os tipos para se livrar da culpa e transferi-las para outros. Dificilmente o governo de Carlos Moisés da Silva admitirá que vem falhando com as obrigações nas escolas estaduais – onde até bem pouco tempo, faltava até papel higiênico.
Aliás, a APP do Colégio Honório Miranda, 85 anos de história, está fazendo um churrasco para ajudar na penúria dele. Também vai ser punido por buscar soluções comunitárias para suprir à criminosa ausência do estado nas obrigações para com ele? Acorda, Gaspar!
O vereador Wilson Luiz Lenfers, PSD, morador do Poço Grande e quase às margens da Rodovia Jorge Lacerda, quer saber do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, como em Gaspar se acolhe e que tratamento recebem do município os moradores de rua e andarilhos.
É que lá no Poço Grande, os pontos de ônibus que ainda existem – alguns foram removidos pela morosa obra de revitalização da Rodovia que está sendo feita pelo governo do Estado, ou estão sem conservação pela prefeitura – viraram “albergues” e até “moradias” para os moradores de rua, ou andarilhos que passam, ou ficam em nossa cidade. É cada vez mais frequente vê-los vagando pelas nossas ruas e rodovias.
Ora, se nem os menores vulneráveis são prioridades no atual governo, que por medida de economia, vejam só, quase ele permitia o fechamento da Casa Lar, fato que não aconteceu devido à denúncia feita aqui e à pressão de setores da sociedade, vai Kleber se preocupar com moradores de rua ou andarilhos?
Esta sinalização esteve clara quando Kleber nomeou seu ex-assessor parlamentar, irmão evangélico e presidente do PSC que está na coligação de governo, Ernesto Hostin. Ele não tinha qualquer conhecimento da área. Hostin foi o primeiro secretário de Assistência Social de Kleber. Cobrado, Hostin alegou estar doente. Então saiu da titularidade da secretaria, todavia permaneceu em cargos comissionados na prefeitura. Em resumo, apenas fugiu da linha de tiro de desgastes e cobranças públicas.
Gaspar é uma cidade dormitório. E por ser mais desenvolvida que Ilhota e por estar entre Blumenau, Brusque, Itajaí e os famosos balneários litorâneos, é passagem ou atrai gente atrás de trabalho, oportunidades e sonhos, mas que podem não ser bem-sucedidos nesta busca. E aí vagam, até por problemas emocionais da desesperança. E é nessa passagem que aparecem os desalentados e os errantes. Alguns deles até, admite-se, fazem do caminhar um estilo modo de vida e não estariam interessados em proteção, albergues...
A preocupação de um governo com essa gente não é apenas um gesto de solidariedade e de humanidade, mas devia, antes, ser também de segurança com a cidade e os cidadãos. Como são políticos...
Se as entidades empresariais buscam transformar a Companhia de Polícia Militar em um Batalhão para se ter mais efetivo e supostamente, “mais segurança”, outras ações preventivas e que estão plenamente ao alcance da prefeitura, e são raízes, vêm antes da cara repressão – que é obrigação estadual.
O olhar social, todavia, não pode ser excluído por desleixo, pela falta de prioridade e planejamento, por falta de políticas públicas de governo, por economia financeira e mesmo diante de clara omissão, num ambiente de empreguismo político na área de assistência social municipal. Elas são fundamentais no propósito de mitigar os problemas como os levantados pelo vereador Wilson.
O QUE É FEITO EFETIVAMENTE?
Afinal, é preciso saber não só quem está dormindo nas ruas de Gaspar, mas principalmente à razão disso, para ajudá-los, integrá-los e até monitorá-los se ficar constatado que podem ou são fontes de perigo – no presente e futuro - à integridade dos cidadãos gasparenses. Antes da polícia vem a ação social, algo técnico e que não é barato e simples, mas muito mais caro quando feito sem planos claros para resultados mínimos à sociedade, realizados por curiosos, políticos e serve apenas de cabide de empregos aos amigos e correligionários do poder de plantão.
O que o vereador Wilson quer saber do prefeito? O mínimo! Exemplo: “existe algum cadastro das pessoas em situação de rua? Se resposta positiva, citar a quantidade de pessoas que se encontram nessa situação. Há no município algum local disponível para essas pessoas ficarem e passarem as noites? Caso exista, informar o local e o respectivo endereço. Existe algum projeto sendo elaborado, visando a construção de uma casa de passagem? Caso exista, qual a previsão para o início das obras? Encaminhar cópia do projeto. Caso não exista, há possibilidade de ser elaborado tal projeto?”
Não basta apenas espantá-los – moradores de rua e andarilhos - da porta da prefeitura na Praça Getúlio Vargas, como fez Kleber. O problema continua em outras portas e mais gravemente.
Qual é o maior problema para o político com os menores vulneráveis e os maiores desafortunados? Ambos não possuem votos para lhes dar.
Entretanto, obrigados ou tratado como párias da sociedade, eles comprometem o bem-estar da comunidade, geram custos, podem colocar em risco à integridade do cidadão. Há prejuízos evidentes diante da omissão governamental na ação efetiva sobre a raiz do problema.
Quando o complexo assunto social se torna policial, normalmente, é porque ele fugiu do controle, tornou-se irreversível e com um custo multiplicado para a sociedade pagá-lo com seus pesados impostos. Disso, o governo Kleber parecer não entender. E não é de hoje. Acorda, Gaspar!
Da esquerda para a direita. A preocupação do Cicero é antiga e se tornou um projeto de lei aprovado na Câmara. Vem desde quando na boate Kiss, 242 pessoas sem informações para fugir do fogo, morreram. A ex-vereadora Andreia tentou a solução. Foi combatida. Agora, falta o prefeito Kleber tornar esse PL, lei.
A notícia é esta e um tanto velha: foi aprovado por unanimidade, na terça-feira, na Câmara de Vereadores, o Projeto de Lei 08/2019 de autoria do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, que dispõe sobre o plano de evacuação em situações de risco nos estabelecimentos da rede municipal de ensino de Gaspar.
A repercussão na imprensa, nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens foi mínima. Estranho em algo que lida com a vida de milhares das nossas crianças. Na prefeitura houve quem coçasse a cabeça diante de tal obrigação mínima que pode virar lei. E se isso acontecer, ela valerá só para o ano que vem.
Sintomático a reação dos políticos. Não é a primeira vez que isso acontece. Essa preocupação com a vida das pessoas em ambientes públicos vem desde 2013. Lá a ex-vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, diante da tragédia daquele 27 de janeiro, 242 jovens, basicamente, morreram e outras 680 pessoas se feriram no incêndio da boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Andreia fez discursos contundentes e propôs ações práticas para obrigar o poder público a sinalizar, ter equipamentos preventivos e a dar o mínimo de segurança nas rotas de fugas nos prédios públicos daqui.
Uma barulheira sem tamanho do então governo de Pedro Celso Zuchi, PT. Alegou demagogia, custos e tudo porque não foi ele o proponente da ideia mínima, óbvia e necessária, ou seja, um remendo na sua própria casa. Pareceu que preferia o risco. Agora, em contradição com as manobras da legislatura passada quando eram governistas, mas acertadamente, os vereadores do PT apoiaram a iniciativa de Cícero.
O vereador Cícero, funcionário público municipal (Samae) casualmente – como era Andreia - é adversário do poder de plantão, que também não gosta da ideia dos outros, mesmo elas sendo boas. Esta iniciativa mínima, óbvia e necessária medida precisava ser – não que ela não possa – do Legislativo, exatamente num governo que se diz eficiente, que avança, contudo, não consegue colocar as pessoas em primeiro lugar?
Espera-se que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e os seus – que já aparelharam a Defesa Civil ao jeito político de governar e não o técnico que deve ser e que prevalecia até a posse de Evandro Mello do Amaral – não embaralhe as obrigações e encontre pelo no ovo, para dificultar a sanção por ele desse PL.
O que basicamente o Projeto de Lei de autoria do vereador Cícero dispõe na ação conjunta com a secretaria de Educação, Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, revisada a cada quatro anos? De um plano para evacuação onde minimamente estão as atribuições e condutas a cargo dos professores, alunos e funcionários da unidade de ensino diante dos avisos e alertas de emergência; planta baixa do estabelecimento de ensino, com detalhamento de, no mínimo, portas, janelas, localização dos extintores de incêndio, rotas de fuga e saídas de emergência; procedimentos específicos para garantir a segurança de crianças e pessoas com deficiências; previsão de alarmes sonoros em toda área de circulação e acomodação de pessoas, como ginásios, auditórios e lanchonetes; bem como o responsável técnico pelo conteúdo do Plano de Evacuação.
E se quer mais para torná-lo vivo, ativo e atualizado para os que frequentam o ambiente de cada prédio escolar: deverá ser ele do conhecimento de todos os que frequentam a instituição de ensino, por meio de divulgação em aulas e palestras, bem como pela exposição de uma cópia em local visível e de fácil acesso. Mais do que algo teórico e para inglês ver, como sempre acontece nos ambientes públicos e tocados pela irresponsabilidade: é obrigatório ser executado um treinamento simulado para exercitar à prática sistemática das técnicas e procedimentos adotados ao menos uma vez por semestre.
Então. Tudo muito simples e óbvio. Por que isso não existia? Num município onde o prefeito faz propaganda das suas obras sem Equipamentos de Proteção Individual, testemunha operários trabalhando em situação degradante e em risco, não notifica as empresas que contrata e não atua para reverter esse quadro, preferindo reclamar da imprensa livre que comenta isso e publica as fotos desses atos inseguros, tudo é permitido para deixar expostos os cidadãos ao perigo. Espera-se que desta vez ao menos livre as crianças dessa incerteza. Acorda, Gaspar!
O tempo bom colaborou mais uma vez e sempre arriscado para esta época do ano. Sobraram calor, confrarias animadas, comidas, bebidas, músicas, alegria e comemorações às amizades.
A cidade – e especialmente à juventude que renova o evento a cada ano - se encontrou mais uma vez na Arena Multiuso, na Margem Esquerda. Houve, em alguns momentos, até fila para se entrar lá entre o meio-dia e as 13h. E o Stammtisch de Gaspar organizado pelo jornal e o portal Cruzeiro do Vale demonstrou força comunitária, organização e superação.
Foi um sucesso, segundo os participantes. E para os organizadores, Gilberto e Indianara Schmitt, o maior até aqui nas 13 edições. Quem o perdeu, agora só no ano que vem.
O Stammtisch de Gaspar está entre os três eventos que mais atraem comunitários gasparenses. Não necessariamente nesta ordem, são eles: a festa de São Pedro – apesar de ser católica, ela ultrapassa o senso religioso – e a ExpoGaspar, por mostrar a pujança empreendedora, quando ela acontece. No tempo do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, ela deixou de ser realizada. O Stammtisch só é superado por eventos de cunho regional como o rodeio crioulo organizado pelo CTG Coração do Vale e que neste ano também ocupará a Arena Multiuso, e pelo Festival Brasileiro de Aeromodelismo estruturado pelo Clube Asas do Vale há 34 anos, na sua sede na Rodovia Jorge Lacerda, no Poço Grande. O evento começou no antigo Paraíso dos Pôneis, no Bela Vista.
Um parêntesis. Neste ano o Festival concorreu diretamente na data com o Stammtisch e nem por isso, ele deixou de ser divulgado intensamente pelo jornal e o portal Cruzeiro do Vale, os mais antigos e líderes no seu segmento. Ao contrário. A concorrência mostrou que ambos têm público cativos, diferentes, e que os dois podem ser realizados simultaneamente nos seus focos de interesses. Outros eventos comunitários se somaram na preparação no sábado ou na realização no domingo, e que envolveram pessoas que estavam no Stammtisch. A outra concorrência foi o próprio tempo de pagamento e compras do mês e do Dia das Mães. Ufa!
Estive lá por três horas ouvindo os meus leitores e leitoras. Reconfortante ouvi-los e perceber a grande repercussão das minhas ideias e das que reproduzo aqui.
GASPAR PRECISA URGENTEMENTE DE UM LUGAR PARA OS SEUS EVENTOS DE GRANDE PORTE
De tudo o que vi, duas observações.
A primeira. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, percorreu o evento e esteve, inclusive, no espaço bem concorrido do jornal e portal Cruzeiro do Vale, que no seu no seu jornalismo e aqui, tem sido rigoroso com os erros da sua administração.
O comportamento de Kleber, registre-se, tem sido bem diferente do seu antecessor Pedro Celso Zuchi, PT, que não conseguindo frear à exposição, ou questionamentos de seus erros administrativos, preferiu nem ir ao evento – onde o PT chegou a ter um espaço dele próprio para interagir com a comunidade -, muito menos, Zuchi esteve na barraca do Cruzeiro do Vale para se relacionar com os leitores e leitoras do jornal e do portal. Ausentes foi o secretário de Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Renda, Celso de Oliveira, do MDB, e o seu diretor de Turismo, o sumido Norberto Mette, logo ele, que se diz especialista em Stammtisch. Sintomático.
A segunda observação: é o lamentável estado de conservação da Arena Multiuso criada pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, num lance de ousadia, mas ao mesmo tempo, de vingança e que o atual prefeito já a descartou de ir adiante no projeto, devido à tanta confusão e o preço que possivelmente a Justiça vá arbitrar para Gaspar – na verdade, os gasparenses - se ele insistir nesse negócio malconduzido desde do início.
Eu sempre defendi a Arena Multiuso, entretanto, não à forma pela qual se deu à quase expropriação do imóvel do seu dono. E o tempo provou eu estar certo.
Kleber já mapeou um “parque municipal” para entre outras, abrigar eventos semelhantes ao Stammtisch, ExpoGaspar e até o Rodeio Crioulo, no bairro Sete de Setembro, entre a Avenida Francisco Mastella e a Frei Godofredo – a rodovia Gaspar-Brusque, na integração do então futuro Anel de Contorno.
Fará isso, mais uma vez, para ter uma marca de governo e não de cidade. Fará isso, para não dar corda para Zuchi, o mal criador da Arena Multiuso. E quem perderá? A cidade, os cidadãos.
ESTÁ MAIS DO QUE NA HORA DE DEFINIR O LOCAL DE GRANDES EVENTOS DE GASPAR
Por enquanto, temos um espaço público, onde muitos investimentos com o dinheiro dos gasparenses foram feitos lá e pode dar até improbidade administrativa a quem os fez. A localização da Arena Multiuso é exemplarmente estratégica – perto do Centro de Gaspar e com saída rápida para a BR 470 para quem quer ir a Blumenau ou ao litoral. É ampla e virou um ponto de referência para os gasparenses.
Este local, ao que parece condenado na sua finalidade inicial, está comendo dinheiro para manutenção e ao mesmo tempo está abandonado, ou seja, gera prejuízos aos gasparenses. Ele concorre no jogo político e administrativo, com um outro que está no papel, e que vai demandar muita grana, e um bom tempo que não se sabe quando – se for avaliado que as obras por aqui demoram para começar e quando começam, se alongam muito além das previsões-, ele sairá do sonho para a realidade.
Temos dois locais, ao mesmo tempo, não temos nenhum.
Hoje, para eventos que marcam a cidade como o Stammtisch, o Rodeio GTG Coração do Vale e até a ExpoGaspar, precisamos da boa vontade do proprietário de fato da Arena Multiuso, o ex-empresário e ex-dono da exemplar Fazenda Juçara, Gerhard Horst Fritzsch. Precisamos do bom humor do Ministério Público, que está de olho em tudo isso. E ao fim, do gesto político de boa vontade do poder de plantão que a qualquer hora pode não dar infraestrutura mínima para esses eventos, por ser o local público, não tão público assim, pressionado pela divergência que se estabeleceu na Justiça.
Estamos fragilizados. E tudo pode ser um problema ou pior do que isso: desculpas esfarrapadas para negar apoio ou transformar este jogo em moedas de trocas de favores políticos.
Na pendenga judicial, pela cidade, Fritzch tem autorizado o uso das suas terras que se discute na jurisdição, para os eventos. Mas até quando essa insegurança dependente da boa vontade do proprietário de fato, do MP e do próprio prefeito de plantão? Acorda, Gaspar!
Os católicos do Poço Grande, em Gaspar, estão confiantes que poderá ser de lá, o próximo presidente da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros-, uma entidade sempre progressista, mas desta vez, nos debates, há possibilidade de ares de renovação com um viés mais conservador. É uma esperança de alto risco.
O franciscano Jaime Spengler, 58 anos, é arcebispo de Porto Alegre e ordenado bispo aqui na Igreja Matriz de São Pedro Apóstolo, no dia cinco de fevereiro de 2011, à época do Papa Bento XVI, conservador, hoje Papa Emérito.
É em Dom Jaime que os católicos daqui estão de olho. Oficialmente, Dom Jaime não é candidato. Seu nome surge como alternativa e conciliação entre as alas progressistas e conservadora da CNBB. Todavia, pouco se sabe externamente de como de conduzem esses processos durante a longa reunião da CNBB, a qual traça as diretrizes evangélicas da Igreja Católica no Brasil para até 2023.
Dos cinco bispos católicos da Igreja Apostólica Romana nascidos em Gaspar, dois são do Poço Grande. O outro, é o também franciscano Evaristo Pascoal Spengler, 60 anos, primo em segundo grau de Dom Jaime. Dom Evaristo foi ordenado bispo também aqui em Gaspar no dia seis de agosto de 2016 e foi nomeado pelo Papa Francisco para atuar da Prelazia do Marajó, no Pará. Ambos rezaram a sua primeira missa como bispos na Igreja Santa Clara, no enclave dos seus familiares no Poço Grande.
A CNBB está reunida desde o dia Primeiro de Maio, no Santuário de Aparecida, no estado de São Paulo, para as deliberações da 57ª da Assembleia Geral. Dos participantes, 309 bispos da ativa têm direito a voto. Os 171 eméritos, não. A posse dos eleitos acontecerá no término da Assembleia, na sexta-feira dia 10, pela manhã.
A implantação da UTI no Hospital de Gaspar voltou a ser bandeira do médico cardiologista, servidor público municipal e vereador, Silvio Cleffi, PSC. Com uma diferença: agora Silvio já admite que uma UTI dá prejuízos, fato que sempre escrevi aqui. Todavia, ele assegura, ouvindo outros médicos, que isso é plenamente “compensado” em outros serviços médicos decorrentes da existência de uma UTI no Hospital.
Esta cantilena é antiga. Já ouvi e também estudei, quando estava na comissão que reconstruiu o Hospital de Gaspar, tocada pela Acig do ex-presidente Samir Buhatem, com apoio da Bunge Alimentos, quando o presidente era o Sérgio Roberto Waldrich. Por isso, posso afirmar aos leitores e leitoras, que falta aos defensores dessa ideia de “compensação” provar como se faz essa mágica.
O certo é que diante dessa perspectiva teórica de “compensação” e da real necessidade de uma UTI para Gaspar, cria-se uma despesa que se torna irreversível, complicando ainda mais a vida financeira de um Hospital, vejam so, sem dono e mal gerido por terceiros, todos descomprometidos com a propriedade do Hospital. Pior, perigosamente estão se estabelecendo em interesses político-eleitorais.
Sílvio mal compara o Hospital de Gaspar com o Hospital Santa Isabel, de Blumenau, que admite ser a UTI um centro que gera déficit em si. Contudo, o Hospital Santa Isabel tem dono conhecido, especializado em gestão de hospitais, a Associação Congregação de Santa Catarina, há mais de 120 anos no Brasil - a origem é Congregação das Irmãs de Santa Catarina, V.M., surgida em 1571, em Braunsberg, Alemanha (hoje, Braniewo, Polônia) - que tudo bem controla.
E o crescimento do Hospital Santa Isabel, de Blumenau, deu-se de modo contínuo e de forma sustentável, sob rédeas curtas do seu dono primário, as Irmãs da Divina Providência, para se tornar a referência que ele é hoje em dia não só aqui no estado catarinense. Além disso, há um grupo de voluntários que age fortemente na comunidade para suprir as eventuais deficiências financeiras, principalmente para a sua manutenção física e modernização de equipamentos. Incomparável, então com o que acontece aqui, onde o Hospital de Gaspar, está sob intervenção municipal desde o governo petista de Pedro Celso Zuchi, depois que o prédio foi modernizado pela ação liderada da Acig, sem a participação do poder público.
A UTI no Hospital de Gaspar é necessária? É! Eu também a defendo e não é de hoje. Entretanto, antes, é preciso saber quem é juridicamente o dono do Hospital, um Hospital possui um rombo milionário – que alguns dizem “impagável -, mas quer ter uma outra atividade notoriamente deficitária, até para hospitais bem estruturados e gerenciados? O "dono" do Hospital de Gaspar quer isso? Ele vai assumir mais essa responsabilidade? Ou seja, antes há um grave problema a ser resolvido: quem é o dono do Hospital de Gaspar?
A idéia do médico e político Silvio Cleffi é necessária para Gaspar e o Hospital, mas como num prédio, ele está querendo levantar as paredes sem a legalização da obra e sem as fundações do prédio.
Câmara de Gaspar vai ter novo veículo as vossas senhorias. A autorização de compra foi dada pela mesa diretora, mas no site do Legislativo, a área de licitação não possui nada – seja do passado e do presente - para os cidadãos gasparenses acompanharem o certame.
A procuradoria da Câmara já tem a resposta pronta para o questionamento do Ministério Público, no caso de suposto acúmulo de cargos do assessor parlamentar Nilton Osmar Isensee Júnior, do líder do governo na Câmara, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB.
Vai fundamentar que não há incompatibilidade ou ilegalidade alguma na denúncia, até que a empresa do qual Nilton é sócio-gerente, faça algum negócio com a Câmara. Será? Isso poderá ir longe. Acorda, Gaspar!
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