13/06/2018
Gaspar está cada vez “menor” para atender seus feudos de interesses políticos partidários. Faz tempo. Simples menções na Câmara, retratam isso.
Um dia na Câmara e faz tempo, depois de se hospedar com a esposa numa “pousada” no recém-criado Distrito de Belchior e lá conversar com as lideranças, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, da Margem Esquerda, voltou refeito para a lide política e empresarial: defendeu – sem muita ênfase e até para agradar os seus interlocutores do final daquela semana - a ideia do Belchior se tornar um município e assim ser independente de Gaspar, que a maltrata.
Dois devem aspectos a serem considerados.
O primeiro é que quando o pessoal de lá defende essa ideia, na verdade diz que a prefeitura de Gaspar não consegue atender às demandas públicas. E isso é quase centenário com o Belchior, que se diga – eu conheço essa problemática ao vivo há 40 anos -, até porque a localidade como núcleo organizado de colonização surgiu antes mesmo de Gaspar como ela é hoje. E nem a criação do Distrito por Pedro Celso Zuchi, PT, no findar do seu governo de oito anos onde até quis trocar o nome de lá para Tarcísio Deschamps - numa agressão sem propósito, revertido depois de denunciado aqui -, não foi possível mudar, até o momento, “esse isolamento” físico e administrativo da região. Começa pelo superintendente de lá, o ex-vereador do Figueiras, do outro lado do Rio, Raul Schiller, que não possuía nenhuma identidade com a localidade e atende um loteamento do MDB e a tal eficiência do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB
O segundo é o que importa mesmo.
No fundo, é um movimento de políticos, insaciáveis como sempre, para criar espaços para si no processo de liderança e dar ocupação aos seus com o dinheiro dos pesados impostos de todos. Neste caso, será dos moradores do Belchior.
Os políticos usam o desgosto do povo e armam para ficar bem para si mesmos no poder, no partido, nos nacos de oportunidades...
Será no fundo, mais uma prefeitura com um sem número de empregos e tetas comissionadas com cabos eleitorais no poder de plantão. Será mais uma Câmara para inicialmente dar vazão a oito vereadores – hoje são dois eleitos por lá Rui Carlos Deschamps, PT, ex-superintendente e Franciele Daiane Back, PSDB), uma exceção, pois normalmente é um, apesar potencial para três. E depois vem os agregados, como na Câmara de Gaspar que de quatro, em questão de anos, pulou para quase 30 efetivos e comissionados, e hoje se debate o inchamento dela com salários altíssimos e privilégios desmedidos para novos comissionados. E assim vai.
UM SILÊNCIO DENUNCIADOR
E os políticos de Gaspar silenciam. E por que? Olham esse tipo de movimento como uma oportunidade: primeiro se livrar de um problema que os desgastam, ou seja, o de atender uma demanda reprimida e que não conseguem suprir. Com a “divisão”, sobram mais recursos para a Gaspar de sempre. E num outro instante, com a criação de um novo município – o do Belchior -, sobram mais espaços na Câmara – ao menos uma, senão duas ou três vagas - para os políticos daqui.
Se o belchiorenses vão ganhar de verdade com esse movimento que permeia o sentimento dos que têm tradição centenária ou moram lá, há muitas dúvidas. A história em outros municípios, em sua maioria, revelou que não é assim que chegam as soluções, ainda mais pelas mãos dos políticos insaciáveis, espertos e que vivem do blefe. Até porque, quem vai ganhar de verdade com tudo isso num primeiro instante e usando ou estimulando as queixas dos mal-atendidos no Belchior para os seus discursos na busca de espaços, dinheiro e poder? Os políticos e os que se escondem nos seus interesses.
É um bom debate. Necessário. Vital. Sem ele, não haverá um pacto mínimo da sociedade de Belchior com seus líderes e políticos para eles não avançarem sobre o dinheiro dos pesados impostos dos cidadãos, numa aventura que tem unicamente a constituição de um novo poder, sem a efetiva contrapartida de resultados a curto e médio prazos para a comunidade independente.
No rastro de se criar “autonomia” administrativa para lá ter um feudo e mandar, e pelas experiências já abortadas, será um desastre, o vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, vem sugerindo, mas sem efetiva iniciativa prática, a criação do Distrito do Barracão, numa linha divisória do que ele chama de zona sul do município. Mais tetas! Sem o distrito, ele já faz coisas do arco da velha e que já estão na mira do Ministério Público. Imagina-se com o Distrito. Acorda, Gaspar!
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