20/01/2020
Só neste ano, seriam consumidos – devido às novas 37 contratações e gratificações, mais de 52% da receita estimada para 2020. Como vem se demonstrando ao longo dos três anos de Kleber, o orçamento de Gaspar é uma peça de ficção. Então, o risco deste percentual ser maior é real.
O próprio prefeito, em planilha que enviou à Câmara, admite que está extrapolando o limite prudencial de 51,3% determinado pela Lei de Responsabilidade Fiscal e exigida pelo Tribunal de Contas do Estado.
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, convoca uma sessão extraordinária para esta terça-feira. É para analisar um projeto polêmico. Ele amplia 37 vagas em cargos comissionados e funções gratificadas na secretaria de Educação de Zilma Mônica Sansão Benevenutti. O relator da matéria, Cicero Giovane Amaro, PSD, questiona o limite prudencial que a nova despesa trará para o orçamento de Gaspar
O que se quer aprovar nesta terça-feira já estava anunciado. Na última sessão da Câmara no dia 17 de dezembro do ano passado: o aumento brutal das despesas de pessoal na prefeitura de Gaspar como o que está proposto no Projeto de Lei Complementar 17/2019, entrou no radar dos vereadores da dita oposição.
A oposição esperneou depois de ver o PL 64/2019 ser aprovado com o voto de um deles, Silvio Cleffi, PSC. O governo pelo seu então líder, Francisco Solano Anhaia, MDB, ficou visivelmente incomodado com os questionamentos. “Precisamos aprovar esta lei [PLC 17/19] para atender a demanda da educação nas direções das escolas e que estão sobrecarregadas”, justificou.
Esse PL 64, que já é lei, aumentou de forma real a “ajuda de custos” aos membros da Comissão de Sindicância, ampliando despesas, privilégios, e abrindo brechas para se buscar, legalmente, a isonomia para as demais comissões. Expliquei tudo isso na coluna de sexta-feira passada, feita para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale.
A clareza do artigo provocou desconforto, questionamentos e polvorosa no paço municipal entre os que estão no poder de plantão armando e que acham que a imprensa deve ser obediente e estar a seu relho.
E esta nova despesa – advinda do PL 64/2019 -, nem faz parte da planilha que Kleber enviou para a Câmara e com ela, embasar tecnicamente, por obrigação, o PLC 17/2019. Então o percentual das despesas com pessoal deverá ser ainda levemente maior.
O PLC 17/2019 que o prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall, MDB; o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa; bem como a secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti – cujo cargo virou moeda de troca para atrair aliados na campanha eleitoral -, querem-no aprovado nesta terça-feira, entretanto, de preferência sem debate, esclarecimentos e transparência, mesmo ele indo na contramão do enxugamento e eficiência da máquina pública.
Se o PLC for aprovado, criará 37 novas vagas comissionadas ou gratificadas no quadro fixo da secretaria de Educação a um custo superior a R$2 milhões por ano se todas as vagas forem preenchidas.
O CUSTO DISSO
Estima-se, segundo a própria planilha que Kleber enviou à Câmara, com a nova despesas que a prefeitura vai precisar desembolsar este ano R$118.671.938,73, ou seja, 52,16% das receitas próprias, ou às permitidas para custeio de pessoal, também chamadas de Receitas Correntes Líquidas na linguagem dos contabilistas do setor público, de um orçamento de R$295.800.000,00. Neste total então, estão excluídas as transferências de recursos federais e estaduais que expressamente impedem o pagamento de servidores e contratados de todas as espécies.
A preocupação dos vereadores e até mesmo dentro do governo Kleber onde a matéria não é consenso, é de que não se trata de um discurso político, eleitoral ou irresponsável da dita oposição em ano de eleição. Tratam-se de números frios expostos na planilha que o próprio prefeito Kleber assinou e enviou à Câmara. Detalhando o tamanho do impacto financeiro desta medida contida no PLC 17/2019.
Os números da planilha, por exemplo, dizem que a folha de pagamento vai comprometer em 2022, por exemplo, quando Kleber estiver reeleito ou no cargo, estiver outro que vencer em outubro deste ano, se até lá não abrir mais vagas necessárias e em áreas sensíveis como a Saúde, e à uma inflação de apenas 4% ao ano (só para lembrar em 2019, ela extrapolou isso), em R$128.355.568,93 da receita. Ulalá.
Antes de prosseguir em assunto tão técnico para leigos em contabilidade e administração pública, devo esclarecer o que diz a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
Na esfera federal, o limite máximo para gastos com pessoal é de 50% das Receitas Correntes Líquidas. Mas, para estados e municípios, o limite é de 60%. Se a despesa total com pessoal ultrapassar 95% desse limite, a LRF proíbe qualquer movimentação de pessoal que implique aumento de despesa. Por isso, quando chega a 51,3%, os Tribunais emitem o alerta.
Mais. A medida que este percentual se agrave, algumas receitas estaduais e federais das quais Gaspar depende, começam a ser retidas como forma de compensação ou de limitação para exigir o reenquadramento da situação. Isto sem falar que o município perde o crédito para contratar financiamentos.
QUAL É A REAL NECESSIDADE DO PL?
O debate é político ou técnico? Ambos!
É político, porque isso poderia ter sido feito antes, mas o governo Kleber preferiu deixar para a última hora do seu governo – deu entrada no dia 10 de dezembro de 2019 e outra vez, colocou a faca no pescoço dos vereadores para criar um ato político, gerar controvérsia num ambiente eleitoral e expor os vereadores que não estão atrelados ao governo.
O regime de urgência pede a tramitação em até 45 dias. Na verdade, descontado o recesso desde o dia 19 de dezembro, o projeto comeu apenas nove dias dos 45. Ou seja, os prazos regimentais nas comissões e em plenário se esgotam só em meados de março. Então qual a razão da pressa se até abril, pela legislação eleitoral poderá ser aprovar matéria deste tipo para vigência neste ano?
Uma delas, como sinalizou o líder de governo no ano passado, seria o início das aulas. Frágil. O sistema que Kleber diz ser necessário mudar e vai encarecer o custo da máquina pública deu conta do recado nos seus três anos de governo.
Como fez com a Taxa de Iluminação Pública que aumentou na marra em 40% (dezembro de 2017) e não resolveu de escuridão, melhoria e manutenção; como fez com a Reforma Administrativa que aumentou os gastos do governo sob o pretexto de dar mais eficiência e que não veio (agosto de 2017); como fez na aprovação sob intensa polêmica do projeto que tirou da prefeitura e deu ao Samae à obrigação de realizar a drenagem (novembro de 2018) e que acabou em numa CPI, exatamente pelas graves dúvidas de execução que tenta esconde-las; com o fez nos pedidos de autorização para financiamentos de R$100 milhões (setembro 2018) e que não pode usar tudo devido às limitações de lastro para o crédito ou capacidade executiva; Kleber está dizendo aos vereadores que são contra o PLC 17/2019, estão contra o futuro de Gaspar. É um discurso antigo, manjado e que não cola mais aos que estão informados.
É político porque o governo propôs aprovar a matéria exatamente quando a cidade e os cidadãos estão em férias: final do ano passado. Como não deu certo, insistiu e antecipou à volta extraordinariamente da Câmara da noite para o dia, num assunto de ampla repercussão econômica para os futuros prefeitos. A Câmara voltará às sessões ordinárias só no dia quatro de fevereiro.
É político, porque se esconde a pauta. Até cedo quando atualizei esta coluna pronta desde sexta-feira, ela não era pública. O governo havia cancelado um ofício, porque esqueceu de incluir na pauta, um pedido para renegociar os financiamentos que tomou na Caixa a juros caros e quer baixa-los diante da nova realidade de mercado, como fez acertadamente no ano passado com os do Banco do Brasil.
É político, porque incluiu na pauta outros assuntos não tão relevantes e sem polêmicas, apesar de necessários, para justificar à convocação extraordinária. Misturou coisa boa, com coisa que precisa de mais debate e esclarecimento.
É político porque cria vagas técnicas comissionadas e gratificadas, sem provar a urgência e a necessidade, mas que poderão na sua maioria, ser preenchidas politicamente, num ambiente de plena ebulição da campanha eleitoral que já começou e onde Kleber está montando um chapão. Kleber precisa dar espaço para os novos aliados e reforçar a gula dos antigos que se sentem “diminuídos”.
É técnico porque gera despesas que não estavam previstas. Elas comprometem o orçamento não apenas para o último ano de governo, mas para os próximos prefeitos – se Kleber não se eleger. E mesmo eleito, restringe muito as suas ações de governo para ele próprio, criando armadilhas insuperáveis. Elas podem até obriga-lo a desempregar, quem ele emprega hoje. Mas, aí, as eleições já passaram. Vai argumentar que foi obrigado a isso pela lei e circunstâncias. Lavará as mãos.
É técnico, porque conta com um suposto aumento de receitas próprias, mas não indica como isso se dará. Atração de novas empresas? É possível. Mesmo que isso aconteça, até produzir resultados efetivos no caixa da prefeitura levam em média quatro anos – ele e ou outro prefeito já estarão fora. Não se deve esquecer, que a unidade da Bunge e que gera expressivo retorno do ICMS para Gaspar foi vendida para a JBS. E a JBS não garantiu nada até agora de que ficará em Gaspar ou quanto sairá de Gaspar, e como tudo isso afetará a arrecadação.
É político, porque o relator, o funcionário público municipal – trabalha no Samae – Cícero Giovane Amaro, PSD, pediu uma audiência com o secretário Carlos Roberto Pereira, para entender melhor toda a dinâmica técnica, contábil e à necessidade real do PLC. Chupou o dedo. Foi atendido, pela funcionária Juliana Muller Silveira, controladora geral do município.
Não se duvida da competência profissional de Juliana, mas o gesto do secretário de mandar bananas para o relator da matéria, foi político. Negou-se ao diálogo, como já tivesse os votos para tal. O desrespeito não é ao vereador, mas à Câmara onde sempre tentou interferir para impor o presidente dela. Das quatro que tentou, perdeu três.
É técnico e político porque vai na contramão do discurso do próprio prefeito Kleber e seus marqueteiros. Eles falam em construir futuro, ter eficiência na gestão e trabalhar com responsabilidade. É só olhar e ver o quanto faltou de receitas próprias para fechar o orçamento de 2019. E não há nenhum indicativo de que isso vá se modificar a curto prazo.
A prefeitura de Gaspar virou uma máquina de empregar e contratar. É uma máquina política de poder.
Além disso, os eleitores e eleitoras do Brasil, mas de Gaspar especialmente nas urnas, como ficou claro em outubro de 2018 e contra o poder de plantão e por isso deverá ser à tona em outubro deste ano, pedem mudanças e corte de privilégios, despesas e mais resultados para a comunidade. Em Gaspar, a própria Reforma Administrativa de Kleber em 2017 ampliou gastos. E para não ir muito mais no passado do próprio governo, basta ver o que aconteceu com o PL 64/2019 que aumentou despesas sem contrapartidas de eficiência e produtividade.
O QUE ESTÁ SE CRIANDO?
Já escrevi aqui várias vezes: quando um Projeto do governo Kleber chega à Câmara de Gaspar com um título técnico, sai debaixo. Pode procurar que nele se disfarçam coisas. Qual o título do PLC 17/2019? “Altera e acrescenta dispositivos na Lei Complementar nº 80, de 2 de agosto de 2017”. Para os leigos, coisas sem importância. Para os gestores públicos, manobras fundamentais.
De cara o primeiro artigo diz que ficam criadas quatro vagas de Diretor de Instituição de Ensino - 1º - 5º ano (R$ 3.456,54, cada); sete vagas de Diretor de Centro de Educação Infantil com mais de 200 alunos (R$ 4.007,06, cada), e três vagas de Diretor de Centro de Educação Infantil com até 200 alunos (R$ 3.456,54, cada).
O artigo segundo diz que ficam criadas sete vagas do cargo de Diretor Escolar 1º - 9º ano (R$ 4.007,06, cada), uma vaga do cargo de Diretor de Ensino de Jovens e Adultos (R$ 3.456,54), e duas vagas do cargo de Diretor de Escola Multisseriada (R$ 3.456,54, cada) em algo que deveria ser abolido há muito. Nada de período integral, contra-turno, bilíngue...
Mais adiante cria-se uma função gratificada para Diretor de Centro de Educação Infantil com mais de 200 alunos (R$1.130,17); criam-se nove vagas de Auxiliar de Direção (R$ 3.071,11, cada); e outras seis vagas da função gratificada de Auxiliar de Direção (R$ 771,36, cada).
Resumindo e se não for modificada por emendas e debate em plenário, a secretaria da Educação de Gaspar terá ao limite máximo em cargo em comissão ou função gratificada: cinco Diretores de Instituições de Ensino 1º - 5º ano” e Diretores Escolares 1º - 5º ano; oito Diretores de Instituições de Ensino - Diretores de Centro de Educação Infantil com mais de 200 alunos e Diretores de Centros de Educação Infantil com mais de 200 alunos; oito Diretores de Instituições de Ensino - Diretores de Centros de Educação Infantil com até 200 alunos e Diretores de Centros de Educação Infantil com até 200 alunos; sete Diretores Escolares 1º - 9º ano; um “Diretor de Ensino de Jovens e Adultos”; dois “Diretores de Escola Multisseriada”; e doze Auxiliares de Direção”.
Para encerrar. A secretária de Educação deverá deixar função. O próprio prefeito admitiu isso publicamente em recente entrevista. Alegou que a secretária quer concorrer à vereança. Na verdade, sempre combatida na Câmara e pouco acessível, a secretária Zilma sairá por cima se o PLC for aprovado pelo Legislativo. Terá fortes cabos eleitorais no ambiente da docência e de onde é originária. Por outro lado, deixará aberta à sua vaga para o loteamento político à cooptação de novos aliados ao MDB para a reeleição de Kleber.
O debate será quente. Dará apenas repercussão. Por enquanto, o governo de Kleber com as manobras que fez nos últimos dias, garante que possui os votos para aprova-la mesmo que isso lhe deixe vulnerável e de mãos atadas se reeleito. Se não tivesse certeza dos votos, já teria recuado. Acorda, Gaspar!
Por outro lado, o PSL que tinha escondido a nova nominata da Executiva do diretório apressou o processo e divulgou os nomes. Já o PSD, que ameaçava ser concorrente, confirmou sua aliança com Kleber.
Depois de muita polêmica, boicote e incertezas, o “Aliança pelo Brasil”, o partido criado pelo clã dos Bolsonaros, após o presidente Jair Messias Bolsonaro e o seu filho, o senador pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, deixarem o PSL, fez na quinta-feira a sua primeira reunião para traçar estratégias e diretrizes visando à sua formação em Gaspar. Este tipo de encontro aconteceu em Blumenau no dia anterior. Estão coletando assinaturas para viabilização do partido.
O processo aqui foi liderado pelo Demetrius Wolf. Ele já tinha realizado trabalho semelhante pelo PSL visando as eleições de outubro de 2018. Quem esclareceu sobre às bases e à formação do partido, foi o assessor da deputada estadual Ana Caroline Campagnolo, ainda no PSL e que faz oposição ao governador Carlos Moisés da Silva, Silas Ferreira. Esse movimento isolou o PSL de Gaspar e o deputado Federal Coronel Luiz Armando Schroeder Reis, PSL. Ambos manobravam para ter controle e retardar esse processo, como relatam os que lideram o “Aliança” em Gaspar.
Na reunião, que não teve político algum, estavam muitos egressos do PSL, ainda em formação por aqui. Não ficou bem claro como será essa convivência até a oficialização do “Aliança pelo Brasil” como partido. O que ficou claro, é que nenhum político ligado a partidos tradicionais e que represente à velha política estará no partido. Também é provável, que se o “Aliança” não estiver pronto para lançar candidatos próprios em outubro em Gaspar, ele não apoiará o PSL, PT e nem o atual governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Para mostrar força, poderá até estabelecer uma aliança branca e apostar numa outra candidatura alternativa.
Esse movimento do “Aliança” em Gaspar acabou precipitando e desencadeando outros dois eventos. O primeiro deles foi uma tomada de posição do PSL. Ele vinha travando a formação do “Aliança”, pois claramente este fato divide a direita ou os conservadores. É que deputado estadual Ricardo Alba, PSL, de Blumenau, próximo de Kleber, estava guardando às “sete chaves”, sob a alegação de que os nomes estavam sendo analisados em Brasília e Florianópolis, liberou a nominata da executiva do diretório de Gaspar e pediu para que a divulgasse maciçamente na imprensa e nas redes sociais. Agora, quer partido e militantes nas ruas.
O PSL CORRE CONTRA O TEMPO PERDIDO
O corretor de imóveis Marciano da Silva foi confirmado na presidência da executiva do PSL de Gaspar. E o secretário geral da executiva, ex-funcionário público municipal, sindicalista, ex-vereador, ex-candidato a vice pelo PR derrotado na coligação com o MDB de Ivete Mafra Hammes, Sérgio Luiz de Batista de Almeida, também foi confirmado como candidato a prefeito do PSL de Gaspar em outubro deste ano.
Enquanto o “Aliança” corria atrás de assinaturas para a formação do partido e via dificuldades – segundo ele, intencional, em alguns cartórios do país -, e o PSL de Gaspar colocava o “bloco na rua” pois se convencia que não podia mais contar com parte do grupo original que debandou para o “Aliança”, o PSD dos ex-vereadores Marcelo de Souza Brick e Giovânio Borges (que esteve falsamente no PSB por algum tempo para ser vice do próprio Marcelo na eleição de 2016), anunciava que estava se alinhando ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, desde que o PSD seja o vice na chapa de Kleber neste quatro de outubro.
E o PSD trouxe gente de peso para selar esse compromisso como o tucano convertido, ex-prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, bem como os deputados estaduais Milton Hobbus e Imael de Souza, bem como o ex-deputado Jean Jackson Kuhlmann, que perdeu duas vezes a corrida pela prefeitura de Blumenau.
Isto provocará algumas acomodações no próprio PSD, MDB e principalmente no PP que não está vendo com bons olhos a perda da vice-prefeitura ocupada hoje pelo ex-vereador Luiz Carlos Spengler Filho.
E foi isso, que fez falsamente o mais longevo dos vereadores e presidente do Samae, José Hilário Melato, declarar em espaços amigos, notas para chantagem no atual governo. Elas afirmaram de que ele estaria se mudando para o “Aliança” para ser candidato a prefeito. O “Aliança” já declarou que não o quer lá por nada desse mundo. E o PP desistiu do “Aliança” porque ficou feio para ele plantar notas sem nexos, mas desde sexta-feira conversa freneticamente com vários líderes para colocar preço ao grupo do MDB.
Aos poucos as cobras se descascam e o eleitorado vai conhecendo mais cedo do que se previa, as jogadas de bastidores e poder dos políticos no poder de plantão, todas elas antecipadas aqui e até então negadas. A realidade, todavia, desmente os políticos e acreditam a coluna. Acorda, Gaspar!
A minha alma está lavada. Decididamente, esta coluna não é um espaço para espertalhões lançarem seus ensaios e enganarem meus leitores e leitoras.
Desde junho do ano passado, em diversas notas, sempre afirmei que o ex-vereador e candidato derrotado a prefeito, Marcelo de Souza Brick, PSD, jogava e enganava os seus, como sempre fez.
Não seria candidato a prefeito e no máximo, um necessário vice. Fui sucessivamente desmentido. Arrumei até distância por gente próximo a mim, mas enganada pelas manobras de bastidores dele. Na última semana, Brick até montou por um laranja seu em rede sociais, enquetes fakes para mostrar que estava liderando o processo sucessório. Incrível como estimulada, teve gente que caiu no golpe.
E agora, “porta-vozes” que ajudaram nessa farsa contra si próprios e à cidade, dizem – e escrevem – por linhas tortas que eu tinha e tenho razão. Não vou tripudiar. Preciso, sim, agradecer e muito.
São essas pessoas - com suas fraquezas e joguinhos - que atestam à minha e à credibilidade da coluna. É por isso, que este espaço é respeitado até pelos que dizem nunca ter lido o que escrevo, mas que a ferramenta de contagem do portal na internet, desmascara-os todos os dias. Nada como um dia atrás do outro.
Se as pessoas não possuem memória para o que escrevi, ou são seletivas, releiam as colunas passadas e percebam o quanto foram informados muito antes do que virou falsa manchete neste final de semana que passou nos portais, redes sociais e rádios.
Prova-se então, eles próprios, que não se tratava invenção como muitos classificaram, ou de premonição minha, ou de bruxaria, mas o revelar aquilo que os políticos manipulam e escondem de seus eleitores e eleitoras, tratando-os como tolos. É jornalismo. É viver a comunidade e não esconder por interesses pouco republicanos o que a maioria sabe o que está acontecendo.
Três observações: se a atual aliança MDB, PP, PDT e PSDB era imbatível, qual a razão para abrir espaços para o PSD e causar desgaste aos que estão se estapeando dentro da barca e o governo Kleber criando mais despesas com dinheiro público para arrumar boquinhas via projetos na Câmara e que deixa o governo ainda mais exposto? Se Brick “provou” na conta da rede social que era virtualmente o eleito, qual a razão de se associar ao MDB?
E terceiro. Se é proibido caixa dois – hoje um crime menor, graças a atuação dos congressistas para se auto-protegerem - e recursos privados, que não os do próprio candidato, qual a razão para Brick está alegando falta de dinheiro para se alinhar com Kleber? Ai, ai, ai. Como diz um leitor deste espaço: o peixe morre pela boca.
Mas, para encerrar, por enquanto, este assunto batido, relembro o que afirmei nas duas últimas semanas aqui, também combatendo fake news plantadas pelo mais longevo dos vereadores e presidente do Samae, que ameaçava ser candidato a prefeito de Gaspar pelo tal do “Aliança pelo Brasil”.
Os mesmos arautos da falsa notícia, reconhecem em novos escritos lidos neste final de semana que se tratava mesmo chantagem contra o grupo no poder de plantão. O que foi mesmo o que escrevi sobre este assunto? Pois, é! Melato nem apareceu na reunião de formação do partido por aqui, realizado na quinta-feira. Ingrato.
Como nada deu certo e o PP está saindo do assento cativo que tinha na janela do ônibus do poder em Gaspar, ele não desistiu. Está se reunindo desde quinta-feira com outros possíveis parceiros para reforçar o recado ao pessoal do MDB que poderá pular fora da barca, trair e incomodar em nova parceria. Entenderam o jogo? Só aqui você sabe disso em detalhe. Acorda, Gaspar!
Amigos de novo. O médico, funcionário público e vereador Silvio Cleffi, PSC, pediu para falar com o seu criador político e fiel da mesma igreja neo-pentecostal, a Assembleia de Deus, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. A relação entre os dois azedou-se desde dezembro de 2017. Silvio contrariou Kleber e foi eleito presidente da Câmara com os votos da oposição, e liderada por Roberto Procópio de Souza, PDT, hoje no governo Kleber, deixando com cara de tacho o prefeito e sua trupe no dia da votação. Eles foram lá para aplaudir a candidata deles, Franciele Daiane Back, PSDB.
Na prefeitura, o poder de plantão diz que Silvio é o mais novo aliado. É que sem muitas alternativas para a reeleição, voltou a se alinhar a Kleber e ao MDB. E essa aproximação, exemplificaria o voto de Silvio que aprovou o PL 64/2019. Este PL aumentou as ajudas de custos para os membros da Comissão de Sindicância. Sem o voto dele, o assunto não teria passado. E aposta-se que o fato se repetirá com o PLC 17/2019 nesta terça-feira.
Ao ser questionado, Silvio disfarçou: “é que à toda tentativa de reaproximação em direção à comunidade, na cabeça do MDB é de que já estamos juntos, ou seja, somos governo. Não foi bem assim a conversa com o prefeito. Mas, sim, procurei-o para conversar...” E mais nada disse. Agora é esperar....
Barba, cabelo e bigode. Já se sabe quais serão os membros das três comissões permanentes da Câmara de Gaspar. O governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, fez a maioria delas que agora terão cinco e não mais quatro membros, segundo o novo Regimento Interno, aprovado no final do ano passado. Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação terá Dionísio Luiz Bertoldi, PT (novo integrante); Franciele Daiane Back, PSDB; Francisco Hostins Júnior, MDB; Roberto Procópio de Souza, PDT e Rui Carlos Deschamps, PT.
Já a Comissão de Economia, Finanças e Fiscalização terá Cícero Giovane Amaro, PSD; Dionísio Luis Bertoldi, PT; Francisco Solano Anhaia, MDB (novo integrante); Evandro Carlos Andrietti, MDB; e Silvio Cleffi, PSC. Enquanto isso, a Comissão de Gestão Pública será integrada por Francisco Hostins Junior, MDB (novo integrante); Francisco Solano Anhaia, MDB; José Ademir Moura, PP; Mariluci Deschamps Rosa, PT e Wilson Luís Lemfers, PSD.
Irmão de um funcionário público, que está em cargo de confiança, foi pego numa blitz. O carro foi apreendido. No horário de expediente e com o carro da prefeitura de Gaspar, o funcionário tratou integralmente da liberação do carro do irmão. É assim que funciona e ninguém fiscaliza...
Depois sou eu ou os vereadores da dita minoritária oposição que exageram. O prefeito Kleber foi à sua rede social fazer propaganda daquilo que acha que dá voto: obras. “O áudio do vídeo não ficou muito bom pessoal, mas a obra vai ficar top”, disse ele para justificar o que se ouvia mal quando falou sobre a qualidade da drenagem da Rua Barão do Rio Branco.
Luiz Carlos Chiesa, observou na postagem: “a tubulação não poderia ficar encostada uma na outra; fica oca; com o trânsito pesado pode se romper”. E o prefeito responde: “ nossos engenheiros e fiscais estão atentos, já verificaram e solicitaram que a empresa faça a correção do posicionamento”. Foto abaixo.
Primeiro: quem não cuida do próprio áudio da propaganda, não pode entender de obras bem-feitas. Segundo: desta vez, ao menos o prefeito Kleber aceitou a observação de um munícipe e entendido no assunto. No caso da Rua Frei Solano, o prefeito não só enfrentou quem quis lhe ajudar, como escondeu o errado para fazer sumir a prova e que a CPI da Câmara tenta esclarecer.
Por derradeiro, perguntar não ofende: o que fazem mesmo esses engenheiros e fiscais da prefeitura de Gaspar se não estão propositadamente colocando prefeito em frias? É preciso manda-los, urgentemente de volta para as faculdades que os formaram para se reciclarem, ou então demiti-los por sabotagem, não apenas contra o poder de plantão, mas pelo mau uso dos pesados impostos dos gasparenses. Acorda, Gaspar!
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