10/02/2020
Fotos como esta das obras de drenagem da Frei Solano feitas pela prefeitura e o Samae, foram que deram origem a CPI e serão confrontadas com as informações do governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB
O primeiro embate da primeira reunião da Comissão Parlamentar de Processante da Câmara de Vereadores de Gaspar e que vai apurar às supostas irregularidades na drenagem e reurbanização da Rua Frei Solano, no bairro Gasparinho, mostrou o quanto foi surpreendente e ardilosa a criação do blocão - que uniu MDB, PP, PSDB e PDT - por parte do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. O blocão deixou o governo em maioria e domínio na CPP, fato que já registrei aqui no ano passado.
É que essa manobra trouxe - por ser o mais velho dos quatro membros da CPP, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, morador do bairro Gasparinho, e principal interessado na CPP e no esclarecimento dos fatos – para a presidência dela. E como presidente, Dionísio só desempatará nas votações que visam pedir diligências, auditorias, inspeções, convocações. E essa possibilidade na atual composição da CPP é praticamente impossível.
Então, tudo que for a votação poderá ser vetado pelo governo. Inclusive isso ocorrerá com o relatório final.
E por que? Simples! A manobra – regimental e politicamente perfeita – deixou os dois membros da CPP francamente favoráveis a Kleber e não por acaso advogados também, preservados no direito a voto na CPP: Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Souza, PDT.
O outro membro da CPP é o relator dela, funcionário público municipal efetivo e ligado ao Samae, Cícero Giovane Amaro, PSD. Então, qualquer votação, a oposição sabe, terá dois votos do governo e um da oposição. Isto sem falar, que a oposição indicou Silvio Cleffi, PSC, como suplente. Agora, nem isso possui. Ele voltou a ser defensor de Kleber, o criador do político Silvio.
Foi devido a essa maioria, que um simples requerimento que previa abrir pontos de inspeção física na obra – que já está enterrada -, demorou 20 minutos para ser aprovado parcialmente da 1h45min que durou a reunião na quinta-feira à noite no plenário da Câmara. O relator da CPP proponente do requerimento teve que se conformar a autorização para se ir atrás de uma empresa especializada, mas a contratação, só se dará, se a Comissão, em outra votação autorizar.
A NECRÓPSIA DA OBRA
A princípio é sensata a decisão tomada pela CPP, ponderada por Hostins e Procópio. Não adianta gastar dinheiro para inspecionar as obras enterradas sem antes analisar a documentação, confrontar fornecedores, ouvir os técnicos (engenheiros e o controlador geral) para só então se apurar à realidade enterrada para tirar dúvidas ou desmascarar dissimulações. É preciso antes testar à boa-fé de todos envolvido neste caso.
A discussão prolongada havida na quinta-feira passada, todavia, revela antecipadamente, o quanto será difícil a necropsia acontecer sem ser pela força judicial: a oposição não possui votos para tal. Restará fazer espuma e discursos. E aí, a desvantagem será do governo. É ele que tenta à reeleição. Se insistir na tática de esconder a cabeça na terra como avestruz terá que assumir os riscos dessa atitude num mundo virtual e onde as notícias estão indo não via redes sociais, mas via aplicativos de mensagens. Afinal, não valeria a máxima de quem não deve, não teme?
Se o governo precisar manobrar como fez para ter maioria na CPP, criará mais dúvidas contra si mesmo e reafirmará àquilo que tenta negar. Tudo isso, há cinco meses das eleições de outubro, tempo estimado para se revelar o impasse no relatório de Cícero. E aí, estará muito fresco no debate e para a decisão do eleitor.
Se a oposição pisa em ovos para tentar aprovar o mínimo e não sair desmoralizada dessa empreitada onde se meteu – e se descuidou -, o governo Kleber terá que zelar muito mais com o remédio que está aplicando para ele não virar veneno a comprometer a estratégia de embarrigar no essencial e ceder no periférico.
A inabilidade da oposição - devido esses fatos serem raros por aqui ou à falta de orientação -, se mostrou em pelo menos duas outras oportunidades na sessão de quinta-feira. Estão convocando o engenheiro fiscal da prefeitura na obra, Ricardo Duarte, para ele depor nesta quinta-feira à noite. A partir do dia 20 de fevereiro, as sessões serão à tarde, se o vereador Cicero for liberado pelo presidente do Samae, o vereador José Hilário Melato, PP.
O depoimento de Duarte acontecerá antes, todavia, da contratação já autorizada, de um engenheiro civil com especialização em obras públicas, para tecnicamente orientar a CPP na análise de documentos técnicos e dar suporte nos depoimentos. Então, há uma temeridade aí para não dizer, fragilidade. E o governo comemora.
O outro, é o de depender unicamente dos funcionários da Câmara para suporte da CPP. Eles já estão sobrecarregados no dia-a-dia. Agora terão que arrumar tempo para análise e instrução do processo técnico, contábil e jurídico na CPP.
Em algum momento, independente da qualidade dos servidores que estão à disposição da CPP e que não há nenhum questionamento, estas agendas serão conflitantes, não nos interesses, mas no volume, obrigações e prazos que estão correndo contra a CPP. Afinal, não é um assunto simples por tudo que está envolvido, escaramuças e já se sabe. E a derrota da oposição – que começou quando ficou em minoria - está anunciada, mesmo diante de evidências gritantes que precisam ser esclarecidas.
AS EVIDÊNCIAS
A oposição também está perdendo à guerra da comunicação. Este assunto aparece na imprensa local – a não ser aqui - e regional. Nas redes sociais é pouco debatida. Corre frequentemente nos aplicativos de mensagens. As reuniões da CPP são transmitidas pela internet e estão no site da Câmara. Entretanto, é uma comunicação passiva.
Sabe-se agora, que não se trata apenas de uma birra ou palanque eleitoral da oposição, como quer fazer crer junto aos seus simpatizantes o governo Kleber. Ministério Público da Comarca de Gaspar abriu dois inquéritos. E eles estão em curso. Mas, botou a bola para Florianópolis, alegando tecnicidade. Ou seja, é algo complicado e que foge apenas à disputa jurídica.
Um relatório do MPSC chegou a CPP e é o principal ponto de partida dela. Ele se diz prejudicado porque a obra já está enterrada. Entretanto, admite que há indícios de “superfaturamento de qualidade” – na quantidade precisava confrontar com o que está lá enterrado - e mostra que faltaram Anotações de Responsabilidade Técnica – as famosas ARTs – nos projetos.
E foi justamente isso tão debatido e negado na Câmara durante o ano passado. Talvez, se lá tivesse havido mais transparência e desmanchado as dúvidas da oposição, este assunto não chegaria ao MPSC e nem desembocaria numa CPP.
Se as ARTs existem, por burrice e teimosia, foram negadas aos vereadores na época. Era a hora de matar a cobra e mostrar o pau para o Ministério Público e os vereadores. E se aparecerem agora, esses documentos precisam ser investigados e saber qual a razão de toda essa celeuma e irresponsabilidade. Afinal, foi ela que deixou o governo Kleber, os políticos, os gestores públicos e técnicos no poder de plantão expostos.
Faltam chegar a documentação do Tribunal de Contas do Estado. E a partir daí as coisas podem piorar. A prefeitura, alegando complexidade, também não enviou toda a documentação pedida. Aguarda-se a complementação para esta semana. Acorda, Gaspar!
Definitivamente, estamos em ano eleitoral. E quem não chora, não mama. Contudo, chorar sem razão, pode ser perigoso também.
O ex-vereador, ex-presidente da Câmara, atual prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, como fez em outros anos: foi à primeira sessão ordinária deste ano. E lá, como é do Regimento Interno, ele tinha até 15 minutos para discursar e falar sobre seus feitos. Usou essa prerrogativa. Mas, preferiu economizar aos cinco minutos e que será tema de outro artigo.
Os vereadores foram todos ouvidos. Respeito.
Era uma sessão de trabalho normal. Nada especial. E Kleber poderia ter feito o seu discurso e ido embora, mas preferiu assistir a primeira parte da sessão, dedicada aos discursos dos vereadores, num lugar de destaque da mesa diretora. E ele foi todo ouvidos. Respeito.
Então na tribuna, inscritos – e agora a ordem é por sorteio – teve vereador que elogiou à administração, quem pedisse e outros cobraram. É do jogo do parlamento onde o próprio Kleber é oriundo. É do exercício democrático. Respeito.
A fila de queixas de que os vereadores teriam desrespeitado, ou no mínimo, teriam sido deselegantes com o prefeito, começou por quem se espera mais equilíbrio nestas horas, Francisco Hostins Júnior, vice-líder do blocão MDB, PP, PSDB e PDT. E não foi a primeira vez. Já escrevi a respeito disso em outra oportunidade. A fila chegou ao líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, que é conhecido por esse tipo de questionamento.
Primeiro, sou testemunha porque ouvi a sessão inteira, não houve agressão e nem ato de deselegância de parte a parte. Não houve desrespeito nenhuma regra, educação e comportamento por parte de qualquer vereador situação – nas queixas que reporto no artigo – e da oposição – nas cobranças.
E para que não haja dúvida, coloco acima o pronunciamento do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, naquela sessão sobre um assunto espinhoso que já comentei acima, a CPP da Frei Solano.
Avaliem. Houve desrespeito? Ou existe uma regra no Regimento da Câmara não escrita, que quando o prefeito está presente nela, desperdiça-se à sessão e não se toca em assuntos sensíveis da sua administração pelos fiscais do povo em favor dos eleitores, exatamente na rara oportunidade que se tem para repetir naquilo que sempre falaram durante o mandato na tribuna da Câmara e que não é segredo para ninguém?
ASFALTAMENTO E CRECHES
Para citar mais dois, no mesmo tom se pronunciaram o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, sobre a Color Química. Ela está vindo de Blumenau para cá e apesar da promessa feita de viva voz pelo prefeito aos empresários do Belchior Baixo, no Distrito do Belchior, ele não cumpriu o que acertou: o asfaltamento da Rua Vidal Flávio Dias, na ligação com a BR 470. Houve respeito até porque Rui incorporou no pedido, a vereadora da base e representante do distrito, Franciele Daiane Back, PSDB.
Outro pronunciamento que Kleber ouviu, foi da ex-vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa, PT, funcionária pública municipal como berçarista. Era à falta de vagas nas creches municipais em período integral e à falta de diálogo da secretária de Educação, Zilma Monica Sansão Benevenutti, com a comunidade. Houve respeito.
Ainda bem que isso foi na terça-feira, pois se a sessão tivesse ocorrido depois de quarta-feira, quando começaram as aulas, o prefeito Kleber teria ouvido sobre o improviso em algumas escolas bem como à falta de merenda em outras.
Resumindo. Os assuntos abordados pelos vereadores são recorrentes ou antigos e não ganharam solução até agora.
O que os vereadores da situação querem é – em ano eleitoral - esconder o sol com a peneira, mas está se vendo que o rei está nú. Quer transferir culpas e responsabilidades. Aliás, foi a tônica dos pronunciamentos de terça-feira dos governistas e oposicionistas.
E por que o rei está nú? Por causa de seus maus protetores. Eles insistem dizer que o rei está vestido, quando os olhos dos súditos lhes parecem outra coisa. E quem elege não é exatamente os seus protetores, mas os súditos. Estamos em ano eleitoral e os protetores sabem disso, mas preferem culpar o mensageiro pelas más notícias.
E no caso do prefeito Kleber, há mais de três anos ele próprio – e sua base na Câmara -sabe das más notícias via dezenas de requerimentos (alguns atendidos na marra via mandado de segurança) e centenas de indicações, uma grande parte esnobada e pior, gerada e assinada pela sua própria base de apoio na Câmara. Acorda, Gaspar!
A vereadora Franciele Daiane Back, PSD (foto acima), renovou uma indicação à mesa diretora da Câmara. É para que se acabe com os pontos facultativos na Casa. O pedido dela teve o apoio dos vereadores Francisco Hostins Júnior e Francisco Solano Anhaia, ambos do MDB.
E o tal espírito de corpo do funcionalismo entrou imediatamente em ação.
A reação da corporação pelo privilégio e contra a vereadora – os demais signatários foram poupados foi estampado na área de comentários da coluna Olhando a Maré, na internet, a mais acessada do portal Cruzeiro do Vale, há 30 anos referência na comunidade. “A pirralha da vereadora Francieli quer moralizar o serviço público e acabar com os pontos facultativos.
Pergunto porque ela não começa moralizando a Câmara de Vereadores? Por que ela não pede a redução do recesso dos vereadores de Gaspar? Ano eleitoral ela quer fazer o que não fez em três anos”.
Primeiro: eu não tenho procuração da vereadora. Segundo, há diferenças abissais entre eu e ela sobre quase tudo. Terceiro, isso não me impede de dizer que, no meu ponto de vista, ela está certa e mesmo respeitando à opinião do meu leitor chamado de Mário, ele está errado.
E por que? É realmente ano eleitoral, mas o pedido da Franciele está repetindo pelo terceiro ano consecutivo. Então não é oportunismo. Outra, o pedido de Franciele não abrange outros poderes se não onde ela própria está, a Câmara.
E por que? É que no Executivo, acertadamente, desde o primeiro dia de governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o ponto facultativo foi abolido em Gaspar, sob o natural protesto do funcionalismo. Agora, já está mais conformado e aguardando um novo prefeito para pedir o privilégio de volta. Então o leitor errou mais uma vez.
A coisa – o corte do ponto facultativo - não andou na Câmara de Gaspar, porque nem Ciro André Quintino, MDB, nem o ex-presidente Silvio Cleffi, PSC, quiseram peitar um privilégio. Tudo para não ter os funcionários da Câmara no cangote e por temerem ser boicotados internamente. Nem mais, nem menos. É assim que funciona a pressão por novidades fora do padrão.
Outra. Sobre o recesso, ou é maldade (se for interno) ou má informação (se for espírito de corpo do funcionalismo como um todo). Na legislatura anterior e que era governada entre outras pelo mais longevo dos vereadores e hoje presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, época em que subiu de 11 para 13 vereadores, aumentou-se as verbas dos vereadores, criou-se as assessorias parlamentares, o recesso era superior a 70 dias, incluindo o de julho. Agora é de aproximadamente 45 dias. Então, errou mais uma vez o leitor.
Avançou-se. Mas, há espaço para mais, como por exemplo, as férias dos assessores parlamentares. Em alguns casos usam o recesso para “descansar” e depois cumprem férias – a quem tem direito pela legislação -em pleno tempo de trabalho do vereador. Primeiro: isso é um privilégio. Segundo, prova-se que o vereador não precisa de assessor.
A CORDA ESTICADA NO LIMITE
E para encerrar. A repetida indicação, ressalto, da vereadora Franciele, antecedeu a uma polêmica que começou na semana passada, e vai perdurar por algum tempo.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a parasita está acabando com o hospedeiro, ou seja, não haverá dinheiro do povo (hospedeiro) via pesados impostos para pagar tantos privilégios do funcionalismo (a parasita). O sistema de sustentação das parasitas vai entrar em colapso. Todos os funcionários vão pagar um dia, se não houver uma reavaliação mínima e lógica a curtíssimo prazo de algo que está doente.
A reação do funcionalismo, corporações e sindicados foi virulenta, via imprensa e redes sociais. Lógico.
Mas, na quantidade o povo respondeu nas redes sociais, de forma surpreendente a favor do ministro, coisa que eu nunca vi na minha vida. Lembrou a Reforma da Previdência que estava à vista de todos. E o funcionalismo precisa reagir para se diferenciar de uma casta que é a minoria e cada vez quer, tem força de pressão no Legislativo e sabe como criar mais privilégios.
O que significa isso? Que o trabalhador sem estabilidade, os milhões desempregados, os outros muitos milhões que estão informalidade comendo o pão que o diabo amassou e os aposentados de salário mínimo, ou de BPC, não suportam mais pagar essa alta conta para poucos.
Então ao classificar a vereadora de pirralha, seja por ser jovem ou ter baixa estatura física, o meu leitor, mostra, no mínimo, que lhe falta argumento estruturado contra uma sugestão necessária. Acorda, Gaspar!
Márcio Cézar com o senador Jorginho Melo e um grupo de gasparenses na filiação pública realizada em Blumenau do deputado estadual Ivan Naatz no PL. Na outra foto ele jura fidelidade ao deputado Ricardo Alba, PSL.
A direita e os novos conservadores de Gaspar nem se organizaram e já “lutam” entre si. As redes sociais e os aplicativos de mensagens bombaram este final de semana com trocas de ironias, contra-informações, desconfianças, acusações e notícias falsas pela busca de poder e liderança aqui na cidade.
Há dois nomes e pontos em comum nessa história toda.
Um foi à filiação ao PL e com as bênçãos do senador Jorginho Melo, do polêmico deputado blumenauense, Ivan Naatz. Ele esteve por muitos anos no PDT e por breves períodos no Patriotas e o PV, legenda que lhe deu a eleição à Assembleia.
O outro ponto desse nó é Márcio Cezar, desconhecido na política gasparense, que da noite para o dia, no sábado passado, sem estar oficialmente filiado ao partido, “virou” o novo presidente do PL de Gaspar e segundo ele, por indicação do senador.
Márcio Cézar era PSL de Gaspar. Um guardião. Ninguém entrava ou saía sem passar por ele. Deu no que deu. E aí, via o deputado Federal, Coronel Luiz Armando Schroeder Reis, PSL, de Joinville, tentou articular o Aliança pelo Brasil. O pessoal que se desligou do PSL isolou Márcio Cézar e a coordenação, ficou com Demétrius Wolff. Foi Márcio Cezar que plantou a possibilidade do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, de quem já foi cabo eleitoral, ir para o Aliança.
Na verdade, Márcio Cézar oferecia para qualquer emergência, o aluguel do PRTB – que é o partido do vice-presidente general, Hamilton Mourão e na mão de um aparentado e amigos por aqui.
Agora, com as portas fechadas nos partidos identificados com o clã da família do presidente Jair Messias Bolsonaro, Márcio Cezar apareceu com a chave do cadeado. Foi a Blumenau e de lá, segundo ele, num contato com o senador Jorginho Melo, como testemunham fotos, tornou-se presidente do PL de Gaspar. Quem quiser se filiar ao partido, terá que antes conversar, e muito, com ele. Ai, ai, ai.
Primeiro, ao que se saiba, o PL tem uma estrutura em Gaspar e não é de hoje. Segundo, Jorginho Melo não é dono do partido para nomear o novo presidente dele em comissões ou diretórios. É um processo estabelecido em lei e Jorginho é experimentado nisso e tem seus contados por aqui onde até trabalhou como gerente na agência do antigo Besc. Terceiro, assessores do senador e o próprio novo líder do PL abençoado por Jorginho, o deputado Ivan Naatz, a situação de Gaspar para eles ainda é desconhecida e vai passar por avaliação.
GUERRA DE DESCONFIANÇAS
Para gente que milita na direita em Gaspar, essa dança de Márcio Cézar por partidos novos ou alinhados com o clã Bolsonaro, se não é oportunismo, cheira estar a serviço dos velhos esquemas de poder, pois além de não ser uma liderança e aglutinadora, Márcio Cezar centraliza e impede o crescimento dos partidos. Para outros, todavia, vira e mexe. Márcio Cezar os coloca muito próximos dos que estão no poder de plantão, o MDB/PP.
Agora, Márcio Cézar diz que o governador Carlos Moisés da Silva e o deputado Ricardo Alba, de Blumenau a quem tinha fidelidade e devoção, são traidores dos ideais de Bolsonaro. Isso está estampado nas conversas que circularam nos aplicativos de mensagens e foram parar nas redes sociais, numa quebra sem precedentes do sigilo interpessoal.
Márcio, foi no mínimo descuidado. Apareceu antes da hora e esbanjou a força e articulação e que de verdade, não as possui ainda.
Volto para encerrar essa polêmica e que vai muito longe. O PL nasce em Santa Catarina como um barriga-de-aluguel para a direita e os conservadores, principalmente os alinhados com o Aliança pelo Brasil. É que o partido não terá tempo para disputar as eleições de outubro, mas quando pronto quer atuar e interferir no processo de poder local.
Em Gaspar, entretanto, além da direita e dos conservadores, o deputado Ivan Naatz recoloca no circuito gente como o engenheiro Rodrigo Althoff, e hoje está na docência, mas que pertenceu ao governo de Pedro Celso Zuchi, PT, e Gean Carlos Grimm, do Bela Vista. Por outro lado, deixa em sinuca de bico, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, hoje alinhado com Kleber Edson Wan Dall, MDB, mas que já foi agente de governo do petista Zuchi e par de Althoff e Grimm na busca de votos para o PDT gasparense.
E é aí à dúvida dos da direita e conservadores que vão engordar o PL de votos seus, se Márcio Cézar não está a serviço do poder de plantão para dividi-los, micar ingressos, gerar mal-estar e tornar a eleição de seus representantes inviáveis.
Isto só o tempo esclarecerá. Tudo ainda está muito nebuloso. Acorda, Gaspar!
Falta sala de reunião na prefeitura Gaspar? O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, prefere se reunir com o seu presidente da Fundação Municipal de Esportes e presidente do PSDB, Jorge Luiz Prucinio Pereira, em restaurante à beira da BR 470, no Belchior Baixo.
Esta quinta-feira, na Sociedade Alvorada, às 19h, é dia de reunião dos apoiadores do Aliança pelo Brasil, de Gaspar.
Quem é leitor ou leitora da coluna já sabia disso. O vereador Silvio Cleffi, PSC, confirmou na tribuna da Câmara na semana passada que vai deixar o partido. Segundo ele, foi a Florianópolis conversar com a direção partidária. Confirmou o PSC não possui planos de fortalecimento do partido em Santa Catarina, muito menos em Gaspar.
Silvio declarou que está estudando propostas de quatro partidos que o procuraram. Uau! Disse também que não decidiu ainda se concorrerá, e concorrendo, se será à reeleição ou um projeto mais ousado. Uau!
Vamos colocar os pingos nos ís para os leitores e leitoras. Silvio vai sair do PSC porque não tem a mínima chance de se reeleger pelo partido. Ponto final. O resto é lateralidade. Como informei, Silvio cansou da aventura de ser oposição e a oposição não confia nele inteiramente.
A vingança do poder de plantão e que fez o médico Silvio um ser político estava deixando-o sem asas, inclusive no âmbito profissional. A máquina de Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, MDB, não é fraca nesse quesito.
Quanto ao vereador Sílvio ir ou não à reeleição, está nas mãos de Kleber – seu criador político– e para onde Silvio, o fiel de templo, voltou. Silvio hoje é um carregador de votos. Só não se sabe se essa volta ao colo de Kleber pode prejudicá-lo no patrimônio que conseguiu como opositor momentâneo.
Ora, se Silvio voltou para Kleber, ele nunca será concorrente ao cargo de prefeito. Então não há escolhas além de abandonar a política ou tentar à reeleção. É preciso desenhar mais?
Estamos em ano eleitoral, certo? E às vezes me pego na observação do hábil político mineiro Tancredo de Almeida Neves: “quando a esperteza é demais, ela come o dono”. Insistir no trauma da esperteza em ano de eleição, é algo que foge a qualquer propósito.
A escolha errática do nome do CDI da Coloninha já estava em salmoura, quando o líder do governo, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, orientado não se sabe por qual “çabio”, ou lembrando os velhos tempos de PT, resolveu reiniciar o processo de salga.
Anhaia colocou no ar um áudio do advogado Valmor Beduschi Filho, que a princípio não tem nada a ver com o governo. Nele, Beduschi confessa ser ele o autor da nominação do CDI. E para complicar, como provocação, Anhaia pede ao Cícero Giovane Amaro, PSD, o representante da Coloninha, para se retratar com o secretário e presidente do MDB, Carlos Roberto Pereira.
Qual a razão disso? E ainda em ano de eleição? Para que sustentar um debate público que desgasta a família da homenageada, o governo e atiça à comunidade naquilo que ela foi alijada do processo de escolha do nome?
Terça-feira vai ter réplica. Depois vem a tréplica... Quando o governo e seus aliados perceberem, o desgaste estará às vésperas das eleições. Não seria o caso de ter passado à régua depois de todas as repercussões nas redes sociais e lideranças comunitárias? Meu Deus!
Diante da chuvarada da semana passada, entre tantas coisas, uma árvore interrompeu no final de semana, ligação do Gaspar Alto com Gaspar ou com Blumenau, via a Rua da Glória ou a Rua Pastor Osvaldo Hesse (foto abaixo).
Devido à demora no atendimento da prefeitura à ocorrência, e provocada por outras demandas, a comunidade, unida, tomou a iniciativa para desobstruir a estrada. E postou isso nas redes sociais.
Caramba! Iniciou-se uma polêmica entre os que defendiam à obrigação do serviço ser feito pela prefeitura e os que responsabilizavam os cidadãos pela solução dos problemas públicos, independente da participação do governo. Parece que cada dia fica mais claro que qualquer governo um elefante caro nas soluções comunitárias e de cidadania. Acorda, Gaspar!
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