CPP da rua Frei Solano pisa em ovos e mostra habilidade dos vereadores advogados em maioria na comissão para proteger o governo de Kleber - Jornal Cruzeiro do Vale

CPP da rua Frei Solano pisa em ovos e mostra habilidade dos vereadores advogados em maioria na comissão para proteger o governo de Kleber

10/02/2020


Fotos como esta das obras de drenagem da Frei Solano feitas pela prefeitura e o Samae, foram que deram origem a CPI e serão confrontadas com as informações do governo do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB

O primeiro embate da primeira reunião da Comissão Parlamentar de Processante da Câmara de Vereadores de Gaspar e que vai apurar às supostas irregularidades na drenagem e reurbanização da Rua Frei Solano, no bairro Gasparinho, mostrou o quanto foi surpreendente e ardilosa a criação do blocão - que uniu MDB, PP, PSDB e PDT - por parte do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. O blocão deixou o governo em maioria e domínio na CPP, fato que já registrei aqui no ano passado.

É que essa manobra trouxe - por ser o mais velho dos quatro membros da CPP, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, morador do bairro Gasparinho, e principal interessado na CPP e no esclarecimento dos fatos – para a presidência dela. E como presidente, Dionísio só desempatará nas votações que visam pedir diligências, auditorias, inspeções, convocações. E essa possibilidade na atual composição da CPP é praticamente impossível.

Então, tudo que for a votação poderá ser vetado pelo governo. Inclusive isso ocorrerá com o relatório final.

E por que? Simples! A manobra – regimental e politicamente perfeita – deixou os dois membros da CPP francamente favoráveis a Kleber e não por acaso advogados também, preservados no direito a voto na CPP: Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Souza, PDT.

O outro membro da CPP é o relator dela, funcionário público municipal efetivo e ligado ao Samae, Cícero Giovane Amaro, PSD. Então, qualquer votação, a oposição sabe, terá dois votos do governo e um da oposição. Isto sem falar, que a oposição indicou Silvio Cleffi, PSC, como suplente. Agora, nem isso possui. Ele voltou a ser defensor de Kleber, o criador do político Silvio.

Foi devido a essa maioria, que um simples requerimento que previa abrir pontos de inspeção física na obra – que já está enterrada -, demorou 20 minutos para ser aprovado parcialmente da 1h45min que durou a reunião na quinta-feira à noite no plenário da Câmara. O relator da CPP proponente do requerimento teve que se conformar a autorização para se ir atrás de uma empresa especializada, mas a contratação, só se dará, se a Comissão, em outra votação autorizar.

A NECRÓPSIA DA OBRA

A princípio é sensata a decisão tomada pela CPP, ponderada por Hostins e Procópio. Não adianta gastar dinheiro para inspecionar as obras enterradas sem antes analisar a documentação, confrontar fornecedores, ouvir os técnicos (engenheiros e o controlador geral) para só então se apurar à realidade enterrada para tirar dúvidas ou desmascarar dissimulações. É preciso antes testar à boa-fé de todos envolvido neste caso.

A discussão prolongada havida na quinta-feira passada, todavia, revela antecipadamente, o quanto será difícil a necropsia acontecer sem ser pela força judicial: a oposição não possui votos para tal. Restará fazer espuma e discursos. E aí, a desvantagem será do governo. É ele que tenta à reeleição. Se insistir na tática de esconder a cabeça na terra como avestruz terá que assumir os riscos dessa atitude num mundo virtual e onde as notícias estão indo não via redes sociais, mas via aplicativos de mensagens. Afinal, não valeria a máxima de quem não deve, não teme?

Se o governo precisar manobrar como fez para ter maioria na CPP, criará mais dúvidas contra si mesmo e reafirmará àquilo que tenta negar. Tudo isso, há cinco meses das eleições de outubro, tempo estimado para se revelar o impasse no relatório de Cícero. E aí, estará muito fresco no debate e para a decisão do eleitor.

Se a oposição pisa em ovos para tentar aprovar o mínimo e não sair desmoralizada dessa empreitada onde se meteu – e se descuidou -, o governo Kleber terá que zelar muito mais com o remédio que está aplicando para ele não virar veneno a comprometer a estratégia de embarrigar no essencial e ceder no periférico.

A inabilidade da oposição - devido esses fatos serem raros por aqui ou à falta de orientação -, se mostrou em pelo menos duas outras oportunidades na sessão de quinta-feira. Estão convocando o engenheiro fiscal da prefeitura na obra, Ricardo Duarte, para ele depor nesta quinta-feira à noite. A partir do dia 20 de fevereiro, as sessões serão à tarde, se o vereador Cicero for liberado pelo presidente do Samae, o vereador José Hilário Melato, PP.

O depoimento de Duarte acontecerá antes, todavia, da contratação já autorizada, de um engenheiro civil com especialização em obras públicas, para tecnicamente orientar a CPP na análise de documentos técnicos e dar suporte nos depoimentos. Então, há uma temeridade aí para não dizer, fragilidade. E o governo comemora.

O outro, é o de depender unicamente dos funcionários da Câmara para suporte da CPP. Eles já estão sobrecarregados no dia-a-dia. Agora terão que arrumar tempo para análise e instrução do processo técnico, contábil e jurídico na CPP.

Em algum momento, independente da qualidade dos servidores que estão à disposição da CPP e que não há nenhum questionamento, estas agendas serão conflitantes, não nos interesses, mas no volume, obrigações e prazos que estão correndo contra a CPP. Afinal, não é um assunto simples por tudo que está envolvido, escaramuças e já se sabe. E a derrota da oposição – que começou quando ficou em minoria - está anunciada, mesmo diante de evidências gritantes que precisam ser esclarecidas.

AS EVIDÊNCIAS

A oposição também está perdendo à guerra da comunicação. Este assunto aparece na imprensa local – a não ser aqui - e regional. Nas redes sociais é pouco debatida. Corre frequentemente nos aplicativos de mensagens. As reuniões da CPP são transmitidas pela internet e estão no site da Câmara. Entretanto, é uma comunicação passiva.

Sabe-se agora, que não se trata apenas de uma birra ou palanque eleitoral da oposição, como quer fazer crer junto aos seus simpatizantes o governo Kleber. Ministério Público da Comarca de Gaspar abriu dois inquéritos. E eles estão em curso. Mas, botou a bola para Florianópolis, alegando tecnicidade. Ou seja, é algo complicado e que foge apenas à disputa jurídica.

Um relatório do MPSC chegou a CPP e é o principal ponto de partida dela. Ele se diz prejudicado porque a obra já está enterrada. Entretanto, admite que há indícios de “superfaturamento de qualidade” – na quantidade precisava confrontar com o que está lá enterrado - e mostra que faltaram Anotações de Responsabilidade Técnica – as famosas ARTs – nos projetos.

E foi justamente isso tão debatido e negado na Câmara durante o ano passado. Talvez, se lá tivesse havido mais transparência e desmanchado as dúvidas da oposição, este assunto não chegaria ao MPSC e nem desembocaria numa CPP.

Se as ARTs existem, por burrice e teimosia, foram negadas aos vereadores na época. Era a hora de matar a cobra e mostrar o pau para o Ministério Público e os vereadores. E se aparecerem agora, esses documentos precisam ser investigados e saber qual a razão de toda essa celeuma e irresponsabilidade. Afinal, foi ela que deixou o governo Kleber, os políticos, os gestores públicos e técnicos no poder de plantão expostos.

Faltam chegar a documentação do Tribunal de Contas do Estado. E a partir daí as coisas podem piorar. A prefeitura, alegando complexidade, também não enviou toda a documentação pedida. Aguarda-se a complementação para esta semana. Acorda, Gaspar!

Prefeito Kleber foi cumprir um ritual na primeira sessão de trabalho da Câmara. Os vereadores governistas reclamaram do comportamento da oposição

Definitivamente, estamos em ano eleitoral. E quem não chora, não mama. Contudo, chorar sem razão, pode ser perigoso também.

O ex-vereador, ex-presidente da Câmara, atual prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, MDB, como fez em outros anos: foi à primeira sessão ordinária deste ano. E lá, como é do Regimento Interno, ele tinha até 15 minutos para discursar e falar sobre seus feitos. Usou essa prerrogativa. Mas, preferiu economizar aos cinco minutos e que será tema de outro artigo.

Os vereadores foram todos ouvidos. Respeito.

Era uma sessão de trabalho normal. Nada especial. E Kleber poderia ter feito o seu discurso e ido embora, mas preferiu assistir a primeira parte da sessão, dedicada aos discursos dos vereadores, num lugar de destaque da mesa diretora. E ele foi todo ouvidos. Respeito.

Então na tribuna, inscritos – e agora a ordem é por sorteio – teve vereador que elogiou à administração, quem pedisse e outros cobraram. É do jogo do parlamento onde o próprio Kleber é oriundo. É do exercício democrático. Respeito.

A fila de queixas de que os vereadores teriam desrespeitado, ou no mínimo, teriam sido deselegantes com o prefeito, começou por quem se espera mais equilíbrio nestas horas, Francisco Hostins Júnior, vice-líder do blocão MDB, PP, PSDB e PDT. E não foi a primeira vez. Já escrevi a respeito disso em outra oportunidade. A fila chegou ao líder do governo, Francisco Solano Anhaia, MDB, que é conhecido por esse tipo de questionamento.

Primeiro, sou testemunha porque ouvi a sessão inteira, não houve agressão e nem ato de deselegância de parte a parte. Não houve desrespeito nenhuma regra, educação e comportamento por parte de qualquer vereador situação – nas queixas que reporto no artigo – e da oposição – nas cobranças.

E para que não haja dúvida, coloco acima o pronunciamento do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, naquela sessão sobre um assunto espinhoso que já comentei acima, a CPP da Frei Solano.

Avaliem. Houve desrespeito? Ou existe uma regra no Regimento da Câmara não escrita, que quando o prefeito está presente nela, desperdiça-se à sessão e não se toca em assuntos sensíveis da sua administração pelos fiscais do povo em favor dos eleitores, exatamente na rara oportunidade que se tem para repetir naquilo que sempre falaram durante o mandato na tribuna da Câmara e que não é segredo para ninguém?

ASFALTAMENTO E CRECHES

Para citar mais dois, no mesmo tom se pronunciaram o vereador Rui Carlos Deschamps, PT, sobre a Color Química. Ela está vindo de Blumenau para cá e apesar da promessa feita de viva voz pelo prefeito aos empresários do Belchior Baixo, no Distrito do Belchior, ele não cumpriu o que acertou: o asfaltamento da Rua Vidal Flávio Dias, na ligação com a BR 470. Houve respeito até porque Rui incorporou no pedido, a vereadora da base e representante do distrito, Franciele Daiane Back, PSDB.

Outro pronunciamento que Kleber ouviu, foi da ex-vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa, PT, funcionária pública municipal como berçarista. Era à falta de vagas nas creches municipais em período integral e à falta de diálogo da secretária de Educação, Zilma Monica Sansão Benevenutti, com a comunidade. Houve respeito.

Ainda bem que isso foi na terça-feira, pois se a sessão tivesse ocorrido depois de quarta-feira, quando começaram as aulas, o prefeito Kleber teria ouvido sobre o improviso em algumas escolas bem como à falta de merenda em outras.

Resumindo. Os assuntos abordados pelos vereadores são recorrentes ou antigos e não ganharam solução até agora.

O que os vereadores da situação querem é – em ano eleitoral - esconder o sol com a peneira, mas está se vendo que o rei está nú. Quer transferir culpas e responsabilidades. Aliás, foi a tônica dos pronunciamentos de terça-feira dos governistas e oposicionistas.

E por que o rei está nú? Por causa de seus maus protetores. Eles insistem dizer que o rei está vestido, quando os olhos dos súditos lhes parecem outra coisa. E quem elege não é exatamente os seus protetores, mas os súditos. Estamos em ano eleitoral e os protetores sabem disso, mas preferem culpar o mensageiro pelas más notícias.

E no caso do prefeito Kleber, há mais de três anos ele próprio – e sua base na Câmara -sabe das más notícias via dezenas de requerimentos (alguns atendidos na marra via mandado de segurança) e centenas de indicações, uma grande parte esnobada e pior, gerada e assinada pela sua própria base de apoio na Câmara. Acorda, Gaspar!

A Câmara e os presidentes dela estão em dívida com a sociedade: o ponto facultativo continua sendo um trampolim para feriadões não permitidos aos pagadores de pesados impostos


A vereadora Franciele Daiane Back, PSD (foto acima), renovou uma indicação à mesa diretora da Câmara. É para que se acabe com os pontos facultativos na Casa. O pedido dela teve o apoio dos vereadores Francisco Hostins Júnior e Francisco Solano Anhaia, ambos do MDB.

E o tal espírito de corpo do funcionalismo entrou imediatamente em ação.

A reação da corporação pelo privilégio e contra a vereadora – os demais signatários foram poupados foi estampado na área de comentários da coluna Olhando a Maré, na internet, a mais acessada do portal Cruzeiro do Vale, há 30 anos referência na comunidade. “A pirralha da vereadora Francieli quer moralizar o serviço público e acabar com os pontos facultativos.
Pergunto porque ela não começa moralizando a Câmara de Vereadores? Por que ela não pede a redução do recesso dos vereadores de Gaspar? Ano eleitoral ela quer fazer o que não fez em três anos”.

Primeiro: eu não tenho procuração da vereadora. Segundo, há diferenças abissais entre eu e ela sobre quase tudo. Terceiro, isso não me impede de dizer que, no meu ponto de vista, ela está certa e mesmo respeitando à opinião do meu leitor chamado de Mário, ele está errado.

E por que? É realmente ano eleitoral, mas o pedido da Franciele está repetindo pelo terceiro ano consecutivo. Então não é oportunismo. Outra, o pedido de Franciele não abrange outros poderes se não onde ela própria está, a Câmara.

E por que? É que no Executivo, acertadamente, desde o primeiro dia de governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, o ponto facultativo foi abolido em Gaspar, sob o natural protesto do funcionalismo. Agora, já está mais conformado e aguardando um novo prefeito para pedir o privilégio de volta. Então o leitor errou mais uma vez.

A coisa – o corte do ponto facultativo - não andou na Câmara de Gaspar, porque nem Ciro André Quintino, MDB, nem o ex-presidente Silvio Cleffi, PSC, quiseram peitar um privilégio. Tudo para não ter os funcionários da Câmara no cangote e por temerem ser boicotados internamente. Nem mais, nem menos. É assim que funciona a pressão por novidades fora do padrão.

Outra. Sobre o recesso, ou é maldade (se for interno) ou má informação (se for espírito de corpo do funcionalismo como um todo). Na legislatura anterior e que era governada entre outras pelo mais longevo dos vereadores e hoje presidente do Samae, José Hilário Melato, PP, época em que subiu de 11 para 13 vereadores, aumentou-se as verbas dos vereadores, criou-se as assessorias parlamentares, o recesso era superior a 70 dias, incluindo o de julho. Agora é de aproximadamente 45 dias. Então, errou mais uma vez o leitor.

Avançou-se. Mas, há espaço para mais, como por exemplo, as férias dos assessores parlamentares. Em alguns casos usam o recesso para “descansar” e depois cumprem férias – a quem tem direito pela legislação -em pleno tempo de trabalho do vereador. Primeiro: isso é um privilégio. Segundo, prova-se que o vereador não precisa de assessor.

A CORDA ESTICADA NO LIMITE

E para encerrar. A repetida indicação, ressalto, da vereadora Franciele, antecedeu a uma polêmica que começou na semana passada, e vai perdurar por algum tempo.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a parasita está acabando com o hospedeiro, ou seja, não haverá dinheiro do povo (hospedeiro) via pesados impostos para pagar tantos privilégios do funcionalismo (a parasita). O sistema de sustentação das parasitas vai entrar em colapso. Todos os funcionários vão pagar um dia, se não houver uma reavaliação mínima e lógica a curtíssimo prazo de algo que está doente.

A reação do funcionalismo, corporações e sindicados foi virulenta, via imprensa e redes sociais. Lógico.

Mas, na quantidade o povo respondeu nas redes sociais, de forma surpreendente a favor do ministro, coisa que eu nunca vi na minha vida. Lembrou a Reforma da Previdência que estava à vista de todos. E o funcionalismo precisa reagir para se diferenciar de uma casta que é a minoria e cada vez quer, tem força de pressão no Legislativo e sabe como criar mais privilégios.

O que significa isso? Que o trabalhador sem estabilidade, os milhões desempregados, os outros muitos milhões que estão informalidade comendo o pão que o diabo amassou e os aposentados de salário mínimo, ou de BPC, não suportam mais pagar essa alta conta para poucos.

Então ao classificar a vereadora de pirralha, seja por ser jovem ou ter baixa estatura física, o meu leitor, mostra, no mínimo, que lhe falta argumento estruturado contra uma sugestão necessária. Acorda, Gaspar!

A direita e os ‘novos’ conservadores de Gaspar em pé de guerra. Estão sendo engolidos pelo oportunismo e os velhos esquemas de poder. PSL, Aliança, PRTB e PL disputam o mesmo naco


Márcio Cézar com o senador Jorginho Melo e um grupo de gasparenses na filiação pública realizada em Blumenau do deputado estadual Ivan Naatz no PL. Na outra foto ele jura fidelidade ao deputado Ricardo Alba, PSL.

A direita e os novos conservadores de Gaspar nem se organizaram e já “lutam” entre si. As redes sociais e os aplicativos de mensagens bombaram este final de semana com trocas de ironias, contra-informações, desconfianças, acusações e notícias falsas pela busca de poder e liderança aqui na cidade.

Há dois nomes e pontos em comum nessa história toda.

Um foi à filiação ao PL e com as bênçãos do senador Jorginho Melo, do polêmico deputado blumenauense, Ivan Naatz. Ele esteve por muitos anos no PDT e por breves períodos no Patriotas e o PV, legenda que lhe deu a eleição à Assembleia.

O outro ponto desse nó é Márcio Cezar, desconhecido na política gasparense, que da noite para o dia, no sábado passado, sem estar oficialmente filiado ao partido, “virou” o novo presidente do PL de Gaspar e segundo ele, por indicação do senador.

Márcio Cézar era PSL de Gaspar. Um guardião. Ninguém entrava ou saía sem passar por ele. Deu no que deu. E aí, via o deputado Federal, Coronel Luiz Armando Schroeder Reis, PSL, de Joinville, tentou articular o Aliança pelo Brasil. O pessoal que se desligou do PSL isolou Márcio Cézar e a coordenação, ficou com Demétrius Wolff. Foi Márcio Cezar que plantou a possibilidade do mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, de quem já foi cabo eleitoral, ir para o Aliança.

Na verdade, Márcio Cézar oferecia para qualquer emergência, o aluguel do PRTB – que é o partido do vice-presidente general, Hamilton Mourão e na mão de um aparentado e amigos por aqui.

Agora, com as portas fechadas nos partidos identificados com o clã da família do presidente Jair Messias Bolsonaro, Márcio Cezar apareceu com a chave do cadeado. Foi a Blumenau e de lá, segundo ele, num contato com o senador Jorginho Melo, como testemunham fotos, tornou-se presidente do PL de Gaspar. Quem quiser se filiar ao partido, terá que antes conversar, e muito, com ele. Ai, ai, ai.

Primeiro, ao que se saiba, o PL tem uma estrutura em Gaspar e não é de hoje. Segundo, Jorginho Melo não é dono do partido para nomear o novo presidente dele em comissões ou diretórios. É um processo estabelecido em lei e Jorginho é experimentado nisso e tem seus contados por aqui onde até trabalhou como gerente na agência do antigo Besc. Terceiro, assessores do senador e o próprio novo líder do PL abençoado por Jorginho, o deputado Ivan Naatz, a situação de Gaspar para eles ainda é desconhecida e vai passar por avaliação.

GUERRA DE DESCONFIANÇAS

Para gente que milita na direita em Gaspar, essa dança de Márcio Cézar por partidos novos ou alinhados com o clã Bolsonaro, se não é oportunismo, cheira estar a serviço dos velhos esquemas de poder, pois além de não ser uma liderança e aglutinadora, Márcio Cezar centraliza e impede o crescimento dos partidos. Para outros, todavia, vira e mexe. Márcio Cezar os coloca muito próximos dos que estão no poder de plantão, o MDB/PP.

Agora, Márcio Cézar diz que o governador Carlos Moisés da Silva e o deputado Ricardo Alba, de Blumenau a quem tinha fidelidade e devoção, são traidores dos ideais de Bolsonaro. Isso está estampado nas conversas que circularam nos aplicativos de mensagens e foram parar nas redes sociais, numa quebra sem precedentes do sigilo interpessoal.

Márcio, foi no mínimo descuidado. Apareceu antes da hora e esbanjou a força e articulação e que de verdade, não as possui ainda.

Volto para encerrar essa polêmica e que vai muito longe. O PL nasce em Santa Catarina como um barriga-de-aluguel para a direita e os conservadores, principalmente os alinhados com o Aliança pelo Brasil. É que o partido não terá tempo para disputar as eleições de outubro, mas quando pronto quer atuar e interferir no processo de poder local.

Em Gaspar, entretanto, além da direita e dos conservadores, o deputado Ivan Naatz recoloca no circuito gente como o engenheiro Rodrigo Althoff, e hoje está na docência, mas que pertenceu ao governo de Pedro Celso Zuchi, PT, e Gean Carlos Grimm, do Bela Vista. Por outro lado, deixa em sinuca de bico, o vereador Roberto Procópio de Souza, PDT, hoje alinhado com Kleber Edson Wan Dall, MDB, mas que já foi agente de governo do petista Zuchi e par de Althoff e Grimm na busca de votos para o PDT gasparense.

E é aí à dúvida dos da direita e conservadores que vão engordar o PL de votos seus, se Márcio Cézar não está a serviço do poder de plantão para dividi-los, micar ingressos, gerar mal-estar e tornar a eleição de seus representantes inviáveis.

Isto só o tempo esclarecerá. Tudo ainda está muito nebuloso. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Falta sala de reunião na prefeitura Gaspar? O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, prefere se reunir com o seu presidente da Fundação Municipal de Esportes e presidente do PSDB, Jorge Luiz Prucinio Pereira, em restaurante à beira da BR 470, no Belchior Baixo.

Esta quinta-feira, na Sociedade Alvorada, às 19h, é dia de reunião dos apoiadores do Aliança pelo Brasil, de Gaspar.

Quem é leitor ou leitora da coluna já sabia disso. O vereador Silvio Cleffi, PSC, confirmou na tribuna da Câmara na semana passada que vai deixar o partido. Segundo ele, foi a Florianópolis conversar com a direção partidária. Confirmou o PSC não possui planos de fortalecimento do partido em Santa Catarina, muito menos em Gaspar.

Silvio declarou que está estudando propostas de quatro partidos que o procuraram. Uau! Disse também que não decidiu ainda se concorrerá, e concorrendo, se será à reeleição ou um projeto mais ousado. Uau!

Vamos colocar os pingos nos ís para os leitores e leitoras. Silvio vai sair do PSC porque não tem a mínima chance de se reeleger pelo partido. Ponto final. O resto é lateralidade. Como informei, Silvio cansou da aventura de ser oposição e a oposição não confia nele inteiramente.

A vingança do poder de plantão e que fez o médico Silvio um ser político estava deixando-o sem asas, inclusive no âmbito profissional. A máquina de Kleber, Luiz Carlos Spengler Filho, PP e do prefeito de fato, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, MDB, não é fraca nesse quesito.

Quanto ao vereador Sílvio ir ou não à reeleição, está nas mãos de Kleber – seu criador político– e para onde Silvio, o fiel de templo, voltou. Silvio hoje é um carregador de votos. Só não se sabe se essa volta ao colo de Kleber pode prejudicá-lo no patrimônio que conseguiu como opositor momentâneo.

Ora, se Silvio voltou para Kleber, ele nunca será concorrente ao cargo de prefeito. Então não há escolhas além de abandonar a política ou tentar à reeleção. É preciso desenhar mais?

Estamos em ano eleitoral, certo? E às vezes me pego na observação do hábil político mineiro Tancredo de Almeida Neves: “quando a esperteza é demais, ela come o dono”. Insistir no trauma da esperteza em ano de eleição, é algo que foge a qualquer propósito.

A escolha errática do nome do CDI da Coloninha já estava em salmoura, quando o líder do governo, o vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, orientado não se sabe por qual “çabio”, ou lembrando os velhos tempos de PT, resolveu reiniciar o processo de salga.

Anhaia colocou no ar um áudio do advogado Valmor Beduschi Filho, que a princípio não tem nada a ver com o governo. Nele, Beduschi confessa ser ele o autor da nominação do CDI. E para complicar, como provocação, Anhaia pede ao Cícero Giovane Amaro, PSD, o representante da Coloninha, para se retratar com o secretário e presidente do MDB, Carlos Roberto Pereira.

Qual a razão disso? E ainda em ano de eleição? Para que sustentar um debate público que desgasta a família da homenageada, o governo e atiça à comunidade naquilo que ela foi alijada do processo de escolha do nome?

Terça-feira vai ter réplica. Depois vem a tréplica... Quando o governo e seus aliados perceberem, o desgaste estará às vésperas das eleições. Não seria o caso de ter passado à régua depois de todas as repercussões nas redes sociais e lideranças comunitárias? Meu Deus!

Diante da chuvarada da semana passada, entre tantas coisas, uma árvore interrompeu no final de semana, ligação do Gaspar Alto com Gaspar ou com Blumenau, via a Rua da Glória ou a Rua Pastor Osvaldo Hesse (foto abaixo).

Devido à demora no atendimento da prefeitura à ocorrência, e provocada por outras demandas, a comunidade, unida, tomou a iniciativa para desobstruir a estrada. E postou isso nas redes sociais.

Caramba! Iniciou-se uma polêmica entre os que defendiam à obrigação do serviço ser feito pela prefeitura e os que responsabilizavam os cidadãos pela solução dos problemas públicos, independente da participação do governo. Parece que cada dia fica mais claro que qualquer governo um elefante caro nas soluções comunitárias e de cidadania. Acorda, Gaspar!

 

 

 

 

 

 

 

Comentários

Herculano
13/02/2020 06:09
da série: o MDB gigolô do poder e desastro no poder, está sempre na bica ou à espreita...

O LÍDER QUE É CRUCIAL PARA MOISÉS, por Roberto Azevedo, no Makingof

Ainda sem horário definido, o deputado Valdir Cobalchini (MDB), na foto, deve se encontrar nesta quinta (13) com o governador Carlos Moisés da Silva (PSL) para tratar de um assunto fundamental para a administração estadual: o novo líder do governo na Assembleia.

Cobalchini deve ser convidado formalmente para a função, mas a tendência é que não aceite o pedido do governador, não só em função do posicionamento da cúpula emedebista, que rechaça a ideia, como pelo desgaste que a pauta Legislativa exigirá do ocupante da liderança.

O que se antevê da conversa é que Cobalchini não irá de mãos vazias ao encontro de Moisés, levará a ele pelo menos uma proposta, de se cercar de mais deputados, uns quatro ou cinco, que participem das articulações favoráveis às matérias do Executivo, visto que a base de apoio está cada vez mais diluída ou desesperançosa.

NAMORO ANTIGO

O nome de Cobalchini sempre apareceu nas apostas para a liderança do governo, pela proximidade de Moisés e pela independência na maior bancada da casa.

O episódio que culminou com o desembarque de Carlos Hassler da Secretaria da Infraestrutura foi prova da força do deputado, encorpada por um posicionamento unânime no parlamento.

E ELA

A deputada Paulinha da Silva (PDT) costuma brincar com a possibilidade de virar líder do governo.

Resume que não foi convidada, entre sorrisos, e desconversa rapidamente com jeito de quem não estaria disposta à missão.

ANTES PODIA, AGORA NÃO!

Presidente estadual do PSD, o deputado Milton Hobus encaminhou uma representação ao Ministério Público contra o que considera assédio do PSL a prefeitos para trocarem de partido. Hobus, que faz oposição ao governador Carlos Moisés, e, na semana passada, rasgou as respostas que recebeu do Executivo Estadual sobre o atraso na liberação de emendas parlamentares, quer que o MP acompanhe a execução de convênios e a liberação de verbas do Fundo Partidário nos municípios em que os prefeitos migrarem para o partido do governador. O deputado que representa o Alto Vale só esqueceu de mencionar que a prática de cooptar prefeitos, histórica nas relações políticas no Estado e no país, foi uma das tônicas da presidência que o antecedeu nas hostes pessedistas, quando o então deputado Gelson Merisio, em nome de seu projeto político e alimentado pelas verbas de dois governos consecutivos de Raimundo Colombo, engordou o PSD em Santa Catarina.

SOBRE O EPISóDIO

Independentemente disso, Hobus tem razão que há um limite para os convites e o processo de convencimento baseado em verbas públicas, enquanto denuncia que o presidente estadual do PSL, deputado federal Fábio Schiochet, leva uma "tabelinha de valores" quando visita lideranças e prefeitos.

O episódio que ele citou à tribuna da Assembleia, nesta quarta (12), demonstrou, mais uma vez, a necessidade de Moisés ter uma linha de proteção na liderança do governo, já que, às manifestações do presidente estadual do PSD, juntaram-se críticas de Ivan Naatz, líder do PL, e de Sargento Lima, líder do PSL (do B), ambos adversários do governador na casa.

NÃO DESISTIU

Defensor Público Estadual Ralf Zimmer Júnior avalia como vitória as decisões do MP, do TCE e do TJ em mudarem o entendimento sobre a equiparação dos salários dos procuradores do Estado com os da Assembleia, caso que ainda repercute nos bastidores, pelo menos no viés jurídico.

Na Assembleia, Zimmer, que circula por alguns gabineteas, procura um deputado que aceite propor, mais uma vez, a reabertura do processo de impeachment contra o governador e a vice-governadora, tarefa mais difícil depois que o presidente Julio Garcia arquivou a matéria.

EUFORIA NO SUL

Reitora Luciane Bisognin Ceretta, da Unesc, comemora a posição de segunda colocada na instituição no ranking das Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil, na categoria terceiro setor, de acordo com a revista Época em parceria com o site Great Place To Work (GPTW).

Para a Universidade Comunitária o prêmio é ainda maior porque entre as 15 empresas destacadas no ranking é a única catarinense, orgulho que se repete, pois, em novembro de 2019, a Unesc apareceu entre as 15 melhores de Santa Catarina na categoria médio porte.

ATÉ MAIS

O ministro-deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) perdeu o posto na Casa Civil muito menos pelas bobagens do seu ex-número dois, Vicente Santini, o que usou aviões da FAB para ir à Suíça e à Índia, do que pelas pesadas críticas que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) tem feito a integrantes do governo.

Onyx, pelo menos, fez as maldades que podia para Santa Catarina, para proteger interesses gaúchos e só depois perdeu musculatura no governo de Jair Bolsonaro, e se a máxima tiver certa, vem alguma bomba contra o ex-ministro já já.

QUASE EXPLICADO

Um dos motivos que poderiam ter apressado a saída de Paulo Bauer da assessoria especial da Casa Civil, em meio ao desmonte para enfraquecer Onyx Lorenzoni, foi revelado nesta quarta (12), com a decisão do Ministério Público Federal de São Paulo denunciar o ex-senador catarinense por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no Caso Hypermarcas, que caiu como uma bomba na campanha à reeleição, em 2018.

Estranho é que a delação premiada de Nelson José de Mello, ex-diretor da empresa, que deu origem à denúncia de que Bauer teria recebido R$ 11,8 milhões em propina para defender a empresa na área tributária sobre medicamentos humanos, havia sido objeto de pedido de anulação pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, ao ministro Edson Fachin, do STF.
Herculano
13/02/2020 06:01
da série: um raro naco de sensatez dos parlamentares a favor dos pagadores de pesados impostos e a farra das verbas políticas. Mas, é apenas um adiamento... Não é uma decisão.

CONGRESSO ADIA VOTAÇÃO DE VETOS DO ORÇAMENTO, por Diego Amorim, de O Antagonista

Ficou para depois do carnaval a votação, em sessão do Congresso, dos vetos de Jair Bolsonaro ao Orçamento de 2020.

A pressão funcionou, pelo menos por enquanto.

Como revelamos mais cedo aqui, havia um acordo para que fosse derrubado um veto específico, dando ao Parlamento o poder para definir o destino de 30,1 bilhões de reais em emendas neste ano eleitoral.

Senadores do Muda, Senado obstruíram a votação e ajudaram a empurrar a votação para frente.

Na próxima terça-feira, haverá reunião para tentativa de novo acordo.

"Uma mudança desse porte no Orçamento exige debate e transparência. Até a votação, vamos construir mecanismos para manter a viabilidade da gestão e garantir transparência", disse a O Antagonista o senador Alessandro Vieira (Cidadania).

Parlamentares do PSL, do PSOL, do Podemos e do Novo também se manifestaram contra a derrubada do veto e cobraram mais transparência na distribuição desses recursos, antes de eventual derrubada do veto.

Davi Alcolumbre acabou se vendo obrigado a adiar a votação, marcando uma reunião de líderes para tratar do assunto.

"Espero que a gente possa chegar ao entendimento na próxima terça, para estabelecer um cronograma para a votação dos vetos e do projeto para cumprimento dos acordos."
Herculano
13/02/2020 05:56
GENERAIS OCUPAM O PLANALTO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Congresso fica mais independente; núcleo original da gestão de governo se desfez

Jair Bolsonaro deve manter em 2020 o mesmo padrão de relacionamento com o Congresso observado em 2019: nenhum. Haveria ao menos um padrão mínimo de governo?

O Planalto é mais e mais ocupado por oficiais-generais.

Podem colocar ordem na zorra da coordenação administrativa, embora não tenham experiência de articulação de governo, ministerial, e ainda menos parlamentar.

O núcleo original de ministros "da casa", com assento no Planalto, acaba de se desmanchar de vez com a provável nomeação de um oficial-general de quatro estrelas para a Casa Civil.

Gustavo Bebianno foi demitido da Secretaria-Geral ainda em fevereiro do ano passado; o general Santos Cruz caiu da Secretaria de Governo em agosto em junho. Ambos foram abatidos com humilhação pela filhocracia, adepta da seita do orvalho de cavalo. Onyx Lorenzoni deve deixar oficialmente a Casa Civil, onde de fato jamais esteve, por inoperância.

A Secretaria de Governo é ora comandada por um general de quatro estrelas da ativa, Luiz Ramos. A Casa Civil pode ir para outro general de exército da ativa, Braga Netto, que seria outro chefe de Estado-Maior do Exército a ir para o governo, como foi o caso do ministro da Defesa, Fernando de Azevedo. Como foi o caso, aliás, dos generais-ministros Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional, GSI) e Luna e Silva (Defesa) no governo de Michel Temer.

A Secretaria-Geral é ocupada por um major PM, Jorge Oliveira, de longa relação familiar com os Bolsonaro, que tenta ser um gerente-geral jurídico-administrativo. Depois de uma quarentena na geladeira política, em parte autoimposta, o vice-presidente-general Hamilton Mourão foi convocado para conter a balbúrdia em parte da área ambiental, assumindo o Conselho da Amazônia.

Depois de levarem rasteiras inesperadas por eles mesmos quando pareciam conter as áreas mais lunáticas do governo (Itamaraty, filhocracia fazendo bagunça no play do Planalto), os oficiais-generais parecem dar a volta por cima de modo também imprevisto. O comando do Exército fica ainda mais identificado com o governo.

O sentido da mudança ainda é difícil de decifrar, como tanto no governo Bolsonaro.

Ao que parece, para o presidente, militares teriam a capacidade de gerência, mas não estariam inclinados a fazer carreira política ou sombra para Bolsonaro.

Para lideranças do Congresso, os generais são criaturas com quem se pode dialogar de modo razoável, racional e profissional, mas que não têm traquejo para articulações políticas maiores. Enquanto o comando do Congresso tiver lideranças mais ou menos comprometidas com isso que se chama de "agenda de reformas", toca e comanda o barco.

Isso vai durar? Os parlamentares pouco ganham do governo, têm cada vez mais poder sobre o Orçamento (emendas e investimentos em particular), são enxovalhados pelas milícias virtuais e aos poucos vão se cansando de carregar o piano de medidas impopulares.

Por ora, o governo tem maioria acidental, instável e desestruturada para aprovar linhas gerais da "agenda liberal", que nem é exatamente a de Paulo Guedes. Mas por que continuariam a apoiar o programa geral da elite e de parte do governo se do governo não precisam ou dele pouco recebem?

Não há pontes entre governo e Congresso, apenas pinguelas. Os comandantes do Exército ocupam o Planalto. Ministros da ala lunática continuam quase todos fora da casinha. Assim começa a política do ano dois da nova era.
Herculano
13/02/2020 05:52
TERRA ATÉ JÁ MATRICULOU FILHO EM ESCOLA DO CANADÁ, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta quinta-feira nos jornais brasileiros

O ministro Osmar Terra (Cidadania) parece se preparar para entregar o cargo a Onyx Lorenzoni (Casa Civil), que busca um ministério "operacional" para chamar de seu. Uma possibilidade considerada pelo presidente Jair Bolsonaro é nomear Terra embaixador do Brasil no Canadá, na gelada capital Ottawa. Talvez por coincidência, o filho de 13 anos de Osmar Terra já foi matriculado em escola canadense.

EMBAIXADOR NOVO

Um problema adicional para o governo é que o atual embaixador em Ottawa, Pedro Bório, foi nomeado há apenas dez dias.

BREVE CONSOLAÇÃO

Após haver lutado muito para ser embaixador em Washington, Pedro Bório ganhou Ottawa como prêmio de consolação. Agora, nem isso.

CARGO AMBICIONADO

Cidadania é um ministério de múltiplas atribuições e grande capilaridade, bem ao gosto de políticos com projetos eleitorais.

MINISTÉRIO GAÚCHO

A ideia de nomear Onyx no Ministério da Cidadania agrada Bolsonaro, entre outros fatores, porque se trata de um gaúcho substituindo outro.

RELATOR NÃO VAI CONTESTAR A CASSAÇÃO DE SENADORA

Encarregado da relatoria do caso da cassação da senadora Selma Arruda (Podemos-MT), a ser examinada na Mesa Diretora do Senado, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que é líder do governo, não antecipa sua posição, mas, fazendo jus à reputação de equilíbrio, uma coisa é certa: no mérito, nada será feito para mudar a decisão Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que cassou o mandato da ex-juíza federal.

A VINGANÇA DOS RÉUS

"Moro de saia", a ex-juíza Selma prendeu malfeitores da política e acabou vítima deles, que conseguiram cassar o seu mandato.

DESCONSTRUÇÃO POLÍTICA

A maior ironia é que Selma foi cassada por "abuso de poder econômico" e até "caixa dois", crime que passou a vida combatendo.

SENADO SEM PODER

Nessa, Davi Alcolumbre não segue o ídolo Rodrigo Maia: já avisou que o Senado "não tem o poder de deliberar sobre a decisão do TSE".

CADÊ A CPI DA ANEEL?

Na gaveta abarrotada de Rodrigo Maia está o requerimento da CPI da Aneel, apoiada por mais de 200 deputados, para investigar resoluções suspeitas da agência reguladora de energia elétrica. Seu autor, Léo Moraes (RO), agora líder do Podemos, cobrou de Maia a CPI.

MUITA CARA DE PAU

Após fazer coro com seu chefe nos insultos a Bolsonaro e ao Brasil, o chanceler da Argentina, Felipe Solá, esteve em Brasília pedindo ajuda para pagar sua dívida externa. O pior é que tem tudo para levar.

BRINCADEIRA DE CRIANÇA

O "príncipe" João Campos (PSB-PE) brinca de "prefeito federal" ou pensa que o povo é besta. Para não criticar malfeitorias do prefeito do Recife, do seu partido, ele ataca Bolsonaro dia sim, outro também.

RACISMO PETISTA

O ex-presidente do PT Rui Falcão (SP) conseguiu piorar as coisas ao negar ter chamado de "favelado" Hans River, que o acusou de racismo. Disse que não chamou de favelado, apenas de alguém "da periferia".

DENUNCIOU, INVESTIGOU

O ministro Humberto Martins soube das estranhas decisões da Justiça do Trabalho de Sergipe, de leiloar fábrica de cimento que já havia pago a dívida. Disse que a Corregedoria Nacional não analisa mérito, mas que denúncias contra a conduta dos juízes serão sempre analisadas.

DEU A IDEIA

Beneficiários de programas sociais pressionam o governo por um "13º", igual ao Bolsa Família, criado por Bolsonaro. Quem recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC) se manifestou na Câmara.

CONTROLE DO ESTADO

O senador Angelo Coronel (PSD?"BA) quer obrigar Facebook, Twitter, Instagram, WhatsApp e outros serviços online a exigir, por lei, o CPF do usuário para funcionar no Brasil. A desculpa? As fake news.

PROCURA-SE

Pesquisa do site de empregos Indeed, revelou alta acima de 200% nas vagas de tradutor. Outras seis profissões, quatro de tecnologia e duas de professores (inglês e ensino fundamental) subiram mais de 100%.

PIADA PRONTA

Na Argentina, a pasta responsável pela diplomacia se chama Ministério das Relações Exteriores e Culto. Culto ao peronismo?
Herculano
13/02/2020 05:34
CONSUMO DEVE MANTER DESTAQUE EM 2020, MAS INVESTIMENTO BAIXO LIMITA CRESCIMENTO, por Luana Miranda, Mestre em economia pela Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE/FGV) e doutoranda na mesma instituição, é pesquisadora do FGV/Ibre com foco em atividade econômica brasileira, para o jornal Folha de S. Paulo

Para destravar novos aportes, é preciso uma nova rodada de reformas

As vendas no comércio varejista encerraram 2019 com ritmo de crescimento aquém do esperado pela maior parte dos analistas. Apesar da alta em relação a 2018, a atividade no varejo ampliado registrou a segunda queda consecutiva na comparação com o mês imediatamente anterior.

Os resultados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que o impulso gerado pela liberação dos recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) foi parcialmente compensado pela inflação mais salgada no fim do ano, o que prejudicou, especialmente, as vendas nos supermercados.

O crescimento das concessões de crédito para pessoas físicas e a melhora gradual no mercado de trabalho contribuíram para a expansão das vendas de bens duráveis como veículos, móveis e eletrodomésticos em 2019, que cresceram 10%, 5,8% e 2,8%, respectivamente.

Os resultados mostram que há um aquecimento da demanda doméstica em curso, ainda que com ímpeto um pouco menor do que o esperado.

O consumo das famílias deve continuar sendo o principal motor da recuperação no pós-recessão, enquanto a carência de demanda no país concentra-se na falta de investimento.

Espera-se aceleração de 2% para 2,6% do consumo das famílias de 2019 para 2020, enquanto o investimento deve crescer 3,2% em 2019 e 4,1% neste ano. Apesar disso, estamos longe de recuperar o que foi perdido em termos de investimento. Para ter ideia, ao fim de 2019 o investimento ainda estará 25% abaixo do pico registrado em 2013.

O cenário atual de inflação controlada, taxa básica de juros em patamares historicamente baixos, expansão do crédito e consequente afrouxamento das condições financeiras cria condições favoráveis para o avanço da atividade econômica neste ano.

Contudo, os dados mais recentes divulgados evidenciam que a recuperação cíclica em curso ainda é frágil e desigual, por isso deve-se moderar o otimismo. Os desafios para a aceleração do crescimento permanecem e não são fáceis de serem resolvidos no curto prazo.

Desenha-se um cenário de aceleração do crescimento da economia em 2020, mas ainda em um nível modesto, em torno de 2%.

Para que a economia cresça a taxas mais elevadas, um ingrediente fundamental é o crescimento mais acelerado do investimento, o que é difícil de imaginar sem uma nova rodada de reformas.

Além disso, a forte desaceleração esperada para a economia chinesa, em decorrência da epidemia do coronavírus, gera preocupação dada a posição de destaque do país na pauta de exportações brasileira e soma-se ao impacto negativo advindo do acordo comercial entre China e Estados Unidos.

Todos esses fatores em conjunto têm potencial para frustrar, mais uma vez, as expectativas de retomada mais forte da economia brasileira.
Herculano
13/02/2020 05:24
da série: a corrupção enraizada em Santa Catarina

O QUE DISSE EM DEPOIMENTO A ADVOGADA DELATORA DA OPERAÇÃO ALCATRAZ, por Anderson Silva, no NSC Total, Florianópolis

Primeira delatora da operação Alcatraz, a advogada Michelle Guerra prestou depoimento para procuradores e delegados federais em 16 de dezembro de 2019 com detalhes sobre sua relação com o ex-secretário adjunto de Administração do Estado, Nelson Castello Branco Nappi Junior, que continua preso. Ambos eram sócios de um escritório de advocacia na Avenida Rio Branco, no Centro de Florianópolis, até 30 de maio do ano passado, quando a Polícia Federal (PF) desencadeou a ação contra uma suposta organização criminosa que atuaria, principalmente, dentro da secretaria.
A NSC teve acesso com exclusividade aos quase 36 minutos de perguntas e respostas do 16 de dezembro.

NA JUSTIÇA

Primeira delação premiada movimenta bastidores da operação Alcatraz

A empresa dos dois levava o nome de Michelle Guerra Advocacia. Oficialmente, além do trabalho dos advogados, prestaria serviços de consultorias. A PF, entretanto, aponta que tudo não passava de uma fachada para a emissão de notas frias usadas para "regularizar" o dinheiro oriundo de propinas vindas de contratos da secretaria de Administração. Em seu depoimento, a advogada diz que isso ocorria.

Ela fechou um acordo de delação com o Ministério Público Federal (MPF) que prevê redução da pena para prisão domiciliar com progressão de regime diante do uso de tornozeleira eletrônica. Em troca disso, deu o depoimento sobre as duas ações penais a que responde na Justiça Federal dentro da operação. Ela se comprometeu em dar detalhes sobre a organização criminosa, além de explicar a estrutura do grupo. Michelle está solta desde o começo de junho de 2019.

O DEPOIMENTO

Participam do depoimento os procuradores federais Alisson Nelício Cirilo Campos e Mário Sérgio Ghannagé Barbosa, integrantes da força-tarefa da Alcatraz no MPF, e os delegados da PF, Edgard Butze Grüdtner, Rodrigo Silva Muller. Michelle é acompanhada pelo seu advogado, Francisco Hayashi. Durante a fala da ré, o defensor faz apenas uma intervenção para complementar uma das informações.

Delação premiada

Os procuradores questionam ela sobre carros comprados por Nelson que estavam no nome do escritório de advocacia. Michelle confessou, por exemplo, que um dos veículos foi comprado com propina "através de esquemas envolvendo a secretaria de Administração". Segundo ela, o escritório não fazia serviços de advocacia. O único atendimento desde 2015, quando a empresa foi reaberta, teria sido feito pelo próprio Nelson a um familiar.

- O escritório não tinha clientes verdadeiros, ele estava sendo usado somente para emissão de notas frias, para recebimento de propina - disse a delatora ao explicar o motivo de ter enviado uma mensagem ao ex-secretário demonstrando receio em uma operação.
Nenhum dos carros comprados por Nelson, afirmou, foram usados pelo escritório, apesar de estarem no nome dele. A maioria dos veículos era de luxo.

Compra de prédio e loja da esposa de Nappi

O depoimento da advogada ainda tem foco em outras compras feitas pelo ex-secretário nos últimos anos. Uma delas é a sala comercial usada para o escritório, na Avenida Rio Branco. O espaço era alugado, segundo Michelle, mas depois Nelson resolveu comprá-lo por R$ 290 mil. Ela diz que os recursos para a aquisição não foram obtidos licitamente. A demora para a regularização da compra do imóvel teria ocorrido justamente porque o ex-secretário não tinha financeiramente como justificar a propriedade.
Michelle ainda falou sobre uma loja de propriedade de Cristiane Rios Nappi, esposa de Nelson. Segundo ela, uma das formas de "legalizar" o dinheiro que o secretário teria era simulação de vendas de produtos da loja. O dinheiro seria entregue para Cristiane, que providenciaria a entrada no caixa.

Contraponto

A coluna ouviu o advogado de defesa de Nelson e Cristiane Nappi, Leonardo Pereima. Sobre os carros e o suposto uso de propina para as compras, o defensor que as aquisições foram feitas com rendimento lícito dele como advogado e funcionário público, além do rendimento da esposa, assim como a sala onde funcionava o escritório de advocacia que ele mantinha como Michelle Guerra.

Em relação à loja, Pereima afirma que o espaço funcionava regularmente e descarta os relatos da advogada.O defensor nega o crime de lavagem de dinheiro, mas admite que Nelson cometeu o erro de atuar como advogado enquanto cargo público, o que o estatuto da OAB não permite. Porém, Pereima diz que isso deve ser apurado pela entidade.

- Todas as notas emitidas corresponderam a serviços de consultoria ou prestação de serviços para clientes. Não houve emissão de notas frias, muito menos recebimento de propina.

O advogado do casal Nappi classificou o depoimento como "extremamente genérico" e sem descrição do que teria ocorrido. Segundo ele, os relatos "não correspondem com a verdade".
Herculano
13/02/2020 05:15
da série: esta situação parasitária só existe porque o Legislativo (Câmara Federal, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais) feito de representantes do povo defendem castas de 5% da população que fungam melhor via sindicato e associação no gangote dos parlamentares para tungar o povo em privilégios que criam desigualdades e roubam os pesados impostos para o essencial. E tudo isso com ajuda do dos tribunais trabalhistas e do próprio judiciário estadual e federal. Basta lembrar, que o ministro Luiz Fux, do STF, deu uma liminar que garantia ilegalmente a juízes o auxílio moradia e por ano sustentou essa medida para chantagear ao aumento real da categoria.

'PARASITAS' DE GUEDES Só EXISTEM PORQUE AS REGRAS EM VIGOR PERMITEM, por Fernando Canzian, no jornal Folha de S. Paulo

O total de servidores na administração pública federal saltou de 532 mil para 712 mil nos últimos 15 anos.

O aumento, de 34%, foi muito superior ao crescimento populacional, de apenas 15%.

No período, a remuneração média desse funcionalismo subiu 53% além da inflação, ampliando para 96% a diferença entre o que os servidores ganham e o que é pago na iniciativa privada para funções semelhantes.

Em termos de rendimentos médios, o dos servidores é bastante superior ao da inciativa privada: R$ 11.842 ante R$ 1.960. A diferença, de quase R$ 10 mil, limitava-se a R$ 2.500 há 15 anos.

A folha de servidores do governo federal tem 440 diferentes rubricas, que precisam ser administradas por 15,5 mil funcionários a um custo anual de cerca de R$ 1,6 bilhão.

Entre as funções que deixaram de existir há muito tempo no setor privado ainda há datilógrafos, operadores de videocassete e especialistas em linotipo - um equipamento antigo de produção de textos que usava chumbo derretido.

Em vez de terem sido extintas as inúteis, novas carreiras foram criadas, resultando em um aumento de 319% em seu total desde os anos 1980.

Novo diagnóstico do Ministério da Economia feito com base em dados do IBGE, Banco Central e Tesouro, entre outras fontes, mostra que o funcionalismo público tornou-se de fato algo muito grande dentro do Estado brasileiro.

O gasto com servidores quase não cabe mais na receita obtida com a elevada carga tributária, a maior entre as economias emergentes. Na prática, o governo vem se tornando cada vez mais um enorme RH, responsável por recolher impostos e pagar salários.

Mas quando usou o termo "parasitas" para falar da relação entre os servidores e o "hospedeiro" (o Estado) há alguns dias, o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi extremamente infeliz.

Filho de uma servidora do Instituto de Resseguros do Brasil, Guedes estudou em colégio militar, graduou-se em uma universidade federal e ingressou na Universidade de Chicago com uma bolsa do governo federal. Sob esse ângulo, é um produto do Estado.

Mas, de fato, há um crescimento acelerado nas despesas obrigatórias (funcionalismo, Previdência e programas sociais) e cortes acentuados nos investimentos imprescindíveis para manter a máquina pública funcionando.

Muitos estados estão no mesmo caminho. Onze já consomem mais de 60% de sua receita corrente líquida com pessoal, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, de 2000, que deveria limitar as despesas com servidores a esse percentual máximo.

Embora extremamente permissivo, o aumento dos gastos com o funcionalismo no Brasil seguiu regras que foram sendo aprovadas e adaptadas para que isso ocorresse. Não houve ilegalidade.

Agora, na mão contrária, a Proposta de Emenda à Constituição 186 pretende instituir mecanismos de ajuste fiscal para União, estados e municípios para momentos em que as despesas ultrapassarem determinado patamar. Entre elas, haveria diminuição da jornada de trabalho com o correspondente corte na remuneração do servidor.

O projeto já é foco de forte reação da frente parlamentar do serviço público no Congresso, com 255 deputados, quase a metade dos 513.

Uma linguagem mais apropriada do principal ministro do governo talvez ajudasse a mostrar o que está em jogo.
Miguel José Teixeira
12/02/2020 08:57
Senhores,

Aclive ou declive?

Extraído do "Pensando Bem. . ." da coluna do CH replicada abaixo:

"...agora que o Brasil foi retirado pelos Estados Unidos da lista de países "em desenvolvimento", somos oficialmente desenvolvidos."

Ou

somos oficialmente subdesenvolvidos.

Assim como aclive ou declive, depende do ponto de vista!
Renato
12/02/2020 08:55
Hoje é mais um dia que o presidente da câmera Ciro, vai para florianópolis apenas para ganhar diárias. Vai toda quarta-feira e leva sempre algum aspone com ele, para ganhar diária também.
A camera de Gaspar com ele na presidência virou um poço sem fundo. Anunciaram que economizaram milhões, mas a despesa só aumentou. De 2016 para 2019 a despesa aumentou em 1milhão e meio por ano. Também só de diárias o presidente gastou 12 mil no ano passado. Toyota Corrola de Luxo, e outras mordomias.
E a imprensa caladinha...
Miguel José Teixeira
12/02/2020 08:44
Senhores,

Huuummm. . .o ex-presidiário lula viajou para o Itália acompanhado de 2 (dois) advogados!
Será que vai visitar o "companhêru de armas" cesare battisti?

Indulto papal ou insulto papal?

Bom! De um argentino podemos esperar de tudo. . .ou de nada. . .

Aguardemos, pois o retorno do ex-presidiário, talvez como "São Lula, o padroeiro dos corruPTos".
Herculano
12/02/2020 07:16
GOVERNO PAGA A CONTA DE BOBAGENS, E NO ANO COMEÇA MAL NO CONGRESSO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Plano de zerar imposto de combustíveis morre, mais vetos de Bolsonaro caem

O governo começa o ano no Congresso pagando contas de sua balbúrdia boquirrota, de sua falta de planejamento, de articulação política e de prioridades. Mau sinal para um ano parlamentar curto e mais difícil por causa da eleição e porque a boa vontade parlamentar já não é a mesma de 2019.

O programa reformista ainda deve andar neste ano, no essencial. Mas, como previsto, muito deputado e senador se pergunta por que deve sustentar a estabilidade político-econômica do governo de Jair Bolsonaro, aprovando leis duras, sem nenhum bônus e, além do mais, sofrendo campanhas de difamação das milícias virtuais bolsonaristas.

Para começar, era bravata e bazófia aquela história de "zerar" impostos sobre combustíveis ("zere o seu que eu zero o meu", disse mais ou menos Bolsonaro). O presidente e suas milícias fizeram chacrinha nas redes por uns dias com essa ideia obviamente lunática de deixar de tributar combustíveis, começando pelo ICMS, o que quebraria de vez os estados.

O ministro Paulo Guedes e os governadores, avacalhados por Bolsonaro, "concordaram" em deixar que o assunto seja tema dos debates da reforma tributária e do pacto federativo - "na volta a gente compra", como diziam as mães. Em resumo, houve uma tentativa de sair de fininho do vexame de uma ideia inviável, mera demagogia agressiva.

O saldo da bravata é um tanto mais de desmoralização político-intelectual do Planalto, como se fosse possível, e ainda mais desconfiança dos governadores.

Para continuar, os parlamentares vão derrubar mais vetos de Jair Bolsonaro a novidades na lei que dá diretrizes para a proposta e a organização do Orçamento, algumas de fato amalucadas.

No essencial de um assunto muito enrolado, o Congresso acabou ficando com mais poderes para definir investimentos. Para tanto, vai derrubar vetos de Bolsonaro, mas fez um acordo para não passar um trator na vontade presidencial, acordo o que deixou muito parlamentar com ainda mais má vontade com o governo, para dizer a coisa de modo suave.

"Pelo visto a promessa de empoderar o Parlamento não era 100% verdadeira, mas tudo bem, não vamos brigar por isso", escarneceu, de leve, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Como se não bastasse, o dia foi de fofoca e idas e vindas a respeito do que, faz semanas, era uma das prioridades do governo neste ano, a reforma administrativa (revisão de carreiras, cargos, reajustes, estabilidade e avaliação do funcionalismo). O governo não conseguia se decidir se manda ou não a emenda constitucional para o Congresso.

Por que a indecisão? Em parte, Bolsonaro teme causar revolta contra seu governo. Em parte, o filme dessa reforma ficou queimado ou pelo menos borrado pelo fato de Paulo Guedes ter chamado servidores de "parasitas", na semana que passou.

Em parte, ainda não se sabe qual será a recepção do projeto no Congresso, que começa o ano de mau humor com o governo e menos disposto a carregar nas costas e sozinho, sem apoio do Planalto, projetos em tese impopulares.

Os parlamentares ainda esperam sinais da opinião pública antes de pensar se vão embalar outro Mateus que não pariram, ainda mais em ano eleitoral (e, pior ainda, desagradando a parentes, agregados, bases eleitorais e tantos amigos do funcionalismo na Casa).

Pelo jeito, até que o "parlamentarismo branco" organize a pauta do governo, não saberemos bem o que será do governo (sic).
Herculano
12/02/2020 07:12
REFORMA TERÁ A CARA DA ASSEMBLEIA, por Roberto Azevedo, no Makingof

Vencida a primeira etapa, a admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário, o relator da Reforma da Previdência, deputado Maurício Eskudlark (PL) afirma que a proposta do governo do Estado não deve ser desidratada, mas sofrerá a avaliação dos parlamentares.

De acordo com Eskudlark, ainda líder do governo no Legislativo Estadual, haverá atenção especial aos servidores públicos que têm direito adquirido e àqueles que estão prestes a se aposentar.

Muitos deputados, inclusive Eskudlark, defendem que, dentro do que foi aprovado pelo Congresso Nacional e incluído na Constituição Federal, seja preservado o que foi consolidado e se considere o fato de que, em Santa Catarina, há uma realidade diferente do país, pois foi feita uma reforma, em 2015, que gerou um novo novo cenário para os servidores que assumiram depois da aprovação no parlamento.

A questão a ser definida passa pela idade mínima de aposentadoria, 62 para as mulheres e 65 para os homens, na maioria dos quadros do Estado, e 57 anos para as mulheres e 60 para os homens, para o magistério, motivo de preocupação por parte dos deputados, depois das análises nas comissões de Finanças e Tributação e de Trabalho, Administração e Serviços Públicos.

SEM TEMOR

Eskudlark afirmou que os deputados, e ele como relator da matéria até o final da tramitação da reforma, não temem a pressão natural que virá dos diversos segmentos do funcionalismo, recheadas de manifestações.

"Isso é a democracia", resumiu o líder do governo na Assembleia.
Herculano
12/02/2020 07:07
da série: o péssimo exemplo da Igreja Católica enquanto ela se alinha com notórios manchados, diz não entender a razão pela qual perde fiéis.

O INDULTO PAPAL DE LULA

Lula viajou a Roma acompanhado por dois de seus advogados: Cristiano Zanin e Manoel Caetano.

A visita ao Vaticano, de fato, faz parte de sua estratégia de defesa. Lula quer um depoimento do papa Francisco absolvendo-o de seus crimes.
Herculano
12/02/2020 07:04
OS INTOCÁVEIS, por Helio Beltrão, por Helio Beltrão, engenheiro com especialização em finanças e MBA na universidade Columbia, é presidente do instituto Mises Brasil, no jornal Folha de S. Paulo.

A equipe de Guedes sofre como a de Eliot Ness, sabotada pelos interesses da corporação

Se Margaret Thatcher estivesse hoje na equipe econômica de Paulo Guedes, teria suas iniciativas barradas pela máquina herdada de governos anteriores, em geral concursados.

Poucos se dão conta de que o Ministério da Economia é formado por uma maioria de burocratas, usualmente de economistas e juristas que exercem o poder há décadas e que podem emperrar avanços.

A equipe de Guedes sofre como a do investigador Eliot Ness em sua missão para parar Al Capone: é pequenina e usualmente sabotada pelos interesses da corporação interna.

Muitos obstáculos à adoção de melhores práticas têm origem na máquina, não na opinião pública ou no Congresso. Toda e qualquer iniciativa de diminuição da ingerência estatal tem que ser negociada com burocratas com obsessão por controle, resistência à modernização, desconfiança da boa-fé do cidadão e apego fetichista a papéis, despachos e carimbos.

A competição regulatória, pública ou privada, é saudável para o desenvolvimento. Significa que um produto homologado por órgão internacional competente pode ser comercializado livremente, independentemente de aprovação prévia por agência reguladora nacional. Muitos países adotam essa prática.

O decreto 10.229, de 5 de fevereiro e que passa a valer em junho, é um passo inicial do Brasil nessa direção. Em casos de avanços tecnológicos internacionais de segurança comprovada que tornem regulamentações brasileiras desatualizadas, a legislação permitirá que o produtor brasileiro utilize normas de institutos internacionais renomados como o ISO, o Codex Alimentarius e o IUT como alternativa ao Inmetro, à Anvisa e à Anatel, respectivamente. Tanto a indústria quanto o consumidor poderão seguir a norma internacional caso o órgão brasileiro deixe de atualizar a questionada restrição em até seis meses.

Cito três casos entre inúmeros que serão impactados. O suplemento melatonina, substância produzida naturalmente pelo corpo humano e indicada para distúrbios do sono, enxaqueca e diabete, é vendido livremente nos EUA e em boa parte dos países europeus, mas não no Brasil.

Certas funções do relógio digital Apple Watch, como a que capta os pulsos elétricos do coração para indicar arritmias e anormalidades, são bloqueadas em todo o território nacional por determinação da Anvisa, que a considera um "equipamento médico" sob sua jurisdição.

Pesagens de rotina em estradas ainda exigem que caminhoneiros realizem paradas longas, com riscos de roubo e oportunidades de corrupção, pela proibição da balança dinâmica em movimento, comum no exterior.

Somos todos reféns da regulação arbitrária e desatualizada, enquanto o mundo desfruta de melhoria de padrão propiciada por novos produtos e serviços.

Ruim para o consumidor, pior ainda para a indústria. Maquinários novos são proibidos, normas técnicas estão estagnadas no século passado, e o custo Brasil se perpetua.

Thatcher, que se inspirou nas ideias do economista austríaco e Nobel de Economia F. A. Hayek, virou referência no mundo não por sedução teórica, mas por seus resultados práticos.

O ritmo dos resultados do Ministério da Economia deve ser ditado pelos liberais, e não pelos sabotadores do avanço, veteranos na máquina pública. Guedes sabe que o compromisso do Brasil deve ser com a urgência, não com o formalismo, impecável no papel, mas inibidor e asfixiante do desenvolvimento.

O brasileiro clama por um abre-alas para sua liberdade, mas o corporativismo teima em atravessar o samba.
Herculano
12/02/2020 06:59
DEIXA AS ÁGUAS ROLAR, por Carlos Brickmann

Foi mais ou menos nessa mesma época do ano, a época em que São Paulo fica alagada. Só que a data era 1966, ou 1967 - faz mais de 50 anos. Henry Maksoud, notável engenheiro especializado em Hidráulica, contou direitinho ao Jornal da Tarde por que um fenômeno natural e previsível como chuvas mais fortes sempre pegavam a cidade de surpresa e a deixavam inundada. Houve erros que deixaram indefesa a maior cidade da América do Sul. Mas 50 anos depois houve tempo para corrigi-los. E corrigidos não foram.

Mas vamos esquecer coisas mais complicadas como fazer com que parte do solo da cidade, impermeável, deixe de absorver a água. Vamos ao básico: aquele trabalho básico de cuidar da casa, de manter bueiros limpos, rios sem detritos, áreas de bombeamento funcionando. Pois bem: nunca se gastou tão pouco em prevenção de desastres naturais. Economizou-se muito nas várias administrações, do petista Fernando Haddad, do tucano João Doria, de seu sucessor, o também tucano Bruno Covas. O dinheiro que não se gastou no que deveria ser gasto acaba de perder-se, diluído nas águas das enchentes.

Não é questão paulistana: parece que largar mão do que deveria ser feito é mania nacional. Em 2019, o Governo Federal previa gastar R$ 306,2 milhões em projetos de contenção de inundações. Investiu R$ 99 milhões. Em 2012, em valores corrigidos pela inflação, a verba era de R$ 4,2 bilhões.

Nem precisa chover muito: de promover as enchentes cuida o Governo.

FESTIVAL DE RECORDES

Duro é ver e ouvir, durante as enchentes, as explicações das autoridades incompetentes. "Em um dia, choveu o previsto para três meses", "as chuvas bateram o recorde de 1742 e atingiram o maior volume desde que começaram as medições", "graças ao trabalho de excelência realizado pelo Governo, os prejuízos foram muito menores do que poderiam ter sido".

MENINOS , EU VI

Quando autoridades de outras cidades se dão ao desfrute de chutar essas explicações, vá lá. Mas ouvir as autoridades de sua cidade, onde você assiste ao que acontece, tem um sabor especial. Num determinado dia, este repórter verificou que, no maior viaduto de São Paulo, todas as bocas de lobo estavam entupidas ?" e com requintes: havia tanta terra em cada bueiro que ali nascia mato em abundância. Quem disse que autoridades não se preocupam com o papel da vegetação na prevenção de enchentes? Mato no bueiro, quem diria!

CHORO LIVRE

Muitas queixas porque os Estados Unidos retiraram o Brasil da lista de países economicamente emergentes - o que reduz benefícios, torna mais complexas as negociações, dificulta a concessão de tarifas especiais. E vem a frase clássica: e isso que Bolsonaro só faltou se naturalizar americano para votar em Trump!

Acontece que o Brasil pediu por muitos anos a inclusão na OCDE, Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o clube dos países mais ricos do mundo. E não tem sentido participar ao mesmo tempo de um grupo de países especialmente beneficiados por ser pobres e de outro que inclui as nações mais ricas e desenvolvidas. Se optar pela OCDE é ou não bom negócio, esta é uma decisão de Governo. Mas ficar com os dois, aí já não é possível.

SONHO LIVRE

O Orçamento que Trump apresentou ao Congresso prevê crescimento de 3,1% do PIB no quarto trimestre do ano fiscal. Nestes anos Trump, os EUA vêm crescendo constantemente, reduziram a taxa de desemprego a 3,5%, que quase equivale a pleno emprego, mantêm a inflação baixa (e, queixa-se o presidente, seria possível crescer um pouco mais, se o Federal Reserve Bank fosse menos conservador e liberasse a queda mais rápida dos juros). Se esta tendência da economia americana se mantiver, será difícil barrar a reeleição de Trump. Pleno emprego e crescimento econômico costumam render votos.

BATEU, PAGOU

O economista Luiz Carlos Bresser Pereira, várias vezes ministro nos governos de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso, é alvo de uma ação que chega perto de um milhão de reais. Os fatos: em 1999, ministro da Ciência e Tecnologia de Fernando Henrique, se irritou quando o juiz federal Antônio Souza Prudente, em medida liminar, impediu que a soja transgênica fosse legalmente plantada no país antes de estudos de impacto ambiental. E soltou o verbo: disse que o juiz era "irresponsável", que a decisão era uma "tolice" que "depunha contra o Judiciário".

O juiz processou a União por danos morais. Ganhou R$ 501.982,22. A Advocacia Geral da União entrou com ação regressiva contra Bresser, cobrando dele, o autor das frases, o reembolso das despesas da União. O caso está no STJ, e Bresser é cobrado a ressarcir a União, com juros, correção, etc. Segundo o ótimo portal jurídico gaúcho Espaço Vital, Bresser pode interpor agravo regimental no STJ e tentar um recurso extraordinário ao Supremo. Mas o risco de pagar é alto.
Herculano
12/02/2020 06:53
A VIDA E A MORTE DE ADRIANO DA NóBREGA SÃO DUAS HIST?"RIAS MAL CONTADAS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O silêncio de Fabrício Queiroz é voluntário, o do miliciano foi inevitável

Ganha um fim de semana em Rio das Pedras quem conseguir montar um cenário plausível para a seguinte situação:

Setenta policiais participam de uma operação para a captura do "Capitão Adriano", foragido desde o ano passado. Suspeitando que ele se escondeu na chácara do vereador Gilsinho de Dedé (PSL), alguns deles formam um triângulo e cercam a casa. Tratava-se de uma área rural, sem vizinhos.

Segundo a versão da polícia baiana, ratificada pelo governador Wilson Witzel (Harvard Fake '15), "chegamos ao local do crime para prender mas, infelizmente, o bandido (Medalha Tiradentes '05) que ali estava não quis se entregar, trocou tiros com a polícia e infelizmente faleceu".

Conta outra, doutor. Ou, pelo menos, conta essa direito. Adriano da Nóbrega estava cercado. O bordão "trocou tiros" é um recurso gasto. Antes da chegada da polícia, o miliciano já fugira da casa onde estava com a família, na Costa do Sauípe, e do esconderijo onde se abrigara, numa fazenda próxima à chácara.

Os policiais podiam ficar a quilômetros da casa e o bandido poderia atirar o quanto quisesse, mas continuaria cercado. Se a intenção fosse capturá-lo vivo, isso seria apenas uma questão de tempo. Três dias depois da operação, as informações divulgadas pelas polícias foram genéricas e insuficientes para entender o que aconteceu.

Na melhor da hipóteses, os policiais foram incompetentes. Na pior, prevaleceu o protocolo de silêncio seguido pelo ex-PM Fabrício Queiroz, chevalier servant da família Bolsonaro e administrador da "rachadinha" de seus gabinetes parlamentares, onde estiveram aninhadas a mãe e a mulher de Adriano. O silêncio de Queiroz é voluntário, o do miliciano foi inevitável. Fica no ar um trecho da fala triunfalista de Witzel, no qual ele disse que a operação "obteve o resultado que se esperava".

Quando a polícia estava no rastro de Adriano, o ministro Sergio Moro vangloriou-se de ter organizado uma lista dos criminosos mais procurados. Nela estavam 27 bandidos, mas faltava o "Capitão Adriano". No melhor burocratês, o ministério explicou: "As acusações contra ele não possuem caráter interestadual, requisito essencial para figurar no banco de criminosos de caráter nacional". Conta outra, doutor. Dois dos listados eram milicianos municipais do Rio de Janeiro. Ademais, a interestadualidade de Adriano foi comprovada na cena de sua morte, com policiais baianos e fluminenses.

O secretário de Segurança do governo petista da Bahia prometeu transparência na investigação da morte do miliciano. Seria uma pena se a cena do tiroteio tiver sido alterada. Numa troca de tiros deveriam existir cápsulas da arma de Adriano. Seria razoável supor que a polícia disparou mais tiros, além dos dois que atingiram o bandido. A cena poderia ter sido filmada, mas isso seria pedir demais, mesmo sabendo-se que se tratava de uma operação de relevância nacional. A captura de Adriano lustraria a polícia e jogaria luz sobre suas conexões. A morte do ex-capitão serviu apenas para aumentar as trevas que protegem essa banda das milícias do Rio.

Faz tempo, uma patrulha do Exército perseguiu outro ex-militar foragido pelo interior da Bahia. Chamava-se Carlos Lamarca. Apesar de ter teatralizado a cena de sua morte, o oficial que comandava a patrulha não falou em troca de tiros. Narrou uma execução.
Herculano
12/02/2020 06:39
PEC QUE ACABA 'PENDURICALHOS' DORMITA NA CÂMARA, por Cládio Humberto, na coluna que publicou nesta quarta-feira, no jornal Folha de S. Paulo

O deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) pede pressão da opinião pública para a Câmara votar e aprovar sua PEC dos Penduricalhos, que acaba privilégios no serviço público como os auxílios creche, paletó, mudança, livro, saúde, jornais e alimentação. Ele protestou contra o fato de a elite do serviço público (procuradores, auditores etc) receber entre R$1.200 a R$2.500 a título de "auxílio-creche" enquanto apenas 32% das crianças, a maioria muito pobre, têm acesso a creche.

PRIVILEGIADOS REAGEM

Colegas do deputado paraibano já o abordaram reclamando da sua pregação contra os privilégios. Acham que é "ataque ao Legislativo".

É DIFÍCIL ACABAR REGALIAS

O Senado não vota projeto de Cunha Lima, aprovado na Câmara, que extingue carro oficial. É que todo senador tem direito a essa mordomia.

SAQUE A DESCOBERTO

A estatal de energia CEB, de Brasília, quebrada e devendo R$1,2 bilhão, firmou acordos que a obriga há anos a pagar "auxílio-babá".

POLÍTICO MERECE REPULSA

Pedro Cunha Lima concluiu que o meio onde vive merece a reputação conquistada: "Político tem rejeição porque tem que ter mesmo".

'IMPULSIONAMENTO ILEGAL' VIROU FAKE NEWS NA CPI

Hans River, um homem negro, cabelos "black power", parecia vestido do modelito certo para que políticos do PT reforçassem o envolvimento do presidente Jair Bolsonaro com notícias falsas ou "impulsionamento" ilegal de mensagens. Mas na CPMI das Fake News Hans virou "tiro pela culatra". Ele disse que não trabalhou para Bolsonaro e sim para os então candidatos Fernando Haddad (PT) e Henrique Meirelles (MDB).

PRESENTE DE GREGO

O depoimento de Hans River representou um presente para os opositores do PT, no dia em que o partido de Lula completou 40 anos.

DENÚNCIA FAKE

River deixou mal até os que denunciaram o suposto impulsionamento ilegal de Bolsonaro, já negado pelo Whatsapp.

DOMINOU

Após a sessão, os assuntos "CPMI" e "Hans River" se transformaram no 1º e 5º trending topics, os assuntos mais comentados do Twitter.

QUE DÁ, DÁ

O tributarista Eliézer Marins disse que a proposta de Jair Bolsonaro de zerar o ICMS dos combustíveis "é possível, mas não é nada simples". Para ele, não basta um decreto, é preciso lei aprovada no Congresso.

NADA PESSOAL

O presidente Jair Bolsonaro gosta dos seus ministros, mas alguns o preocupam, como Osmar Terra (Cidadania). Nada pessoal. É que a toda hora parlamentares reclamam de falta de "prestígio" no ministério.

INDÚSTRIA DE MULTAS S/A

Um morador de Brasília foi multado por trafegar a 600km/h e um outro a 700km/h. O DER-DF verifica "se" houve engano. E teve o brasiliense multado em Belém, sem nunca ter ido ao Pará, por circular sem cinto de segurança... numa moto. Terão de pagar o assalto para recorrer.

RANDOLSONARO

O senador Randolfe Rodrigues (Psol-AP) é oposição ao governo, mas aprovou a ideia de Bolsonaro cortar impostos e propôs zerar PIS/Cofins sobre combustíveis. Com o fim do Bolsodoria, nasce o Randolsonaro?

CAROÇO NO ANGU

Depois de confirmar que as vozes no áudio da portaria do condomínio de Bolsonaro não são do presidente e nem do porteiro que disse ter falado com "seu Jair", a polícia investiga agora se o áudio é verdadeiro.

ALô, CORREGEDOR

A Justiça do Trabalho de Sergipe colocou em leilão uma fábrica de cimento e de outros bens de empresa de valor dez mil vezes maiores que os bens penhorados. Não é só justiçamento, tem coisa aí. Não admira que tantos já defendam o fim da Justiça do Trabalho.

EUROPEU NÃO É LATINO

Na festa do Oscar, Antonio Banderas foi citado por apresentadores estrangeiros e brasileiros ignorantes como "representante latino" em Hollywood. Ele nada tem de latino, nasceu na Espanha colonizadora.

MENTIROSOS BLINDADOS

Orientado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), pesquisadora da Fiocruz lançou aplicativo para denunciar notícias "ofensivas ou mentirosas". Não incluiu denúncia de políticos oportunistas e mentirosos.

PENSANDO BEM...

...agora que o Brasil foi retirado pelos Estados Unidos da lista de países "em desenvolvimento", somos oficialmente desenvolvidos.
Herculano
12/02/2020 06:28
GOVERNO ABUSA DE BARBEIRAGENS E HESITAÇõES NA AGENDA ECONôMICA, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Ofensa de Guedes a servidores só deu combustível a políticos que não querem reforma

No famoso episódio em que Fernando Henrique Cardoso tentou estabelecer uma idade mínima para as aposentadorias, a proposta foi derrotada por um voto. O deputado Antonio Kandir disse que se enganou e apertou o botão errado no plenário. Um colega fez troça: "Se for difícil apertar botão, fica difícil viver".

O governo tinha maioria no Congresso, mas tombou com trapalhadas desse tipo. Dias depois, FHC ainda chamou de "vagabundos" aqueles que se aposentam cedo demais. Tentou se explicar, mas pagou caro e bloqueou discussões mais profundas sobre a reforma da Previdência.

Jair Bolsonaro conseguiu mudar as regras de aposentadoria, mas dá outras trombadas na agenda econômica. Na prometida reforma administrativa, que deveria mudar normas do serviço público, o governo abusa de barbeiragens e hesitações.

A ofensa de Paulo Guedes a funcionários que chamou de "parasitas" só deu combustível a políticos que não queriam reformar coisa alguma. Parlamentares e integrantes do governo passaram a levantar dúvidas sobre o clima para aprovar o projeto.

Um deles, com toda a certeza, é o próprio presidente. Ainda no ano passado, Guedes adiou a reforma pela primeira vez. A culpa era dos protestos no Chile, que impressionavam Bolsonaro e criavam o temor fantasioso de protestos violentos aqui.

O ministro jura que o presidente ainda apoia a mudança para os servidores, mas afirma que o timing é o problema. Há 40 dias, o presidente vacilou de novo e disse que o projeto ainda precisava de "um polimento".

O texto deveria ter chegado nesta terça (11) ao Congresso, mas o governo vacilou. Guedes pode ter apertado o botão errado na cabeça do chefe.

Um depoente mentiu nove vezes e insultou a jornalista Patrícia Campos Mello na sessão desta terça da CPI das fake news. Para atacar mais uma vez a imprensa, aliados do presidente passaram a reproduzir a imundície. As redes de apoio ao governo nadam de braçada no esgoto.
Jair da pref
11/02/2020 19:33
Herculano, o exetivo mandou para camara um projeto que retira o limite de gastos que o samae pode ter com a drenagem.
Hoje a lei diz que o samae pode gastar até o maximo de 20% da arrecadação efetuada no exercicio.
A lei não especifica se percentual é sobre a arrecadação total, que inclui os valores que os municipes pagam de taxa de lixo e agua ou se é somente com que as taxas de agua.
Segundo informações do repassadas pelo diretor de residuos sólidos do Samae, o valor arrecadado com as taxas de residuos não suficiente nem para pagar as despesas que o samae tem com a prestação desse serviço. Ou seja, o samae usa dinheiro da taxa de agua para cobrir os dusptos com residuos.
Além disso, desde a aprovação da Lei que mandou a drenagem para o samae, o dinheiro que deveria ser usado para garantir que não falte agua para o povo de Gaspar esta sendo usado para abrir valas e escoar agua da chuva. E mau usado como podemos ver no caso da Frei solano.
Se essa lei for aprovada teremos uma autarquia sucateada em pouco tempo, pois os investimentos que deveriam garantir agua de qualidade para todos vao ser usados para obras eleitoreiras, pois as obras de drenagem aparecem mais que as redes de agua, são feitas muito mais rapidamente e causam poucos transtornos no transito, ao contrario da drenagem que serve de palanque.
Além do mais essa lei da drenagem que esta em vigor tem validade somente até esse ano.
Segundo a area de engenharia do samae, se o dinheiro que foi usado em drenagem tivesse sido gasto com a agua, poderiam ter construido mais 2 reservatórios de 1,5 milhões e construido alguns kilometros de redes novas para evitar que o povo ficasse sem agua.
Miguel José Teixeira
11/02/2020 09:21
Senhores,

"Nome de Skaf é rejeitado para o comando do Aliança Pelo Brasil"

Também pudera! Comandar o quê?

Skaf conseguiu falir a indústria têxtil fundada pelo pai, segundo jornalistas do segmento.

No comando da poderosa FIESP ele é conhecido como o "industrial sem indústria". . .lá os recursos financeiros entram fácil, fácil. . .
Miguel José Teixeira
11/02/2020 08:44
Senhores,

Estou com vertigem!

A coluna do CH, replicada abaixo, revelou que a tal PeTra é uma ParasiTa dos ParasiTas. . .

Parafraseando Luiz Galvão e Antonio Pires:

PeTra, PeTra, PeTrinha. . .
. . .
Por minha cabeça não passava
Só somente só
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
. . .

Pois é. . .concordo com tarso genro (infeliz do sogro e da sogra): a esquerda tupiniquim peremPTóriamente é obsoleta!

Herculano
11/02/2020 07:30
O QUE FOI DISCUTIDO NO RESTAURANTE DE BEIRA DE ESTRADA ENTRE O SEU PREFEITO KLEBER E ASSESSOR?

Primeiro, a minha nota que abriu o Trapiche e que está na coluna abaixo:

Falta sala de reunião na prefeitura Gaspar? O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, prefere se reunir com o seu presidente da Fundação Municipal de Esportes e presidente do PSDB, Jorge Luiz Prucinio Pereira, em restaurante à beira da BR 470, no Belchior Baixo.

VOLTO

Ontem, o prefeito anunciou a saída do seu chefe de Gabinete Roni Muller, que veio da tal Gecon e que já foi assessor parlamentar de Ciro André Quintino, MDB, e que não sentam mais na mesma mesa.

Houve uma troca. Jorge Luiz que é presidente do PSDB, vai para a chefia - lugar que sempre pleiteou - e Roni vai para a Fundação, segundo Kleber, área que ele sempre queria, mas nesta, notoriamente, foi rebaixado.

A verdade. Jorge não tinha a chefia de gabinete, porque o prefeito de fato e presidente do MDB, o secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, não queria. Perdeu.

Roni era o espião do secretário e Roni não deu conta do recado. Ambos Perderam. Como está na hora das amarrações políticas para se perpetuar no poder, é melhor perder os anéis agora dos que os dedos em outubro. Nem mais, nem menos. Acorda, Gaspar!
Herculano
11/02/2020 07:21
DA SÉRIE, QUEM NÃO DEVE NÃO TEME, OU QUEM SE AUTOPROCLAMA UM GESTOR EXEMPLAR E TRANSPARENTE NÃO DEVIA SONEGAR INFORMAÇõES MÍNIMAS AOS REPRESENTANTES E FISCAIS DO POVO

COMISSÃO PARLAMENTAR PROCESSANTE DA CÂMARA ACIONA A JUSTIÇA PARA OBTER DADOS QUE PEDIU AO PREFEITO KLEBER EDSON WAN DALL, MDB.

Como sou acusado de inventar e exagerar nos meus textos, vou à preguiça e vou copiar e colar um press release da Câmara de Vereadores. E ai, todos tirem as suas conclusões.

Ei-lo:

A Câmara de Vereadores de Gaspar (CVG) ajuizou nesta segunda-feira (10) embargos de declaração para que a Justiça se manifeste sobre o pedido de busca e apreensão de documentos solicitados pelos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Rua Frei Solano ao prefeito Kleber Wan-Dall.

Na última sexta-feira (7), a CVG impetrou um mandado de segurança para obter na íntegra as informações sobre as obras do trecho, pois o Executivo havia respondido parcialmente à primeira solicitação realizada em 18 de dezembro do ano passado.

Entretanto, a decisão judicial apenas concedeu prazo de 10 dias ao prefeito sem pronunciar-se sobre o pedido feito inicialmente pelo Legislativo.

"Nesse ponto, no que tange a não manifestação sobre o pedido de decretação da busca e apreensão imediata das informações, tem-se que os embargos colhem fundamento, ainda, no inciso IV do §1º do artigo 489 do Código Processual, por remissão expressa do inciso II do parágrafo único do já citado artigo 1.022", diz trecho do documento.

De acordo com o presidente da CPI, vereador Dionísio Luis Bertoldi (PT), a CPI terá 90 dias de prazo de duração e se a Comissão não estiver com os documentos necessários, isso deverá atrapalhar os trabalhos.
Herculano
11/02/2020 07:16
da série: é São Paulo, mas em Gaspar é igualzinho...

COM CHUVAS CADA VEZ MAIS INTENSAS, RIOS QUE VIRAM RUAS VOLTARÃO A SER RIOS, por Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, foi relator do Plano Diretor e Secretário de Cultura de São Paulo, no jornal Folha de S. Paulo.

Se não for alterado o modelo urbanístico, as enchentes não só se repetirão como se tornarão mais intensas

Enquanto em Los Angeles o filme coreano "Parasita", que mostra uma enchente avassaladora afogando um bairro pobre em Seul, recebia vários Oscar, São Paulo vivia uma noite dramática da mesma natureza.

Era óbvio que uma tempestade dessa dimensão chegaria a São Paulo, após os desastres em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Os eventos extremos gerados pelas mudanças climáticas vieram para ficar e serão cada vez mais contundentes. O governo não pode mais continuar negligenciando essa questão.

Já as gestões locais não podem mais se justificar dizendo que em uma noite choveu mais o previsto para o mês, baseadas em médias históricas. A emergência climática está gerando chuvas recordes no sudeste brasileiro e isso não é mais um fenômeno excepcional mas um evento que se repetirá. Aconteceu agora em São Paulo e, há duas semanas, destruiu Belo Horizonte, na maior chuva em cem anos. Voltará a acontecer!

Os efeitos do aquecimento global estão chegando mais rápido do que o esperado, superando os modelos previstos pelos cientistas, como afirmou Carlos Nobre, um dos maiores especialistas no tema. Fenômenos climáticos extremos que só eram esperados após 2030 estão acontecendo já nessa década.

O enfrentamento sério dessa questão exige tanto medidas capazes de mitigar o aquecimento global, previstas nas metas do Acordo de Paris, que o Brasil se comprometeu a cumprir em 2016 mas que Bolsonaro despreza, como a alteração do modelo de desenvolvimento urbano das nossas cidades, cujo protagonismo é das gestões municipais.

No caso de São Paulo, esse modelo urbanístico se caracteriza por uma mancha urbana que cresceu sem respeitar o meio físico. O solo foi excessivamente impermeabilizado e áreas verdes foram destruídas. A arborização foi negligenciada em meio a ruas estreitas e repletas de fiação aérea.

As várzeas do Tietê e do Pinheiros, que deveriam ter sido transformadas em parques após a retificação dos rios, foram ocupadas por uma urbanização selvagem. Não por acaso, a Ceagesp e outras áreas junto à marginal do Pinheiros estão inundadas.

As Áreas de Proteção Permanente, faixas de 30 metros ao longo de córregos, que deveriam ser preservadas, foram ocupadas por avenidas, na lógica da prioridade para o automóvel. As principais avenidas da cidade estão sobre os córregos. Embora o equívoco dessa solução já esteja diagnosticado há muito tempo, há dez anos o governador José Serra, com o apoio do prefeito Gilberto Kassab, criou mais três faixas na marginal do Tietê, retirando cerca de 1.500 árvores e áreas permeáveis.

Empreendimentos imobiliários impermeabilizam o subsolo e bombeiam águas subterrâneas para a superfície. Favelas junto aos córregos ou em encostas íngremes, que se tornam áreas de risco, são inevitáveis frente à especulação com terrenos ociosos e a falta de soluções habitacionais. A ausência de uma política séria de resíduos sólidos e de limpeza urbana gera acúmulo de lixo que entope as bocas de lobo.

Nessas condições, a drenagem é insuficiente para absorver os altos índices pluviométricos, agravada pela impermeabilização do solo e pela falta de arborização, que ampliam e aceleram a chegada da água nos fundos de vale, rios e córregos da cidade.

Construir mais piscinões, como está previsto e não tem sido realizado pelos governos municipais e estadual (que gastaram, respectivamente, 48% e 43% do orçamento previsto no ano passado para drenagem), é necessário frente aos equívocos do passado. Mas se não for alterado o modelo urbanístico da cidade, as enchentes não só se repetirão como se tornarão mais intensas, pois o problema é estrutural e exige mudanças mais profundas, ainda mais radicais do que as propostas no Plano Diretor de São Paulo.

Entre elas, podem ser citadas:

Ampliação da permeabilidade do solo e do subsolo nos empreendimentos imobiliários, reforçando a cota ambiental

Criação de um programa de apoio para a implantação de tanques de captação das águas pluviais nos lotes, para retardar a chegada da chuva no sistema de drenagem, solução mais sustentável do que os custosos piscinões

Contenção rigorosa da expansão horizontal da área urbanizada, fortalecendo a zona rural, já adotada em São Paulo e que precisa ser estendida para toda a região metropolitana

Preservação das áreas verdes existentes, impIantando os 168 parques previstos no Plano Diretor e ampliando a arborização urbana, com adequado manejo

Promoção de uma forte campanha educativa e publicitária para reduzir a geração de resíduos sólidos e melhorar a manutenção e limpeza das ruas para evitar o acúmulo de lixo que reduz a vazão do sistema de drenagem e gera assoreamento de córregos e rios

Produção de moradias em massa, para remanejar os moradores em áreas de risco e em fundo de vale, com subsídios para atender a baixa renda

Criação de um sistema de alerta em áreas de risco para situação emergenciais

A tragédia deve servir de alerta para que a sociedade se conscientize de que a mudança climática é uma questão que afeta de forma dramática a vida dos cidadãos, que o planejamento urbano é indispensável para enfrentar o problema das enchentes e que apenas medidas estruturais, proporcionais a esse desafio, podem garantir resultados sustentáveis para a aliviar os graves efeitos dos eventos climáticos extremos.
Herculano
11/02/2020 07:08
O ADENSAMENTO E A IRRESPONSABILIDADE

De Xico Graziano, no twitter:

Em 1983 caiu chuva parecida em SP. Em 1967, o rio Pinheiros teve enchente assim. Os catastrofistas se aliarão aos governantes, porém, para dizer que o fenômeno se deve às mudanças climáticas. E menosprezarão o adensamento populacional.

VOLTO E REPLICO

Esse adensamento populacional foi irresponsável permitido pelas autoridade e abusivo pelos cidadãos que ocuparam áreas sabidamente que eram de rios ou seja, de alagamentos, de pântanos e banhados.

Na maioria delas, o poder público é conivente, pois abriu estradas e ruas, concedeu alvarás, permitiu a instalação de água encanada, luz e cobra tributos, como o IPTU.

E tudo isso passou pelas Câmaras, sob as mais ardilosas justificativas em busca de votinhos. Em Gaspar e Ilhota abundam estes exemplos.

E depois quem paga esta conta? Os que perdem e os que pagam pesados impostos que são desviados para o socorro. E os políticos espertos, culpam São Pedro, os adversários e agora, a mudança climática.

E se é mudança climática, está na hora então da prevenção. E a prevenção começa pela mudança da legislação, pela fiscalização mais rigorosa na proteção do cidadão e da sociedade.

Herculano
11/02/2020 07:01
JÁ ESTÁ VALENDO A REGRA DESDE O DIA PRIMEIRO DE JANEIRO. TODA PESQUISA QUE SER QUER VER DIVULGADA, DEVE ESTAR REGISTRADA NO TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL CINCO DIAS ANTES DA DIVULGAÇÃO.

EM SANTA CATARINA, ATÉ AGORA, Só UMA PESQUISA FOI REGISTRADA: EM CHAPECó
Herculano
11/02/2020 06:57
QUEM AVISOU O MILICIANO?

Conteúdo de O Antagonista. Um PM da Bahia, em seu depoimento, disse que tentou convencer o miliciano Adriano da Nóbrega a se render:

"Perdeu, a gente sabe que você está aí! Joga a arma para fora".

Segundo O Globo, o miliciano, que "estava atrás da parede da cozinha, teria reagido com um tiro de pistola - e acabou levando dois, de fuzil (...).

Para um grupo de autoridades que o monitorava, não se pode dizer que ele foi surpreendido pelo grito do policial.

O objetivo, agora, é descobrir quem o avisou não só do cerco montado na manhã de domingo, mas das movimentações de investigadores para buscá-lo nas semanas que antecederam sua morte".
Herculano
11/02/2020 06:53
NÃO SOMOS MAIS UMA COLôNIA

Do ministro da Justiça, Sérgio Moro, no twitter:

Estive no Supremo Tribunal Federal, nessa audiência pública. Se empresas de tecnologia com sede no exterior e filial no Brasil querem fazer negócios aqui- e queremos que façam -, têm que se submeter à lei brasileira e à jurisdição das Cortes brasileiras.Não somos mais uma colônia
Herculano
11/02/2020 06:50
QUEM É O VERDADEIRO PARASITA NO CINEMA E NO MUNDO REAL? por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, mestre em filosofia pela USP, no jornal Folha de S. Paulo.

Uso do termo não nos ajuda a entender as relações sociais em sua complexidade
"Parasita", vencedor dos principais prêmios do Oscar no domingo (9), não foi o meu filme favorito do ano. (Eu ficaria com "Era uma Vez em... Hollywood" ou "1917".) Seja como for, o quadro das relações sociais traçado pelo vencedor vem bem a calhar num momento em que a desigualdade desponta como um dos grandes problemas globais.

Em "Parasita", a extrema desigualdade social faz com que o único caminho para a família Kim sobreviver seja se infiltrar pouco a pouco como serviçais da família Park. Entre fraudes e pequenos golpes para aproveitar algumas das benesses da vida dos Park, que permanecem ?"em sua inocência?" alheios aos planos dos Kim, estabelece-se uma relação parasitária.

O conflito, contudo, não se estabelece entre parasita e hospedeiro, e sim entre os Kim e outra família pobre com quem disputam as migalhas que caem da mesa dos patrões. Destroem-se mutuamente sem reconhecer o verdadeiro beneficiário de sua situação precária.

Coloca-se, evidentemente, em questão quem seriam os verdadeiros parasitas. Afinal, os Park, que desfrutam uma vida de ócio e prazeres, só o fazem porque contam com o trabalho incessante de desesperados como os Kim, cujo abandono social os leva a se sujeitar a qualquer exploração.

E, para completar, com a exploração econômica vem o desprezo humano, no completo desinteresse dos patrões pela vida dos empregados e seu incômodo com o cheiro deles. Conforme a tensão cresce, um desfecho de violência brutal torna-se inevitável.

Quando rotulamos uma classe ou grupo social de "parasita", estamos dizendo que ele é um peso, um gasto extra que não gera retorno e que, por isso, pode e deve ser combatido.

Na URSS, o "parasitismo social" era crime previsto em lei, punindo quem não trabalhasse (não raro, intelectuais críticos do regime). Na Alemanha nazista, estigmatizava povos que não tinham um território próprio, como os judeus e os ciganos.

No discurso atual, os "parasitas" podem ser qualquer um: beneficiários de programas sociais, banqueiros, políticos, sindicalistas, imigrantes, artistas, funcionários públicos (como na fala recente de Paulo Guedes).

Não há nada de científico aí: em cada caso, faz-se um recorte tendencioso em que o grupo é pintado como uma corja de malandros ou preguiçosos que suga recursos da sociedade. Podemos até aceitar que alguns indivíduos são, com justiça, descritos como parasitas. Mas no caso de grupos inteiros a atribuição é sempre descabida.

Ela é útil para criar ódio: para nos colocar no estado de espírito em que nos dará prazer ver um membro do grupo "parasitário" sofrer. E também nos garantirá um inimigo incondicional, do qual não poderemos esperar colaboração, mesmo para objetivos em comum.

Criticar o termo não é negar a existência de problemas distributivos: seja por setores do funcionalismo que têm salários e reajustes automáticos muito acima do mercado, seja por multimilionários que pagam menos impostos que um trabalhador comum. Elaborar regras que produzam uma sociedade mais eficiente e justa é um trabalho complexo e muito diferente do mero desejo de punir funcionários públicos ou banqueiros.

O uso do termo pode se prestar à mobilização política, mas não nos ajuda a entender melhor as relações sociais em sua complexidade e nem a resolver os problemas que delas surgem. Entre os Kim e os Park, quem são os verdadeiros parasitas? Ficar preso a isso só perpetua as relações desiguais que, em última análise, são destrutivas a ambos.
Herculano
11/02/2020 06:33
SENADO PODE OBRIGAR MP A FAVORECER O ACUSADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Está na pauta do Senado um projeto que altera radicalmente a atuação do Ministério Público. De autoria de Antonio Anastasia (PSDB-MG), a proposta altera o artigo 156 do Código de Processo Penal para estabelecer a obrigatoriedade de o MP "buscar a verdade dos fatos" também a favor do indiciado ou acusado. Já com parecer favorável do relator, o projeto será votado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em caráter terminativo, ou seja, será a palavra final do Senado.

ISENÇÃO OBRIGATóRIA

Anastasia lembra que o MP tem as mesmas garantias da magistratura e por isso precisa de idênticas obrigações, como da imparcialidade.

PALAVRA FINAL

O projeto aprovado em caráter terminativo é a palavra final do Senado sobre o tema para enviar à Câmara, à sanção ou para promulgação.

AVAL IMPORTANTE

O projeto ganhou força com o parecer favorável do relator Rodrigo Pacheco (MDB-MG), cujos conhecimentos jurídicos são respeitados.

ÁGUAS DE MARÇO

Com muitos projetos na fila, uma estimativa otimista indica que será votada em março a proposta de Anastasia. Tem chance de aprovação.

QUARENTENA PODE PROTEGER AGÊNCIAS DE LOBISTAS

Projeto da senadora Simone Tebet (MDB-MS) tenta blindar as agências reguladoras do domínio cada vez maior pelas empresas reguladas. A proposta limita a indicação de acionistas, sócios ou dirigentes de empresas privadas na diretoria das agências. Já seria um começo. Na ANS (planos de saúde), um dirigente é egresso de um escritório de lobby das empresas do setor. Na Aneel (energia elétrica), a Polícia Federal investiga benefícios que teriam sido comprados por empresas.

UM ANO AFASTADO

A ideia de Tebet é impor quarentena de 12 meses ao pretendente de cargo de direção, após seu desligamento da empresa onde atuava.

LOBBY FOI MAIS FORTE

Essa tentativa de proteção à sociedade foi vetada na Lei Geral das agências reguladoras, em vigor desde o ano passado.

CONTRA O CONSUMIDOR

"Temos de acabar com a possibilidade de lobby", diz Tebet, de olho em agências que beneficiam empresas em prejuízo dos consumidores.

AMOR, NEGóCIOS À PARTE

Após Lula culpar a falecida por suas mutretas, chegou a vez de o seu "amigo-irmão" Sérgio Cabral entregar a própria mulher já no primeiro depoimento de sua delação, implicando-a em lavagem de dinheiro.

OLHO NO CARGO

Quem quer agradar o secretário de Assunto Fundiário do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, basta tratá-lo de "vice-ministro". E nem é o secretário executivo, nº 2. Mal esconde o desejo de virar ministro.

GENERALIZOU, PERDEU

Paulo Guedes errou ao generalizar, mas a reação corporativista à sua comparação do setor público com parasita, pela qual se desculpou, fez crescer o apoio entre os demais 95% de brasileiros do setor privado.

CONTÁGIO À DISTÂNCIA

Em Portugal, e isto é sério, restaurantes chineses registram queda de 10% de clientes, em razão do coronavírus. Resta saber que tipo de contágio os portugueses temem, a 10.331km de Wuhan, na China.

PERDERAM, BEBÊS

O que faziam no Oscar, evento elitista, capitalista, e não-inclusivo, a herdeira da Andrade Gutierrez (empreiteira da Lava Jato) Petra Costa, um sujeito de boné do MST e uma índia fazendo cara feia?

NUNCA FOI TÃO MAIS CHATA

A cerimônia do Oscar 2020 registrou a pior audiência de todos os tempos, metade dos 57 milhões espectadores de 1998. Não por acaso, foi a mais desagradável, demagógica, "politicamente corretos". Argh!

MAS, E O GOLPE?

Apesar de proclamar "prioridade à esquerda", o PT já permitiu que seus candidatos fechem alianças com partidos que apoiaram o impeachment de Dilma, como DEM e PSDB, diz o senador Álvaro Dias (Pros-PR).

BILHõES SÃO MISTÉRIO

Dona informal do DPVAT, a Seguradora Líder informa que o relatório de 2019 é "estatístico", não contém demonstrações financeiras. O documento com seus bilhões será publicado apenas no dia 28.

PENSANDO BEM..;

...servidores públicos são tão parasitas do governo quanto o governo age como parasita dos pagadores de impostos.
Herculano
11/02/2020 06:23
AS BOLSONARADAS DE FUX E ALCOLUMBRE, por Rainier Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Ministro e senador dão sua particular contribuição ao enxovalhamento das instituições

Em tempos de descrédito das instituições, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o futuro presidente do Supremo, Luiz Fux, acharam por bem se apegar a mesquinhos interesses corporativos para dar as suas bolsonaradas.

Autor de algumas das decisões mais desarrazoadas do atual colegiado - como as de caráter liminar que garantiram por quatro anos o indiscriminado pagamento de auxílio-moradia a juízes até que eles ganhassem um reajuste salarial -, Fux suspendeu por tempo indeterminado a implantação do juiz das garantias. A lei foi aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República, aqueles que, pelas regras republicanas, detêm tal atribuição.

A Fux caberia promover, preferencialmente de forma colegiada, a análise do caso à luz da Constituição. Em vez disso, preferiu inovar, ganhando o aplauso da Lava Jato e das associações de magistrados.

Já o presidente do Senado ameaça não só estabelecer um rito procrastinatório para retirar o mandato de parlamentares cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral como até se insurgir contra uma decisão judicial.

A Câmara restabeleceu na semana passada o mandato do deputado Wilson Santiago (PTB-PB), acusado de embolsar dinheiro de obras contra a seca. Um ato claramente corporativista, mas que respeita o entendimento estabelecido pelo próprio STF. A corte decidiu em 2017 que cabe ao Legislativo a palavra final sobre o afastamento de parlamentares contra os quais não há condenação.

Alcolumbre quer forjar ritos e aventar opções para uma situação em que a única atitude legal é a declaração da perda do mandato da senadora Juíza Selma (PODE-MT), condenada por caixa dois eleitoral.

Em qualquer momento histórico, as atitudes de Fux e Alcolumbre seriam motivo de constrangimento institucional. No atual, em que justamente Supremo e Congresso são apontados, e com razão, como freios aos arroubos antirrepublicanos vindos do Palácio do Planalto, elas são nada menos do que inadmissíveis.
Herculano
10/02/2020 18:29
COM TODO O RESPEITO

De GuilhermeFiuza, da Gazeta do Povo, Curitiba PR, no twitter;

O primeiro-ministro Rodrigo Maia voltou animado das férias escolares dizendo que todo o serviço público tem q ser tratado com respeito. A não ser quando é para sabotar os q fazem as reformas chamando o governo de usina de crises. Os parasitas estavam com saudade do seu porta-voz.

De @olhandoamare no retuite:

Concordo: todo serviço público deve ser tratado com respeito.O que é desrespeitoso,são os privilégios das castas do serviço público sustentadas pelos pesados impostos, inclusive dos desempregados,dos que vivem de bico, aposentado de salário mínimo,BPC e que pagam Rodrigo Maia
Herculano
10/02/2020 18:28
PRESIDENTE E MILICIANO COABITAM O MESMO NOTICIÁRIO, por Josias de Souza, no Uol

Espantosa época a atual, em que o presidente da República, seu filho mais velho e um miliciano apelidado de Caveira coabitam a mesma notícia. Neste domingo, a coisa tornou-se ainda mais horripilante, pois aos nomes de Jair Bolsonaro, do primogênito Flávio Bolsonaro e do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega acrescentou-se uma expressão macabra: "Queima de arquivo."

Foragido há um ano, Adriano Magalhães foi localizado na cidade baiana de Esplanada. Numa operação conjunta, as polícias do Rio de Janeiro e da Bahia passaram o personagem nas armas. Advogado do fugitivo, Paulo Emílio Catta Preta diz ter recebido um telefonema dele na terça-feira da semana passada.

Catta Preta declara que aconselhou o cliente a se entregar. E o Caveira: "Doutor, ninguém está aqui para me prender. Eles querem me matar. Se me prenderem, vão matar na prisão. Tenho certeza que vão me matar por queima de arquivo." Na versão do doutor, o miliciano não disse que segredos que guardava. Tampouco esclareceu a quem interessava incinerá-los.

Chefe da milícia de Rio das Pedras, no Rio, Adriano era amigo de Fabrício Queiroz, o faz-tudo dos Bolsonaro. Trabalharam juntos na PM. A mãe e a mulher do miliciano foram enfiadas dentro da folha salarial 'rachadinha' do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio.

Queiroz alegou que a família do amigo "passava por grande dificuldade, pois à época ele estava injustamente preso." A despeito das complicações penais, o Caveira foi condecorado por Flávio com a Medalha Tiradentes, a mais elevada comenda da Assembleia Legislativa do Rio. Em 2005, Jair Bolsonaro, então deputado, subiu à tribuna da Câmara para criticar uma condenação imposta ao miliciano.

A polícia diz ter matado o Caveira numa troca de tiros. A família do morto alega que ele não estava armado. O doutor Catta Preta exigirá apuração dos fatos. Maurício Teles Barbosa, secretário de Segurança da Bahia, chama a tese da "queima de arquivo" de "teoria da conspiração".

De acordo com o secretário, é usual que a polícia baiana, quando solicitada, auxilie forças policiais de outros estados. Esclareceu que o caso de Adriano foi tratado como prioridade por ser de relevância nacional."

Curioso, muito curioso, curiosíssimo. No final do mês passado, o Ministério da Justiça divulgou uma lista dos bandidos mais procurados do Brasil. Excluiu-se o nome do Caveira Adriano. A equipe do ministro Sergio Moro alegou que o amigo dos Bolsonaro praticava crimes em âmbito local, não nacional.

Por mal dos pecados, havia na lista da Justiça um par de milicianos em condições análogas às de Magalhães. A esse ponto chegamos: o discurso de campanha de Bolsonaro em defesa da lei e da ordem, que já soava como conversa mole, vai ficando desconexo. Presidente e miliciano coabitando o mesmo noticiário não é algo trivial.

Quando a coabitação vem acompanhada da expressão "queima de arquivo", não outro caminha senão o de acomodar a encrenca em pratos bem asseados. Rapidamente.
Herculano
10/02/2020 18:28
LIBERAL NÃO, MONOPOLISTA! por Ronaldo Lemos, advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S. Paulo.

Governo dobra a aposta na manutenção de certificado digital monopolizado

O governo federal acenou que iria digitalizar os serviços públicos para acabar com o martírio da burocracia que assola o país. Passados mais de 13 meses de governo, já dá para ver um pouco como essas políticas estão se desdobrando. E as notícias não são boas.

Houve, sim, avanços no território de digitalização de serviços públicos. No entanto, esses avanços estão longe de representar uma solução verdadeira para a burocracia.

Em outras palavras, o governo vem atacando só os galhos, deixando intacta a raiz do problema. E qual é a raiz do problema? Ela é dividida em duas partes.

Primeiro, a inexistência de uma identidade digital verdadeira no país. Segundo, a dispersão total dos serviços públicos, que deveriam ser unificados em uma plataforma única (veja bem: unificação dos serviços públicos, e não dos dados públicos, o que seria uma atitude totalmente irresponsável).

Sobre o primeiro aspecto, a situação é vergonhosa. O Brasil não tem e nem terá tão cedo uma identidade digital de verdade, como conseguiu a Estônia ou a Índia, capaz de revolucionar os serviços públicos.

A característica da identidade digital desses países é a universalidade e a capacidade de permitir a construção de outros serviços digitais em cima dela.

Em outras palavras, todo cidadão tem acesso a uma identidade digital gratuitamente. E essas identidades digitais podem ser utilizadas como ferramenta única de acesso para qualquer serviço público ou privado naqueles países.

O Brasil, por sua vez, apostou em um sistema oposto. O único método de identidade digital minimamente funcional disponível no país é o vergonhoso Certificado Digital, que é monopolizado por um órgão do governo federal chamado ITI (Instituto da Tecnologia da Informação).

Só que esse certificado digital custa até R$ 180 anuais para ser obtido. O resultado é que há menos de 5 milhões de brasileiros com ele e mais de 195 milhões de brasileiros que nunca terão um Certificado Digital.

Esses brasileiros estão certos. Não faz sentido um cidadão ter de pagar R$ 180 para poder acessar sites governamentais que deveriam ser acessados por todos os cidadãos gratuitamente, como a Receita Federal.

Sem o vergonhoso Certificado Digital, o acesso completo a esses sites não é possível.

Com o discurso do governo, era esperado que esse monopólio seria quebrado. Ledo engano. Ao contrário, o governo federal está dobrando a aposta na manutenção do ITI e no seu papel de impedir que o Brasil tenha uma identidade digital universal, verdadeira e gratuita.

Na semana passada, por exemplo, a tropa de choque do governo pressionou e conseguiu alterações em um projeto de lei que tramitava no Congresso que permitiria criar uma identidade digital gratuita e universal no Brasil. Em vez disso, quiseram criar ainda mais proteções legais ao vergonhoso Certificado Digital.

Em suma, o Certificado Digital é hoje a raiz de boa parte do atraso na digitalização dos serviços públicos no Brasil. Em um país verdadeiramente liberal, a lição do grande liberal americano Henry David Thoreau já teria sido aprendida: "Para cada mil homens dedicados a cortar as folhas do mal, há apenas um atacando as raízes".

No governo federal há muito mais de mil homens atacando as folhas da burocracia e nem um sequer atacando as raízes.

Reader
Já era
Um mundo sem fake news

Já é
Deepfakes chegando às eleições

Já vem?
Disseminação de tutoriais fake no YouTube
Herculano
10/02/2020 18:27
EDUCAÇÃO E TURISMO ANIMAM POLÍTICOS EM BRASÍLIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Jair Bolsonaro não promoverá reforma ministerial, mas a hora dos ministros da Educação e do Turismo vai chegar, e sem demora, dizem políticos governistas, animados com a possibilidade de influenciarem na escolha dos substitutos. O presidente reconhece a lealdade dos ministros Abraham Weintraub e Marcelo Alvaro Antonio, mas a dupla virou um problema que lembra a situação de cadáveres insepultos. "Não tem prazo", avisa importante líder, "mas esses dois vão rodar".

A DEMISSÃO MAIS DIFÍCIL

Apesar de usina de problemas, Weintraub agrada o presidente por encarar setores hostis. De quebra, ainda arranca risadas do chefe.

PLACA 'SAÍDA' É LOGO ALI

Do tipo que "não abandona os seus", Bolsonaro decidiu dar nova chance ao ministro da Educação, mas a porta de saída está próxima.

QUIETO, MAS NAS ÚLTIMAS

O ministro do Turismo, mais esperto, evita fazer marola esperando que o esqueçam. Até a próxima operação da Polícia Federal.

CAPRICHANDO NA ESCOLHA

Assim como celebra a ideia de Rogério Marinho no Desenvolvimento Regional, o presidente quer acertar em cheio, no MEC e no Turismo.

ADVOGADOS SE ARTICULAM POR NOVA VAGA NO STJ

Advogados de todo o País, especialmente de Brasília, articulam-se na OAB para tentar emplacar a vaga do ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, que pode se aposentar antes da hora em razão dos problemas de saúde. Ministro tão rigoroso quanto admirado, Fischer está afastado desde julho, mas pode permanecer ministro até agosto de 2022, quando completa os 75 anos que obrigam a aposentadoria.

DECISÃO PRóPRIA

Amigos mais próximos de Fischer dizem que ele está disposto a voltar ao STJ. Na OAB, acham que Fischer vai pendurar a toga em breve.

DUAS INDICAÇõES DE BOLSONARO

No STJ, o próximo ministro a se aposentar compulsoriamente seria Napoleão Nunes Maia Filho, em dezembro deste ano.

NOME CITADO

Um dos mais citados entre advogados, o criminalista Alberto Toron tem se articulado com os colegas para ocupar a vaga de Félix Fischer.

BILHETE AZUL COM CARINHO

Regina Duarte mostrou que o jeito doce não pode ser confundido com falta de autoridade: mandou embora a secretária executiva de Cultura, Jane Silva, que se comportava como se fosse a dona do lugar.

CHANCELER CARA-DE-PAU

O chanceler da Argentina, Felipe Solá, que fez declarações agressivas contra o Brasil e o presidente Jair Bolsonaro, visitará Brasília nesta quarta (12). Ele é dono, como se vê, de lustrosa cara-de-pau.

5G JÁ EM 2021

O presidente da Anatel, Leonardo de Morais, avisou que a agência reguladora fará leilão de venda de frequências em novembro deste ano. Com isso, a tecnologia de 5G poderá chegar ao Brasil em 2021.

VAI SAIR DE GRAÇA?

O Planalto ainda não informou se vai à Justiça para que Vicente Santini, o ex-secretário executivo da Casa Civil, devolva os R$300 mil do custo estimado pelo seu passeio por sete países nas asas da FAB.

MUITO ALARDE, POUCO TRABALHO

Esta semana, Assembleias Legislativas e até a Câmara realizaram sessões comemorativas para marcar o início dos trabalhos. Só quem não é habituado a dar duro faz tanto alarde por algo que é obrigação.

BARÃO FEZ HISTóRIA

Esta segunda (10) é o 108º aniversário da morte de José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, uma das figuras mais importantes da História, fundador da diplomacia brasileira, das mais competentes do mundo. Mais de 300 mil compareceram ao enterro.

EMBROMATION

Criada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a "Comissão sobre Competência Legal para Investigação" vai se encontrar na quarta-feira (12) com o presidente do STF, Dias Toffoli. São 34 membros.

CCJ VOLTA À ATIVA

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado se reunirá na quarta com 54 itens na pauta de votações. São três propostas de emenda à Constituição, inclusive a que altera as regras para nomeação de ministros do Supremo Tribunal Federal, e dezenas de projetos de lei.

PENSANDO BEM...

...Bolsonaro está esperando que os adversários chamem de "sequestro" o resgate dos brasileiros e de "cativeiro" a quarentena.
Herculano
10/02/2020 18:26
O PARASITA E O HOSPEDEIRO

O filme coreano "O Parasita", foi a grande surpresa e vencedor do Oscar.

O economista e ministro da Economia de Jair Messias Bolsonaro, sem partido, Paulo Guedes, teria antecipado a surpresa, quando falou sobre os parasitas matarem o seu próprio hospedeiro?

O Parasita de De Bong Joon-ho, vencedor de melhor filme estrangeiro, melhor roteiro original, melhor diretor, melhor direção de arte e melhor montagem surpreendeu e agradou.

Já o parasita de Guedes foi bombardeado sem piedade pela casta do funcionalismo, sindicatos e políticos que se negaram a defender o povo, o verdadeiro hospedeiro, que sustenta privilégios, estabilidade, aposentadores polpudas e precoces com seus pesados impostos, mesmo estando desempregado, sem estabilidade, sem reajuste e sujeito a achatamento dos ganhos, comendo o pão que o diabo amassou em bicos ou recebendo salário mínimo de aposentadoria ou BPC.

Nas redes sociais, a reação da sociedade, e de parte do funcionalismo que trabalha duro e ganha pouco, foi tamanha, que também surpreendeu as castas. O cidadão, cidadã estão cansados de pagar tantos impostos e sem retorno. Há uma consciência maior dos limites abusivos de gente esperta. Wake up, Brazil!
Herculano
10/02/2020 18:25
COM MORTE DE MILICIANO, PERGUNTAS SOBRE FAMÍLIA BOLSONARO PODEM FICAR SEM RESPOSTAS, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Sobram pontos de interrogação sobre o envolvimento do clã com Adriano da Nóbrega

A morte do ex-PM Adriano da Nóbrega, apontado como chefe de uma das principais milícias do Rio, pode deixar sem respostas uma série de perguntas sobre suas relações nebulosas com a família Bolsonaro.

A prisão de um dos homens mais procurados do país era importante para esclarecer o esquema das "rachadinhas" no gabinete de Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, nos tempos de deputado na Assembleia do Rio.

Hoje senador, Flávio empregou até novembro de 2018 a mãe e a mulher de Nóbrega. Na época da exoneração, cada uma ganhava um salário de R$ 6.490,35. A mãe do miliciano, Raimunda, repassou dinheiro para Fabrício Queiroz, policial aposentado e homem de confiança dos Bolsonaros há mais de 30 anos.

Queiroz recebeu R$ 92 mil em 18 depósitos feitos em uma agência próxima a um restaurante de Raimunda e na mesma rua onde seu filho também tinha negócio. Segundo o Ministério Público, contas controladas por Nóbrega abasteciam Queiroz.

As autoridades investigam Flávio e Queiroz pela suspeita de integrarem um esquema de lavagem e ocultação de bens. Funcionários do gabinete de Flávio repassariam parte dos seus salários ao policial aposentado.

Sobram pontos de interrogação sobre o envolvimento da família Bolsonaro com o miliciano. Em 2005, por exemplo, então deputado federal, Jair Bolsonaro usou a tribuna para elogiar Adriano da Nóbrega e criticar as acusações de dentro da polícia contra ele.

Segundo Bolsonaro, Nóbrega era um "brilhante oficial" e estava sendo injustiçado em um caso de homícidio de um guardador de carro.

Como deputado estadual, Flávio homenageou o ex-PM duas vezes. Em 2003, disse que o hoje miliciano morto desenvolvia sua função pública com "dedicação, brilhantismo e galhardia". Dois anos depois, concedeu a ele a Medalha Tiradentes.

Até ser morto neste domingo em uma cidade da Bahia, o foragido Nóbrega era acusado de ligação com homicídios e de comandar a milícia de Rio das Pedras. É também suspeito de ligação com a morte de Marielle Franco.

Por que Flávio exaltava tanto o ex-policial e empregava seus parentes? O que levou Jair Bolsonaro a gastar tempo na tribuna para defendê-lo com tanta garra? Por que a mãe do miliciano mandou dinheiro para Queiroz?

Com a morte de Nóbrega, essas perguntas podem nunca mais serem respondidas.
Herculano
10/02/2020 18:25
SETECENTOS ANOS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S. Paulo

Obsessão pela originalidade é uma forma de pobreza de espírito da vida moderna

Uma das maiores formas de ignorância é a ideia de que os ancestrais e os idosos não servem para nada. A boçalidade ganhou ares de suposta sabedoria em meio a um mundo que se degrada, até mesmo pelas mãos daqueles que se dizem defensores de uma atitude progressista.

Vou contar uma pequena história que pode nos ajudar a sair dessa ignorância. Certa vez, uma mulher brasileira apaixonada por jardins, viajando pelo interior da Inglaterra, passou de carro por uma pequena cidade do interior e estacionou diante de um belíssimo jardim. Encantada com o que viu, e querendo saber o modo como a dona daquela casa teria sido capaz de criar tamanha beleza em seu jardim, parou o carro e correu até a casa, batendo à porta com o coração em saltos.

Uma pequena senhora abriu a porta sorridente. Nossa brasileira falava inglês perfeitamente. Ela tinha muitas perguntas para aquela pequena senhora, mas a primeira resposta já impactou nossa conterrânea cultivadora de jardins no Jardim Europa.

"Há quanto tempo a senhora cultiva esse jardim para que ele seja tão belo?" Nossa pequena senhora respondeu, de modo direto e simples: "Setecentos anos".

Qual a moral dessa história? A vida de uma pessoa, de uma sociedade, de uma cultura, é como um jardim. Setecentos anos são necessários para você ver e cultivar a beleza, que aqui não representa apenas a beleza puramente estética, mas, acima de tudo, a harmonia das formas, construída pelo silêncio de quem dedica o cotidiano à beleza e à moral que tornam a vida algo de valor.

A verdade é que a beleza e a harmonia na vida (uma vida moral) nunca têm nada de original, ao contrário do que pensam os idiotas, que são fruto de rupturas trazidas por recém-nascidos ou adolescentes raivosos.

A beleza, assim como a vida moral, nunca teve nada de original. A obsessão pela originalidade é uma forma de pobreza de espírito típica da vida moderna. Mede-se a estupidez de uma cultura pela desvalorização do conhecimento dos idosos, dos ancestrais e dos mortos.

Uma das razões da bestialidade que assola nosso mundo é a crença infantil de que devemos dar todo o poder aos que acabaram de chegar ao mundo.

Mesmo que o capitalismo, na sua fúria pelo fetiche da inovação, nos enfie essa falácia goela abaixo, o futuro depende muito mais dos mais velhos do que dos mais jovens.

Eis a máxima que desaparece sob a poeira da boçalidade de muitos dos defensores de uma vida cheia de inovações: o futuro depende dos mais velhos e não dos mais jovens.

Isso em nada significa a adesão cega a formas de preconceitos ou superstições como pensam os inteligeninhos. Esse tipo de capacidade e percepção tem mais a ver com a habilidade de quem treinou tanto piano ao longo da vida que, ao ouvir as primeiras notas do "Noturno" de Chopin, é capaz de continuar a tocar a música sem ler nenhuma partitura. A vida é uma arte prática e não teórica.

A vida é como uma sinfonia na qual entramos depois que muitos já a tocaram e nos ensinaram a tocar com seus gestos delicados e discretos. A discrição é uma virtude dos que sabem ouvir e não dos que gritam por aí suas pequenas crenças em hashtags.

A burguesia, como classe social histórica, é presa natural dessa forma de estupidez: acreditar no novo como resposta é sempre uma forma gourmet de ignorância. É confundir uma nova geração de iPhones com o modo como se educa os mais jovens ou se conduz o cotidiano.

A ignorância da burguesia caminha passo a passo com o seu sucesso estrondoso. Toda forma de prosperidade carrega em si um risco de estupidez.

Os mais velhos, em meio a sua dor, seus fracassos, suas doenças e seus medos, sabem muito mais sobre a vida do que jovens barulhentos que confundem tecnologia com conhecimento. E a educação, na medida em que se faz workshops de algoritmos, anuncia a cegueira que caracteriza o mundo moderno acerca de si mesmo.

Quem ainda não entendeu que o futuro é dos mais velhos, não entendeu que "a sociedade é uma comunidade de almas que reúne os mortos, os vivos e os que ainda não nasceram", como diria Edmundo Burke.
Herculano
10/02/2020 18:23
Aos leitores e leitoras, as desculpas pelo atraso na postagem da coluna inédita.



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