Da série: quem não deve não teme. Depois do desastroso depoimento do engenheiro fiscal da prefeitura, o governo de Kleber Wan-Dall, MDB, resolveu tomar precauções - Jornal Cruzeiro do Vale

Da série: quem não deve não teme. Depois do desastroso depoimento do engenheiro fiscal da prefeitura, o governo de Kleber Wan-Dall, MDB, resolveu tomar precauções

25/02/2020

O engenheiro fiscal do Samae, Halan Jonas Mores, não foi ‘localizado’ e, por isso, na quinta-feira, não foi à reunião da CPP. É que, segundo o presidente José Hilário Melato, PP, ele não vem trabalhar por questões de saúde. Mas no dia da feitura e da assinatura do ofício, Halan estava na autarquia. 

A venda do seu mobiliário pela internet acendeu a luz amarela dos vereadores


Estes anúncios na internet chamaram a atenção dos integrantes da CPP da Câmara que apura supostas irregularidades nas obras de drenagem da Rua Frei Solano. O engenheiro fiscal do Samae que não foi ao depoimento, por suposto problema de saúde, está vendendo os seus pertences pessoais numa indicação de que poderá deixar a cidade

O carnaval deste ano em Gaspar teve enredo antigo e manjado. Ele foi estrelado pelos políticos no poder de plantão. E começou cedo. Numa parte da passarela, os mascarados em suas fantasias. Na arquibancada, quase todos como se fossem analfabetos, ignorantes, desinformados ou comprometidos com à falta de transparência no ambiente público, este sustentado unicamente com os pesados impostos de todos.

Quinta-feira foi dia de reunião da CPP da Câmara de Gaspar. Ela apura supostas irregularidades nas obras de drenagens da Rua Frei Solano, no bairro Gasparinho. As obras foram licitadas – de modo errado e esperto - pela prefeitura; realizadas por duas empreiteiras diferentes, teve parte gerenciada e fiscalizada pelo Samae; agora, está sendo finalizada pela prefeitura em meio a tantos problemas e controvérsias, que só os leitores e leitoras desta coluna sabem, ou os da rádio comunitária Vila Nova.

O que se tranca por diversos motivos nos demais veículos locais e regionais, abundam em detalhes nas redes sociais e principalmente nos aplicativos de mensagens. Isto sim, está corroendo ainda mais a imagem do prefeito, dos que o cercam, do Samae, seus técnicos e gestores.

Esta polêmica e necessária obra foi prevista para durar três meses. Mas ela se arrasta por 15 em meio as dúvidas e sonegações de documentos, inclusive desrespeitando-se ordem judicial via mandado de segurança. A CPP foi requerida pelo vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, morador do bairro Gasparinho. Ele que não viu seus pedidos de esclarecimentos atendidos desde fevereiro do ano passado. Dionísio é o presidente da Comissão.

AUSÊNCIA MAROTA

A reunião da quinta-feira da CPP prometia ser quente, mas não foi como o que se prometeu. Ela ouviu apenas o depoimento do ex-Controlador Geral do município, o advogado Jean Carlos de Oliveira e que não está mais na prefeitura. Veja a minha opinião sobre a fala dele, no artigo abaixo.

Volto. Seria quente, porque o engenheiro civil e designado fiscal pelo Samae para a obra do Gasparinho, Halan Jones Mores, seria ouvido na qualidade de testemunha. Não foi. Halan – contratado desde 2018 - não estaria indo ao serviço, segundo alegou o experimentado e mais longevo dos vereadores, presidente da autarquia, José Hilário Melato, no ofício 07/2020, o qual endereçou ao presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, respondendo ao pedido de convocação do seu funcionário para depor na CPP.

Eu noticiei isso em primeira mão na quinta-feira e antecipei o desfecho daquele ofício composto naquela manhã no Samae. Ele foi protocolado à tarde na secretaria do Legislativo e a poucas horas antes da reunião.

Antes de prosseguir um parêntese para mostrar como a CPP e a Câmara se atrapalharam nas pernas e trabalharam contra a própria Comissão, ou seja, deram chances à manobra do Melato, do Samae e do depoente, orientado.

A decisão de convocar Halan já existia há três semanas. O ofício, todavia, só saiu da Câmara na semana passada e foi parar no Samae, como alegou nele Melato, só na quarta-feira. Que coisa!

Retomo. Quente estão, na verdade, são as especulações sobre o sumiço do profissional. E elas só aumentaram, quando na semana passada, todos viram pela internet, ele oferecendo à venda o seu mobiliário, conforme ilustração que abre este meu comentário.

Melato, todavia, alegou no ofício que só recebeu a convocação no dia 19 (apesar da cidade inteira saber que o engenheiro Halan estava convocado). Só o ofício é que possui o valor convocatório. É ele que orienta às providências e eventuais punições formais em decorrência do descumprimento da convocação. Melato é escolado e conhece este assunto.

UM JOGO PARA GANHAR TEMPO E TESTAR A OPOSIÇÃO NA COMISSÃO

Melato informou no ofício que Halan " não comparece ao trabalho mesmo antes do recebimento petitório" – ou seja de quarta-feira - e que Halan teria informado ao Samae de que estava se afastando por problemas de saúde "e que o impedem de exercer as suas atividades profissionais", ressaltou.

Por fim, Melato informou no ofício ao presidente da Câmara, que o engenheiro Halan “até o momento não apresentou o atestado médico ao Samae e tão logo ele o disponibilizar [o atestado], uma cópia será enviada para a Câmara”.

Então vamos por partes, como diria Jack, o Estripador.

As informações no ambiente de trabalho é de Halan estaria saindo do Samae e inclusive de Gaspar. Na Comissão, as duas notícias deixaram em alerta o presidente Dionísio. E a venda dos móveis pelo engenheiro e dos seus equipamentos domésticos pela internet, reforçou essa percepção pelo presidente Dionísio.

E se isso não fosse suficiente, o outro membro da comissão, funcionário efetivo do Samae, o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, desnudou à farsa: “desculpe-me presidente. Eu vi o Halan para cima e para baixo com o jurídico hoje [quinta-feira] no Samae. É só pedir para consultar o sistema de câmeras”. Um mal-estar que desarmou qualquer defesa do Samae e de Kleber por parte dos vereadores também membros da Comissão, Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Sousa, PDT, ambos advogados.

Ficou claro que Melato fez o ofício com o Halan presente na autarquia; que Halan não esteve ausente do trabalho como se colocou no ofício; que há provas testemunhais abundantes e se isso não fosse o suficiente, o sistema de câmeras do Samae – se não for bugado - pode comprovar tudo isso. Ou seja, o próprio Melato comprometeu a fé pública dele e do documento. E isso sim, realmente é grave.

Tudo isso, pareceu ao presidente da Comissão uma forma de remendar o que se esclarecia. É que no governo, não pegou bem o depoimento do engenheiro Ricardo Duarte como lhes relatei na coluna em "Depoimento de engenheiro na CPP mostra um cipoal de improvisos na concepção, contratação, execução e fiscalização das obras de drenagem da rua Frei Solano”, aqui na segunda-feira passada.

ESCONDER EVIDÊNCIAS

Se um funcionário efetivo, o engenheiro Ricardo Duarte, aparentado do prefeito e ligado ao grupo no poder de plantão é capaz de tal vacilo, todos na prefeitura temem o que Halan possa dizer e revelar - para preservar a imagem profissional - possa complicar o que já está complicado. Não é à toa que na quinta-feira ele subiu e desceu no Samae com um jurisconsulto a tiracolo.

Halan está reconvocado para depor à CPP da Câmara de Gaspar nesta quinta-feira às 18h30min. Para evitar à esperteza ou à chicana, todavia, espera-se, que a convocação seja feita de modo certo: à pessoa do Halan e não ao Samae, ou intermediada pela autarquia ou o seu presidente, ambos com interesses diretos no assunto e que tudo se abafe.

E para encerrar, não custa lembrar de um episódio folclórico acontecido na Câmara e bem conhecido dos mais antigos, incluindo, neste caso, o mais longevo dos vereadores, o presidente do Samae, José Hilário Melato.

Era 1998 e o governo era de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, MDB, o único prefeito que não terminou o mandato em Gaspar. Ele já faleceu. Apurava-se na Câmara também supostas irregularidades das contas da empreiteira Costaper, de Adalberto da Costa, conhecido por Beto Costinha e de Pedro Pereira, o Geada.

Lá pelas tantas, a pedido de Nadinho, para não votar, o vereador da época, Antônio Zonta, PDT, sumiu. Voltou dias depois de Curitiba. Para justificar, trouxe um atestado médico assinado por uma ginecologista, agora bem conhecido e instalado em Gaspar. Acorda, Gaspar!

A cada depoimento na CPP da Câmara, uma enxadada reveladora de como mal funciona a máquina pública sustentada pelos pesados impostos dos gasparenses e gerida por políticos nos seus interesses


A reunião da CPP da Câmara ouviu na semana passada o ex-controlador geral de Gaspar. Esta quinta-feira vai tentar ouvir o engenheiro fiscal do Samae nas obras da Rua Frei Solano, Halan Jones Mores

O depoimento do ex-servidor efetivo, que em cargos de confiança chegou a ser o Controlador Geral do Município de Gaspar, o advogado Jean Carlos de Oliveira, na Comissão Parlamentar Processante instalada na Câmara, mostrou que tal área na prefeitura, é um cabide de emprego político ou por enquanto, é um ente decorativo no organograma da administração. Ela existe apenas para cumprir um papel fictício de transparência e fiscalização.

Então reparem e concluam.

Apesar das denúncias das supostas irregularidades nas obras Rua Frei Solano e que são objeto da CPP na Câmara e para qual Jean foi convocado a depor como testemunha, serem elas públicas nos requerimentos, mandado de segurança na Justiça, serem manchetes na imprensa – ao menos nessa coluna com farto material probatório –, isso sem falar nas redes sociais e dos inquéritos no âmbito do Ministério Público e tudo sido motivo para questionamento do Tribunal de Contas do Estado, a Controladoria Geral não agiu. Assistiu. Lavou as mãos. Meu Deus!

E por que? Porque não foi autorizada pelo poder de plantão para tal ou não estaria no âmbito de suas iniciativas ou atribuições preventivas. Como assim? Pior! Nem a proteção institucional dos gestores e dos agentes políticos e que está no seu “core business” ela pode ou quis exercer. Eu exagero mais uma vez? Então leia o que está no portal da prefeitura justificando a existência da Controladoria para ser sustentada pelos pagadores de impostos:

“A Controladoria-Geral do Município tem a finalidade de avaliar a ação governamental e a gestão dos administradores públicos municipais, por intermédio de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Atua de forma integrada e formal, atendendo aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, bem como, da legitimidade, transparência, objetivo público e economicidade”.

Eu poderia parar por aqui, diante de tanta falsidade no palavreado que define a sua missão como no resultado que provocou neste caso específico. E tudo isso tem orquestração dos políticos. Cria-se uma ferramenta, mas a limita, mordaça-na e lhe nega uma estrutura independente, mínima e eficaz.

E por que? Para não serem enforcados pela própria corda que criam.

Primeiro, a Controladoria não possui status e autoridade para exercer o seu papel. Ela é ligada funcionalmente ao chefe-de-gabinete do prefeito e não diretamente ao prefeito, com paridade igual a um secretário. Segundo, falta estrutura adequada para exercer minimamente o seu papel. É o titular, mais um auxiliar.

A julgar pelo depoimento, de Jean Carlos, a Controladoria da prefeitura de Gaspar em 2020, não passa de um departamento mínimo de Organização e Métodos dos anos 1960. Ela apenas uniformiza procedimentos e preenchimento de documentos exigidos por órgãos de fiscalização no âmbito federal e estadual.

E assim mesmo, Jean se queixou das muitas dificuldades para se implantar às novas rotinas: “há muitas resistências e sempre que se tenta, a continuidade dos antigos procedimentos é prevalente”.

Resumindo. A Controladoria não fez nenhuma prévia auditoria ou manifestação ou ação posterior posterior, a pedido e por iniciativa própria, na Licitação 78/2019 na modalidade pregão e que o TCE rejeitou; o ex-controlador esclareceu há um procedimento padrão no âmbito do marco legal fixando parâmetros para o surgimento do edital, da contratação, da execução da obra, bem como da sua fiscalização, mas que no pulo do gato, tudo era uma teoria e que no caso em discussão, era preciso olhar os detalhes; Jean esclareceu que é perfeitamente possível se aceitar o início da obra por um responsável (secretaria de Obras/Planejamento Territorial) e terminar em outro (Samae), mas que isso dependeria de análise específica do caso em tela; e assim vai: brechas, brechas, brechas. E o diabo mora nelas.

Concluo. A Controladoria Geral de Gaspar, pareceu, no depoimento de Jean Carlos de Oliveira, ser absolutamente dispensável como ela está, e talvez, fez bem o seu ex-titular em pedir o boné e seguir adiante profissionalmente. Aqui ficaria pagando mico e o pato.

Uma Controladoria muito antes de controlar, deveria ser um órgão de proteção dos gestores e políticos temporários de plantão para que não cometam erros formais que lhes custem às manchas à necessária boa imagem, dores no ambiente jurídico e de transparência, e até os livrem de multas ou outras punições.

Aqui, entretanto, ela não funciona com esse objetivo. É um abafador geral de dúvidas e um cabide de emprego do poder político de plantão. E até isso, pode lhe custar caro aos gestores e aos políticos no poder. Parece ser um preço calculado. Então terão que pagá-lo. Acorda, Gaspar!

A repercussão da coluna Olhando a Maré de sexta-feira nas redes sociais mostrou uma Gaspar dividida, atenta e esperando definições


O PT de Gaspar fez uma reunião e apresentou a lista de candidatos do partido a prefeito em outubro. Ela não responde à mudança expressa pelo eleitor em outubro em 2018: o ex-prefeito Zuchi, a ex-vice, os vereadores Dionísio e Rui, além do presidente do partido, Doraci.

A coluna Olhando a Maré desta sexta-feira, feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o único que circula há 30 anos em Gaspar e que não tem medo de cara feia e sacanagens dos poderosos de plantão, teve ampla repercussão no facebook do jornal.

Este fato mostrou que a cidade está atenta, mas por outro lado, há gente que ainda não foi alfabetizada ou está sob o efeito do fanatismo doente, um mal que a cega e não permite ler o que está escrito, mas o que ela quer ler e não está escrito, tudo para se manter nas suas bandeiras e discursos.

O simples fato do PT apresentar nomes e entre eles estar o de Pedro Celso Zuchi, prefeito por três mandatos, dois deles consecutivos, armou-se os instintos de saudosismo, fez a necessária comparação com o que está ai e cuja claque, estranhamente, ficou quieta mais do que antes – o que é um sinal perigoso – e o novo não apareceu, mostrando que não existe e há um espaço a espera da ocupação.

A coluna provocou reações. Afinal ela não é um espaço alugado para os espertalhões de plantão ou da hora. Ele é caro demais. É a credibilidade e a coerência que estão em jogo. E até houve gente que teimou e pior, escreveu que o artigo escrito por mim defendia o PT e o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi.

Vou desenhar o artigo.

Ele diz claramente que os nomes do PT são antigos e não reagem à necessidade de mudanças; que a marca PT os prejudica e que Zuchi, é uma grife particular, mas que a mancha do PT, como um todo, prejudica-o para ser um polo de atrativo contra o que está aí no poder de plantão.

Mais. Mostrei que na história Gaspar já fez um rompimento às mesmices e que um desses rompimento foi exatamente o PT com Zuchi. O outro foi com Francisco Hostins e que não se elegeu mais tarde, exatamente por causa dos seus “novos amigos” do MDB que o envenenaram nos seus dois últimos anos de governo e o levaram de volta ao PP, onde seus correligionários não colocaram todas as fichas nele.

E para encerrar, argumentei e fundamentei o artigo em um tal “clima de mudança” no ar - não aqui apenas, mas no Brasil -, e que nem Zuchi, nem o PT seriam essas mudanças nesse clima. E que até agora, os nomes apresentados à sociedade gasparense por outros partidos além do PT, não representam o desejo e à mudança desse clima.

Falta um nome ou até mesmo, um movimento coordenado de vingança como foi a "união" da cobra e o sapo, pela primeira vez, e que uniu o MDB e PP, respectivamente com Adilson Luiz Schmitt e Clarindo Fantoni, em 2004 para substituir Zuchi, ou a rebeldia que levou Zuchi ao poder em 2.000

Com eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados manipulados por redes sociais e principalmente por aplicativos de mensagens, tudo será mais difícil. A toxidade que contamina as eleições por causa das mídias digitais tem sido imediata e a reversão dessa toxidade, por outro lado, tem sido, estranhamente, lenta. Acorda, Gaspar!

RETRATO I

Até o que é necessário, útil e bom para a comunidade a ação desastrada da fiscalização da prefeitura consegue transformar em algo ruim ou problemático

Definitivamente, o meio-ambiente não é uma prioridade na atual gestão com Kleber, Luiz Carlos e Carlos Roberto Pedreira. Basta olhar à enrolação que se faz para a contração da implantação do sistema de coleta e tratamento de esgotos, fato que torna o Rio Itajaí Açú uma latrina de todos nós. Em algo que já tem projeto aprovado nos organismos federais e até verba disponível.

A ponte sobre o ribeirão Gasparinho e que fica no final da Rua Barão do Rio Branco com a Industrial José Beduschi, em Gaspar, finalmente recebeu as passarelas metálicas nas suas laterais.

Era necessário, útil e dará mais proteção, segurança e fluxo de pedestres naquela travessia. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o repórter de si mesmo, foi logo cedo registrar e contar a novidade ao povo de Gaspar. Ele estava certo. É preciso prestar contas daquilo que faz, ainda mais em ano eleitoral e muitas coisas sob dúvidas.

Entretanto, como no caso que o denunciei há dois anos de estar o prefeito, como exemplo e fiscal daquilo que gerencia ou contrata, fazendo vídeos em obras sem o obrigatório uso dos EPIs – Equipamentos de Proteção Individual – e ao mesmo tempo em que fechava os olhos na cobrança dos EPIs para seus funcionários e operários das empreiteiras, em visíveis condições precárias de trabalho nas obras mostradas em “suas reportagens onde é o repórter”, Kleber se repetiu.

Para a instalação das passarelas foram derrubadas árvores e entre elas, palmitos, à beira do Ribeirão. Era preciso. Não se discute esta necessidade. E a derrubada delas, foi autorizada pela área de meio-ambiente da prefeitura à empreiteira executora da obra. Mas, fiscalização do serviço por parte da prefeitura, mais uma vez, foi zero.

Os troncos das árvores foram parar no leito do ribeirão Gasparinho, como registram as duas fotos acima e à esquerda.

Quem passou por lá e viu a lambança? Entre outros, o cidadão gasparense Adilson Luiz Schmitt. Ele telefonou ao meio ambiente da prefeitura e relatou o que viu. Num ato de rotina, o pessoal de lá, “lavou às mãos”. Só quando Adilson se identificou, segundo me relatou, como ex-prefeito, reclamou da forma como o caso estava sendo tratado e pediu um whats para enviar as fotos do crime ambiental, é que as coisas mudaram de percepção.

Resultado: o pessoal do meio-ambiente se coçou e reorientou à empreiteira que estava licenciada para desbastar, mas também para entupir o leito do ribeirão. Só a partir daí é que o que estava atravessado foi retirado do curso normal do ribeirão para não ser mais uma barreira de represamento, principalmente às enxurradas.

A pergunta que não quer calar: era preciso essa intervenção à força pelo meio ambiente se o setor atendesse o cidadão ao invés de ouvir apenas a uma ex-autoridade que ainda possui meios para propagar por aí as mazelas da cidade? E Kleber por que não tomou esta iniciativa? Ambos Adilson e Kleber viram a mesma coisa. Mas, as providências foram diferentes de um e de outro sobre o mesmo problema. Acorda, Gaspar!

RETRATO II

Transparência é a propaganda que trabalha contra o governo de Kleber. Os números públicos são sonegados aos cidadãos que sustentam a máquina pública


Dois meses e nada de aparecerem no Portal Transparência de Gaspar as despesas do município de 2020 (a esquerda). No portal da transparência do governo Federal, por outro lado, já se sabe o que Gaspar recebeu este e no ano passado

Transparência é a mãe da eficiência. Eficiência foi uma das tantas marcas que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa e presidente do MDB de Gaspar, tentou vender nestes três anos de gestão. E a falta de transparência do governo tem sido a marca dos meus comentários semanais neste tempo todo.

Mesmo desmentido, encurralado, desmoralizado, censurado e até humilhado pela máquina da propaganda política para mudar o meu modo de observar, a prefeitura continua a mesma.

Estamos no final do mês de fevereiro. E se você acesse o Portal Transparência da prefeitura de Gaspar durante o carnaval e quisesse saber o que já constituiu despesas dela neste exercício, você ficaria chupando o dedo. É isto que comprova um print que republico acima, para que não haja nenhuma dúvida entre eu, meus leitores e os donos do poder de plantão.

Já se você for no Portal da Transparência do governo Federal, e não do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, sabe-se que até antes do feriado, Gaspar já tinha recebido de recursos federais mais de R$3,1 milhões e que no ano passado, esses repasses mais de R$56,1 milhões como esclareci em artigos escritos no dia três e 23 de janeiro, sob o silêncio dos demais veículos.

E é para gente como eu que bisbilhoto os números públicos, comparo e faço manchete como essa aqui na coluna, “O orçamento de Gaspar continua sendo uma peça de ficção no atual governo. Despesa estoura de 2019 e receita dependeu de recursos externos e financiamentos”, é que o Portal Transparência de Gaspar não é atualizado enquanto se alimenta discursos fantasiosos.

Aliás, este não é um problema deste governo, mas no anterior também que teve antes se submeter ao relho do Ministério Público, quando ele fiscalizava esses gestos de improbidade administrativa contra os cidadãos pagadores de pesados impostos e que gostariam prestações de contas claras de onde este dinheiro está indo. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Em ano de eleição, os políticos se igualam aos piores e recuam em busca de votos fáceis. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, acertadamente, eliminou os pontos facultativos que ampliavam os feriadões nas repartições públicas municipais de Gaspar.

Entretanto, abriu a primeira exceção neste ano: esta segunda e terça-feira de carnaval foram pontos facultativos, enquanto os pagadores de pesados impostos trabalhavam duro e normalmente, gerando impostos achacadores, para sustentar uma máquina pública parada e que deveria estar a serviço do cidadão, seu veradeiro patrão.

Quer mais um exemplo da sacanagem ou esperteza com o dinheiro do contribuinte? Era ponto facultativo e aí a Ditran de Gaspar resolveu pintar os meios fios. Normal. Necessário. Não se questiona. Como era ponto facultativo, os que se mobilizaram para a pintura, ganharam horas extras. E isso não foi uma ação casual.

Aliás, as horas extras na Ditran é um caso a ser investigado. Com quadro reduzido onde até o vice-prefeito, um agente de lá, está afastado, qualquer emergência é motivo para horas extras, como os deslizamentos da barranca do Rio. Tem gente que conseguiu – como já demonstrei meses atrás – quase triplicar o seu vencimento bruto mensal.

Esta sexta-feira, é o último dia para pagar o IPTU 2020 de Gaspar com o desconto de 15%. É também a possibilidade de você pagar o IPTU no valor cheio e mandar os 15% do desconto para uma conta destinada à construção da UTI do Hospital de Gaspar, conforme dois projetos de leis feitos no ano passado pelo vereador e que é médico cardiologista, Silvio Cleffi, PSC.

Apesar de aprovados os projetos do vereador, eles foram sistematicamente boicotados pelo pessoal da prefeitura e os vereadores da bancada governista durante a tramitação dele na Câmara. É que Silvio, naquela época, era considerado um traidor porque se elegeu presidente da Câmara sem as bênçãos do poder de plantão e que tinha outro candidato, Franciele Daiane Back, PSDB. Agora, Silvio voltou ao colo de Kleber, e mesmo assim, é visto com desconfianças. Ou seja, continua tudo igual.

Quer ver medir o grau de omissão do governo Kleber neste caso, mesmo precisando de grana de que é pouca para o Hospital? No meu boleto do IPTU essa possibilidade de reversão desse desconto para a construção da UTI do Hospital de Gaspar não está expressa.

Então o boicote continua. Nenhuma propaganda incentivando à doação ou esclarecendo como proceder foi feita nesse sentido; então o boicote continua. Quem perde? A própria prefeitura que é interventora marota no Hospital e precisa da ajuda da comunidade; os doentes que não enxergam melhorias no Hospital e que em tese, devido a intervenção, é da prefeitura.

O que o povo percebe? Que pelas mudanças feitas pelos atuais donos do poder em Gaspar no projeto original do Silvio e sem essas mudanças os vereadores de Kleber não o teriam aprovado, esses recursos não vão exatamente para a construção de uma UTI no Hospital de Gaspar.

Como ficou claro na lei aprovada e na discussão para quem acompanhou, vão para a emergência (Pronto Atendimento) em primeiro lugar. Ela está claudicante, exatamente porque a prefeitura-interventora no Hospital não investe lá para corrigir o que precisa ser corrigido, apesar dos milhões de reais consumidos lá. Nesta jogada, dificilmente sobrará alguma coisa para montar uma UTI pública de verdade para a cidade e os cidadãos.

Então, se o destino do dinheiro do desconto do IPTU está confuso, se tudo isso ainda é numa caixinha preta como tudo que se enrola ou mal se controla na prefeitura de Gaspar; se lá, a transparência é um artigo de luxo, essa boa ideia de Silvio tem tudo para fracassar. E tem gente que vai comemorar. Incrível!

Resumindo se não está claro, se não se estimula, se não se esclarece, se não se facilita, se o serviço na entrada do Hospital continua ruim e se a prefeitura não assume que quer uma UTI no Hospital, a possibilidade de uma ideia ficar apenas na intenção e no papel (leis), é grande. Uma pena. Acorda, Gaspar!

A vereadora Franciele Back, PSDB, comemora a possibilidade da prefeitura finalmente comprar um caminhão pipa para o Distrito do Belchior, em Gaspar. Primeiro, o caminhão só chega em ano de eleições; o povo de lá comeu pó por três anos e meio. Segundo: o caminhão pipa vai livrar a pressão, em ano de eleições, sobre a superintendência do Belchior que é uma indicação política da vereadora.

Coisa triste. O uso do cachimbo entorta a boca. Os vereadores passaram quase três anos discutindo o novo Regimento Interno. Aprovaram-no no final do ano passado.

Para não constranger e não se tornar as condolências um ato político possível de ser impedido por adversários, convencionou-se que os ofícios de pesares, seriam feitos individualmente pr cada vereador em próprios gabinetes. Mas, nas sessões os requerimentos lá para serem apreciados e votados por todos.

O presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, tem culpa nisso. Baseado no Regimento em vigor, de ofício, deveria determinar a secretaria da Câmara para não mais incluir na pauta das sessões tais requerimentos. Simples assim. Melhor do que o constrangimento a moda “Escolinha do Professor Raimundo”.

Mas, todas as sessões da Câmara, aparece lá um requerimento de pesar de um vereador para ser votado e enviado à família do de cujos, para não se perder os votinhos. É de se perguntar o que faz o assessor parlamentar do vereador que não o assiste?

A formação do blocão (MDB, PP, PDT e PSDB) na Câmara de vereadores de Gaspar para ter maioria na Comissão Parlamentar Processante contra as dúvidas das obras da drenagem da Rua Frei Solano, tirou vez e voz das lideranças desses partidos. A cada sessão, só um pode se manifestar pelo bloco.

Amanhã, para os católicos, será a quarta-feira de cinzas e o fim do tempo das festas pagãs. Já estaremos na Quaresma, logo adiante a Páscoa....

 

Comentários

Miguel José Teixeira
27/02/2020 08:29
Senhores,

1) "O deputado José Guimarães (PT-CE), irmão de José Genoino cujo assessor foi preso com dólares na cueca, guarda um segredo a sete chaves: ele se casou. Perdeu a solteirice depois dos 60 anos."(fonte: coluna do CH, replicada abaixo)

Huuummm. . .será que foi com a maria-do-rosário?

2) "Gilmar anula busca e apreensão da lava jato na casa do dono da CAOA" (fonte: o Antagonista, replicada abaixo)

Huuummm. . .suprema mordomia praticando suprema bonomia?

Segue com o féretro. . .
Herculano
27/02/2020 07:35
da série: é preciso explicar mais a razão pela qual o povo quer ir as ruas. Ninguém aguentas mais a proteção aos corruptos e poderosos por parte da Justiça. A lei só vale para pretos, putas e pobres e que nunca poderão recorrer ao STF por falta de dinheiro para pagar caríssimos advogados que atuam lá.

GILMAR ANULA BUSCA E APREENSÃO DA LAVA JATO NA CASA DO DONO DA CAOA

Conteúdo de O Antagonista.Gilmar Mendes anulou a busca e apreensão feita há seis meses pela Lava Jato na casa de Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o dono do Grupo Caoa, informa Fabio Leite na Crusoé.

O empresário é suspeito de ter recebido repasses ilícitos no esquema da Odebrecht.

Gilmar Mendes não é relator da Lava Jato no STF e concedeu a liminar numa ação em que também anulou buscas contra Guido Mantega, outro alvo da Pentiti, a 64ª fase da operação, por não ver relação com os desvios na Petrobras.

Na nova decisão, o ministro argumentou que a ordem de busca autorizada em agosto do ano passado pela juíza Gabriela Hardt se baseou em indícios "frágeis" e "vagos" apresentados pela força-tarefa do Paraná.

Oliveira Andrade foi alvo porque, em abril de 2012, foi registrada uma entrega de R$ 500 mil da Odebrecht em sua residência, em São Paulo.

"Se trata de uma fraca suposição de que um secretário do requerente teria recebido valores em seu nome, há 7 (sete) anos atrás, em sua residência, por razões que sequer são apontadas claramente pelo Juízo de origem", justificou Gilmar Mendes.
Herculano
27/02/2020 07:30
EXPLICA, EXPLICA, EXPLICA

A Coluna de sexta-feira já estava pronta desde antes do Carnaval.

Aqui em Gaspar é assim: o velho continua atual. O que mostra que temos uma doença crônica...

Não trato desse assunto na coluna, por isso, não gostaria de passar o tempo, pois tem a ver muito com a CPP que está em curso na Câmara e com os dois artigos desta coluna que estão no ar acima.

O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, mal orientado,tardia e espertamente, monta uma live nas redes sociais - para os mesmos e comissionados na sua maioria -, para explicar à importância das obras de drenagens.

Prefeito, ninguém discute a importância delas, até por que, elas corrigem, em muitos casos, o adensamento populacional urbano, permitido em áreas que não deveriam ser ocupadas (Bela Vista, por exemplo e isso não é culpa do seu governo) ou que o poder público sabendo de que elas legalmente poderiam ser ocupadas, não fez à devida infraestrutura e que corrige agora.

Prefeito: o que se discute na cidade e na CPP é a forma errada - já condenada pelo Tribunal de Contas - como a obra foi contratada; à realização da obra em desacordo com o contratado o que dá contornos de improbidade; à falta de projeto e que só apareceu ao público depois de mais de um ano de iniciada a obra; bem como à qualidade dela.

Prefeito, o que se discute é a falta de transparência de todo o processo das obras de drenagens, por exemplo, da Rua Frei Solano. O que se discute, é a falta de transparência nessa relação, por exemplo do Samae, da prefeitura e das empreiteiras - uma das quais o senhor até a destituiu onerando ainda mais os cofres da prefeitura, sustentado pelos pesados impostos de todos.

E sobre qualidade, não adianta mostrar uma obra visível como comparação ao que se tem dúvidas. Estas das drenagens são todas elas enterradas e a verificação delas (obras e qualidade de materiais, execução e engenharia), só será possível se houver uma necrópsia, ou seja, esburacando as ruas para averiguação. E aposta-se que pelo custo, nada seja feito e tudo fica por assim mesmo.

E esta percepção de dúvidas, certa ou errada, da população é que pegou contra o gestor e o candidato a reeleição. E por que? Porque o prefeito orientado por seus "çabios", preferiu o enfrentamento e a arrogância. Agora, está se explicando e pode ser tarde. Como está tudo enterrado, as dúvidas só aumentam no imaginário popular. E pode pagar caro por isso tudo. Acorda, Gaspar!

Herculano
27/02/2020 07:10
QUEBRA DE PARADIGMA

O que a esquerda do atraso, o jornalismo dominado pela esquerda egressa das madrassas universitárias das escolas sem alunos de jornalismo, os artistas que sempre foram de esquerda na sua maioria e no Brasil vivem de renúncia fiscal, os ladrões de todos os tipos (colarinho branco, os que se tratam por vossa excelência e doutor entre eles, bem como do crime organizado) que elegeram Jair Messias Bolsonaro e quase todos que se agarraram na onda dele, foram escolhidos para quebrar o paradigma
E estão fazendo isso, mas de forma, digamos, pouco convencional. Há declaradamente, outra guerra e que a esquerda quer enquadrar Bolsonaro e seus seguidores. E a toda hora, montam - com a ajudinha peculiar do presidente - crises.

E se Bolsonaro e seus seguidores não fizerem isso, vão ser engolidos pela máquina azeitada de burocratas, castas, instituições sérias apenas de fachadas e ladrões de todos os tipos dos pesados impostos dos brasileiros.

Se não se der um basta, chegará um dia que faltará imposto para saciar a roubalheira e o que a lei impõe como contrapartida do estado - sustentado pelos cidadãos - aos magnânimos estáveis a aproveitadores de todos os tipos.

É isto que o Brasil das redes sociais está revoltado e pronto para ir às ruas. É isto que a esquerda do atraso não conseguiu dominar e muitas vezes chama de fake news.

No Brasil, nem a lei é mais respeitada. Há milhares delas. Mas, o judiciário as avacalhou e decide contra elas, para atender interpretações próprias, amigos, ideologia e circunstâncias, incluindo aí a vingança corporativa, para favorecer amigos e pasmem, à ignorância hermenêutica.

É isto que está em jogo. E quem criou Bolsonaro e seus seguidores, foi a esquerda do atraso. Esticou a corda, demais. Ditou parâmetros de comportamento, vejam só, no carnaval, a festa pagã, popular e da esbórnia, sem antes ridicularizar a religiosidade e à crença do povo, onde estão as suas mínimas esperanças, diante da falta de emprego, comida, cura para os males físicos, a insegurança....

E essa gente da esquerda do atraso se diz intelectual. E não entende o mínimo do sofrimento do povo, esbulhado até, naquilo que nem possui: dignidade. Vão catar coquinhos

Vergonha. Agora está colocado o contraponto. E está provado que tínhamos a ditadura de uma minoria (esquerda) contra uma maioria de direita e conservadora. E ela se revela. E do que estão reclamando? Da forma tosca e não exatamente do conteúdo.

A esquerda (e principalmente os ladrões, corruptos e espertos que vivem em torno dela) se fosse inteligente, daria um passo atrás. Perderia os anéis, mas parece que prefere perder os dedos.
Herculano
27/02/2020 06:48
AS INCOERÊNCIAS

Do Instituto Liberal de São Paulo no twitter:

"O Congresso não aprova nada que enviamos!"
- A Reforma da Previdência foi aprovada?
"Sim, mas..."
- Eduardo Bolsonaro votou a favor da PEC do Orçamento Impositivo e ainda fez discurso, né?
"Sim, mas..."
- O governo já enviou a Reforma Administrativa e Tributária?
"Não..."
Herculano
27/02/2020 06:44
da série: com um Congresso - que representa o povo e mal usa o mandato contra o povo e faz dele uma trincheira de chantagem para interesses corporativos e particulares, que aprova de leis para bandidos e parlamentares que não trabalham em Brasília, o foco não poderia ser outro

MUNDO DISCUTE COMO EVITAR RECESSÃO, BRASIL TRATA DE BADERNA AUTORITÁRIA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Brasil promove gritaria autoritária e mal toma cuidados para evitar recaída ou prevenir contágio

É difícil chamar a atenção do respeitável público para a economia internacional quando o governo incita manifestações de rua contra o Congresso, para dizer o menos. No entanto, senhoras e senhores, a coisa está feia até onde a vista alcança, que não é muito longe, embora o desânimo já seja visível aqui dentro.

Pode ser pior. Esse tombaço da Bolsa é espuma se considerado o problema real no horizonte próximo: redução ainda maior de exportações industriais, baixa de preços de produtos que fazem o grosso da exportação brasileira, medo puro e simples do rolo que pode dar lá fora.

Quem olhar para os números do mercado financeiro americano vai perceber facilmente que, no mínimo, os donos do dinheiro de lá e do mundo esperam que o banco central dos EUA reduza as taxas de juros ?"no mercado, as taxas já mergulharam para mínimas históricas.

Essa baixa também é também mero sinal de medo genérico, da finança fugindo para seu refúgio habitual. Mas há expectativa razoável de desaceleração no ainda centro econômico do mundo.

Noutras partes importantes do planeta, a coisa vai de fraca a pior. No final do ano passado, a economia europeia cresceu no menor ritmo desde 2013, quando estava em recessão. Então veio a ameaça ou o medo do novo coronavírus.

O alarme é tão alto que o governo habitualmente muquirana e fundamentalista fiscal religioso da Alemanha pensa em gastar mais. Para tanto, vai precisar mudar a Constituição a fim de, pelo menos, suspender o teto de déficit primário, o que não vai ser fácil (um limite de déficit miserável, de 0,35% do PIB).

O plano do governo, que apareceu vagamente nos jornais europeus, é assumir dívida de cidades de modo a permitir que prefeitos gastem mais em rodovias, escolas e hospitais.

O fanatismo de certos políticos alemães contra o gasto público é forte, em particular no partido conservador da chanceler Angela Merkel, que governa em coalizão com os apenas um tico menos conservadores da social-democracia.

"Vão abrir as comportas da política fiscal." "Vamos nos tornar um país endividado." "Suspender o limite do endividamento quando dá vontade é como suspender direitos fundamentais." Pois é: é o que dizem parlamentares alemães.

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, que não nasceu ontem, é pragmática, conhece os rolos da vida e, enfim, é francesa, diz o contrário.

"Medidas fiscais [gasto extra] a fim de dar apoio à economia são certamente muito bem-vindas, nas atuais circunstâncias", disse aos jornais. Pois é: uma presidente de banco central dizendo o contrário de deputados.

Quais circunstâncias? Risco de recessão. Juros baixos. Na prática, o governo alemão pode pegar dinheiro emprestado de graça (a taxa anual de juros de empréstimos de dez anos é de MENOS 0,47%. Sim, negativa. Quem empresta ao governo recebe menos de volta). Não é apenas Lagarde que diz tal coisa.

O ex-economista-chefe do FMI (2008-2105) e reputadíssimo economista Olivier Blanchard, mas não apenas, tem praticamente feito campanha a favor de aumento de dívida e investimento públicos no caso de países com crédito, custo baixo de financiamento e com economia estagnada.

Em suma, o centro do mundo e o mundo rico estão discutindo como evitar um novo atoleiro global, que nem sabem se é certo. Por aqui, estamos fazendo concurso de mergulho na lama, um tumulto no lodo que pode enfraquecer uma economia que mal conseguia sair da cama.
Herculano
27/02/2020 06:35
'CRISE' TENTA EMPLACAR 'IMPEACHMENT DA VINGANÇA', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O destaque desproporcional para o compartilhamento, pelo presidente Jair Bolsonaro, de um vídeo que o bajula e que nem sequer menciona o Congresso, atende à conveniência da elite política de Brasília, incluindo jornalistas, de não apurar as razões de importante ministro ao revelar que o governo tem sido chantageado por parlamentares. De quebra, ainda tenta emplacar algo como o "impeachment da vingança".

CHANTAGEM DENUNCIADA

Em conversa vazada, o general Augusto Heleno disse que não dava para aceitar "esses caras chantagearem a gente o tempo todo".

DENÚNCIA IGNORADA

Ninguém se interessou pela gravíssima revelação sobre as "insaciáveis reivindicações de parlamentares por fatias do orçamento impositivo".

CHANTAGEM 'ESQUECIDA'

Em vez de apurar a denúncia, aplaudiram o ataque de Rodrigo Maia a Heleno. Mídia e políticos acham valentia atacar militares aposentados.

ESPECIALIDADE DA CASA

De Roberto "é dando que se recebe" Cardoso Alves aos dias atuais, o Congresso tem histórico de emparedar governos para obter vantagens.

CONGRESSO VAZIO, EM DIA DE 'CRISE' E CORONAVÍRUS

Em um dia cheio de problemas graves, como a confirmação do primeiro caso de coronavírus no País, e da tentativa de caracterizar um suposto "ataque" de Bolsonaro ao Congresso, os deputados ?" a começar pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia - gazetearam o trabalho. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também não deu as caras. Ele e Maia costumam chamar de "ataque à democracia" qualquer crítica à agenda malandra, desde 2016, com a semana de dois dias de trabalho.

NADA PRA FAZER

Somente dois deputados apareceram para trabalhar na quarta-feira de cinzas: Marcel Van Hattem (Novo-RS) e general Peternelli (PSL-SP).

TRABALHO DELETADO

Como os parlamentares, a maioria dos servidores do Congresso não foi vista trabalhando. Foram contaminados pela malandragem da chefia.

CASA DO POVO

As dependências da Câmara estavam tomadas, mas não de deputados ou de servidores: eram turistas usando bermudas e chinelos.

A ESPERANÇA

As investigações contra servidores "fantasma" dão esperança de moralização a quem trabalha na Câmara. "Será que vai mudar alguma coisa?", perguntou um servidor esperançoso, coitado.

NOMES FORTES

São cotados ao STF André Mendonça, da AGU, e o ministro Humberto Martins, corregedor nacional de Justiça. Mas favorito é Jorge Oliveira, ministro da secretaria geral, que aliás não é "terrivelmente evangélico".

TEMPO DE CARNAVAL

O carnaval da Bahia sempre surpreende. Este ano foi a vez de vermos um petista, o governador Rui Costa, defender a truculência da polícia, denunciada pelo deputado/cantor Igor Kannario (DEM) de cima do trio.

USO DO CACHIMBO

O ócio é contagiante: o Fundação Perseu Abramo, do PT, deu folga aos seus funcionários durante o carnaval. Trabalharam só até sexta (21), assim como os parlamentares, que só voltam ao batente dia 3.

TRABALHO DURO É LENDA

Foram há uma semana, dia 19, os últimos compromissos oficiais do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, previstos em sua agenda, quando se reuniu com João Doria. E ainda tem outra semana de folga.

ELAS NÃO FAZEM O DIABO

Executivo e Judiciário, dois dos três poderes, já foram presididos por mulheres. Mas o Legislativo só foi chefiado por homens. Não há ainda mulheres dispostas a "fazer o diabo" só para vencer essa disputa.

EX-SOLTEIRÃO SE RENDEU

O deputado José Guimarães (PT-CE), irmão de José Genoino cujo assessor foi preso com dólares na cueca, guarda um segredo a sete chaves: ele se casou. Perdeu a solteirice depois dos 60 anos.

FHC NA CONSPIRAÇÃO

Continua o trabalho do ex-presidente FHC de agir nos bastidores para impedir o governador paulista João Doria de controlar totalmente o PSDB. O ex-prefeito Gilberto Kassab aguarda Dória no PSD.

PERGUNTA CORONÁRIA

Quantos dias de quarentena, trabalhando sem parar, deputados e senadores precisam para erradicar o vírus do ócio do Congresso?
Herculano
27/02/2020 06:27
EM QUE MOMENTO NOS TORNAMOS REGULADORES OBSESSIVOS DA VID DOS OUTROS? por Fernando Schüler, professor do Insper e curador do projeto Fronteiras do Pensamento, no jornal Folha de S. Paulo
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A hiperpolitização do cotidiano se tornou uma marca do nosso tempo

O Cacique de Ramos teve que se explicar. O bloco desfila com fantasias de índio desde 1960, mas agora a coisa complicou. "Os pioneiros do bloco tinham nomes indígenas e eram ligados à umbanda." Não entendi a relação com a umbanda. Possivelmente era um salvo-conduto.

Alessandra Negrini também não escapou. Teve que se explicar e se saiu bastante bem. "A luta indígena é de todos nós, por isso tive a ousadia de me vestir assim." Bingo. Em vez de pedir desculpas, um pouco de retórica política. Contra-ataque perfeito.

Curiosa essa invasão da retórica politica sobre a indisciplina e a irreverência que sempre marcou (ao menos é isso que imaginávamos), nosso Carnaval. Não se trata da sátira política (sempre bem-vinda, aliás), mas o seu contrário: o disciplinamento da sátira pela correção política.

O melhor disso foi a cartilha editada por um conselho da Prefeitura de Belo Horizonte com orientações sobre o que os foliões deveriam evitar. Fantasias de índio, enfermeira sexy, a marchinha clássica de Lamartine Babo, touca com tranças, homem vestido de mulher. Esse último item com um requinte: nem de "noiva".

Talvez tenha sido nosso primeiro Carnaval de cartilha, mas presumo que seja o primeiro de muitos.

Nessas coisas todas, o que me surpreende é o excesso de convicção. A certeza de que alguém tem o direito de mandar na vida dos outros. Antônio Risério chamou isso de "fascismo identitário" em seu livro recente. Fascismo, aqui, é o culto do dogma, a negação do diálogo, a sede de controle. Se o termo é adequado cada um pode julgar.

Vai aí uma marca do nosso tempo: a hiperpolitização do cotidiano. Jonathan Haidt trata do tema em seu "The Coddling of the American Mind". A vigilância coletiva nos campi universitários, os safe spaces, a supressão da divergência e proteção a qualquer coisa que caiba sob o rótulo de ofensivo.

Parece evidente que as redes sociais têm muito a ver com isso. A conexão digital fez com que, subitamente, passássemos a viver juntos. Da multiplicidade que marca as grandes sociedades abertas, passamos a funcionar como uma comunidade. Comunidade de bisbilhoteiros e "reguladores da vida dos outros", como escutei de um amigo professor tempos atrás.

Sobre a atual histeria identitária, Risério toca na questão central: como é possível que movimentos que iniciaram "como luta pelo reconhecimento do outro tenham terminado como uma luta que rejeita o outro, a diferença, a outridade"?

Não vejo resposta simples a essa pergunta. Mas ela deve ser feita. De um movimento múltiplo e generoso, afirmativo de direitos, migramos a uma guerra mesquinha pelo disciplinamento do humor, pela correção da literatura, supressão de marchinhas, regulação de fantasias e festas populares.

Talvez tudo tenha saído um pouco de controle quando as guerras culturais invadiram o mundo da política e qualquer alegação de fragilidade tenha se tornado um caminho fácil para a virtude. Tudo feito à moda banal da radicalização e do exagero que marca a democracia atual.

Há muitos riscos aí. Um deles é a descredibilização dos temas de fato pertinentes à exclusão e o preconceito. Submeter a luta antirracista ao julgamento seletivo e à politização barata é perder de vista a seriedade dos temas que ela de fato envolve no dia a dia.

Há um elemento político: só quem tem ganhado, com a histeria identitária, é um certo direitismo conservador que declara guerra ao politicamente correto e passa a ser visto, por irônico que pareça, como libertador. Há muitos bons trabalhos de sociologia mostrando isso, infelizmente não aqui pelos trópicos.

No mais, arriscamos terminar convertendo o país da transgressão e da antropofagia em uma nação puritana. Depois do ódio político, a chatice cultural. Acabaríamos cantando hinos gospel no Carnaval.

Nesse dia bateria uma saudade, não tenho dúvidas, de algumas velhas marchinhas que deixamos para trás.
Herculano
26/02/2020 17:34
da série: Toffoli e outros ministros, são parte do problema, mas discursam distantes da percepção do povo e decidem para poucos e amigos, mesmo que para isso seja preciso ir contra a lei expressa e até mesmo a constituição, como aconteceu com Ricardo Lewandoswki

Mas, perguntar não ofende: essa tal convivência harmônica é para continuar roubando como se roubou no petrolão?

"O BRASIL NÃO PODE CONVIVER COM UM CLIMA DE DISPUTA PERMANENTE", DIZ TOFFOLI

Conteúdo de O Antagonista. Dias Toffoli distribuiu a seguinte nota à imprensa, sobre o vídeo enviado por Jair Bolsonaro a aliados, com as convocações para atos de apoio ao governo no dia 15 de março:

Sociedades livres e desenvolvidas nunca prescindiram de instituições sólidas para manter a sua integridade. Não existe democracia sem um Parlamento atuante, um Judiciário independente e um Executivo já legitimado pelo voto. O Brasil não pode conviver com um clima de disputa permanente. É preciso paz para construir o futuro. A convivência harmônica entre todos é o que constrói uma grande nação.

Dias Toffoli, presidente do STF
Herculano
26/02/2020 17:25
VÍRUS POLITIZADO

Virou Fla-flu.

No twitter, pincei esta argumentação

Querem cancelamento das manifestações por causa do CORONAVÍRUS.

Pediram o fechamento de:

Trens? Não
Metrôs? Não
Bancos? Não
Cinemas? Não
Shoppings? Não
Supermercados? Não

Mas que raio de vírus é esse que só vai em manifestação?

Bem politizado ele, hein?!
Herculano
26/02/2020 17:22
NÃO ATACOU AS INSTITUIÇõES

Do vice-presidente, general Amilton Mourão, no twitter:

Não autorizei o uso de minha imagem por ninguém, mas protestos fazem parte da democracia que não precisa de pescadores de águas turvas para defendê-la. O presidente @JairBolsonaro não atacou as instituições, que estão funcionando normalmente.
Herculano
26/02/2020 17:18
VÍRUS INCUBADO

Estranha coincidência

A divulgação do primeiro infectado brasileiro detectado no Brasil com o Coronavirus, aconteceu na noite de terça-feira, quando se encerrava o Carnaval - a grande aglomeração popular - endossada pela esquerda pagã. E que mandou vários recados.

A divulgação do primeiro infectado brasileiro detectado com o Coronavirus, aconteceu quando a direita e o conservadorismo orquestravam uma grande manifestação para o dia 15 de março. Agora, naturalmente, ela tende a murchar.
Herculano
26/02/2020 17:12
AINDA NÃO REVOGARAM O DIREITO DE MANIFESTAÇÃO

De Alexandre Garcia, no twitter:

Perguntar não ofende: vejo uma polêmica inútil - se não revogaram o direito de manifestação previsto na alínea XVI do art. 5 da Constituição, que é cláusula pétrea, o que estão discutindo?
Herculano
26/02/2020 17:11
CORONAVÍRUS É UM DESSES MALES QUE VEM PARA PIOR, por Josias de Souza.

A Quarta-feira de Cinzas é a porta de entrada da Quaresma, tempo de penitência e oração. Na simbologia cristã, as cinzas bentas aplicadas sobre a testa servem para lembrar da finitude humana. Neste ano da graça de 2020, o cheiro das cinzas chegou mais cedo. O Brasil ainda sacudia no ritmo do samba e Jair Bolsonaro aproveitava o feriadão do Carnaval para realizar testes de popularidade nas ruas do Guarujá quando a economia mundial registrou um solavanco que inspira reflexão.

Aos poucos, vai se desfazendo a ilusão de que o coronavírus faria um estrago pequeno fora dos limites da China. Se ficasse restrita ao território chinês, a encrenca já teria impacto sobre o desempenho da economia global. Mas começam a surgir indicações de que o Covid-19, como o fantasma foi batizado, é um desses males que vêm para pior.

Na segunda-feira carnavalesca, registraram-se quedas repentinas nas cotações de produtos exportados pelo Brasil, como minério de ferro. Caíram também as ações de empresas ao redor do mundo, inclusive logomarcas brasileiras, como Vale e Petrobras. A volatilidade se manteve nesta terça, sobretudo na Europa. Além de assombrar a Itália, que teve de isolar algumas cidades, o novo vírus deu as caras em outras praças ?"Suíça e Espanha, por exemplo.

É nesse ambiente de incertezas que a Bolsa de Valores brasileira retornará do feriadão. Ainda não é possível dimensionar o tamanho do estrago que o vírus produzirá na economia mundial nos próximos meses. Mas já se pode constatar que o Brasil subestima a ameaça ao negligenciar as reformas pós-Previdência. Bolsonaro mede seu prestígio no Guarujá sem se dar conta de que não há popularidade sem prosperidade.

O Banco Central já estima que o PIB de 2019 pode ter ficado abaixo de 1%. O mercado começa a rebaixar para menos de 2% suas previsões de crescimento para 2020. Resta ao capitão um consolo. Na oposição, a única novidade é que Lula trocou a condição de presidiário pela de turista. Depois e visitar o papa, em Roma, o pajé do PT informou à Justiça que ficará fora do Brasil de 29 de fevereiro a 12 de março. Vai à França, Suíça e Alemanha. No momento, o maior opositor de Bolsonaro chama-se Covid-19
Herculano
26/02/2020 17:03
da série: a disputa boba.

DEPOIS DOS BOLSONARISTAS REJEITAREM O PSL QUE OS ABRIGOU NAS ELEIÇõES DE OUTUBRO, ELES ESTÃO SENDO DISPUTADOS NO TAPA POR VÁRIOS NANICOS ANTES QUE O ALIANÇA SEJA A VERDADEIRA CASA DELES.

BASTOU O SENADOR JORGINHO MELO, PL, FAZER UMA VARREDURA E PRONUNCIAMENTOS NO OESTE DO ESTADO DURANTE O FINAL DE SEMANA DE CARNAVAL, PARA O PR, SE ACORDAR DEPOIS DOS FERIADOS E MANDAR ESTE PRESS RELEASE PARA A IMPRENSA

REPUBLICANOS ACOLHE BOLSONARISTAS EM SANTA CATARINA

Conteúdo press release do gabinete de Sérgio Mota. Texto de Kênia Pacheco, de Florianópolis. Pessoas de bem e com os mesmos ideais serão acolhidas de braços abertos, segundo o presidente estadual da sigla

O Republicanos vai abrigar os candidatos Bolsonaristas para as eleições municipais deste ano. A escolha natural por um dos partidos que mais cresce no Brasil, na avaliação do presidente estadual da sigla, deputado estadual Sergio Motta, é por se tratar de um partido que apoiou o presidente na campanha eleitoral e apoia também no mandato.

Para Motta, o perfil do partido que é conservador nos costumes, com princípios liberais na economia também tem sido um motivo que contribuiu muito na hora da decisão. "Entendemos que o curto espaço de tempo para as eleições municipais não permitiram a organização do Aliança, partido do Presidente Jair Bolsonaro estar apto a participar da disputa e por este motivo o Republicanos foi escolhido", garantiu.

O Republicanos tem 14 anos de história, tem 32 deputados federais, 43 estaduais, mais de 100 prefeitos e mais de mil vereadores por todo o país. Além disso, conta com 31 segundo de tempo de televisão, estímulos que despertam interesses de aliados. "Se os novos filiados ficam ou não no partido depois, vamos aguardar o tempo responder isso. Vamos agora acolher pessoas de bem que pensam no coletivo, nas pessoas", pontuou o deputado.

Um dos projetos que está sendo colocado em prática e já vai garantir a chegada de novos filiados é um movimento itinerante do Republicanos. Rio do Sul é a primeira cidade do cronograma a receber o presidente do partido Republicanos de Santa Catarina e a executiva da sigla. "Estaremos ainda mais perto da população. Vamos acolher de braços abertos as pessoas de bem, que tem os mesmos ideais do nosso partido", disse Motta.
Herculano
26/02/2020 08:14
A SITUAÇÃO ESTÁ RUIM PARA A VELHA POLÍTICA COM OS QUE SE FINGEM DE NOVOS. E ELES SABEM DISSO. ACORDA, GASPAR!

Que tal os presidentes do Senado, David Alcolumbre e o da Câmara Federal, Rodrigo Maia, ambos do DEM, como legítimos representantes do povo, eleito pelo povo, pagos nos seus altos salários, privilégios e mordomia pelo povo, convocarem o povo contra o governo de Jair Messias Bolsonaro, sem partido?

Este seria o desafio, natural. Ou não?

Não é, porque desta vez a sensação de roubo, de que o Brasil parou, que há chantagem e sacanagens estão no Congresso e não do presidente, ou governo.
Herculano
26/02/2020 08:08
"É MEDO DO POVO NAS RUAS!"

Conteúdo de O Antagonista. Alberto Fraga, o amigo de Jair Bolsonaro que confirmou ter recebido uma mensagem do presidente convocando sua turma para o protesto do dia 15, comentou no Twitter:

"Bolsonaro ser cobrado por ter compartilhado um vídeo de convocação feito pelos seus apoiadores, é ridícula essa acusação que ele está contra às instituições! É medo do povo nas ruas! E se preparem pq o povo vai corresponder! Aguardem!"

Alberto Fraga, que não tem medo do povo nas ruas, algumas semanas atrás tentou tomar um naco do ministério de Sergio Moro.
Herculano
26/02/2020 08:03
AS HIENAS DE BOLSONARO (DE NOVO))

Conteúdo de O Antagonista. Jair Bolsonaro "afeiçoou-se à marcha da insensatez", diz Josias de Souza.

"Sempre que lhe apertam os calos, atiça as ruas. Fez isso, por exemplo, ao trombetear no ano passado o texto apócrifo que dizia que o Brasil é 'ingovernável fora dos conchavos'. Ou ao difundir o vídeo em que desempenhava o papel de um leão cercado pelas hienas do STF, da imprensa e dos partidos (...).

O capitão e seu general de estimação enxergam uma trama do Congresso para implantar um parlamentarismo branco. Bolsonaro e Heleno não se dão conta de que os congressistas apenas ocupam o espaço aberto por um governo pálido."
Herculano
26/02/2020 08:01
O EFEITO CONTRÁRIO

De Rodrigo Constantino, no twitter:

OAB, FHC, Lula, Molon, Maia: são esses que querem "parar" Bolsonaro por apoiar manifestação contra CHANTAGISTAS do Congresso?! Vc pode condenar o tom de ala bolsonarista, o presidente jogar lenha na fogueira anti-establishment. Mas com esse time, cuidado com o efeito bumerangue!
Herculano
26/02/2020 07:59
POLÍCIA, GOVERNO, MILÍCIA E MOTINS, por Ilona Szabó de Carvalho, empreendedora cívica, mestre em estudos internacionais pela Universidade de Uppsala (Suécia). É autora de "Segurança Pública para Virar o Jogo", no jornal Folha de S. Paulo.

Greves policiais, embora proibidas, não são incomuns no Brasil

Nas últimas semanas, assistimos ao acirramento das tensões entre polícias militares e governadores em diversos estados do país. O motim da polícia do Ceará foi o caso mais emblemático.

De um lado PMs mascarados - sem identificação e com armas do estado - fazendo refém e aterrorizando uma cidade. E do outro um senador licenciado em uma retroescavadeira tentando furar o bloqueio dos policiais e sendo atingido por tiros.

O abuso de poder público de polícia e político no país vem crescendo de forma alarmante com o atual governo.

O presidente da República, enquanto militar e parlamentar, participou, insuflou e apoiou motins militares e policiais. Se havia dúvidas sobre sua postura com as novas responsabilidades e o decoro do cargo que hoje ocupa, já temos as respostas.

O presidente não somente tem os membros das forças de segurança pública do país entre seus principais apoiadores, como ajudou a eleger vários deles.

O número de policiais e militares eleitos para o legislativo quadruplicou na eleição de 2018, em comparação com a de 2014, somando 72 representantes em assembleias estaduais e no Congresso Nacional.

Greves policiais, embora proibidas, não são incomuns no Brasil. Entre 1997 e 2017 houve 52 greves da polícia militar, de acordo com um estudo de José Vicente Tavares dos Santos, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

A questão é que reivindicações legítimas das forças policiais têm sido cada vez mais usadas por associações politizadas ou representantes eleitos (até recentemente, principalmente no Poder Legislativo) para apoiar ou desafiar o poder político.

Verdade seja dita, governadores e presidentes, historicamente, não abordaram as questões estruturais necessárias para se ter forças policiais profissionais no Brasil.

Corporações policiais e suas famílias têm sido usadas como importantes forças eleitorais, e, por isso, a maioria dos políticos eleitos evita lidar com questões chave para a melhoria da segurança pública e para a modernização das corporações policiais.

Neste sentido, a eleição de Bolsonaro é, em parte, um produto da leniência e da negligência de décadas com a segurança pública e as forças policiais, e não a causa das tensões atuais.

Mas o momento é extremamente perigoso. A luta de policiais por melhores salários e condições de trabalho é legítima e merece atenção, uma vez que a categoria enfrenta uma série de desafios.

No entanto, o uso de violência como instrumento de negociação por parte dos agentes contra a população e os governadores, e o apoio do presidente e seus aliados da bancada da bala é inaceitável. Ambos desvios precisam ter consequência.

Há claros indícios de que a politização das polícias e o incentivo para que partes dessas forças atuem como milícias, desestabilizando governos locais e apoiando o governo central, fazem parte de um plano maior de minar as bases da República e da convivência democrática.

A militarização do governo e a política de armar até os dentes os civis que são leais apoiadores do governo, como é o caso dos colecionadores, atiradores e caçadores, parecem se encaixar na mesma estratégia.

Governadores precisam se unir e enfrentar questões de fundo para democratizar e profissionalizar suas forças policiais. De um lado precisam oferecer melhores condições de trabalho, com aprimoramento dos planos de carreiras, formação e cuidados de saúde mental.

Ao mesmo tempo precisam instituir controle civil sobre as polícias com especial atenção para o uso proporcional e legítimo da força. Se assim o fizerem estarão dando grande contribuição para a consolidação democrática no país. A alternativa é a barbárie.
Herculano
26/02/2020 07:55
CÂMARA TEM 52 AÇõES CONTRA SERVIDORES 'FANTASMA', por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Câmara começou apuração de ao menos 52 suspeitas de servidores que agem como 'fantasmas', batendo o ponto sem trabalhar, ou usando de artifícios para adulterar o número de horas trabalhadas e tirar folgas adicionais. Servidores e as chefias de vários setores da Casa já foram chamados para dar explicações sobre a situação que sempre ocorreu, mas se intensificou muito nos últimos anos e se tornou insustentável.

ESQUEMÃO

O local que chamou mais atenção foi o Centro de Formação, onde o malandro para o carro no desembarque, bate o ponto e se manda.

PARECEM CRIANÇAS

Há quem chegue 12h, registra o ponto como saída do almoço, registra a volta do almoço 12h30 e diz ter esquecido do ponto pela manhã.

PRÁTICA ANTIGA

Vez por outra os abusos são flagrados pela imprensa. Comissionados são exonerados, mas os concursados gozam de estabilidade.

PRE-PAD

Essa sindicância precede o Processo Administrativo Disciplinar (PAD), que pode, em raríssimos casos, determinar demissão de concursados.

CANDIDATURAS DIFICULTAM 'REELEIÇÃO' NO CONGRESSO

O Congresso vive a expectativa de definir se há reeleição no Senado e até na Câmara dentro de uma mesma legislatura. No Senado, Davi Alcolumbre tem um argumento: "na Câmara já é assim". Não é. E, na Câmara, Rodrigo Maia tenta saída para se "eternizar" no cargo. Ambas as possibilidades são remotas, mas não se deve subestimar a dupla. Não faltam candidatos a substituir Maia, como Arthur Lira (PP-AL), do "centrão", que em 2019 abriu mão em favor da reeleição do carioca.

CENTRO 'HISTóRICO'

Na Câmara, também há Baleia Rossi (MDB-SP), Agnaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (Rep-SP) e Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro.

EX-CANDIDATOS

No Senado, Ângelo Coronel (PSD-BA), que foi candidato em 2019, e Esperidião Amim (PP-SC) podem disputar contra Alcolumbre.

NOMES EMEDEBISTAS

Eduardo Gomes (TO), líder do governo no Congresso, e Simone Tebet (MS), presidente da CCJ, são do MDB, e fortíssimos no Senado.

EXÉRCITO PRóPRIO

Prestes a se mudar para o apartamentaço de 800 metros quadrados adquirido por um filho, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado leva vida de príncipe árabe em Fortaleza. Anda com dez seguranças.

TÃO PERTO, TÃO DISTANTE

O ministro Jorge Oliveira (secretaria geral) só perderia para ele mesmo a disputa pela vaga de ministro do STF, em lugar de Celso de Mello: o presidente Bolsonaro não abre mão do seu aconselhamento jurídico.

TROCA DE LEGENDA

Em rota de colisão com a família Gomes, o governador Camilo Santana (PT) negocia sua filiação ao PSB. Quer ser candidato a presidente, coitado. Acredita que pode superar o desgaste do motim da PM.

STF CARNAVALESCO

No espírito da Câmara e Senado, o Supremo Tribunal Federal também cancelou o calendário de julgamentos previsto para essa semana. No dia 3 de março, no entanto, há 43 ações na pauta do STF.

SEGURANÇA JURÍDICA

A nova presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Cristina Peduzzi, tem um compromisso prioritário de valorização da Justiça do Trabalho, "tendo a lei como inspiração" e "criar cenário onde a segurança jurídica seja a regra para empregados e empregadores".

BURRADA DO ANO

Dois diplomatas que vieram de Wuhan merecem o troféu de "mancada do ano". Acompanharam um colega destacado para assistir os que seriam repatriados e foram impedidos de retornar a Pequim, onde suas famílias estavam. Foram forçados a voltar ao Brasil e à quarentena.

LÍDERES DO TOMÁ-LÁ-DÁ-CÁ

O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) definiu como "compensação" a disponibilizar R$30 bilhões ao Congresso, defendida por alguns líderes partidários. Mas ficaram irritados com o veto do presidente Bolsonaro.

DEPUTADO MEDIEVAL

Em relação à denúncia desta coluna sobre as 760 viagens de Rodrigo Maia desde que virou presidente da Câmara, a leitora Rosa de Gouveia, diz "em pleno século XXI age como os nobres medievais".

PENSANDO BEM...

...se o dólar é flutuante, o real precisa aprender a nadar.
Herculano
26/02/2020 07:45
O QUE É QUARTA-FEIRA DE CINZAS?

A data é um símbolo do dever da conversão e da mudança de vida, para recordar a passageira fragilidade da vida humana, sujeita à morte. Coincide com o dia seguinte à terça-feira de Carnaval e é o primeiro dos 40 dias (Quaresma) entre essa terça-feira e a sexta-feira (Santa) anterior ao domingo de Páscoa..

O QUE É ESTA QUARTA-FEIRA DE CINZAS NO BRASIL

O que restará da volta à normalidade

As Bolsas de Valores desabarão. Os especuladores atuarão forte. O dólar vai tentar explodir. E a política econômica do doutor Paulo Guedes será testada ao limite.

O que é certo? O Brasil sairá menor, ou ao menos na impressão e isso é o que vale para o mercado e o investidor que compra na baixa e venda na alta. Agora, ele está testando a baixa.

O presidente Jair Messias Bolsonaro será alvo de bombardeio porque, irresponsavelmente, estimulou as passeatas de 15 de março - agora comprometidas pelo Corona Vírus.

Todos podiam fazer o que ele fez, incluindo os seus filhos, menos ele e membros do governo. Mas, como não possui controle e ainda não possui a dimensão do cargo que ocupa... Ele e seus ministros beneficiários do resultado ( as passeatas).

E vamos supor - e que é difícil - houver um fracasso - se não fosse o Corona que pode murchar tudo? Bolsonaro estaria se enfraquecendo à toa.

E as cinzas desta quarta-feira estão se ampliando ainda mais com a notícia do desconhecido desastre entre nós do Corona Vírus que chegou não da China, mas da Itália. O caminho está aberto para os especuladores que compram na baixa, o caminho está aberto para atrapalhar a recuperação econômica, o caminho está aberto para os discursos de oportunidade.

Enfim, serão cinzas que ficarão para além desta quarta-feira.
Herculano
26/02/2020 07:33
da série: duas frentes vão comprometer o crescimento do Brasil este ano. Um é o desconhecido Corona Vírus enquanto não houver vacina e controle e o outro é o enfrentamento permanente do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, com as instituições em contraponto ao poder das milícias, muitas delas, disfarçadas de polícias

TENSÃO NOS MERCADOS DEVE CHEGAR À BOLSA BRASILEIRA NA QUARTA DE CINZAS

Índice que replica o Ibovespa em dólares recua 6,4% desde segunda

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Júlia Moura. A Bolsa brasileira tende a voltar da pausa de Carnaval em forte queda nesta quarta (26), quando reabre às 13h, depois de dois dias de elevada tensão e desvalorizações acentuadas nos mercados internacionais em razão das preocupações com o avanço do coronavírus.

A divulgação, na noite desta terça-feira (25), do primeiro caso de suspeita concreta de covid-19 no Brasil, de um homem que veio da Itália, deve complicar o cenário.

Desde segunda (24), enquanto as negociações brasileiras permaneceram paralisadas, o fundo de índice (ETF) que replica o Ibovespa em dólar (iShares MSCI Brazil) recuou 6,4% na Bolsa de Nova York.

"A tendência é que o Ibovespa caia também. Os dois índices andam, em tese, juntos. Tudo indica que a queda do Ibovespa vai ser bem pesada", afirma André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Os recibos de ações (ADRs) de Petrobras e Vale negociados em Nova York caíram 8,8% e 10%, respectivamente, desde segunda. Os ADRs da Gerdau acumulam queda de 8,6%, e os do Bradesco, de 5%.

Como o índice de Ibovespa em Nova York e os papéis das empresas brasileiras são negociados em dólar, a queda do mercado brasileiro pode ser ainda mais acentuada nesta quarta, por incorporar eventual alta da moeda americana.

Nesta terça, porém, o índice DXY, que mede a força internacional do dólar, caiu 0,4%. A moeda fechou a sexta, véspera de Carnaval, a R$ 4,394.

A desvalorização do dólar nesta terça reflete a aposta de investidores em cortes na taxa de juros americana. O mercado precifica uma chance de 50% de um corte de 0,25 ponto percentual no início de abril e mais de 0,50 ponto percentual até o fim do ano. Os cortes seriam uma maneira de estimular a economia, que deve ser impactada pelo coronavírus.

Nesta terça, foram identificados casos na Suíça, na Áustria, na Croácia e na Espanha. O caso suíço é de um homem que esteve recentemente em Milão. Na segunda, as principais Bolsas globais tiveram fortes quedas com o surgimento de novos surtos de da doença em países fora da China, especialmente na Itália.

Nesta terça, os mercados seguiram em queda depois que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) alertou que americanos devem começar se preparar para a disseminação do vírus.

O índice Dow Jones caiu 3% e foi ao menor patamar desde outubro de 2019, com os dois piores pregões seguidos desde 2018. S&P 500 e Nasdaq foram aos menores valores desde dezembro, com queda de 3% e 2,7%, respectivamente.

O rendimento do título do Tesouro americano de dez anos caiu ao menor já registrado, a 1,354% ao ano. Com aversão a risco, investidores vendem ativos mais arriscados, como ações, e buscam produtos mais seguros, como títulos do Tesouro. O movimento em manada faz os índices acionários despencar e os papéis de renda fixa ficar mais caros, o que reduz o seu rendimento.

O Stoxx 50, índice que reúne as ações das maiores empresas da Europa, caiu 2% nesta terça após recuar 4% na segunda, quando os principais índices europeus registraram a maior queda desde 2016, e o ouro, ativo de segurança, fora ao maior preço desde 2013.

"Pela primeira vez em algum tempo, finalmente estamos acordando para o fato de que esse problema pode continuar por um período e ter um impacto significativo no crescimento econômico chinês e global e potencialmente nos EUA", diz Randy Frederick, vice-presidente de negociação e derivativos da Charles Schwab Corporation.

Até então, investidores vinham reagindo de forma relativamente cautelosa sobre os potenciais danos do coronavírus na economia global.

A chegada da doença ao norte da Itália, no entanto, reacendeu as preocupações. Já são 11 mortes no país e 320 pessoas infectadas. Além disso, as principais regiões atingidas são o norte e o nordeste do país, áreas que compõem um importante polo industrial da Europa, ao sul da Suíça, da Áustria e da Alemanha.

O petróleo continua a cair, reflexo de potencial redução de demanda por combustíveis à medida que a economia global desacelere para conter novos surtos.

O barril de Brent recuou 2,3% para US$ 55, e o WTI, 3%, para US$ 49,90.
Herculano
26/02/2020 07:26
QUEM PRECISA DAR O EXEMPLO, por Carlos Brickmann

Beleza a festa pré-carnavalesca oferecida pelo governador baiano Rui Costa a convidados selecionados. Boa comida, boa bebida, salões decorados com esmero, gente de traje esporte fino, gente de black-tie (em Salvador, no verão!) Beleza! Mas há seis anos o funcionalismo público da Bahia não tem reajuste, oito colégios estaduais foram fechados por questões de economia. Claro, por mais luxuosa que tenha sido a festa, o que se gastou com ela não seria suficiente para resolver nenhum dos problemas do Governo estadual. Verdade. Só que o exemplo só pode vir de cima. Se as Excelências gastam à vontade, que recado estão passando ao povo?

Não é só a festa baiana. Os ministros do Supremo poderiam deixar de comer lagosta e tomar vinhos premiados que isso não faria diferença no orçamento da União. Da mesma forma, o custo do plano de saúde do Senado (é vitalício, vale também para ex-senadores, dá cobertura total, sem limite, extensiva a cônjuges e a filhos e enteados até 33 anos de idade) não ajudaria a cobrir o déficit público. Mas mostra que no Brasil o privilégio é sagrado.

Durante a Segunda Guerra, com Londres sob bombardeio, o rei George 6º insistiu em ficar na cidade, com a família. Sua filha Elizabeth, hoje rainha, trabalhou como enfermeira. A Coroa deu seu recado: lutaremos até a vitória.

Ninguém quer ver os governantes passando necessidades. Mas é preciso dar tanta festa, com tantos funcionários, com tantos carros? Respeitem-nos!

EXEMPLO É EXEMPLO

Harry S. Truman, presidente americano na época da vitória na 2ª Guerra, não tinha poupanças ao deixar o poder. Foi então que o Congresso autorizou uma pensão para os ex-presidentes. Conta-se que, ao passar o cargo, Truman recusou o carro oficial que o levaria ao aeroporto, por não ser mais presidente, e, pelo mesmo motivo, rejeitou o avião posto à sua disposição. Foi ao aeroporto de táxi e comprou passagem de volta para seu Estado.

O SALÁRIO POLICIAL

A Polícia Militar do Ceará está amotinada, e há articulações em outros 12 Estados para iniciar movimentos semelhantes. Greve de agentes armados já é ilegal; motim é de extravagante ilegalidade. Mas há outra questão: salário. Os PMs ganham mal, a Polícia Civil ganha pior ainda. E falta equipamento essencial: não há coletes suficientes à prova de bala, parte dos que existem está com validade vencida. Como convencer policiais, civis ou militares, de que não há mesmo recursos para eles, se Executivo, Legislativo e Judiciário não têm problema de verbas? Claro, se a mordomia fosse reduzida a zero, a economia não daria para resolver todos os problemas de equipamento e salário da Polícia; mas haveria a convicção de que o problema era de todos. Mas como falar nisso quando o pessoal de cima tem penduricalhos e não vê qualquer obstáculo para ganhar mais que o teto constitucional, que seria o de ministro do Supremo Tribunal Federal? Se "eles" podem, por que "nós" não?

Apenas como complemento: São Paulo, o Estado mais rico da Federação, paga aos policiais civis o salário mais baixo do país.

EPIDEMIA E ECONOMIA

As bolsas caíram no mundo inteiro (e caíram muito) diante das notícias de que o número de pessoas infectadas por coronavírus continua crescendo. Não é só o número: carros coreanos dependem de peças chinesas, a Apple, uma das empresas mais valiosas do mundo, depende da produção da China, o Brasil exporta pesadamente para a China (importa pesadamente, também).

Na segunda-feira, o índice Dow Jones americano caiu 1.031 pontos, a segunda maior queda de sua história de 124 anos; e na terça caiu mais um pouco. Os recibos brasileiros (ADR) também caíram mais de mil pontos. Espera-se que hoje ocorra uma recuperação parcial das principais bolsas.

PALAVRA DE ESPECIALISTA

O investidor Warren Buffet, um dos homens mais ricos do mundo, diz que a doença não afetou suas perspectivas econômicas a longo prazo. Seu conselho aos investidores: não comprem nem vendam ações com base nas manchetes dos jornais. Buffet dirige a gigante Berkshire Hathaway. Entre outras coisas, tem pouco mais de 5% da Apple e é sócio de Jorge Paulo Lehman em empresas como AB Inbev, Heinz e Burger King.

A MÁ NOTÍCIA

As estimativas são de que na China haja 78 mil pessoas contaminadas, e que 2.663 mortes já tenham ocorrido. Na Coreia, há 977 casos, com dez mortes. Na Itália, são 283 casos, sete mortes e onze cidades sob quarentena.

A BOA NOTÍCIA

O presidente Donald Trump pediu ao Congresso US$ 2,5 bilhões para o combate ao coronavírus. Destes, US$ 1 bilhão se destinam a desenvolver a vacina. Trump disse na Índia que, nos EUA, a doença está sob controle, que os americanos contaminados se recuperam e que a produção da vacina está próxima. Mas, se estivesse próxima, haveria tempo para gastar US$ 1 bilhão?
Herculano
26/02/2020 07:20
ZEMA, OU A VELHICE DO NOVO, por Elio Gaspari, no jornal Folha de S;. Paulo

O doutor notabilizou-se por encaminhar à Assembleia Legislativa um pedido de aumento de 42% para os servidores da área de segurança

Novo mesmo é o coronavírus. O governador mineiro Romeu Zema elegeu-se com 73% dos votos apresentando-se como algo de novo. Afinal, é um empresário bem sucedido. Repete que é "novo na política", mas foi filiado ao Partido Liberal por 18 anos. O doutor notabilizou-se por encaminhar à Assembleia Legislativa um pedido de aumento de 42% para os servidores da área de segurança, a um custo de R$ 9 bilhões em três anos.

Graças à internet, está na rede a entrevista que ele concedeu a uma equipe da GloboNews no dia 29 de janeiro, quando o mimo estava sendo cozinhado. A conversa durou 56 minutos, e é uma viagem ao novo, ecoando a fala do príncipe de Salinas no romance "O Leopardo": "Tudo isso não deveria poder durar; mas vai durar, sempre; o sempre humano, é claro, um século, dois séculos... e depois será diferente, porém pior".

Zema acha que "o Brasil precisa se reinventar". "Parece que tem hora que o mineiro e o brasileiro só enxergam o que dá errado". Nesse ofício, lascou os governos anteriores, sobretudo o do PT: "Somos um Estado quebrado", uma "podridão". Repetiu um bordão apocalíptico: "O Brasil estava caminhando para ser algo semelhante a uma Venezuela." (Quando ele disse isso a repórter Vera Magalhães ainda não havia mostrado a influência das milícias e dos motins de PMs, cunhando a expressão "Bolsochavismo".)

Depois que o paulista Geraldo Alckmin se recolheu, Zema disputa-lhe o campeonato de platitudes: "Você não consegue fazer tudo ao mesmo tempo", ou "com a matemática não se brinca". (A sério, ele reduziu o custo do Estado em R$ 5 bilhões. Brincando, mandou a mensagem dos bilhões.)

Afora a embromatina, Zema mostra-se um campeão do novo-velho. Orgulhou-se de ter renegociado um contrato de R$ 106 milhões para R$ 2 milhões, mas passou batido quando lhe perguntaram se mandou investigar quem botou o jabuti na árvore.

Sendo o novo, Zema disse que tem coragem para cometer "sincericídios" e ensinou que "a eleição de 2018 mostrou que o modelo que vigorou no Brasil está falido, aquele político que fica prometendo, que fica dissimulando, aquele político que não quer enfrentar problema de frente, deu no que deu. (...) Parece que no Brasil a classe política sempre teve medo."

No 50º minuto da entrevista deu-se o Momento Zema. O repórter Gerson Camarotti perguntou-lhe o que achava das filas do INSS (1,3 milhão de pessoas) e da balbúrdia do Enem (6 mil estudantes prejudicados). "Há problema de gestão?" Zema respondeu:

"Eu fico muito feliz com esses problemas, porque você não falou em nenhum problema de corrupção."
Camarotti lembrou-lhe que "você tem pessoas necessitando de aposentadorias, numa situação dramática".

Só então caiu a ficha. Zema reconheceu que "há falhas" e que "nisso, concordo plenamente". Concordou plenamente com a dramaticidade da situação lembrada por Camarotti, como se ela não tivesse existido. Afinal, foi-se o tempo daquele político que fica dissimulando, aquele político que não quer enfrentar problema de frente.

O príncipe de Salinas sabia do que falava. Tanto era assim que o velho político Elio Vittorini (comunista) rejeitou o manuscrito do "Leopardo" duas vezes na editora Mondadori.
Herculano
25/02/2020 17:20
COM "PENDURICALHOS", JUÍZES DEIXAM DE PAGAR R$ 360 MILHõES DE IMPOSTO DE RENDA

SÃO CERCA DE R$30 MILHõES POR MÊS DE IR GRAÇAS A INSENÇÃO TRIBUTÁRIA DE BENEFÍCIOS COMO AUXÍLIO-MORADIA, AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO E AUXÍLIO SAÚDE

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto do site Gazeta do Povo, Curitiba PR. Um conjunto de 18 mil juízes brasileiros, de 81 tribunais federais e estaduais, deixa de pagar cerca de R$ 30 milhões por mês de Imposto de Renda graças à isenção tributária de benefícios como auxílio-moradia, auxílio-alimentação e auxílio-saúde. Se os chamados penduricalhos fossem tributados da mesma forma que os salários, cada juiz teria de repassar, em média, 19% a mais para a Receita Federal.

Como a grande maioria dos auxílios concedidos pelo Poder Judiciário tem valor fixo e pagamento mensal, é possível projetar que essa espécie de renúncia fiscal alcance R$ 360 milhões por ano ?" aproximadamente R$ 20 mil por juiz, em média.

Nas últimas semanas, líderes da categoria e juízes de grande expressão pública ?" entre eles Sergio Moro, titular da 13.ª Vara Federal de Curitiba e responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância ?" procuraram justificar o recebimento generalizado de auxílio-moradia, mesmo entre os proprietários de imóveis, como uma forma de complementação salarial.

Se os benefícios são vistos como salários, não deveria haver tratamento tributário diferenciado, argumentam críticos de privilégios no Judiciário. "Então tem que incluir no teto e pagar imposto de renda. Será que um dia a lei será igual para todos neste país?", escreveu a economista Elena Landau, em postagem no Twitter, ao reagir à afirmação de Moro de que o auxílio-moradia compensa a falta de reajuste salarial no Judiciário desde 2015.

Para estimar o "bônus tributário" dos juízes, a reportagem analisou as folhas de pagamentos, relativas aos meses de novembro e dezembro, de todos os tribunais federais e estaduais que enviaram dados salariais ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ficaram de fora do levantamento apenas os juízes que não receberam auxílios ou que, por serem aposentados, não têm desconto de imposto de renda na fonte.

Foram calculados o valor tributável de cada contracheque e o impacto que haveria em cada um deles caso o imposto incidisse também sobre os penduricalhos. Em novembro, essa diferença foi de R$ 29,8 milhões. Em dezembro, mês de pagamento do 13.º salário, chegou a R$ 30,3 milhões.

Detalhamento
Nos contracheques dos juízes, os rendimentos incluem, além dos salários, outros itens agrupados em três campos: "direitos pessoais", "direitos eventuais" e "indenizações". Na média da folha de novembro, os salários corresponderam a 60% do total de rendimentos, e os demais itens a 40%.

O auxílio-moradia é enquadrado legalmente como indenização e, como tal, não é sujeito a cobrança de imposto. Estão na mesma categoria o auxílio-alimentação, o auxílio-saúde, o auxílio-natalidade e "ajudas de custo" diversas.

Também por ter caráter "indenizatório", e não remuneratório, o auxílio-moradia não é
levado em consideração no cálculo do teto do salário dos juízes. Assim, a maioria ultrapassa o limite de remuneração, que atualmente é de R$ 33,7 mil por mês.

Há diversas ações judiciais que contestam o caráter indenizatório do auxílio-moradia. Desde 2015, graças a uma decisão liminar do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o benefício é pago de forma generalizada, e não apenas aos juízes que são obrigados a trabalhar em local diverso de sua residência tradicional. O valor chega a R$ 4.378 por mês.

Para o presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), não há ilegalidade na concessão generalizada do benefício (mais informações nesta página). "O Supremo vai decidir se a natureza da verba é indenizatória ou remuneratória", observou. "Se for remuneratória, deve incidir Imposto de Renda. Mas aí se coloca um outro problema: as verbas indenizatórias, como o auxílio-moradia, são dadas apenas para juízes na atividade. Aposentados não recebem, porque não trabalham e, portanto, não teriam que ter residência oficial. Se (o STF) entender que o caráter da verba é remuneratório, o efeito pode estender isso a todos os aposentados também."

Para o professor de Direito Tributário da USP Luiz Eduardo Schoueri, o auxílio-moradia tem caráter de verba indenizatória, por exemplo, quando um soldado do Exército é deslocado para a fronteira a trabalho. No caso do Judiciário, é diferente. "É um salário indireto. Se não tem caráter de reparação, é renda."

"A lei trata como indenização o que a pessoa recebe em virtude de uma perda a ser reparada", disse Heleno Torres, colega de departamento de Schoueri. "É preciso compreender o limite do conceito de indenização. O que não tem natureza obrigatória deve ser oferecida sempre à tributação."
Herculano
25/02/2020 17:05
da série: se a moda pega, vai superlotar muitas cadeias já abarrotadas

JUSTIÇA CONDENA VEREADORA A 5 ANOS DE PRISÃO POR RACHADINHA, por Renan Ramalho, de O Antagonista.

A Justiça do Paraná condenou a vereadora de Curitiba Kátia Dittrich (Solidariedade) a 5 anos e 6 meses de prisão pelo crime de concussão (exigência de vantagem indevida em razão do cargo).

Segundo a denúncia, ela ameaçava demitir dois funcionários de gabinete caso não lhe repassassem parte do salário. Ambos descontavam R$ 1,5 mil do salário de R$ 7,5 mil.

Pelo mesmo crime foi condenado Marcos Pinheiro, marido de Kátia, que, segundo a sentença, participava ativamente das atividades da vereadora, conhecida como Kátia dos Animais de Rua.

"As provas constantes dos autos demonstram claramente que os crimes foram cometidos por Kátia Dittrich e Marcos Pinheiro Withers, que agiram mediante acordo de vontades, livres e conscientes", diz a decisão do juiz José Daniel Toaldo, que decretou a perda do mandato.
Alguém me disse
25/02/2020 12:53
Com certeza não vão encontrar o Hallan,a direção do Samae já deu jeito sobre isso,se Hallan fosse depor iria complicar pro lado da administração,ele alertou sobre as irregularidades a direção, e ainda falou de um superávit nas execuções das caixas em torno de 300 mil reais,sem falar no aditivo,Hallan é um rapaz muito humilde e estava transtorno e não conseguia mais dormir direito com as irregularidades da obra
Herculano
25/02/2020 11:03
BEBÊS CHORõES

"Só tem cinema fechando e igreja abrindo", diz Malu Mader na Sapucaí

VOLTO E COMENTO

E é verdade!

E o que prova isso? Que os pastores são mais eficazes no trato com o povo e trabalham mais que os artistas.

Aliás, quando se quer justificar uma irresponsabilidade no ambiente de trabalho sério, se diz que a pessoa é uma "artista".

Se abrem mais igrejas do que cinemas de arte - as que precisam ser sustentadas pelo governo para ficarem abertas - é que as pessoas, em dificuldades preferem apostar o pouco dinheiro que possuem na esperança de melhorar de vida, do que ficar ainda mais pobre repassando a artistas. E o templo, a igreja, a sinagoga, a mesquita, os terreiros...é um dos caminhos.

E não me venham falar de que a religião é alienação. O carnaval, a confraternização pagã, também é.

Ou seja e voltando ao tema: há crise. Quando estamos bem financeira e socialmente, com boa saúde, deixamos os templos, as igrejas, as sinagogas, as mesquitas, os terreiros...

E para encerrar: o que é verdadeiramente uma prioritário para o brasileiro sofrido ou o ser humano? Uma sala de cinema de arte para uma seletíssima e parca plateia, ou se evitar filas e mortes na fila do SUS, ter empregos ou oportunidades para ganhar o mínimo para ai, então, fazer escolhas como ir ao cinema de arte?

Por enquanto, os artistas querem que o governo sustentem salas de cinema de arte e no outro lado, pela choradeira sem nexo, foda-se os que estão na fila do SUS. Os artistas, como quase todos os intelectuais, que são a minoria da minoria, não entenderam os recados das urnas de outubro. E fazem o papel de bebês chorões que lhes cabe nessa narrativa. Wake up, Brazil!
Herculano
25/02/2020 11:02
QUEM SÃO AS FORÇAS POLÍTICAS QUE TORCEM PARA O BRASIL DAR ERRADO, por J.R. Guzzo, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR

Há pessoas, grupos e organizações que atuam na linha do "quanto pior, melhor" com o mesmo empenho e palavreado da esquerda.


Há, na política brasileira de hoje, duas forças com interesses diferentes e um objetivo comum trabalhando contra o governo. A primeira é a oposição direta - o PT, seus partidos-satélites da esquerda e os "movimentos sociais". A segunda é a extensa coleção de pessoas, grupos e organizações que sob várias denominações, e com apoios que vão da universidade à CNBB, das "classes cultas" à maior parte da mídia, se opõe ao presidente Jair Bolsonaro com o mesmo empenho e quase o mesmo palavreado da esquerda.

Seus interesses se chocam porque ambos querem ir para o poder, e não há lugar para todos. Seu objetivo comum é fazer o Brasil dar muito errado nos próximos três anos - pois se der razoavelmente certo, não mais do que isso, nenhum dos dois tem qualquer futuro.

As duas forças dizem que não é assim, claro. No seu discurso, garantem que são apenas contra o governo, não contra o país, e que torcem para tudo melhorar. Mas é só conversa. Sabem perfeitamente que só poderão ir para o governo nas eleições presidenciais de 2022 se houver um desastre na economia e em tudo o mais que importa de verdade para a população.

É esse o grande problema de quem, por qualquer razão que seja, se coloca como inimigo do governo de Bolsonaro. Os oposicionistas não têm um programa de ação, ou propostas concretas do que pretendem fazer se chegarem lá em cima, ou ideias coerentes para apresentar ao eleitorado. Tudo o que têm é o intenso desejo de derrubar os atuais ocupantes do Palácio do Planalto ?" nas próximas eleições, ou de preferência antes disso, através de um impeachment do presidente.

Mas para acontecer qualquer das duas coisas é indispensável que nada dê certo - no crescimento, no emprego, nos investimentos, no combate ao crime, na infraestrutura, nas contas públicas, nas reformas indispensáveis à salvação do país e por aí afora. O problema, no caso, é que o bloco todo que se opõe ao governo não tem, realmente, o controle sobre essas variáveis; não depende dele se o Brasil vai melhorar ou piorar nos próximos anos. Podem tentar atrapalhar ao máximo, e vão fazer isso. Mas sua ação, em si, não é capaz de garantir o fracasso do qual tanto precisam.

Entre as duas forças que lutam para derrubar o governo Bolsonaro existem, é óbvio, os que não são nada - querem apenas levar vantagens para si e passam o tempo todo armando esquemas para tirar proveito das necessidades que o governo tem, junto ao Congresso e ao mundo político, para executar os seus programas. Sempre que não são atendidos, jogam o jogo da oposição. Sempre que são atendidos, voltam no dia seguinte querendo mais.

No geral, trabalham contra o país ?" mas assim como acontece com o conjunto dos adversários do governo, não têm força para conseguir, por si mesmos, que a taxa de juros volte a subir, a inflação vá aos 20% ou que o desemprego dispare outra vez. Atrasam tudo, claro ?" mas não podem construir sozinhos uma recessão à la Dilma. Não podem, também, impedir que estradas sejam asfaltadas, que a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa tenham os maiores lucros em décadas ou que o agronegócio continue quebrando os seus próprios recordes.

Ninguém precisa dizer que o governo tem problemas sérios pela gente. Mas os da oposição talvez sejam piores.".
Herculano
25/02/2020 11:01
A POLITIZAÇÃO DA POLÍCIA, por Pablo Orteladdo, professor do curso de gestão de políticas públicas da USP, é doutor em filosofia, no jornal Folha de S. Paulo.

Policiais estão sendo assediados de todos os lados

Um dos mais perigosos sinais da deterioração das instituições é a politização das polícias. Forças políticas estão doutrinando e disputando a lealdade das polícias para utilizá-las como salvaguarda do poder, ameaçando, no limite, a rotatividade conferida por mecanismos eleitorais. A história dos nossos vizinhos sul-americanos deveria servir de alerta.

Na Venezuela, o controle político dos militares e das forças policiais e a constituição de uma retaguarda civil armada não apenas deram respaldo à progressiva ingerência do Executivo sobre o Judiciário, o Legislativo e a imprensa como impediram a tomada do poder por forças adversárias - de um lado, garantiram o crescente autoritarismo do regime bolivariano, e, de outro, impediram um novo golpe como o que havia acontecido em 2002.

Na Bolívia, uma polícia politizada se aliou à revolta popular contra Evo Morales e garantiu que a insurreição desse posse a um governo de transição de extrema direita que perseguiu os apoiadores do regime anterior e talvez não entregue o poder para o MAS caso ganhe as próximas eleições. Evo, por seu lado, demonstrou arrependimento por não ter seguido os passos de Chávez e armado os movimentos civis que eram seus aliados.

Aqui no Brasil, policiais estão sendo assediados de todos os lados.

Bolsonaro professa uma ideologia abertamente punitivista e a combinou com uma postura corporativista pró-polícia que quer reduzir o controle pelas corregedorias e pela Justiça e conceder reajustes salariais extraordinários, além de conferir privilégios como aposentadorias especiais. Isso tem servido de base para uma ativa cooptação de policiais para seu projeto político.

Já a Igreja Universal, que controla o PRB, criou um programa de orientação espiritual para policiais que alegadamente alcançou 980 mil pessoas, entre agentes e familiares.

O principal intelectual do bolsonarismo, Olavo de Carvalho, também tenta ampliar sua ascendência sobre a Polícia Militar com um programa de bolsas gratuitas para seu infame curso online de filosofia.
Até mesmo a esquerda brasileira, que já teve penetração em associações de praças, tenta agora uma politização menos disfarçada com a formação do movimento de policiais antifascismo.

Essa disputa tem uma dimensão mais ou menos legítima, que é a expressão de diferentes concepções sobre a política de segurança pública; mas, em momentos de profunda crise política e diante da experiência internacional na região, seria ingênuo não vê-la também como uma iminente ameaça à democracia.
Herculano
25/02/2020 11:00
É DURO....

Torna-se difícil assistir os noticiários das tevês brasileiras - abertas e pagas - em tempo de carnaval, ouvir noticiário de rádio e zapear sobre as manchetes dos portais.

Se olharmos os mesmos canais e portais de três anos atrás, parecem serem eles tão atuais nas mesmices. Isso é jornalismo?

Há uma diferença substancial feita da preguiça das faculdades de jornalismo e da própria legislação.

Nos casos de violência, você encontra o nome da vítima, mas dos autores das barbaridades, não. Somem protegidos pela lei feitas pelos representantes do povo. Então eles continuarão à delinquir pois não estão identificados para a proteção da sociedade.
Herculano
25/02/2020 11:00
BOLSONARO ESTABELECE RELAÇÃO DIRETA COM LÍDERES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Passado o Carnaval, o ano político marca nova atitude do presidente Jair Bolsonaro, "azeitando" a articulação política com o Congresso. Ele inclusive já conversou com a maior parte dos líderes de partidos que em geral revelam tendência de votar em favor das teses do governo, como Arthur Lira (PP-AL). Os líderes já consideram melhor que a dos presidentes anteriores a parte "mecânica" de liberação de recursos.

LIVRE DA CHANTAGEM

A interlocução direta do presidente com os líderes pode dar mais trabalho, mas o livra da "chantagem" de certos figurões do Congresso.

DINHEIRO NÃO FALTARÁ

A nova atitude de Bolsonaro foi antecipada pelo ministro Paulo Guedes (Economia), ao explicar que há recursos para atender a tudo e a todos.

AUTORIA DEFINIDA

A ordem do presidente é facilitar ao máximo a liberação de verbas para estados e municípios, inclusive atribuindo paternidade a parlamentares.

FIM DA ENGANAÇÃO

Parlamentares batalham recursos federais para os estados, mas os governadores se apropriam das obras e as "vendem" como deles.

COZINHEIRO DA FAB VIROU ÍDOLO PARA REPATRIADOS

O sargento Ataíde, da FAB, foi símbolo do acolhimento aos repatriados, na quarentena de 14 dias. Recém recuperado de problema de saúde, ele deixou a família em São Paulo e se voluntariou como cozinheiro. Ninguém foi tão carinhoso. Conversou, anotou a comida brasileira da qual sentiam falta, e fez de tudo, do feijão ao pudim. Ganhou simpatia e gratidão. Ao cessar sua missão de poucos dias, quase houve rebelião de repatriados. Ficaram emocionados com sua permanência até o final.

NÃO TEVE JEITO

Com todos impedidos de sair do hotel, aos poucos as diferenças se acentuaram e houve alguns conflitos entre repatriados, mas nada sério.

A HORA DA BANANA

Ao final da quarentena, houve quem se recusasse a aparecer em vídeo das despedidas para "não ser usado" pelo governo que os resgatou.

IDENTIDADE PROTEGIDA

Outros repatriados não quiseram aparecer para não ficarem expostos entre conhecidos e vizinhos como um suspeito de portar o vírus.

NEM UM PIO

Ciro Gomes, que ameaçava receber Sérgio Moro "a bala", não deu as caras enquanto o ministro esteve no Ceará. Enfurnado em casa, em Iracema, Ciro falou mal do "governador bundão" Camilo Santana (PT), que perdeu o controle do Estado e pediu socorro a Bolsonaro.

CONTAGEM REGRESSIVA

No próximo dia 1º vão faltar oito meses para a aposentadoria do ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF). A briga pela vaga está na rua. Ele pendura a toga em 1º de novembro.

VIZINHO INDESEJADO

A sensação em Fortaleza é a compra de apartamento de 800 metros por um filho de Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro enrolado na Lava Jato. Moradores da Mansão Macedo, prédio dos milionários cearenses, com 16 vagas na garagem, estão pintados para guerra.

JANTAR DE ALTO NÍVEL

À frente da delegação brasileira no Conselho de Direitos Humanos da ONU, a ministra Damares Alves jantou nesta segunda (24) em Genebra com colegas de países de língua portuguesa no evento na companhia da embaixadora do Brasil Maria Nazareth Farani de Azevedo.

R$87 MILHõES EM 55 DIAS

Os gastos do governo federal com viagens (passagens e diárias) de servidores, terceirizados e "colaboradores eventuais" ultrapassou os R$ 87 milhões só este ano. No entanto, o valor é 92% menor que em 2019.

ATRASO ENLATADO

Representante de refrigerantes "verdadeiramente brasileiros", como se fosse relevante a nacionalidade de produtos que fazem mal à saúde, a Afrebras ainda utiliza expressões ao gosto da pelegada, do tipo "repúdio", para reclamar do governo. Nada mais atrasado. E inócuo.

BEIJOCA É CAMPANHA

O governador do Rio, Wilson Witzel, participou dos desfiles e ainda fez questão de beijar quase todas as bandeiras das escolas. Parecia político demagogo em campanha eleitoral que já tinha começado.

EXCELÊNCIA É NÃO TRABALHAR

Deputados federais estão aproveitando ao máximo a folga no Carnaval. A agenda desta semana não tem nenhuma previsão de trabalho. E a agenda da semana que vem ainda nem sequer foi fechada.

PERGUNTA NA CÂMARA

Podemos chamar de trabalhador, na Câmara, quem viaja dois de cada três dias úteis?
Herculano
25/02/2020 10:59
da série: a nossa melhor qualidade ainda é a alienação.

POR QUE O CARNAVAL É A NOSSA MELHOR ESPERANÇA, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista e mestre de filosofia pela USP, no jornal Folha de S. Paulo

Ter quatro dias distantes das preocupações econômicas e da briga política deveria ser direito humano básico
Nestes tempos, ter quatro dias distantes das preocupações econômicas e da briga política deveria ser um direito humano básico. Confesso que senti um certo prazer de ver as notícias na segunda-feira (24), constatar que as bolsas do mundo todo estão em queda livre graças à epidemia do coronavírus e, mesmo assim, sentir que aquilo não me diz respeito; pelo menos até quarta-feira (26).

A civilização exige a limitação dos prazeres e a organização para objetivos de longo prazo. Mas qual é o sentido de se viver num mundo em que apenas a lógica da produção e do planejamento importam, e em que as paixões sejam cada vez mais domadas? A vida também precisa ser aproveitada, e de preferência antes da distante aposentadoria.

De uns anos para cá, como forma de compensar os custos da civilização, vimos dando vazão justo ao lado mais sombrio de nossas paixões: ao desejo de morte e dominação, entregando cada vez mais espaço de nossas almas à mentalidade de guerra, da distinção amigo-inimigo, que é a lógica que leva ao totalitarismo. O real antídoto da violência de extrema direita, contudo, não é a polarização para a esquerda, e sim a subversão dessa lógica: a possibilidade da convivência alegre e despreocupada entre todos, independentemente da identidade de cada um. Em suma, um pouco de Carnaval.

É claro que, num mundo que força a politizar todo e qualquer ato (da escolha da roupa ao filme a que assistimos), cavar um espaço para a convivência e para o prazer sem sentido político direto é, no final das contas, também um ato político. Note aí o "também": a política entra como acidente, jamais como motivação principal.

Se a festa popular se transforma em "luta" por qualquer causa que seja - mesmo uma causa boa e meritória -, deixa de ser festa. É bonito ver um Jesus favelado no desfile da Sapucaí. Assim como é renovador zoar em gritos de guerra as lideranças políticas que parecem odiar a própria existência do prazer. Mas se as "causas" tomarem a dianteira, a real causa de estarmos ali deixa de existir. Carnaval não é nem pode ser passeata. Nesse sentido, que bom constatar que a patrulha das fantasias não pegou para valer.

É claro que o sossego de uns é a oportunidade de outros. Enquanto pulávamos na avenida ou descansávamos na rede, o BNDES decidiu liberar empréstimos para produtores rurais cujo Cadastro Ambiental Rural (CAR) ainda esteja pendente. A invasão de terras indígenas pelo garimpo aumentou 91% no ano passado; o desmatamento da Amazônia, 29,5%. A catástrofe do clima que nada fazemos para evitar promete ser especialmente severa no Brasil. Sem falar na destruição das enchentes nas grandes cidades.

Com as bolsas desabando, nossa perspectiva econômica para o ano piora, aumentando no governo a tentação de uma guinada populista também na economia. Isso para não falar das forças policiais rebeldes que fazem das vidas dos cidadãos moeda de troca do corporativismo miliciano, tudo com apoio tácito da Presidência. E se o coronavírus nos pegar em cheio?

O pesadelo bate à porta. Razões para se preocupar, para lutar e para planejar não faltam. Mas, por favor, só a partir de quarta-feira. Ou quinta. Ou melhor: segunda de semana que vem, que ninguém é de ferro! No mundo inteiro, a luta pelo poder em sua pior faceta dá as cartas. O Brasil ainda tem o privilégio de sonhar que ela não tem a palavra final.
Herculano
25/02/2020 10:58
CALENDÁRIO DE CARNAVAL CONFUSO

Alguns deixaram de trabalhar ontem segunda-feira. Foi o caso do jornal Cruzeiro do Vale.

Outros não trabalham hoje

Há os que só voltam amanhã ao meio dia, depois das cinzas, como os bancários. Algo inacreditável. Ainda bem que os aplicativos e a internet não pararam e mostram que cada vez mais os bancários pessoas são dispensáveis.

Já os políticos, na sua maioria, nem voltam esta semana. São mesmo necessários?

Em Gaspar, os funcionários públicos pagos com o dinheiro do povo, enforcaram a segunda-feira e hoje. Entre eles, há os que foram ao banco de horas e ganharam a semana toda.

Os da informalidade trabalharam duro no carnaval. Os desempregados, nem procurar empregos puderam.

E com esse mundo de folgados, ainda se diz que o Brasil está em crise. Wake up, Brazil!

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