25/02/2020
Estes anúncios na internet chamaram a atenção dos integrantes da CPP da Câmara que apura supostas irregularidades nas obras de drenagem da Rua Frei Solano. O engenheiro fiscal do Samae que não foi ao depoimento, por suposto problema de saúde, está vendendo os seus pertences pessoais numa indicação de que poderá deixar a cidade
O carnaval deste ano em Gaspar teve enredo antigo e manjado. Ele foi estrelado pelos políticos no poder de plantão. E começou cedo. Numa parte da passarela, os mascarados em suas fantasias. Na arquibancada, quase todos como se fossem analfabetos, ignorantes, desinformados ou comprometidos com à falta de transparência no ambiente público, este sustentado unicamente com os pesados impostos de todos.
Quinta-feira foi dia de reunião da CPP da Câmara de Gaspar. Ela apura supostas irregularidades nas obras de drenagens da Rua Frei Solano, no bairro Gasparinho. As obras foram licitadas – de modo errado e esperto - pela prefeitura; realizadas por duas empreiteiras diferentes, teve parte gerenciada e fiscalizada pelo Samae; agora, está sendo finalizada pela prefeitura em meio a tantos problemas e controvérsias, que só os leitores e leitoras desta coluna sabem, ou os da rádio comunitária Vila Nova.
O que se tranca por diversos motivos nos demais veículos locais e regionais, abundam em detalhes nas redes sociais e principalmente nos aplicativos de mensagens. Isto sim, está corroendo ainda mais a imagem do prefeito, dos que o cercam, do Samae, seus técnicos e gestores.
Esta polêmica e necessária obra foi prevista para durar três meses. Mas ela se arrasta por 15 em meio as dúvidas e sonegações de documentos, inclusive desrespeitando-se ordem judicial via mandado de segurança. A CPP foi requerida pelo vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, morador do bairro Gasparinho. Ele que não viu seus pedidos de esclarecimentos atendidos desde fevereiro do ano passado. Dionísio é o presidente da Comissão.
AUSÊNCIA MAROTA
A reunião da quinta-feira da CPP prometia ser quente, mas não foi como o que se prometeu. Ela ouviu apenas o depoimento do ex-Controlador Geral do município, o advogado Jean Carlos de Oliveira e que não está mais na prefeitura. Veja a minha opinião sobre a fala dele, no artigo abaixo.
Volto. Seria quente, porque o engenheiro civil e designado fiscal pelo Samae para a obra do Gasparinho, Halan Jones Mores, seria ouvido na qualidade de testemunha. Não foi. Halan – contratado desde 2018 - não estaria indo ao serviço, segundo alegou o experimentado e mais longevo dos vereadores, presidente da autarquia, José Hilário Melato, no ofício 07/2020, o qual endereçou ao presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, respondendo ao pedido de convocação do seu funcionário para depor na CPP.
Eu noticiei isso em primeira mão na quinta-feira e antecipei o desfecho daquele ofício composto naquela manhã no Samae. Ele foi protocolado à tarde na secretaria do Legislativo e a poucas horas antes da reunião.
Antes de prosseguir um parêntese para mostrar como a CPP e a Câmara se atrapalharam nas pernas e trabalharam contra a própria Comissão, ou seja, deram chances à manobra do Melato, do Samae e do depoente, orientado.
A decisão de convocar Halan já existia há três semanas. O ofício, todavia, só saiu da Câmara na semana passada e foi parar no Samae, como alegou nele Melato, só na quarta-feira. Que coisa!
Retomo. Quente estão, na verdade, são as especulações sobre o sumiço do profissional. E elas só aumentaram, quando na semana passada, todos viram pela internet, ele oferecendo à venda o seu mobiliário, conforme ilustração que abre este meu comentário.
Melato, todavia, alegou no ofício que só recebeu a convocação no dia 19 (apesar da cidade inteira saber que o engenheiro Halan estava convocado). Só o ofício é que possui o valor convocatório. É ele que orienta às providências e eventuais punições formais em decorrência do descumprimento da convocação. Melato é escolado e conhece este assunto.
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Melato informou no ofício que Halan " não comparece ao trabalho mesmo antes do recebimento petitório" – ou seja de quarta-feira - e que Halan teria informado ao Samae de que estava se afastando por problemas de saúde "e que o impedem de exercer as suas atividades profissionais", ressaltou.
Por fim, Melato informou no ofício ao presidente da Câmara, que o engenheiro Halan “até o momento não apresentou o atestado médico ao Samae e tão logo ele o disponibilizar [o atestado], uma cópia será enviada para a Câmara”.
Então vamos por partes, como diria Jack, o Estripador.
As informações no ambiente de trabalho é de Halan estaria saindo do Samae e inclusive de Gaspar. Na Comissão, as duas notícias deixaram em alerta o presidente Dionísio. E a venda dos móveis pelo engenheiro e dos seus equipamentos domésticos pela internet, reforçou essa percepção pelo presidente Dionísio.
E se isso não fosse suficiente, o outro membro da comissão, funcionário efetivo do Samae, o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, desnudou à farsa: “desculpe-me presidente. Eu vi o Halan para cima e para baixo com o jurídico hoje [quinta-feira] no Samae. É só pedir para consultar o sistema de câmeras”. Um mal-estar que desarmou qualquer defesa do Samae e de Kleber por parte dos vereadores também membros da Comissão, Francisco Hostins Júnior, MDB e Roberto Procópio de Sousa, PDT, ambos advogados.
Ficou claro que Melato fez o ofício com o Halan presente na autarquia; que Halan não esteve ausente do trabalho como se colocou no ofício; que há provas testemunhais abundantes e se isso não fosse o suficiente, o sistema de câmeras do Samae – se não for bugado - pode comprovar tudo isso. Ou seja, o próprio Melato comprometeu a fé pública dele e do documento. E isso sim, realmente é grave.
Tudo isso, pareceu ao presidente da Comissão uma forma de remendar o que se esclarecia. É que no governo, não pegou bem o depoimento do engenheiro Ricardo Duarte como lhes relatei na coluna em "Depoimento de engenheiro na CPP mostra um cipoal de improvisos na concepção, contratação, execução e fiscalização das obras de drenagem da rua Frei Solano”, aqui na segunda-feira passada.
ESCONDER EVIDÊNCIAS
Se um funcionário efetivo, o engenheiro Ricardo Duarte, aparentado do prefeito e ligado ao grupo no poder de plantão é capaz de tal vacilo, todos na prefeitura temem o que Halan possa dizer e revelar - para preservar a imagem profissional - possa complicar o que já está complicado. Não é à toa que na quinta-feira ele subiu e desceu no Samae com um jurisconsulto a tiracolo.
Halan está reconvocado para depor à CPP da Câmara de Gaspar nesta quinta-feira às 18h30min. Para evitar à esperteza ou à chicana, todavia, espera-se, que a convocação seja feita de modo certo: à pessoa do Halan e não ao Samae, ou intermediada pela autarquia ou o seu presidente, ambos com interesses diretos no assunto e que tudo se abafe.
E para encerrar, não custa lembrar de um episódio folclórico acontecido na Câmara e bem conhecido dos mais antigos, incluindo, neste caso, o mais longevo dos vereadores, o presidente do Samae, José Hilário Melato.
Era 1998 e o governo era de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, MDB, o único prefeito que não terminou o mandato em Gaspar. Ele já faleceu. Apurava-se na Câmara também supostas irregularidades das contas da empreiteira Costaper, de Adalberto da Costa, conhecido por Beto Costinha e de Pedro Pereira, o Geada.
Lá pelas tantas, a pedido de Nadinho, para não votar, o vereador da época, Antônio Zonta, PDT, sumiu. Voltou dias depois de Curitiba. Para justificar, trouxe um atestado médico assinado por uma ginecologista, agora bem conhecido e instalado em Gaspar. Acorda, Gaspar!
A reunião da CPP da Câmara ouviu na semana passada o ex-controlador geral de Gaspar. Esta quinta-feira vai tentar ouvir o engenheiro fiscal do Samae nas obras da Rua Frei Solano, Halan Jones Mores
O depoimento do ex-servidor efetivo, que em cargos de confiança chegou a ser o Controlador Geral do Município de Gaspar, o advogado Jean Carlos de Oliveira, na Comissão Parlamentar Processante instalada na Câmara, mostrou que tal área na prefeitura, é um cabide de emprego político ou por enquanto, é um ente decorativo no organograma da administração. Ela existe apenas para cumprir um papel fictício de transparência e fiscalização.
Então reparem e concluam.
Apesar das denúncias das supostas irregularidades nas obras Rua Frei Solano e que são objeto da CPP na Câmara e para qual Jean foi convocado a depor como testemunha, serem elas públicas nos requerimentos, mandado de segurança na Justiça, serem manchetes na imprensa – ao menos nessa coluna com farto material probatório –, isso sem falar nas redes sociais e dos inquéritos no âmbito do Ministério Público e tudo sido motivo para questionamento do Tribunal de Contas do Estado, a Controladoria Geral não agiu. Assistiu. Lavou as mãos. Meu Deus!
E por que? Porque não foi autorizada pelo poder de plantão para tal ou não estaria no âmbito de suas iniciativas ou atribuições preventivas. Como assim? Pior! Nem a proteção institucional dos gestores e dos agentes políticos e que está no seu “core business” ela pode ou quis exercer. Eu exagero mais uma vez? Então leia o que está no portal da prefeitura justificando a existência da Controladoria para ser sustentada pelos pagadores de impostos:
“A Controladoria-Geral do Município tem a finalidade de avaliar a ação governamental e a gestão dos administradores públicos municipais, por intermédio de fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Atua de forma integrada e formal, atendendo aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, bem como, da legitimidade, transparência, objetivo público e economicidade”.
Eu poderia parar por aqui, diante de tanta falsidade no palavreado que define a sua missão como no resultado que provocou neste caso específico. E tudo isso tem orquestração dos políticos. Cria-se uma ferramenta, mas a limita, mordaça-na e lhe nega uma estrutura independente, mínima e eficaz.
E por que? Para não serem enforcados pela própria corda que criam.
Primeiro, a Controladoria não possui status e autoridade para exercer o seu papel. Ela é ligada funcionalmente ao chefe-de-gabinete do prefeito e não diretamente ao prefeito, com paridade igual a um secretário. Segundo, falta estrutura adequada para exercer minimamente o seu papel. É o titular, mais um auxiliar.
A julgar pelo depoimento, de Jean Carlos, a Controladoria da prefeitura de Gaspar em 2020, não passa de um departamento mínimo de Organização e Métodos dos anos 1960. Ela apenas uniformiza procedimentos e preenchimento de documentos exigidos por órgãos de fiscalização no âmbito federal e estadual.
E assim mesmo, Jean se queixou das muitas dificuldades para se implantar às novas rotinas: “há muitas resistências e sempre que se tenta, a continuidade dos antigos procedimentos é prevalente”.
Resumindo. A Controladoria não fez nenhuma prévia auditoria ou manifestação ou ação posterior posterior, a pedido e por iniciativa própria, na Licitação 78/2019 na modalidade pregão e que o TCE rejeitou; o ex-controlador esclareceu há um procedimento padrão no âmbito do marco legal fixando parâmetros para o surgimento do edital, da contratação, da execução da obra, bem como da sua fiscalização, mas que no pulo do gato, tudo era uma teoria e que no caso em discussão, era preciso olhar os detalhes; Jean esclareceu que é perfeitamente possível se aceitar o início da obra por um responsável (secretaria de Obras/Planejamento Territorial) e terminar em outro (Samae), mas que isso dependeria de análise específica do caso em tela; e assim vai: brechas, brechas, brechas. E o diabo mora nelas.
Concluo. A Controladoria Geral de Gaspar, pareceu, no depoimento de Jean Carlos de Oliveira, ser absolutamente dispensável como ela está, e talvez, fez bem o seu ex-titular em pedir o boné e seguir adiante profissionalmente. Aqui ficaria pagando mico e o pato.
Uma Controladoria muito antes de controlar, deveria ser um órgão de proteção dos gestores e políticos temporários de plantão para que não cometam erros formais que lhes custem às manchas à necessária boa imagem, dores no ambiente jurídico e de transparência, e até os livrem de multas ou outras punições.
Aqui, entretanto, ela não funciona com esse objetivo. É um abafador geral de dúvidas e um cabide de emprego do poder político de plantão. E até isso, pode lhe custar caro aos gestores e aos políticos no poder. Parece ser um preço calculado. Então terão que pagá-lo. Acorda, Gaspar!
O PT de Gaspar fez uma reunião e apresentou a lista de candidatos do partido a prefeito em outubro. Ela não responde à mudança expressa pelo eleitor em outubro em 2018: o ex-prefeito Zuchi, a ex-vice, os vereadores Dionísio e Rui, além do presidente do partido, Doraci.
A coluna Olhando a Maré desta sexta-feira, feita especialmente para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o único que circula há 30 anos em Gaspar e que não tem medo de cara feia e sacanagens dos poderosos de plantão, teve ampla repercussão no facebook do jornal.
Este fato mostrou que a cidade está atenta, mas por outro lado, há gente que ainda não foi alfabetizada ou está sob o efeito do fanatismo doente, um mal que a cega e não permite ler o que está escrito, mas o que ela quer ler e não está escrito, tudo para se manter nas suas bandeiras e discursos.
O simples fato do PT apresentar nomes e entre eles estar o de Pedro Celso Zuchi, prefeito por três mandatos, dois deles consecutivos, armou-se os instintos de saudosismo, fez a necessária comparação com o que está ai e cuja claque, estranhamente, ficou quieta mais do que antes – o que é um sinal perigoso – e o novo não apareceu, mostrando que não existe e há um espaço a espera da ocupação.
A coluna provocou reações. Afinal ela não é um espaço alugado para os espertalhões de plantão ou da hora. Ele é caro demais. É a credibilidade e a coerência que estão em jogo. E até houve gente que teimou e pior, escreveu que o artigo escrito por mim defendia o PT e o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi.
Vou desenhar o artigo.
Ele diz claramente que os nomes do PT são antigos e não reagem à necessidade de mudanças; que a marca PT os prejudica e que Zuchi, é uma grife particular, mas que a mancha do PT, como um todo, prejudica-o para ser um polo de atrativo contra o que está aí no poder de plantão.
Mais. Mostrei que na história Gaspar já fez um rompimento às mesmices e que um desses rompimento foi exatamente o PT com Zuchi. O outro foi com Francisco Hostins e que não se elegeu mais tarde, exatamente por causa dos seus “novos amigos” do MDB que o envenenaram nos seus dois últimos anos de governo e o levaram de volta ao PP, onde seus correligionários não colocaram todas as fichas nele.
E para encerrar, argumentei e fundamentei o artigo em um tal “clima de mudança” no ar - não aqui apenas, mas no Brasil -, e que nem Zuchi, nem o PT seriam essas mudanças nesse clima. E que até agora, os nomes apresentados à sociedade gasparense por outros partidos além do PT, não representam o desejo e à mudança desse clima.
Falta um nome ou até mesmo, um movimento coordenado de vingança como foi a "união" da cobra e o sapo, pela primeira vez, e que uniu o MDB e PP, respectivamente com Adilson Luiz Schmitt e Clarindo Fantoni, em 2004 para substituir Zuchi, ou a rebeldia que levou Zuchi ao poder em 2.000
Com eleitores analfabetos, ignorantes e desinformados manipulados por redes sociais e principalmente por aplicativos de mensagens, tudo será mais difícil. A toxidade que contamina as eleições por causa das mídias digitais tem sido imediata e a reversão dessa toxidade, por outro lado, tem sido, estranhamente, lenta. Acorda, Gaspar!
Definitivamente, o meio-ambiente não é uma prioridade na atual gestão com Kleber, Luiz Carlos e Carlos Roberto Pedreira. Basta olhar à enrolação que se faz para a contração da implantação do sistema de coleta e tratamento de esgotos, fato que torna o Rio Itajaí Açú uma latrina de todos nós. Em algo que já tem projeto aprovado nos organismos federais e até verba disponível.
A ponte sobre o ribeirão Gasparinho e que fica no final da Rua Barão do Rio Branco com a Industrial José Beduschi, em Gaspar, finalmente recebeu as passarelas metálicas nas suas laterais.
Era necessário, útil e dará mais proteção, segurança e fluxo de pedestres naquela travessia. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, o repórter de si mesmo, foi logo cedo registrar e contar a novidade ao povo de Gaspar. Ele estava certo. É preciso prestar contas daquilo que faz, ainda mais em ano eleitoral e muitas coisas sob dúvidas.
Entretanto, como no caso que o denunciei há dois anos de estar o prefeito, como exemplo e fiscal daquilo que gerencia ou contrata, fazendo vídeos em obras sem o obrigatório uso dos EPIs – Equipamentos de Proteção Individual – e ao mesmo tempo em que fechava os olhos na cobrança dos EPIs para seus funcionários e operários das empreiteiras, em visíveis condições precárias de trabalho nas obras mostradas em “suas reportagens onde é o repórter”, Kleber se repetiu.
Para a instalação das passarelas foram derrubadas árvores e entre elas, palmitos, à beira do Ribeirão. Era preciso. Não se discute esta necessidade. E a derrubada delas, foi autorizada pela área de meio-ambiente da prefeitura à empreiteira executora da obra. Mas, fiscalização do serviço por parte da prefeitura, mais uma vez, foi zero.
Os troncos das árvores foram parar no leito do ribeirão Gasparinho, como registram as duas fotos acima e à esquerda.
Quem passou por lá e viu a lambança? Entre outros, o cidadão gasparense Adilson Luiz Schmitt. Ele telefonou ao meio ambiente da prefeitura e relatou o que viu. Num ato de rotina, o pessoal de lá, “lavou às mãos”. Só quando Adilson se identificou, segundo me relatou, como ex-prefeito, reclamou da forma como o caso estava sendo tratado e pediu um whats para enviar as fotos do crime ambiental, é que as coisas mudaram de percepção.
Resultado: o pessoal do meio-ambiente se coçou e reorientou à empreiteira que estava licenciada para desbastar, mas também para entupir o leito do ribeirão. Só a partir daí é que o que estava atravessado foi retirado do curso normal do ribeirão para não ser mais uma barreira de represamento, principalmente às enxurradas.
A pergunta que não quer calar: era preciso essa intervenção à força pelo meio ambiente se o setor atendesse o cidadão ao invés de ouvir apenas a uma ex-autoridade que ainda possui meios para propagar por aí as mazelas da cidade? E Kleber por que não tomou esta iniciativa? Ambos Adilson e Kleber viram a mesma coisa. Mas, as providências foram diferentes de um e de outro sobre o mesmo problema. Acorda, Gaspar!
Dois meses e nada de aparecerem no Portal Transparência de Gaspar as despesas do município de 2020 (a esquerda). No portal da transparência do governo Federal, por outro lado, já se sabe o que Gaspar recebeu este e no ano passado
Transparência é a mãe da eficiência. Eficiência foi uma das tantas marcas que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, secretário de Fazenda e Gestão Administrativa e presidente do MDB de Gaspar, tentou vender nestes três anos de gestão. E a falta de transparência do governo tem sido a marca dos meus comentários semanais neste tempo todo.
Mesmo desmentido, encurralado, desmoralizado, censurado e até humilhado pela máquina da propaganda política para mudar o meu modo de observar, a prefeitura continua a mesma.
Estamos no final do mês de fevereiro. E se você acesse o Portal Transparência da prefeitura de Gaspar durante o carnaval e quisesse saber o que já constituiu despesas dela neste exercício, você ficaria chupando o dedo. É isto que comprova um print que republico acima, para que não haja nenhuma dúvida entre eu, meus leitores e os donos do poder de plantão.
Já se você for no Portal da Transparência do governo Federal, e não do presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, sabe-se que até antes do feriado, Gaspar já tinha recebido de recursos federais mais de R$3,1 milhões e que no ano passado, esses repasses mais de R$56,1 milhões como esclareci em artigos escritos no dia três e 23 de janeiro, sob o silêncio dos demais veículos.
E é para gente como eu que bisbilhoto os números públicos, comparo e faço manchete como essa aqui na coluna, “O orçamento de Gaspar continua sendo uma peça de ficção no atual governo. Despesa estoura de 2019 e receita dependeu de recursos externos e financiamentos”, é que o Portal Transparência de Gaspar não é atualizado enquanto se alimenta discursos fantasiosos.
Aliás, este não é um problema deste governo, mas no anterior também que teve antes se submeter ao relho do Ministério Público, quando ele fiscalizava esses gestos de improbidade administrativa contra os cidadãos pagadores de pesados impostos e que gostariam prestações de contas claras de onde este dinheiro está indo. Acorda, Gaspar!
Em ano de eleição, os políticos se igualam aos piores e recuam em busca de votos fáceis. O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, acertadamente, eliminou os pontos facultativos que ampliavam os feriadões nas repartições públicas municipais de Gaspar.
Entretanto, abriu a primeira exceção neste ano: esta segunda e terça-feira de carnaval foram pontos facultativos, enquanto os pagadores de pesados impostos trabalhavam duro e normalmente, gerando impostos achacadores, para sustentar uma máquina pública parada e que deveria estar a serviço do cidadão, seu veradeiro patrão.
Quer mais um exemplo da sacanagem ou esperteza com o dinheiro do contribuinte? Era ponto facultativo e aí a Ditran de Gaspar resolveu pintar os meios fios. Normal. Necessário. Não se questiona. Como era ponto facultativo, os que se mobilizaram para a pintura, ganharam horas extras. E isso não foi uma ação casual.
Aliás, as horas extras na Ditran é um caso a ser investigado. Com quadro reduzido onde até o vice-prefeito, um agente de lá, está afastado, qualquer emergência é motivo para horas extras, como os deslizamentos da barranca do Rio. Tem gente que conseguiu – como já demonstrei meses atrás – quase triplicar o seu vencimento bruto mensal.
Esta sexta-feira, é o último dia para pagar o IPTU 2020 de Gaspar com o desconto de 15%. É também a possibilidade de você pagar o IPTU no valor cheio e mandar os 15% do desconto para uma conta destinada à construção da UTI do Hospital de Gaspar, conforme dois projetos de leis feitos no ano passado pelo vereador e que é médico cardiologista, Silvio Cleffi, PSC.
Apesar de aprovados os projetos do vereador, eles foram sistematicamente boicotados pelo pessoal da prefeitura e os vereadores da bancada governista durante a tramitação dele na Câmara. É que Silvio, naquela época, era considerado um traidor porque se elegeu presidente da Câmara sem as bênçãos do poder de plantão e que tinha outro candidato, Franciele Daiane Back, PSDB. Agora, Silvio voltou ao colo de Kleber, e mesmo assim, é visto com desconfianças. Ou seja, continua tudo igual.
Quer ver medir o grau de omissão do governo Kleber neste caso, mesmo precisando de grana de que é pouca para o Hospital? No meu boleto do IPTU essa possibilidade de reversão desse desconto para a construção da UTI do Hospital de Gaspar não está expressa.
Então o boicote continua. Nenhuma propaganda incentivando à doação ou esclarecendo como proceder foi feita nesse sentido; então o boicote continua. Quem perde? A própria prefeitura que é interventora marota no Hospital e precisa da ajuda da comunidade; os doentes que não enxergam melhorias no Hospital e que em tese, devido a intervenção, é da prefeitura.
O que o povo percebe? Que pelas mudanças feitas pelos atuais donos do poder em Gaspar no projeto original do Silvio e sem essas mudanças os vereadores de Kleber não o teriam aprovado, esses recursos não vão exatamente para a construção de uma UTI no Hospital de Gaspar.
Como ficou claro na lei aprovada e na discussão para quem acompanhou, vão para a emergência (Pronto Atendimento) em primeiro lugar. Ela está claudicante, exatamente porque a prefeitura-interventora no Hospital não investe lá para corrigir o que precisa ser corrigido, apesar dos milhões de reais consumidos lá. Nesta jogada, dificilmente sobrará alguma coisa para montar uma UTI pública de verdade para a cidade e os cidadãos.
Então, se o destino do dinheiro do desconto do IPTU está confuso, se tudo isso ainda é numa caixinha preta como tudo que se enrola ou mal se controla na prefeitura de Gaspar; se lá, a transparência é um artigo de luxo, essa boa ideia de Silvio tem tudo para fracassar. E tem gente que vai comemorar. Incrível!
Resumindo se não está claro, se não se estimula, se não se esclarece, se não se facilita, se o serviço na entrada do Hospital continua ruim e se a prefeitura não assume que quer uma UTI no Hospital, a possibilidade de uma ideia ficar apenas na intenção e no papel (leis), é grande. Uma pena. Acorda, Gaspar!
A vereadora Franciele Back, PSDB, comemora a possibilidade da prefeitura finalmente comprar um caminhão pipa para o Distrito do Belchior, em Gaspar. Primeiro, o caminhão só chega em ano de eleições; o povo de lá comeu pó por três anos e meio. Segundo: o caminhão pipa vai livrar a pressão, em ano de eleições, sobre a superintendência do Belchior que é uma indicação política da vereadora.
Coisa triste. O uso do cachimbo entorta a boca. Os vereadores passaram quase três anos discutindo o novo Regimento Interno. Aprovaram-no no final do ano passado.
Para não constranger e não se tornar as condolências um ato político possível de ser impedido por adversários, convencionou-se que os ofícios de pesares, seriam feitos individualmente pr cada vereador em próprios gabinetes. Mas, nas sessões os requerimentos lá para serem apreciados e votados por todos.
O presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, tem culpa nisso. Baseado no Regimento em vigor, de ofício, deveria determinar a secretaria da Câmara para não mais incluir na pauta das sessões tais requerimentos. Simples assim. Melhor do que o constrangimento a moda “Escolinha do Professor Raimundo”.
Mas, todas as sessões da Câmara, aparece lá um requerimento de pesar de um vereador para ser votado e enviado à família do de cujos, para não se perder os votinhos. É de se perguntar o que faz o assessor parlamentar do vereador que não o assiste?
A formação do blocão (MDB, PP, PDT e PSDB) na Câmara de vereadores de Gaspar para ter maioria na Comissão Parlamentar Processante contra as dúvidas das obras da drenagem da Rua Frei Solano, tirou vez e voz das lideranças desses partidos. A cada sessão, só um pode se manifestar pelo bloco.
Amanhã, para os católicos, será a quarta-feira de cinzas e o fim do tempo das festas pagãs. Já estaremos na Quaresma, logo adiante a Páscoa....
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