06/03/2018
Na semana passada, finalmente a prefeitura de Gaspar, via a secretaria de Planejamento Territorial e a Ditran – Diretoria de Trânsito – tomou uma decisão mínima, sensata e necessária em favor dos moradores de parte da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo, Distrito do Belchior. Fechou-na, para que ela deixasse de ser uma rota de escape dos veículos que transitam pela BR-470 e que a tem interrompida para a detonação de rochas de uma pedreira particular ao lado da rodovia e na derrubada de um morro nas obras de duplicação da própria BR-470.
Foi simples. Definitivo. O povo do Belchior Baixo aplaudiu finalmente a interferência dos políticos e gestores públicos em favor dos humilhados de sempre fechando aquela via enquanto durar o fechamento da BR 470. Era o mínimo. Era o óbvio. Mas precisavam gastar 14 meses para descobrir e tomar essa atitude? Precisavam apanhar tanto de todos, não só dos poucos moradores de lá? Incrível!
Os motoristas da BR 470, vindos de todos os cantos, predadores, apressados, que não moram lá na pacta, estreita, malcuidada, sinuosa, sem calçadas e que não convivem com a lama, a poeira, o perigo e a alta velocidade, ao ver a Vidal Flavio Dias fechadas para eles, reclamaram o “seu direito de ir e vir”. Esses motoristas, no entanto, não podem submeter ao perigo, ao desassossego e à má qualidade de vida outrem, apenas por egoísmo, oportunismo do senso brasileiro do jeitinho e do salve-se quem puder.
O que faz um prefeito, Kleber Edson Wan Dall, MDB; um vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP; que é agente de trânsito licenciado, ou seja, não é leigo no assunto; um superintendente da Ditran, José Marildo Azevedo, subordinado à poderosa secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa, de Carlos Roberto Pereira de quem é protegido; um superintendente do Distrito, Raul Schiller, MDB, ligado ao gabinete do prefeito e vice-prefeito; e o secretário de Planejamento Territorial, Alexandre Gevaerd, ligado ao PT, um reconhecido - até então - engenheiro na solução de mobilidade urbana, demorarem tanto tempo tomar e implantar uma decisão eficaz tão simples a favor da reduzida população do Belchior Baixo? Desprezo, incompetência, insensibilidade?
BRAÇOS CRUZADOS
Beira à falta de autoridade, entendimento do problema, capacidade de negociação com as partes envolvidas, ou desconhecimento das repercussões na vida das pessoas dos belchiorenses, das consequências, além do pouco caso da prefeitura com os munícipes afetados.
E por que? Há ali do lado um superintendente do Distrito; várias reuniões formais e informais foram feitas sobre o assunto; há vários canais com o poder de plantão com gente de lá interessada na solução do problema; a mídia explorou exaustivamente a invasão predadora com suas consequências; as redes sociais estavam entupidas com o tema, isso para não falar dos vários discursos e expedientes, do ex-superintendente de lá, do vereador Rui Carlos Deschamps, PT, bem como da vereadora, Franciele Daiane Bach, PSDB do MDB, a queridinha do prefeito Kleber.
Pior. Sabia-se com antecedência para a preparação e impedimento do caos do dia, da hora da interdição e do inferno que se transformaria a rua Vidal Flávio Dias. Mesmo assim, ela e os moradores ficavam ao “deus dará”, da alta velocidade dos apressadinhos, do movimento incomum, da poeira e da lama para todos os lados, e perigo constante aos moradores a pé e de bicicleta, numa estrada ainda com características rurais. Um dia, a própria Franciele que teve que fazer esse itinerário para chegar à sessão da Câmara, disse que por pouco “não se perdeu na poeira”. Vergonhoso!
PEDÁGIO PARA MANUTENÇÃO
Um gestor audaz, preocupado com o seu município e o bem-estar da sua população, teria ido mais longe há 14 meses atrás. Antes de fechá-la como fez a agora a prefeitura, por absoluta capacidade, responsabilidade e gestão, melhor tivesse por lei, decretado calamidade localizada e se criaria um “pedágio de manutenção” aos forasteiros, todos com placas que não fossem as de Gaspar.
Haveria chiadeira, mídia, polêmica, gente bacana e de fora palpitando e até entrando na Justiça para derrubar o decreto e a cobrança do tal pedágio emergencial? E daí? Kleber e sua gente, ao menos e no mínimo, estariam demonstrando que estavam defendendo a sua gente de predadores, aproveitadores e espertos, num ambiente atípico, emergencial, justificável, de alto risco e custo para a gente do Belchior Baixo.
Cobrado um pedágio, nada simbólico, no tempo em que se iniciou essa prática de fechamento da BR 470 e a “fuga” pela Vidal Flávio Dias, quem sabe hoje haveria dinheiro para não apenas suprir a manutenção que beira a precariedade, até o desgaste prematuro da parte asfaltada que não foi feita para caminhões pesados, mas até para bancar parcialmente, a infraestrutura e o asfaltamento dela na parte que está nua como querem moradores, industriais e comerciantes daquela região. Mas...
Este fato ilustra bem a imagem do governo de Kleber, Luiz Carlos e Pereira: inércia ou demora para aplicar o simples, necessário e óbvio.
Tudo leva meses e até ano ser colocado em prática. Uma eleição já está aí e esse pessoal vai ser medido, seus cabos eleitorais enfraquecidos. A outra, daqui a dois anos e meio e o governo não possui uma marca, um desafio, um resultado. Falta-lhe foco, obstinação e ainda está acomodando os incomodados dentro da sua própria base que não perceberam o tamanho da encrenca que estão criando com a insaciedade para o governo, uma característica do MDB daqui. Enquanto isso, o tempo passa, a oposição está animada e faz festa com o bate cabeça de Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira.
“GRANDE MUDANÇA”
Ontem, pelo que se gastou em divulgação, como se fosse algo espetacular e que mudaria as nossas vidas por aqui, começou uma “grande mudança” do trânsito em Gaspar. Vão evitar que, apenas e mais uma vez, os espertinhos de sempre, “cortem” caminho na Avenida das Comunidades, entrem na Mário Vanzuita e ali peguem a ponte sobre o Ribeirão Gaspar Grande e consigam alcançar mais facilmente a Rua Dr.Nereu Ramos, retendo ainda mis o trânsito dos que estão abaixo na avenida das Comunidades e resolveram só seguir por ela, pacientemente, como cidadãos e motoristas normais.
Pergunta-se: esse vício é de agora? Ele não é de antes da campanha? Ninguém viu, não construiu e testou uma solução tão óbvia e simples antes? Precisava esperar 14 meses e num ambiente de técnicos tão requintados como o do engenheiro Alexandre Gevaerd? Meu Deus!
Parece que falta a essa gente sair do gabinete, andar por Gaspar e que só conhecem bem em tempos de campanha eleitoral. Ou se acostumaram com os problemas e foram dominados por eles? Não enxergam? Trabalham para a oposição? Estão de mal assessorados, informados ou de mal com a população?
E para finalizar. Esse é o retrato da atual gestão: tudo demora, tudo se enrola, tudo tem justificativas e a oposição se deliciando. Os caminhões continuam a infernizar o Centro e a passarem pela ponte Hercílio Deecke, desprezando a ponte do Vale, a sinalização e as orientações. E fica por isso mesmo. No governo do MDB e PP há gente sobrando, que não ajudam, não entendem, mas palpitam como doutores (muitos deles nem segundo grau possuem, nunca trabalharam na área que palpitam). A desqualificação é uma marca dos comissionados... Então, o resultado é esse e previsível.
Falta alinhamento dentro e fora do governo de Kleber, Luiz Carlos e do doutor Pereira. Esse foi o problema que derrubou os governos do MDB de Bernardo Leonardo Spengler, Nadinho, e Adilson Luiz Schmitt. Aprendizado, zero. Gente que está fora do governo, está magoada, uma característica do ambiente político não só aqui, em público diz estar comprometida com ele. No escurinho, trama, entrega.
E por que? Porque, no fundo, está defendendo interesses pessoais e que se contrapõem aos planos, interesses e necessidades declaradas do governo nas propostas que fez para obter votos, ser eleito e se estabelecer no poder.
Quem quer agradar a todos, desagrada a maioria. E Kleber padece desse mal.
Até tal mudança no trânsito prevista com pompa para ser implantada entre o Natal e o Ano Novo, foi para o saco (não do Papai Noel) e assim vai... Mudaram o desvio de esperto pela Mário Vanzuita.
Até Silvio Cleffi virou presidente da Câmara e um problema criado com e nas barbas do próprio governo Kleber. E esse pessoal acha o mundo fora da prefeitura é que está contra o governo. Pode até ser. Mas o governo é que não está se impondo pelos resultados, reconhecimento, atendimento, foco, alinhamento e escolhas dos melhores.
Faltam líderes, gente que banque decisões e espelhos, muitos espelhos, para suportar as vaidades, despreparados, tontos e caprichos individuais! Acorda, Gaspar!
A jornalista Liliane Machado, deixa hoje a superintendência de Comunicação da prefeitura de Gaspar. Eu que sou do riscado digo: não fará falta. Culpo-a por parte do desastre de imagem do governo Kleber. Educada, obreira, esforçava-se no relacionamento, mas executava só o que lhe autorizavam. Não tinha autonomia, iniciativa, capacidade para gerir crise, escolher prioridades, marquetear e nem senso estratégico. Devia ter saído antes e atirando.
Ela é uma boa coordenadora de fazedores de press release. Coisa menor e ultrapassada na dinâmica da comunicação de hoje em dia. Parece que não tinha saído verdadeiramente dos bancos escolares.
Ela não possui – ao menos demonstrou isso nesses 14 meses ou a impediram a esse fundamental exercício - capacidade para lidar com crises num ambiente público, de exigível transparência e sob tensão permanente; deixou-se levar por gente que não entende do assunto e renunciou ao senso estratégico como deve ser hoje em dia o ambiente de comunicação institucional. Já escrevi isso várias vezes. Todos leram. E relegaram. E só ela pagou por isso.
Ela será substituída por Ana Lúcia Matesco, graduada em Relações Públicas e com atuação em Blumenau. Se o que Liliane fazia vai melhorar para a administração de Kleber, Luiz Carlos e Pereira? Não sei. Há em curso, à primeira vista, apenas mais uma troca de seis por meia dúzia. Só o tempo dirá e me desmentirá. E, sinceramente, como profissional, torço para ser desmentido pelas atitudes e resultados não apenas de Ana, mas da prefeitura de Gaspar como um todo.
E por que da minha desconfiança? Simples: Ana como Liliane, não possui o senso estratégico, a não ser que ela seja a ponta de um iceberg de algo externo, emergencial, diante da enrascada de imagem que o governo de Gaspar está metido e ela seja uma mera operadora local desse iceberg.
Espera-se que não seja apenas um ajuste político partidário ou uma forma de empregar conhecidos, parentes ou laços de poder. Aí será enterrar a oportunidade que se abre para reverter esse quadro fragilizado na comunicação institucional da prefeitura de Gaspar.
Para lembrar. No dia 12 de janeiro, o jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo e de maior circulação em Gaspar e Ilhota, trouxe uma entrevista com o prefeito Kleber.
O que ele garantiu naquela oportunidade? Que não mudaria a equipe, estava satisfeito com todos. Hum! Para a população, estava evidente a necessidade de se mudar para se alcançar os resultados desejados e prometidos por ele.
Então! Foi uma mentira, um lapso ou um erro de comunicação? As mudanças que estão sendo feitas pelo próprio prefeito Kleber são as provas vivas daquilo que era evidente no ano passado, que ele sabia, muitos que o cercam e olham o poder como meta desejavam, mas ele que negou neste ano que faria.
Kleber está fazendo, mas antes mentiu na entrevista. Isso não é bom. Havia muitas formas de dizer o que ele disse, como por exemplo: “tudo é dinâmico na administração e na composição política. Preciso de resultados. Estou vindo de uma derrota na Câmara e tudo será avaliado diante do novo cenário. Preciso fortalecer a administração e atacar os pontos fracos ou que ainda não deram certos”.
O que essa resposta genérica e “pensada”, porque a “entrevista” permitiu isso, ensejaria: que tudo seria possível; que os acomodados – e existe um monte deles na gestão de Kleber - precisariam ficar atentos; abriria caminhos para possíveis “alianças”; deixaria os adversários encucados, e não se estabeleceria na mentira como aconteceu.
Agora Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira precisam acertar. Não há mais tempo para errar. Aliás o prazo e as oportunidades para o atual governo no poder de plantão errar, já se expiram já faz tempo. Acorda, Gaspar!
Transparência. Essa foi a promessa de Silvio Cleffi, PSC, quando assumiu a presidência da Câmara de Gaspar. Primeiro, desde que assumiu e por dois meses não fez nenhuma reunião da mesa diretora, que são quatro membros, três da bancada majoritária que e o elegeu.
Segundo. Isso não impediu que ele editasse 15 Resoluções da Mesa Diretora e assinadas por todos os quatro. Entretanto, no site da Câmara, no local específico das resoluções MD, sai da 99/2017 que Cleffi assinou para a 7/2018. Hum! O que se escondeu?
A MD 7/2018, por exemplo, antecipa para o dia primeiro de fevereiro, a metade da gratificação anual aos servidores Marcos Alexandre Klitzke, Scheila Seberino da Silva e Yara Gomes Schram.
Quem na iniciativa privada, no dia primeiro de fevereiro consegue a metade do 13º salário? Isso é legal. Foi aprovado pelos vereadores (nº 1.305/1992, art. 77, § 5º). O dinheiro não é dos vereadores. É do povo que vai receber benefícios como esse, só em novembro e olhe lá!
Agora, experimente reverter essa situação. Será mais fácil trocar o nome da cidade. Acorda, Gaspar!
Como funciona. Câmara de Gaspar vai gastar com o funcionário efetivo que é agente de comunicação, Vagner César Campos Maciel, R$4.524,00, para ele fazer um MBA em Jornalismo Digital, na Estácio de Sá.
A contrapartida é ele ficar na Câmara por igual período em que durar o curso. Mas, há um porém. Este curso pago pelos contribuintes poderá dar direito a um novo enquadramento do servidor e assim ele aumentar os seus vencimentos. É uma roda sem fim.
A gasolina para a Câmara de Gaspar custa R$3,90 o litro. O reajuste foi aprovado pela Mesa da Câmara.
Quem tem padrinho não morre pagão. Com a eleição repentina de Silvio Cleffi, PSC, alguns funcionários comissionados saíram do conforto. Há trocas e ajeitamentos. O que mais chama a atenção é a de José Carlos Spengler, engenheiro químico, apadrinhado do mais longevo vereador, José Hilário Melato, PP, e que está licenciado para ser presidente do Samae.
Spengler que durante anos foi responsável pelos “vereadores mirins”. Ele provocou vários desajustes no acordo na ocupação da mesa para atender as pressões de Melato pelo seu afilhado. Com Silvio, finalmente, o que parecia vitalício, José Carlos foi retirado da função. Agora, ele é o assessor suplente José Ademir de Moura, PSC, que está no lugar de Melato. Moura, está, como se vê, sem autonomia alguma. E está contente.
Para encerrar. A bancada do PT e da esquerda do atraso na Câmara de Gaspar, passou mais uma vez, vergonha. O suplente José Ademir de Moura, PSC, tem claras dificuldades para se expressar, apesar do esforço.
Mas, na sessão de terça-feira, ele trouxe um vídeo, bem comum nas redes sociais. Exibiu-o no horário da liderança. Era de um jovem e nordestino. Ele desmascara, com dados, fatos e fontes, os discursos Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Vana Rousseff e principalmente do PT sobre conquistas sociais que dizem ser só deles para os mais pobres.
Faltou fôlego para os líderes do PT, Mariluci Deschamps Rosa e do PDT, Roberto Procópio de Souza, combater o conteúdo do vídeo que desmontou o discurso fácil e a propaganda enganosa, feita por gente sabida, especialista em comunicação, repetida para os analfabetos, ignorantes, desinformados e militontos na narrativa do poder.
Deprimente é se constatar como as massas são propositadamente enganadas por gente que sabe o que diz, prega e faz. Divertido é ver essa gente sabida sendo combatida e sendo fragilizada na mentira, nos argumentos e na ilusão daquilo que manipulam aos fracos e que se se desmascara aos jovens, principalmente, porque esse filme é velho para quem viu as crises das décadas de 1960, 1980...
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