DEPOIS DE AMALDIÇOAREM OS INTERNAUTAS NAS REDES SOCIAIS, POLÍTICOS PLANTAM NELA SEUS DEFENSORES - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

DEPOIS DE AMALDIÇOAREM OS INTERNAUTAS NAS REDES SOCIAIS, POLÍTICOS PLANTAM NELA SEUS DEFENSORES - Por Herculano Domício

16/04/2018

O fato é repetido. Mostrei aqui na semana passada, em dois artigos, como o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e Carlos Roberto Pereira se arranharam no desleixo que se permitiram irresponsavelmente à Saúde Pública. Sob os títulos “Políticos de Gaspar amaldiçoam os internautas e as redes sociais, a voz do povo. Incoerentes!”, na segunda-feira, e “Afinal, quem manda na Saúde do governo Kleber?”, na quarta-feira, o ponto de partida de ambos foi o mesmo.

Num, os vereadores da agora minoritária base de apoio ao prefeito erraram o foco das suas reclamações e perceberam que já se passou o tempo que era mais prático, fácil e barato controlar a imprensa, principalmente via as rádios usadas exaustivamente no tempo do PT de Pedro Celso Zuchi.

Como o mundo da comunicação mudou muito rapidamente, surpreendendo a todos, inclusive que entende e é do meio, os políticos, não só os dos grotões, montaram as suas baterias de queixas e ataques contra os próprios eleitores. Os cidadãos inseridos pela tecnologia da voz, das fotos, dos filmes, da escrita que avança a cada dia, num novo mundo da comunicação digital plural. Ela não tem fronteiras – e até pudor -, faz – na maioria dos casos – o papel da imprensa ou dos repórteres nas ditas redes sociais ou aplicativos.

Nessa nova realidade, alguns eleitores, repito alguns, perderam o medo da retaliação dos poderosos no poder e denunciam, reclamam, elogiam, aliam-se, rompem e até xingam os seus políticos ou os gestores públicos, estes muito bem pagos pelos próprios eleitores. Como a coisa se avolumou, os políticos acharam que era hora de agir em bloco. Sugeriram que poderia ser até um trabalho orquestrado da suposta oposição ou daqueles que não votaram neles.

Errado. Mal calculado. Equívoco. O mundo mudou, simplesmente isso. E tem gente renegando à realidade.

Pode até ser algo comum o sentimento ponderável da população, mas não é orquestrado! É resultado.

Esse desastre na Saúde Pública de Gaspar relatei nos artigos de quarta e segunda feira da semana passada. E não foi a primeira vez. O tema sempre foi recorrente desde a posse de Kleber. Ou seja, era previsto e nada se fez para mitiga-lo, reverte-lo ou até eliminá-lo.

As denúncias e o praguejamento nas redes sociais contra os agentes públicos e políticos estão lastreados em fatos reais dos pobres, doentes e desassistidos nos postinhos de saúde, na policlínica, na farmácia básica e no Pronto Atendimento do Hospital de Gaspar.

O Hospital – que ninguém sabe apontar de quem é o dono dele – um comilão de recursos municipais. Estão transferindo dinheiro dos pobres para os ricos. E que com a intervenção intentada pelo PT de Pedro Celso Zuchi, são os gasparenses os que pagam também as responsabilizações civis e criminais.


SÓ A PREFEITURA NÃO EXERGA O DOENTE QUE EMBALA

Era visível que alguma coisa não estava – e não está ainda - funcionando direito na Saúde Pública de Gaspar. Tanto, que em 16 meses, passaram pelo governo de Kleber três secretários de Saúde – a maior rotatividade já vista neste governo. E para lá, vejam só, foi deslocado por último, o prefeito de fato, o ainda secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado, Carlos Roberto Pereira. Ora, alguém faria tantas mudanças e esta última de forma tão radical se não houvesse de fato um problema grave que não fosse apenas as “manifestações hipócritas” dos internautas nas redes, aplicativos – só por não encontrarem eco das suas queixas na imprensa tradicional e principalmente as rádios?

Incoerentes esses políticos de Gaspar, sejam eles no poder de plantão ou na oposição defendendo interesses que não sejam o funcionamento mínimo dos postinhos, policlínica e farmácia básica onde estão sofrendo os seus eleitores! Fazem até “pactos” na Câmara e que “une” que diz ser de todos, mas espertamente só reúne uma parte para pressões corporativas ou políticas. A Saúde dos mais fracos é usado como moeda de troca. Nem disfarçar conseguem.

Mais. Se não houvesse realmente o caos nesse setor – como tentam dourar -, qual foi a razão do novo secretário de Saúde reconhecer o quadro caótico, quando para imediatamente estancar as queixas, numa jogada marqueteira e de afogadilho, anunciou uma espécie de anestesia – e não se sabe como isso se dará direito contabilmente – como o ingresso de quase R$20 milhões para Saúde até o final de 2020?

Espera-se que parte ponderável desses recursos não suma no Hospital, onde a prefeitura já repassa em média R$600 mil por mês - de uma obrigação real antes da intervenção de algo em torno de R$200 mil. Mesmo com esses R$600 mil, o guloso Hospital que só consegue gerar mensalmente R$400 mil de receitas (SUS, convênios, verbas estaduais e federais, particulares), tem um prejuízo de R$200 mil por mês e que vai crescer. Ufa!

Resumindo, o que os internautas reclamam é o resultado real, repito, real, produzido pelo poder de plantão com Kleber, Luiz Carlos e Pereira: a falta de atendimento. O que o poder de plantão reclama olhando apenas as urnas e não os doentes desassistidos, é o resultado político negativo produzido pelos internautas exatamente num ano de eleição – mesmo sendo ela geral, majoritária e não municipal - com coisas sérias e verificáveis, e das quais são responsáveis. Nada mais.


O GOVERNO AMPLIA O ERRO COM MAIS ERROS E ARROGÂNCIA

A verdadeira oposição está dentro do próprio governo Kleber: a primeira causa dela é que ele se cercou de gente que está bem aquém de produzir resultados para a falsa marquetagem de ser “um governo eficiente”.

Segundo, o governo está refém de gente do atraso que sequer deixa mudar o traçado de uma rua por aqui. “Se a lâmpada tivesse sido inventada no Brasil, teria sido proibida pelo lobby dos fabricantes de vela”, observou Tarcísio Vieira. Em Gaspar é bem pior. Como registrou e desabafou na Câmara Evandro Carlos Andrietti, MDB, ou seja, da base, depois de constatar que seu filho teve atendimento prestativo no Hospital, mas sem olhar direito ao seu redor: “só politicagem”.

Terceiro, Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira se descuidaram perigosamente, da sustentabilidade política, a tal ponto de perder a majoritária base de apoio, e vejam só, por quem o próprio Kleber criou para ser novo na política, o médico Silvio Cleffi, PSC, funcionário público, evangélico. Silvio participou do resultado desastroso da Saúde pública municipal, bandeou-se para a dita oposição para ser o presidente da Câmara e lá, montou um “pacto” botar banca e continuar a interferir na Saúde Pública daqui.

Resumindo: nem os avisos gratuitos do povo – não da imprensa que são raros ou desta coluna, frequentes e antigos – os políticos, os gestores públicos e os donos do poder de plantão são capazes de perceberem, analisar e propor soluções comuns para a sociedade. Impressionante. O poder público e seus agentes são os únicos donos de negócios que rejeitam a opinião de seus clientes e usuários. Magníficos!

Entretanto, nem tudo está perdido no que tange ao comportamento dos políticos. Vigiados, eles sabem onde o calo dói. Eles precisam dos votos, do povo e sabem que são reféns do minimamente correto. E decidiram correr atrás dos prejuízos. Não exatamente por causa das análises desta coluna, e sim por causa das reações que provocaram numa parcela ponderável da comunidade.

Os próprios políticos puderam sentir o bafo nos seus redutos eleitorais, dos verdadeiros amigos, e nas próprias redes sociais que eles disfarçaram entender o recado, mas não entendem e se entendem gostariam de vê-las sob relho, constrangimento... Na sessão de terça-feira passada da Câmara, todavia, esse assunto parecia página virada.


OS APOIADORES RESISTEM ENTENDER OS RECADOS DOS SEM ASSISTÊNCIA

Virada? Em parte. O atraso dos políticos no poder de plantão continua disfarçado. Na coluna de quarta-feira, apareceram nela no portal do Cruzeiro do Vale e na extensão do portal no Facebook, comentários de gente que apoia o atual governo. Foi para dizer que tudo já mudou e desqualificar quem insistisse em apontar problemas.

Primeiro se já mudou, é porque se reconhece tacitamente que antes existia problemas. Certo? Ou também querem mudar o sentido desse reconhecimento?

Segundo, desqualificar os que insistem em relatar crassos erros, é trabalhar contra a própria melhoria, se ela é um propósito sério e para valer do governo de Kleber. Só a mudança de fato, real, papável, testemunhável é que vai mudar a percepção de que o que estava ruim está melhorando, ou melhorou.

Terceiro: com saúde – e principalmente a dos mais vulneráveis - não se brinca e está mais do que na hora dos políticos de Gaspar se conscientizarem de que a Saúde Pública não deve ser peça de politicagem. Só os bons resultados serão dividendos para os que os produzem.

Em “Afinal quem manda na Saúde do governo Kleber?”, de quarta-feira e referindo-se à Saúde Pública, os comentários dos internautas tiveram sempre o mesmo ponto comum: ela estava ruim. Entretanto, uma parcela ponderável, “tinha a sensação” de que ela estaria melhorando, mas não conseguia apontar exatamente o que estava fazendo essa diferença em apenas um mês depois de 15 meses em declínio e desastre. É que essa parcela é amiga do poder, não está nos postinhos, na policlínica, no PS do Hospital e no guichê da farmácia básica. Faz propaganda partidária. Nada mais. E com isso, piora tudo.

UMA “MELHORIA” PARA OS AMIGOS NA PROPAGANDA ENGANOSA

Altemar José Nogueira afirmou que “mesmo com pouco tempo Roberto já mostrou que está fazendo uma boa administração frente da pasta da Saúde. Se não tivesse um médico, presidente da Câmara, fazendo oposição por oposição, certamente os resultados seriam ainda mais positivos”.

Ou seja: confirmou que estava ruim; que melhorou, mas não sabe dizer exatamente o quê; e que Silvio Cleffi, PSC, interferiu e está interferindo, na sua percepção, e não é para a solução. Ele lavou a minha alma mais uma vez. E na voz dos próprios aliados do governo Kleber com os seus escalados para defendê-lo, na tática de não mais atacar os eleitores queixosos e sofredores dos postinhos, policlínica, Hospital e farmácia básica.

Na mesma linha se saiu Mariani Andrietti : “É complicado falar em Saúde Pública, mas o secretário Roberto Pereira está trazendo boas novas quando o assunto é Saúde. Já é notável as mudanças que estão acontecendo”. É complicado? É? Difícil esconder isso, não é? E aí o bicho pega, reconhece a internauta. Notável? O que de tão notável mudou? Questionada na própria rede, respondeu: “atendimento nos postos de Saúde e Hospital, estava faltando médico em nosso bairro, já foi substituído entre outras que não preciso numerar para alguém que usa um perfil fake”.

Ou seja, outra defensora ardente do advogado agora secretário da Saúde, o doutor Pereira. Não exatamente da administração de Kleber que está precisando de mudanças notáveis numa área que se descuidou por não ter um planejamento e na falta dele, atender interesses corporativos, de gente do partido que não aparece, de amigos e até curiosos.

A internauta teve que reconhecer que havia falhas e graves. Mesmo assim, por falta de argumentos, preferiu abreviar a lista de “mudanças notáveis” para questionar não a veracidade dos fatos e realidades, mas quem a questionava a lista de mudanças notáveis supostamente não tinha legitimidade pois estaria sob perfil falso.

O problema em debate, todavia, nunca foi falso. Esta é a questão a ser resolvida. Tanto, que o interlocutor assinalou que “notável” mesmo, “foi ficar sem médico e atendimento 16 meses no seu posto de Saúde e voltar ao normal, estaria sendo considerado por ela como um avanço excepcional”.


A SOLUÇÃO ESTÁ NA ELEIÇÃO DAS PRIORIDADES PARA OS POSTINHOS

E aí leitor e leitora concluem que isso é briga de maricas, um Fla-Flu partidário, uma implicação desta coluna, coisa da oposição, dos doentes reclamões e que tudo já está superado. Engano. A coluna e os comentários acima foram publicados na quarta-feira.

Às 23h56min de terça-feira, quando a coluna já estava pronta e editada, o que apareceu no perfil do gasparense Maycon Hames? Isso:

“Acabei de sair do Hospital de Gaspar. Entrei junto com minha filha as 13:04 e depois de 10 horas e meia saímos (23:26), porém saímos da mesma forma que entramos, com dúvidas, sem saber ao certo o que está acontecendo! Um atendimento desumano por parte de alguns funcionários. Estávamos em frente a tal sala de descanso (adivinhem que estava lá dentro?). Agora adivinhem quem estava no leito ardendo em febre a mais de 10 horas esperando uma solução!? Adivinhem quantas outras pessoas estavam na sala de espera!?A pior coisa é um pai e uma mãe se sentirem impotentes nessas horas, sem poder fazer nada”.

Ai, eu pergunto: o que de “notável” o doutor Pereira fez para mudar no Hospital, o sugadouro de milhões anualmente em verbas do município e na Saúde Pública de Gaspar como tentam abafar os seus amigos e correligionários, depois de desistirem de brigar com os internautas?

Sinceramente? Difícil avaliar sem os números. E nem poderia o doutor fazer esse milagre em um mês para algo que está relegado há mais de um ano, e que antes de Kleber assumir – diga-se, já vinha acontecendo de forma precária. Até na marquetagem para a contrapropaganda, erram. A comunicação do governo é um lastima. É concebida para “press release” e não para ação estratégica. E quando tenta, devido o pau que toma da sociedade, faz de forma primária, para ser facilmente contestada: a realidade.

Pior: o médico e vereador Silvio Cleffi, no discurso que fez na Câmara, também viu melhoras no sistema de Saúde Pública. E sabe a razão disso? Porque quando ele era par de Kleber interferia no resultado que se viu caótico. Agora na oposição a Kleber e ao doutor Pereira, encurralou o governo e o governo cedeu para ele interferir e “salvar” o Hospital. Se não salvar os postinhos, a policlínica e a farmácia básica tudo continuará contra Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira e seus planos políticos atuais e futuros.


HOSPITAL NO CENTRO DA CONTROVÉRSIA

O Hospital de Gaspar toma literalmente dinheiro dos pobres – doentes, desassistidos que deveriam ser atendidos nos postinhos, policlínica e farmácia - e dá aos ricos – os médicos e a cara estrutura do Hospital que é feita não apenas para atender os casos ambulatoriais. Lá o dinheiro se mistura para todas as necessidades médicas, administrativas, fiscais e do contencioso.

É justo o município de Gaspar remunerar o Hospital, mas pelo serviço que ele presta de fato à comunidade, com os atendimentos no Ambulatório – que criaram recentemente lá para isso ao invés de fortalecer os postos dos bairros e a Policlínica - e no Pronto Socorro, quando os postinhos estão fechados – à noite, finais de semana e feriados – e nada mais.

Não me digam que este serviço – a noite, finais de semana e feriados, no Ambulatório e no PS sai R$600 mil por mês. Qual o posto de Saúde de Gaspar que possui esse alto custo de manutenção mensal funcionando oito a 12 horas por dia, cinco dias por semana?

Kleber trocou ajuda a uma elite e deixou os pobres desassistidos, exatamente a maioria que lhe elegeu. Este é o resultado quando optou por continuar a intervenção do PT no Hospital e se sabia bem a razão pela qual ela foi feita.

Kleber não desatou o nó no início do governo quando deveria ter feito. Não desatará neste ano porque é ano eleitoral. E não desatará no ano que vem, pois estará próximo a campanha de reeleição. É que nem Kleber, nem o doutor Pereira, o prefeito de fato, vestido de candidato, não vão querer ficar com a marca de que fecharam o Hospital, apesar de que aberto com a intervenção, está comendo o dinheiro dos postinhos, policlínica e da farmácia básica. Incrível. Acorda, Gaspar!

OS CÂNCERES

Depois de apanhar como cachorro sarnento nos tempos da escuridão, mudei o título deste artigo já lido parcialmente como comentário na sexta-feira. Este título é mais apropriado aos sem causa, aos que descontextualizam palavras para criar novas causas, e aos políticos que se alimentam das causas justas dos outros, porque as suas estão falidas há muito tempo.

Afinal, quem está na frente de um computador, isolado, alienado e cego? Eu ou o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e seu vice, Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, MDB?

E para o óbvio. Para aquilo que está à vista de todos.

Sempre que aponto o que está à frente dos meus olhos e dos gasparenses, levo pedras deles. E mais audiência, mais credibilidade...

E não só isso, mandam recados de que vão me prejudicar nos meus direitos. E para os analfabetos, ignorantes, desinformados e gente dependente do esquema do poder de plantão, dizem que não vivo em Gaspar. Não vivo, mas estou vivo, e apesar da espessura das minhas lentes, não estou cego, como eles que não usam óculos.

No tempo de Pedro Celso Zuchi e do PT, com José Amarildo Rampelotti e Antônio Carlos Dalsochio, sempre fizeram a mesma coisa.

Deu no que deu! Ou seja, os atuais poderosos nem inovadores foram capazes para calar os que mostram à realidade.

No dia 14 de março escrevi: “Plantaram flores, mas nasceu capim”. Bombou!

Na edição desta sexta-feira, 13 de abril, um mês depois do meu comentário sobre o mesmo assunto, o que li na coluna Chumbo, de Gilberto Schmitt, editor e proprietário do jornal e portal Cruzeiro do Vale, um gasparense bem light? "Falta manutenção". Falta mais, muito mais... Além do óbvio e vergonha na cara. E o que escreve Gilberto?

"A Avenida Francisco Mastella é uma vergonha. Já está parecendo caminho de roça devido a quantidade de buracos na via. Além disso, o mato tomou conta da margem da rodovia, tirando a visibilidade dos motoristas e ainda tapando as placas de sinalização. O maior perigo ainda é que muitos gasparenses fazem suas caminhadas matinais e vespertinas naquela rodovia. Tá mais do que na hora de dar uma geral naquela avenida. Sobre a Anfiloquio Nunes Pires, pelo amor de Deus, nem vou comentar para não ser chato".

O que posso escrever mais sobre aquilo que os gestores gasparenses no poder não enxergam para o óbvio, mas seus eleitores estão de olhos bem abertos?

Esta foto, mostra bem a realidade.

É o prefeito Kleber Edson Wan Dall, bem vestido, carpindo. A prefeitura possui uma equipe bem grande de manutenção. Está contratado a rodo prestadores de serviços para tudo. A oposição na Câmara, em sucessivos requerimentos, está de olho nessa cara terceirização. Então falta planejamento e eleição de prioridades na área de manutenção com os próprios e os terceiros.

Não é o prefeito capinando, limpando ruas e calçadas que se vai resolver o problema. O lugar do prefeito é comandando essa atividade. Se Kleber sai da gestão – para a qual foi eleito e se disse capaz - para a atividade fim, mostra que ele, ou o prefeito de fato, escolheu a pessoa errada para tocar a manutenção. A foto é demagogia e sinaliza o erro. Para repetir o Gilberto, concluo: “nem vou comentar para não ser chato”. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1847 - Segunda-feira

Comentários

Herculano
17/04/2018 05:18
HOJE É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, ATUALIZADO E ACESSADO DE GASPAR E ILHOTA
Mardição
16/04/2018 19:52
Isso é quando o prefeito não tem ou não sabe o que fazer e quer aparecer. Prova pura de incompetência e despreparo, fica procurando cabelo em ovo.
Mariazinha Beata
16/04/2018 19:43
Seu Herculano;

Também não gostei da foto do Prefeito Kleber.
Um homem tão altivo, não deveria se expor tanto sem necessidade.
Bye, bye!
Ferreira disse:
16/04/2018 19:38
Herculano, não foi Nostradamus que profetizou que um jumento falante e dissimulado nasceria em Garanhuns, e governaria um povo acéfalo? Quem imaginaria tal coisa? Só mesmo um profeta.
Herculano
16/04/2018 19:35
A CAIXA-VERMELHA DA MÍDIA TRADICIONAL, por Rodrigo Constantino, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR.

Quando Obama foi eleito com a ajuda das redes sociais, a mídia mainstream, quase toda de esquerda, vibrou com a vitalidade democrática alimentada pela internet. Os indivíduos tinham sido "empoderados" por tais ferramentas, e agora sim, poderiam eleger verdadeiros democratas preocupados com o povo, os pobres, a justiça social. Assim, ao menos, era a narrativa de quem se apaixonara por Obama antes mesmo de ele começar a governar.

Quando jovens rebeldes iniciaram a "Primavera Árabe", o encanto com as redes sociais foi total, e o elo causal foi apontado de forma direta: graças ao Twitter, ao Facebook, agora os países árabes finalmente teriam lindas democracias inclusivas, mostrando como o Islã é compatível com nosso modelo ocidental de vida. Cheguei a escrever um texto resenhando ótimo livro sobre o assunto, à contramão da narrativa oficial e mostrando a ilusão da "democracia islâmica", e fiz uma palestra no Fórum da Liberdade com um alerta cético também.

Mas os jornalistas não queriam saber de nada disso: estavam extasiados com as redes sociais colaborando para a construção do "mundo melhor", mais "progressista", mais "tolerante", mais esquerdista. Até que Donald Trump venceu as eleições americanas. Aí tudo mudou. Aí a imprensa passou a só falar em "Fake News", e as redes sociais, altamente "progressistas", mas que acabam dando espaço para iniciativas à direita, tornaram-se as maiores inimigas da democracia. É porque a democracia só serve quando o resultado vai ao encontro do que os jornalistas de esquerda desejam.

O massacre ao Facebook tem sido diário agora. Eis o que diz o editorial do GLOBO de hoje, pouco depois de uma reportagem tratando o eleitor de Bolsonaro como um ser caricato, homem, jovem e de classe média, revoltado, tosco e sem informação*, e imediatamente antes de publicar textos de Dorrit Harazim contra Trump, Verissimo defendendo uma reforma agrária radical (defesa velada ao MST), Cacá Diegues defendendo o esquerdismo (como de praxe) e Chico Alencar, do PSOL, pregando o socialismo. É essa a "diversidade" do jornal que ataca as "fake news" das redes sociais e que tem Chico "Lula" Pinheiro como âncora do principal telejornal matinal.

O Facebook desviou-se do símbolo de inovação tecnológica e digital do Vale do Silício, responsável pela oxigenação da economia e pela mudança de hábitos em todo o mundo. Tornou-se uma rede que favorece a disseminação de fake news, campanhas de ódio e a manipulação de informações. Como tais dados estão à venda e são capazes de influenciar comportamentos e acirrar tendências, a atuação do Facebook resulta em um caso sem precedentes de ameaça à democracia.

Como não se trata de uma mídia do jornalismo profissional - que atua tangido por protocolos de checagens de informações e dando voz a todos os lados -, o Facebook e outras redes sociais similares são um campo aberto a todo tipo de manipulação a serviço de interesses particulares de grupos políticos, comerciais, ONGs, entre outros. Ou seja, uma verdadeira caixa-preta. A atuação de hackers russos nas eleições americanas é o exemplo mais gritante dessa ameaça. Torna-se, portanto, necessário impor algum tipo de regulação que proteja usuários e a sociedade como um todo.

Voz a todos os lados? Há controvérsias! Em que pese o viés esquerdista do Facebook ?" e ele é forte ?" alguém acha mesmo que há mais espaço para liberais e conservadores nos grandes jornais do que nas redes sociais? Sério? Talvez seja o caso do ladrão que grita "pega ladrão" para desviar a atenção de si mesmo. Sim, há muita porcaria nas redes sociais. Mas ninguém poderá negar o escancarado viés esquerdista, em seus 50 tons de vermelho, predominante na mídia mainstream. Ao menos não sem ruborizar. É a caixa-vermelha da mídia tradicional, que assusta ainda mais do que a caixa-preta do Facebook?

* Na tal reportagem, eis um trecho: "Há os de classe média antipetistas. Religiosos também têm aderido à candidatura de Bolsonaro por sua postura contrária ao casamento homoafetivo, ao aborto e à inclusão de temas relacionados à educação sexual e ao respeito à diversidade nas escolas, rotulado por eles como 'ideologia de gênero'". Rotulado por eles como "ideologia de gênero", sendo que se trata, pelo visto, apenas de "educação sexual e respeito à diversidade". Percebem o viés do jornalista? Só de chamar de "casamento homoafetivo" já deu bandeira, mas depois tirou a máscara de vez. No Facebook, ao menos, podemos expor esse viés, que o jornal adota como se fosse "imparcialidade" e "jornalismo sério"
Herculano
16/04/2018 15:07
DUROU MINUTOS A OCUPAÇÃO PELO MTST DO "PRESIDENCIÁVEL" GUILHERME BOULOS, DO NANICO PSOL, AO TRIPLEX DO COMPANHEIRO LULA. O "RESISTA" VIROU "DESISTA". TODOS COM A COLA NO MEIO DAS PERNAS

A EPOPEIA EM DUAS NOTAS DE O ANTAGONISTA.

1. "Ocupar, resistir e morar aqui"

A turma de Guilherme Boulos quer morar no triplex do Guarujá.

"Ocupar, resistir e morar aqui", gritam os cerca de 50 recrutados que invadiram o apartamento.

Boulos não curtiu o clima frio de Curitiba.

2. Boulos: "O recado ficou"

Guilherme Boulos, ao confirmar que a PM colocou a sua turma para correr do triplex do Guarujá, disse que "o recado ficou":

No twitter: "Numa ação arbitrária, sem ordem judicial, polícia deu prazo para saída do MTST do triplex, sob pena de prisão de todos os ocupantes. O triplex foi desocupado, mas o recado ficou. É evidente que não tinham ordem: quem pediria a reintegração de posse?" #lulalivre #povosemmedo

Volto. Se a ordem de Boulos e comum nas suas ocupações urbanas é a de resistir, qual a razão desta vez, para em minutos, desistir?

Ação arbitrária da Polícia? Se era arbitrária, mais uma razão para resistir.

Com medo de cadeia? Conta outra, tudo é feito calculadamente e as prisões, badernas são troféus. O que foi que não foi calculado desta vez?

O presidenciável Boulos pelo Psol, nanico nas intenções de votos segundo o Datafolha, realmente deu o recado aos brasileiros, como afiança: para que as pessoas não vote nele

O ato da invasão reflete o PT e os demais da esquerda do atraso no "modus operandi" quando oposição e quando governo: avacalhação usando os pobres, quebrando e invadindo as coisas dos outros.

Concluindo.É sempre assim: durante o período das campanhas majoritárias. Esses partidos lobos, vestem a pele de cordeiro para melhor enganar os analfabetos, ignorantes e desinformados esperando ser poder e ai, como aconteceu com o PT, roubar os pesados impostos dos cidadãos e deixá-los morrer na fila do SUS, por falta de segurança, aumentar a inflação, quebrar as empresas, desempregar milhões. Nem mais, nem menos
vlad
16/04/2018 14:11
Por que os filhos de Lula não fazem vigília com a militância em Curitiba....É só uma pergunta.
Miguel José Teixeira
16/04/2018 13:47
Senhores,

1) Simplesmente repugnante a ação do prefeito de Gaspar estampada na foto acima.

2) Acho que a invasão do MT$T ao triplex recebido em propina, atolará ainda mais seu ex-proPrieTário, o "reeducando 700.004.553.820", vulgo lula!!!

Atenção: os "bicheiros" não estão aceitando a milhar. . .
Sidnei Luis Reinert
16/04/2018 12:16
segunda-feira, 16 de abril de 2018
Lula vai explicar sua fortuna de R$ 75 milhões?



Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Como é que a petelândia desvairada pode explicar como foram obtidos os R$ 75 milhões que o juiz Sérgio Moro mandou bloquear da Família do presidiário Luiz Inácio Lula da Silva? Perguntando com mais precisão: Como foi que a família de um ex-Presidente da República ?" que só vivia, em tese, da política ?" juntou tamanha fortuna que nem seus caríssimos advogados ousam contestar?

Lula deveria ensinar ao brasileiro pobre (que ele tanto idolatra e pelo voto fielmente dado): Qual o caminho (de preferência honesto) para atingir tamanha prosperidade patrimonial, com ajuda do exercício da vida pública? Uma pessoa "onesta" como o criminoso Lula tem o dever moral de dar tais explicações ao "povo brasileiro". É por isso que devemos estranhar a trégua midiática dada a Lula nos últimos dias. O milionário Lula não pode terminar impune.

Outra indagação: Será que a Família Lula da Silva não tem outros milhões guardados legalmente ou malocados ilegalmente fora do Brasil ?" e que não são ainda atingidos pelo bloqueio determinado pelo Moro? Como tais perguntas parecem difíceis de responder, fica evidente que a Força Tarefa da Lava Jato ainda tem muito a descobrir e revelar sobre o lendário ex-operário que conseguiu juntar mais grana que a maioria dos "patrões".

Não se pode tolerar o cinismo da petelândia. Os fanáticos seguidores do führer Lula insistem que ele será candidato a Presidência da República "de qualquer jeito". O Supremo Tribunal Federal e o Tribunal Superior Eleitoral decretarão a desmoralização completa do Brasil, caso permitam a criminosa candidatura do $talinácio. Pela morosidade burocrática do Brasil, teremos de aguardar uma definição final até 15 de agosto (prazo final para registro oficial de candidaturas)... É muito tempo para o cidadão de bem suportar uma campanha ilegal e de apologia a um criminoso...

Bacana é saber, lendo O Globo, que o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) abriu uma sindicância para investigar a conduta de 62 funcionários que criticaram, em redes sociais, o auxílio-moradia pago a magistrados. A investigação foi iniciada a pedido da Associação Paulista de Magistrados (Apamagis), a entidade da classe. O alvo é quem participa da página do Facebook "Tribunal de Justiça de São Paulo ?" Funcionários". Proprietários ou não de imóveis, juízes e desembargadores do TF-SP recebem cerca de R$ 4,3 mil mensais de benefício...

Será que o Lula ?" que também recebe auxílio moradia e tem cartão de crédito corporativo corporativo sem limite de gastos também protestaria contra os magistrados? Aliás: será que o pagamento das mordomias a Lula foi ou será suspenso pelo Palácio do Planalto? Outra: com quem está o cartão 0800 do $talinácio?

A semana não será de Lula, mas de Aécio Neves. Especula-se que a primeira turma do STF irá transformar o senador tucano em réu pela primeira vez, nesta terça-feira. Aécio pode ser formalmente acusado de receber propina de R$ 2 milhões da JBS. Aécio também é suspeito de atrapalhar as investigações da Lava Jato. Aécio responde a um total de nove inquéritos no STF. Dois pela delação da JBS. Cinco pela colaboração da Odebrecht e mais dois pela deduragem do ex-senador petista Delcídio do Amaral.

Enquanto Lula segue preso (sabe-se lá até quando) e o inferno judicial de Aécio começa, o Mecanismo do Crime Institucionalizado segue barbarizando e desmoralizando as Forças Armadas. No Rio de Janeiro sob "Intervenção Militar", mais precisamente em Niterói, um Policial Militar foi assassinado com mais de 30 tiros. O Cabo Diogo Alcântara foi morto no carro dele, a caminho de casa. Ele foi o 36º PM assassinado no RJ. O total chega a 38 (incluindo dois policiais civis). Lamentável é que bárbaros crimes contra policiais não recebem a mesma repercussão do também hediondo assassinato da vereadora Marielle...

Voltando a Lula: Será que ele vai explicar como sua família juntou R$ 75 milhões em patrimônio? Os advogados nem ousam mentir que o dinheiro não é dele...
Herculano
16/04/2018 11:56
SEU FUNDO TEM TAXA DE SAÍDA?, por Márcia Dressen, planejadora pessoal, para o jornal Folha de S. Paulo

Há novidades que impactam a rentabilidade e a liquidez de seu investimento

Os mais jovens não conhecem essa história, mas houve tempos em que os bancos não cobravam tarifas, acredita? Isso mesmo, manutenção de conta-corrente, transações financeiras, tudo sem custo para o correntista. Hum... sabemos que nada é de graça, então quem pagava a conta?

O "float", o dinheiro parado na conta, o tempo em que o banco ficava com o recurso entre o recebimento de um pagamento e o recolhimento ao favorecido. A inflação era tão alta que bastava um ou dois dias para o banco ganhar entre 1% e 2% nas operações de "overnight", aplicações de um dia, antes de repassar o dinheiro ao dono, os governos municipais, estaduais e federal, no caso de impostos, concessionárias de serviços de energia e telefonia, o FGTS recolhido pelas empresas em nome de seus funcionários, e por aí vai.

Em 1994, quando o Plano Real ceifou as garras da inflação, os bancos se reinventaram, foram obrigados a encontrar uma maneira de remunerar os serviços prestados. Um bafafá na época! As ações dos bancos caíram por que o mercado questionava se e como os bancos seriam capazes de substituir a generosa receita do "float" e manter a lucratividade.

A solução veio com cobrança de tarifas pelo serviço de intermediação financeira, que seriam pagas por quem faz ou por quem recebe o pagamento ou por ambos. Hoje pagamos para manter uma conta-corrente, pelo boleto que recolhe a taxa de condomínio, pela transferência feita para outro banco, e tantas outras.

Investir nunca foi "de graça", sendo a conta-poupança a única exceção. Os fundos de investimento, por exemplo, sempre cobraram taxa pelo serviço de administração e gestão de recursos de terceiros. Nós somos os "terceiros" que entregamos nosso dinheiro para a instituição financeira administrar em conformidade com o mandato específico previsto no regulamento de cada fundo.

A coluna "Quanto você paga para investir?", publicada em 04/12/17, explica as características da taxa de administração e chama a atenção dos investidores para o impacto desse custo na rentabilidade de duas aplicações financeiras nesse contexto de taxas de juros baixas.

As instituições financeiras enfrentam, mais uma vez, um desafio. Para manter o interesse dos investidores, precisam reduzir a taxa de administração sem sacrificar receita, sem abrir mão da lucratividade desse importante serviço prestado.

Ainda é um pouco cedo para dizer, mas parece que a solução se apresenta sob a forma de introduzir a cobrança de novas e diferentes taxas, que, somadas à taxa de administração, mantenha o nível de receita da instituição financeira.

Me refiro à cobrança de "taxa de saída". O fundo estabelece um prazo mínimo de permanência para isentar o investidor do pagamento dessa taxa. Se o cotista quiser ou precisar resgatar antes, pagará um percentual sobre o valor do saque, definido no regulamento de cada fundo.

Alguns fundos multimercado, por exemplo, já adotam política semelhante quando o cotista não concorda em esperar o prazo para converter suas cotas em dinheiro no momento do resgate. Os planos de previdência também adotam essa prática em relação à cobrança de taxa de carregamento, que onera as aplicações de curto prazo e chegam a isentar as aplicações que permanecem por vários anos.

A razão de contar essa história é que a cobrança de taxa de saída está chegando aos fundos DI, conhecidos por seu atributo de liquidez, possibilidade de solicitar resgate a qualquer momento, sem risco de perdas.

Por diversas vezes recomendei investir o dinheiro do "fundo de emergência", da "reserva financeira", em fundos DI. Liquidez, sem risco e sem custo, o principal atributo para atender a essa necessidade do investidor.

Mecanismo de carência ?"prazo mínimo para rentabilizar seu depósito?" ou cobrança de taxa de saída se o resgate for feito antes do prazo mínimo definido inviabilizam a escolha do fundo para acolher os recursos desse investimento.

Portanto, caro investidor, fique de olho na lâmina do fundo em que você já investe ou pretende investir.

Verifique se as regras são compatíveis com seu objetivo de investimento, perfil de risco, necessidade de liquidez. Aceite as condições e faça a adesão ao fundo somente se concordar com elas. Evite os de custos elevados e os que impõem restrições de acesso ao capital investido quando essa for uma condição para sua escolha.
Herculano
16/04/2018 11:50
O TERRORISMO SOLTO E IMPUNE

"ô, Sérgio Moro, preste atenção: a sua casa vai virar ocupação", gritam os sem teto que ocuparam o triplex do Guarujá.
Herculano
16/04/2018 11:21
BANDOLEIROS E AINDA QUEREM A PRESIDÊNCIA. SEM-TETO INVADEM TRIPLEX EM GUARUJÁ EM PROTESTO CONTRA A PRISÃO DE LULA. GRUPO COORDENADO POR GUILHERME BOULOS PULOU GRADES E SUBIU ATÉ O APARTAMENTO; PM FOI ACIONADA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Catia Seabra e Mônica Bergamo. Em uma ação que consumiu menos de cinco minutos, cerca de 30 militantes sem-teto invadiram nesta segunda (16) o apartamento tríplex atribuído ao ex-presidente Lula e pivô de sua condenação na Lava Jato.

O grupo faz parte do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), coordenado por Guilherme Boulos, pré-candidato à Presidência pelo PSOL e uma das lideranças sociais mais próximas de Lula.

"É uma denúncia da farsa judicial que levou Lula à prisão. Se o tríplex é dele, então o povo está autorizado a ficar lá. Se não é, precisam explicar por que ele está preso", diz Boulos.

A ação foi acompanhada pela Folha. Cerca de cem pessoas, divididas em 20 carros, chegaram ao edifício Solaris de madrugada para o ato.

Uma parte do grupo, cerca de 30 militantes, pulou as grades de acesso ao prédio e subiu 16 lances de escada. Ao chegar ao apartamento, após arrombamento da porta, os militantes encontraram uma geladeira, um fogão e um micro-ondas, além de camas.

Eles fixaram bandeiras do movimento na varanda com vista para o mar. Da sacada do prédio, gritam: "Não tem arrego. Ou solta o Lula ou não vai ter sossego".

Integrante da Frente Povo Sem Medo, da qual o movimento faz parte, Andreia Barbosa afirma que o grupo ficará o tempo que for necessário para fazer uma demonstração de que Lula é inocente. "Se o apartamento é do Lula, ele que peça a integração de posse", diz Andreia.

A Polícia Militar foi acionada e está no local. ?

Um representante do condomínio bateu na porta, que esta travada por um pedaço de madeira, e perguntou se os militantes tinham ciência de que estavam cometendo um crime. Em resposta, ouviu que só deixarão apartamento com decisão judicial.

ALIADO
Boulos esteve ao lado de Lula o tempo todo no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, nas horas que antecederam a prisão, e mobilizou integrantes de um acampamento próximo para engrossarem as manifestações em torno do prédio que pediam que o petista não se entregasse.

No dia da prisão, ao discursar em uma missa em homenagem a dona Marisa, Lula chamou Boulos para a frente do caminhão de som e disse que ele tinha "futuro".

Um dia depois, Lurian, a filha de Lula, discursou para integrantes do MTST, agradeceu o apoio e disse que Boulos era como "um filho" para Lula.
Herculano
16/04/2018 10:01
CANDIDATO DE CENTRO PODE GANHAR PLANALTO E ENCARAR CENTRÃO NO CONGRESSO, por Vinicius Mota, secretário de redação do jornal Folha de S. Paulo

O Datafolha deste domingo (15) mostra que a prisão de Lula não intensificou os vetores que apontam para os extremos antiestablishment. Atuou no sentido contrário, como válvula de uma descompressão que talvez esteja no início.

A perspectiva de que o cacife eleitoral do ex-presidente decaia com o tempo aprofunda o dilema do PT. Quanto mais energia gasta na reiteração fanática de lealdade a seu líder religioso, menor o poder de barganha da legenda para o pleito de outubro.

A alta do teor de temperança na disputa também se vê no estancamento do fenômeno Bolsonaro e na confirmação de sua baixa viabilidade num hipotético segundo turno. A contingência sorri mais uma vez para Marina Silva, ela mesma emblema de moderação.

Se Ciro Gomes se portou até aqui como patrocinador de ideias e retórica excêntricas, a possibilidade de ter dois competidores fortes pelo voto da centro-esquerda e dos pobres (Marina e o ex-ministro Joaquim Barbosa) sugere correção de rota.

O desafio à frente dos tucanos não é menor. A aposta com Alckmin é uma daquelas em que se pode perder ou ganhar muito, com poucas hipóteses intermediárias. O fracasso do ex-governador seria provavelmente também um desastre para a bancada do PSDB na Câmara dos Deputados, ameaçada de encolher fortemente.

No modelo atual, o partido que insiste numa aventura presidencial malfadada arrisca-se ao nanismo no Congresso Nacional, pois os fundos públicos para custear campanhas majoritárias e proporcionais vêm do mesmo pote.

Siglas como PP, PR, PSD e DEM vão jogar o jogo que maximiza bancadas na Câmara e devem ser bem-sucedidas. Se o quadro indica maior probabilidade de vitória de um moderado no Planalto, o centrão já ganhou a corrida parlamentar de 18.

Governar com o Congresso do centrão será assustadoramente difícil, a despeito de quem se eleja presidente.
Herculano
16/04/2018 09:58
TEMER REVELA META SECRETA, ELIMINAR A CORRUPÇÃO, por Josias de Souza

Michel Temer virou um presidente radioativo. Segundo o Datafolha, 86% dos eleitores jamais votariam num candidato apoiado por ele. Mas o brasileiro pode estar sendo injusto com Temer. O barulho das bombas que Estados Unidos e aliados despejaram sobre a Síria abafou a repercussão de uma estrepitosa novidade. Ao participar da Cúpula das Américas, no Peru, Temer revelou ao mundo algo que constava da agenda secreta do seu governo.

No encerramento da cúpula, no sábado, Temer subscreveu uma carta junto com outros chefes de Estado do continente. O documento contém os compromissos assumidos durante o encontro. O ponto central é o combate à corrupção. Um fenômeno que "debilita a governabilidade democrática e a confiança dos cidadãos nas instituições", realça a carta. Ao discursar, Temer declarou que "não se pode tolerar a corrupção". Combatê-la é "um imperativo da democracia", disse.

Um observador maldoso poderia afirmar que Temer estava apenas sendo cínico, pois sua ficha corrida já inclui um par de denúncias criminais no freezer e dois inquéritos por corrupção na frigideira do Supremo. Mas é preciso considerar a hipótese de que Temer fosse intolerante à corrupção desde quando indicou os primeiros apadrinhados para o Porto de Santos, há duas décadas. Isso faria dele um político revolucionário ?"do tipo que escancara os crimes de corrupção cometendo-os.

Agora é possível compreender por que não há inocentes no governo Temer, só culpados e cúmplices. A escolha dos piores amigos para integrar o elenco de apoio era parte da agenda sigilosa. Ficou fácil entender por que o presidente abriu o Jaburu para que Joesley Batista o grampeasse. Só um gestor destemido demarcaria com tanto zelo seus erros, para que a Procuradoria e a Polícia Federal os descobrisse.

Temer tornou-se um suicida didático pelo bem do país. Ou o Brasil acredita na existência de uma agenda secreta ou terá de exigir a abertura de um inquérito para identificar o sósia que se fez passar por Temer na Cúpula das Américas. Isso seria trágico, porque custear a participação de um farsante numa cúpula internacional é uma das variantes da velha prática de jogar dinheiro pela janela.
Herculano
16/04/2018 09:42
CENTRO-DIREITA DEPENDE DE APROXIMAÇÃO ENTRE ALCKMIN, MDB E MAIA, por Leandro Colon, diretor da sucursal de brasília da Folha de S. Paulo

Desoladora é a pesquisa Datafolha para os dois possíveis candidatos do governo à Presidência. Michel Temer, que flerta com a possibilidade de reeleição, apresenta um teto de 2%. O seu ex-ministro Henrique Meirelles, que deixou há pouco a Fazenda, tem mísero 1%.

Ambos são apontados como as apostas do MDB para disputar o Planalto em outubro. Recentemente, no ato de filiação de Meirelles ao partido, os emedebistas aproveitaram para inflar o nome de Temer.

Ficará difícil para a sigla definir quem será o candidato presidencial entre os dois se o critério de decisão for o desempenho em pesquisa. Nem Temer nem Meirelles dão sinais de fôlego eleitoral. Até a ideia de o ex-ministro da Fazenda ser vice do atual presidente soa a delírio sob perspectiva de intenção de voto.

Se tem uma coisa de que o MDB entende (e muito) é expectativa de poder. É custoso acreditar que uma legenda de alta penetração nos rincões do país embarcará em uma candidatura à Presidência incapaz de ser competitiva e ter força de crescimento político-eleitoral.

Em cenário parecido se encontra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Fracassaram nas ruas seus movimentos desde o começo do ano para tentar alavancar uma pré-candidatura presidencial.

Assim como Meirelles, o deputado aparece com 1%. Não surtiu efeito fora da Câmara, ao menos até agora, a aproximação dele com os partidos do fisiológico "centrão".

O trio Temer, Meirelles e Maia é posicionado na centro-direita do espectro político. O Datafolha indica que a centro-esquerda se mexe razoavelmente e o principal candidato "puro" de direita, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), continua bem colocado.

O tucano Geraldo Alckmin, único da centro-direita de certo modo competitivo, tem dificuldades para crescer. Parece inevitável uma aproximação entre Alckmin, Temer, Meirelles e Maia para que a centro-direita tenha chances reais de vitória.
Herculano
16/04/2018 09:40
A RELIGIOSIDADE PETISTA, por Denis Lerrer Rosenfield, professor de Filosofia na UFRGS, para o jornal O Estado de S. Paulo

O próprio PT torna-se um apêndice da vontade de seu chefe, colando seu destino ao dele

O ocaso petista está vindo acompanhado de formas políticas religiosas, alicerçadas na figura de Lula, considerado acima da lei, e na crença dos militantes de que seu líder máximo não seria um cidadão como os outros. À medida que o partido vai perdendo sua base social, seu discurso se descola da realidade, buscando principalmente uma maior adesão dos que já lhe são fiéis. O próprio PT torna-se um apêndice da vontade de seu chefe, colando seu destino ao dele.

Discurso descolado, ruas ausentes. As manifestações prometidas pelas lideranças petistas após a prisão de Lula simplesmente não ocorreram. O PT chegou a anunciar que as cidades seriam tomadas por multidões. Os mais radicais chegaram a apregoar um clima de extrema instabilidade política, todos clamando em uníssono pela libertação de seu líder. O máximo que conseguiram foi uma manifestação com 2 mil a 3 mil pessoas em volta do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, com militantes trazidos de vários lugares. Um anticlímax, que expõe a falta de apoio popular ao PT e a Lula.

O contraponto de um discurso descolado da realidade é uma forma de religiosidade política, que ganha a cena. O PT adota uma linguagem intramuros como se estivesse abandonando a pretensão de conquistar eleições num futuro próximo. Cerra fileiras em torno de uma liderança inconteste e não se abre para a sociedade. Refugia-se em seu gueto. Nesse processo, em vez de apostar numa refundação, o PT volta aos seus antigos dogmas, nada oferecendo para além da repetição dos seus erros.

Nessa mudança de discurso a mentira torna-se um instrumento corrente de manipulação, pois reconhecer a verdade de seus crimes faria o partido expor toda a sua fratura interna e o fracasso de seu projeto. Em lugar do reconhecimento dos seus erros, temos seu encobrimento. As palavras começam a perder seu significado, só valendo, em seu uso demagógico, para que os crentes continuem acreditando numa concepção que perdeu a validade. Note-se que o estatuto do partido estipula que condenados devem ser expulsos da agremiação. Ninguém foi expulso e os condenados apenas se multiplicaram. Crime deixa de ser crime, corrupção deixa de ser corrupção, e assim por diante. A condenação e a prisão de Lula tornam-se expressões de uma "perseguição política". O criminoso torna-se, então, um "prisioneiro político".

Alguns mais afoitos foram buscar uma analogia da situação atual do condenado com sua prisão durante o regime militar. A mensagem é de que haveria uma linha de continuidade entre esta prisão e aquela. É como se a prisão num contexto autoritário fosse igual à de um governo democrático e civil. Observe-se, ainda, que o processo de prisão de Lula foi o desfecho de um longo percurso por tribunais de primeira, segunda, terceira e quarta instâncias. Lula exerceu em todas essas etapas o seu direito de defesa, nada lhe tendo sido subtraído. No entanto, no exercício da mentira, surge a versão demagógica de que seu direito de defesa não teria sido assegurado.

Para que a mentira não ganhe ares de mentira, de modo que não fique escancarada, é-lhe necessário um substrato, de preferência de cunho religioso. Lula fala como líder detentor de uma "verdade absoluta", embora seja essa uma mentira, e o seu público militante é constituído por pessoas que acreditam nessa mensagem de forma incondicional. Isso significa que os que não compartilham essa crença são os infiéis, os inimigos, os que devem ser eliminados. É o discurso do "nós" contra "eles". Lula diz defender a paz e prega o conflito e a discórdia.

Note-se que uma das razões apresentadas por Lula e seus advogados para sua não apresentação à Polícia Federal no prazo estipulado pelo juiz Sergio Moro foi a de uma suposta missa por sua falecida esposa. Ora, de missa não teve sequer a aparência, tratou-se, na verdade, de um comício para fiéis. Houve um uso despudorado da religião, com alguns religiosos esquerdistas conferindo-lhe legitimidade, embora não estivessem, evidentemente, em função, o que foi assinalado posteriormente pelo cardeal de São Paulo. Importa ressaltar que a política petista ganhou um contorno religioso, adotando mais propriamente uma forma do teológico político.

Lula não seria uma pessoa comum, mas a concretização de uma "ideia" que lhe sobreviveria, um "ideia", portanto, de valor absoluto. Ele poderia ser encarcerado, porém a "ideia" que nele está incorporada seria perene. Por consequência, a lei não se aplicaria a ele, pois não estaria submetido às regras dos mortais, às leis de uma República e de uma democracia, pois sua posição o situaria acima da Constituição, embora a ela não cesse de fazer aparentemente reverência, uma espécie de concessão ao vulgo. Não pode ser julgado por nenhum tribunal, que desconheceria sua verdadeira natureza de tipo religioso. A negação da democracia é a outra face do teológico político.

Logo, não restaria ao partido outro caminho senão o de sua radicalização, não se apresentando enquanto alternativa de poder numa sociedade democrática. Abandonou o discurso de apaziguamento que norteou a primeira eleição do presidente Lula. Voltou à sua antiga concepção, porém, no governo, levou o País ao descalabro econômico, com sérias repercussões sociais, procurando agora atribuir seus erros a outros, às reformas empreendidas pelo governo Temer. Transfere a ele seus próprios desacertos. Se, em sua primeira etapa de ascensão, sua radicalização poderia ser ainda considerada ingenuamente por alguns como moral, atualmente ela se fundamenta no encobrimento de sua imoralidade no exercício do poder, e no não reconhecimento de seus imensos erros em política econômica. A radicalização de agora não tem nenhum sonho a orientá-la, está ancorada na mentira e na mera demagogia de fundo religioso.
Herculano
16/04/2018 09:38
LULA DEVE FICAR PRESO POR DEZ ANOS, NO MÍNIMO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A estimativa é de magistrados que não atuam no caso e criminalistas, alguns deles com clientela de investigados na Operação Lava Jato: o ex-presidente Lula permanecerá no sistema carcerário pelo prazo mínimo de dez anos. Condenado na primeira sentença a 12 anos e 1 mês de prisão, ele teria direito ao regime semiaberto dentro de dois anos, correspondentes a um sexto da pena. Só que não.

Só AUMENTA
O problema de Lula é que, réu em outros sete casos, cada nova condenação aumentará o tempo mínimo de permanência na prisão.

E VAI AUMENTANDO
Condenado a 10 anos no segundo caso (sitio de Atibaia), por exemplo, a pena vai a 22 e um sexto dela corresponderia a 3 anos e 7 meses.

TÁ FEIA A COISA
Há estimativas de até um século de prisão, mas se Lula for sentenciado a 60 anos, isso o manterá no presídio por dez anos, um sexto da pena.

SAÚDE NOS TRINQUES
Para ganhar regime domiciliar, a defesa pode alegar questão de saúde, mas o próprio Lula tem propalado que está bem e com vigor de garoto.

SEM FORO, MAIS DE 80 PARLAMENTARES 'DANÇAM'
São 23 senadores enrolados na Lava Jato, que respondem a processo e são investigados pela Polícia Federal. Assim como os deputados eles não precisam deixar os cargos no Congresso para disputar a reeleição. Mas se não forem reeleitos, perderão de vez o foro privilegiado e seus processos vão para a primeira instância da Justiça, nas mãos de Sérgio Moro. Entre os deputados são mais de 60 os enrolados na Lava Jato.

CALAFRIOS
Caso emblemático, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) é alvo de 18 inquéritos no STF. Sem reeleição, vai à primeira instância.

MARCA DO PÊNALTI
Os senadores petistas Gleisi (PR) e Lindbergh (RJ) podem acabar nas mãos de Sérgio Moro, caso não se reelejam.

TUCANO NA RODA
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) também precisa se reeleger este ano. É outro que, sem mandato, o caso vai à mesa de Sérgio Moro.

INTOLERÂNCIA
Agora candidato a presidente, o ex-ministro Aldo Rebelo está preocupado com as liberdades democráticas ameaçadas pelo elevado teor de intolerância e de ódio na política, à esquerda e à direita.

Ê VIDA FELIZ
Nesta segunda (16) a Câmara dos Deputados marcou duas sessões não-deliberativas. Isso quer dizer que deputados não são obrigados a participar. É como ter "ponto facultativo" no trabalho toda semana.

BB HOSTILIZA POBRES
O Banco do Brasil detesta clientes pobres, por isso já não disponibiliza saques inferiores a R$ 50, nos caixas eletrônicos, em todo o Brasil. Que se vire aquele tem até R$49 na conta, por exemplo.

INVASÃO NUTELLA
Alunos que invadiram a reitoria da Universidade de Brasília criaram página no Facebook para obter apoio. E para pedir descartáveis, materiais de higiene e "fast food", como McDonalds, claro.

INVASÃO RAIZ
Há 10 anos, estudantes invadiram a reitoria da UnB por 15 dias até a saída do reitor Timothy Mulholland, aquele das magníficas mordomias que incluíram apartamento de luxo por conta do contribuinte otário.

LOBBY PODE PASSAR
O projeto que regulamenta a profissão de relações institucionais, o lobby, pode ser finalmente votado esta semana, após dez tentativas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, e até instituições e órgãos públicos poderão praticar o lobby, segundo o projeto.

NOVA E ATRASADA
A comissão especial que analisa a "nova" Lei de Licitações se baseia num projeto de lei apresentado na Câmara dos Deputados em 1995. A Lei 8.666, que regulamenta licitações atualmente em vigor, é de 1993.

ONDE MORA O PERIGO
O projeto que altera a lei de licitações, a mais desrespeitada do País, começou com um projeto obrigando o contratado a notificar o órgão público sobre eventuais subcontratações que fizer. O perigo mora nos 228 projetos apensados de lá para cá. Muitos deles criando brechas.

PENSANDO BEM...
...para quem prometia "parar o País" se Lula fosse preso, simpatizantes do petista não conseguiram emplacar nem uma greve.
Herculano
16/04/2018 09:35
da série: qual a diferença entre o PT, Lula, Gleisi, PSOL, PCdoB, PDT, PSB e outros da esquerda do atraso com o PSDB, por exemplo? Os primeiros querem seus lambuzados perdoados e ainda líderes dos adoradores de corruptos. Já os eleitores do PSDB querem os seus lambuzados condenados, afastados e se seguem à idolatria, mesmo que se vistam de ingênuos para enganar mais uma vez. Na política brasileira não há ingênuos. É um baile de putas...

SUA EXCELÊNCIA, O FATO, por Aécio Neves, ainda senador mineiro, ex-candidato a presidência da República e ex- dono do PSDB, no jornal Folha de S. Paulo.

Fui ingênuo, cometi erros e me penitencio por eles, mas não cometi nenhuma ilegalidade

A narrativa que se impõe como um tsunami no país tende a considerar, de antemão, todos os políticos culpados.

Fragmentos de imagens e manchetes repetidos à exaustão definem percepções. Vivemos o tempo da opinião muitas vezes desvinculada da informação.

Sou alvo de denúncia em função da delação da JBS. Aos que não conhecem o seu conteúdo, ofereço este esclarecimento. Ofereço mais, ofereço os fatos.

No início de 2017, precisei contratar advogados. Era uma despesa inesperada e eu não possuía recursos pessoais para enfrentá-la. Minha mãe colocou então à venda o apartamento em que reside há mais de 35 anos no Rio de Janeiro.

Minha irmã, Andrea, ofereceu o imóvel a alguns empresários, inclusive ao senhor Joesley Batista. Ela teve com ele, em toda a sua vida, um único encontro, a meu pedido, motivado por esse assunto familiar que nada teve a ver com política.

Mais tarde, de passagem pelo Rio, ela lhe telefonou, convidando-o para conhecer o imóvel. Ele preferiu não ir e pediu um encontro comigo.

Felizmente, esse telefonema, omitido pelo delator, foi recuperado pela Polícia Federal. Ele mostra, de forma inequívoca, o objetivo do contato feito: a venda do imóvel. Apesar da relevância, essa informação não foi mencionada na denúncia.

Recebi, de boa-fé, o delator no hotel em que estava e, numa conversa criminosamente gravada e induzida por ele, permiti-me usar um vocabulário inadequado e fazer brincadeiras injustificáveis e de enorme mau gosto, das quais me arrependo profundamente. Lamento, especialmente, o que esse episódio acarretou para outras pessoas.

Meu primo, Frederico, é uma pessoa absolutamente correta, íntegra e não tem nenhuma responsabilidade pelos fatos ocorridos. Limitou-se a me fazer um favor ao receber um empréstimo pessoal, a mim dirigido, que não tinha nenhuma vinculação com o cargo que ocupo. Reitero a ele e ao seu amigo Menderson, que o acompanhou, o meu pedido público de desculpas pelas consequências que eles e suas famílias vêm sofrendo.

Minha irmã, reconhecida até mesmo pelos meus adversários por sua seriedade e correção, foi injusta e covardemente exposta apenas por ter contatado o delator com a intenção de vender um imóvel.

Na gravação de que fui alvo, o delator atesta a origem lícita e particular dos recursos e deixa claro ?" também em depoimento?" que partiu dele a decisão de que o empréstimo teria que ser feito em espécie, o que não é ilegal, uma vez constatada a licitude dos recursos.

Errei em aceitá-lo. Mas não cometi nenhum crime. Não houve nenhum prejuízo aos cofres públicos. Ninguém foi lesado.

Hoje, é fácil reconhecer que o objetivo dessa exigência era gerar as imagens para o seu extraordinário acordo de delação. Os recursos ficaram guardados, esperando serem formalizados, para que eu pudesse pagar honorários de advogados. Como isso não ocorreu, não foram usados e foram entregues à Justiça.

Mas vamos às acusações.

Sou acusado de corrupção passiva, crime que pressupõe que um agente público receba vantagem indevida em troca de contrapartida.

Não houve vantagem indevida, e a própria Procuradoria-Geral da República indicou que não houve nenhuma contrapartida no caso.

Na gravação, poucos se recordam de que rechacei prontamente a sugestão, feita por ele , para que apoiasse um nome para a presidência da Vale. A menção a diretorias da empresa se deu como forma de encerrar o assunto introduzido, premeditadamente, por ele. Prova de que essa questão nem sequer foi considerada é que absolutamente nenhuma iniciativa foi tomada nesse sentido.

Na minha vida pública, não existe um ato sequer em favor da JBS, o que foi confirmado pelos delatores.
Como falar em corrupção onde não existe dinheiro público ou contrapartida?

A segunda acusação, de tentativa de obstrução, é também desprovida de fundamento.

Basta dizer que o precedente citado em longas 15 páginas para justificar a denúncia contra mim foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal, a pedido da própria PGR. Ou seja, pelos critérios da própria instituição eu não deveria nem sequer estar sendo denunciado.

Acusam-me por votos que dei no Senado e por opiniões que externei em conversa particular, sem que tivessem nenhum desdobramento fático. Tenta-se, com isso, criminalizar opiniões e votos de congressistas cujas imunidades são garantidas pela Constituição. De forma seletiva, a denúncia ignora, por exemplo, que cheguei a apresentar emenda alterando o projeto original da Lei de Abuso de Autoridade, defendendo, justamente, o ponto de vista do Ministério Público Federal!

É, portanto, com o sentimento de grande impotência que vejo as versões devorarem os fatos.
O que me define são os meus 32 anos de vida pública honrada e não os poucos minutos de uma armadilha montada por criminosos.

Fui ingênuo, cometi erros e me penitencio diariamente por eles. Mas não cometi nenhuma ilegalidade.

Por isso, não esmoreço. Em nome da minha história, da minha família e de todos aqueles que confiaram a mim a esperança de uma Minas Gerais e de um Brasil melhor, sigo em frente, porque sei que a verdade vai prevalecer.

Apesar do tsunami.
Herculano
16/04/2018 09:29
UNIVERSO SEM CONTROLE, editorial do jornal O Globo

Privatização deve ser feita não apenas devido ao Tesouro, mas também para a economia ser eficiente

Programas de privatização se constituem nervo exposto da esquerda. É assunto muito sensível e, por isso, inspirador de mitos. Um deles, que estatal é "empresa do povo". Ora, só quando, para tapar rombos no Tesouro, abertos na injeção de dinheiro em estatais cronicamente deficitárias, o "povo" é convocado a pagar mais impostos.

Na vida real, as empresas públicas têm respondido é ao controle de corporações de funcionários e às rédeas do partido político no poder. Os 12 anos do lulopetismo no Planalto apresentam este aspecto didático: mostrar como aparelhos são montados dentro do Estado, uma forma tentacular de o grupo no poder controlar a máquina burocrática e estatais, fonte estratégica de recursos infindáveis. Pois são retirados do contribuinte por meio de impostos, contribuições, taxas de toda ordem etc.

Nos exemplos lulopetistas de como se drenam recursos públicos para projetos próprios de poder ?" e até pessoais, de enriquecimento ?", o controle da Petrobras, a fim de, por meio de contratos feitos de forma generosamente superfaturada com empreiteiras amigas, é um modelo muito bem acabado do uso de estatais por interesses particulares. De partido, de grupos, de sindicatos, do que seja.

O uso descuidado de empresas públicas, como o feito na Eletrobras na gestão Dilma, força, ironicamente, a sua privatização. Pois a "decisão por vontade política", tomada por Dilma, de intervir no sistema Eletrobras, por meio da MP 579, de 2012, e forçar subsidiárias da empresa a baixar as tarifas destruiu o equilíbrio financeiro da estatal, já há algum tempo sem condições de arcar com os pesados investimentos no setor. Não há outra alternativa saudável que a privatização.

Porém, a venda de estatais, no caso do Brasil, não deve ser feita apenas por razões de caixa - e éticas, como demonstra o escândalo histórico do petrolão, desvendado pela Lava-Jato. Mas muito também pela necessidade de se aumentarem a produtividade e a eficiência da economia. Num país, segundo dados do Ministério do Planejamento, em que há 150 estatais federais ativas, mas apenas 89 delas com orçamento próprio, sendo que todas as demais dependem do Tesouro, é evidente que há algo de muito errado. E há porque grupos políticos se beneficiam desta distorção, porque vivem como parasitas sugando o Tesouro por meio desses esqueletos de "empresas do povo".

A trancos e barrancos, o Brasil passa por transformações, e na democracia, o que permite debates amplos. Uma das mudanças é o ciclo que se vive de inflação baixa. Ele ajuda a deixar mais nítida a estrutura de gastos públicos. Fica, então, ainda mais à vista o desperdício de dinheiro do contribuinte com estatais inoperantes. É preciso que haja um programa de privatizações para valer. Também em nome do respeito ao dinheiro do contribuinte, já forçado a arcar com a carga tributária mais pesada no âmbito das nações emergentes (35% do PIB). O sorvedouro de estatais improdutivas é uma das causas.
Herculano
16/04/2018 09:27
INSTABILIDADE GEOPOLÍTICA DEIXA O MUNDO MAIS INTERESSANTE, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Desde o fim da Guerra Fria, o mundo parecia virar um parque de direitos humanos e amor; ledo engano

?O mundo está mais interessante. Alguns dizem que adentramos uma era de instabilidade geopolítica. Verdade. Por isso o mundo está mais interessante. Sei também que você pode achar essa afirmação espantosa e, quem sabe, até estranha.

Há uma contradição intrínseca a muitas profissões. Quando falamos de jornalismo e pensamento público, uma contradição inerente é o fato de que a grande maioria desse universo de pessoas sonha com um mundo melhor e vê sua atividade como um "sacerdócio" em favor dessa missão (não é o meu caso: não quero salvar mundo nenhum, quero, talvez, quem sabe, entendê-lo um pouco melhor).

A contradição nasce do fato de que quanto mais o mundo agoniza, melhor é para esse mercado de trabalho. Obama foi "boring" na sua contínua afirmação de melosa bondade, reforçando a autoimagem de que somos gente bacana.

Trump e Putin, por outro lado, carregando imagens de loucos pouco confiáveis, tornam o mundo mais interessante e instigante; aumentam o número de pessoas interessadas no jornalismo de qualidade e, com isso, aquecem o mercado para os mais jovens.

Que, por sua vez, entram no mercado com a mesma melosa autoimagem de virgens a salvar o mundo, mas que dependerão de figuras como Trump e Putin para terem o que fazer na vida profissional.

Eu sei: o mundo é contraditório, mas, para gente que achou que todo o problema do mundo era a questão "trans" nos banheiros dos shoppings, deve ser mesmo uma agonia encarar o mundo como ele é.

E, mais do que interessante, o mundo está voltando ao normal. Instável, criativo, agressivo, exigente, implacável. Desde o final da Guerra Fria, na virada dos anos 1980 para os 1990, o mundo parecia acreditar que iríamos marchar para um parque temático que unisse direitos civis e humanos a shoppings com variedades veganas de amor aos animais.

No meio dessa ponte de perfeição, seres humanos cada vez mais honestos, altruístas e desapegados de bens materiais. Como se as próprias paixões pudessem ser refundadas a partir do seu perfil do Facebook cheio de gratidão.

Dito de modo "acadêmico", a história estaria definida pela parceria crescente entre sociedade de mercado e democracia liberal, com tons sociais. Ledo engano.

Para fins didáticos e ilustrativos apenas: a Europa, palco de grandes conflitos que impactaram o mundo há séculos, não teve paz de 1789 a 1989 (fiquemos com números redondos pra facilitar a conversa).

Aliás, Karl Marx (1818-1883) viveu no meio desse rolo no século 19, por isso ele acreditava que o "mundo burguês estava condenado".

Desde 1989, com a queda dos regimes marxistas totalitários do Leste Europeu, até "ontem", o mundo desfilava suas belas almas evoluídas. Ainda desfilam, mas agora a tendência é parecerem zumbis ansiosos por sugarem o sangue de alguém bom.

A Rússia, que sempre teve vocação imperial na região, superpotência desde, no mínimo, o final do século 18 (a mesma Rússia que muita gente boa acha que só foi agressiva geopoliticamente no período soviético), volta a desempenhar seu "natural" protagonismo, resgatando, para muitos, o velho conceito de Guerra Fria.

O protagonismo russo tende a aumentar. O Estado russo pode ser muito mais ágil do que o americano.

A China cria um novo polo de instabilidade, a ponto de engolir a liderança econômica mundial. Regime autoritário, pode "provar" que a democracia não é necessária para o enriquecimento da população. E essas mesmas belas almas podem, um dia, acordar pensando que a democracia, afinal, só é boa para os maus, que querem destruir os que fazem o mundo "melhor" e igual.

Os próximos anos deverão ser cada vez mais tomados por instabilidades geopolíticas associadas às tecnologias da informação, às mídias sociais e à inteligência artificial. Guerras "algorítmicas" ocorrerão. E isso deixará o jornalismo cheio de tesão pela vida.

E o Brasil nisso? Merece uma coluna especial. O Brasil, também, está cada vez mais interessante. Espero poder fazer parte desse processo cheio de adrenalina, responsabilidade e espanto. As belas almas derreterão.

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