15/04/2019
Da esquerda para a direita: assentamento dos tubos com visíveis oscilações – o que denota não ter base - e sem declividade, fato que diminui à vazão e a velocidade da água; caixa de passagem, com blocos de cimento, sem ferro, ao invés de concreto; resultado do improviso que se esconderia sob a terra se não houvesse antes denúncias fartamente documentadas.
Depois da coluna de segunda-feira – sintomaticamente a única na imprensa local e como sempre, a que tinha tratado deste tipo de assunto para os gasparenses, e que a faz líder de audiência e ao mesmo tempo amaldiçoada pelo poder de plantão -; e após de saber na terça-feira de que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, finalmente tinha enviado as respostas ao requerimento 5/2019 do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, forçado que foi por uma liminar do juiz Lenoar Bendine Madalena, preparava-me para trocar de assuntos espinhosos. E que são muitos para os poucos espaços que disponho.
Preparava-me, escrevi. É que a sessão ordinária da Câmara de vereadores de Gaspar na terça-feira passada foi quente, muito quente. O que era para ter um ponto final ali deste tipo assunto, foi a alavanca de mais dúvidas que colocam em check o governo e a equipe de Kleber. Dá mais munição aos vereadores da oposição.
Então! Parte do que eu comentaria na sexta-feira, a redação “tirou” dos meus planos e a colocou ao público na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, de maior circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota. Jornal sério e comprometido com a notícia, os fatos, os esclarecimentos e os leitores, não poderia fugir do tema.
O jornal Cruzeiro do Vale desnudou esse assunto e as jogadas do Executivo contra a transparência a que estão obrigados devido função constitucional e de contraponto fiscalizatória, os vereadores e a Câmara de Gaspar. Foi uma reportagem completa, esclarecedora e profissional. Um banho!
Não tem anúncio oficial pago com o dinheiro do povo à propaganda enganosa para calar a imprensa, que dê jeito na lucidez do que se estampou nas páginas do Cruzeiro de sexta-feira da semana passada. É impressionante à incapacidade de fazer certo, de ser transparente, de solucionar dúvidas e erros, dialogar da prefeitura e do governo de Kleber. Todos expostos e desgastando, inclusive, às boas ideias e iniciativas.
É impressionante à precariedade da comunicação do poder de plantão, e isso, acontece mesmo antes de assumir o mandato, como venho sempre registrando aqui. Esse erro de estratégia e comunicação, já levou o prefeito à Câmara para pedir desculpas e com isso, ter o perdão e impedir uma averiguação numa Comissão Especial. E parece que não aprendeu!
Então se trata de repetição de algo que deveria estar superado. E o meu comentário de hoje é uma complementariedade sobre o mesmo tema, um desgaste que o governo não precisaria estar exposto. Afinal, quem trabalha contra o governo de Kleber? A oposição não é. É ele, e principalmente gente que está com ele, que um dia a qualificou como eficiente.
O AZEDUME
Quando recebeu as respostas do seu requerimento, aprovado por todos os vereadores, o vereador Dionísio viu que foi enrolado mais uma vez. Terá que pedir novas explicações. O prefeito ganhou tempo em algo que continua nebuloso, mal explicado – mesmo supondo nas melhores das hipóteses que tenha sido sem intenção de ludibriar.
Chegou-se ao ponto de se disponibilizar uma planta da nova tubulação de 1,20m e 1,00m da Rua Frei Solano, no Gasparinho e que os tais órgãos competentes e o prefeito a chamram de projeto. Está sem assinatura, sem indicação de engenheiro responsável, sem Crea. Caricato e afrontoso, vindo de fonte oficial. Pior: não veio a outra parte da obra: com tubos de 1,50m e 2,00m. Esqueceram? Vergonhoso!
Mais. A prefeitura anexou ordens de serviços em que nelas constam a construção de caixas de passagem em concreto armado, e não tijolos vasados de cimento, como se fez e por causa disso, até já ruiu não suportando a primeira chuva e a força da água. Impressionante como o prefeito e os técnicos se enrolam nas provas contra eles próprios.
Explicações? Nas respostas, que estão expressas na reportagem do jornal Cruzeiro do Vale e podem ser acessadas no http://www.cruzeirodovale.com.br/geral/obra-da-prefeitura-de-gaspar-na-mira-das-irregularidades/, a prefeitura sob variadas justificativas – nada que está no diário da obra - confirma que a execução foi feita em desacordo com o edital de licitação. Ou seja, houve expressa concorrência desleal e ferindo frontalmente a lei das licitações, configurando, por isso, fato grave e de fundamentada improbidade administrativa.
CATÁSTROFE DE 2008
Numa alusão do caos que tomou conta da Rua Frei Solano, o vereador Dionísio a comparou a catástrofe ambiental severa de novembro de 2008 que desfigurou Gaspar, Ilhota e até Blumenau. E rebateu ponto por ponto, não apenas as respostas vazias, contraditórias ou à falta delas, do governo, mas principalmente à “advertência” preventiva do discurso do líder do governo Francisco Solano Anhaia, MDB.
Sabendo das fragilidades das respostas e de que o tema seria levantado em tribuna, Anhaia tentou antecipar e intimidar Dionísio. Não deu certo!
O ponto alto do debate foi quando Dionísio abriu aquela planta da tubulação que recebeu de Kleber e na frente de todos, mas especialmente do líder de Kleber, exibi-a e perguntava se aquilo era um projeto, e se era, onde estava a indicação e assinatura do engenheiro responsável, com o respectivo CREA. “É uma mentira atrás da outra. É o cúmulo. É uma vergonha. É falta de gestão”, acusou, até onde foi possível se ouvir na gravação da sessão da Câmara que teve o áudio, estranhamente só na fala do vereador, prejudicado.
A planta era parcial. “Conclusão: a drenagem do Gasparinho não tem projeto”, advertiu Dionísio que já teve o irmão Lovídio Carlos Bertoldi, presidente do Samae e secretário de Obras, por oito anos da gestão petista. Ou seja, deve estar bem orientado no âmbito partidário, técnico e familiar.
“Pela amor de Deus, Chico [Francisco Anhaia]! Não venha nesta tribuna mentir. É feio”, insistiu Dionísio com o papel da suposta planta da drenagem da rua na mão. “Joga esse projeto no lixo. Ele não vale nada. Não tem assinatura”.
HÁ TEMOR FUNDADO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Ao mesmo tempo em que Dionísio acentuava o improviso do Samae, da gestão Kleber, os gastos exagerados, à tentativa de esconder erros sob a terra, bem como à falta de transparência de tudo o que se fiscalizava, contestava o discurso de Anhaia de que foram os vereadores da suposta oposição que atrapalharam à execução do projeto ao pedir sucessivas informações do Projeto de Lei que passou a responsabilidade deste serviço de drenagem da secretaria de Obras para o Samae, presidido pelo mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, e origem de todas as dúvidas e problemas hoje em dia.
Para o vereador petista, o governo Kleber está tentando jogar a população contra os vereadores enquanto não fez as obras no tempo que podia fazer, e quando a realizou, fez com qualidade duvidosa, fora da lei, sem acompanhamento e transparência.
“Dinheiro tinha. Aprovamos aqui 140 milhões e tinha R$40 milhões em caixa que agora ninguém mais fala disso?”, perguntou Dionísio referindo aos discursos ufanistas do governo até então para ressaltar a suposta gestão eficiente. “Não era preciso tirar o dinheiro do Samae para a drenagem”, ressalta Dionísio ao apontar com exagerada o custo de R$3.369,00 “ para se “fazer uma caixinha” de contenção com tijolos de cimento [inadequados e que na licitação era para ser de concreto] e desmanchar as defesas dos governistas.
Na prefeitura de Gaspar, constatou a coluna, agora há realmente um clima de preocupação sobre este e outros assuntos. Até então, havia um clima de desdém por suposta boas relações do governo com o Ministério Público, Judiciário e o Tribunal de Contas. Entretanto, sucessivas dúvidas documentadas já estão causando preocupação.
A maior preocupação, todavia, é que este tipo de assunto se tornou público e debatido na cidade via esta coluna e o jornal Cruzeiro do Vale. Kleber e principalmente o prefeito de fato, o secretário de Saúde e presidente do MDB de Gaspar, o advogado Carlos Roberto Pereira, apostavam no cansaço do jornal e da coluna. Acorda, Gaspar!
Da esquerda para a direita: o líder do governo Kleber, vereador Anhaia, MDB, é obrigado a defende-lo nos seus erros e por isso está se desgastando. Ele vem perdendo e ficando irritado com os questionamentos de Cicero, PSD, e Silvio, PSL.
O vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, está numa posição incômoda e consequentemente de desgaste político como líder do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP. O empresário de pequeno porte e que já foi do PT, de onde saiu para ser a estrela do MDB na Margem Esquerda, sempre teve a marca de ser oposicionista contestador essa “qualidade”, está conspirando contra a sua imagem e resultados para o governo.
É que agora, Anhaia está vestido, erradamente, como defensor do governo. E o governo, por várias razões que os leitores e leitoras da coluna já percebera, vem sendo questionado sob vária dúvidas na Câmara. O governo de Kleber, frequentemente ser renega ao diálogo e ao mesmo tempo, por várias demonstrações de forças que fez, quer também fazer da Câmara um puxadinho do Executivo o que já resultou em vários revezes na articulação, debate e votações no Legislativo.
Sem argumentos, ou “baleado” nos argumentos que apresenta em nome do governo, Anhaia está na mesa dos sacrifícios políticos. Está colando em si, marcas que necessariamente não são suas, mas de Kleber, do prefeito de fato, o secretário de Saúde e presidente do partido, Carlos Roberto Pereira, ou de um governo que se estabelece na vingança e que nas eleições de outubro, levou uma surra nas urnas e demonstra não ter aprendido a lição.
As obras físicas, maior ativo que o governo Kleber conta a seu favor e está armando para levar ao palanque de outubro do ano que vem, estão cheias de problemas; elas começam e não terminam; são remendadas, há claros desperdícios como a não previsão de redes de águas e esgotos, isto sem falar, à falta de uma marca de governo até agora, por falta de estratégia, foco e comunicação.
Na sessão da Câmara de terça-feira, por exemplo, o vereador Anhaia, ao tentar colocar a culpas dos supostos desatinos do governo nas obras da drenagem da Rua Frei Solano nos próprios vereadores da oposição, errou a dose e o alvo que já tinha experimentado e não tinha dado certo. Anhaia levou uma “surra” do também funcionário público [Samae] e relator que passou a drenagem da prefeitura para o Samae, Cícero Giovane Amaro, PSD.
Com a provocação, o próprio Anhaia fez escada, caiu na armadilha que armou e se tornou o saco de pancadas de Cícero que tomou, inclusive, as dores de outro vereador de oposição.
TENTATIVA DE INTIMIDAR OS VEREADORS NOS PEDIDOS DE INFORMAÇÕES
É Anhaia desqualificou os pedidos de informações dos vereadores ao Executivo. E para isso, tentou demostrar que a prefeitura “gastou” tempo de funcionários e R$600 em fotocópias de documentos para responder um requerimento do vereador e ex-presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC. “Quer dizer que agora, por ordem do vereador Chico nós não podemos mais fiscalizar o governo?”, perguntou irritado Cícero ao presidente Ciro André Quintino, MDB, e ao plenário. “É ele quem vai ditar as regras aqui?”, insistiu.
Inquieto na sua cadeira, Anhaia, e bem defronte à tribuna, demonstrava por gestos à sua contrariedade ao discurso duro de Cícero, enquanto o vereador Evandro Carlos Andrietti, MDB, opinava em voz alta, interrompendo o discurso de Cícero, afrontando o regimento interno e sendo contido pelo presidente Ciro.
Afinal, o governo Kleber, “mandou aquela montanha” de documentos e registrou com fotos, de forma proposital para uso político e desmoralização dos vereadores de oposição e da própria Câmara. Afinal, os dados poderiam ter sito enviados, como é na maioria dos casos complexos, por CD.
Terça-feira, realmente não foi um bom dia para o governo de Kleber, Luiz Carlos e Pereira na Câmara. Pior mesmo foi para Anhaia que já havia recebido outras chapuletadas do vereador Rui Carlos Deschamps, PT, ex-diretor do Samae e ex-superintendente do Distrito do Belchior, também sobre o mesmo tema: respostas propositalmente incompletas do Executivo aos requerimentos deles, numa manobra de desprezo, desgaste e para se esconder questionamentos incômodos.
Nem mesmo da bancada governista Anhaia se viu livre da cobrança, como na encenação pela reurbanização da Rua Bonifácio Haedchen, feita pela vereadora Franciele Daiane Back, PSDB.
Chico Anhaia criou um dilema para si e está pagando um preço alto por defender o governo de Kleber, o qual está desprotegendo e falhando com o seu líder. Quem está rindo à toa, é o outro Chico, o Francisco Hostins Júnior, MDB. Ele deixou esta espinhosa função neste ano, que a segurou nos dois primeiros anos do governo Kleber. Hostins absorvia melhor os impactos das derrotas, como mais ponderação, e delas fazia limonada. Já o espírito combativo de Anhaia é algo inato da sua personalidade, e provavelmente não mudará. E isso está trabalhando contra ele próprio, contra o próprio governo que o alimenta nesse comportamento. Faz do ataque, a melhor defesa. Então, Anhaia faz da limonada, um limão daqueles.... Acorda, Gaspar!
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, depois de manobrar e tentar fazer de tudo e mais uma vez, da Câmara de Vereadores um puxadinho da prefeitura, voltou atrás e sancionou o Projeto de Lei, 117/2018, de autoria da ex-mesa diretora da Câmara. Ela tinha Silvio Cleffi, PSC, como presidente. O PL proposto pela Câmara – que possui autonomia, inclusive no Orçamento - prevê um fundo de até R$600 mil por ano do Orçamento da Câmara, para a construção do prédio próprio do Legislativo gasparense.
Kleber, que já foi vereador e presidente da Câmara, conhece do assunto e em público diz que é amplamente favorável à construção do prédio, mas se estabeleceu, por questões meramente políticas e de vingança se estabeleceu na incoerência. Testou a sua liderança perante a população e perdeu, na tentativa orquestrar a opinião pública contra a pretensão da Câmara.
Explico, mais uma vez. Desde o ano passado quando foi apresentado este projeto, por birra e vingança a Silvio que era o seu aliado e se tornou presidente da Câmara contra a sua articulação, o prefeito vinha manobrando para inviabilizar o PL e o fundo.
E por seus vereadores, e há registro de discursos feitos na Câmara com esse sentido, disse que se não fosse do jeito dele, O PL seria vetado quando chegasse ao gabinete. Nas redes sociais, os seus ensaiaram à rejeição ao PL, mas não pegou.
Agora, Kleber criou juízo. Não vetou o PL 117/2018, que prometia veta. Fez isso, para não abrir outra frente de problemas com o atual presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB. Ele também não era o seu candidato à presidência da Casa para este ano. A decisão foi pragmática. Kleber viu que aparentemente tinha por outras linhas recuperado a maioria escassa na Câmara e Ciro, o presidente, virou o voto minerva nessa maioria. Então...
E por que por outras Kleber voltou atrás neste assunto?
Está cheio de assuntos espinhosos que podem desaguar na Câmara e lá se tornarem problemas maiores para o questionamento formal do seu governo na Justiça ou órgãos de fiscalização e controles; porque Ciro disse claramente que iria fazer da Câmara um poder independente, mas harmônico por Gaspar e na tramitação desse PL, Ciro sinalizou que o assunto era da Câmara e não do Executivo; ouvido, Ciro disse a Kleber perante a bancada do MDB interessada no tombo, que a chance de nova derrota de Kleber e do veto dele ser derrubado era grande, inclusive com o voto do próprio presidente.
Então, Kleber e sua turma deve ter trocado de conselheiro e resolveu não pagar para ver, alimentando mais este embate. Até porque se Kleber diz que é favorável à construção do prédio próprio da Câmara, não fica bem por outro lado, para ele, fazer uma poupança tão ridícula como ardilosamente monta com seus pares, a qual não seria capaz de cumprir a função que deu origem ao PL.
Kleber e sua turma está inconformada com esta coluna que não abdicou nos governos anteriores de esclarecer os leitores e leitoras. Quando foi nos governos anteriores, deliciou-se e se aproveitou, sem que nada fosse cobrado. Agora, quer ela calada. Isto é fichinha quando não quer só a imprensa calada, mas a Câmara. Acorda, Gaspar!
O que foi publicado na semana passada em ato de desespero pelo Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e que é liberado depois das três horas da tarde para dar “vazão” às emergências dos prefeitos catarinenses? O Decreto 8.706, de cinco de abril. O que ele fez? Anulou o Decreto 8.699, de dois de abril em que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, designou para “Função Gratificada de Supervisor de Fiscalização, nível I”, da secretaria de Fazenda e Gestão Administrativa, o servidor efetivo do Samae, Giovane Francesco Deschamps. Meu Deus!
Quem explica este caso é o vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, funcionário do Samae, numa correspondência denúncia que enviou ao controlador geral do município, Jean Carlos de Oliveira, onde ele mostrou a irregular nomeação.
Escreveu o vereador: “ A concessão de mera vantagem financeira através da designação de função gratificada sem a contrapartida e o devido exercício e desempenho adicional da atividade, por parte do referido servidor, intervém em séria afronta aos princípios constitucionais da legalidade, igualdade e impessoalidade”.
O vereador Cícero mostrou na lei de que a nomeação do servidor Giovane para a nova função teria que provar ser o servidor “íntimo” conhecedor técnico para a qual foi designado e além disso, no Samae Giovane já percebia gratificação, mediante ajuda de custo, por estar nomeado e integrar a “Comissão de Avaliação de Imóveis para fins de Aquisição ou Desapropriação”. Ou seja, nem esse cuidado teve o Samae e a prefeitura para livrá-lo de incompatibilidade no acúmulo gratificações.
E esse decreto passou pela presidência do Samae, pela assessoria jurídica do Samae, pela Procuradoria Geral do município com quase uma dezena de advogados especialistas, pelo próprio secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Felipe Juliano Brás, advogado, que até a saída do então titular da pasta, o advogado Carlos Roberto Pereira para a Saúde, era o procurador geral. Passou ainda, pela chefia de gabinete do prefeito até ele assinar um Decreto, errado, comprometedor, publicar no Diário, ou seja, torná-lo uma lei oficial e contra si, a qual teve que revogar o mais rapidamente possível. Eficiência em cadeia e máxima na administração de Kleber. Só na propaganda enganosa! Acorda, Gaspar!
Quem é leitor e leitora da coluna já sabia que havia uma tabelinha entre a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, e o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB.
Enquanto a vereadora – que depende da reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen - para sensibilizar o seu eleitorado do Distrito à reeleição - se mostrava inconformada pelas redes sociais, discursos, requerimentos, cartazes, entrevistas e faixas com a demora do início das obras, a própria vereadora e que por conta própria sempre foi a mais fiel da base de Kleber na Câmara, levantava a bola para o prefeito chutar em gol: armou uma audiência pública no Distrito onde ele não tinha nenhuma alternativa a não ser confirmar o início da obra.
Pimba! Depois de passar o dia lá no Belchior com todos os seus secretários, a audiência foi realizada, com lotação de 250 pessoas aproximadamente, uma boa parte feita de comissionadas e políticos aqui do Centro. E Kleber garantiu que julho as máquinas vão roncar e até o meio do ano que vem, e às vésperas da campanha – se não houver a prorrogação dos mandatos como quer o deputado Rogério Peninha Mendonça, MDB -, as obras estarão prontas para os belchiorenses.
Ou alguém acha que sem essa certeza, a audiência aconteceria e acontecendo, Kleber apareceria nela? Ela foi feita para reabilitar Kleber que prometeu iniciar as obras em meados de 2017 e não a fez, e também não conseguiu dar explicações convincentes até aqui sobre o atraso, a não ser os costumeiros tais problemas burocráticos, os mesmos argumentos do governo petista de Pedro Celso Zuchi.
A audiência, serviu para a vereadora armar o palanque, mostrar que está com o governo, que está trabalhando pelas coisas do Distrito e que se elas não saírem como ele prometeu, não poderá ser culpada por isso, mas sim Kleber. Nada mais.
Detalhes técnicos da obra pouco foram discutidos, mesmo quando questionados.
Sabe-se que será algo muito superficial pois não levará em conta o pesado tráfego entre Luiz Alves e a BR-470 que se tornou a Bonifácio, nem se considerará os sistemas de água tratada e a drenagem de valas em alguns trechos da Rua. E quando houve perguntas neste sentido, o mal-estar foi geral e se fez tudo para que nada fosse esclarecido pelos técnicos que estavam lá em peso. Ou eles não conhecem o projeto, ou conhecem-no muito bem e não querem arrumar encrenca antecipada.
Se não cuidar bem, os R$18.910.031,00 aprovado na Câmara em 2013 – ressalto, em 2013, ou seja, há cinco anos - no governo de Pedro Celso Zuchi e obtidos na Caixa vão sumir. Eles eram para as ruas Bonifácio Haendchen, Artur Poffo, Pedro Schmitt Júnior, Carlos Roberto Schramm e Loteamento Margem Esquerda, o das casinhas de plásticos. Destas obras, apenas a Bonifácio Haendchen nada começou. Agora, está prometida outra vez para junho ou julho. Acorda, Gaspar!
Muito barulho, por pouco. A prefeitura ofereceu 3,57% de reajuste e 0,43% de aumento real para recuperar as perdas passadas aos servidores municipais e agentes políticos. Ela tentava aprovar isso numa manobra para uma sessão extraordinária na Câmara, perto do meio-dia e longe dos olhos dos próprios servidores. Uma provocação desnecessária da prefeitura contra os servidores e à Câmara, como se provou agora.
Tudo foi interrompido e gerou o maior bafafá. A sessão foi retirada de pauta pelo líder do MDB, Francisco Hostins Júnior e o presidente da Casa mandou todas as partes antes negociarem, para a matéria chegar pacificada à Câmara. E chegou.
A alegação de que a sessão extraordinária era necessária porque precisava incluir o reajuste e aumento na folha de março, não colou, até porque a prefeitura já tinha rodado a folha, e fazia a Câmara de boba, apenas para chancelar o quer ela já administrativamente decidido, deixando a Câmara numa saia justa e no meio de uma disputa por frações ínfimas de diferenças reais.
O Sintrapug queria 4% de aumento real nos vencimentos e R$448,00 para o Vale Alimentação, ao invés dos R$430,00 oferecidos pela prefeitura.
Nem uma coisa, nem outra. Prefeitura e Sintraspug, sem estardalhaço, chegaram a um acordo. Ele agora vai ser homologado em sessão ordinária da Câmara que é feita sempre as terças-feiras, e à noite. É retroativo a março e a diferença será incorporada, a princípio, na folha de abril.
Além dos 3,57% de reposição do INPC do período, os servidores e agentes políticos de Gaspar vão ter 1,03% de aumento real. Ou seja, mais que o dobro do que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, tentou colocar goela abaixo no final do mês passado no Projeto que enviou de afogadilho à Câmara.
Já no Vale Alimentação, não houve avanço de um centavo: será os R$430,00 como originalmente foi proposta pela prefeitura.
Sem barulho e no diálogo, todos chegaram ao denominador comum. Por pouco, mas muito pouco, mais uma vez, e exatamente por falta de interlocutor, falta de diálogo e movido à vingança, a equipe de Kleber acendia uma fogueira que poderia chegar até a paralisações. Estado de greve, já se tinha decretado pelo Sindicato. É um retrato repetido e provocativo da gestão de Kleber. Acorda, Gaspar!
Esta foto abaixo não está em nenhuma propaganda oficial ufanista. Ela mostra os mutirões que Gaspar faz para a cirurgia de cataratas. Eles devolvem a visão, principalmente de pessoas idosas. Ela mostra a espera dessas pessoas no Hospital de Rio dos Cedros, para onde são levados os que estão na fila em Gaspar. Ainda bem que quando chegam lá, não enxergam direito. E quando saem, estão de olhos tampados.
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