08/05/2018
Hoje é dia de sessão ordinária da Câmara de vereadores de Gaspar. Na última na quarta-feira, portando há quase uma semana, no último minuto, o líder do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, Francisco Hostins Júnior, MDB - mesmo sendo advogado, já foi secretário municipal da Saúde na gestão do PT -, anunciou supostas conquistas na moribunda área da Saúde Pública de Gaspar. Ela está sob severas críticas e reveses.
Em apenas um mês, depois de 15 longos meses de sufoco, desprezo, falta de prioridade e foco contra a população, o novo secretário da Saúde, o também advogado, o prefeito de fato de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, deslocado da poderosa secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa - que ele criou para si na desgastante Reforma Administrativa que passou na Câmara no ano passado quando nela ainda tinha maioria- , fez do tal “Gaspar Mais Saúde”, criado recentemente, segundo Hostins, um passo decisivo para colocar, minimamente, a casa em ordem nessa área.
Na Saúde Pública o desastre era evidente em Gaspar no governo Kleber e Luiz Carlos, ainda mais porque abraçaram o saco sem fundo do Hospital de Gaspar que come mais de R$600 mil por mês e deixa ainda uma dívida de R$200 mil mensal na intervenção inventada pelo governo do PT, sem que ninguém saiba dizer a quem pertence o Hospital. Esse desastre conspirou contra a boa imagem pretendida não apenas na Saúde, mas para com o governo como um todo e contra o próprio doutor Pereira que coordena o governo com absoluta mão de ferro e com aspirações claras de poder.
SURPRESA E JOGADAS.
Os números do pronunciamento de Francisco Hostins Júnior foram uma ducha fria na majoritária oposição da Câmara. Foi surpreendida. Ela estava –e com razão - usando o tema para encurralar e desgastar o governo. A surpresa só não foi maior, porque até agora, esses números, incrivelmente, não ganharam repercussão na cidade.
Os números também foram um cala boca no médico, presidente da Câmara, que pulou de galho para se eleger presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC e dar poder ao PT, PDT e PSD. Silvio usava o assunto para ser arvorar como o salvador do caos que ele próprio ajudou a criar quando parceiro do governo de Kleber nessa área, pois é médico e funcionário público municipal no postinho do Bela Vista e era cardiologista na Policlínica, de onde saiu. Foi Kleber quem inventou o político Silvio, irmão de templo evangélico.
E no outro lado do balcão, depois que se bandeou para formar uma oposição com o PT, PDT e PSD, o médico e vereador Silvio para continuar crítico no discurso, ou então não perder o mando na Saúde e dela se tornar um salvador da caótica situação, “criou”, às pressas, o tal “Mais Saúde, Unindo Gaspar”.
Mas, a proposta só “unia”, por interesses de discursos e mote de comunicação, exatamente os sete vereadores da oposição.
E a tática não prosperou por um erro tático imperdoável a um político com sede de poder e vingança: o dinheiro que poderia realocar da Câmara para a Saúde no seu pacto, preferiu e tenta usar para inchar a Câmara com cargos comissionados de altos vencimentos para servir exatamente a ele, a mesa diretora e seus políticos que lhe deram a presidência da Casa.
Estes são assuntos velhos, conhecidos dos leitores e leitoras desta coluna. Vamos aos fatos novos. Eles, na verdade, antes de serem a boa notícia, mal e quase não divulgada até agora, são reveladores do desastre que o prefeito Kleber criou para a área. É a prova do tamanho do sacrifício que Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira impuseram por 15 meses aos mais pobres, os doentes e os desassistidos em algo.
Todos eles resistiram ao óbvio, ao simples, à necessidade. Agora, em 30 dias, provam que tinham capacidade e a solução. Impressionante! Quando os políticos vão deixar de serem apenas políticos, e principalmente teimosos? Não trabalham só contra o povo que os sustenta, mas contra eles próprios e seus planos de poder. Mas, vamos aos fatos
Fato um. O que Kleber, ou o doutor Pereira, anunciou na Câmara na quarta passada por meio do seu líder Francisco Hostins Júnior? Que em 30 dias de gestão do doutor Pereira à frente da secretaria de Saúde de Gaspar, repito, em 30 dias apenas, foram feitos 12.832 atendimentos nos postinhos e no ambulatório do Hospital. O que significa isso? 33% a mais do que no mesmo período anterior. Incrível!
Que foram realizados 4.842 atendimentos nas áreas de especialidades (a maioria abrigados na policlínica ou em consultórios terceiros) como cardiologia, pediatria, ortopedia, dermatologia e urologia. A espera caiu para 20 dias. Uau! Incrível!
Que foram realizados 18.652 exames laboratoriais, ou seja, 1.450 a mais do que no mesmo período do ano passado. Incrível!
Que as demandas na área de urologia caíram 50%, 46% na área de proctologia, 30% na área de cirurgia geral e endroconologia e 20% na dermatologia. Sensacional!
Quer mais, entre outros números apresentados foram feitas 429 mamografias, reduzindo em 70% a demanda reprimida e segundo Hostins, em maio essa fila pode zerar. Incrível!
Fato dois. Perguntar não ofende. Este não era exatamente o plano da secretária Dilene Jahn Mello dos Santos, a técnica, a que entendia do assunto, que o prefeito Kleber, o vice Luiz Carlos e o doutor Pereira mandaram andar logo depois no primeiro seus meses de trabalho porque queria fazer o que o doutor Pereira, o advogado, fez agora?
Fato três. Não foi exatamente a substituta de Dilene, Maria Bernardete Tomazini, a escolha caseira e política de Kleber, Luiz Carlos, do doutor Pereira e vejam só, sob a benção do médico, do vereador Silvio Cleffi que fez tudo desandar tudo na Saúde Pública, onde ao invés de zerar as filas, passou a comprar caros equipamentos desnecessários – como prioridade – e fora do ambiente legal como se apurou recentemente na Câmara?
Fato quatro. Com a cidade cheia de problemas e tudo se agravando, inclusive e principalmente na área de saúde, o governo de Kleber, Luiz Carlos e o doutor Pereira, anunciou no final do ano passado como maior conquista do primeiro ano de governo deles, a “economia” de R$20 milhões aos cofres públicos?
Fato cinco. Então está aí o resultado do erro brutal desta economia, ampliando-se as angústias de outro. Economizou-se por um lado, e criou-se um passivo de imagem de mal atendimento junto à população. Qual a vantagem política disso ou acham que isso vai ser esquecido logo e nos palanques das campanhas? Afinal é um erro administrativo, técnico e estratégico imperdoáveis.
Fato seis: Economizou-se por um lado R$20 milhões, quanto o governo, às pressas e sem escolhas, está gastando agora o que economizou para tentar consertar o seu erro? Qual a vantagem administrativa, econômica e política desse ato?
UMA COMUNICAÇÃO MANCA E CAOLHA CONTRA O GOVERNO
Este é o retrato até aqui do governo Kleber Edson Wan Dall, MDB, Luiz Carlos Spengler Filho e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira.
Primeiro, fizeram da “eficiência” um slogan de governo. Desmoralizante. Parecem que nem foram ao dicionário para ver o verdadeiro significado da palavra. Entregaram os cargos a gente sem a mínima condição dessa tal eficiência. E para completar, deixaram políticos de todos os tipos e interesses interferirem danosamente no governo, como Silvio Cleffi, PSC. O resultado está aí, claro, na prefeitura e agora, na Câmara.
Segundo, descuidaram-se da estabilidade e sustentabilidade política do governo, achando-se os superpoderosos e de que todos se subordinariam ao poder de plantão como se o poder não fosse um alvo prioritário, ou que seus aliados eram confiáveis. Silvio Cleffi mostrou que não era bem assim. Franciele Daiane Back, PSDB do MDB, desandou a maionese ao não ser partidária e insistir com seus gestos adolescentes enfraquecendo o próprio governo.
Terceiro, a comunicação da prefeitura, na era digital, das redes sociais, dos relacionamentos e da transparência, continuou no tempo de Gutemberg: fazedora de frágeis, sem foco, para resultados de press releases, entrevistas arranjadas e sem perguntas, site estático e dissociado da rede social, negando-se ser uma comunicação estratégica e motor dos ventos das novidades.
Exagero meu? A prefeitura está na escolha do terceiro superintendente. É preciso comentar mais alguma coisa. São fatos. É a realidade. E contra elas...
E há na cidade, inclusive nos meios de comunicação, advogando gente de Gaspar e não de fora para ocupar o posto vago. Impressionante. A prefeitura deveria buscar alguém com um perfil para debelar um problema grave que possui, antenada aos novos tempos da comunicação, e capaz, principalmente, de enfrentar o doutor Pereira, que é quem acha que entende de tudo, inclusive de comunicação, além da área jurídica que é sua especialidade, e a que não é como a contabilidade, administrativa, gestão, saúde, política, comunicação...
No caso da Saúde Pública, o governo de Kleber, Luiz Carlos e do doutor Pereira, teve que dar a meia volta na sua única teimosia, erro e arrogância. Havia o bafo dos pobres, doentes e outros que sentiam na pele a dor, o descaso e inundavam as conversas entre os seus e as redes sociais com suas queixas.
No caso, da comunicação, isso não afeta diretamente a vida do povo, mas é muito pior do que imagina o político, o arrogante, o que se arvora como poderoso. Malfeita, impregna negativamente à sua imagem e de uma tal forma, que quando ele perceber e tentar corrigir, já não haverá remédio e tempo hábil para tal, além do alto custo financeiro. O seu ativo será o do mal.
E por fim. Kleber é o governo eleito. Ele está sendo usado por outros interesses. A ingenuidade ou a esperteza têm os mesmos preços. Está mal assessorado. E fazendo bobagens, mas sendo aplaudido pelos que ele paga para bater palmas para ele e usufruem vantagens enquanto ele for prefeito. É uma história que se repete e que ele parece não ter aprendido. Hoje, a sua reeleição estaria ameaçada. Ele acha que não.
E o plano B do MDB, claramente armado por Carlos Roberto Pereira, também vai no mesmo viés. Só eles, não perceberam que a eleição é daqui a 30 meses. Ora, com números tão bons na saúde pública, mesmo que conseguidos a fórceps, diga-se, desde logo, uma semana depois, não conseguem ter repercussão na comunidade que reclama do mal atendimento nos postinhos, policlínica e farmácia básica? Incrível! Acorda, Gaspar!
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