05/07/2018
OPORTUNIDADES PERDIDAS I
Estou de alma lavada, outra vez. Ou os leitores e leitoras estão muito bem informados por meio desta coluna e daí a ira de muitos políticos nas verdades cruas escritas aqui, ou os pesquisadores de entidades como a Facisc e que ajudam os municípios a descobrirem às suas potencialidades, estão se baseando os seus relatórios nos meus escritos, o que duvido muito. Durante semanas ouviu-se na Câmara de Gaspar o PT martelar sobre a tal pesquisa DELL. Ela levantou situações facilitadoras ou que emperram o desenvolvimento de Gaspar.
OPORTUNIDADES PERDIDAS II
O resultado não é bom! Entretanto, creditar a conclusão exposta no trabalho unicamente ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB e Luiz Carlos Spengler, PP, soa como um exagero que desacredita quem assim faz para analfabetos, ignorantes e desinformados. Os resultados são, em parte, decorrentes também do que deixou como legado o governo de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT. Interessante, todavia, é como a minoritária bancada governista baixou a crista e aceitou àquilo que não lhe cabia nas provocações recebidas. E nisso o diagnóstico acertou: falta liderança e isenção para mudar o quadro ruim.
OPORTUNIDADES PERDIDAS III
Há cinco alertas. O primeiro é “quanto a insegurança do momento econômico”, ou seja, não tem nada a ver com o governo local e sabe-se bem quem causou tudo isso no âmbito nacional e até mesmo estadual. O segundo, aponta para o “nível de confiança local abalada”, ou seja, não há dúvidas de que seja o atual governo de Kleber, pois é ele quem está no comando do município há quase dois anos. Empresários e investidores entrevistados não perceberam mudanças institucionais concretas para ir adiante em seus planos de desenvolvimento empresarial. O terceiro é a tal “sociedade pouco organizada”. Este tema é frequente aqui. E quem tratou de desorganizar nas entidades representativas? O PT aparelhando tudo, a seu modo, enfraquecendo-as, com os seus. Ou existe alguma dúvida disso? O quarto item conclusivo é o tal, “senso coletivo pouco praticado”. Discordo. Senso coletivo até temos. Quantas capelas, templos e igrejas construímos? Já no restante, é um deus nos acuda. Cada um por si, vaidades e brigaçadas partidárias. Veja o caso do Hospital, do Anel e Contorno, da ponte do Vale, do IFSC... E a quinta observação geral: “falta de projetos de visão de longo prazos”. Triste! Repetitivo ao que sempre escrevo aqui há anos e por isso, sou desqualificado. A realidade e este diagnóstico desmentem os meus críticos.
OPORTUNIDADES PERDIDAS IV
O espaço aqui é diminuto e voltarei ao tema, sem antes ir às recomendações do trabalho da Facisc, todas óbvias e já tratadas também aqui. Há oportunidades que desperdiçamos como a nossa localização, a disponibilidade de mão-de-obra (apesar do preocupante baixo nível de escolaridade), o ainda equilíbrio das finanças públicas, o de estar num raio de 200 quilômetros onde estão 40% da população catarinense (consumo, atração de negócios e mão-de-obra), parques industriais estabelecidos, potencial turístico natural ainda preservado, apesar da legislação frágil para tal e a urbanização das zonas rurais ou de mananciais.
OPORTUNIDADES PERDIDAS V
Entretanto, do outro lado conspiram contra Gaspar e os gasparenses a falta de plano de desenvolvimento e atração de investimento, um plano diretor defasado e irregularidades fundiárias, a falta de saneamento, a falta de mobilidade urbana, a falta de áreas de lazer, a falta de embelezamento da cidade, o alto índice de informalidade e baixa fiscalização, a falta de uma identidade gasparense, a danosa polarização política partidária e que foi vista na Câmara neste assunto, ao invés de se propor forças para transpor às muitas e difíceis barreiras constatadas, drogas, migração de baixo valor agregado, municípios ao redor se desenvolvendo mais, dependência da indústria têxtilentre outras.
OPORTUNIDADES PERDIDAS VI
Resumindo falta liderança para conduzir Gaspar nesses desafios permanentes. Ela já a teve em vários instantes. Ou se foram como Frei Godofredo, ou se rejeitou por pequenez, por ranço e para salvar o seu mundinho partidário ou do faz de conta para os amigos. Aqui até se falseia lei aprovada na Câmara para se tornar uma rua no Centro num beco particular para poucos. E fica por isso mesmo. Então sabe-se o que acontece em outros casos de interesses pessoais, políticos e de grupos no poder de plantão. Destaco três oportunidades do relatório: a primeira é o de “desenvolver o pensamento coletivo em torno de um objetivo comum (Gaspar), acabar com a visão fragmentada e pontual”. Sem isso, nada irá adiante, todavia será difícil. É cultural. O segundo é o de “definir o uso apropriado e consolidar o potencial entorno da BR 470 (distrito industrial logístico, centro de distribuição, etc...)”, e o terceiro, é o alerta para “Inovação e tecnologia que já estão na pauta, tem que aproveitar o entorno para consolidar o tema”. O que falta para recomeçar? Despir-se de PT, MDB, PP, PSDB, PSD e outros nanicos e se vestir de Gaspar. Acorda, Gaspar!
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