DIANTE DA REPERCUSSÃO DA COLUNA DE SEXTA-FEIRA, PREFEITURA DE GASPAR VOLTA ATRÁS E NUMA NOTA OFICIAL TARDIA PARA ALIMENTAR APENAS MANCHETES CONTRÁRIAS, DIZ QUE NÃO VAI FECHAR A "CASA LAR SEMENTES DO AMANHÃ". - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

DIANTE DA REPERCUSSÃO DA COLUNA DE SEXTA-FEIRA, PREFEITURA DE GASPAR VOLTA ATRÁS E NUMA NOTA OFICIAL TARDIA PARA ALIMENTAR APENAS MANCHETES CONTRÁRIAS, DIZ QUE NÃO VAI FECHAR A "CASA LAR SEMENTES DO AMANHÃ". - Por Herculano Domício

16/07/2018

AO MESMO TEMPO SE CONTRADIZ DEVIDO À SUA OMISSÃO INTENCIONAL POR MESES NA LIDERANÇA DO PROCESSO DE SOLUÇÃO, MESMO QUE PARCIAL OU EMERGENCIAL. A NOTA OFICIAL AINDA FALHA AO NÃO INDICAR COMO CLARAMENTE A PREFEITURA VAI RESOLVER O IMPASSE QUE ELA CRIOU. A COLUNA EXPLICA EM DETALHES PONTO POR PONTO.

A NOTA OFICIAL ERA TÃO FRÁGIL QUE, DE FORMA INUSITADA, NO DOMINGO ÀS 19H30MIN, A PREFEITURA SAIU DO DESCANSO E PUBLICOU UM PRESS RELEASE REFORÇANDO DE QUE NADA MUDARÁ SISTEMA DE ABRIGAMENTO. É QUE O GOVERNO SABIA QUE SUAS IMPRECISAS ARGUMENTAÇÕES SERIAM REBATIDAS AQUI NESTA SEGUNDA-FEIRA.

Vamos aos pontos que não fecham e fez a prefeitura de Gaspar recuar da intenção de fechar a Casa Lar. Acima está o inteiro teor do ofício da ONG Grupo de Apoio a Infância e Adolescência Abrigada- GAIAA. Ele é datado do dia seis de junho de 2018 e foi protocolado no mesmo dia no gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, como se constata no próprio documento.

Ele é o retrato perfeito de algo tramado para desgaste do GAIAA pelo governo Kleber por um ano e meio. Ele não se completou como o esperado, exatamente porque as autoridades e os gasparenses tomaram conhecimento das intenções da prefeitura pela coluna de sexta-feira. Diante das pressões, a prefeitura de Gaspar resolveu colocar a viola no saco e dar um passo atrás, sem antes culpar quem deu a notícia, usando gente que não foi verificar a veracidade da nota oficial.

O documento oficial do GAIAA desmente a declaração do chefe de gabinete de Kleber, Pedro Inácio Bornhausen, PP. Ele disse, para amenizar o ambiente, que a prefeitura – provavelmente a secretaria da Assistência Social, estava em negociação, mas que ela supostamente “não avançou”. Desde abril, segundo o próprio documento acima, ninguém na prefeitura negocia nada com o GAIAA. Quando a esperteza é demais, come o dono.

A imposição para economizar com investimentos na área da vulnerabilidade social foi assim quando da tentativa de tirar à obrigatoriedade de repasses da prefeitura ao Fundo de Infância e Adolescência - FIA. Ou seja, o caso é antigo e pensado. Para as verbas do FIA, depois de denunciado aqui, também deram um passo atrás e encontraram uma solução salomônica no projeto que emendaram na Câmara.

No caso do fechamento da Casa Lar, está mais uma vez na pauta a diminuição de custos, economia com crianças e suas vulnerabilidades as quais comprometem o futuro, bem como o seu desenvolvimento e interação com a sociedade.

O abrigamento custa em torno de R$3 mil por criança. O PT de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, aprovou em 2016 o programa de família acolhedora. O MDB de Kleber Edson Wan Dall e o PP de Luiz Carlos Spengler Filho, resolveram executá-lo. Se conseguirem, gastarão apenas um salário mínimo por criança. E isso esconderam propositadamente na nota. Volto ao tema mais adiante.

COZINHANDO UM ASSUNTO SÉRIO E LONGE DO DEBATE DA SOCIEDADE

Vou desenhar. Como escrevi na sexta-feira, irresponsavelmente a secretaria de Assistência Social, tocada pelo presidente do PSC e ex-assessor parlamentar de Kleber, Ernesto Hostin, leigo no assunto técnico, mas titular por indicação política e de amizade, estava “cozinhando” este assunto até ele deixar de ser um “custo” e um problema para o município. Depois, se cobrados, lamentariam, ajeitariam as soluções. Não é à toa que Eloísa Probst a que influencia nesse processo, e facilitadora dessa troca, é a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolscente de Gaspar – CMDCA.

Se não houvesse essa pré-disposição de fechar a Casa Lar, então qual a razão lógica para em um ano e meio “esvaziá-la” com abrigamentos gasparenses, como se os problemas nesta área notoriamente –devido a migração e ser uma cidade dormitório - não tivessem aumentado e exigido mais acolhimentos, mesmo que temporários? Em um ano e meio, a Casa Lar de 17 abrigados, passou a ter apenas seis, sendo que apenas dois são de Gaspar? E isso não foi proposital para fechá-la? Quem acredita diante de tantos fatos e provas?

Qual a razão para o sepulcral silêncio sobre uma simples proposta de renovação ou não do contrato de gestão da Casa Lar? É questão de gestão, de transparência, de política pública, que parece não se ter nesse assunto em Gaspar e na atual administração municipal.

E quando surpreendida, forja uma nota oficial no final de expediente para culpar os fatos, a notícia, ganhar tempo e tentar diminuir a repercussão negativa que as atitudes da prefeitura tiveram na cidade e diante dos cidadãos que conhecem esse assunto.

A nota oficial que a prefeitura estampou na sexta-feira, repito, só no final do expediente, foi o último recurso que ela teve para reverter à forte repercussão negativa contra a notícia que ela não esperava ver em circulação e em debate na cidade antes do fechamento de fato da Casa Lar, para o qual conspirou silenciosamente desde o início do atual governo.

1. A nota oficial da prefeitura deveria ter sido publicada na primeira hora de sexta-feira, se ela tivesse algum conteúdo de veracidade. Aliás, a notícia no portal do Cruzeiro do Vale já estava disponível desde a quinta-feira à noite.

2. A nota oficial da prefeitura deveria ter sido publicada na quarta-feira da semana passada, pois na noite da terça anterior na Câmara, este assunto foi tema da indignação do presidente da Casa, Silvio Cleffi, PSC, e o próprio líder do governo, Francisco Hostins Júnior, MDB, admitiu o problema e confessou (está gravado), que ainda não se tinha uma solução. Acompanhava a sessão, o secretário da Saúde e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira. Como a indignação de Cleffi não repercutiu na imprensa e na cidade, não houve nota da prefeitura. Resumindo: todos sabiam do problema, ficaram quietos esperando o desfecho do plano armado e que se daria no dia 25 de julho. Não deu certo!

3. A nota oficial da prefeitura deveria ter sido publicada no dia seis de junho quando o GAIAA protocolou o ofício na prefeitura e a ONG se deu por vencida na enrolação proposital que vinha sofrendo do município. A nota oficial naquela data era um ato obrigatório de transparência, segurança e confirmação da sua política pública clara para a questão.

4.A nota oficial da prefeitura deveria ter sido publicada em abril, quando o GAIA enviou a minuta assinada da renovação contratual e a prefeitura colocou o documento na gaveta até hoje, sem qualquer resposta, iniciando o processo constrangedor de desgaste com o GAIAA e o esvaziamento do referido abrigo. Naquela data, uma nota oficial diria ao GAIAA, aos gasparenses e às autoridades do setor, que a prefeitura tinha resolvido romper com o GAIAA e iniciaria um processo de mudanças de gestor, como prevê o ECA – Estatuto da Criança e do Adolecente - para esses casos, ou estaria juntando os abrigos, ou estaria trocando o abrigamento em Gaspar pelo sistema de famílias acolhedoras. O posicionamento da prefeitura naquela ocasião seria perfeitamente sensato, aceitável, racional, profissional e legítimo.

Então quem a prefeitura de Gaspar quer enganar? Certamente, não apenas os analfabetos, ignorantes e desinformados, mas a própria imprensa que se serve a esse papel aos do poder de plantão. Impressionante!

UMA NOTA QUE NÃO DIZ COMO O PROCESSO SERÁ FEITO

Não há ninguém no ambiente que lida com esta situação que não confirme o plano em marcha para o fechamento da Casa Lar. Todos, porém, temem retaliações se essas pessoas vierem a público apontar, com provas, às evidências da trama. Tanto que na sexta-feira, como de hábito, primeiro a prefeitura foi atrás de quem supostamente teria fornecido pistas e informações à coluna, como se o assunto não fosse de domínio na área técnica que trata com o assunto. Só depois veio a nota oficial.

A nota oficial da prefeitura não diz como vai resolver o problema que ela criou, até porque nos planos dela não estava o de manter a Casa Lar nos moldes como ela é hoje.

Está na nota oficial da prefeitura: “No dia seguinte à manifestação da entidade, a Prefeitura de Gaspar iniciou o trabalho para dar uma solução para a questão. O Executivo municipal já iniciou as conversas com outras entidades para a manutenção dos trabalhos sem a interrupção do atendimento”.

Bla,blá,blá. Primeiro, se quisesse uma solução de verdade, teria tomado em abril quando lhe foi apresentado o contrato pelo GAIAA. Teria aceito, ou recusado, e iniciado o processo da escolha do sucessor do GAIAA, tudo para preservar a Casa Lar nos moldes como está hoje, ou na versão que supostamente desenhara para um novo “modelo de gestão” dos abrigamentos ou a substituição deles por famílias acolhedoras. 

Segundo, numa nota oficial decente, a prefeitura diria as razões pelas quais está se dispensando o GAIAA pelo cansaço de meses e no mínimo citaria quais seriam essas entidades com quem ela negocia e desde quando. Transparência, mais uma vez, zero. A prefeitura não está acostumada a lidar com a imprensa investigativa, a que pergunta, a que confronta às suas respostas, mas a que abre os microfones para as versões.

A nota oficial da prefeitura de sexta-feira se não é uma fraude em si mesma, demonstra que a prefeitura não conhece do assunto, o que é mais perigoso ainda. E por que?  A nota, de verdade, confirma o fechamento. Faltando duas semanas para o encerramento do convênio com o GAIAA, a prefeitura ainda não tem pessoa jurídica para assumir o serviço. E há um rito legal para ser cumprido. E ele, se seguido ao pé da legislação, leva 60 dias. Não há mágicas.

Ou seja, diante da falta de tempo, vai a prefeitura juntar as Casas abrigos, como escrevi na sexta-feira, ao menos nesta emergência que ela própria criou – por incúria, planejamento intencional que escondeu ou irresponsabilidade - e diante de um “dano menor” por se ter restados seis abrigados – sendo que dois são de Gaspar -, depois dela já ter acolhido 40 de uma só vez, ter hoje capacidade para 25 e o governo Kleber pegá-la com 17.

Como houve comunicado do GAIAA ao governo, o município de Gaspar, em tese, tem 60 dias para fazer chamamento público e credenciar uma entidade com os mesmos fins e com inscrição de pelo menos dois anos no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e Adolescência de Gaspar. Então, sabe-se quais os desfechos possíveis. E dentre eles, o da família acolhedora.

A TROCA DE GESTÃO EXIGE UM RITUAL E POUCOS ESTÃO CREDENCIADOS EM GASPAR

Técnicos da área em Gaspar, Blumenau e Florianópolis que consultei afirmam que a prefeitura, por esperteza ou intenção, deixou expirar o prazo depois que recebeu a carta do GAIAA para justificar a emergência e aí, entregar a gestão para uma entidade “identificada politicamente” com o governo, ou aplicar a intenção de desabilitar o Lar e repassar as obrigações dele para outro abrigo da cidade, ou comprar vagas nos arredores, e subsidiariamente aplicar a possibilidade da família acolhedora, a mais barata para o município. 

Os artigos 90 a 94 do ECA dizem bem explicitamente como deveria ser essa transição. É impossível que secretaria da Assistência Social não os conheçam, não tenham orientado o leigo secretário Ernesto Hostin, nem a procuradoria geral tenha sido ignorada neste assunto. Esses cinco artigos desmentem a nota oficial, pois isso demanda tempo e limita às novas escolhas.

Diz a vaga nota oficial da prefeitura: “Uma das entidades procuradas já demonstrou interesse em assumir o serviço de manutenção do abrigo e atendimento às crianças acolhidas”. É? Quem? Enrolação! A mesma enrolação que fizeram com o GAIAA e com quem procurou informações na quinta-feira na secretaria de Assistência Social sobre esse assunto. Como escrevi, todos temiam à repercussão da notícia. E isso era notório por quem procurou mais detalhes deste assunto no ambiente municipal. 

E a contragosto, a notícia que não era novidade foi publicada, repercutiu e então arrumaram uma nota oficial marota no final do dia para assinarem à sua própria culpa. Aprendizes!

Se a nota oficial marota da prefeitura não explica, eu explico aos leitores e leitoras da coluna quem pode ser escolhido para substituir o GAIAA.

Atualmente em Gaspar apenas três entidades estariam, em tese, habilitadas para suceder o GAIAA na Casa Lar: a “Ação Social e Cidadã”, que toca os outros dois abrigos; a “Conferência Vicentina”, mas que o conselho teria que ajustar o estatuto social, bem como o CESB (da Igreja Batista), com CNPJ em Blumenau e que executa serviços em Gaspar (projetos FIA). Ela precisa ter CNPJ de Gaspar, inscrição no CMDCA há dois anos e mudar estatuto. 

Como se vê, há poucas opções, alguns entraves para serem superados e muita enrolação depois que o plano foi desvendado. Fica claro, que na emergência criada, como escrevi na sexta-feira, as seis crianças remanescentes, seriam distribuídas em outros abrigos na cidade ou até fora de Gaspar.

Ou a prefeitura ao dizer que não vai fechar a Casa Lar se referia ao prédio doado pela Bunge? Ele foi doado com essa finalidade. Ou seja, se não for usado para o abrigamento de zero a seis anos como era, vai ser usado para outras faixas etárias. Então, a prefeitura teria, em tese, cumprido a sua promessa de não fechar um prédio, mas exatamente a Casa Lar Sementes do Amanhã.

Diz a vaga nota oficial da prefeitura: “Uma equipe da própria prefeitura, através da Secretaria de Assistência Social, irá fazer o trabalho de transição para facilitar a mudança”. O verbo usado é “irá”, o que é por si só uma confissão da surpresa e do improviso que se criou depois da notícia de sexta-feira. Por que só agora, dez dias antes do prazo fatal, criou-se uma “equipe” para facilitar a “mudança” que a prefeitura fez pelo silêncio e omissão?

Ao mesmo tempo em que afirma que a Casa Lar não irá fechar, como relatei acima e pelo que se armou até agora, tudo possui um rito e que não condiz com que a prefeitura escreve. Que trabalho de transição é este? O de abrigar os seis da Casa Lar em outros abrigos? Como se vê, mais uma vez o governo se perdeu na sua artimanha de aparelhamento político-religioso e tenta culpar a publicação da notícia dos fatos, todos oriundos da sua inércia e principalmente falta de transparência da secretaria com à sociedade.

O PROGRAMA FAMÍLIA ACOLHEDORA

O PT sempre foi contra o abrigamento de crianças. Esta divergência é filosófica e doutrinária. Aceitável. E ela estava no centro do embate que o partido, a administração de Zuchi, bem como a titular da Assistência Social de Pedro Celso Zuchi, Maristela Cizeski, ligada a eclesial de base da Igreja Católica, teve com a juíza que cuidou por 11 anos da Infância e Adolescência daqui, Ana Paula Amaro da Silveira. 

A juíza defendia os abrigos e seu trabalho por eles, teve reconhecimento nacional. O embate, o reconhecimento e a pena firme dela provocada pelo Ministério Público, todavia, custaram-lhe caro como contrapartida um escândalo, também nacional, via a Rede Globo, armado pelo próprio PT. O imbróglio está na Justiça e já rendeu várias condenações, todas em fases de recursos.

Em setembro de 2016, antes do PT, Zuchi e Maristela sairem do poder, o Conselho Municipal de Assistência Social de Gaspar, abriu caminho para alternativas aos abrigos.  E aprovou a resolução 9/2016. Ela permitiu a criação do “Serviço de Acolhimento em Família Acolhedora”, estabelecendo os “critérios e condicionalidades de execução”. O presidente do Conselho era Santiago Martin Navia, hoje ainda na secretaria de Assistência Social, de Hostin e do prefeito Kleber. 

O caminho está aberto.

E antes de finalizar. O documento que publiquei acima, estampa um comportamento irresponsável da prefeitura da gestão daquilo que só a ela compete gerir, criar soluções e se estabelecer na autonomia gerencial. 

Que a prefeitura não queira o GAIAA; que tenha restrições, ou que não se sinta confiante com a ONG credenciada, reconhecida pela sua integridade e profissionalismo, é algo aceitável e deve ser respeitado. Mas que a prefeitura faça disso um jogo que prejudique crianças em estado de vulnerabilidade, aí beira à incredulidade. 

Não é à toa que a pesquisa DELL já atestou à percepção do governo de Gaspar que nem chegou à metade do mandato. Foi uma advertência, que parece não surtiu ainda o efeito que se espera de atenta leitura dela. 

A propalada eficiência da propaganda governamental gasparense, descobre-se agora, não chega sequer às notas oficiais emitidas pela própria prefeitura, apenas fazer manchete marcada no ex-emprego de seu funcionário responsável pela produção de press release que dizem ser a comunicação do município. Acorda, Gaspa



TRAPICHE


Este assunto, provocou vários comentários na área da internet da coluna, bem como no link do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado e o de maior credibilidade, no Facebook. O teor deles dá o tamanho da repercussão e à tentativa desesperada de neutralizar fatos.

“Como Kleber e capachos te odeiam, vão dizer que a culpa é sua por prestar este desserviço (fechar a Casa Lar) aos gasparenses. Se Dra. Ana Paula (hoje desembargadora) estive ainda em Gaspar ela não deixaria isso acontecer. Certamente Kleber e os seus levarão as crianças em vulnerabilidade para suas casas. Ineficiência total.”

“Um amém aos governantes cristãos de Gaspar e Blumenau! Os irmãos conseguiram acabar com o POP (Centro de Atendimento à População de Rua), em Blumenau, e com a Casa Lar, em Gaspar. É para glorificar de pé à falta de amor dos que se dizem cristãos.”

“Que vergonha prefeito. Há tantos anos essa Casa Lar abriga criança e foi exemplo para muitas pessoas. Tem tanta coisa para o senhor preocupar e agora vai fechar um abrigo de crianças. Poupe-me!”

“Isso mesmo. Que vergonha seu prefeito! Diminui os cargos comissionados que o senhor terá economia.”

“Quando trabalhei lá era um lugar de fartura, crianças felizes. Era em 2008 para 2009.”

 

Edição 1860

Comentários

Miguel José Teixeira
17/07/2018 11:33
Senhores,

Da série: "Pobre Brasil", em que nós, "burros-de-cargas", já não sabemos mais o que é pior:

"um governo para irmãos ou um governo para todos".

O "governo para irmãos, do crivella já é um abissal desastre, tal qual o foi o "governo Para Todos dos Petralhas". . .

Em 2018, perdemos a copa. Mas não podemos perder a peleja:não reeleja!!!
Altemiro J. P. Aguiar
17/07/2018 10:38
Herculano

Parabéns, você evitou o fechamento da Casa LAR, isto é fato. Os caras do poder, mentem descaradamente, procuram culpados, mas não resolvem nada. Gaspar nunca teve tão ineficiente como agora.
A imprensa amiga encobre os fatos.
Herculano
17/07/2018 07:28
REQUERIMENTO EM PAUTA NA SESSÃO DA CÂMARA PEDE EXPLICAÇõES SOBRE QUEM VAI SUCEDER O GAIAA NA CASA LAR

Até agora, apesar do longo prazo que teve para esclarecer isso, nem a prefeitura, nem a secretaria de Assistência esclareceram esse ponto essencial. O que prova, que não possuem solução e estão correndo atrás daquilo que queriam fazer e tiveram que recuar.

O requerimento 116/2018 do presidente Silvio Cleffi, PSC quer saber informações referentes ao Grupo de Apoio a Infância e Adolescência Abrigada - GAIAA sobre

1.Na data do dia 25/07/2018 quem irá assumir o Grupo de Apoio a Infância e Adolescência Abrigada - GAIAA?
2.Qual a infraestrutura de Recursos Humanos será disponibilizada?
3.O município de Gaspar irá assumir a gerência da Casa?
4.Como ficarão as questões administrativas?
5.Como ficarão as responsabilidades fiscais?

A prefeitura, tem 45 dias para responder o requerimento. E será fácil, pois muito antes desse prazo, na semana que vem, dia 25, tudo deverá estar rodando no novo esquema.

Aliás, isso já deveria ter sido respondido na nota oficial de sexta-feira, se a prefeitura realmente tivesse um plano real de substituição do GAIAA como anunciou marotamente na nota e demonstrei amplamente no texto da coluna.
Herculano
17/07/2018 07:12
da série: um governo para irmãos e não para todos. Discriminação. Se não fosse a imprensa independente...

POBRE RIO! TÃO PERTO DO CRISTO REDENTOR E TÃO LONGE DE DEUS! CRIVELLA AMARGA DOIS REVESES E ESTÁ PROIBIDO DE PRIVILEGIAR FIEIS DE SUA IGREJA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Coitada da cidade do Rio!

Coitado do Estado do Rio!

Tão perto do Cristo Redentor e tão longe de Deus!

A figura pública de Marcelo Crivella (PRB), prefeito da capital, se esfarelou numa velocidade inédita até para os padrões locais, onde também virou escombros a reputação do ex-governador Sérgio Cabral (MDB), que está preso. No segundo ano de mandato, o prefeito se tornou um morto-vivo.

Crivella amargou dois reveses nesta segunda.

O primeiro diz respeito ao tempo em que foi ministro da Pesca, na gestão Dilma. Uma ação por improbidade administrativa investiga a contratação, pelo Ministério, da empresa Rota Nacional Comércio e Manutenção de Equipamentos Eletrônicos para o fornecimento e instalação de vidros e acessórios no prédio onde funcionava a pasta. Segundo o Ministério Público Federal, a própria Controladoria Geral da União constatou a contratação de serviços "sem necessidade demonstrada", com um sobrepreço de R$ 411.595 mil.

O juiz federal Renato C. Borelli, da 20ª Vara Federal, do Distrito Federal, decretou nesta segunda, o bloqueio de bens de Crivella e de outros oito investigados até o limite de R$ 3.156.277,60.

Benefícios indevidos a fiéis de sua Igreja

Em outra frente, o juiz Rafael Cavalcanti Cruz, da 7ª Vara de Fazenda Pública da Capital, atendeu a pedido do Ministério Público e determinou que o prefeito pare de usar a administração para beneficiar fieis de sua igreja - a Universal do Reino de Deus. Crivella é bispo da Iurd e sobrinho de Edir Macedo, o manda-chuva da Igreja.

Na quarta da semana passada, Crivella realizou uma reunião secreta com 250 pastores e representantes da sua igreja, na sede da administração, e prometeu, entre outros benefícios, privilegiar os evangélicos de sua corrente no caso da fila de espera por cirurgia de catarata e varizes. Também anunciou uma assistência especial a pastores que estivessem enfrentando problemas de IPTU em seus templos. Também esse é um caso de improbidade administrativa.

Cruz ameaçou o prefeito com o afastamento do mandato caso descumpra a determinação de não privilegiar na gestão nenhum segmento religioso. A Prefeitura promovia ainda uma espécie de censo clandestino para identificar a crença de servidores. Não se sabe exatamente com quais propósitos.

Em áudio gravado pelo jornal "O Globo", o prefeito afirmou o seguinte sobre o IPTU na tal reunião:
"É só conversar com a Márcia que ela vai anotar, vai encaminhar e, daqui a uma semana ou duas, eles estão operando. (?) Igreja não pode pagar IPTU, nem em caso de salão alugado. Mas, se você não falar com o doutor Milton, esse processo pode demorar e demorar. Nós temos que aproveitar que Deus nos deu a oportunidade de estar na Prefeitura para esses processos andarem. Temos que dar um fim nisso".

Tal reunião chegou a motivar um pedido de impeachment do Prefeito, mas 29 vereadores se negaram a dar seguimento à denúncia, contra 16, que a apoiaram.

Na metade de seu segundo ano de mandato, Crivella é um pato manco, que já não lidera mais nada. Em março, com menos problemas do que hoje, o prefeito tinha a gestão reprovada por 58% dos moradores da cidade do Rio; apenas 10% a aprovavam.

Porfírio Diaz, que governou o México entre 1884 e 1911, entrou para a história menos por ser o governante que estava no poder quando começou a revolução, em 1910, do que pela autoria de uma frase: "Pobre México! Tão longe de Deus, tão perto dos EUA". Nota à margem: Donald Trump parece querer conferir verdade nova à frase?

Adapto o dito. Pobre Rio! Tao perto do Cristo Redentor, tão longe de Deus!
Herculano
17/07/2018 07:06
BRASIL PODE REPETIR FRANCÊS MACRON ELEGENDO O 2º, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

O cruzamento de pesquisas de intenção de votos para presidente, em outubro, mostra que a liderança de Jair Bolsonaro (PSL) ou mesmo do inelegível Lula (PT) para presidente não os coloca com a mão na faixa. Com altos índices de rejeição, superiores à metade dos votos válidos, o mais provável é que se reproduza no Brasil o fenômeno das eleições presidenciais da França, onde o candidato que ficou em 2º lugar no primeiro turno acabou eleito presidente com votação consagradora.

REJEIÇÃO, MAIOR ELEITOR
Como na França, no Brasil o 2º mais votado no primeiro turno tem tudo para unir eleitores e derrotar no segundo turno o adversário rejeitado.

ULTRADIREITA DERROTADA
Com rejeição muito elevada, a ultradireitista Marine Le Pen foi derrotada pelos franceses simpáticos à esquerda até a centro-direita.

APOIO CONSAGRADOR
Emmanuel Macron chegou ao segundo turno contra Le Pen com 23% do votos. Foi eleito com apoio consagrador de 65% dos eleitores.

LÍDERES REJEITADOS
Levantamento do Paraná Pesquisas indica que ao menos 49,6% não votam em Bolsonaro, e 61,2% não votariam em candidato de Lula.

AGONIZANTE, JUSTIÇA DO TRABALHO DISCUTE FUSÃO
A extinção da Justiça do Trabalho, defendida por muitos juristas, ganhou força após a reforma trabalhista que vigora desde novembro, com a redução acentuada da indústria de indenizações. Agora, haverá o primeiro ato a discutir a proposta: realiza-se no próximo dia 26, no Rio de Janeiro, o debate "Justiça do Trabalho e Justiça Federal Juntas?", que é fruto de parceria entre o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) e o Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB).

O QUE FAZER?
Uma preocupação é o destino de magistrados e servidores, após a extinção da Justiça do Trabalho, prevista para médio prazo.

ABSORÇÃO óBVIA
A idéia mais consistente é que, extinta, toda a Justiça do Trabalho venha a ser absorvida pela Justiça Federal.

PRESTÍGIO
O presidente do TRF-2, desembargador André Fontes, irá à abertura do debate sobre a união da Justiça do Trabalho à Justiça Federal.

PAI RENEGADO
O filho deputado estadual do ex-governador Sérgio Cabral já começou campanha para tentar se reeleger em outubro. Devido às traquinagens do pai, agora ele é só Marco Antônio. Livrou-se do sobrenome Cabral.

MDB COM PT, DE NOVO
Deputados do MDB-MG derrubaram o presidente do diretório, Antonio Andrade, que insinuou aliança a Rodrigo Pacheco (DEM) ao governo de Minas, e vão correr para o abraço com o PT de Fernando Pimentel.

FECHADO, MAS EM ABERTO
O acordo PSDB-PSD não se confirma nos Estados. Gilberto Kassab diz que o PSD apoia Geraldo Alckmin, mas Afif Domingos, pré-candidato do seu partido, é o preferido em diretórios como Goiás e Bahia.

CHUTANDO O BALDE
Líder nas pesquisas para o governo do DF, Jofran Frejat (PR) rompeu com o ex-governador Arruda, que tentava impor o vice, e pediu tempo para decidir se manterá a candidatura. Dirá isso nesta terça (17).

EM NOME DE FREJAT
Arruda vinha assumindo compromissos sem que Jofran Frejat soubesse. Até prometeu atender reivindicações de policiais militares ou romperia com Frejat. Isso enfureceu o candidato, em geral afável.

ELE TINHA A FORÇA
A força de Marconi Perillo como coordenador de campanha de Alckmin tem sido questionada entre aliados. É que o ex-governador goiano já chegou a ter 32% nas pesquisas, mas agora tem metade: 16%.

ORTEGA REPETE SOMOZA
Vinte e oito anos depois de derrubar a ditadura, Daniel Ortega, um dos líderes da arrebatadora revolução sandinista, já no quarto mandato, está cada vez mais parecido com o ditador Anastacio Somoza. Inclusive nas acusações de corrupção e de assassinatos.

BORBOLETAS E LOBISOMENS
O historiador Hugo Studart lança seu livro com revelações inéditas sobre a guerrilha do Araguaia, "Borboletas e Lobisomens" nesta terça (17), a partir das 18h30, no restaurante Carpe Diem, em Brasília.

PENSANDO BEM...
...para quem acha que o Brasil foi mal na Copa, as eleições podem ser muito piores.
Herculano
17/07/2018 06:56
BRASIL CAVA SEU ABISMO COM INSISTÊNCIA E MÉTODO, por Josias de Souza

A realidade brasileira está cada vez mais inacreditável. Há duas semanas, fui às férias convencido de que nada de relevante aconteceria na política durante a Copa do Mundo. No Brasil, porém, nada tornou-se uma palavra que ultrapassa tudo. A ausência foi de apenas 15 dias. Mas volto ao trabalho com uma nova visão sobre o Brasil, o mais antigo país do futuro em todo o mundo.

Imaginei que conseguiria descansar do noticiário. Planejara passar os olhos e os ouvidos a limpo. Nada de internet, TV ou jornal. Não deu. O repouso foi contaminado por uma espantosa sequência de fatos extraordinários protagonizados por pessoas ordinárias -em todos os sentidos. O país não merecia destino tão medíocre. Mas instalou-se uma espécie de monarquia tropical. Reina a esculhambação.

Numa manhã de domingo, retido na cama do hotel pela preguiça e pelo frio, fui despertado por uma novidade que chegou via celular. Minha mulher leu em voz alta a mensagem enviada por uma amiga: TRF-4 manda soltar Lula. Minha reação foi instantânea: Esqueça, é notícia falsa. E ela: Será? A contragosto, fui à manchete do UOL. E descobri que, no Brasil, o pesadelo é, hoje, melhor do que o despetar.

O inusitado não era obra do TRF-4, mas de um desembargador do tribunal. Não um desembargador qualquer. Tratava-se de um desembargador de porta de cadeia. Do tipo que aproveita a condição de plantonista para produzir um habeas corpus partidário, revendo decisão tomada em colegiado por seus colegas. Coisa mantida pelo STJ e STF, as Cortes supostamente superiores de Brasília.

É como se a história do Brasil contemporâneo tivesse pretensões literárias. Ela parece buscar paralelos na dramaturgia grega. Exagera nos detalhes. Transforma o plantão de um magistrado companheiro em oportunidade a ser aproveitada por petistas aloprados. Esforça-se para demonstrar que o exato é o exagero, que a verdade é a esperteza.

Passado o espanto e a correção do despautério, sobrou a evidência de que os libertadores do Supremo fizeram escola. O Judiciário pulou dentro do mesmo micro-ondas que carbonizou a legitimidade do Legislativo e a autoridade do Executivo. Consolidou-se durante a Copa a sensação de que todos os países são difíceis de consertar. Só o Brasil é impossível.

As histórias de horror que ouvimos nos últimos anos - de partidos antropofágicos em guerra permanente, de cofres estuprados, de desemprego selvagem, de impunidade sádica, de bombas orçamentárias - são meras camadas de um abismo que continua sendo cavado com persistência e método. Volto do descanso cansado. O jornalista às vezes tira férias. A realidade nunca. Nem em tempo de Copa.
Herculano
17/07/2018 06:51
HOMENS E LOBOS, por João Pereira Coutinho, sociólogo e escritor português, para o jornal Folha de S. Paulo

Filme 'Custódia' relembra que só existe civilização se existir sacrifício

Sim, todas as famílias felizes são iguais. Mas mesmo as famílias felizes são infelizes nas heranças e nos divórcios.

O amor definha. As máscaras caem. Ressentimentos longamente recalcados emergem com uma violência obscena. Irmãos inseparáveis, capazes de doar mutuamente um rim em caso de necessidade, são agora Caim e Abel nas palavras e nos atos. Amantes eternos viram inimigos eternos.

Onde havia gente refinada há agora animais famintos que lutam pelos despojos da riqueza ou da descendência.

Todos conhecemos esses casos. Alguns de nós já os viveram ?"como vítimas ou algozes. É por isso que o filme "Custódia", de Xavier Legrand, nos é tão próximo. Aqueles somos nós.

E "aqueles" são Antoine (Denis Ménochet) e Miriam (Léa Drucker). Houve um tempo em que namoraram, casaram, tiveram filhos. Quando os conhecemos, esse tempo parece tão distante como a época em que os dinossauros habitaram a Terra.

Agora, Antoine e Miriam vivem nas suas trincheiras bélicas, disputando a custódia do filho Julien (assombroso Thomas Gioria). O rapaz tem 11 anos, tem medo do pai e não quer partilhar a existência com ele. A filha também não - mas, beirando os 18 anos, é quase adulta e fará o que entender.

O pai, compreensivelmente, não se conforma. Acusa a mãe de manipulações torpes. E pede em tribunal uma segunda oportunidade.

O tribunal acede ao pedido do pai. Mas o pai não está disposto a uma segunda oportunidade; ele quer regressar à primeira oportunidade e o filho serve como instrumento para esse passado que só existe na cabeça dele.

Rejeitado pela mulher e pelos filhos, Antoine se transforma em animal selvagem. É o início da sua desintegração como ser social.

O filme de Xavier Legrand é primoroso na forma como retrata esse paradoxo assustador: o momento em que o ódio pela ex-mulher suplanta até o amor pelo próprio filho. Quem disse que o amor parental era o mais forte dos sentimentos humanos? Nem sempre, leitor otimista.

Mas Antoine, na sua brutalidade instintiva, relembra-nos de uma verdade dolorosa sobre a condição humana: só existe a civilização se existir primeiro o sacrifício. Ou, melhor dizendo, a única forma de não nos matarmos mutuamente passa pela capacidade de renunciarmos às nossas vaidades e frustrações.

Freud explica isso. Mas, antes de Freud, houve Thomas Hobbes. No estado da natureza, os homens estavam entregues ao seu destino. Por isso a vida era solitária, pobre, sórdida - e curta.

Para impedir esse negro destino, foi preciso sacrificar algo no altar do Leviatã: a liberdade radical e mortal que só temos na selva, onde "o homem é o lobo do homem". Foi preciso, em suma, renunciar a ganhos imediatos em nome de um bem maior: a paz e a segurança possíveis para todos.

Sem esse sacrifício, a história não teria saído das cavernas. Aliás, a própria experiência democrática depende desse sacrifício. O professor e ensaísta britânico David Runciman, em livro recente que vou comentar na próxima coluna ("How Democracy Ends"), relembra essa verdade: um dos maiores perigos para a sobrevivência da democracia está no declínio da cultura cívica que lhe servia de suporte.

Essa cultura cívica significa uma coisa: eu aceito a vontade da maioria, mesmo que essa vontade seja contrária aos meus interesses imediatos. Por quê? Porque a continuidade do regime democrático é mais importante do que as minhas conveniências momentâneas.

Umas vezes ganhamos, outras perdemos. É a vida.

Mas a derrota da minha causa não autoriza a transformação da arena pública em campo de batalha.

Dizer que esse espírito de sacrifício está em regressão nas democracias ocidentais é, obviamente, um eufemismo. Mas é preciso acrescentar que essa regressão começa nas nossas próprias vidas ?"na forma como falamos continuamente de "direitos" sem nunca nos considerarmos sujeitos de "deveres".

No filme, Antoine começa por aceitar as regras da sociedade estabelecida: perante o tribunal, ele parece disposto a sacrificar as suas "dores narcísicas" em nome da convivência gentil com a mulher e do afeto que sente pelo filho.

Mas essa disponibilidade é uma ilusão: Antoine é incapaz de suportar as frustrações da realidade. O lobo suplanta o homem. O que antes poderia ser compromisso é agora um imperativo de destruição.

Não revelo o final. Exceto para concordar com a lição do filme: o inferno provocado pela recusa da civilização só pode ser redimido pelos instrumentos da própria civilização.
Herculano
17/07/2018 06:43
QUANTO CUSTA?

Conteúdo de O Antagonista. Os eleitores assistem enojados às negociatas dos partidos para apoiar este ou aquele candidato.

O motivo é um só: a Lava Jato demonstrou que, em 2014, esses apoios foram comprados com dinheiro de propina.

Quer uns exemplos?

- A Odebrecht confessou que, a pedido de Guido Mantega, pagou 4 milhões de reais ao PDT.

- PCdoB, PRB e Pros foram acusados de receber 7 milhões de reais cada um para se aliar ao PT.

- A JBS repassou 36 milhões de reais a PR, PP, PRB e PCdoB para bancar o apoio a Dilma Rousseff.
Herculano
17/07/2018 06:40
DEPUTADOS TOCAM PROJETOS QUE FAVORECEM EMPRESAS DE SUAS FAMÍLIAS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Políticos deveriam recusar relatoria de propostas que possam gerar ganho próprio

A bancada empresarial está com a produtividade em alta na Câmara. Sem pudores, deputados que são donos de negócios em seus estados tomaram as rédeas de projetos e emendas que beneficiam firmas de suas próprias famílias.

Nelson Marquezelli (PTB-SP) não demonstrou constrangimento ao apresentar uma emenda que anistiava multas aplicadas na paralisação dos caminhoneiros. Ele é dono de uma frota de 120 caminhões que distribui produtos da Ambev.

Marquezelli negou conflito de interesses e disse que a empresa não pertence a ele, mas aos filhos - como se isso amenizasse o favorecimento. De todo modo, Michel Temer deve vetar a emenda.

Ninguém disse a João Arruda (MDB-PR) que seria má ideia relatar a Lei de Licitações, que exige de empreiteiras seguro-garantia de 30% dos grandes contratos com o poder público. O sogro de Arruda, veja só, é dono da JMalucelli Seguradora.

"Não posso abrir mão da minha função parlamentar por conta do sucesso empresarial do meu sogro", justificou Arruda. O deputado não foi o autor desse trecho do projeto, que saiu do Senado, mas fala como se a escalação de outro relator para o texto fosse uma perda irreparável.

Os exemplos são variados. O projeto que flexibiliza o uso de agrotóxicos foi apresentado em 2002 por Blairo Maggi (PP-MT), bilionário da produção rural. O relator na Câmara é Luiz Nishimori (PR-PR), cuja família toca uma empresa agrícola que, no passado, vendia agrotóxicos.

O deputado Newton Cardoso Jr. (MDB-MG) relatou e ajudou a aprovar um programa de refinanciamento de dívidas de contribuintes, no ano passado. Em seguida, aderiu ao parcelamento com duas empresas.

Os parlamentares negam estar em busca de benefícios. Ninguém quer impedi-los de exercer seus mandatos, mas eles deveriam seguir a regra de impedimento dos juízes. Basta recusar o comando e a relatoria de processos que podem render ganhos financeiros particulares - em geral, às custas dos cofres públicos.
Herculano
16/07/2018 16:38
O GOLPE FRACASSADO, por Rodrigo Constantino, na Revista IstoÉ

Eduardo Cunha é um deputado que foi eleito várias vezes e chegou a presidir a Câmara. Por conta de suas medidas populares, desafiou as elites do país, e acabou sendo perseguido por um juiz partidário. Mas, felizmente, um desembargador corajoso aproveitou um plantão de domingo e mandou a Polícia Federal soltá-lo, insistindo três vezes na ordem. Vários foram para a porta da prisão gritar "guerreiro do povo brasileiro".

A mídia golpista aponta o elo do desembargador com o MDB, alegando que ele foi advogado do partido por duas décadas, foi indicado ao cargo pelo presidente Michel Temer e trabalhou com caciques do partido, além de ter doado pessoalmente dinheiro para a campanha de um deles. Mas é tudo parte do mesmo golpe das elites, claro, pois temem que Cunha possa disputar cargos políticos de forma democrática.

O leitor que ainda não abandonou a coluna deve achar que surtei. Mas calma. Vamos agora trocar Cunha por Lula, MDB por PT e Temer por Dilma. Temos, agora, a narrativa que a quadrilha petista usou para justificar a escancarada tentativa de golpe no domingo passado, com o protagonismo do desembargador Rogério Favreto. O absurdo do discurso salta aos olhos mais fácil quando imaginamos outros personagens envolvidos.

Isso se deve às décadas de lavagem cerebral no Brasil, com o monopólio das virtudes por parte dos socialistas. Como eles - e só eles - "importam-se" com os mais pobres, todo ataque contra o PT se deve ao ódio da elite perversa que pretende preservar o sistema explorador. E com essa desculpa uma turba de marginais chegou ao poder e até hoje tenta se blindar da Justiça e das críticas.

Nada disso seria possível sem a conivência da própria elite. Não foi o "povão" que colocou o PT no poder, mas sim os professores, artistas, empresários, freis e jornalistas. Foram esses que venderam aos leigos a ideia de que Lula era um redentor dos oprimidos e o PT sinônimo de "justiça social", e que impediram qualquer debate sério sobre os fatos.

Sem o duplo padrão a esquerda radical não iria a lugar algum. Ela precisa dessa régua diferenciada que mede os outros de uma forma, e ela mesma de maneira completamente diferente. Funciona como a mente de um racista fanático, que só consegue ver raças inferiores e superiores na frente, de acordo com a cor da pele. Troca raça por ideologia e temos o petismo.

No filme "Tempo de matar", o advogado, personagem de Matthew McConaughey, convence o júri quando conta uma história do estupro de uma menininha, e depois pede que fechem os olhos e imaginem que ela é loira. Colocar-se na pele do outro, eis a receita para combater o racismo. O mesmo pode ser dito aos esquerdistas: imaginem que o preso que seria solto nesse golpe fajuto fosse o Cunha. Qual seria o veredicto?

Não foi o "povão" que colocou o PT no poder, mas sim os professores, artistas, empresários, freis e jornalistas
Herculano
16/07/2018 16:34
O QUE AS TRANSPORTADORAS, INTERVENCIONISTAS E BOLSONARISTAS USANDO OS CAMINHONEIROS FIZERAM SENÃO QUEBRAREM AINDA MAIS O PAÍS ANTES DAS ELEIÇõES ONDE SE APRESENTAM COMO OS SALVADORES DA PÁTRIA.

APóS GREVE, "PRÉVIA DO PIB" TEM QUEDA DE 3,34% EM MAIO, INDICA BANCO CENTRAL

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Após subir 0,50% em abril (dado já revisado), a economia brasileira registrou forte retração em maio de 2018, em função da greve dos caminhoneiros. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve baixa de 3,34% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou nesta segunda-feira, 16, a instituição.

O índice de atividade calculado pelo BC passou de 138,01 pontos para 133,40 pontos na série dessazonalizada de abril para maio. Este é o menor patamar para o IBC-Br com ajuste desde dezembro de 2016 (132,87 pontos). A atividade em maio foi bastante prejudicada pela paralisação dos caminhoneiros em todo o Brasil, verificada nas últimas semanas do mês.

A baixa do IBC-Br ficou dentro do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam resultado entre - 5,70% e -2,10% (mediana em -3,40%).


Na comparação entre os meses de maio de 2018 e maio de 2017, houve baixa de 2,90% na série sem ajustes sazonais. Esta série encerrou com o IBC-Br em 132,82 pontos em maio, ante 136,78 pontos de maio do ano passado.

O indicador de maio de 2018 ante o mesmo mês de 2017 mostrou desempenho próximo do apontado pela mediana (-3,00%) das previsões de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast (-3,80% a -1,41% de intervalo). O patamar de 132,82 pontos é o pior para meses de maio desde 2009 (124,41 pontos).

Índice acumulado
O IBC-Br acumulou alta de 0,73% em 2018 até maio, informou o Banco Central. O porcentual diz respeito à série sem ajustes sazonais. Pela mesma série, o IBC-Br apresenta alta de 1,13% nos 12 meses encerrados em maio.

Conhecido como uma espécie de "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A previsão atual do BC para a atividade doméstica em 2018 é de avanço de 1,6%. O porcentual, informado pelo BC no fim de junho, é o mesmo considerado pelo Ministério da Fazenda.
Herculano
16/07/2018 16:26
da série: o PT e a esquerda do atraso nos fazem de analfabetos, ignorantes e desinformados.

O PT E A MORTALIDADE INFANTIL

Conteúdo de O Antagonista. Gleisi Hoffmann, muito indignada, publicou em seu Twitter link para uma reportagem da Folha que mostra que a mortalidade infantil no país subiu pela primeira vez em 26 anos.

Culpou, claro, o governo de Michel Temer, o ex-maravilhoso vice do PT em dois mandatos. "Mais de 20 anos para construir e apenas 2 anos para acabar com tudo. Temer faz o oposto: 20 anos em 2, de atraso!".

Nem a senadora nem sua assessoria, ao que parece, leram a primeira frase da reportagem: "Pela primeira vez desde 1990, houve aumento na taxa de mortalidade infantil do Brasil em 2016".

Volto: 2016 tem governo Dilma Vana Rousseff, PT e o que se apura nas estatística para àquele ano, certamente é reflexo da política praticada em anos anteriores, todos governados pelo PT
Herculano
16/07/2018 16:18
CÁRMEN E OS PLANOS DE SAÚDE: PRESIDENTE DO STF CONCEDE LIMINAR CONTRA RESOLUÇÃO DA ANS; DESPACHO DE VIÉS JACOBINO É POPULISMO JUDICIAL, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Cármen Lúcia, presidente do Supremo, que está se despedindo da gestão mais desastrada e desastrosa da história do tribunal, não perdeu a chance de meter, uma vez mais, os dois pés no populismo judicial e atendeu a um pedido equivocado da OAB - para não variar - e suspendeu a Resolução Normativa nº 433/2018, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, que disciplina a coparticipação e a franquia dos planos de saúde. Atendeu a uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) impetrada ela Ordem. Carmem estava dando apenas uma liminar, mas resolveu adotar, assim, o sotaque da "Marselhesa" em tempos de vitória da França no Mundial. Escreveu a doutora em seu despacho subjacobino:

"Saúde não é mercadoria. Vida não é negócio. Dignidade não é lucro. Direitos conquistados não podem ser retrocedidos sequer instabilizados, como pretendeu demonstrar a entidade autora da presente arguição de descumprimento de preceito fundamental."

Começo pela mais enigmática das frases. O que quer dizer exatamente "Dignidade não é lucro?" Não há como o conteúdo dessa bobagem não sugerir que o lucro é, em si, indigno, embora, muito provavelmente, a pensadora aprendiz tenha tentando dizer que o lucro não pode se pôr acima da dignidade, tese que, até onde sei, ninguém defende. Já que as palavras têm origem e consequência, lembro àquela senhora que a demonização do lucro deu à luz as tiranias do Século 20.

Claro que a vida não se resume ao negócio, mas um seguro-saúde ou plano fazem, sim, negócio com a vida, assim como a compra e a venda de campas fazem negócio com a morte. E não há nada de errado nisso. A menos que a doutora entenda que esses domínios da experiência humana devam estar exclusivamente sob a guarda do Estado, razão, então, para se criar a "Vidabras" e a "Mortebras", contratando alguns milhares de funcionários públicos com estabilidade para cuidar do assunto. O que lhes parece? Na perspectiva da economia de mercado, a saúde pode, sim, ser mercadoria, o que não quer dizer que a relação entre as partes não deva ser pautada por uma ética. Vejam o caso de Cármen Lúcia: só se tornou ministra do Supremo em razão do mercado da política. Indicar uma mulher, qualquer que fosse - e deu em Cármen - fazia parte da lojinha de badulaques ideológicos de Lula. Vida é mercado, Cármen Lúcia, embora não se esgote nele.

A doutora pratica ainda outra frase estupenda: "A confiança em todo o sistema não pode ser diminuída ou eliminada por normas cuja correção formal é passível de questionamento judicial". Como é? E quando uma decisão qualquer não é passível de questionamento judicial? A ser assim, o STF há de se meter até na correção do preço do tomate na feira...

Na liminar concedida suspendendo a Resolução 433, da Agência Nacional de Saúde Suplementar, a ministra Cármen Lúcia, do STF, compra a tese absurda da OAB, segundo a qual a dita-cuja estabelece "severa restrição a um direito constitucionalmente assegurado (direito à saúde) por ato reservado à lei em sentido estrito". Severa restrição? Qual? Sobre o que dispõe mesmo a Resolução 433?

- disciplina o regime de coparticipação e franquia, pelo qual o paciente pode ter de pagar até 40% de alguns procedimentos;
- a franquia é o valor definido no momento do contrato cuja responsabilidade é do paciente;
- estabelece um limite para a coparticipação, que não pode ser superior à mensalidade do plano e/ou, no ano, a 12 mensalidades;
- lista 250 procedimentos que não podem estar sujeitos a nenhuma forma de pagamento; entre estes, estão consultas com médicos generalistas, exames de pré-natal e tratamento de doenças crônicas, como hemodiálise, por exemplo;
- no atendimento de pronto-socorro, o valor cobrado há de ser fixo e único, pouco importando o tipo ou número de procedimentos, e não poderá ser superior a 50% da mensalidade;
- importante: as novas regras passariam a valer em 180 dias, apenas para novos contratos.

Sei bem... A esta altura, há bobalhão achando que estou aqui a defender os planos de saúde, contra os interesses dos usuários, não é isso? Eu seria o mauzinho da história, enquanto Cármen seria a boazinha, não é isso? Eu estaria alinhado com os que querem explorar os pobrezinhos, e a ministra, ora vejam!, mais uma vez, estaria ao lado dos cidadãos espoliados pelos "defensores do lucro" e pelos "mercadores da vida".

O sotaque esquerdopata da liminar de Cármen só engana os trouxas de esquerda e os xucros de direita. Saibam os senhores: hoje, não há regra nenhuma. Os planos podem fazer novos contratos e cobrar o que lhes der na telha, incluindo ou excluindo procedimentos sujeitos a pagamentos segundo a sua vontade. Sob o pretexto de proteger os coitadinhos, apelando ao amparo constitucional ao direito à vida e à saúde, a doutora mete o Judiciário numa relação entre privados, cuja mediação já está definida pela própria Carta: justamente a ANS.

Mais: em ficando tudo como está, continuaremos a assistir à proliferação de planos picaretas, que cobram dos associados um valor ridículo por mês, garantindo um número igualmente ridículo de procedimentos - que excluem, por exemplo, os exames de pré-natal -, constituindo-se como verdadeiros caça-níqueis. Seu ganho está em arrecadar pouco de muita gente, sem oferecer quase nada em troca. Resumo da ópera: os pacientes acabam engrossando as filas do SUS. A resolução da ANS contribuía para coibir tal prática, ora liberada por Cármen Lúcia, com o patrocínio da OAB.


Eu sempre começo a tremer todas as vezes em que a Ordem se junta com expressões ou facções do Supremo para defender os cidadãos. Sei que virá porcaria. Ou não foi assim com a proibição da doação de empresas a campanhas eleitorais? Temos, desde já, o maior percentual de caixa dois nas campanhas de que se tem notícia. A menos que os ministros Luiz Fux e Roberto Barroso, os grandes promotores da medida, digam de onde os ainda pré-candidatos estão tirando dinheiro para a sua pré-campanha. Que se saiba, o tal fundo de financiamento ainda não foi liberado.

O que mais prolifera hoje em dia no Brasil são candidatos ao inferno, cavalgando o asno das boas intenções.
Herculano
16/07/2018 16:07
EX-GUERRILHEIRA TEVE CASO COM TORTURADOR, DIZ LIVRO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ex-guerrilheira do Araguaia no início dos anos 1970, Crimeia Almeida, codinome "Alice", manteve longa relação amorosa com Joaquim Artur Lopes de Souza, o "Ivan", militar que a interrogara. A revelação é do livro "Borboletas e lobisomens", do jornalista e historiador Hugo Studart (ed. Francisco Alves), a ser lançado nesta terça (17) em Brasília. O livro sugere que os registros dessa relação foram destruídos por "Ivan". A coluna não conseguiu fazer contato com a ativista Crimeia Almeida.

CONTATOS FREQUENTES
Coube a "Ivan" devolver Crimeia à casa dos pais, em BH, em 1972. Ele ficou na cidade uma semana e a visitaria várias vezes, segundo o livro.

INDENIZAÇÃO DE PERSEGUIDA
Das mulheres presas no Araguaia, só Crimeia alegou ter sido torturada, apesar de grávida, ao reivindicar indenização da Comissão de Anistia.

ENXOVAL DOS MILITARES
No Hospital das Forças Armadas, onde deu à luz, Crimeia foi assistida por Léa, mulher do general Antônio Bandeira. Ganhou até enxoval.

'MISSÃO DE RECONHECIMENTO'
O livro diz que em 1973 Criméia levou "Ivan" ao local no Araguaia onde depois foram executados 4 guerrilheiros, inclusive o pai do seu filho.

PARA 39,2%, RORIZ FOI O MELHOR GOVERNADOR DO DF
Joaquim Roriz governou o DF quatro vezes, seu mandato mais recente acabou em 2006 e 12 anos depois é considerado o melhor governador de sempre para 39,2% dos brasilienses, segundo levantamento do Paraná Pesquisas exclusivo para o portal Diário do Poder. O 2º na lista é José Roberto Arruda (17,5%) e Cristovam Buarque (12,1%) é o terceiro. Agnelo Queiroz, que sequer foi ao 2º turno quando tentou se reeleger, tem 3,1% e o atual mandatário, Rodrigo Rollemberg, 2,7%.

TÁ EXPLICADO
O baixo desempenho de Rollemberg é reflexo da impressão de 53,6% dos eleitores de que a situação do DF piorou nos últimos quatro anos.

MEMóRIA CURTA
Roriz e Arruda renunciaram a mandatos após denúncias de corrupção. Arruda chegou a ser preso quando governava o Distrito Federal.

METODOLOGIA
A pesquisa ouviu 1.540 eleitores do DF de 6 a 11 de julho. A margem de erro é de 2,5%. Pesquisa registrada no TSE sob nº DF-00150/2018.

PR COM CIRO
Maioria da bancada do PR na Câmara quer apoiar Jair Bolsonaro para presidente, para aproveitar a popularidade do candidato em suas campanhas. Mas quem manda no PR é seu dono, o mensaleiro Valdemar Costa Neto, que prefere apoiar Ciro Gomes (PDT).

PAPO DE CANDIDATO
Em campanha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem dito que o teto dos gastos impede o aumento de salário de servidores. Na verdade, o que impede mesmo é o rombo bilionário nas contas.

DINHEIRO NA CONTA
As produtoras, que ganham dinheiro em anos eleitorais, já sofriam com o desinteresse da clientela. Mas foi só o TSE liberar o dinheirão do fundo eleitoral para deflagrar o ritmo alucinante de negociações.

Só A CRIATIVIDADE SALVA
Sexta (13) à tarde, um cliente queria Sedex e a funcionária da agência dos Correios da 208 Sul, em Brasília, contou que já não havia as caixas de papelão para o serviço. Cheia de boa vontade, usou da imaginação: foi cortando uma caixa grande até formar a caixinha de Sedex.

CUSTO POLÍTICO E PESSOAL
Rollemberg atribui seu desgaste às "medidas amargas" ante a situação de terra arrasada do governo do DF. "O custo político e pessoal foi enorme", diz, mas espera que na campanha a população o absolva.

HISTóRIA ESCONDIDA
Diplomatas olhavam meio enviesado para José Aparecido porque ele não era de carreira, quando foi um espetacular embaixador em Lisboa. Em 1996 ele criou a CPLP, reunindo Países de Língua Portuguesa, de cuja 12ª reunião de cúpula Temer participa em Cabo Verde, amanhã. Mas esse detalhe é omitido pelo governo no papelório sobre o evento.

COMEÇOU BEM
Recém-lançado ao Senado no DF, o líder evangélico Fadi Faraj aparece com 4,9% no primeiro levantamento do Paraná Pesquisa para o Diário do Poder. É irmão da deputada distrital Sandra Faraj (PSD).

OUTROS TEMPOS
A Copa da Rússia acabou, foi um sucesso e fez o País figurar nos jornais do mundo inteiro. Há exatos 100 anos, os russos também viraram notícia mundial, mas pelo assassinato da família imperial.

PENSANDO BEM...
...locupletemo-nos todos, com recessos no meio e no fim do ano, ou restaurem-se férias de 30 dias para todo servidor público.
Herculano
16/07/2018 15:55
TRÊS RELATOS RIDÍCULOS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

'Coletivos' vigiam em festas o comportamento dos meninos que gostam de meninas

Então, ela me diz, com voz abafada: "As festas na escola viraram um inferno para as meninas, como eu, que gostam de meninos". Eis o primeiro relato ridículo.

A escola pode ser tanto uma instituição de nível médio como superior. O tipo de inferno descrito é o mesmo. Descrever-se como pertencente a um grupo definido como "meninas que gostam de meninos" soa um tanto estranho para quem não convive com os jovens de hoje, esmagados entre todo tipo de modinha identitária que quer, a todo custo, dizer que "meninas que gostam de meninos" não são maioria.

Minha fonte (são muitas, na verdade) tem medo de ser identificada na escola como sendo aquela que denunciou o inferno em que se transformaram as festas. Que inferno é esse, afinal?

Um nova prática ocorre nessas festas. "Coletivos" vigiam o comportamento dos meninos que gostam de meninas.

Esses coletivos pretendem garantir que não haverá assédio. O clero medieval mais tarado não teria uma ideia tão diabólica em suas condenações ao pecado da carne. Como se vigia isso numa festa? Você fica olhando de perto os casais héteros possíveis? Você exigirá ouvir as conversas deles? Obrigará aos meninos fazer uma confissão de "intenção culposa" a priori?

Ou os beijos seriam supervisionados? Como passar as mãos, de forma privada, nos seios das meninas que gostam de meninos? Tanto os meninos quantos as meninas precisam ser detalhadamente escrutinados em seus comportamentos se quisermos ter certeza de que o "amasso" é politicamente correto. O velho ódio ao sexo está por detrás desses "coletivos".

Haverá, como havia na Cuba revolucionária, "métodos de analise de comportamento", nesse caso, para identificar como um menino que gosta de meninas paquera ou assedia? Na Cuba revolucionária, tais "métodos de análise de comportamento" eram dedicados a identificar o que os marxistas de raiz chamavam de "degeneração burguesa", a saber, o homossexualismo (termo fora de uso hoje).

Os meninos, então, tornam-se tímidos, temerosos de estarem cometendo algum "delito de comportamento" e, por consequência, afastam-se das meninas que gostam deles, inclusive, por temerem que, em algum momento, serão objeto de denúncia. Todo mundo que não é mentiroso sabe que a "caça às bruxas" em matéria de comportamento moral sempre deságua em taras inquisitoriais. Tais "coletivos", na verdade, nada mais são do que espíritos fascistas, com pautas novas de violência.

Um amigo europeu me conta, assustado, que lá, no continente perfeito, um movimento cresce, chamado "igualdade na aviação". Eis o segundo relato ridículo. E o que é essa "igualdade na aviação"?

Trata-se da pressão para acabar com a classe executiva e distribuir o espaço dentro do avião de forma igualitária. Risadas? Alguns milímetros a mais. E o mundo se dobraria à inveja, ao ressentimento e à raiva. Nunca mais uma pessoa teria o direito de trabalhar mais e pagar uma classe executiva para seduzir ainda mais sua namorada apaixonada.

Nunca mais, depois de anos de trabalho, alguém poderia pagar no cartão em cinco vezes sua viagem dos sonhos até o Japão de classe executiva, aos 70 anos.

Uma amiga, também da Europa, indignada, me conta que há um novo ativismo radical na França. Eis o terceiro relato ridículo. Não se trata de fundamentalismo islâmico matando ocidentais sujos, mas sim de fundamentalistas veganos ameaçando açougueiros franceses. Risadas?

Frases como "carne é assassinato" e "basta de especismo" são pintadas nas vitrines dos açougues. A raiz conceitual é o trabalho do filósofo Peter Singer. Segundo este utilitarista, animais são seres sencientes: podem não ter consciência da dor como nós, mas têm o bastante em termos de sensibilidade, logo, não podemos pensar neles como "comida", como se fossem objetos.

A analogia é com o racismo, que entendia que negros eram inferiores e, por isso, eram "feitos" para a escravidão. "Especismo" é achar que os animais seriam inferiores e, por isso mesmo, podem ser comidos.

A analogia é linda, mas a ideia é típica de quem fica muito tempo no escritório delirando. A natureza se devora. Alimentar crianças só com rúcula é coisa de torturador infantil. Modinha de riquinho entediado.

É tudo pecado para esses ridículos. Assim como nos outros relatos ridículos, o mundo avança, de novo, para viver sob o controle da mente inquisitorial que odeia tudo que não cabe na cabecinha e na vidinha dela.

Mundo feio este. Sem sexo, sem conforto e sem gosto.
Herculano
16/07/2018 15:52
SIMPÁTICA PRESIDENTE DA CROÁCIA SE TORNA EXEMPLO PARA OS POLÍTICOS BRASILEIROS

Kolinda ?não usa dinheiro público para suas viagens na Copa do Mundo 2018, na Rússia. Pega voos comerciais, pagos com o dinheiro do próprio bolso, e também desconta de seu salário os dias não trabalhados. Política se transformou em torcedora símbolo do time de sensação deste Mundial

Conteúdo do site Gazeta do Povo, Curitiba PR. Texto de Jonathan Campos. Nenhuma autoridade política se destacou tanto na Copa do Mundo 2018 quanto Kolinda Grabar-Kitarovic, a presidente da Croácia - até o anfitrião Vladmir Putin perdeu para ela.

Apaixonada por futebol, a mandatária de 50 anos acompanhou quase todos os jogos da seleção croata in loco, uniformizada, de forma frenética, em pé, sofrendo, aplaudindo, deixando de lado os protocolos. Na fase de grupos, trocou a tribuna de honra pelas arquibancada, por exemplo. Depois de cada triunfo croata, a mandatária se mistura aos atletas nos vestiários, inclusive com copo de cerveja às mãos.

Após a decisão, a política abraçou todos os jogadores croatas, não se preocupando com a chuva forte que caia em Moscou.

E um detalhe aumenta o carisma dela com o público:?não usa dinheiro público para suas viagens na Rússia. Pega voos comerciais, pagos do próprio bolso, e ainda desconta de seu salário os dias não trabalhados.

Mãe de dois filhos (Katarina, 17 anos, e Luka, de 15), Kolinda é de família simples, filha de um açougueiro. Estudou nos Estados Unidos e se elegeu em 2015. Foi embaixadora da Croácia nos Estados Unidos de 2008 a 2011.

Durante a Copa, diante da popularidade obtida pela simpatia na arquibancada, Kolina também foi vítima de fake news (notícias falsas). Uma sequência de fotos de uma mulher na praia, de biquíni, foi atribuída à política, porém são da atriz norte-americana Nicole Coco Austin, casada com o ator Ice-T.
Herculano
16/07/2018 15:40
CORDA ESTICADA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Insistência na candidatura de Lula podem prolongar indefinição até poucos dias antes do primeiro turno

Mesmo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva preso há mais de três meses e após sucessivas derrotas nos tribunais, o PT parece longe de abandonar a estratégia que escolheu para as eleições de outubro.

O partido mantém a disposição de registrar seu líder como candidato à Presidência, ignorando o veto imposto pela Lei da Ficha Limpa a políticos que têm condenação confirmada por um colegiado.

O plano dos petistas é pedir o registro em 15 de agosto, prazo final estabelecido pela legislação. Ainda não se sabe exatamente como o Tribunal Superior Eleitoral tratará o pedido, mas é certo que o PT recorrerá contra qualquer decisão que implique sua rejeição.

Ao pesquisar a jurisprudência sobre o assunto, a equipe que assessora Lula identificou dezenas de casos de candidatos que puderam disputar após recorrer contra o indeferimento do registro - e vários que conseguiram reverter suas sentenças após a eleição.

Condenado pelo juiz Sergio Moro a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente teve a sentença reafirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e perdeu todos os recursos que apresentou a cortes superiores até agora.

Embora as possibilidades de revisão da condenação se afigurem remotas, a aposta dos petistas é que, de recurso em recurso, terão condições de prolongar a indefinição até o ponto em que ficará tarde demais para impedir que a foto de Lula apareça na urna eletrônica quando o eleitor digitar o número do PT.

A tese de que Lula é inocente e só foi condenado porque é perseguido por Moro e pelos procuradores da Lava Jato não encontra acolhida nos tribunais, mas ajuda a manter a militância coesa.

Não foi outro o sentido da extravagante manobra tentada há uma semana pelos três deputados que convenceram o juiz federal Rogério Favreto a determinar a libertação de Lula, ordem que acabou revogada antes de ser cumprida.

Embora o líder petista continue longe das ruas, o episódio serviu para reforçar a pressão de seus aliados sobre o Judiciário, que tende a aumentar se for levada adiante a greve de fome anunciada por militantes de movimentos sociais.

Lula alcançou 30% das preferências na última pesquisa do Datafolha. Se a Justiça barrá-lo, sua força eleitoral parece suficiente para tornar competitivo quem o PT indicar para o seu lugar - os mais cotados são o ex-prefeito Fernando Haddad e o ex-ministro Jaques Wagner.

A lei permite que a substituição ocorra até 17 de setembro, quando faltarão três semanas para o primeiro turno. Talvez seja o suficiente para um petista chegar ao segundo turno. Mais difícil é enxergar o que o eleitor poderá ganhar esperando tanto tempo por uma definição.

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