Dois projetos do médico e vereador Sílvio transferem o desconto do IPTU pago à vista para construir a UTI no Hospital de Gaspar. Secretário de Kleber diz que a prioridade é outra - Jornal Cruzeiro do Vale

Dois projetos do médico e vereador Sílvio transferem o desconto do IPTU pago à vista para construir a UTI no Hospital de Gaspar. Secretário de Kleber diz que a prioridade é outra

31/10/2019

O dinheiro da discórdia I

Já escrevi que o Hospital de Gaspar está sempre em perpétuo socorro, a santa madrinha da fé católica que emprestou o nome e deveria abençoá-lo, pois foi criado pelo filantropo de visão comunitária e exemplo ímpar por aqui, Frei Godofredo. Ele convencia, unia e liderava. Contudo, são as desavenças dos homens, os quais se acham donos da cidade, travestidos de políticos e defendendo seus grupos de poder, que transformaram o Hospital numa marca de atraso, problemas, erros, equívocos e dúvidas. E para variar, há mais uma disputa naquilo que não se teria à mínima dúvida e razão de ser, pois o objetivo seria o de dotar o Hospital de mais recursos técnicos, ser referência e com isso, salvar vidas.

O dinheiro da discórdia II

O médico cardiologista, funcionário público municipal, evangélico, cria política do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, Silvio Cleffi, PSC, foi autor de dois Projetos de Lei na Câmara. Eles imitam uma ação bem-sucedida em Timbó onde os descontos do pagamento à vista do IPTU, se o proprietário assim quiser, iriam para num fundo feito à construção da UTI do Hospital. Coisa simples, aparentemente. Mas, não por aqui, onde as vaidades e interesses dos grupos políticos e supostos líderes estão em jogo permanentemente contra a cidade, os cidadãos – os mais vulneráveis - e contra o que pregou Frei Godofredo no seu legado de exemplos.

O dinheiro da discórdia III

A pinimba começou na tramitação dos projetos de Silvio na Câmara. A quem se interessar, basta rever as sessões ou às várias colunas aqui. Dificultou-se ao máximo. E por que? Acertos contábeis e financeiros cheia de pegadinhas? Desculpas para boi dormir. Na verdade, era uma retaliação pela boa iniciativa do vereador Silvio e a possível vantagem dele numa disputa política. É que Silvio desde dezembro de 2017 deixou de ser um boneco político da turma de Kleber. A contragosto dela, elegeu-se presidente da Câmara – contra Franciele Daine Back, PSDB - e foi automaticamente alçado à condição de adversário. E por isso, Silvio se tornou um crítico dos erros do governo Kleber. Depois que os projetos de Silvio que permitiam a criação do fundo para a construção da UTI foram sancionados por Kleber, revelou-se a verdadeira intenção do governo sobre à prioridade no uso desses recursos feitos com o dinheiro dos gasparenses.

O dinheiro da discórdia IV

O prefeito de fato, secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, ex-secretário de Saúde, advogado e presidente do MDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, foi à rádio dizer que o dinheiro das leis para o fundo da UTI do Hospital seria usado prioritariamente para melhorar o Pronto Socorro, onde está o gargalo e problemas de atendimento do Hospital. Esta possibilidade realmente está nas leis, mas não como prioridade. Fez parte das concessões que Silvio fez para ver seus projetos aprovados. Afinal, antes de uma UTI é preciso um Pronto Socorro à altura dela. E nisto Roberto Pereira está certo. Mas, precisa usar esse dinheiro que a priori teria outra finalidade? Silvio entende que a melhoria do PS preparatória à UTI seria um aparelho de ressonância, uma unidade de hemodiálise e ampliação da sala de cirurgia. Não apenas o básico como quer o secretário e que não garante uma UTI.

O dinheiro da discórdia V

O Hospital de Gaspar precisa de uma UTI? Eu penso que sim. Mas, antes, e já escrevi várias vezes, é preciso saber quem é o dono dele. Ele está sob uma intervenção marota da prefeitura feita pelo PT e abonada pelo MDB e PP. A prefeitura gasta com ele quase R$800 mil por mês dos pesados impostos dos gasparenses. Transparência zero. As dívidas só aumentam, isto sem falar nas sucessivas acusações de erros médicos que exigem indenizações. A comunidade, familiares e doentes esperam respostas. E elas não vêm. Nenhum profissional de reconhecida qualidade específica no gerenciamento em hospitais não consegue ficar por aqui. E por que disso? Só enrolação. Por exemplo, agora, o Hospital está sendo governado por uma “junta” de iluminados do poder de plantão. E em decorrência disso, os problemas de atendimento se agravaram sobremaneira. Então verdadeiramente quem está na UTI? O Hospital e a sua gestão técnica e de políticos.

O dinheiro da discórdia VI

Com tantos e graves problemas, qual a verdadeira razão que move o governo Kleber por meio do seu secretário de Fazenda, vir a público desmoralizar uma iniciativa, ou então gerar dúvidas na população sobre as prioridades no uso de um dinheiro doado para melhorar o atendimento do Hospital aos gasparenses? Incrível! Qual a razão para contrariar o exemplo que Frei Godofredo deu aos gasparenses em tempos de dificuldades e restrições bem maiores do que as de hoje? O uso político partidário de um hospital filantropo ou “público” como o nosso, beira a um crime. Afinal quem é o dono do Hospital de Gaspar? Quem se arrisca a responder esta simples pergunta à população e assumir as responsabilidades inerentes deste ato? Quem vai tirar o Hospital de Gaspar da hipócrita UTI onde está metido por gente sem compaixão com os mais necessitados? Por que iniciativas de melhoria dele como a de Silvio são boicotadas e por questões políticas partidárias? Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

A foto aqui fala mais que qualquer texto. A má drenagem da Rua Frei Solano, no Gasparinho – e amplamente divulgada aqui – foi feita sem projeto, sem transparência, sob dúvidas e erros. Denunciada no Ministério Público da Comarca, não prosperou.

Recentemente, o vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, foi ao MP daqui cobrar uma explicação. E lá, foi informado de que até dois técnicos de Florianópolis vieram a Gaspar. Mas, nada puderam fazer porque tudo estava enterrado. Decepções e comemorações. Conclusão: dinheiro público desperdiçado e ninguém responsabilizado.

Agora, depois de quase um ano, veio a hora de asfaltar o que estava enterrado na Frei Solano. A prova da obra malfeita e “enterrada” está à mostra de todos. Tiveram que quebrar as bocas de lobo e fazê-las novamente. Novo desperdício dos pesados impostos dos gasparenses.

E olha que a prefeitura de Gaspar tinha oficialmente um engenheiro fiscal na obra. Ele foi à Câmara em audiência armada pelo governo para desafiar e desmoralizar os vereadores denunciantes, bem como à imprensa que divulgou os erros.

Quem acabou com essa farra? O Tribunal de Contas numa denúncia do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD. O TCE impediu à licitação 58/2019. Ela permitia esse tipo de esbórnia. E lá, o MP do Tribunal ficou espantado com tudo isso. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1925

Comentários

Herculano
03/11/2019 10:02
COLLOR SOBRE GOVERNO BOLSONARO: "É UM FILME QUE EU JÁ VI"

Conteúdo de O Antagonista. Em entrevista ao Correio Braziliense, Fernando Collor de Mello disse que vê semelhanças entre seu governo e a gestão de Jair Bolsonaro.

"É um filme que eu já vi, embora haja diferenças entre o início do governo Bolsonaro e o início do meu governo, parece que está passando novamente na minha frente. Certos episódios e eventos me deixam muito preocupado, talvez não cheguemos a um bom termo sobre o mandato mal exercido pelo presidente da República - a começar por essa falta de interesse em construir uma base sólida de sustentação no Parlamento. Partindo-se do princípio de que, sem maioria no Congresso, não se governa - isso é uma condição sine qua non em um regime presidencialista, mas também no parlamentarista. O desinteresse em construir essa maioria nos leva a temer um desenlace diferente do que gostaríamos. E, num clima de ingovernabilidade, tudo pode acontecer. Foi um descuido de minha parte, nesse ponto, eu vejo a semelhança de não ter me preocupado, não ter dedicado a atenção devida desde o início do meu governo a um melhor relacionamento com a classe política."
Herculano
03/11/2019 09:57
da série: tecnologia e programação fora de controle para coisas simples e óbvias. Imagina-se para as complexas...e que lidam com vidas

CELULARES VOLTAM A ADIANTAR UMA HORA, MESMO SEM HORÁRIO DE VERÃO

Problema já havia ocorrido no dia 20 de outubro; relógios de rua também indicavam hora errada neste domingo

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Cristina Camargo. Aconteceu de novo. Mesmo com a suspensão do horário de verão este ano, relógios de celulares e de computadores adiantaram uma hora automaticamente na madrugada deste domingo (3) em todo o Brasil.

O mesmo problema já havia ocorrido no dia 20 de outubro, terceiro domingo de outubro, data em que tradicionalmente o horário era adiantado em uma hora.

Na manhã deste domingo, relógios de rua de São Paulo também indicavam o horário errado, uma hora adiantada, o que pode assustar quem for prestar o Enem: confira bem qual o horário correto para não ficar nervoso à toa nem perder a prova.

Segundo explicações divulgadas pelo Google, as modificações realizadas nos últimos dois anos pelo governo brasileiro no horário de verão têm impacto direto no Banco de Dados Global da IANA (em português, Autoridade para Atribuição de Números da Internet), usado por smartphones e dispositivos eletrônicos para garantir sempre a hora certa.

"Na prática, isso significa que alguns celulares possivelmente não tenham a informação necessária para evitar que o relógio dos aparelhos seja alterado automaticamente como se o horário de verão ainda estivesse valendo", informa nota divulgada pelo Google.

Foram duas as mudanças promovidas pelo governo: em 2018, a data de início do horário de verão passou do terceiro domingo de outubro para o primeiro domingo de novembro e, este ano, o horário especial foi extinto pelo presidente Jair Bolsonaro.

Nesta madrugada, foram afetados aparelhos não impactados no dia 20 de outubro.

Mais uma vez, como aconteceu em outubro, proprietários de celulares foram às redes sociais relatar a mudança automática nos relógios e alertar para a necessidade de corrigir o problema em dia de prova do Enem.

Para corrigir o erro, os proprietários de aparelhos Android precisam ir até o item "Configurar"; escolher a opção "Data e hora"; desmarcar a opção "Data e hora automáticas" e, em seguida, configurar a hora correta.

Os proprietários de aparelhos iPhone devem acessar a opção "Ajustes"; em seguida escolher a opção "Geral"; depois tocar na opção "Data e Hora"; então precisam desabilitar a opção "Automaticamente" na configuração do relógio e, enfim, configurar o horário correto.

O horário de verão foi extinto após 34 anos de vigência depois que estudos do Ministério de Minas e Energia mostraram que não existe economia com a mudança dos relógios.

Para Bolsonaro, a alteração afetava o relógio biológico da população e isso é prejudicial ao trabalhador.
Herculano
03/11/2019 07:51
da série: gente doida, ou no mínimo, incoerente. Ela usa preferencialmente as redes sociais e avisa pela televisão (em rede nacional) a qual considera imprópria por ser da extrema imprensa decadente, que não se deve confiar nas informações das redes sociais? Entende-se agora. Ela sabe o que faz e diz. O tempo é senhor da razão.

WEINTRAUB FAZ APELO AOS ESTUDANTES: "DUVIDE DE INFORMAÇõES COMPARTILHADAS NAS REDES"

Conteúdo de O Antagonista. Em pronunciamento em cadeia nacional na noite de ontem, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, deu orientações sobre o Enem.

"Faço aqui um apelo: procure se informar pelos canais oficiais do MEC e do Inep. Duvide de informações que são compartilhadas nas redes sociais. Podem ser fake news", disse o ministro.

Weintraub também destacou que no próximo ano terá início o Enem Digital.

"Como foi anunciado em julho pelo Ministério da Educação, esta será a última edição totalmente em papel. A partir de 2020, daremos início ao Enem Digital, mais uma ação inovadora do governo do presidente Jair Bolsonaro, uma modernidade que trará mais conforto para você e economia aos cofres públicos."
Herculano
03/11/2019 07:39
COMO FUNCIONA

A esquerda do atraso - no Brasil, América Latina e no mundo, incluindo o francês Macron - está quieta sobre a origem do óleo derramado

Os ambientalistas em silêncio sobre a descoberta do causador, queriam o mistério e a culpa pela incapacidade da descoberta para continuar o jogo.

A imprensa continua a mostrar os danos ambientais, mas escondendo os culpados por isso. Triste. Trata-nos todos como analfabetos, ignorantes e desinformados. É assim, que muitos sabidos sobrevivem.

De Alexandre Garcia, constata o óbvio no twitter

O petróleo é do Orinoco; o navio é grego. E apostam que continuamos idiotas - para não perceber que o noticiário omite o nome sacro-ideológico do comércio clandestino do óleo: "Venezuela".
Herculano
03/11/2019 07:30
GUEDES ANUNCIA PRóXIMOS PASSOS DA EQUIPE ECONôMICA

Conteúdo de O Antagonista.Em entrevista à Folha, Paulo Guedes listou o conjunto de medidas econômicas que será encaminhado ao Congresso.

"O pacto federativo é a reforma do Estado em vários capítulos. Primeiro, cria o marco institucional de um novo regime fiscal", afirmou.

Em seguida, o ministro disse que a prioridade será "a redistribuição de recursos do dinheiro do pré-sal. Está dentro da PEC do pacto também. O terceiro capítulo é a PEC dos gatilhos, que também vai para o Senado e que estamos chamando de PEC emergencial, porque ela é para ser aplicada o quanto antes".

"Quarto, reforma tributária, que vai para uma comissão mista ?"parte é PEC, parte não. Quinto capítulo é a reforma administrativa, que vai como PEC também para Câmara. Sexto, privatizações."
Herculano
03/11/2019 07:26
GENTE TORTA, DOENTE E IDEOLóGICA AINDA INFESTA O ENSINO

De Mário Sabino, de Crusoé, no twitter:

Impeachment como "golpe" e Lula como "prisioneiro político" eram as respostas corretas de uma prova de Saúde Pública da USP. @JanainaDoBrasil denunciou e a prova foi cancelada. Não basta. Os responsáveis por esse escândalo precisam ser exemplarmente punidos.
Herculano
03/11/2019 07:06
BOLSONARO E OS DEMôNIOS, por Willian Waack, no jornal O Estado de S. Paulo

Os fatos que atrapalham o presidente não são excepcionais, não fossem demônios

Jair Bolsonaro sente-se e age como homem cercado. Em parte, os motivos para essa autopercepção são práticos e "palpáveis". Em parte, sente-se acuado por demônios de criação própria - em geral, a combinação dos dois leva os personagens da política a cometer erros. É real o cerco que sofre no Judiciário. O filho Flávio é investigado pelo conhecido esquema das "rachadinhas", uma série de inquéritos faz menções a ligações do clã Bolsonaro com milícias no Rio, o TSE está tratando da acusação do envio de mensagens durante a campanha eleitoral de 2018. Porém, tratam-se de dores de cabeça que, tomadas isoladamente, até aqui não são arrasadoras.

Como é perfeitamente normal em sistemas políticos abertos, atribulações com o Judiciário são fartamente utilizadas por adversários. Que agem segundo o habitual método (nem foi a Lava Jato que inventou isso) dos vazamentos de inquéritos ou, nos últimos dias, de divulgação de áudios de figuras como Fabrício Queiroz, essa espécie de assessor "faz-tudo" que é muito útil no dia a dia dos políticos e muito perigoso pelo o que podem dizer.

Note-se que adversários, nesses casos mais recentes, não são apenas a oposição composta por correntes políticas antagônicas, empenhadas como em qualquer outro lugar em atrapalhar o governo.

Os ex-companheiros de luta do próprio presidente são hoje seus mais ferozes críticos, e os mais raivosos ao prometer vinganças. É o resultado comum de ondas disruptivas como a das eleições de 2018: depois da vitória, os diversos componentes dela vão disputar o poder entre si, e Bolsonaro sempre favoreceu seu clã em detrimento do resto. Fatos concretos levaram o "mito" a criar fortes laços de dependência em relação a duas instâncias políticas que ele, como candidato, jurou que desprezaria ou transformaria radicalmente.

A primeira é o âmbito do STF, através sobretudo da figura de seu presidente, ministro Dias Toffoli, visivelmente empenhado em aliviar dores de cabeça políticas e pessoais de Bolsonaro. Mas, se quiser, pode aumentá-las substancialmente. A segunda é a esfera da "política tradicional", à qual Bolsonaro se dedica agora de forma tácita, porém não declarada, pois admitiu com perigosa lentidão que não governa sem ela.

O desarranjo de suas próprias forças, ilustrado no episódio das brigas do PSL, tem como óbvia consequência a necessidade incontornável de se apoiar e depender de outros grupos, a exemplo do que já acontecia com a liderança do governo no Senado. Com um pouco de distanciamento, percebe-se que esse contexto acima nada tem de excepcional, muito menos as brigas de Bolsonaro com setores da imprensa (pode-se dizer que há décadas a história política do Brasil está recheada desse tipo de conflito entre governantes e grupos de mídia).

Ocorre que os verdadeiros donos de sabedoria política tratam de exercitar a serenidade e o cálculo frio, essenciais para se navegar em águas turbulentas ?" mas o que Bolsonaro está exibindo é a caricatura de um personagem consumido no caldeirão fervente de seus próprios demônios, às vezes chamados de "hienas". Ele prefere enxergar sobretudo conspirações e inimigos ocultos (seu ídolo, Donald Trump, fala sempre de um "deep state") mancomunados para derrotá-lo em sua missão divina e tornada possível por um milagre (sobreviver à facada), num tipo de visão de mundo que inclui mesmo o resto do mundo (conspirações ou forças do mal arquitetando-se no Chile, Argentina, óleo nas praias, Amazônia, etc.).

Lutando contra seus demônios, vai sendo engolido pelo "buraco" (a expressão é do próprio Bolsonaro) no qual está um País estagnado, recuperando-se muito lentamente da mais brutal recessão da sua história, habitado por milhões cujas expectativas não atendidas crescem tanto quanto sua impaciência - isto sim, é diabólico.
Herculano
03/11/2019 07:01
da série: mais uma vez os mais pobres, fracos e desorganizados vão pagar a conta dos privilégios e criados pelos políticos que se dizem nossos representantes para sustentar as castas criadas no ambiente público e político brasileiro

O AUMENTO DE IMPOSTO DE BOLSONARO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Ideia é reduzir isenção fiscal de remédio, comida, Simples, ruralistas, poupança etc.

Talvez o presidente ainda não saiba, mas seus economistas planejam um aumento de imposto que não ousa dizer seu nome. Caso a coisa chegue ao Congresso e seja aprovada, vai implicar aumento de tributação sobre rendimento da poupança, cesta básica, remédios, rescisão trabalhista e muito mais.

Trata-se de um aumento de imposto que pode chegar a R$ 27 bilhões, em uma conta de guardanapo (0,3% do PIB, quase um Bolsa Família anual). Implica atrito com muita gente, de montadoras a ruralistas.

Pelo que se depreende da conversa do governo, o pacote ainda não chegou a Jair Bolsonaro - ou assim não foi explicado ao presidente.

Oficialmente, a coisa se chama "redução do gasto tributário" por meio de "redução de incentivos fiscais".

Isto é, o governo deixa de recolher parte do imposto que, pela regra geral, deveria ser cobrado sobre a renda de certos cidadãos, certas mercadorias e certos negócios. Ao cancelar parte desse incentivo fiscal, procura aumentar a arrecadação. Na prática, é aumento de imposto (ou imposto que volta a ser cobrado).

A ideia é reduzir em 10% o valor de cada incentivo fiscal. Nas contas da Receita Federal, neste ano o governo deixará de arrecadar R$ 307 bilhões em impostos, graças a incentivos fiscais.

Gente do governo diz que não se vai mexer com as isenções da Zona Franca de Manaus, da Sudam, da Sudene e similares. Tudo isso dá R$ 34 bilhões. Sobram então R$ 273 bilhões; 10% disso dá uns R$ 27 bilhões.

Mesmo que o corte linear de 10% nos incentivos fosse aprovado, o governo não deve arrecadar tudo isso.

Certas rendas e negócios desaparecem ou fogem quando o governo passa a cobrar imposto. Além do mais, os valores são apenas uma estimativa, não um dinheiro contado e certo.

Ainda assim, onde o bicho pega?

Nas isenções do Simples, o que vai pegar pequena e média empresa e profissionais remediados e ricos (isenção total de R$ 87 bilhões prevista para 2019). Pega entidades filantrópicas ou sem fins lucrativos, que deixam de pagar uns R$ 28 bilhões (tem de tudo aqui: hospital, escola etc.).

O rendimento da caderneta de poupança passaria a pagar imposto (isenção de R$ 5,4 bilhões), assim como alimentos da cesta básica (isenção de uns R$ 16 bilhões) e o rendimento da aposentadoria por doença grave (hanseníase, câncer, Aids etc., isenção de quase R$ 14 bilhões).

Haveria mais tributo sobre medicamentos (isenção de mais de R$ 12 bilhões) e veículos (peças importadas e o programa de inovação, isenção de mais de R$ 6 bilhões).

O desconto no Imposto de Renda da Pessoa Física por despesas de saúde e educação seria reduzido (a isenção total é de uns R$ 20 bilhões).

O governo teria atritos com uma das suas principais bases de apoio, os ruralistas. O setor teria de pagar mais Funrural e contribuição social sobre exportações, tema de conflito recente (tudo somado, quase R$ 11 bilhões de isenções).

A lista da Receita tem 135 itens, incluindo ainda planos de saúde empresariais, ProUni e a desoneração da folha de salários, entre rubricas de maior impacto social.

Essas isenções fazem sentido? Sabe-se lá. Esse é o problema.

O sistema tributário é um emaranhado ineficiente e criador de privilégios em parte também devido a esse monte indiscriminado e nunca avaliado de incentivos fiscais, que precisam ser revistos.

De resto, o governo está quebrado, precisa de dinheiro. O problema é que, tenha que nome for, aumento de imposto dá rolo.
Herculano
03/11/2019 06:51
PIRATAS JÁ ATACARAM NAVIO GREGO A CAMINHO DO BRASIL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste nos jornais brasileiros

O navio Bouboulina, da empresa grega Delta Tankers, apontado como o responsável pelo derramamento de petróleo na costa brasileira, foi sequestrado por piratas em 2016. O petroleiro estava a 70 milhas náuticas da costa africana, próximo à Nigéria, quando foi atacado por homens armados que deixaram a tripulação trancada na casa de máquinas da embarcação. O navio havia deixado o campo de petróleo de Agbami, no golfo da Guiné, a caminho do porto de Tramandaí (RS).

REGIÃO DE PIRATAS

O Golfo da Guiné é uma das áreas com maior atividade de piratas do mundo. Até a Marinha brasileira participa de treinamento na região.

VIAGEM CONTINUADA

Apesar de piratas terem levado objetos de valor da tripulação, a carga do Bouboulina foi preservada. E o navio continuou a viagem ao Brasil.

VILÃO POLUIDOR

A Polícia Federal do Brasil identificou o navio Bouboulina como o responsável pelo derramamento de óleo na costa brasileira.

FORÇA-TAREFA TECNOLóGICA

Satélites norte-americanos, a CIA e a empresa brasiliense de tecnologia Hex foram essenciais na identificação do navio poluidor.

CONGRESSO E STF OBRIGAVAM MULHERES A USAR SAIA

O caso da juíza que barrou uma advogada usando saia "fora do padrão", no Fórum de Iguaba Grande (RJ), reacendeu discussões sobre códigos de vestimenta em órgãos públicos. O debate não é novo, e no passado recente o problema era inverso: mulheres eram obrigadas a vestir saias. O Senado e o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, aceitaram apenas em 1997 outros trajes para mulheres.

HÁ APENAS 19 ANOS

Até abril de 2000, as 627 juízas e uma desembargadora de São Paulo foram barradas de entrar nos tribunais do estado se vestissem calças.

ACM NA VANGUARDA

Em fevereiro de 1997, ao assumir a presidência do Senado, o senador baiano Antônio Carlos Magalhães decidiu abolir o "código" na Casa.

'BRAÇOS DESNUDOS', NÃO

Sepúlveda Pertence, então presidente do STF, seguiu ACM e liberou o calças para mulheres, mas até hoje são proibidos "braços desnudos".

GLOBO NA CPI DAS FAKE NEWS

O deputado José Medeiros (Pode-MT) apresentou requerimento à CPI das Fake News para convidar à comissão Roberto Irineu Marinho, Ali Kamel, Carlos Henrique Schoeder e William Bonner, todos da Rede Globo, além do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

LAMÚRIAS

Reunião da bancada federal de Pernambuco com o ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo), há dias, assemelhou-se mais a Muro das Lamentações. A chiadeira foi unânime.

ESTÁ EXPLICADO

A Associação Brasileira de Energia Solar explica que a instalação de unidade geradora em casa zera a conta e possibilita ganhos de 90% do que era pago. Está explicado o lobby inescrupuloso de distribuidoras na Aneel para taxar e punir quem apostou em geração de energia solar.

SEM ELES, IMPOSSÍVEL

Fontes ligadas às investigações garantem que foi decisiva a boa vontade norte-americana, inédita nas relações com o Brasil, para identificar o navio suspeito de despejar petróleo no mar.

COMPANHEIRO TRUMP

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump concordou em ajudar sem demora a investigar o crime ambiental, colocando satélites militares e até a CIA à disposição das autoridades brasileiras.

DADOS CONFIÁVEIS

Após um certo ceticismo inicial, autoridades marítimas brasileiras passaram a considerar confiáveis as informações fornecidas pelos Estados Unidos, no rastreamento do navio poluidor.

SEM ACORDO

A fusão entre a Peugeot e a Fiat Chrysler ainda não está concretizada, apesar de todo o alarde. Segundo o próprio anúncio dos dois grupos seus "times" ainda discutem espécie de pré-acordo.

DIREITO AO VOTO FEMININO

Em 3 de novembro de 1930, as mulheres ganhavam o direito ao voto no Brasil. Naquela data, o voto feminino ainda tinha restrições, como a autorização do marido, tornando-se irrestrito apenas em 1934.

PENSANDO BEM...

...cassar mandatos por fazer declarações políticas era justamente o que previa o AI-5
Herculano
03/11/2019 06:44
CASO MARIELLE ACUMULA SUSPEITAS DE OBSTRUÇÃO E FALHAS ESCANDALOSAS, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Dodge afirmou que promiscuidade com milícias impede apuração isenta dos fatos

Em seu último dia como procuradora-geral, Raquel Dodge pediu oficialmente que a Polícia Federal assumisse a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco. Para ela, a "relação de promiscuidade" entre as forças de segurança do Rio e as milícias impede que os mandantes do crime sejam descobertos.

"Existirão - com absoluta certeza - atividades deletérias feitas por criminosos infiltrados na Polícia Civil e Militar do Rio [...] para dificultar a instrução e a coleta de provas", escreveu Dodge em documento enviado ao Superior Tribunal de Justiça no último 17 de setembro.

Trechos do despacho foram divulgados pelos jornais El País e Valor Econômico. A procuradora afirmou que a apuração do caso não deve continuar no Rio, onde há um "ambiente comprometido e desfavorável à apuração isenta dos fatos".

A investigação completa 600 dias sem que se saiba quem mandou matar a vereadora. Além de suspeitas de que policiais atrapalham a apuração, o caso ficou marcado por depoimentos falsos, sumiço de provas e evidências coletadas com atraso.

Só no último mês, surgiram três episódios escandalosos. No início de outubro, o UOL revelou que investigadores perderam "imagens relevantes" obtidas em câmeras de segurança no dia do crime. Eles tentaram recuperar a gravação, mas os arquivos não estavam mais disponíveis.

O rumoroso depoimento do porteiro do condomínio em que vivia Ronnie Lessa, acusado de ter cometido o assassinato, mostrou que a planilha que registrava o acesso ao local só foi recolhida pelos investigadores sete meses depois da prisão do suspeito. O material ficou esse tempo todo à disposição dos criminosos.

Para piorar, o Ministério Público fez uma perícia relâmpago no sistema de gravações da portaria, sem verificar se algum arquivo foi apagado.

Na sexta (1º), o ministro Sergio Moro disse que as investigações podem passar para a PF. "Considerando a demora de identificação dos mandantes e essas reiteradas tentativas de obstrução, talvez seja o caso."
Herculano
03/11/2019 06:40
O AVESSO DO AVESSO DO AVESSO, por Carlos Brickmann

Caio Coppola, da rádio Jovem Pan, diz que Bolsonaro não devia se exibir como leão, no famoso vídeo - pois quem faz tudo para defender os filhotes não é o leão, mas a leoa. E dizer que os irmãos 000 não têm noção e só criam problemas para o pai é fácil, é óbvio - mas talvez seja errado. Digamos que Bolsonaro, que fundou o clã, que chegou a presidente, seja o chefe dos zeros à esquerda. Isso muda a perspectiva e o transforma em estrategista - um mau estrategista, mas não um idiota. Se fosse idiota não chegaria ao Planalto.

Nenhuma certeza é possível. Mas imaginemos que ideias como fechar o Supremo ou ameaçar com o Ato Institucional nº 5, de nefanda memória, não saiam da cabeça do embaixador que foi sem nunca ter sido; que ele seja o lançador de balões de ensaio, para que o pai, chefe do clã, veja a repercussão que alcançam. Nos dois casos, as ideias foram descartadas, depois que houve reação negativa a elas. Mas vá que de repente uma das sugestões autoritárias seja bem aceita? Bolsonaro teria o campo aberto para tentar implantá-la.

É terrível imaginar que um presidente da República democraticamente eleito planeje guinadas autoritárias e use seus filhos para testá-las. Mas não podemos esquecer que Bolsonaro já defendeu o Ato 5 ("só morreram uns 300"), sustenta que não houve ditadura e já disse que o grande erro dos generais-presidentes foi não ter matado muito mais gente. Se o pai dita o que o filho espalha, Bolsonaro mantém hoje as ideias de sempre. Tem lógica.

O TEMPO PASSA

E o general Augusto Heleno? Era elogiado por seus companheiros pelo trabalho no Haiti, no Comando Militar da Amazônia, por sua ponderação. É triste vê-lo sugerir que Eduardo Bolsonaro, ao defender o Ato 5, deveria ver como realizar a ideia. Um ministro estreitamente ligado ao presidente, que exerceu altos cargos nas Forças Armadas, que recebeu tantos elogios de seus pares, não deveria aceitar facilmente ideias autoritárias de civis mimados.

P FILHO E EL HIJO

Eduardo Bolsonaro não se limita a divulgar ideias autoritárias. Já criticou até uma obra de arte na ONU, por sugerir que as armas se calem. E procurou ridicularizar Estanislao Fernández, filho do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández. Estanislao é transformista, veste-se de mulher, emula o personagem Pikachu. Eduardo postou uma foto sua, cercado de armas, ao lado de Estanislao, de drag queen, para mostrar o contraste entre os filhos de cada presidente. Estanislao enviou ao Brasil uma mensagem de paz, "Irmãos brasileiros, estamos juntos nessa luta. Os amo".

Poderia ter sido grosseiro, sugerindo que a mira das armas fosse limada. Mas manteve a compostura.

EXPONDO O BNDES

A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o BNDES não teve êxito? Não faz mal: se o presidente Bolsonaro quiser mesmo abrir a caixa-preta do BNDES, seu velho objetivo, basta abrir primeiro o livro Caixa Preta do BNDES, do jornalista Claudio Tognolli e do pesquisador Bernardino Coelho da Silva (Editora Matrix, já nas livrarias).

O livro mostra como o Brasil, via BNDES, mandou bilhões para Cuba, Venezuela, Angola e a JBS dos Estados Unidos; e como uma empresa privada, a Tecsis, à medida que perdeu mercado e dinheiro, teve grandes mudanças acionárias, com as empresas privadas retirando seu capital e o BNDES se transformando no principal acionista. Traduzindo, o lucro é privado e o prejuízo é estatal, socializado.

PLIM-PLIM

Bola fora da Rede Globo: engoliu sem discussão a falsa notícia de que um dos suspeitos do assassínio da vereadora Marielle Franco, do PSOL do Rio, tinha ido ao condomínio onde morava Jair Bolsonaro e sido autorizado por ele a entrar - isso poucas horas antes da execução do crime. A informação era do porteiro do condomínio, mas não combinava com a gravação de áudio e vídeo da movimentação do suspeito. Além do mais, Bolsonaro não estava no Rio, mas em Brasília. Finalmente, a falsa informação era velha e já tinha sido descartada pelas autoridades. A Globo errou.

Mas o presidente Jair Bolsonaro também errou feio na resposta, ameaçando não renovar a concessão de TV da Globo, e acusando-a de ter errado deliberadamente (e como ter certeza disso?) A concessão não deve ser uma arma política, para ajudar amigos e prejudicar quem não é amigo. É assim, mas não devia ser.

TRIBUNAL, NÃO

Muita gente escreveu a este colunista perguntando se o presidente não poderia processar a Globo pela divulgação da notícia falsa. Poder processar, pode; todos podem abrir processo contra todos, desde que a Justiça os aceite. Mas a Globo tem uma defesa difícil de vencer: divulgou a notícia apontando o porteiro como fonte da informação. Ou seja, não acusou o presidente de ter recebido uma pessoa suspeita, mas informou que o porteiro do condomínio tinha dado essa informação. Que o porteiro deu essa informação, deu. Por que? Deve haver investigação, claro. Mas isso ajuda a Globo a se defender.
Herculano
03/11/2019 06:31
OS BOLSOLULAS, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Até agora, o radicalismo da inépcia foi monopólio do governo

Em abril de 2018, horas antes de se entregar à Polícia Federal, Lula discursou para sua militância diante do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e disse que "eu não sou um ser humano, sou uma ideia". Foi adiante:

"Eu fico imaginando o tesão da Globo colocando a minha fotografia preso. Eles vão ter orgasmos múltiplos. (...) Eles têm de saber que vocês, quem sabe, são até mais inteligentes que eu, e queimar os pneus que vocês tanto queimam, fazer as passeatas, as ocupações no campo e na cidade; parecia difícil a ocupação de São Bernardo, e amanhã vocês vão receber a notícia que vocês ganharam o terreno que vocês invadiram."

Era sonho. Lula foi para a cadeia, ninguém foi para a rua, seu candidato a presidente foi derrotado por 55% a 45% e em janeiro de 2019 o capitão Jair Bolsonaro tomou posse na Presidência da República. Logo o capitão, que Lula achava fácil derrotar.

Passaram-se dez meses, Lula conta o tempo para deixar a carceragem de Curitiba e os Bolsonaros deixaram na porta da sua cela a bandeira da pacificação. Num país com 12 milhões de desempregados eles brigam aqui e alhures, para nada. Se Lula vai empunhar essa bandeira, só ele sabe, mas vale a pena lembrar que há poucas semanas o PT foi para a avenida Paulista com poucas camisas vermelhas. A deputada Gleisi Hoffmann vestia uma camiseta branca com o rosto de Lula enfeitado por flores.

Em sua entrevista a Leda Nagle, o deputado Eduardo Bolsonaro disse que "vai chegar um momento em que a situação vai ser igual ao final dos anos 60 no Brasil, quando sequestravam aeronaves, quando sequestravam-se e executavam-se autoridades, cônsules, embaixadores, com execuções de policiais e de militares. Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar de uma resposta. Ela pode ser via um novo AI-5".

Eduardo Bolsonaro corrigiu-se e seu pai condenou a fala. Mesmo assim deve-se registrar que no final dos anos 60 havia também um terrorismo de direita, cujo núcleo clandestino era composto por militares e civis. Era menos letal, mas buscava estimular a tensão política.

O nervo da formulação do deputado esteve na frase "se a esquerda radicalizar". E se a esquerda não radicalizar? Até agora, o radicalismo da inépcia foi monopólio do governo. Ademais, o último atentado terrorista ocorrido no Brasil, em 1981, foi a bomba do Riocentro, mas ele saiu do DOI-Codi do 1º Exército.

Há radicais na esquerda, mas no Brasil o que está na vitrine é outro radicalismo tosco, demófobo e desorientado. Ele teceu a bandeira da pacificação, levou-a a Curitiba e deixou-a na porta da cela de Lula.

ASSSOMBRAÇÃO RONDA CONDOMÍNIO ONDE VIVIAM BOLSONARO E RONNIE LESSA

Há risco de que acabe sobrando para o porteiro que registrou a entrada de Élcio Queiroz na propriedade

Além do fantasma de Marielle Franco, outra assombração ronda o movimento de carros no condomínio onde viviam Jair Bolsonaro e o miliciano Ronnie Lessa no dia do assassinato da vereadora. É o risco de que acabe sobrando para o porteiro que registrou a entrada de Élcio Queiroz na propriedade.

Não se sabe o que aconteceu naquele dia, mas uma velha história ensina que polícia e porteiros produzem situações fantásticas.

Em maio de 1976, Íris Coelho, ex-secretária do general Golbery do Couto e Silva e do presidente Castello Branco, escreveu-lhe uma carta contando o que havia acontecido ao porteiro de seu edifício. Haviam roubado objetos de carros que estavam na garagem e ele foi preso. Com 11 anos de serviço e pai de três filhos, soltaram-no 24 horas depois: "O pobre estava todo machucado, os tímpanos perfurados. Aplicaram-lhe choque, bateram-lhe a cabeça contra a parede. Foi fichado como ladrão de automóveis e arrombador".

Íris não era uma novata. Depois de uma audiência com o embaixador soviético, Castello chamou-a para ditar uma minuta da conversa secreta.

Passaram-se seis meses e o governador do Rio remeteu o resultado da investigação a Golbery, o então poderoso Chefe da Casa Civil da Presidência. Resultava que depois de novos depoimentos e acareações, a polícia apurou o seguinte:

1- O porteiro disse que conversou com Íris, expressou-se mal ou ela não entendeu o que ele falou. Além disso, não a autorizou a fazer qualquer reclamação.

2- As marcas que tinha pelo corpo eram produto de uma alergia.

Íris Coelho voltou a escrever:

"Sinto muito, acredite que lastimo realmente ter sido causa de tanto trabalho e perda de tempo. Do modo como o processo se encaminhava, achei que a melhor solução seria aquela que foi dada na acareação com o porteiro. Creia-me, aprendi uma grande lição."

Seja qual for versão, sempre que se chega à conclusão de que o porteiro mentiu, vale a pena perguntar quem estava interessado nisso.

Cronologia

A urucubaca que assombra os Bolsonaro por causa de suas relações com o ex-PM Fabrício Queiroz brotou em dezembro do ano passado, duas semanas antes da posse do capitão, quando a família decidiu blindá-lo.

SERVIÇO PÚBLICO DOS EUA DÁ LIÇõES DE CONDUTA DIANTE DE LEVIANDADE DA CASA BRANCA

Em duas ocasiões, transações do governo Donald Trump foram formalmente denunciadas

O escalafobético telefonema do presidente americano Donald Trump ao seu colega ucraniano provocou a abertura de um processo de impeachment, mas a leviandade das transações em que a Casa Branca estava metida já havia sido formalmente denunciada em duas ocasiões. Nos dois casos, o serviço público civil e militar americano deu lições de conduta.

No primeiro, a iniciativa foi de John Bolton, aquele embaixador de bigodão branco, conservador xiita, verdadeiro Cão da Terceira Hora. Ele era o conselheiro de Trump para assuntos de segurança nacional e no dia 10 de julho, duas semanas antes do fatídico telefonema, percebeu que se cozinhava uma maracutaia com os ucranianos. Pediu a uma assessora que narrasse ao advogado da Casa Branca o que ouvira numa reunião.

O tenente-coronel Alexander Vindman, que cuidava de assuntos ucranianos no Conselho de Segurança Nacional, também considerou impróprias as conversas com os ucranianos e contou-as ao advogado do Conselho de Segurança Nacional.

Bolton é um republicano de quatro costados e Vindman é um oficial do Exército condecorado por ferimentos sofridos no Iraque. Ambos são servidores públicos, mas servem ao Estado. Vindman já depôs na Câmara e Bolton já foi convocado. Tomara que fale.

Semanas depois do telefonema de Trump, um terceiro servidor, da Central Intelligence Agency (CIA), denunciou todo o esquema. Tudo dentro das normas da disciplina e da cadeia de comando.

BOITATÁ EXISTE

O ministro Abraham Weintraub não acredita na existência da Boitatá, a serpente de fogo que ataca os inimigos da floresta.

Na Califórnia, por pouco o fogo da mata não chegou ao Museu de Ronald Reagan, o primeiro presidente americano (1981-1989) a desafiar os ambientalistas. Lá repousam seus restos mortais, o avião presidencial que usava, e sua mulher Nancy.
Herculano
02/11/2019 22:29
BOLETIM ESPECIAL DE PREVISÃO DO TEMPO ?" TEMPO SEVERO NA PRIMEIRA SEMANA DE NOVEMBRO

Fonte:Defesa Civil de Santa Catarina.Nesta primeira semana de novembro, as condições de tempo se configuram para uma situação de tempo severo, com previsão de acumulados elevados e tempestades em grande parte do estado, principalmente no oeste catarinense.

A atuação de áreas instabilidades combinadas com o aquecimento diurno e aumento de umidade favorecem condições para temporais isolados entre a tarde e a noite de sábado (02) para as regiões do Extremo Oeste ao Litoral Sul. Já entre a manhã e tarde de domingo (03), as áreas de instabilidade ganham força novamente e combinadas com a passagem de uma frente fria oceânica favorecem temporais em grande parte do estado, sendo a
partir da manhã na divisa com o RS e se espalhando ao longo do dia nas demais áreas. No período da tarde, chama-se atenção para áreas do centro-leste do estado.

Entre a noite de segunda-feira (04) e manhã de terça (05), os modelos meteorológicos indicam a formação de células de tempestades severas, atingindo primeiramente a região do Extremo Oeste e se espalhando para as demais áreas do estado no decorrer do período. A previsão é de temporais, acompanhados de descargas elétricas, rajadas de vento intensas e queda de granizo. Os volumes de precipitação previstos são expressivos, principalmente para as regiões da porção oeste, Litoral Norte e Planalto Norte.

Ao longo da terça-feira (05) a chuva persiste e perdendo intensidade a partir de quarta-feira (06).

Estas condições são provocadas pelo avanço de uma frente fria, combinada com os ventos quentes e úmidos que sopram da região da Amazônia (Jatos de Baixos Níveis) e instabilidades em médios e altos níveis da atmosfera que favorecem a formação de núcleos de tempestades explosivos, e consequentemente, aumentando o seu potencial de severidade.
Herculano
02/11/2019 18:27
ESPERTEZA

Esta frase tenho repetido a cântaros aqui. Ela é do ex-primeiro ministro (é, poucos se recordam) quase presidente República (foi eleito e morreu antes da posse sendo substituído pelo vice José Sarney, MDB), e político matreiro mineiro, Tancredo de Almeida Neves, PSD (1910/85).

"Esperteza, quando é muita, come o dono".

Esta lição parece esquecida pelos petistas, bolsonaristas e inclusive pelo próprio sobrinho de Tancredo, o deputado Aécio Neves, que quando governador e senador colocou manchas no PSDB e do qual ainda não saiu.
Herculano
02/11/2019 18:17
PROTEÇÃO

Do vereador licenciado do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonar, PSC, se justificando no twitter, naquilo que pode tipificar um crime grave.

Se não tivesse acesso às gravação dos áudios do condomínio onde moro, após a vexatória matéria da Globo, tentando criar NARRATIVA contra o Presidente. Hoje além do linchamento moral proposital que sofre diariamente, certamente já estariam discutindo seu impeachment.
Herculano
02/11/2019 18:15
da série: as entranhas do poder mostram que o mundo político é podre, e nem sempre fede aos narizes dos analfabetos, ignorantes, desinformados e ingênuos. E os políticos - sustentado de cabo a rabo, a começar nas próprias campanhas para se elegerem e depois nos seus privilégios absurdos - dizem não saber a razão da ira do povo minimamente informado. Isto não é só em Brasília, Rio... Isto está nos grotões... Lá fica mais exposto devido ao poder da mídia para enfrentar os tubarões do poder. Vergonha!

ALVO DE BOLSONARISTAS, WITZEL PõE POLÍCIA PARA INVESTIGAR VÍDEO ATAQUE

Arquivo foi disparado na noite de quinta-feira (31) e critica governador e TV Globo

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Italo Nogueira, do Rio de Janeiro.O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), determinou que a Polícia Civil do estado investigue a origem de um vídeo que passou a circular nas redes sociais e que usa montagem para atacá-lo.

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática instaurou inquérito nesta sexta-feira (31) e vai apurar a origem dos arquivos. A unidade vai analisar também o eventual uso de ferramentas para disparo em massa.

O vídeo, em meio ao embate de Witzel com bolsonaristas, foi distribuído principalmente por WhatsApp e mistura críticas a ele e à TV Globo. Afirma que o governador se aliou à emissora para "tentar destruir a imagem do presidente da República".

O discurso é semelhante ao feito pelo presidente Jair Bolsonaro na terça-feira (29) à noite, em reação a uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo. A emissora revelou a existência de um depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da Barra citando o presidente no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Segundo o Ministério Público do Rio, o depoimento não condiz com os fatos investigados.

Bolsonaro atribuiu o vazamento da informação sigilosa a Witzel, e atacou tanto o governador como a emissora. Ele nega ter repassado o depoimento à TV. Neste sábado (2), o presidente voltou a criticar Witzel e, sem apresentar evidências, disse que ele manipulou o caso Marielle.

No vídeo que circula nas redes, o narrador afirma que o governador é "o pretenso candidato da Globo a presidente da República" e que "vai liberar dinheiro" para a emissora.

O arquivo também atribui a Witzel uma operação nas redes sociais "para destruir a imagem de Bolsonaro". No fim, a voz pede para que o vídeo seja viralizado para evitar que o presidente seja atingido.

Além de acionar a polícia, o governador pediu a atuação do Gabinete de Segurança Institucional do estado, órgão criado por ele em março.

Essa não foi a primeira ação contra o governador desde a divulgação do depoimento. Um grupo de seis pessoas foi a um evento dele em Itaperuna o chamando de "traidor".

As redes sociais de Witzel também têm sido alvo de ataques de bolsonaristas e redução no número de seguidores desde o episódio.

Witzel foi eleito se alinhando à candidatura de Bolsonaro. Atribui-se ao apoio dado pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) a duas semanas do primeiro turno da eleição passada a arrancada final que levou o ex-juiz ao segundo turno. Ele somava 1% nas pesquisas de intenção de voto ao longo da campanha e atingiu 41% no primeiro turno.

Neste primeiro ano de mandato, Witzel tem se afastado lentamente de Bolsonaro. Ele já declarou ter o desejo de ser presidente da República, o que desagradou ao atual ocupante do cargo.

A ruptura entre os bolsonaristas e o governador fluminense se intensificou quando Witzel, em entrevista à Globonews, afirmou que sua eleição não se devia à aliança com Bolsonaro, mas a seus atributos pessoais.

A declaração desencadeou um racha no PSL. O senador Flávio Bolsonaro, presidente do PSL-RJ, decidiu que a sigla deveria deixar a base de apoio governista na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Alguns deputados do grupo, contudo, continuam mantendo boas relações com o governador.

A divulgação do depoimento foi a gota d'água de uma relação que já se desgastava.

Globo afirmou em nota na última terça (29), após ser criticada por Bolsonaro pela reportagem sobre o caso Marielle, lamentar que o presidente demonstre "não conhecer a missão do jornalismo de qualidade e use termos injustos para insultar aqueles que não fazem outra coisa senão informar com precisão".
Herculano
02/11/2019 17:59
da serie: perguntar não ofende. Isto não tipifica obstrução à Justiça? O ato não pode configurar adulteração de provas e da cena do crime? Essa gente se enrola e se suja onde exatamente diz estar limpa. Meu Deus!

BOLSONARO DIZ QUE PEGOU GRAVAÇõES EM CONDOMÍNIO PARA EVITAR ADULTERAÇÃO

'A voz não é minha', diz Bolsonaro

Áudios foram divulgados por Carlos

Conteúdo de Poder 360, Brasília. Texto de Hamilton Ferrari.O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (2.nov.2019) que pegou a gravação das ligações da portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, onde ele tem casa, para evitar adulteração no conteúdo.

As gravações tratam sobre a visita de Élcio de Queiroz, 1 dos acusados de matar a vereadora Marielle Franco (Psol), ao condomínio no dia do crime, em março de 2018. Élcio visitou o ex-policial Ronnie Lessa, acusado de ter sido o autor dos disparos que mataram Marielle e o motorista Anderson Gomes. Segundo depoimento do porteiro do condomínio, alguém com a voz que ele julgou ser de Bolsonaro autorizou a entrada de Élcio no condomínio.

Há, no entanto, registros de presença do Bolsonaro na Câmara dos Deputados no dia 14 de março de 2018, quando ainda atuava como deputado. O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), que atua no caso, diz que o porteiro mentiu ao mencionar o nome do presidente em seu depoimento à polícia.

As gravações da portaria do condomínio Vivendas da Barra, já periciadas, foram divulgadas no Twitter pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho 02 do presidente e que também mora no condomínio na zona sul do Rio.

"Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar. Pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha", disse o presidente.

Na última 4ª feira (30.out.2019), o Ministério Público do Rio de Janeiro informou que 1 áudio obtido era de Ronnie Lessa. Já nessa 6ª feira (1º.nov.2019), o deputado Marcelo Freixo solicitou nova perícia nas gravações, alertando justamente para a possibilidade de adulteração dos áudios.
Herculano
02/11/2019 08:40
PENSANDO BEM..

De Ricardo Noblat, de Veja, no twitter:

Achar que Bolsonaro é vítima das idiotices dos filhos é uma tentativa de protegê-lo. Se o presidente da República mandasse os filhos calarem a boca eles não calariam? Se não deixasse que se metessem com seu governo eles se meteriam? Bolsonaro é tudo, menos um banana.
Herculano
02/11/2019 08:38
A DIFERENÇA

No twitter, uma prova de que a Justiça faz diferença entre pobres, pretos, putas, fracos e os ricos, poderosos, endinheirados com a mesma pena do mesmo juiz

Além do tempo que se mofa para um grupo, se torna um raio na rapidez para outros, este exemplo não deixa dúvidas. Leia, compare e pense. Processo não tem capa? A lei torna todos iguais? O que vale para um, vale para todos? Qual a segurança jurídica do cidadão comum diante disso tudo?

"Gilmar Mendes é implacável. Em junho de 2018, negou a liberdade a Valdemir Firmino que roubou 140 reais em 2013. A defensoria pública alegou que o réu era cego, portador de HIV e tinha convulsões na cadeia. Era uma questão humanitária. Por que Gilmar não soltou Valdemir?"
Herculano
02/11/2019 08:29
FAÇAM ALGUMA COISA

De J.R. Guzzo, no twitter

RECORDES de apreensão de cocaína. Ministro da Justiça impiedoso contra a bandidagem. E vcs estão olhando o quê? Queimem as girafas do Pantanal, chamem o porteiro, sei lá...façam alguma coisa antes que este país dê certo!
Herculano
02/11/2019 08:27
da série: como o estado sustentado nos seus privilégios e altos custos pelos pesados impostos dos cidadãos que não conseguem o retorno dele na sociedade, funciona contra a transparência e a legislação expressa protegendo os mais fortes, poderosos, ricos e tenebrosas dúvidas para livrar uns e manchar outros. Wake up, Brazil!

MEMóRIA FRACA, por Julianna Sofia, secretária de redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

PGR arquivou às pressas menção a nome do presidente no caso Marielle?

Às 10h49 da última quarta-feira (30), o ministro Sergio Moro (Justiça) enviou ao procurador-geral da República, Augusto Aras, ofício pedindo à PGR abertura de uma investigação para apurar as circunstâncias do depoimento do porteiro que cita o presidente Jair Bolsonaro no inquérito do caso Marielle.

Àquela altura do dia, o ministro-advogado do presidente da República já tinha tomado conhecimento de informação ainda ignorada: uma notícia fato encaminhada dias antes ao STF pelo Ministério Público do Rio, comunicando a menção a Bolsonaro, fora analisada e engavetada pela Procuradoria-Geral. Horas depois, o próprio Aras viria a público confirmar a decisão, por considerar a oitiva do porteiro um "factoide".

Questionado mais de uma vez, o procurador -(indicado por Bolsonaro)- geral não lembra nem sabe informar quando se deu o arquivamento. Foi amnésico ao dizer que provavelmente na própria quarta (30) ou, quem sabe, no dia anterior - na terça (29) à noite o Jornal Nacional revelara o conteúdo do depoimento com a citação.

O lapso cognitivo do PGR é conveniente. Divulgar dia e hora do arquivamento, torna patente o açodamento do ato - ocorrido, quem sabe, entre a revelação do JN e o ofício de Moro do dia seguinte?

Aras o fez sem periciar as gravações registradas na portaria do condomínio do presidente, muito embora seja de pouca valia a perícia duvidosa de 2h25, feita a pedido do MP do Rio (que tinha uma bolsonarista declarada entre as promotoras do caso). A análise, comparável a um queijo suíço, tornou falso o depoimento do porteiro, diz o MP.

Aos de memória fraca, vale recordar. Em 9 de outubro, o governador Wilson Witzel confidencia a Bolsonaro a referência a seu nome no inquérito, relata o mito. No dia 16, ele se encontra com Dias Toffoli (STF), que se reúne com promotores do Rio 24 horas depois. No sábado (19), o presidente recebe Aras no Palácio do Alvorada. No mesmo dia, seus advogados lhe fazem uma visita.
Herculano
02/11/2019 08:20
SATÉLITES DOS EUA E ATÉ A CIA AJUDARAM O BRASIL, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Satélites norte-americanos sobre o Atlântico ajudaram autoridades brasileiras a identificar o navio petroleiro grego que inundou o mar de petróleo, poluindo a costa brasileira. A CIA, agência central de inteligência dos Estados Unidos, que monitora o bloqueio econômico à ditadura da Venezuela, também foi acionada pelo presidente Donald Trump, em atenção ao amigo Jair Bolsonaro, para ajudar na busca.

SATÉLITES MILITARES

São de natureza estratégica (militar) e meteorológicos os satélites que auxiliaram o Brasil a identificar o petroleiro grego Boubloulina.

AINDA NÃO ACABOU

Para fornecer rotas de petroleiros satélites americanos continuam a "refinar" imagens captadas entre de julho e setembro.

COMEÇOU PELO AR

A agência de segurança de aviação dos EUA foi muito demandada na época do desastre do Airbus da Air France, que desapareceu no mar.

LEITURA óTICA

O desastre do Airbus levou os EUA a refinarem dispositivos de leitura ótica dos satélites, melhorando muito a qualidade das imagens.

TRIBUNAL MARÍTIMO PODE ARRESTAR NAVIO POLUIDOR

De acordo com as leis brasileiras e internacionais, basta o Tribunal Marítimo, com sede no Rio de Janeiro, decretar o arresto do navio Bouboulina, da empresa grega Delta Tankers, que segundo a Polícia Federal é responsável pelo derramamento do óleo que se espalhou pelo litoral brasileiro, que a decisão será cumprida em qualquer porto ou país em que atracar. O navio está novamente perto da África do Sul.

XERIFE DOS MARES

Cabe ao Tribunal Marítimo do Brasil julgar os acidentes e fatos da navegação e pode também aplicar penas como multas e arresto.

CHEFE DA MARINHA

O presidente do Tribunal Marítimo é o Vice-Almirante Wilson Pereira de Lima Filho, da Marinha brasileira.

LEI INTERNACIONAL

Cada país tem o próprio tribunal marítimo, mas todos estão subscritos à Organização Internacional Marítima, órgão das Nações Unidas.

BOLA NAS COSTAS

O ministro Luiz Eduardo Ramos (Governo) anda reclamando de "bola nas costas" de outros ministros. Pior: não é de hoje. É sempre o último a saber, por parlamentares não atendidos, que os ministros ignoram as demandas que ele encaminha como articulador político do Planalto.

BOAS-VINDAS AO BRICS

O deputado Fausto Pinato (PP-SP), que preside a Frente Parlamentar do BRICS, comandará dia 12, no Clube do Exército, em Brasília, jantar de confraternização e boas-vindas à XI Cúpula desse grupo de países.

VIDA NOVA

No Paraná, o governador Ratinho Junior optou pelo desfavelamento, que começará pela construção de 8 mil moradias para os que vivem em locais degradados. Também vai lançar condomínios habitacionais para idosos pobres, associados a suporte de saúde e opções de lazer.

RETROSPECTIVA DO ATRASO

A falta de notícias contra o governo levou o noticiário de sexta (1º) a repetir o "escândalo" do AI-5 de quinta-feira. Houve quem pensasse em déjà vu, mas foi a inauguração da "retrospectiva da véspera".

VALE PARA TODOS

A ameaça do presidente Jair Bolsonaro de não renovar a concessão foi dirigida a todas as redes de televisão. "Se não tiver limpo (o processo), legal, não tem renovação da concessão de TV nenhuma", disse.

NATAL SOLIDÁRIO

O Papai Noel dos Correios 2019, a boa iniciativa que começou com os carteiros e não no alto escalão da empresa, começa segunda. Para adotar cartinha e fazer uma criança feliz, basta entrar no site da estatal.

PRIMEIRA EMISSORA DE RÁDIO

Neste sábado (2) completa 99 anos a transmissão da primeira rádio comercial da história, a KDKA (EUA). A data foi escolhida por coincidir com a eleição norte-americana e demonstrar o impacto do rádio.

RARA UNIÃO

A PEC paralela da Previdência, que inclui estados e municípios na reforma do governo Bolsonaro, uniu oposição e governo. Até o senador Weverton (PDT-MA) já avisou que a oposição é favorável à proposta.

PENSANDO BEM...

...enquanto era acusado de inércia, o governo trabalhava e encontrou o responsável pela tragédia no litoral brasileiro.
Herculano
02/11/2019 08:11
HOJE É DIA ECLESIASTES 12

Dia dos mortos.É de reverenciar a memória dos próximos e que de alguma forma contribuíram nos exemplos. Sou dos antigos. E já durante a semana fiz a minha peregrinação aos dos túmulos do meu pai e irmão, e dos meus sogros.

Mas, as lembranças não é feita apenas dos próximos, mas principalmente dos que tombaram na luta e no trabalho pela vida que temos hoje. Gente anônima, gente que nem túmulo teve direito, gente esquecida, gente desrespeitada, humilhada, escravizada, usada. Gente com ideal, líderes com ideias e crenças. Enfim, todos que deram a cara ao mundo multifacetado que temos hoje. Gente que nos tirou da caverna - aquela de Platão.

E para os crentes e de fé cristã, a rápida passagem terrena está expressa em Eclesiastes 12. Ela é significativa e eloquente. Por mais importante que somos e contribuímos para para um mundo melhor, somos pó na riqueza, pobreza, na ignorância e sabedoria.

"Sim, com certeza, lembra-te de Deus, antes que se rompa o cordão de prata, ou se quebre a taça de ouro; antes que o cântaro se despedace junto à fonte, a roda se quebre junto ao poço; o pó retorne à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o concedeu".

"Que absurdo! Que futilidade! Tudo é ilusão, vaidade!" exclama Cohéllet, o sábio. E finaliza: "Nada faz sentido! Tudo é inútil!". Não a vida, mas o poder que nos investimos para a riqueza material...
Herculano
02/11/2019 07:35
ESSES LIBERAIS QUE ADORAM O BREXIT, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo no jornal Folha de S. Paulo

Liberais britânicos giraram 180 graus e se transformaram em seita anti-Europa

Um Reino Unido atordoado vai às urnas em dezembro. Boris Johnson, o primeiro-ministro conservador, definiu sua campanha como um levante do "povo", pelo brexit, contra a "elite" que impede uma ruptura radical com a União Europeia (UE).

Os liberais britânicos - isto é, a maioria do Partido Conservador e o Partido do Brexit, de Nigel Farage - transformaram-se numa seita anti-Europa. É mais um sintoma da degradação do pensamento liberal.

Os liberais britânicos giraram 180 graus. Entre 1985 e 1994, quando o francês Jacques Delors conduziu as negociações que concluíram a arquitetura do Mercado Único Europeu, eles ocuparam a linha de frente na batalha contra as resistências protecionistas nacionais. Hoje, renegam o que fizeram, entrincheirando-se num nacionalismo de nítida coloração populista.

No Foro da Liberdade, meses atrás, escutei as razões de um fanático do brexit, o economista Andy Duncan. Ele acusava a então primeira-ministra, Theresa May, e o líder opositor Jeremy Corbyn de subserviência à "elite europeia". E, desafiando o que sugere o registro histórico, assegurava que Margaret Thatcher teria completado sem demora o serviço do brexit.

Tive, então, que recordar à plateia brasileira o primeiro plebiscito sobre o brexit, realizado em 1975, quando a conservadora Thatcher defendeu a adesão à Comunidade Europeia e o trabalhista Corbyn adotou posição contrária.

O economista ultraliberal reproduziu os discursos de campanha de Farage, que classificou como seu "herói". Estados grandes representariam, invariavelmente, ameaças às liberdades dos cidadãos. A Europa ficaria melhor se fragmentada em microestados como Andorra, Liechtenstein ou Monaco. A UE seria um superestado opressor, uma burocracia "globalista" determinada a suprimir as liberdades britânicas.

Duncan situa-se numa franja extrema do espectro partidário, mas seus argumentos esclarecem a gramática política que impulsiona o brexit. A "liberdade" dos modelares microestados de Duncan é a liberdade de circundar impostos: os três são paraísos fiscais.

O brexit veicula a utopia reacionária de rebaixar os padrões sociais e ambientais britânicos, pela ruptura com as regras comuns europeias. Na sua nova encarnação, os liberais sonham com uma Inglaterra bucaneira: um Chipre com armas nucleares.

Os grandes Estados europeus são diversos e relativamente abertos à imigração. A campanha do brexit concentrou-se na ideia de retomar o controle das fronteiras, abolindo o livre trânsito de cidadãos europeus e erguendo uma muralha frente aos fluxos imigratórios. A "liberdade" de Farage e Johnson é a liberdade de definir a nação à base do sangue. O brexit veicula a utopia nativista de um retorno aos tempos dourados de uma Pequena Inglaterra exclusivamente branca e anglicana.

A proteção das liberdades públicas e políticas foi a mola que, lá atrás, quando assentava a poeira da guerra mundial, impulsionou o projeto europeu. Na origem da UE encontram-se os imperativos de evitar o ressurgimento do nacionalismo alemão e de traçar uma fronteira geopolítica diante do bloco soviético.

A Europa fragmentária idealizada pelos maníacos do brexit é o cenário estratégico perfeito para a Rússia, o maior dos Estados europeus. Em 2014, Farage nomeou Vladimir Putin como "o líder mundial que mais admiro". Há um claro motivo político para o voto pró-europeu de Thatcher em 1975.

O Reino Unido navega rumo às águas turbulentas do brexit, um ato voluntário de autoagressão poucas vezes visto na história das nações. Os liberais convertidos ao nacionalismo xenófobo pilotam o navio, mas partilham a responsabilidade com os trabalhistas, que se recusaram a tentar mudar o curso. É que Corbyn, o líder esquerdista do partido, votou pelo brexit em 1975 por enxergar o projeto europeu como uma monstruosidade inventada pelos liberais...
Herculano
01/11/2019 11:51
AS CAUSAS DO SURTO CONTRA A DEMOCRACIA DO CLÃ BOLSONARO, por Andrei Meirelles, em Os Divergentes.

Avanço de apurações sobre a família, cerco a Queiroz e outros parceiros no Rio, desilusão com a mudança de vento na América do Sul e ilusão sobre apoio militar motivam opção pelo confronto

A bem da verdade, a apologia do clã Bolsonaro às práticas mais abomináveis da ditadura militar no Brasil não é nenhuma novidade. Todo o barulho pela declaração de Eduardo Bolsonaro que, no caso de uma repetição aqui da revolta popular no Chile, a reação poderia ser um novo AI-5, tem mais a ver com o contexto do que com o próprio texto. Bazófias semelhantes sempre foram a lição de casa da família. O que dá um certo tom de gravidade são algumas circunstâncias. Vamos a elas:

1) - A base histórica do clã Bolsonaro nos bastidores policiais e militares no Rio de Janeiro está em polvorosa. Atribui-se à turma que se alinhou ao governador Wilson Witzel - e conhece o caminho das pedras, inclusive na comunidade do Rio das Pedras - o cerco que fez voltar à cena Fabrício Queiroz e a agitação entre seus supostos aliados nas milícias. Essa turma pode turbinar investigações como as rachadinhas nos gabinetes da família Bolsonaro. Investigadores federais incluem na conta dessa trombada o imbróglio sobre o que rolou na portaria do condomínio Vivendas da Barra no dia do assassinato de Marielle Franco. Dizem ser o filme de sempre em que alguma parte se sente abandonada e cobra proteção de parceiros mais poderosos.

2) - A chamada ala ideológica do bolsonarismo, que tem como gurus Olavo de Carvalho e Steve Bannon, viajou na ilusão de que, a partir do Brasil, varreria as esquerdas e faria uma revolução cultural de direita em toda a América do Sul. Como os ventos políticos nessa região mudam rapidamente de direção, o que antes era um amplo projeto continental de poder, virou necessidade de se defender. Aí a revolta popular no Chile, a eleição na Argentina e tudo que rola nos países vizinhos, sem nem contar a Venezuela, passou a assustar e a estimular a ideia estapafúrdia de precipitar um confronto no Brasil. O vídeo das hienas contra o rei leão Bolsonaro, entre outros posts, é a parte mais visível dessa estratégia.

3) - O engajamento do presidente Bolsonaro. No episódio do vídeo das hienas, Carlos Bolsonaro fez questão de dizer que quem mandou divulgar foi seu pai. Quando deu problema com outros tuítes postados em nome do presidente, Carluxo sempre assumiu a autoria. A diferença agora é que o presidente parece disposto a voltar ao protagonismo na guerra em que sempre foi o carro chefe. Conta para isso com o apoio constatado pelas pesquisas de cerca de 30% da população e o fato de no jogo de poder não chegar só.

4) - O general Augusto Heleno, desde a campanha eleitoral, era tido e havido como referência de equilíbrio. Em alguns setores foi apresentado como salvaguarda contra eventuais surtos autoritários de um governo Bolsonaro. O credenciava o fato de ser junto com o general Villas Bôas os principais líderes militares do país. Pois bem. Heleno foi a única voz destoante na reação generalizada na República ao besteirol de Eduardo Bolsonaro sobre um novo AI-5. "Não ouvi ele falar isso. Se falou, tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir. Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem de fazer alguma coisa para conter. Mas até chegar a esse ponto tem um caminho longo".

Pode parecer preocupante essa declaração na boca de um dos avalistas de que Bolsonaro não tentaria dar um golpe, como acusavam seus adversários na campanha eleitoral. Ainda mais que ele é o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, quem comanda o serviço secreto do governo. E tem como assessor nada menos que o general Villas Bôas, com todos seus graves problemas de saúde. A questão é se, além do habitual apoio de grupos da reserva, essa posição tem ou não respaldo nos quartéis.

5) - A posição dos militares. Quem convive de perto com generais, almirantes e brigadeiros da ativa descarta qualquer aventura das Forças Armadas contra a democracia. Na Marinha, Aeronáutica e em grande parte do Exército, os filhos de Bolsonaro são tidos como doidivanas. Até no Exército o que se fala é que a mudança do general Heleno, que trocou a moderação pela beligerância do clã bolsonariano, o distanciou das tropas. Interlocutores de generais da ativa descartam qualquer possibilidade de apoio à golpe militar, mesmo que a iniciativa parta do presidente Jair Bolsonaro. Dizem que até nessa hipótese, que não consideram nada factível, quem acabaria na presidência da República seria o vice-presidente Hamilton Mourão.

Golpe nunca mais.

A conferir.
Miguel José Teixeira
01/11/2019 09:14
Senhores,

Na mídia:

"Lula é o responsável por tragédia que Brasil está vivendo', diz Ciro"

Leia + em: https://congressoemfoco.uol.com.br/especial/noticias/lula-e-enganador-profissional-diz-ciro-em-entrevista-exclusiva/

Finalmente, o patético político de Pindamonhangaba, atualmente "coroné" no Ceará, falou uma verdade!
Miguel José Teixeira
01/11/2019 09:08
Senhores,

Segundo Dumas, o rei da França Luis XIII (oops...13)tinha ao seu dispor 3 mosqueteiros, que conhecemos suas aventuras.

Atualmente no Brasil, o capitão zerozero dispõem de 3 abilolados, conhecidos por zero 1, zero 2 e zero 3, que dispensam o trabalho da mais aguerrida oposição.

Se chegar até o final do seu mandato, poderá enfrentar nas urnas, um exército de adélios bispos.

Sugiro aos 3 abilolados tratamento psiquiátrico, urgente,ou será que são casos de polícia mesmo?
Herculano
01/11/2019 07:48
da série: depois que o Supremo praticamente enterrou o tema contra os brasileiros e a favor dos políticos bandidos, dos criminosos organizados e dos endinheirados para contratar caros advogados...

MALDANER DECLARA APOIO À PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA

O deputado federal Celso Maldaner, MDB, participou de uma audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça - CCJ que debateu a tramitação da PEC 410/18 que prevê a prisão do réu condenado em segunda instância.

Em sua contribuição, Maldaner ressaltou a importância de acabar com distorções jurídicas e cumprir o que diz a Constituição "todos são iguais perante a justiça". Para ele, o primeiro passo seria acabar com o foro privilegiado, privilégio concedido a autoridades, mas também declarou o seu voto a favor da PEC 410.

Nesta etapa, a CCJ à qual é membro titular, analisa a constitucionalidade da matéria. Após sua aprovação, uma comissão especial será criada para apreciar o mérito da proposta.
Herculano
01/11/2019 07:42
FAMÍLIA PRESIDENCIAL E SEUS MILITANTES QUEREM NORMALIZAR AUTORITARISMO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Presidente, filhocracia e militância tentam criar ambiente propício ao autoritarismo

Congresso e Justiça serão capazes de conter as tentações autoritárias de Jair Bolsonaro, como já o fizeram no caso das decretações ilegais do presidente e das injúrias antidemocráticas, a mais recente delas contra o Supremo.

É a opinião otimista dos adeptos da tese de que "as instituições estão funcionando". Seja lá o que esse juízo signifique, é uma opinião que tem de lidar com o fato de que o país passou a discutir a hipótese de uma ditadura, sugestão do líder do partido do governo na Câmara, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Apregoar violência contra direitos civis e, agora, políticos torna-se conversa corrente no Brasil, assunto promovido pelo presidente, seus filhos e seus ideólogos, além de reverberado pela militância. Junta-se à pregação da política plebiscitária (na conversa do AI-5, Eduardo também sugeriu "consultas populares" para mudar a lei). Soma-se à adoração do líder, "mito", que vai "quebrar o sistema", "nós contra eles", nem o "isentão" escapa. É um ideário que deseja descartar partidos, saltar a mediação institucional e manipular órgãos de controle, da polícia ao fisco.

Antes aberração e extravagância marginal, as ideias autoritárias do bolsonarismo começam a fazer parte do ambiente e, pela reincidência, tendem à normalização.

Nos últimos dias, a familiocracia e seus ideólogos chamaram de hienas boa parte da sociedade civil organizada e também o Supremo. Bolsonaro pai se desculpou, mas apenas porque não viu que o vídeo do insulto incluía o STF.

O surto mais recente de disparate não para por aí. Coincide com a reemergência do passado de amizades milicianas da família. É temperado por outros desvarios, como a sucessão de conflitos e atritos com países amigos (Argentina, Uruguai, Chile etc.)

Bolsonaro também ameaçou acabar com a concessão de TV das Organizações Globo, entre outros ataques à imprensa: o presidente e seus militantes ameaçam anunciantes de meios de comunicação. Eduardo Bolsonaro fez reiteradas defesas de medidas de exceção para conter manifestações de que venha a não gostar, a exemplo das chilenas.

Como o pai, Eduardo também se desculpou caso, "porventura", tenha ofendido alguém por sugerir a hipótese de "um AI-5" (ou seja: acredita que muita gente não se ofende com o chorrilho de autoritarismos). Mordem como um rottweiler, assopram como um colibri. Não importa se cometem disparates autoritários de propósito ou por descuido revelador de uma disposição fundamental de espírito. Agora, dada a recorrência dos insultos à democracia, tanto faz a diferença.

Não se trata de dizer que, pelo que se saiba, já organizem uma tentativa de "ruptura institucional", o que pode vir a ser o caso, segundo um entendedor da família, Gustavo Bebianno. Mas isso não é motivo para tranquilidade incauta e acomodações com as ameaças.

O bolsonarismo não tem escrúpulos de defender tortura e ditadura, ontem e amanhã, aqui e alhures. Acomoda-se às limitações temporárias do entorno, como uma geleia autoritária que vai encontrando espaços e fissuras para se expandir, espaçosa, causando também erosões. Desde o início do ano houve manifestações da militância bolsonarista, na rua ou virtuais, pelo fechamento do Supremo, pois não?

As instituições, que funcionam mal, podem começar a ruir se a conversa antidemocrática for também normalizada. É preciso haver uma reação prática. Um deputado que defende o fechamento do Congresso não pode ser mais um deputado.
Herculano
01/11/2019 07:38
da série: você pensa que isso só aconteceu em Brasília? Em Gaspar também...

HACKER DISSE TER ROUBADO MENSAGENS DE MINISTROS DO STF

Conteúdo de O Antagonista. O hacker da Lava Jato disse a Manuela D'Ávila que havia roubado mensagens de Cármen Lúcia, Rosa Weber e Luís Roberto Barroso, segundo a Veja.

Ele disse também que essas mensagens permitiriam invalidar todos os atos da Lava Jato.

Em sua conversa com Manuela D'Ávila, ele acusou Cármen Lúcia de "fazer piada" com a morte do neto de Lula.
Herculano
01/11/2019 07:33
DUAS OBSERVAÇõES

A esquerda só não incendeia o país após as declarações de Eduardo Bolsonaro, e o sucesso relativo até aqui do governo do seu pai Jair - e que ainda não conseguiu arrumar os empregos para os milhões de trabalhadores que o PT colocou na rua da amargura, porque a grana secou via o Imposto Sindical, as boquinhas milionárias no aparelhamento da máquina pública e os bilhões roubados na corrupção com grupos empresariais. Em outros tempos, greves, bumbos e black blocs já tinha feito o serviço sujo para a esquerda do atraso com a omissão do Centrão comprado por essa gente.

A segunda observação. O Eduardo não se candidatou para a embaixada errada? Não deveria ser a da Arábia Saudita que é governada por um rei que pode tudo, inclusive matar adversários, que não permite imprensa, rede social e aplicativos de mensagens livres, além de humilhar as mulheres nos seus direitos mínimos e básicos?
Herculano
01/11/2019 07:24
VAZAMENTO: LISTA DE SUSPEITOS É AINDA MAIOR, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O vazamento da mentira do porteiro, com objetivo de prejudicar Jair Bolsonaro, pode ter sido obra do governador fluminense Wilson Witzel, como acredita o presidente, mas até fontes do Palácio do Planalto acham apressada essa conclusão. Lembram muitos outros suspeitos na Polícia Civil, no Ministério Público Estadual, na Procuradoria Geral da República e no Supremo Tribunal Federal, que tiveram acesso ao processo sob segredo de Justiça, em razão dos cargos que ocupam.

PURA MALDADE

Quem vazou sabia que o Supremo já havia arquivado o pedido de abertura de inquérito, até porque a mentira havia sido desmascarada.

PERÍCIA DEMORADA

A perícia no computador do condomínio só ocorreu, constatando a mentira, após o pedido de inquérito ter sido sido enviado ao Supremo.

TRABALHO METICULOSO

A investigação da PF seguirá a linha da Advocacia Geral da União, identificando todos os que tiveram acesso ao depoimento do porteiro.

DIGITAIS FUNCIONAIS

Casos sob segredo de Justiça seguem um protocolo rigoroso, onde quem tem acesso acaba deixando suas "digitais funcionais".

FALHA REGIMENTAL PODE ACABAR CPMI DAS FAKE NEWS

Deve morrer antes do que se supõe, e por razões regimentais, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga "Fake News", onde governistas e opositores quase chegam às vias de fato, na troca de acusações sobre a difusão de notícias falsas. É que houve convocações para depor equivocadas, fora do objeto determinado que originou a CPMI, e, para piorar, a questão de ordem com "requerimento reparativo" sobre o rito, acabou protocolada fora do prazo. Isso foi fatal.

FIM EM 4 SEMANAS

Isso é o que determinará a extinção da CPMI, segundo o regimento, até quatro semanas depois da sua instalação.

BRIGA BESTA

A ressaca da briga interna do PSL, entre os grupos de Bolsonaro e Luciano Bivar, atrapalha muito o entendimento para prolongar a CPMI.

VELóRIO SERÁ MARCADO

O fim da CPMI das Fake News poderá ser definida na próxima semana, e é improvável que venha a ser retomada nos mesmos termos.

GENTILEZA PRESIDENCIAL

Jair Bolsonaro viajou na poltrona, apesar de o avião presidencial ter cama. "Como eu usaria a cama tendo ao meu lado o general Augusto Heleno, sete anos mais velho que eu? Cedi a cama pra ele".

DORES DA IDADE

A gentileza do presidente ao general Heleno, cedendo-lhe a cama no avião, rendeu as dores que levaram o presidente a uma ressonância magnética, após desembarcar em Brasília. Mas está tudo bem com ele.

QUEM PRECISA DE OPOSIÇÃO?

Com a declaração estúpida sobre AI-5, o filho deputado impediu o presidente Jair Bolsonaro de celebrar o sucesso da viagem por cinco países, trazendo na bagagem investimentos bilionários para o Brasil.

SE ERA FALTA DE PRETEXTO...

O ataque de desinteligência política de Eduardo Bolsonaro, revelando sonhos autoritários, acabou oferecendo o pretexto que black blocs e assemelhados procuram para tocar o terror no País.

RECUO DE DESAUTORIZADO

Só no final da tarde desta quinta (31), após tomar uma enquadrada do pai, o deputado Eduardo deu entrevista a José Luiz Datena, da Band, recuando e pedindo desculpas pelas palavras "mal-interpretadas".
Herculano
01/11/2019 07:17
da série: como um caso aparentemente tão simples, se complica tanto nas narrativas, provas e elucidação? Este é um exemplo de como a milícia como crime organizado -ao contrário das outras organizações criminosas - está enraizada no poder formal do estado e município do Rio de Janeiro, a cidade podre, num modelo criado por Leonel Brizola, PDT. E é uma tendência a se replicar por outras bandas. Tudo podre pelo poder. Wake up, Brazil!

SEM MORDOMO, PRENDAM O PORTEIRO!, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo

Bolsonaro está ensinando como Dilma deveria ter se comportado no petrolão

Desde a terça (29) à noite, quando o Jornal Nacional levou ao ar a reportagem sobre o surgimento do nome do presidente Jair Bolsonaro na investigação do caso Marielle Franco, ao momento em que escrevo esta coluna, experimento um desconforto que poderia ser estético. Algumas sinapses que se fazem por conta própria na minha cachola disparam o alarme: "Como está, a narrativa não faz sentido".

Mas isso não é romance. Chamo a atenção para fios soltos, peças ausentes e comportamentos heterodoxos. E estou certo de que o Ministério Público do Rio é o detentor desses arcanos.

A Globo tem de se perguntar se não caiu numa armadilha, num "entrapment" jornalístico, que serviu para Bolsonaro posar de vítima e herói. Na lógica política, isso descarta Wilson Witzel como fonte da matéria ?"embora eu nunca especule a respeito.

Digamos que o porteiro tenha se enganado ou recorrido à má-fé em seus depoimentos. Como explicar, no entanto, o registro em livro da entrada do carro, com a placa e o destino: casa 58, justamente a de Bolsonaro?

Os depoimentos do porteiro foram tomados depois da tragédia, mas o registro no livro é contemporâneo ao ingresso no condomínio do Logan AGH 8202. O autor da anotação não tinha como saber que a linha que redigia, com zelo burocrático, viria a fazer história. A menos que adivinhasse: "Eles vão matar Marielle, e eu vou tentar ferrar Bolsonaro porque ele será presidente da República". Isso tudo no dia 14 de março de 2018! Eis um romance impublicável.

A imagem da anotação no livro foi obtida depois que se quebrou a senha do celular de Ronnie Lessa, um dos assassinos. Ela lhe fora enviada por sua mulher. Pergunto: com que propósito a zelosa senhora fotografara a página? Resposta possível: para proteger o marido.

A primeira reportagem do JN informou que o registro da presença de Bolsonaro em Brasília contradizia os depoimentos do porteiro. Em entrevista coletiva na quarta (30), a promotora Simone Sibilio afirmou que perícia confirma ter sido Lessa a autorizar a entrada de Élcio Queiroz.

Tal perícia teria sido concluída na quarta-feira, no dia seguinte à reportagem. Sibilio estava ao lado da também promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, bolsonarista de carteirinha ?"no caso, de camiseta.
Membros do MP do Rio tinham ido a Brasília conversar com Dias Toffoli, presidente do STF, para saber se poderiam continuar com a investigação, uma vez que o nome do presidente tinha aparecido no rolo. Sibilio e a bolsonarista estavam entre eles?

Tal encontro se deu sem o conhecimento do juiz responsável pelo caso, o que é de espantosa heterodoxia. Foram participar uma "notícia de fato" ao ministro. Sem o conhecimento do juízo original, virou consultoria gratuita feita por ministro do STF. E o encontro se deu antes da perícia ?"também realizada, a seu modo, na portaria, por Carlos Bolsonaro.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, classificou de factoide o episódio envolvendo o presidente e disse que a questão já havia sido arquivada pela PGR e pelo STF antes da reportagem. Seria o arquivamento formal de um procedimento informal?

Bolsonaro deixou claro que já tinha ciência havia dias de que seu nome passara a figurar no caso. A fluência atípica da indignação no seu vídeo, apesar da retórica peculiar, pareceu-me de cara bem mais do que improviso. "Entrapment".

Sergio Moro manda, e Aras topa, o MPF abrir inquérito contra testemunha de investigação ainda em curso para apurar se o porteiro cometeu denunciação caluniosa, obstrução da Justiça e falso testemunho, condutas que, em existindo, são apuradas na esfera estadual. A AGU determinou que a Procuradoria-Geral da União investigue o vazamento. São aberrações inéditas.

Bolsonaro está ensinando como Dilma Rousseff deveria ter se comportado durante o petrolão. O que faltou à petista para se manter no cargo foi estuprar a institucionalidade. É bem verdade que ela não tinha um ministro da Justiça do nível de Moro. E não contava com um Aras na PGR.

Nesse romance sem pé, mas com cabeça, faltam mordomo e caseiro.

Então prendam o porteiro.
Herculano
01/11/2019 07:07
da série: o judiciário manipulado para desmoralizar a Lava Jato e o Supremo se pautando por organização criminosa para as suas decisões de suprema verdade os juízes do caso, principalmente Sérgio Moro. A que ponto de dúvida e desmoralização chegamos no judiciário brasileiro.

HACKER: "DÁ PARA SOLTAR LULA HOJE. DERRUBAR O MPF"

O hacker Vermelho prometeu a Manuela D'Ávila que as mensagens roubadas da Lava Jato poderiam soltar Lula e derrubar o MPF.

Em 12 de maio, segundo a Veja, Walter Delgatti Neto, usando o Telegram de Cid Gomes, que ele também havia invadido, enviou um recado para Manuela D'Ávila:

"Eu entrei no telegram de todos membros da força tarefa da lava jato. Peguei todos os arquivos. Dá para soltar Lula hoje. Derrubar o MPF."
Herculano
01/11/2019 07:01
da série: se a Globo realmente é lixo a quem Bolsonaro ameaça não renovar a licença, e se realmente as concorrentes possuem audiência como ingenuamente propaga sem olhar os mapas, se suas lives são assistidas por milhões, qual a razão para Bolsonaro pedir penico à Globo? Contradição. A Globo deveria dar o espaço para desmontar o circo com jornalismo.

Enquanto as outras emissoras imitam no jornalismo o modelo da Globo e não superam o traço de audiência a Globo é empreendedora e montou a sua autosuficiência econômica - pois não tem uma igreja e fiéis para sustentá-la sem impostos - se atualização criando um streamming chamado Globoplay, uma espécie de Netflix se afastando da dependência das verbas públicas que estão subordinadas ao humor ou vontades dos políticos e malucos no poder de plantão.

BOLSONARO PEDE À GLOBO DEZ MINUTOS PARA FALAR SOBRE O CASO MARIELLE

Conteúdo de O Antagonista. Ainda durante a live transmitida hoje pelas redes sociais, Jair Bolsonaro criticou a TV Globo e pediu à emissora um espaço de dez minutos para falar sobre o caso Marielle Franco em rede nacional.

"Lamentável a TV Globo, querendo me associar ao possível mandante da execução da senhora Marielle Franco. Mas foi rapidamente desmentido por nós em uma live logo depois", disse Bolsonaro.

"É um jornalismo canalha, sem escrúpulo. Desafio vocês a me convidar a falar por dez minutos sobre esse episódio. Desafio vocês", continuou.

Bolsonaro também disse que a Globo comete, sistematicamente, injustiças contra ele: "De forma covarde, fazem o tempo todo comigo".
Herculano
01/11/2019 06:30
da série: não é barato e não há santos neste mundo virtual patrocinado pelas milicias virtuais tanto da esquerda do atraso quanto da direita xucra, para criar fake news e enganar os incautos, ou fanáticos eleitores e eleitoras.

A FORTUNA DOS HACKERS

Conteúdo de O Antagonista. A Crusoé teve acesso a um relatório sobre o movimento financeiro suspeito ligado a Chiclete, apontado como o mentor do hacker que roubou as mensagens da Lava Jato.

Entre créditos e débitos, o relatório lista operações que somam nada menos que 5,7 milhões de reais e envolvem 40 pessoas físicas e cinco empresas.
Herculano
01/11/2019 06:22
da série: tem gente aplaudindo o deputado, mas se a ideia dele vingar, não é preciso eleitor, eleição, nem câmara Federal, senado, assembléia, nem câmara municipal, nem mesmo judiciário defeituoso e exposto, imprensa que investiga e mostra os cheios de dúvidas, muitos menos, liberdade nas redes sociais para o pensamento livre ou as fakes news. Tenebrosa gente incapaz de lutar por suas convicções e derrubar seus adversários, corruptos e facínoras nos argumentos e votos... A liberdade não é coisa da esquerda, mas de gente madura e decente. Entretanto, quando no poder, usando um pano de fundo em defesa dos pobres, vulneráveis e interesses nacionais, a esquerda do atraso no Brasil se tornou símbolo de corrupção, perseguição e manipulação. E o combate a esse tripé, se faz numa longa batalha de conscientização dos cidadãos e não numa batalha noturna e rápida, por canetaços com corte de direitos, incluindo o de se expressar e debater pontos divergentes.

BRAVATA DE EDUARDO É PRODUTO DA ESSÊNCIA DO BOLSONARISMO RADICAL, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Saídas autoritárias são tratadas com naturalidade para testar limite da democracia

Num pedido meio esfarrapado de desculpas, Eduardo Bolsonaro disse que não existe "qualquer possibilidade" de edição de um novo AI-5, como ele mesmo havia sugerido numa entrevista. "Esse não é o ponto que nós vivemos hoje", afirmou.

É preciso ter boa vontade de sobra para crer que o filho do presidente cometeu um lapso. Eduardo disse com todas as letras que, se o governo for ameaçado pela esquerda, pode repetir a medida da ditadura militar que fechou o Congresso e abriu caminho para prisões e torturas.

Antes de se retratar, ele publicou um vídeo para defender o AI-5 e reforçar a tese conspiratória de que as manifestações do Chile são financiadas por regimes socialistas. Divulgou também uma gravação em que o pai exalta um torturador e acrescentou: "Não tenhais medo!".

Eduardo não está só. Sua bravata é um produto da essência do bolsonarismo, em que medidas de exceção são tratadas como cartas na manga.

Depois da declaração de Eduardo sobre o AI-5, o general Augusto Heleno comentou a ideia como se fosse uma hipótese razoável. "Não ouvi ele falar isso. Se falou, tem de estudar como vai fazer, como vai conduzir. Acho que, se houver uma coisa no padrão do Chile, é lógico que tem que ser feita alguma coisa para conter", disse o ministro.

O próprio Jair Bolsonaro passou a última semana ameaçando acionar os militares para reprimir protestos que possam ocorrer no Brasil. Em sua carreira política, o presidente elogiou o AI-5 em pelo menos sete discursos registrados na Câmara. Agora, diz que quem fala sobre o assunto "está sonhando".

Se não há golpe à vista, a naturalidade com que saídas autoritárias são tratadas mostram uma disposição do bolsonarismo em testar os limites das relações democráticas.

Governantes interessados em ampliar seus poderes costumam explorar crises para se livrar dos limites impostos pela lei. O mero risco de repetição dos protestos chilenos no Brasil é abordado apenas como pretexto para essas formulações.
PAULO HENRIQUE HOSTERT
01/11/2019 06:22
Ei você... que democratica e legitimamente votou no Bolsonaro até quando vai ficar tagarelando contra a esquerda do atraso, que praticamente não tem mais condições de reunir meia dúzia de comedores de pão com mortadela ou contra a "Globo lixo" que segundo alguns é a causa de toda a desgraça do Brasil? Vocês não perceberam que a maior oposição ao governo é o próprio Bolsonaro e seus filhos alienados, com suas falas e idéias absurdas e fora de qualquer conecção com a realidade? Vocês não acham que, para o bem do Brasil, já não passou da hora de dar um *CALA BOCA MAGIDA* ou um *POR QUE NÃO TE CALAS* aos três porquinhos e seus asceclas? Hoje flertamos com as ideias irresponsáveis e imbecis como a do grande pensador e assador de hambúrgueres e quase diploma, Eduardo Bolsonaro, haventando a volta do AI5. Quem deu e ele a audácia de sugerir isso? O povo que democraticamente o elegeu acho que não foi!!! Os filhos do rei falam qualquer asneira, bagunçam o mercado, espantam investidores e acham que um simples "fui mau interpretado" resolve tudo. Bolsonaristas, bolsominions, adoradores ou qualquer definição que lhes agrade os ouvidos pelo bem do Brasil, que tanto querem e eu também, só hoje, gritem bem alto aos que estão próximos do Presidente um *CALA BOCA EDUARDO, FLÁVIO, CARLOS!!!!*
Herculano
31/10/2019 19:31
FAMÍLIA BOLSONARO TESTA LIMITES DA DEMOCRACIA; REAÇÃO CONTUNDENTE MOSTRA QUE INSTITUIÇõES ESTÃO VIGILANTES, por Gérson Camarotti, na Globo News, Brasília.

Deputado Eduardo Bolsonaro fala em volta do AI-5 'se a esquerda radicalizar'

De forma gradativa, integrantes da família Bolsonaro testam os limites da democracia brasileira. A fala do deputado Eduardo Bolsonaro (SP) sobre a possibilidade de "um novo AI-5" em caso de a esquerda "radicalizar" não foi a primeira declaração desse tipo e não será a última.

Eduardo Bolsonaro é filho do presidente Jair Bolsonaro, atualmente exerce a função de líder do PSL na Câmara dos Deputados e presidente do PSL-SP.

A entrevista de Eduardo Bolsonaro foi concedida a uma jornalista quando o presidente ainda estava em viagem ao exterior. Recentemente, quando Bolsonaro estava internado, um outro filho dele, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), chegou a afirmar que o país não terá transformação rápida "por vias democráticas".

Diante da reação generalizada nesta quinta-feira, o próprio presidente Bolsonaro lamentou a declaração de Eduardo e disse que está "sonhando" quem fala em AI-5.

A desaprovação de Bolsonaro, contudo, foi vista com cautela por parlamentares de diversas legendas justamente em razão do histórico de declarações semelhantes de toda a família, inclusive por parte do presidente.

"Os filhos relativizam a democracia de forma permanente", advertiu um integrante da cúpula do Congresso.

De forma unânime, parlamentares ouvidos pelo blog nesta quinta-feira reagiram com perplexidade à fala de Eduardo Bolsonaro. Integrantes da ala militar do governo também explicitaram desaprovação em conversas reservadas e classificaram como "temeridade" a defesa explícita do AI-5.

O AI-5 é considerado um dos atos de maior poder repressivo tomados durante a ditadura, pois resultou na cassação mandatos políticos e na suspensão de garantias constitucionais.

A constatação no Congresso e entre integrantes do Supremo Tribunal Federal é que o clã Bolsonaro faz de forma intencional e pensada declarações que relativizam a democracia para, aos poucos, sentir a reação da sociedade e das instituições.

No Congresso, também há um estranhamento permanente pelo fato do próprio Bolsonaro não buscar criar um ambiente de governabilidade. Pelo contrário.

"Quando a família Bolsonaro começa a fazer um movimento para esvaziar os partidos políticos e não ter qualquer preocupação com uma base parlamentar, é um sinal de que o clã não descarta recursos autoritários", advertiu ao Blog um influente parlamentar.

Mas se há um aspecto positivo em todo este episódio é que - a reação contundente de integrantes de todos os poderes - mostra que as instituições estão vigilantes para qualquer tentativa de retrocesso democrático.

Um senador experiente próximo ao presidente Bolsonaro chegou a alertar ao Blog que não faz sentido atacar a esquerda para justificar a defesa do AI-5. Inclusive porque, até aqui, a oposição tem demonstrado um desempenho sofrível no Congresso Nacional.

"A família Bolsonaro está em busca de um pretexto. Sabe que é real a possibilidade do ex-presidente Lula sair da prisão, com a sinalização do Supremo (Tribunal Federal) derrubar a prisão a partir da condenação em segunda instância", observou.

Esse senador também ressaltou que Bolsonaro vai utilizar a eventual liberdade de Lula para resgatar o ambiente de polarização na sociedade. "Bolsonaro se alimenta do antagonismo ao PT e ao ex-presidente Lula. E quer manter esse ambiente de polarização permanente", completou. "Mas esse movimento da família Bolsonaro de testar a democracia é de uma ousadia
Herculano
31/10/2019 19:26
da série: jura amar e depois mata

SARNEY DIZ LAMENTAR DECLARAÇõES DE EDUARDO BOLSONARO

Em nota, o ex-presidente José Sarney também repudiou as declarações de Eduardo Bolsonaro sobre um novo AI-5 no Brasil.

"Lamento que um parlamentar, que começa seu mandato jurando a Constituição, sugira, em algum momento, tentar violá-la", escreveu Sarney.
Herculano
31/10/2019 19:18
da série: como se isso fosse terminar com as notícias ruins contra o seu governo, como se isso fosse quebrar o jornal. Bolsonaro está eliminando o carteiro para que as cartas com notícias que lhe agradam cheguem à sua casa, mas está chegando à casa dos outros. Quando pratica à censura só aguça à curiosidade dos que não eram leitores do jornal. Rádio, portal de notícias, Tevê e jornal bons para os Bolsonaros e por todos que estão no poder, como acontece em Gaspar, é quem esconde as mazelas do povo e por verbas públicas com pesados impostos do povo, publica propaganda engrandecendo o governo e os políticos no poder de plantão. Bonito...As redes sociais e aplicativos de mensagens tornam lixo essa ação marqueteira.

BOLSONARO DETERMINA CANCELAMENTO DE ASSINATURAS DA FOLHA NO GOVERNO FEDERAL

Em entrevista à TV Bandeirantes, presidente disse que não dá para confiar no jornal

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo, O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse nesta quinta-feira (31) que determinou o cancelamento de todas as assinaturas da Folha no governo federal. Segundo ele, não dá para confiar no jornal.

"Determinei que todo o governo federal rescinda e cancele a assinatura da Folha de S.Paulo. A ordem que eu dei [é que] nenhum órgão do meu governo vai receber o jornal Folha de S.Paulo aqui em Brasília. Está determinado. É o que eu posso fazer, mais nada além disso", disse, em entrevista à TV Bandeirantes.

"Espero que não me acusem de censura. Está certo? Quem quiser comprar a Folha de S.Paulo, ninguém vai ser punido, o assessor dele vai lá na banca e compra lá e se divirta. Eu não quero mais saber da Folha de S.Paulo, que envenena o meu governo a leitura da Folha de S.Paulo."

Questionado pelo apresentador José Luiz Datena se seria uma forma de censura, o presidente respondeu: "Não é uma forma de censura, nada".

"Se confirmada, a decisão de Bolsonaro configura uma violação dos princípios constitucionais da moralidade e da impessoalidade na administração pública", afirma Luiz Francisco Carvalho Filho, advogado da Folha.

Em nota, a Folha afirmou que "lamenta mais uma atitude abertamente discriminatória do presidente da República contra o jornal e vai continuar fazendo, em relação a seu governo, o jornalismo crítico e apartidário que a caracteriza e que praticou em relação a todos os outros governos".

Antes de anunciar o cancelamento das assinaturas, Bolsonaro citou um café da manhã que teve com jornalistas da Folha no Palácio da Alvorada, em 3 de setembro.

Participaram desse café, além de Bolsonaro, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, o chefe da Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência, Fábio Wajngarten, e o deputado Marco Feliciano (Podemos-SP). O encontro ocorreu das 7h40 às 9h10.

Durante a conversa, o presidente autorizou que todo o teor da conversa fosse publicado, com exceção dos palavrões ditos por ele durante o café da manhã, o que foi respeitado pela Folha.

À TV Bandeirantes nesta quinta-feira, porém, Bolsonaro deu uma declaração falsa ao dizer que o jornal publicou palavrões na entrevista e que o conteúdo das declarações foi todo distorcido ?"reclamação que ele não havia feito quando a reportagem foi publicada.

"Recebi a Folha uma questão de uns 45, 50 dias atrás. Conversei com eles numa boa e, no dia seguinte, foi um festival de desinformação. Eu até fui criticado por assessores meus, e com razão. Por que falou com a Folha? Eu fui tentar dar uma chance pra eles."

"Não saiu nada do que eu falei. Só saiu desinformação. E algumas palavras que eu usei ali e falei: 'Isso aqui é palavrão, segura a onda, escorreguei'. Saiu palavrão [na entrevista], saiu tudo lá. Não dá pra gente confiar, por exemplo, na Folha de S.Paulo."

O ataque desta quinta-feira não é o primeiro de Bolsonaro à Folha. Em outubro do ano passado, em entrevista ao Jornal Nacional, o então presidente eleito afirmou que "por si só, esse jornal se acabou".

"Não quero que [a Folha] acabe. Mas, no que depender de mim, imprensa que se comportar dessa maneira indigna não terá recursos do governo federal". O presidente eleito, depois, completou: "Por si só esse jornal se acabou".

Uma semana antes do segundo turno da eleição de 2018, no dia 21 de outubro, Bolsonaro afirmou que "a Folha de S.Paulo é a maior fake news do Brasil". A declaração, feita em vídeo ao vivo exibido em telões na avenida Paulista, foi recebida com gritos de apoio dos eleitores do então candidato.
Herculano
31/10/2019 17:56
da série: a incrível probabilidade do sorteio randômico computadorizado do Supremo. Só dá ele: Gilmar. O leitor já percebeu a velocidade como político famoso acessa o Supremo. Em menos de 24 horas da prisão o pedido já estava na mesa do ministro em Brasília. E se fosse um João Ninguém de Gaspar e gente que não encontra eco na mídia nacional? Quantos meses isso demoraria?

E os ministros do Supremo dizem não saber a razão a revolta popular e que sustenta todo esse sistema que pode até não ter, mas exala privilégios. Ou seja, a mulher de César não basta...

GILMAR MENDES RECEBE PEDIDO DE LIBERDADE DE GAROTINHO

Conteúdo de O Antagonista. Gilmar Mendes foi sorteado no Supremo como relator de um pedido de liberdade de Anthony e Rosinha Garotinho.

Presos ontem, eles já tiveram um habeas corpus negado pelo STJ.
Herculano
31/10/2019 17:46
COISA TRISTE. O PRESIDENTE JAIR MESSIAS BOLSONARO, PSL, DEIXA A ENTENDER QUE É BONECO DOS SEUS FILHOS ENROLADOS OU MALUCOS. TEVE QUE PEDIR DESCULPAS E OU VOLTAR DUAS VEZES NUMA SEMANA ATRÁS EM ATOS PRATICADOS POR ELES.

QUEM PRECISA DE ADVERSÁRIOS E LOGO NUMA SEMANA DE BOAS NOTÍCIAS EM SUA VIAGEM A JAPÃO, CHINA E ORIENTE MÉDIO? ISTO SEM FALAR QUE O FOGO AMIGO DO PSL ESTÁ O ENFRAQUECENDO ASSIM COMO OS MILICIANOS QUE QUEREM O PERDÃO DE SEUS CRIMES POLÍTICOS E DE PODER NO RIO DE JANEIRO

O SUPREMO E A JUSTIÇA ESTÃO DESAFIANDO O SENSO DE QUE A LEI TORNA TODOS IGUAIS PERANTE ELA. NOS JULGAMENTOS ESTÁ CLARO QUE PODEROSOS, CRIMINOSOS E POLÍTICOS ENDINHEIRADOS COM CAROS ADVOGADOS POSSUEM BENEFÍCIOS, INTERPRETAÇÃO MELHOR OU MAIS FAVORÁVEL DA LEI DO QUE OS POBRES, PRETOS E PUTAS. MAS ISSO, NÃO JUSTIFICA O ESTADO DE EXCEÇÃO E SIM UM SISTEMA DE CONTROLE MAIS APURADO DA SOCIEDADE, VIA A REPRESENTAÇÃO PARLAMENTAR.

BOLSONARO DESAUTORIZA FILHO E DIZ QUE EDUARDO "ESTÁ SONHANDO" SOBRE O AI-5

'Cobrem dele', afirmou o presidente após deputado citar ato da ditadura como possível resposta 'se a esquerda radicalizar'

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Gustavo Uribe, de Brasília. Após repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) desautorizou nesta quinta-feira (31) declaração do seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que caso a esquerda radicalize, uma resposta pode ser um novo AI-5.

Na saída do Palácio do Alvorada, ele afirmou que qualquer um que fale em AI-5 neste momento no país "está sonhando" e pediu que o posicionamento seja cobrado não dele, mas de seu filho.

"Não apoio. Quem quer que seja que fale em AI-5 está sonhando. Está sonhando, está sonhando. Não quero nem ver notícia nesse sentido aí", disse. "Cobrem vocês dele, ele é independente", ressaltou.

O presidente ressaltou ainda que lamenta muito a declaração do também líder do PSL na Câmara dos Deputados e pediu para esquecer a possibilidade de reedição da medida do período militar.

"O AI-5 existia no passado, existia em outra Constituição. Não existe mais. Esquece", afirmou. "Eu lamento. Se ele falou isso, que eu não estou sabendo, eu lamento, lamento muito", acrescentou.

A declaração de Bolsonaro foi feita horas depois de ele ter se reunido com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que divulgou nota pública chamando a posição de Eduardo de absurda.

Em entrevista à Band nesta tarde, Bolsonaro disse que a frase do filho foi dada no contexto das manifestações do Chile e sugeriu ao filho avaliar um pedido de desculpa para quem se sentiu atingido. "Qualquer palavra nossa vira um tsunami."

"Essa arma [AI-5] não existe, e nem queremos, e nem pretendemos falar em autoritarismo da nossa parte. Eu fui eleito democraticamente, ele foi o deputado mais votado na história do Brasil", declarou Bolsonaro na entrevista à Band.

"A gente lamenta essa notícia, mas meu filho está pronto para se desculpar tendo em vista ter sido mal interpretado", completou.

A frase do presidente na saída do Alvorada foi comemorada pelo setor moderado do Palácio do Planalto, que cobrava desde a manhã uma posição de Bolsonaro que colocasse uma espécie de freio em Eduardo.

Tanto a cúpula militar como a equipe econômica avaliavam a necessidade de o presidente desautorizar o filho, arrefecendo o que chamam de uma escalada de radicalização tanto de Eduardo como do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).

Segundo relatos feitos à Folha, ao longo do dia Bolsonaro foi informado que a polêmica gerou revolta tanto na esquerda como na direita e que poderia prejudicar a pauta governista, sobretudo a votação da proposta de reforma administrativa.

A expectativa é de que ela seja apresentada até o final da semana e, antes mesmo do início da sua tramitação, já enfrenta resistência de deputados federais até mesmo alinhados ao Planalto.

Ele foi, então, recomendado a fazer uma declaração pública para acalmar os ânimos no Congresso e evitar retaliações legislativas.

A afirmação de Eduardo foi feita em entrevista à jornalista Leda Nagle realizada na segunda (28) e publicada nesta quinta (31) no canal dela no YouTube.

?"Tudo é culpa do Bolsonaro, percebeu? Fogo na Amazônia, que sempre ocorre - eu já morei lá em Rondônia, sei como é que é, sempre ocorre nessa estação - culpa do Bolsonaro. ?"leo no Nordeste, culpa do Bolsonaro. Daqui a pouco vai passar esse óleo, tudo vai ficar limpo e aí vai vir uma outra coisa, qualquer coisa - culpa do Bolsonaro", seguiu.

"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada", afirmou o parlamentar, filho do presidente Jair Bolsonaro.

"O que faz um país forte não é um Estado forte. São indivíduos fortes. A conjectura não tem que ser futura, ela tem que ser presente. Quem é o presidente dos Estados Unidos agora? É o Trump. Ele se dá bem com o Bolsonaro? Se dá muito bem. Então vamos aproveitar isso aí", continuou.

O quinto ato, assinado pelo marechal Arthur da Costa e Silva (que assumira a Presidência em 1967), resultou no fechamento imediato e por tempo indeterminado do Congresso Nacional e das Assembleias nos estados - com exceção de São Paulo.

Além disso, o AI-5 renovou poderes conferidos ao presidente para cassar mandatos e suspender direitos políticos, agora em caráter permanente. Também foi suspensa a garantia do habeas corpus em casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e a economia popular.

REAÇÃO
Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) disse ser "um absurdo ver um agente político, fruto do sistema democrático, fazer qualquer tipo de incitação antidemocrática". "E é inadmissível esse afronta à Constituição."

Já o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que as declarações de Eduardo são "repugnantes" e devem ser "repelidas como toda a indignação" pelas instituições brasileiras.

Maia ressaltou ainda que a "apologia reiterada a instrumentos da ditadura é passível de punição pelas ferramentas que detêm as instituições democráticas brasileiras". "Ninguém está imune a isso. O Brasil jamais regressará aos anos de chumbo", afirmou, em nota.

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que a declaração indica os "ares democráticos" estão sendo levados embora. "A toada não é democrática-republicana. Os ventos, pouco a pouco, estão levando embora os ares democráticos", afirmou Marco Aurélio em mensagem à Folha.

O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz, afirmou que, com sua fala, Eduardo deixou claro que o governo Jair Bolsonaro "quer seguir o caminho do fascismo". "Pela primeira vez eles deixam claro o querem: o caminho do fascismo."

Santa Cruz disse à Folha que a declaração "não é apenas a de um deputado federal". "É o pensamento do presidente da República. Como um clã no poder, a fala do presidente se dá através dos filhos", afirmou.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a ruptura do modelo democrático é inaceitável. "As instituições funcionam e toda e qualquer ameaça à conquista do Estado democrático de Direito deve ser repelida. [...] O país quer distância dos radicais que pregam medidas de exceção e atentam contra a Constituição", disse.

"Repudiamos a tentação autoritária e o silêncio de quem as patrocina. [...] A Nação não deixará de ter fidelidade aos seus valores democráticos", completou o governador tucano.

Candidato do PT à Presidência da República em 2018, o ex-prefeito Fernando Haddad afirmou que "a única punição cabível" à fala de Eduardo "é a perda do mandato". O presidente do DEM, ACM Neto, emitiu nota na qual classifica a fala de Eduardo Bolsonaro como uma "inaceitável afronta à democracia".

Presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, que disse em uma rede social que "parece que não restam mais dúvidas sobre as intenções autoritárias de quem não suporta viver em uma sociedade livre".

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), defendeu que o Ministério Público e o STF tomem providências contra as declarações. "A população precisa saber o que vocês estão fazendo", disse.

A direção nacional do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, emitiu nota na qual, "com veemência", diz repudiar "integralmente qualquer manifestação antidemocrática que, de alguma forma, considere a reedição de atos autoritários". "A simples lembrança de um período de restrição de liberdades é inaceitável", diz o texto.

A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou que a democracia vive um "grave risco". "Agora fica claro que isso é tudo que essa gente sempre quis", disse.

Marcos Pereira, presidente do Republicanos, divulgou nota em que diz "repudiar veementemente" a declaração de Eduardo e pediu "bom senso, equilíbrio, moderação e diálogo".

O líder do bloco que reúne MDB, PP e Republicanos, o senador Esperidião Amin (PP-SC) disse que a manifestação é "absolutamente desconectada de fatos e realidades". "De forma que acho que ela [a manifestação] é irrelevante pelo conteúdo e por quem explicita o conteúdo", afirmou o senador.

AI-5, 13 DE DEZEMBRO DE 1968
Deu novamente ao presidente o poder de fechar o Congresso, Assembleias e Câmaras. O Congresso foi fechado por tempo indeterminado no mesmo dia
Renovou poderes conferidos antes ao presidente para aplicar punições, cassar mandatos e suspender direitos políticos, agora em caráter permanente
Suspendeu a garantia do habeas corpus em casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e a economia popular
Deu ao presidente o poder de confiscar bens de funcionários acusados de enriquecimento ilícito

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