25/03/2019
Quem assistiu a sessão da Câmara de Gaspar da terça-feira passada, concluiu, que antes do exercício democrático, necessário e natural da divergência, estava embutido, mais uma vez, o perigoso jogo de submissão que o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, tenta impingir, desde antes da posse dos vereadores no dia Primeiro de Janeiro de 2017, à Câmara, como se ela fosse um puxadinho dos seus ou da prefeitura
Kleber e seu grupo não dão conta de gerir àquilo que é afeito exclusivamente ao Executivo – incluindo o Samae inundado - e que está exposto por sucessivos erros e dúvidas por falta de planejamento, resultados concretos e transparência. Sem exemplos, todavia, quer mandar também na Câmara.
Acorda, Gaspar!
Dos 13 vereadores, 12 deles são favoráveis à formação de um fundo para a construção da futura sede própria da Câmara. É favorável também e inclusive, o governo de Gaspar. Ele demonstrou isso durante as negociações. Oficialmente concordou com o fundo – para não se buscar os recursos todos de uma só vez do Orçamento. Entretanto, por espertezas quis inviabilizá-lo. Jogou para o teto ser ínfimo. Assim, indireta e espertamente, inviabilizaria no curto prazo a ideia do Legislativo.
O Executivo de Gaspar colocou na cabeça que só ele sabe pensar. Vem manobrando para tratar de capacho os outros os que não domesticou pela imposição, vingança, jogos de trocas, tetas e negócios. Tentou com a Câmara e quando não dialogou ou se estabeleceu na coerência mínima, perdeu. Contudo, ainda não aprendeu a lição.
Ao mesmo tempo que tentaram com essa manobra dantesca de terça-feira se estabelecerem como “donos” da Câmara, Kleber e os seus, vingariam às derrotas políticas e administrativas que tiveram lá. Não queriam na presidência da Casa, eleitos por capacidade articulação dos candidatos e votos livres, mesmo que secretos, Silvio Cleffi, PSC, autor da proposta no ano passado, e Ciro André Quintino, MDB.
Ciro bancou, neste ano, a autonomia e a independência da Casa, pois o que estava em jogo, era a “palavra” da maioria dos vereadores. Ela roeu a corda naquilo que acordou, em reunião com ata e tudo.
Um parêntesis necessário, antes de prosseguir: palavra de político é artigo de luxo. Na própria Câmara de Gaspar as eleições de seus presidentes têm sido marcadas pela “falta da palavra” empenhada, como registraram os derrotados no chororô de fim de festa.
Da esquerda para a direita: o prefeito Kleber, com o seu líder de governo Anhaia e do MDB, Hostins Júnior, manobraram para impor a vontade do Executivo sobre o Legislativo
A PALAVRA DE POLÍTICO FOI DESONRADA OUTRA VEZ
Retomo.
“Vou manter a minha palavra. E se minha palavra não vale nada, rasgo o meu diploma [de vereador] e vou embora. Dou a vaga para o meu suplente”, encerrou o discurso Ciro, encaminhando à derrota, a emenda modificativa e aditiva de número dois, feita pela base de governo.
Esta emenda de última hora urdida pela base do governo Kleber, rompia à palavra que ela deu sobre o assunto uma semana antes desse entrevero todo. E Ciro tinha o voto minerva, que não era exatamente contra Kleber, mas a favor do consenso obtido em acordo pelos próprios vereadores, ou seja, a favor da tal da palavra empenhada a que se referiu no discurso e que Kleber queria quebrá-la, via os seus vereadores fiéis. E para que? Apenas enfraquecer Ciro e deixar claro com o gesto, se fosse vencedor, quem verdadeiramente mandaria na Câmara.
Entenderam?
E para que não houvesse dúvida sobre o que ele se referia, Ciro leu a ata do tal acordo. Desmoralizante. Naquele acordo, estava entre outros, o líder do governo Francisco Solano Anhaia. Ausentes Roberto Procópio de Souza, PDT, Franciso Hostins Júnior, líder do MDB, ex-líder do governo e Franciele Daiane Back, PSDB, que devido a esta ausência, mais radical, dizia-se livre para não cumprir acordo algum.
Aliás, Franciele que apesar de estar nele não representa o PSDB na Câmara, mostrou-se não apenas totalmente contra tanto à formação do tal fundo – que estava em debate - como à própria construção da sede da Câmara. E para isso se estabeleceu na incoerência, assunto que pinço e destaco mais adiante.
Franciele usou de todos os expedientes possíveis não de convencimento, mas de desmoralização ao próprio Legislativo e que um dia pensou em ser presidente. Em seu pronunciamento, ela colocou, inclusive, em dúvida o assessoramento oferecido pelos funcionários da Casa ao presidente sobre este assunto. Por causa disso, teve a “orelha puxada” por Ciro, num fato pouco usual para ele. Franciele engoliu.
Volto. A birra de Kleber e do desarticulado entorno dele, incluindo o prefeito de fato, que foi coordenador de campanha dele; que se exilou na secretaria de Saúde, depois de perder a maioria na Câmara quando fez a tal Reforma Administrativa para ser o todo poderoso secretário de Fazenda e Gestão Administrativa, Carlos Roberto Pereira, que voltou recentemente a ser presidente do MDB de Gaspar, miram também contra o relator da matéria, Cícero Giovane Amaro, PSD.
E por que?
Cicero é funcionário público, concursado no Samae. É oposição. Kleber e sua turma sempre estiveram inconformados com isso. Para vingar ou domesticá-lo, tramaram trancar uma proposta para a realização das sessões à noite, como é hoje, exatamente para exigir a escolha de Cícero: ou a Câmara ou o Samae feitos em horários sobrepostos. Cícero foi salvo pelo gongo com a eleição de Silvio – o candidato anti-poder de poder de plantão. A matéria voltou à pauta, votada e aprovada, as sessões saíram das 15h30min para as 18h30min das terças-feiras.
Então, neste caso, para Kleber, não se trata bem de defender uma ideia, mas se estabelecer na incoerência para desgastar a Câmara, os vereadores e principalmente quem o governo os têm na sua alça de mira para enfraquece-lo ou jogá-los contra seus eleitores. Incrível, como para conseguir isso, parte dos vereadores se deixam levar por atos de vingança dos outros e trabalham contra o próprio ambiente Legislativo que deveria ser autônomo, inclusive na percepção de valor.
Da esquerda para a direita. O presidente Ciro não permitiu que as manobras do Executivo contaminassem o PL feito pelo ex-presidente Silvio, relatado por Cícero. Prevaleceu o teto discutido e pactuado pelos vereadores em acordo
UM ASSUNTO MENOR, FEITO DE CAPÍTULOS MENORES AINDA
Vamos por partes, como diria Jack, O Estripador.
A emenda aditiva 01/2019 é fruto de um acordo entre todos vereadores presentes – situação e oposição - numa reunião realizada no dia sete de março na Câmara. Era então um consenso. Limitava ao teto de R$600 mil de aporte por ano de recursos oriundos do duodécimo – a parte reservada para a Câmara no Orçamento Municipal – ao fundo. Ou seja, não é dinheiro novo. Já está consagrado no Orçamento Municipal. Se a Câmara quiser, pode exigir e usá-lo integralmente: 7% de R$257 mil.
Dos quase R$18 milhões que a Câmara de Gaspar tem direito, apenas R$7 milhões estão no Orçamento dela para este ano, e desse valor, só 8,6% - ou seja, até R$600 mil - e houver sobras, irão para o fundo, o motivo de tanto debate.
Esta emenda 01 foi feita exatamente, vejam só, para o assunto passar sem traumas na sessão do dia 12 de março. Mas, foi nesse dia, 12 de março, que o drama começou e se anunciou o jogo de humilhação contra a Câmara na tentativa de submissão do seu atual presidente, pela minoritária base do governo, que só será sempre maioria a favor de Kleber, se o presidente Ciro se juntar a ela.
Olha só o tamanho da encrenca que o governo Kleber resolveu criar para si próprio!
E por que começou o drama naquela sessão do dia 12? Matéria pautada, os representantes aliados de Kleber, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, e Pereira, não honraram no dia 12, o que acordaram no dia sete.
E por que não honraram? Porque a prefeitura mandou esses vereadores rasparem o fio dos bigodes deles, como se empregados mandados do Executivo fossem.
E para completar e não ficarem expostos, a vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, a que está sendo enganada pelo governo Kleber e vive reclamando disso, botou a cara por eles nesse angu.
Ela pediu oralmente – e conseguiu mais u adiamento. É que os vereadores naquela sessão, não quiseram enfrentá-la no voto, tudo para se chegar à razoabilidade do que se tinha pactuado sobre esse assunto na reunião do dia sete E qual foi a razão desse adiamento? Como se viu na sessão da terça-feira passada, foi para a base do governo manobrar e apresentar – como apresentou - uma outra emenda modificativa e aditiva global ao PL 117/2018, a de número dois.
Concordava-se com o fundo, mas pela nova emenda, os recursos para ele seriam menores e escalonados por no mínimo mais quatro anos. Estava claro àquela hora que a base não tinha votos para barrar o PL como tramou em dezembro do ano passado.Explico adiante.
Da esquerda para a direita estão o presidente do MDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, o presidente do Samae e mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP. Eles perderam na articulação e votos duas eleições da presidência Câmara. A última, tinha o até então oposicionista Roberto Procópio de Souza, PDT, como candidato.
E qual a razão dessa manobra de “adiamento”? Foi o de iniciar um embate de surdos, gerar desgastes contra o autor da ideia – o ex-presidente da Câmara, Silvio. Ele se elegeu a contragosto dos planos Kleber, Melato e Pereira. Tinham Franciele como candidata e no voto secreto ela foi derrotada.
A manobra de adiamento, teve o fito de expor Ciro que está presidente e foi eleito sem os votos do governo e MDB, para dançar miudinho. Ciro ganhou a presidência pregando a harmonia, mas com a independência dos poderes e autonomia da Câmara. E a prefeitura – com seus inquilinos na Câmara - não gostou do resultado, do discurso e resolveu testá-lo. Só isso!
Ciro ganhou do então líder da oposição a Kleber, Roberto Procópio de Souza, PT, que usou essa vantagem, para mudar de lado e virou candidato do governo.
Retomo. Qual a alegação para o falso debate? A suposta falta de recursos no Orçamento de Gaspar e a presunção do ovo na galinha, ou seja, a devolução pela Câmara para a prefeitura daquilo, que por presunção legal, não é da prefeitura, mas que pode eventualmente, repito, pode eventualmente sê-lo, se sobrar na Câmara.
Esses recursos que se estão contingenciando para o Fundo de Construção são da Câmara e não da prefeitura. Além disso, a prefeitura – que está exposta em vários setores da gestão - não administra a Câmara, nem pode ter qualquer ingerência sobre o Orçamento, nem dizer o que deve ser feito lá e quanto deve sobrar no caixa da Câmara para devolver à prefeitura. Se isso, é preciso, numa emergência, antes deve haver diálogo.
Nem isso, os que estão no poder de plantão na prefeitura estão dispostos a fazer. Preferem criar guerras, desgastes, exposição e humilhação.
Esta discussão – mas houve e haverá outras - mostra o quanto Kleber está sendo levado por sua própria gente para o atoleiro, para o confronto pequeno, estabelecendo-se em vinganças – como esta da Câmara onde nem perder soube, pois antes, se foi derrotado, é porque faltou conversa e articulação. Kleber está distante do que pregou na campanha eleitoral: a de deixar de lado a velha política, fazer mudanças e governar para uma tal Gaspar avançar. Está avançando, mas em intrigas.
A votação da emenda aditiva número um ao PL 117/2018 – de autoria da atual mesa diretora da Câmara, Ciro, Dionísio Luiz Bertoldi, PT, Sílvio e Wilson Luiz Lemfers, PSD - entrou logo ao décimo minuto de sessão, algo raro. Ela foi exposta em detalhes, incluindo que era fruto de um acordo entre todos, como explicou o relator Cícero Giovane Amaro, PSD. Pediu a aprovação.
Cheiro de enxofre. Os do contra ficaram quietos. A votação revelou sete a cinco e o presidente Ciro se sentiu aliviado: não precisava desempatar. Estranhou-se que da turma do contra, o voto de Evandro Carlos Andrietti, MDB, fosse um dos sete.
Pegadinha. Ciro deveria ler isso: “sendo aprovada a Emenda Aditiva nº 01/2019 ao PL nº 117/2018, a Emenda Modificativa e Aditiva nº 02/2019 ao PL nº 117/2018 perde seu objeto”. Estava no script; com ela devia encerrar o assunto, dando como aprovada a matéria em procedimentos anteriores similares. E o simples questionamento disso agora, abria espaço para rever o passado. Ai, ai, ai.
Volto. Ciro não leu. Desarmou o circo dos do contra. É que havia dúvidas quanto à eficácia desse procedimento regimental e legislativo. Poderia se sair do foco da emenda, suscitar à anulação quando a matéria fosse remetida para sansão do prefeito Kleber. Corria-se o risco de se alegar vício ou inconstitucionalidade.
Ciro trucou. Confiava que tinha votos para seguir adiante e fazer o jogo dos do contra. Quem tem voto, vota e ganha. Quem não tem, esperneia, discursa, acusa... A base pressentiu a derrota.
Ciro colocou em discussão e votação a emenda modificativa e aditiva de número dois ao PL 117/2018 de autoria de Anhaia, Hostins e Andrietti, todos do MDB, do suplente José Ademir Moura, PSC, de Procópio, PDT e Franciele, PSDB.
Já não estava mais em jogo o conteúdo ou o mérito da emenda, mas o jogo, a medição de forças, o palanque. Lá foi o relator Cícero à tribuna mostrar à incoerência dos próprios pares. Explicitou como esse grupo trabalhava contra a própria Câmara e rompia os acordos, sem quaisquer cerimônias. Referia-se ao feito uma semana antes. Pediu à rejeição da emenda. Colocada em votação, houve empate de seis votos. Foi desempatada pelo voto de Ciro pela rejeição dela.
Francisco Solano Anhaia, MDB, líder do governo, no discurso confirmou que a emenda era uma proposta do governo. Traído e percebendo o “erro”, corrigiu. Disse que se tratava de uma ideia dos vereadores da base do governo Kleber e Luiz Carlos, ambos ex-vereadores, sendo que Kleber já foi presidente da Câmara e na sua gestão, também pregava a independência do Legislativo. O tempo voa, o tempo passa, mas...
À exceção de Franciele, as falas dos vereadores da base - Hostins, Anhaia, Andrietti, Procópio e Moura - na tribuna sobraram na falta argumentações. A base não foi contra o fundo nos discursos que fez. Queria, por que queria, somente à aprovação do que tinha proposto na emenda dela, a de número dois, e rejeitando, por rejeitar, a emenda de número de um, que era o acordo deles próprios.
Já os defensores do fundo, que tinham votos, resolveram fazer escada, expondo-se ao olhar público. Revezaram-se com os adversários por quase uma hora na lenga-lenga dos prós-e-contra. Derrotados pela segunda vez na mesma matéria, os vereadores aliados de Kleber pediram cinco minutos para tomarem água. Refeitos, voltaram para a terceira derrota. Viram o projeto 117/2018 ser aprovado por sete a seis; agora com o voto alinhado de Andrietti aos vereadores da base.
Da esquerda para a direita a vereadora Franciele não participou acordo e o vereador Andrietti que votou contraditoriamente nas duas emendas e antecipou o possível veto do prefeito Kleber à matéria
Sem argumentos, a base do governo Kleber na Câmara se reduziu a dois fatos: as incoerências de Franciele e Andrietti. É um retrato recorrente e emblemático. Mostra como, a “briga” é de uma Gaspar pequena.
A mais jovem vereadora eleita por aqui, e que devido aos seus atos políticos descoordenados a tenho qualificado como adolescente - e isso a deixa deveras incomodada -, disse na sessão da terça-feira passada que numa enquete que fez nas redes sociais no final de semana anterior à votação, estimulada por suas ideias e vontades, a maioria dos participantes era contra a Câmara de Gaspar ter uma sede própria.
Será? Para ela, os eleitores dela querem o contínuo aluguel num lugar improvisado.
Se a tese da vereadora estiver certa, ninguém teria casa própria, o sonho de independência de qualquer pessoa estaria comprometido, como bem contrapôs Mariluci Deschamps Rosa, PT. Mais. Se a tese de Franciele estiver certa, faltou fazer uma consulta popular se a vereadora poderia ter dado apoio a Kleber, quando em campanha eleitoral, teoricamente, o tinha como adversário. E para o apoio incondicional que deu e dá, nem o partido dela, Franciele consultou.
Mas, vamos adiante. Franciele também falou que este assunto deveria ir à audiência pública. Ela não está errada e concordo com ela, pois as minhas observações são sobre as incoerências dos discursos e das práticas.
Entretanto, três coisas devem ser ressaltadas, para não ir muito longe.
Primeiro: por que na sessão da Câmara, com algo tão importante em debate e decisão, como julgou a base do governo, não havia povo, nem mesmo os que foram mobilizados pelo governo para fazer ofícios para agradar o governo de plantão e medrar o Legislativo?
Segundo: como bem lembrou, Bertoldi neste quesito, qual a razão para vereadora não realizar a mesma pesquisa e audiência pública quando da votação do PL do governo Kleber para aumentar 40% da Taxa de Iluminação Pública e que ela foi favorável e votou com o governo?
Por enquanto, depois de dois anos do aumento exorbitante, nada resolveu sobre a escuridão que se abate sobre ruas e praças da cidade. Quando o PSDB se manifestou contra o aumento da Cosip e desautorizou a vereadora no voto, ela, administradora da rede social do partido, acabou tirando-o do ar.
Terceiro: por que a vereadora Franciele não se lembrou de fazer pesquisas para saber se o povo queria permanecer com as sessões no meio das tardes das terças-feiras. Quando o assunto apareceu para mudá-lo para a noite como é hoje, torpedeou a ideia, porque assim Kleber, o MDB e o PP queriam.
Franciele falou que esse “dinheiro do povo destinado à Câmara”, deveria ir para a prefeitura usá-lo para povo.
Estaria certa, se, contra o seu partido, e mais uma vez a favor do governo não tivesse votado pela Reforma Administrativa de Kleber, a qual criou gastos adicionais com pessoas – comissionados e cargos em confiança - de R$2,178 milhões para quatro anos do governo Kleber.
Então! Esse dinheiro do povo para a Reforma e aprovado pela vereadora não está indo para constituir um patrimônio imobilizado como será a sede da Câmara. Está sendo abastecendo as tetas políticas do poder de plantão, para politicalha, alimentar a rede de cabos eleitorais...
Quer mais nesses discursos políticos desconexos?
E se está faltando dinheiro, como alega a vereadora para a Câmara não constituir um fundo e com ele construir a sua sede própria, qual a razão de Franciele, e de todos os vereadores, terem aprovado há dias – e para não citar inúmeros outros atos – a autorização para Kleber arrematar uma pechincha de R$1,864 milhão da antiga agência do BESC aqui no Centro, para transformá-lo em Biblioteca Municipal e que nem no Orçamento estava? A alegação disso entre outras? Sair do aluguel... Ou seja, para um caso serve, para outro não?
A lista de incoerências de Franciele é longa. Dos vereadores, também. Nada maior do que a defesa que ela faz do governo Kleber, o mesmo que lhe açoita naquilo que seria uma contrapartida mínima por seu apoio incondicional, sem o apoio do PSDB gasparense. Kleber está isolando-a na superintendência do Distrito do Belchior, enrolando-a em várias obras para lá, incluindo a reurbanização da Bonifácio Haendchen e comprometendo à sua própria reeleição...
Vá entender!
Agora, nada supera o que fez Andrietti na terça-feira passada.
Ele votou a favor das duas emendas. Uma elimina a outra automaticamente. E pior: advogou em tribuna que se aprovassem as duas como se isso fosse possível, tudo para agradar a todos. Meu Deus! E para piorar, Andrietti afirmou que a emenda dois era a forma de se evitar o veto de Kleber à matéria.
Andrietti, certamente, não disse isso gratuitamente. Ouviu de alguém, ou foi orientado pela bancada, partido e governo ao recado para criar pânico. Foi uma tentativa para mudar a tendência expressa de que o governo estava em minoria neste assunto e que a maioria não iria ceder ao enfraquecimento da independência da Câmara, como queria Kleber e os seus.
Então se Kleber vetar, o PL voltará à Câmara. Se não embasar bem e juridicamente o veto e que até agora se desconhece as razões pelas quais possam fundamentá-lo, o prefeito corre o sério risco de outra derrota e da promulgação da matéria pelo presidente Ciro.
Enquanto isso, a cidade precisa que as obras começadas sejam minimamente terminadas, que se crie mais vagas reais nas creches, que haja manutenção da cidade cheia de buracos, que haja roçação mínima, que a cidade se ilumine com o aumento da Cosip, que a assistência social seja efetiva, que expansão da rede de água, a implantação da rede coletora e de tratamento de esgotos, que... Tudo isso e uma imensa lista é obrigação do Executivo; e não dos vereadores, que cobram o Executivo e não são atendidos, até mesmo nas explicações ou na transparência
É inacreditável a perda de foco, tempo e energia do governo de Kleber e seus iluminados contra as urgências que esperam soluções numa cidade inundada de problemas e dúvidas, as quais podem até comprometer o mandato do prefeito. Acorda, Gaspar!
Nota do autor: o texto original publicado foi alterado em respeito aos leitores, leitoras, ao personagem e à realidade. Nele o vereador Francisco Hostins Júnior, MDB, foi mencionado erroneamente como presente à reunião do acordo que foi refutado posteriormente e tema central deste comentário.
Enrolação oral. O Projeto de Lei 117/2018 criou o fundo para a construção do prédio da Câmara de Gaspar, hoje funcionando num imóvel alugado. Quem é o autor do PL? A Mesa Diretora da Câmara e presidida à época por Silvio.
Ele era da situação. Ele é cria político de Kleber. É irmão da mesma denominação e do templo Evangélico de Kleber. É médico (cardiologista). É clínico geral do posto do Bela Vista. Foi eleito presidente da Casa não por Kleber, mas pela oposição: PT, PDT – quando este era oposição – e PSD. Foi 7 a 6. E por que?
Simples: Kleber, os seus, e os vereadores dele se reuniram um dia no gabinete do prefeito para traçar as linhas gerais de mando do Executivo na Câmara pelos próximos três anos, já que um deles, Ciro, era o presidente. No acordo que botaram no papel, Melato, PP, que estava na reunião, apesar de presidente do Samae, o mais rápido de todos, não o assinou o documento para dar a Silvio, como ele queria e acertou com o poder, a presidência da Câmara no ano de 2020.
O acordo era para garantir em 2018, Franciele como a primeira mulher presidente da Câmara, apesar dos riscos, apesar da juventude dela, apesar de ser o primeiro mandato dela, do partido, o PSDB, não fazer parte da coligação do governo de Kleber.
Como se vê, Kleber e os seus não são afeitos a cumprirem os acordos que eles próprios arrumam entre eles. E não é de hoje. E não é apenas neste caso. Então fez bem Silvio ao salvar o seu projeto político de poder, trair quem o enganava e como se demonstrou várias vezes, não cumpria acordos.
E é aí que está o nó dessa questão discutida na terça-feira passada. São ressentimentos. Erros sistemáticos. Traições. Desconfianças. Vinganças. Resumindo: o nó é essencialmente político, disfarces e distração naquilo que é essencial para a cidade. As queixas, as contestações não vêm de algum pragmatismo ideológico ou de resultados. É jogo rasteiro de poder.
Trata-se da rivalidade criada pelo governo Kleber contra a Câmara que não possui desde o ano passado, um presidente ao gosto dele e seu grupo, ou indicado por ele e seu grupo como se tentou pelo menos duas vezes, para fazer do Legislativo um puxadinho da prefeitura. Faltou o exercício da política. Faltou liderança, inteligência e articulação. Faltou honrar o fio do bigode. Kleber e por tudo que fez até aqui, inspira apenas desconfianças. Simples assim!
Volto. O PL 117/2018 foi à votação na sessão extraordinária do dia 13 de dezembro do ano passado. Silvio que estava deixando a presidência da Casa – diante do que assistiu e do que projetou – queria, por documento próprio, garantir que a construção da sede própria da Câmara tivesse continuação e não morresse como tantas vezes morreu antes, por intervenção política e externa à Câmara.
Entretanto, nada foi possível ir adiante na sua gestão, mesmo na manobra surpresa que fez para pautar o assunto numa sessão extraordinária de dezembro, quando o foco da cidade é outro. Se a cidade se envolvia com o Natal, o pessoal de Kleber estava bem acordado. E tramou contra. E de certa forma, venceu. Explico mais uma vez.
Um requerimento oral do vice-presidente daquela Mesa Diretora, Roberto Procópio de Souza, PDT, ou seja, de um dos autores do projeto, naquele 13 de dezembro, surpreendeu e pediu adiamento de discussão e votação para a sessão ordinária deste dia 12 deste março.
E qual era a jogada tramada à época e já esclarecida aos meus leitoras e leitores? Procópio que comandava a oposição com o PT, PSD e Sílvio contra o poder de plantão liderado pelo prefeito Kleber tinha trocado de lado; estava vestido de candidato vitorioso a presidência da Casa para a sessão ordinária seguinte, a do dia 18. E nos acordos de gabinetes, estava o de enterrar para a prefeitura, o PL 117. Sem choro e sem vela.
Não deu certo por um detalhe fundamental. Porque na articulação e no voto Procópio experimentou do próprio veneno que inventou para atrair Silvio para o seu lado um ano antes e fazer dele presidente da Casa e tê-lo como um aliado. Candidato oficial do governo Kleber e da bancada governista, Procópio perdeu e viu, pasmo da própria mesa diretora onde estava sentado, eleito Ciro.
O PL 117/2018 veio a votação neste dia 12 de março como pediu Procópio lá em dezembro do ano passado e aceitaram por acordo, a maioria dos vereadores. Entretanto, o governo de Kleber não desistiu de manipular para na Câmara mandar, mesmo advertida de que poderia estar em minoria neste assunto. Ignorou os recados que foram lhes passado em off e nos discursos abertos à população via a tribuna.
Afinal, Ciro que tinha enfrentado a tropa de Kleber na sua eleição, não iria permitir passar a imagem de frouxo e capacho logo na primeira dividida em que seria testado no discurso que fez: autonomia da Câmara e independência dos poderes e que podem trabalhar harmonicamente.
Se Ciro recuasse, e ainda mais com a faca e o queijo na mão quando lhe veio a decisão para o voto minerva, por ser início de legislatura, seria decretar antecipadamente à sua morte política. Kleber e seus luas pretas que o conduzem ao cadafalso, como mostram as pesquisas, resolveram expor o prefeito mais uma vez. E ele perdeu. E vai se enfraquecer mais ainda se os que o orientam, continuarem a estimulá-lo ao veto sobre esta matéria.
Retomo. Depois de um acordo prévio para levar a matéria à sessão do dia 12 deste março como pediu no ano passado Procópio, ou seja, cumprindo o acordado entre todos os vereadores, o presidente Ciro foi surpreendido pela manobra do pessoal de Kleber.
Primeiro, logo na primeira sessão do ano, apareceram os ofícios preventivos das entidades pedindo a rejeição da matéria. Sabia-se que o Executivo estava por detrás disso.
Segundo. Vendo que nada surtiria o efeito desejado, pois faltou tato, articulação e negociação – os mesmos defeitos que levaram à derrota do governo à presidência da Casa por duas vezes e um ano em minoria do Legislativo ´- um requerimento, também oral e desta vez da vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, - a que se diz relegada pela administração de Kleber e que o partido não a apoia na base do governo -, pediu o adiamento de discussão e votação do PL para a terça-feira passada.
É que o governo queria tempo para abortar o assunto ou fazer passá-lo ao seu modo. Ciro percebeu e votou a favor do adiamento. A maioria e a contragosto, adiou. O que sucedeu está nos sucessivos comentários que os leitores e leitoras da coluna têm lido aqui, na semana passada e acima. Triste. Acorda, Gaspar!
Nota de rodapé. Tudo o que eu escrevo aqui, poderia ser lido ou ouvido nos veículos formais. Mas, só a independência do jornal e portal Cruzeiro do Vale se permitem a isso. Sintomático. E daí a liderança de circulação e acessos, respectivamente. Sintomática credibilidade.
Ilhota em chamas I. Está claro pelas mensagens trocadas entre os pais nos aplicativos, que ao contrário do que afirma o prefeito Érico de Oliveira, MDB, e pior, em nota oficial, que os seus subordinados e o governo dele, fizeram de tudo para abafar o caso de jovens que se articulavam nas redes sociais para um suposto massacre aos ex, colegas, professores e funcionários da escola municipal José Elias de Oliveira, na localidade de Minas.
Ilhota em chamas II. O melhor desinfetante é a luz do sol. Ou seja, a transparência é tudo. E ela, naturalmente, não combina com políticos e alguns tipos investidos de autoridades pelos políticos, até instituições ou até organismos que deveriam proteger os cidadãos. Pensam que escondendo problemas tão graves como este, estarão protegendo possíveis vítimas. Estão, na verdade, alimentando, mentes insanas e bandidos, negando-se preventivamente ao tratamento ou à punição.
Samae inundado I. Inversão de prioridades nas despesas privilegiando a propaganda e relegando a segurança dos próprios servidores a níveis críticos. Enquanto se investe em plotagem dos carros no Samae de Gaspar, as estações de tratamento de água ficam às escuras.
Samae Inundado II. Só em duas estações juntas, relatam funcionários, passam de 30 lâmpadas queimadas. Há registros de pedido para reposição delas aos superiores. Deles, recebem a revoltante desculpa é que não há no estoque e nem compra foi autorizada. E olha que o Samae alega que possui sobras de caixa.
Falta de respeito com à memória, às pessoas, à história e contra o nosso passado pelos que dizem que vão construir o presente e o futuro da cidade. Este foi o “tratamento” dado ao busto do ex-prefeito Leopoldo Schramm, na praça Getúlio Vargas, um lugar central, que se livrou dos mendigos do tempo petista para se tornar um ponto de encontro de tribos para o consumo de drogas. Ou seja, mais uma vez ausente a secretaria de Assistência Social e bem na porta da prefeitura.
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