09/09/2019
O vereador Silvio Cleffi (à esquerda) ao justificar um requerimento seu na Câmara atacou o governo Kleber por não responder as indicações dos vereadores em favor da cidade e dos cidadãos. O líder do governo Francisco Solano Anhaia (centro) e o presidente da Câmara, Ciro André Quintino (à direita), ambos do MDB, lembraram que essas respostas não são obrigatórias por parte do Executivo.
O leitor e a leitora da coluna têm noção de quantas “indicações” os vereadores de Gaspar fizeram ao prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, e sua equipe este ano? Até sexta-feira da semana passada, haviam sido protocoladas na Câmara 398. Nunca antes esse número foi tão grande. É um recorde se comparado aos exercícios anteriores.
O que demonstra isso? Primeiro que o governo está falhando, não está olhando a cidade, pois tudo se refere a pequeníssimas coisas do cotidiano que a prefeitura não faz para o cidadão. Segundo, que os vereadores podem estar mais atentos na intermediação das reclamações dos seus eleitores, já que na prefeitura é evidente o fechamento dos canais para a população se relacionar. Terceiro que a população está de saco cheio e mais corajosa e está cobrando dos seus políticos naquilo que é direito dela como retorno dos seus direitos e principalmente dos seus pesados impostos.
Considerando que janeiro é o mês de férias dos edis, e que mal iniciamos setembro, uma média de 57 indicações por mês, ou seja, pouco mais de quatro mensal para cada vereador. Resumindo de verdade esse recorde de 398 indicações, há outro recorde embutido nesta leitura, mas negativo, de tão pouca indicação protocolada na Câmara.
E é aí que a coisa pega contra o governo de Kleber, o eficiente, segundo a propaganda de campanha e dos dois primeiros anos de governo quando ele próprio derrubou o mote de eficiência. Os meus escritos se baseiam em fatos, em números, em realidades. E isso incomoda aos que estão acostumados com sua lábia de enrolar analfabetos, ignorantes, desinformados e gente obrigada ao aplauso devido à crença partidária ou então à boquinha que possui no jogo do poder para si ou seus parentes, pois no mercado competitivo, talvez estaria desempregado.
ESSAS INDICAÇÕES DEVERIAM SER TRATADAS PELO GOVERNO DE PLANTÃO COMO OPORTUNIDADES E NÃO COMO RETALIAÇÕES DOS VEREADORES E PRINCIPALMENTE DA POPULAÇÃO CONTRA O PODER
Quem se interessa por números e estatísticas, basta lembrar que na última sessão deram entrada apenas três indicações. Ou seja, houve um natural cansaço e se percebe que este instrumento está desacreditado. Esta é a razão desse comentário.
Uma das três indicações, inclusive, foi coletiva. Tinha as 13 assinaturas dos atuais vereadores titulares e suplentes que estão assentados lá.
Os temas das indicações são de necessidades óbvias, repetidas, prometidas e da falta de noção da atual turma que toca à prefeitura, tanto que o vereador Silvio Celffi, PSC, acabou fazendo um requerimento, o 163, para saber o que era feito das suas dezenas de indicações e que subscreveu nos últimos 40 dias. “Não recebi nenhuma resposta do Executivo. É uma afronta”, justificou ele na tribuna.
“Essas indicações não são do vereador, são do povo que mantém contato conosco, justificou Cleffi. Ele generalizou e reclamou da falta de retorno do prefeito Kleber para as “indicações” feitas pelos vereadores. Afinal, vereador não faz nada além de pedir ao prefeito que é quem possui a prerrogativa de receber, examinar, colocar numa lista de prioridade, executar ou descartar. Ou até jogar no lixo, que é o que as vezes parece estar acontecendo.
“O prefeito não tem nenhuma obrigação de responder as indicações dos vereadores”, esbravejou – e com razão - o líder do governo Francisco Solano Anhaia”, MDB, em defesa de Kleber.
E nisso, foi acompanhado pelo presidente da Câmara, Ciro André Quintino, MDB, pois Silvio entendia que este tipo de comportamento de Kleber era uma afronta institucional ao Legislativo. “O senhor foi presidente da Câmara e conhece o Regimento da Casa e sabe que não existe esta obrigação”, lembrou Ciro. Ao mesmo tempo, entretanto, registrou à sua preocupação como o Executivo trata essas questões dos vereadores.
O QUE AS ATUAIS INDICAÇÕES DOS VEREADORES SINALIZAM? QUE OS PROBLEMAS MENORES SE ACUMULAM SEM QUE SE ELEJAM AS PRIORIDADES
Na verdade, o exagero retórico de Silvio, servidor público municipal, médico, cria política de Kleber, evangélico pentecostal de mesmo templo e que se tornou presidente da Câmara furando à fila do poder de plantão e por causa disso, foi levado à oposição e vem sofrendo com o processo orquestrado de vingança por suas posições críticas – uma característica da administração de Kleber não apenas com os vereadores que não lhe abonam - não era contra à resposta formal de Kleber às indicações dele, mas ao conteúdo delas e que são pedidos corriqueiros.
As indicações, antes delas serem um pleito do vereador – seja ele de situação ou oposição – é na verdade uma fotografia dos problemas da cidade e que se olhadas por um habilidoso político ou administrador, teria muito a ganhar não para o vereador portador da indicação, mas para o governo que cria soluções ou diálogos com os envolvidos nos pedidos. É uma ouvidoria preciosa, que o governo Kleber por birra, incapacidade e mesmo falta de visão, joga fora.
Retomo. Vocês leitores e leitoras têm alguma dúvida quanto a isso? Então vou pegar as únicas três indicações que deram entrada na sessão da Câmara de terça-feira passada.
A de nº 388/2019 é do vereador Francisco Solano Anhaia, MDB, ou seja, do próprio líder de Kleber na Câmara. O que ele pede? A “ampliação da travessia elevada em frente ao CDI Vovó Lica, na Rua Antônio Zendron, no Bairro Margem Esquerda”. Agora, eu pergunto: Anhaia é da oposição? Não! Ele não podia pedir isso direto ao prefeito? Podia e talvez já tenha pedido. Mas, não é atendido. Então por que ele fez esta indicação? Porque é algo óbvio, necessário e urgente e que o governo – com o seu monte de aspones cabos eleitorais pagos com o dinheiro dos pesados impostos dos gasparenses- não enxergou ainda. E se enxergou, não pode executar por impedimento legal, orçamentário ou executivo.
Então fica assim: Anhaia faz a indicação para lavar as mãos naquilo que pode interferir por estar inclusive na difícil missão de defender Kleber na Câmara, e o governo, enterra-se mais ainda em não fazendo o que sugere a indicação.
O governo de Kleber, que Anhaia representa e defende perante os vereadores na Câmara, prefere se passar por um alienado perante o vereador e principalmente à população. Custava alguém do governo que recebe essas tais indicações contatar o vereador e explicar a situação, ou então se mobilizar e ir à comunidade e com toda franqueza dizer a ela que não é possível fazer o que ela pede? Até nisso,
Kleber é mal orientado e erra porque está mal assessorado. Assessoria, que ele e os seus escolheram e não exatamente pela competência, mas por arranjos políticos. Como não funciona, então prefere choramingar, culpar, desmoralizar, intimidar, constranger a minoritária oposição e até mesmo, esta coluna e colunista. Rir é pouco, porque simplesmente é triste.
O MELHOR RETRATO DE UMA ADMINISTRAÇÃO EFICAZ E QUE AVANÇA CONTIDO NUMA INDICAÇÃO ASSINADA POR TODOS OS VEREADORES
E o que escrever sobre a indicação 389/2019 assinada por todos 13 vereadores? Não tem situação, nem oposição. É a representação da cidade num documento que se repete como o problema de dezenas de outros similares e que já foram enviados pelos vereadores ao gabinete do prefeito. É uma confissão daquilo que se repete há quase três anos em várias outras indicações individuais e que o prefeito Kleber não deu resposta – não aos vereadores, pois está livre oficialmente disso como bem lembrou Anhaia no discurso dele – mas, verdadeiramente, à cidade e aos seus cidadãos como realização, explicações e até desculpas.
E Kleber diz não entender a razão pela qual está tão mal avaliado nas pesquisas, apesar de estar a todo momento em “lives”, redes sociais, aplicativos de mensagens e dando entrevistas aos que não fazem perguntas incômodas, onde conta vantagens das realizações, mas que verdadeiramente não chegam à maioria da população.
A indicação 389 pediu para se “providenciarem serviços de manutenção/conserto do calçamento, limpeza e manutenção dos meios fios - canteiro central e desobstrução das bocas de lobo das vias públicas situadas no Loteamento Jardim das Flores, no Bairro Figueira”. Ou seja, é o básico, do básico. Onde está a secretaria de Obras e Serviços Urbanos, tocada pelo Jean Alexandre dos Santos, uma indicação direta do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, presidente do MDB e atual secretário da Fazenda e Gestão Administrativa?
E o que diz a terceira indicação que apareceu na sessão da semana passada? A 390/2019 é do vereador Cícero Giovane Amaro, PSD, funcionário público (Samae) e de oposição. Ela pedia “providenciar a instalação de iluminação pública na Rua Maestro Egon Bohn, esquina com a Rua Paulina Berkenbrock Gorish, próximo ao Clube Gasparense, no Bairro Coloninha”.
Era preciso pedir isso? Não, se a prefeitura tivesse um eficiente setor capaz de monitorar esse tipo de problema que é antigo, recalcitrante, mesmo depois da prefeitura aumentar em 40% a Taxa de Iluminação Pública em 2017 contra os gasparenses com a promessa de se resolver este tipo de assunto. O aumento veio. A solução, não.
Kleber, os seus e a comunicação de campanha eleitoral, disfarçada de institucional, só falam em grandes obras. E elas não saem do papel. E quando são feitas, são questionadas por falta de projeto ou realizadas em desacordo com eles.
Na outra, ponta, todavia, está o óbvio, o urgente, o necessário, o básico e que custa ninharia e satisfaz a população e que não é realizada. E quando cobrada pelos cidadãos ou pelos vereadores, o governo de Gaspar finge que não é com ele. Um problema só se tornar grande quando não se solucionam os pequenos e eles se acumulam. É uma imagem. É a tal percepção. E é isto que avança por aqui e destrói a propaganda oficial e que leva dinheiro público. Só Kleber e o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira não enxergam, dizem-se perseguidos e perdem tempo tramando vinganças. As indicações dos vereadores mostram isso de forma insofismável.
Quem mesmo orienta essa gente?
Kleber e sua equipe não enxergam as indicações como oportunidades e sim como malho ou até perseguição. Não as tratam como uma voz da cidade, e sim como um produto político do vereador que a faz.
Não será o vereador que ganhará dividendos políticos se a prefeitura der atenção ao que ele “indica” ao Executivo, mas a população, que pode traduzir isso em voto de reconhecimento. Quando Kleber, o eleito, e o Carlos Roberto Pereira, que orquestra tudo isso, vão entender? Outubro está chegando. E não adianta contratar a peso de ouro uma empresa de marketing e pesquisas especializada em comunicação, que coloca na boca do prefeito que a Rua Aristiliano Ramos, onde Kleber trabalha, é uma Avenida. Todos sabem que é uma Rua.... Acorda, Gaspar!
O fiel suplente Moura (à esquerda) viu um projeto seu vetado completamente pelo prefeito Kleber (centro) e que podia ter criado um levar adiante a ideia de Moura. A Câmara derrubou o veto do prefeito e o presidente Ciro (à direita) deverá promulga-lo
O suplente de vereador, evangélico, José Ademir de Moura, PSC, na coligação é um fiel extremado ao governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB. Ele estava guardando por quase três anos a vaga na Câmara para o mais longevo dos vereadores de Gaspar, José Hilário Melato, PP, ficar no Samae inundado.
Quer mais? Moura, até deu a cara ao tapa. Foi quando o protegido de Melato, José Carlos Spengler, virou assessor no gabinete de Moura – depois de perder à gestão do programa Vereadores Mirins.
José Carlos ao invés de prestar serviços no gabinete de Moura, resolveu em agosto do ano passado ir à uma excursão à Terra Santa ainda quando não tinha direito a férias, zombando de todo mundo que trabalhava por aqui na Câmara. Lembram-se? Ao voltar, José Carlos salvo por Moura e Silvio Cleffi que era o presidente da Câmara.
Mora acaba de sair da Câmara. Deu a vez no rodízio e acerto da coligação a outro suplente, o Cleverson Ferreira dos Santos, PP, para guardar a vaga ao titular Melato que pode voltar ao Legislativo até o fim do ano. Contudo, antes de sair, Moura, de pouca atividade e iniciativa, protocolou e viu aprovado o seu projeto 32/2019. Ele obrigava a “instalação de fraldários nas dependências dos bens públicos municipais de uso especial em Gaspar”.
O que fez o prefeito Kleber na retribuição à fidelidade e com que lhe deu sempre apoio incondicional na Câmara? Vetou o projeto. E fez certo. Alegou que esse tipo de projeto cria despesas e por isso, é de exclusiva competência do Executivo.
Não vou me alongar no textão.
Primeiro: na semana passada, por unanimidade o veto de Kleber foi derrubado na Câmara. Na verdade, foi uma homenagem dos vereadores a Moura por tudo que ele representou na Câmara e para o governo Kleber. Foi um desagravo silencioso contra a forma arrogante, insensível e constrangedora como o governo tratou desse assunto. Na verdade, a oposição ajudou a consertar o que a situação construiu contra ela própria no veto de Kleber à matéria.
Segundo: o Projeto é inconstitucional? É! Um monte de gente especialista também acha. Mas, se era prerrogativa do Executivo propor esse tipo de projeto para torna-la lei, e como Moura não deve mais voltar à Câmara, como ele fez o papel dele com maestria para o governo sob ataques, qual a razão para Kleber não consertar o que vetava? Bastaria apenas um gesto político de agradecimento a Moura e que beneficiaria à ideia dele, bem como à própria população e os servidores públicos.
E como poderia ser feito isso? Com a informação à Câmara do veto total devolvendo à matéria à Câmara, poderia ser enviado um projeto de lei do prefeito contemplando parcial ou totalmente as ideias de Moura. Incrível!
Terceiro: esse tipo de obrigação, a dos faldrários em ambientes privados, tanto os vereadores criam projetos e o próprio prefeito sanciona passando a conta para a iniciativa privada já atolada de obrigações e pesados impostos. Quando chega a vez do prefeito fazer a parte dele no ambiente público e dar o exemplo, ele cai fora, deixa os fiéis políticos pendurados no pincel. Bonito isso, heim?
Quarto: agora – diante do que decidiram os vereadores - o Projeto de Lei de Moura para ter fraldários nos ambientes do serviço público municipal - vai virar lei. Vai ser promulgada pelo vereador Ciro André Quintino, MDB, como presidente da Câmara. Caberá a prefeitura, ir à Justiça, como já fez em outros casos, e pedir a inconstitucionalidade e revogar a lei.
Mas, o aviso dos vereadores ao Executivo e aos que o assessoram foram bem claros.
E para finalizar duas observações.
O governo Kleber trata diferente os seus aliados: os mansos e fieis, e os que jogam, falam alto ou chantageiam. Isto terá consequências? Já tem desde o primeiro dia em que ele fez composição com Franciele Daiane Back, bem longe do PSDB, eleita que com os votos do DEM.
A outra: quem tentou assistir o debate desta matéria na gravação disponível no site da Câmara, pouco a entendeu naquilo que se debateu com os vereadores. Novamente por falha do áudio e que Ciro disse ter contratado um especialista para resolver, repetiu-se. Acorda, Gaspar!
Qual a notícia e manchete da semana passada, com live e tudo nas redes sociais, mostrando proporcionalmente muita gente daqui no palco e poucos na plateia assistindo? “Gaspar é destaque em evento do Ministério da Economia, em Brasília”. O prefeito eleito Kleber Edson Wan Dall e com o prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, atual secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, acompanhados de outros cinco assessores e funcionários. Eles por três dias participaram do IV Fórum Nacional de Transferência de Recursos.
Noves fora, o que isso quer dizer? Que o prefeito, secretário e seus assessores de Gaspar foram mostrar que estão fazendo o que estão obrigados a fazer quando se recebe dinheiro de Brasília: a prestação de contas eletrônica de Gaspar perante as transferências dos recursos federais e que agora estão mais controlados incluindo à suspensão.
Resumindo: foram mostrar em Brasília – com o dinheiro dos gasparenses gastos em passagens e diárias - que estão fazendo o dever de casa como exige o Ministério da Economia, senão perdem aquilo que é de direito de Gaspar. No século 21, empresas eficientes e que avançam, este assunto seria feito por internet: a apresentação, ou ver e ouvir as experiências alheias.
Mais: o prefeito Kleber como se tivesse em campanha política em Brasília e como os brasilienses votassem aqui, falou sobre a transparência que implantou no seu governo e fez propaganda do Avança Gaspar. Só lá. Transparência nunca foi o forte desse governo e da maioria dos políticos. Não foi encompridar a lista e ficaria só com os requerimentos dos vereadores que em alguns casos só receberam, e incompletos, por decisão judicial. E sobre o tal Avança Gaspar, algumas obras nem projetos possuem, não estão sincronizadas, como o caso da Rua Frei Solano ou como o Anel de Viário Urbano onde o que está visível e evoluindo foi o que foi feito ou está sendo feito pela iniciativa privada.
A parte pública, pode ser resolvida esta semana na Justiça com uma desapropriação que se enrola para ser realizada e onde a avaliação pode ser um ponto de mais devora. Acorda, Gaspar!
Enquanto o ex-secretário da Saúde, o advogado, o presidente do MDB, o coordenador de campanha, atual secretário de Fazenda e Gestão Administrativa e prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira estava em Brasília fazendo apologia ao sucesso dele nesta área, o seu afilhado Elson Antônio Aparecido Marson Júnior, pedia demissão e deixava a direção administrativa do Hospital de Gaspar.
Elson que chegou aqui como o “salvador” da pátria depois de ter sido secretário de Saúde de Timbó na gestão 2010 e 2013, substituiu a um outro profissional de reconhecida bagagem na administração Hospitalar em Santa Catarina, incluindo o Santa Isabel, de Blumenau, uma referência no Sul do Brasil, Vilmar Alberto Santin, que prometeu fazer do Hospital de Gaspar, um “posto Ipiranga”.
Santin chegou em outubro de 2017 e sobre ele, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, no press release que distribuiu à época, cravou: “temos clareza de que o Santin é um nome forte e traz com ele experiências de sucesso em outras casas de saúde da nossa região. Estamos confiando nele e na equipe, mas continuaremos acompanhando de perto tudo que acontece no hospital.” Acompanhou tanto, que menos de um ano depois da posse, em junho, Santin era trocado por Elson, que na sua rede social, debitava parte dos fracassos do Hospital ao noticiário crítico do jornal Cruzeiro do Vale, como se fosse obrigação do jornal ficar calado às queixas dos pacientes e erros médicos num ambiente público e um hospital sob intervenção municipal.
O que demonstraram as saídas de Santin e Elson que ser capaz profissionalmente, ter experiência, entender do riscado e ter currículo invejável é o que menos importa na administração pública de Gaspar. Esta, aliás tem sido uma das características expurgar os profissionais daqui e substituí-los por apadrinhados políticos, curiosos e até incapazes.
A solução encontrada pelo Hospital é a de ser administrado por uma junta. Perguntar não ofende. Se esta era a solução, qual a razão de adotá-la somente agora? O que vão contar daqui a alguns dias quando notarem que esta não é a solução e que tudo poderá piorar exatamente na época pré-eleitoral? Foi isso que aconteceu com a ex-secretária de Saúde Dirlene Jahn dos Santos. Substituíram uma profissional do ramo por uma solução caseira, onde os políticos e os curiosos tinham mais valor. Deu no que deu.
Outro ponto. Como alguém pode administrar alguma coisa que não sabe quem é o dono, com curiosos, médicos com interesses próprios e principalmente políticos sem compromissos com resultados metendo o bedelho a todo momento num ambiente sensível e que lida com a cura, a vida e a morte das pessoas? Quem é mesmo o dono do Hospital de Gaspar?
A saída de Elson é envolvo em certo mistério, mas que não resiste aos que o cercam, aos que estão no Hospital e às evidências de como funcionam as coisas na gestão do governo Kleber. Elson não estava dominando o Hospital devido às interferências técnicas e políticas. Não via perspectivas econômicas a curto prazo para responder à promessa que fez ao seu padrinho Carlos Roberto Pereira, além disso, e é ai que o ponto pega, se sentiu traído e preterido na escolha da titularidade da secretaria de Saúde.
Ela tinha sido prometida a ele antes mesmo dele ser empossado como diretor administrativo do Hospital. Quando de fato a oportunidade apareceu, ela foi parar na mão do dentista José Carlos de Carvalho Júnior e que estava na Fundação Municipal de Esporte e Lazer. Até o próprio José Carlos, na época, ficou surpreso.
Desde então, Elson viu que era hora de ir embora e não carregar nas costas um Hospital cheio de problemas e mandas-chuvas, incluindo o próprio secretário que para alguns do próprio Hospital nada entende do assunto. Elson se viu desamparado pelo próprio esquema que o trouxe para Gaspar e por isso, acertadamente, preferiu não arriscar manchar o seu currículo técnico de sucesso em algo que é temerário.
O nome dado ao Hospital pelo então melhor empreendedor social e comunitário que Gaspar conheceu até agora, o Frei Godofredo, foi o de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Boa intenção. Boa escolha. Mas, como um homem de fé, mas pragmático em gestão de resultados, sugiro trocar o nome do Hospital, para Nossa Senhora da Vitória e Perpétua Saúde (existe?). Talvez, tenha mais sorte e afaste à zica, os políticos, curiosos e outros que o fazem dele um mendigo permanente. Acorda, Gaspar!
Colocar uma foto – frame - do assalto ao banco, daquele filme público está nas redes sociais. Sem legenda
O assalto ao Bradesco de Blumenau apressou a revelação, pois a ação dos bandidos foi um aviso de um novo ato, das falhas e da vulnerabilidade.
Quando em meados de março houve o assalto milionário e cinematográfico aos malotes bancários no Aeroporto Quero-Quero, em Blumenau, e que matou uma trabalhadora no local de trabalho e que nada tinha a ver com a cena do crime, o delegado Regional e que atuou em Gaspar, Egídio Maciel Ferrari, contestou frontalmente a uma pergunta da imprensa local de que aquilo tinha sido feito por profissionais [do crime].
"Profissional aqui é a Polícia. E vamos dar uma resposta à sociedade".
Até agora nada sobre o paradeiro dos assaltantes e do dinheiro. Mas, em São Paulo, os que aquela montanha de ouro do aeroporto de Guarulhos, também pouco se sabe dos seus cabeças e do produto do roubo. Uma coisa não justifica a outra. Entretanto, nos dois casos, mostra o quanto a bandidagem está melhor do que a própria polícia paga para evitar, investigar perseguir e prender.
Volto. Aqui, no caso do aeroporto Quero Quero, a PM até comeu à isca na distração plantada pelo grupo de bandidos. Ele deixou para ela chifrins, enquanto os líderes fugiam com o grosso do dinheiro que chegou perto de R$10 milhões, como se divulgou na época.
E na sexta-feira, quase seis meses, e a poucos metros do aeroporto Quero Quero, o ato criminoso, a petulância, o pânico e a cena cinematográfica se repetiram. Quanto se levou da agência do Bradesco da Itoupava Central, não tinha sido revelado pelo banco, seguradora e polícia até o fechamento da coluna.
A cena se repetiu porque o primeiro assalto - o do Quero-Quero - não foi resolvido. Isso, certamente, encorajou outros bandidos, pois no meio policial há dúvidas de que seja o mesmo bando, e se for, mostrará coisa pior: que estão zombando do sistema de segurança oficial de Santa Catarina e do Vale do Itajaí, bem como dos policiais.
A cena se repetiu porque houve falha na prevenção, na inteligência seja na Polícia Militar quanto na Civil. E se a falha persistir, haverá o terceiro assalto com as mesmas características, mesmo que venham os 60 novos policiais prometidos pelo ausente governador Carlos Moisés da Silva, um tenente coronel da reserva do Corpo de Bombeiros Militares.
Bandido se arrisca, mas não é bobo. Antes ele estuda as vulnerabilidades e a chance dele ter sucesso. E diante delas, faz as escolhas. E fez... Ou seja, os bandidos do Quero-Quero e do Bradesco fizeram o preventivo e se estabeleceram na inteligência, e por enquanto estão se dando bem. Arrisco-me a dizer, ao contrário do doutor Egídio, eles são sim profissionais e sabem das limitações e divisões das forças de segurança. Por isso, então em vantagem.
A outra coisa que chama à atenção é como esses bandidos conhecem as estradas do interior de Blumenau que dão em Gaspar e Ilhota. Isso não é coisa para amador e gente de fora, até porque essas rotas não estão no GPS, e só são conhecidas por poucos locais ou por jipeiros que esquadrinham este tipo de caminhos e atalhos para os seus rallies oficiais e particulares. Aí tem. E pode começar por ai parte de uma substancial pista.
A polícia catarinense precisa responder aos cidadãos quem é o profissional dessa história. Isto não é mais possível ficar sob o silêncio que encobre e justifica o assalto de março do Quero-Quero.
O presidente do PSL de Gaspar, Marciano Silva, garante que tudo está resolvido dentro da Comissão Provisória que está se tornando diretório. Quem está pilotando estes ajustes, depois da lavação de roupa suja nas redes sociais, é o deputado Ricardo Alba, PSL, de Blumenau.
Há preocupação de unificar os discursos internos. Haverá também mudanças e reforços no PSL Jovem e PSL Mulher. “Nosso foco é o projeto 2020”, insiste para esconder quais as mudanças que estão sendo procedidas no comando do diretório que segundo ele, continuará sob a sua liderança.
O que o PSL não percebeu que ele está sob o tiroteio intenso nos bastidores do MDB do prefeito Kleber Edson Wan Dall, da Assembleia de Deus, e que quer miná-lo via às várias denominações evangélicas pentecostais onde estariam parte conservadora e fiel dos eleitores de Kleber na sua reeleição. Sem um nome que possa liderar o processo de disputa e estancar esta ação do poder de plantão, o PSL corre o risco de ficar encurralado no seu desejo de ser um player na disputa de outubro do ano que vem.
Enquanto isso, o deputado Ricardo Alba, a pedido do diretório de Gaspar trabalha para liberar um veículo para a Rede Feminina de Combate ao Câncer e Associação de Proteção de Animais. Na lista de pedidos, também está a liberação de emenda Federal de R$200 mil pelo deputado Coronel Luiz Armando Schroeder dos Reis, PSL. Ela é destinada a compra de equipamentos na secretaria de Agricultura e Aquicultura de Gaspar.
Os políticos de Gaspar e que estão no poder de plantão, acham-se a cereja do bolo. Este texto não é meu. É do Carlos Tonet, de Blumenau, e foi tema até do seu comentário na Rádio Nereu Ramos na sexta-feira. É irônico e satírico, mas revelador.
“IBGE atualizou população das cidades. Aqui no entorno da Grande Blumenau temos um fenômeno demográfico ocorrendo. Trata-se do avanço de Indaial sobre Gaspar. De acordo com o IBGE, Gaspar tem hoje 69.639 habitantes gasparianos. Indaial tem 69.425.
São 214 habitantes de diferença. Em 2000 Gaspar tinha 46.414 habitantes. Indaial tinha 40.194. Era 6.220 habitantes de diferença em favor de Gaspar. Em dois ou três anos, se população de Gaspar continuar a se reproduzir nesse ritmo, Indaial se tornará a segunda maior e mais importante cidade da Grande Blumenau”, conclui Tonet.
Não tem nada cientificidade demográfica nesta análise do Tonet, mas não deixa de ser boa pauta para se descobrir tal fenômeno. Qual a razão das pessoas estarem preferindo ficar acima de Blumenau e mais longe do litoral? E se for a fundo, como já olhei nos números do DELL da Acig, aqui, a nossa renda é baixíssima. O que não acontece em Indaial, por exemplo.
O que significa essa preferência por Indaial – pois não se trata de nascidos e sim migração? Talvez melhor qualidade de vida, melhor mobilidade, melhores oportunidades, empregos mais qualificados. E olha, que diferente de Gaspar, a BR 470 continuará sendo uma trava por mais tempo do que será, certamente, para Gaspar e Blumenau. Acorda, Gaspar!
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