03/05/2018
O ELEFANTE PAGO PELOS GASPARENSES I
Há duas semanas descobriu-se que a Câmara quer se transformar num cabideiro de empregos para cabos eleitorais de políticos e polpudas funções comissionadas, tudo orquestrado pelo PT, PDT e PSD. Eles elegeram Silvio Cleffi, PSC, presidente da Casa, na traição que ele impôs à base governista e seu criador político, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. Um bafafá! Não são os vereadores que pagam essas despesas, infelizmente. São todos os gasparenses com os pesados impostos, escassos recursos que estão faltando à saúde pública em crise, em mais creches, mais assistência social, mais reconhecimento dos professores, em mais obras, em manutenções óbvias da cidade etc e tal.
O ELEFANTE PAGO PELOS GASPARENSES II
Mas, este gesto de torrar dinheiro do povo idealizado pelo PT, PDT, PSD e Silvio, inchando máquinas públicas, persistiu nesta semana em outro assunto. É que a relatora geral do Projeto de Lei 29/2018 e que autoriza o prefeito a promover a extinção do cargo efetivo de merendeira/servente, Mariluci Deschamps Rosa, PT, pediu a quebra do regime de urgência da matéria para “aprofundar a análise da matéria”, como alegou. Ela está de licença na Câmara. Antes de sair, todavia, a berçarista e funcionária pública municipal, defendeu a classe. Disse que não concorda com a extinção dessas funções em Gaspar. Nas redes sociais, seus companheiros, engrossaram o coro da mesma ladainha. Quebrar o regime de urgência, já escrevi aqui, várias vezes, é preciso, até para moralizar esse instituto usado sem critério algum por Kleber, MDB e PP. Entretanto, usar dessa artimanha para inflar o discurso parasita e mandando a conta para os contribuinte, ai já é outra história.
O ELEFANTE PAGOS PELOS GASPARENSES III
Ora os próprios vereadores no ano passado aprovaram a terceirização da merenda – e se diga, sob o protesto do PT, PDT e PSD que só enxergam proteção e não reconhecem a suposta produtividade sobre recursos escassos. Agora, que o sistema está sendo implantado, querem que as vagas das merendeiras/serventes dos CDI e das Escolas desse projeto piloto sejam mantidas? Um contrassenso sem nexo. Sabiam que isso iria acontecer. E o corte, ao menos no projeto que está na Câmara, não atinge quem efetivamente está no emprego ou na função. Ao invés do município economizar, vai pagar duplamente para a empresa e para os seus servidores? De onde vêm esse dinheiro? Dos gasparenses! O governo do estado está cortando cargos comissionados porque não suporta mais o que desperdiçou. Os catarinenses não querem pagar tantos impostos. Florianópolis, é outro exemplo. Lá os sindicalistas querem tudo, mas não há dinheiro para manter a farra e eles vêm perdendo na Câmara as suas lutas, apesar das greves e depredações.
O ELEFANTE PAGOS PELOS GASPARENSES IV
É preciso mudar esse senso de prioridades e os focos dos investimentos do governo municipal. Ao invés de merendeiras e serventes substituídos pela terceirização, porque não mais professores, berçaristas, ou gente técnica para a saúde nos postinhos e policlínica? E quando escrevo sobre os pesados impostos pagos pelo povo, não me refiro aos ricos ou a classe média que banca mais fortemente tudo isso, e sim aos pobres e desempregados. Quando os pobres e desempregados compram um quilo de arroz para o mínimo de nutrição, por exemplo, eles pagam tanto imposto quanto um rico. Para um pobre, trabalhador e aposentado de salário mínimo, ou desempregado, todavia, isso é proporcionalmente representativo contra a sua renda, quando a tem. Então, esses partidos populistas, os de esquerda do atraso e os políticos de uma maneira geral nos palanques, falseiam no discurso. Quando empregam e protegem por pura rebeldia e corporativismo, os seus ociosos, apaniguados, tomam mais impostos exatamente dos pobres, dos desempregados a quem dizem defender e ajudar. Triste como manipulam o palanque à maioria de analfabetos, ignorantes e desinformados para suas causas tão falsas como uma nota de R$3. Deles só querem votos e dinheiro. Insaciáveis. Acorda, Gaspar!
O presidente da Câmara, Silvio Cleffi, PSC, retirou a convocação de ofício que fez na quinta-feira da semana passada para realizar uma sessão extraordinária hoje, sexta-feira, à tarde, só para apreciar o Projeto de Lei 20/2018 dele e da mesa diretora da Câmara, integrada pelo PT, PDT e MDB.
O PL amplia o quadro da Câmara e autoriza contratar por mais de R$9 mil mensais, um “procurador geral” comissionado. O PL é um teste. Ele abre a porteira para muitos outros cargos desse tipo pretendido por Silvio, inchando a Câmara, como declarou em discurso há duas semanas.
Silvio não desistiu deste assunto polêmico e sem defesa lógica. Apenas, recuou.
E por que Silvio Cleffi recuou depois tentar acelerar chegando ao ponto de se expor ainda mais e até convocar uma sessão extraordinária? Para encurtar e encerrar a polêmica contra si e seus apoiadores. E por que?
Porque a partir desta coluna, o fato tomou repercussão negativa sem precedentes nas redes sociais e na cidade, como um todo, contra o PL, contra os gastos exagerados pretendidos do dinheiro dos pagadores de pesados impostos e contra os apoiadores da ideia, o PT, PDT e PSD. Eles elegeram Silvio e lhe davam maioria para aprovar o PL.
O caso ganhou proporções não imaginadas e até foi parar até no Ministério Público, o que cuida da Moralidade. Ele vai apurar a tal desproporcionalidade entre efetivos e comissionados.
Contribuiu também, a água que o relator geral da matéria e da própria base de apoio a Silvio, Wilson Luiz Lenfers, PSD, pôs no assunto, apesar de ter garantido o seu voto no PL. No final de semana, entretanto, nem isso estava tão certo assim.
Não convidem para a mesma mesa, o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido (ex-MDB, PSB e PPS) e o vereador Ciro André Quintino, MDB. Adilson diz que foi o autor da ideia na Assembleia de homenagear a Círculo pelos 80 anos. Mas, foi Ciro quem levou os louros.
O assessor do suplente de vereador José Ademir de Moura, PSC, José Carlos Spengler, de volta da excursão que fez à Terra Santa e Roma em pleno horário de trabalho, não apareceu para trabalhar nem na sessão de terça-feira.
José Carlos é cabo eleitoral e afilhado político do titular da cadeira, o mais longevo dos vereadores, José Hilário Melato, PP, hoje presidente do Samae.
Samae inundado. Em liminar, o juiz da segunda vara da Comarca de Gaspar, Renato Mastella, mandou o Samae interromper o processo de remoção na marra para a secretaria de Obras do funcionário efetivo, Thiago Schramm. É um sinal para outros notórios casos. Cheirava à perseguição e autoritarismo. Thiago está em licença prêmio.
Sempre escrevi aqui que a comunicação da prefeitura – e da Câmara – de Gaspar é uma piada. Desse assunto conheço bem. Ela não é estratégica, não é o exercício de uma ciência e nem possui autoridade e autonomia profissional. Ela é refém de curiosos e autoritários. É fábrica de fracos press releases e fotos para poses, gestos e bocas. A maioria sem utilidade alguma.
Em 16 meses de governo, Kleber Edson Wan Dall, MDB, vai para a nomeação do terceiro superintendente de comunicação. Ana Lúcia Matesco, acaba de pedir o boné. Durou semanas. Era refém dos entendidos e espertos de plantão, acostumados ao “manda quem pode, obedece quem tem juízo”.
Já escrevi e vou repetir, para quem se orgulha no presente de ter fechado no passado uma rádio por 24 horas e retirado uma pesquisa eleitoral de um jornal local: o mundo mudou, a comunicação muito mais com as redes sociais.
Se os meios tradicionais se omitem sobre o óbvio e o que está na cara de todos, são desmoralizados por uma maioria com smartphones nas mãos dos cidadãos.
E para quem foi capaz de ser surpreendido, perder a maioria na Câmara, ficar refém da oposição, estar comendo poeira, exatamente por não enxergar o jogo e o óbvio, nada mais sintomático do que surfar no atraso da comunicação. Acorda, Gaspar!
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