ERNESTO HOSTIN, PSC, 'PEDE DEMISSÃO' DA SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E ALEGA PARA ISSO, ESTAR DOENTE. - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

ERNESTO HOSTIN, PSC, 'PEDE DEMISSÃO' DA SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E ALEGA PARA ISSO, ESTAR DOENTE. - Por Herculano Domício

13/08/2018

O PREFEITO E IRMÃO DE FÉ EVANGÉLICA, KLEBER EDSON WAN DALL, MDB, ACEITA, E LHE DÁ DOIS NOVOS EMPREGOS NA MÁQUINA DA PREFEITURA, TODOS PAGOS PELOS PESADOS IMPOSTOS DOS GASPARENSES.

UÉ, MAS ERNESTO NÃO ESTÁ DOENTE? E DEPOIS OS DO PODER DE PLANTÃO RECLAMAM QUE HÁ UMA IMPRENSA TENDENCIOSA EM GASPAR! EXATAMENTE A QUE NÃO É OMISSA E MOSTRA A INCOERÊNCIA EXPLÍCITA. É A INCOERÊNCIA QUE DESGASTA O ATUAL GOVERNO.  PELAS BOBAGENS QUE ELE INVENTA E PRATICA CONTRA SI PRÓPRIO. NÃO É, CERTAMENTE, PARTE DA IMPRENSA QUE CUMPRE O SEU PAPEL DE INFORMAR OU ESCLARECER. INCRÍVEL! QUEM MESMO QUE ORIENTA ESSA GENTE? ACORDA, GASPAR!

O tema desta segunda-feira era outro. Este assunto na minha agenda estava morto. Mas, a prefeitura fez de tudo para ressuscitá-lo. Faz questão de arrumar e se desgastar em problemas dentro de problemas que pareciam já resolvidos.

O atual governo de Gaspar é realmente um caso sério. E não é de hoje. Chega a ser patológico. Se não é a falta de desconfiômetro, coerência e transparência, ele está obrigado a visitar um divã de um analista. E urgente. Ainda há tempo para compreender o que lhe faz teimosamente se meter em enrascadas.

Pois é. Como escrevi na sexta-feira, o governo caminha para o fim. E de tudo, ao que parece; não apenas do mandato que pode e ele quer ser renovado. Como aconteceu com os outros governos do MDB – um deles nem terminou o mandato e o outro não se reelegeu -  e até do PT de Pedro Celso Zuchi, tratam todos os pagadores de pesados impostos como imbecis, analfabetos, ignorantes e desinformados.

Isso não vai dar certo! Exemplos abundam. Ainda mais, nos dias de hoje onde não se pode amedrontar, desafiar e controlar a imprensa como nos tempos antigos. Hoje, as redes sociais – ou ferramentas como o whatsapp - fazem instantaneamente, com imagens, palavras e sons, aquilo o que a imprensa tenta esconder, esquecer ou mal apurar para não se incomodar ou favorecer os grupos políticos no poder ou afim dele.

Voltemos.

Definitivamente, a estratégia e a coerência não são partes do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP.

Sinceramente? Fico com pena do líder do governo na Câmara, Francisco Hostins Júnior, MDB, no papel protocolar de defender o indefensável, bem como do líder do MDB, Francisco Solano Anhaia, o mais combativo deles no bloco governista, que tenta cobrir o sol com a peneira de malha bem graúda.

Kleber e o guru do governo de Kleber, Carlos Roberto Pereira, bem como os luas pretas de todos os tipos, devem estar de sacanagem com ambos defensores do governo na Câmara. Não outra explicação!

O governo de Kleber, Luiz Carlos e Pereira erram e tropeçam nas próprias pernas, palavras e atos, mas para eles, quem é a culpada é parte, repito, parte da imprensa que se nega a pactuar com tamanho desatino e tudo às escancaras. A ordem então é desmoralizá-la, humilhá-la, persegui-la, enquadrá-la, cortar as verbas... Vergonhoso!

O ex-secretário de Assistência Social Ernesto Hostin, perdeu o status, mas não perdeu a boquinha no grande esquemão político e religioso que move a atual administração de Gaspar: foi nomeado assessor na Fundação Municipal de Esportes e Lazer, e secretário da Jari – Junta Administrativa de Recursos da Infração de Transito na Ditran.

Ora, se ele está doente para ser secretário, como ele próprio alegou na carta exoneração ao prefeito, está bom para trabalhar em duas novas funções ao mesmo tempo no governo? Ou Kleber não entendeu o que estava escrito na carta? Meu Deus!

Vamos por partes, como dirá Jack, o Estripador.

DOENTE, INAPTIDÃO PARA O DESAFIO OU UM ACERTO POLÍTICO? ONDE O HOMEM DE CONFIANÇA DE KLEBER ERROU E NÃO FUNCIONOU?

O que está no press release montado pela prefeitura no dia seis de agosto para a imprensa replicar, sem as perguntas necessárias?

“Em sua carta ao prefeito, Ernesto Hostin destaca o motivo médico e agradece ao prefeito, funcionários e demais colegas de prefeitura pela oportunidade e sai com sentimento de dever cumprido. ‘Neste um ano e sete meses foram muitas as conquista, mudanças e os desafios que enfrentamos com muito esforço e dedicação. Dentro de nossas limitações formamos uma equipe gestora séria e comprometida, que tem único sentido a melhora do atendimento da assistência social de nossa comunidade’”.

Alguma dúvida, caro leitor e leitora? Re conheceu até a sua limitação. Nobre! Ele próprio lavou a minha alma. É uma atrás da outra.

O que aconteceu na solenidade de transmissão da titularidade ao técnico funcionário de carreira Santiago Martin Navia e que veio parar em Gaspar como marqueteiro da candidatura do ex-prefeito, Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido, mas naquele tempo no MDB? Todos exaltaram à suposta debilidade na saúde de Ernesto para a sua saída da pasta, atestado pelos médicos, os quais teriam pedido moderação nas atividades laborais do ex-assessor parlamentar de Kleber e presidente do PSC em Gaspar.

Ernesto chorou. Emoção! Ou o choro escondia as verdadeiras razões daquela saída?

Este assunto médico é sério em parte e é ao mesmo tempo, convincente. A secretaria de Assistência Social é algo complexo e vital numa cidade com os problemas que possui, agravados pela migração, cidade dormitório e de transitoriedade, desde cedo Ernesto viu que não seria fácil a sua vida lá, como sonhava.

Primeiro. A secretaria não é para neófitos. Segundo, ela não é para fracos de estômago. Terceiro, realmente tomado pela surpresa e o stress, Ernesto foi parar na UTI de Hospital em Blumenau com problemas cardíacos. Noticiei meses atrás aqui. De lá para cá, nunca mais se acertou no passo. Tornaram-se incompatíveis as exigências e à capacidade orgânica. Quarto a saída dele, é a forma encontrada para o menor dano que foi o fechamento da Casa Lar Sementes do Amanhã. Nem mais. Nem menos.

Vamos aos fatos. E por que tudo se agravou para o ex-titular da secretaria de Assistência Social de Gaspar? Ernesto nada conhecia do ramo. A nomeação e o cargo lhes foi um presente do amigo, do ex-chefe dele na Câmara, do irmão de templo e agora prefeito, Kleber.

Quando Ernesto foi parar no Hospital, Kleber fez o segundo erro depois de nomear quem não tinha capacidade técnica e posteriormente física, por atestado médico: demorou para mudar a titularidade da pasta e proteger o ser humano e amigo. Simples assim.

E Kleber só tirou agora Ernesto da secretaria, não porque Ernesto supostamente pediu, ou pela suposta saúde debilitada do titular. Mas, porque o governo Kleber ficou sem alternativas depois de falhar, como poucos, no caso do fechamento da Casa Lar Sementes do Amanhã. O caso que era para ficar debaixo do tapete, exposto aqui, deu bafafá. Gaspar ficou sabendo dos detalhes, praticamente, só aqui. E porque a prefeitura tentou, sem sucesso, desmenti-lo. Sintomático!

Tirou Ernesto exatamente pelas pressões técnicas, pelos desgastes de relacionamentos e pela forma como teve que reabrir a Casa Lar, com a ajuda do Ministério Público e a Justiça, quebrando todos os protocolos para não deixar menores desamparados pagarem, mais uma vez, pela incúria dos adultos. Simples assim.

Foi um acerto de contas e que o governo Kleber, o infalível, não gostou de ver desnudada. Quando tentou dizer que só fazia o que o MP e a Justiça lhes impunham neste caso por mais de um ano e meio, foi desmentido na lata. E registrei aqui.

SE ESTÁ IMPOSSIBILITADO DE TOCAR A SECRETARIA DE ASSISTÊNCIA, ERNESTO ESTARÁ CAPACITADO PARA TOCAR DUAS NOVAS FUNÇÕES AO MESMO TEMPO?

Passada a comoção da Casa Lar e principalmente da “troca” de comando na secretaria de Assistência Social, o que aparece simultaneamente no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e não tem hora para ser publicado?

Na quinta-feira a tarde, quando a coluna de sexta-feira já estava editada, o DOM trouxe estas mudanças: o ex-secretário Ernesto Hostin, foi nomeado (decreto 8.283) para o cargo comissão de Assessor Administrativo da Fundação Municipal de Esportes e Lazer, ref. 64, com 40 horas semanais no lugar, do outro evangélico de primeira linha, Ezequiel Hintz, que não perdeu a boquinha no governo e passou a ser “assessor administrativo” do gabinete do prefeito (decreto 8.285).

Sem nenhum disfarce, na mesma edição do Diário Oficial, Kleber nomeou (decreto 8.281) até então o adoentado Ernesto para ser secretário da Assistência Social, para acumular uma segunda função no seu governo, além da Fundação de Esportes, a de desempenhar as funções de Secretário da 2ª Junta Administrativa de Recursos de Infrações – JARI -, da Ditran – Diretoria de Trânsito.

É preciso escrever mais alguma coisa? O governo de Gaspar se enrola em si mesmo. Possui um slogan oficial, o da eficiência, entretanto, ele está sendo comido exatamente pela ineficiência. E por que? Pelas escolhas e atitudes duvidosas que faz. E depois, esse mesmo governo, tem a coragem de culpar “uma certa imprensa” por isso. Ela, todavia, quando está livre, e é exercida, na sua plenitude, apenas relata e comenta fatos reais, os mesmos praticados pelo governo e que inunda a rede social.

É o governo que alimenta a oposição. Foi o governo com sua prática errante é quem ficou em minoria na Câmara e está vulnerável na sua governabilidade e que se amplia com atos como os da semana passada.

Afinal, Ernesto está ou não doente, como ele próprio afirmou na carta que enviou ao governo para “pedir” exoneração da secretaria de Assistência Social? Ou já se curou, tão rapidamente assim, para aceitar mais duas nomeações no governo do seu padrinho de política, de caminhada e religião? Mentiras têm pernas curtas.

E para encerrar, e como tudo gira em torno da religião e do evangelho que alimenta a suposta pureza dos atos dos homens impuros, deixo aqui duas, entre centenas citações que há na Bíblia sobre a mentira, dúvidas e mentirosos.

Os lábios arrogantes não ficam bem ao insensato; muito menos os lábios mentirosos ao governante!”  (Provérbios 17:7); “Não mintam uns aos outros, visto que vocês já se despiram do velho homem com suas práticas e se revestiram do novo, o qual está sendo renovado em conhecimento, à imagem do seu Criador” (Colossenses 3:9-10); "Não furtem. Não mintam. Não enganem uns aos outros” (Levítico 19:11). Acorda, Gaspar! 

TRAPICHE

Não tem jeito. O governo feito com gente política não é capaz de responder o mínimo à sociedade. Na semana passada houve a detonação de rochas na BR 470. Tudo avisado com antecipação.

Mas, isso não foi capaz de sensibilizar e preparar a superintendência do Belchior, tocada pelo ex-vereador e que nem de lá é, Raul Schiller, MDB.

Foi, novamente, uma confusão e um “inferno” só para os moradores, comerciantes e industriais da Rua Vidal Flávio Dias, no Belchior Baixo. O ex-superintendente e vereador Rui Carlos Deschamps, PT, perdeu a paciência e a moderação na última sessão.

Uma pergunta que não quer calar. Quanto e como os sete vereadores da majoritária oposição de Gaspar contribuíram até agora para melhorar a saúde pública em Gaspar? É preciso prestar contas.

Na semana passada a Câmara de Gaspar foi tomada pelos funcionários públicos, atrás de mecanismos que possam transformar o Vale Alimentação em complemento salarial e não apenas um benefício social como ele é na legislação. Na sessão anterior, havia policiais. Na semana passada não.

Perguntar não ofende. Qual a razão para os agentes da Ditran de Gaspar pedirem o telefone dos motoristas e passageiros nas blitzes educativas? A documentação que expressa a lei não é suficiente? Ou estão montando um mailing eleitoral? Hum! Acorda, Gaspar!

 

Edição 1864

Comentários

LEO
14/08/2018 21:01
PRIMEIRO FAKE NEWS DA ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE. HADDAD E VICE DO LULA PRESIDENTE LULA. TODOS JÁ SABEM QUE O LULA NÃO PODE SER CANDIDATO
João da Silva Pereira
14/08/2018 20:24
Herculano,

Talvez essa mudança na Secretaria de Assistência, seja uma boa.
Um ótimo exemplo foi a recente mudança na Saúde, em poucos meses, o atendimento melhorou significativamente.
Meus familiares que aguardavam a anos por exames e consultas, foram atendidos em praticamente tudo. Um fato curioso, teve uma situação que tivemos que cancelar um exame pois tínhamos uma consulta minutos antes, parece mentira né?
Abraço... E parabéns pelo trabalho.
Miguel José Teixeira
14/08/2018 13:47
Senhores,

"A marcha da insensatez que se arrasta rumo à capital traduz, como nenhuma outra, as movimentações de um partido que nesses últimos anos reluta em ter seu encontro inexorável com o ocaso, vitimado pela total falta de ética e que, desde abril passado, foi encarcerado com a sua maior liderança."

Coluna Visto, Lido e Ouvido
Hoje no Correio Braziliense
Por Circe Cunha

Marcha da insensatez

Levada até as últimas consequências, a pantomima protagonizada pelas lideranças do Partido dos Trabalhadores para obrigar a Justiça Eleitoral a registrar a chapa da legenda encabeçada pelo ex-presidente Lula, que segue preso, numa cela da Polícia Federal em Curitiba, vai chegando ao seu grand finale. Comandando a movimentação do partido e da militância , diretamente de dentro da cadeia, Lula, aos poucos, começa a copiar a mesma prática que tem sido recorrente pelos grandes chefões do crime organizado, que, por meio de pombos-correios, enviam ordens aos seus comandados que estão fora dos presídios.

Com o auxílio das mídias, toda a nação acompanha, pari passu, as articulações surreais que visam, basicamente e de forma desesperada, a construção de uma narrativa para o público interno e, principalmente, para parcela da imprensa internacional de que Lula, assim como Dilma, são vítimas de um golpe de Estado, perpetrado por forças da direita.

O que a primeira vista pode parecer estratégia ingênua, visando a esticar, ao máximo, o registro do ex-presidente como cabeça de chapa a fim iludir os leitores, embute uma tática sinistra de desacreditar a própria Justiça e outras instituições que não rezem pela cartilha do partido e, por tabela, comprometer as próximas eleições pelo açular dos movimentos sociais controlados pela legenda.

Nesse sentido, a marcha do Movimento Sem-Terra (MST), que ruma para o centro da capital em três colunas de 1,5 mil integrantes cada, vai, num primeiro momento, se concentrar no próximo dia 15 em frente ao Superior Tribunal Eleitoral, forçando a Corte a aceitar a inscrição de Lula, desprezando o que diz a Lei da Ficha Limpa, endereçada e aprovada em 2010 pelos próprios petistas.

Em outro flanco, o partido segue com a greve de fome, repassada, obviamente, para a militância do baixo clero, à qual cabe sempre os esforços físicos extremos, no intuito de forçar o Supremo a reconsiderar a prisão em segunda instância. O problema com a mentira, ensinou uma vez o próprio Lula, é que quando você conta uma, nunca mais se livra dela, tendo que emendá-la sempre com novas versões. Busca o PT, em mais esse ato farsesco, produzir um mártir para sua causa, criando um factoide perante a opinião pública.

A marcha da insensatez que se arrasta rumo à capital traduz, como nenhuma outra, as movimentações de um partido que nesses últimos anos reluta em ter seu encontro inexorável com o ocaso, vitimado pela total falta de ética e que, desde abril passado, foi encarcerado com a sua maior liderança .


Herculano
14/08/2018 11:59
REAJUSTE NO STF: ESTÃO MATANDO A GALINHA DOS OVOS DE OURO, por João Luiz Mauad, no Instituto Liberal

Com as elites que temos, será difícil resolvermos os problemas de Pindorama. Que a patuléia ignorante e desinformada desconheça os gravíssimos problemas fiscais do país, é justificável, mas os ministros da mais alta corte de justiça da nação não têm esse direito.

Por mais que saibamos, como ensinou Roberto Campos, que os governantes em geral, embora pagos para cuidar do "bem comum", não passam de um aglomerado de burocratas e políticos corporativistas, cujos objetivos principais são a aquisição de poder, promoção e privilégios para si, seus familiares e amigos próximos, certas atitudes ainda nos surpreendem. Não porque sejam inesperadas, mas porque, em determinadas circunstâncias, são burras, no sentido de que, a longo prazo, vão de encontro aos próprios interesses de suas excelências.

Este é o caso da recente decisão do STF, que, na proposta orçamento daquela Corte para 2019, enviada ao Congresso, inseriu um reajuste ?" modestíssimo, da visão do ministro Lewandowski ?" de 16,38% nos seus próprios salários. Com isso, os vencimentos ordinários de suas excelências (que não incluem todos os demais proventos, como auxílio moradia, creche, escola, etc.) passarão de R$33,7 mil para R$39,2 mil.

Como sempre ocorre, a justificativa para o aumento é que o impacto da medida é muito pequeno. No caso, a Secretaria Geral do Supremo estima um impacto de R$2,87 milhões em 2019, os quais poderiam ser supridos com a economia de recursos em outras rubricas. Ainda que isso seja verdade, o buraco é mais embaixo, e é aí que a proposta aprovada pelos ministros (com as honrosas exceções de Carmem Lúcia, Rosa Weber, Edson Fachin e Celso de Mello) se torna terrível para as contas públicas em geral.

Segundo dados preliminares, como o salário dos juízes do STF, de acordo com a Constituição, representa o teto salarial legal de todo o funcionalismo público tupiniquim (malgrado isso nem sempre seja respeitado), o impacto desse aumento apenas no judiciário federal será de R$ 717 milhões, em 2019. Além disso, existe também o efeito cascata no funcionalismo dos demais poderes da república, que certamente virá na esteira do aumento de suas excelências. De acordo com levantamento de técnicos do legislativo, o impacto total da estrovenga pode chegar a R$ 4 bilhões, só em 2019.

Não dá para esquecer que o orçamento geral da União, para 2019, já prevê um déficit de R$ 139 bilhões. Além disso, esse aumento de 16,38% também terá reflexos perversos nas contas da previdência, tanto presentes, em função da regra da paridade entre servidores ativos e inativos, quanto futuras, já que os juízes e demais servidores agraciados irão se aposentar daqui a alguns anos com salários maiores. Em outras palavras, estamos diante de uma imensa bola de neve descendo a montanha em ritmo acelerado.

Resumo da ópera: por mais que suas excelências se esforcem para tapar o sol com a peneira, fingindo para si mesmos e para a população em geral que o aumento ora aprovado não terá impacto nos gastos públicos, a realidade, para não variar, é muito diferente disso. Na verdade, esse aumento terá enorme impacto nas contas do governo e, conseqüentemente, nos bolsos dos pagadores de impostos - a galinha dos ovos de ouro dos governantes -, os quais já vêm carregando um peso sobre os ombros quase insuportável. Estão brincando com o perigo!
Herculano
14/08/2018 11:56
EM VEZ FAZER A MALA, TEMER FAZ TEMERIDADES, por Josias de Souza

Autoconvertido numa espécie de ex-presidente no exercício da Presidência, Michel Temer tornou-se um administrador perigoso. Deveria estar fazendo as malas, mas prepara medidas arrojadas. Entre elas um decreto presidencial sobre a relicitação de concessões de rodovias federais à iniciativa privada. Desde que Temer assumiu o trono, em 2016, que seus auxiliares falam sobre a necessidade de repactuar os valores de contratos de concessões assinados na gestão de Dilma Rousseff. E resolveram agir agora, no ocaso do governo.

A pretexto de assegurar transparência à edição do novo decreto, Temer iniciou a semana com uma reunião-espetáculo, transmitida ao vivo pelos canais governamentais. Investigado sob a suspeita de ter trocado propinas pela edição de um outro decreto, de interesse de empresas portuárias, Temer disse ter promovido uma reunião aberta em nome da transparência, para evitar acusações de que o governo estaria favorecendo "esta ou aquela empresa."

Em outubro, depois que forem abertas as urnas, Temer terá de cumprir o ritual transição de governo. O primeiro ato seria a nomeação de um ministro para comandar esse processo. Entretanto, considerando-se o fato de que o governo de Temer é, ele próprio, uma transição que saiu pelo ladrão, o presidente renderia homenagens ao bom senso se congelasse qualquer ato que envolva negócios na casa dos bilhões. Além de evitar surpresas para o sucessor, é mais civilizado.
Herculano
14/08/2018 11:53
E AINDA TEM GENTE CAPAZ DE VOTAR EM GENTE TOTALMENTE DESEQUILIBRADA PARA PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Segundo O Antagonista: o Cabo Daciolo está num monte, "jejuando e orando", porque diz que os Illuminati querem matá-lo.
Herculano
14/08/2018 10:44
VAI FALAR

Pelo conteúdo da pauta de hoje da Câmara, é quase certo que o líder do governo, Francisco Hostins Júnior, MDB, vai falar no espaço da liderança.
Herculano
14/08/2018 10:10
HOJE É DIA DE DETONAÇÃO DE ROCHAS NA BR-470, TUDO AVISADO E COM BOA ANTECEDÊNCIA. SERÁ QUE A SUPERINTENDÊNCIA DO BELCHIOR E O SEU SUPERINTENDENTE RAUL SCHILLER, MDB, SABE O QUE FAZER PARA A VIDA DOS MORADORES, EMPRESÁRIOS E TRABALHADORES DO BELCHIOR BAIXO E ESPECIALMENTE DA RUA VIDAL FLÁVIO DIAS, NÃO VIRE NOVAMENTE UM INFERNO? ACORDA, GASPAR
Herculano
14/08/2018 10:04
O ?"BVIO, MAS OS POLÍTICOS DESMENTE ESSA OBVIEDADE EXATAMENTE PELA OMISSÃO E MEDO DOS PAGADORES DE PESADOS IMPOSTOS PARA QUEM ELES REMETEM A CONTA

"SE O GOVERNO FOSSE UMA EMPRESA, ESTAVA FALIDO", AFIRMA SARDENBERG EM BLUMENAU

Conteúdo do Jornal de Santa Catarina, da NSC Blumenau. Texto de Talita Catie. O país precisa de uma reforma previdenciária, encontrar uma forma de conter o gasto com pessoal e abrir as portas para iniciativa privada. Esses foram os três pontos defendidos pelo comentarista econômico Carlos Alberto Sardenberg na noite desta segunda-feira como necessários para o Brasil ter sucesso. O tripé apresentado por ele durante um evento no Teatro Carlos Gomes foi embasado em uma realidade explicitada em números pelo especialista. Segundo ele, o Brasil não tem problemas com as contas externas, mas as internas assustam e exigem providências antes que cheguem ao colapso.

Mesmo com a retomada após a crise que teve o auge em 2016, saindo de um Produto Interno Bruto (PIB) de -3.6% em 2016 e passando para 1.5% em 2018, Sardenberg defende a necessidade de um crescimento mínimo na casa dos 5%. Para ele, isso só será possível quando o governo federal conseguir controlar as contas internas e ampliar a capacidade de investimento. Com 65% de toda a receita aplicada atualmente no pagamento de INSS e pessoal, o que chega à casa R$ 420 bilhões, e apenas R$ 21.5 bilhões destinados a investimentos, o cenário é complexo.

- É nada isso, lembrando o tamanho das necessidades de infraestrutura do Brasil - argumentou.

Na visão do comentarista, o Executivo Federal tenta frear as contas economizando em serviços de ponta aos cidadãos, como saúde, educação e segurança. Só assim conseguirá dar conta de valores considerados exorbitantes por ele com folhas de pagamento e previdência social. No acumulado dos últimos 12 meses, segundo Sardenberg, o déficit nessa área é de R$ 194.5 bilhões. Sem isso, apontou, o Brasil sairia do vermelho.

Apesar de ter um dever de casa interno para fazer, o jornalista com 45 anos de experiência reforçou o aspecto político no crescimento do país. Os números apresentado por ele demonstram que o Brasil estava retomando o crescimento ao longo dos últimos dois anos, mas os escândalos envolvendo nomes importantes do atual Governo fizeram a indústria e o consumidor perderem a confiança no mercado e voltaram a retrair. A greve dos caminhoneiros, por sua vez, agravou o cenário, na perspectiva de Sardenberg, com a dificuldade de resolução do impasse, que se estende até hoje com os dilemas envolvendo as tabelas de frente que afetaram, por exemplo, o escoamento da safra de grãos.

- Nós precisamos de um Brasil novo, um Brasil moderno, aberto para o comércio internacional e que funcione sem depender de dinheiro barato do Governo ?" defendeu, ao frisar que muitas empresas se mantêm com financiamentos públicos. O comentarista reforçou ainda a necessidade de gestores que também não atrapalhem a atuação dos empresários, desde que estes descumpram as leis. Como maior exportador de alimentos e o terceiro maior mercado de computadores, ele apontou o potencial brasileiro.
Herculano
14/08/2018 07:45
da série: o vale tudo dos candidatos radicais para enganar eleitores analfabetos,ignorantes e desinformados, que são a maioria no Brasil e fácil de serem manipulados para gente esperta.

"QUANDO MENCIONOU URSAL, QUASE CAÍ DO SOFÁ", DIZ SOCIóLOGA QUE CRIOU O TERMO

Conteúdo do site Poder 360. Texto de Sabrina Freire, Brasília. A professora aposentada e socióloga Maria Lucia Victor Barbosa foi a responsável por criar o termo "Ursal", citado pelo candidato a presidente Cabo Daciolo (Patriotas) na última 5ª feira (9.ago.2018), no debate presidencial da TV Band. O candidato usou o termo para falar sobre o que seria a tentativa de implantação de uma "nova ordem mundial" por comunistas.

"Quando o Cabo Daciolo mencionou a Ursal, eu quase caí do sofá. Porque ele tá achando que é de verdade, ou ele se empolgou muito com a 'União da América Latina'. Isso não existe, não. É totalmente utópico. Mas aí o termo ficou rodando por aí e virou uma verdade que não existe", disse a socióloga ao Poder360.

A descoberta da citação fictícia por Maria Lucia em 1 artigo foi feita pela Folha de S. Paulo. O jornal verificou que o texto é a referência mais antiga do termo na internet.

Segundo Maria Lúcia, o termo surgiu em 2001 em meio a 1 artigo chamado "Os Companheiros", que se referia à uma viagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Cuba.

"Então ele [Lula] conversava com Fidel Castro, eles estavam unidos ali criando o tal Foro de São Paulo, que na verdade seria uma associação de grupos da chamada esquerda: movimentos sociais e partidos", disse a socióloga.

Segundo Maria Lúcia, a expressão foi 1 tipo de ironia. "Eu fiz 1 tipo de pergunta, mas com 1 pouco de ironia, e perguntei: Será que eles querem criar a Ursal? A União das Republiquetas Socialistas da América Latina? Pensei que não ia acontecer nada, né? Porque tava claro de que era uma invenção. Era uma pergunta", afirmou.

A socióloga disse que há anos o termo se disseminou como uma conspiração dos comunistas. Quando é questionada, ela afirma que é uma invenção.

"A partir daí, muitas vezes me escreviam e diziam que era de verdade. E eu dizia: não, isso não existe, pelo amor de Deus, eu fiz uma ironia. E não adiantou e aí virou uma teoria conspiratória", afirmou.

No debate, Cabo Daciolo acusou o também candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) de ser 1 dos fundadores do Foro de São Paulo.

A professora conta ainda que se divertiu ao ver que Ciro Gomes não sabia nada sobre o termo. "Como o Ciro ia saber o que era isso, se não existe? Como ia saber o que era?", disse.

Maria Lucia ainda disse agradecer ao Cabo Daciolo por ter levado o termo à repercussão nacional e a levado, mesmo que de forma indireta, a mostrar a verdade às pessoas. "Eu tenho que agradecer ao Cabo. O senhor me permitiu cancelar o passaporte para a Ursal", disse, sem perder o tom de como costuma escrever.

A socióloga afirma ainda que a repercussão nas redes sociais foi 1 outro impulsionamento para ela aparecer com a verdade. Segundo ela, as redes sociais são hoje o 5º poder.

"Me disseram que as redes parecem o hospício: e eu disse, mas ela tem força, é o 5º poder... Tem os 3 poderes, Executivo, Legislativo, Judiciário. O 4º poder, que é a mídia. E eu acho que agora que existe o 5º poder", afirmou.

VERDADE CONTADA
A professora disse que se surpreendeu pelo fato de o termo Ursal ter tido credibilidade quando o filósofo Olavo de Carvalho falou sobre o termo em 1 artigo, em 2006. Segundo ela, o seu artigo foi publicado no site do próprio filósofo.

"Como ele tem o poder midiático muito grande, então, a partir disso, as pessoas deram credibilidade maior ainda. Eu só não entendo como, se [meu artigo] saiu no site dele. Se ele tivesse lido, ele não ia por esse negócio todo", disse.

MARIA LUCIA VICTOR BARBOSA
Maria Lucia Victor Barbosa é professora universitária formada em Sociologia e Administração Pública e tem especialização em Ciência Política pela Universidade de Brasília. Possui experiência em planejamento e execução de programas sociais para populações de baixa renda.

A socióloga é autora de "O voto da pobreza e a pobreza do voto ?" A ética da malandragem" (Jorge Zahar, 1988), "América Latina - Em busca do paraíso perdido" (Saraiva, 1995), "Fragmentos de uma época" (UEL, 1998), "Contos da meia-noite" (UEL, 1999) e "A colheita da vida" (UEL, 2000).

Atualmente, Maria Lucia se dedica à análise das redes sociais e se diverte ao escrever artigos políticos. "As palavras voam, mas a escrita permanece", disse.
Herculano
14/08/2018 07:37
PT DIVIDIDO

"Acho impossível sombrear a candidatura do Lula. Acho uma bobagem quem está falando que expor Haddad é problema. Ao contrário, se temos uma estratégia de substituição, nós não vamos ter a vida inteira para expor o Haddad". (Jaques Wagner, PT-BA, candidato ao Senado)
Herculano
14/08/2018 07:34
da série: a história da humanidade é a repetição dos mesmos erros seculares dos "líderes", dos governantes totalitários, sem capacidade de diálogo, que usam o voto livre - e alguns deles a religião - para chegar ao poder e nele aplicarem receitas radicais, populistas; eles enganam e fazem sofrer ainda mais pobres, fracos, analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos que juram salvá-los da miséria, dor e exclusão. Na campanha política eleitoral, eles também estão presentes...

CRISE MAIS ESPERADA PODE LEVAR A CONTÁGIO MACROECONôMICO GLOBAL

Tensão entre Turquia e EUA ganhou força com pedido de extradição de clérigo

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Ariel González Levaggi e Monique Sochaczewski. As relações entre Turquia e Estados Unidos chegaram ao fundo do poço na semana passada. A verdade é que essa história não é nova.

Desde a chegada de Erdogan ao poder, em 2003, as relações com o principal aliado da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) têm flutuado.

O governo do Partido Justiça Justiça e Desenvolvimento (AKP) opôs-se à intervenção ao Iraque e, depois desta, tentou sem sucesso intervir no norte do país. Pressionou o governo Obama por uma intervenção na Síria, mas resistiu a participar da coalização contra o Estado Islâmico. E realiza operações militares contra curdos sírios, considerados aliados das forças norte-americanas.

A tensão ganhou força com o pedido de extradição do clérigo turco residente nos Estados Unidos Fetullah Gulen ?"considerado terrorista por Ancara?" e a prisão do pastor americano Andrew Brunson.

Parecia que o pastor em questão, preso desde outubro de 2016 sob alegação de terrorismo e espionagem, seria libertado em julho.

O governo americano havia atuado nessa negociação pela soltura de uma ativista turca em mãos israelenses. Brunson, porém, não saiu da prisão, e Donald Trump entendeu o fato como afronta pessoal.

O governo americano anunciou congelamento de bens dos ministros do Interior e da Justiça turcos, e Trump anunciou pelas redes sociais, como de costume, o aumento das taxas sobre aço e alumínio turcos. Em paralelo, o Congresso em Washington debate a não entrega de caças F-35, bloqueio de fundos do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional).

A aliança entre Turquia e EUA se esboçou com o Plano Marshall no pós-guerra e ganhou força com a Guerra Fria. No quadro da grande estratégia de contenção, a Turquia entrou na Otan ao lado da Grécia em 1952 e teve um papel fundamental como a âncora do flanco sudeste da organização, além de ser o único país da aliança com fronteiras diretas com a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, bloco dissolvido em 1991).

Com o fim da Guerra Fria, decaía a importância estratégica turca, mas a luta contra o terrorismo curdo os manteve unidos nos anos 1990. A invasão americana ao Iraque mudou os cálculos.

O aliado agora invadiu os países vizinhos e se tornou seu vizinho. Estrategistas turcos começaram a avaliar como aumentar a profundidade estratégica da Turquia além dos EUA, desenvolvendo um jogo de múltiplas apostas com Europa, Oriente Médio e o inimigo histórico, Rússia. Nos últimos tempos, a Turquia tem sido cada vez mais isolada pelos seus "parceiros" ocidentais enquanto melhorou suas ligações estratégicas com a Rússia e a China.

Não é por acaso que Erdogan pediu a incorporação da Turquia ao grupo dos Brics no encontro de Joanesburgo, nem que ele seja um dos principais colaboradores com o processo de pacificação da Síria, liderado pela Rússia.

A crise é profunda e o fim distante. A tensão aumentará se o pastor Brunson não for libertado, e a crise cambial poderia tornar-se macroeconômica, afetando um dos pilares da administração de Erdogan: estabilidade e progresso econômicos. Sem bonança econômica, o novo esquema presidencialista perde tração.

Com a crise de 2008/2009, Erdogan foi bem-sucedido. O novo contexto parece mais complexo. As tensões com os EUA não apenas não colaboram mas a "guerra econômica" pode ser muito cara para uma economia emergente como a turca. E pode contagiar.
Herculano
14/08/2018 07:22
UM VOTO IRRACIONAL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Uma parte da elite empresarial do País começa a declarar publicamente sua intenção de voto em Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República

Uma parte da elite empresarial do País começa a declarar publicamente sua intenção de voto em Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República. O que antes era um apoio silencioso e um tanto envergonhado vai ganhando porta-vozes desinibidos. A unir esses empresários está não o liberalismo postiço de Bolsonaro, inventado somente para tornar menos difícil declarar voto em quem é tão identificado com o estatismo, o nacionalismo e a repressão que marcaram a ditadura militar, mas a presunção de que o ex-capitão, por ser quem é, será capaz de implodir o atual sistema político.

Para os empresários que se dizem bolsonaristas, é preciso acabar com o presidencialismo de coalizão, em que o presidente precisa fazer acordos muitas vezes fisiológicos com diversos partidos para conseguir votos. Fosse o candidato do PSL capaz desta proeza, mereceria o apoio dos brasileiros de boa-fé.

Que o deplorável presidencialismo de coalizão é o sintoma mais evidente da submissão da política a interesses paroquiais não se discute. A distribuição de verbas e cargos para angariar apoio no Congresso torna praticamente impossível que o Executivo forme um Ministério com os melhores nomes possíveis, devido ao loteamento entre os apaniguados de partidos aliados. Ademais, a governabilidade fica sempre na dependência da habilidade do presidente de manter a capacidade de barganha.

Não admira que esse sistema, levado a extremos nos governos do PT, cujos escândalos do mensalão e do petrolão foram seu corolário, tenha causado tanta revolta - especialmente entre os que trabalham e pagam impostos. O processo que levou ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, embora baseado nas criminosas "pedaladas fiscais", foi politicamente impulsionado pela sensação, compartilhada por milhões de brasileiros que foram às ruas protestar, de que o País estava sendo tomado de assalto por uma quadrilha política.

O afastamento da petista acendeu a esperança de que o sistema fosse afinal se regenerar, mas, para uma parte considerável da opinião pública - na qual se encontram os empresários bolsonaristas -, os desdobramentos foram frustrantes. Generalizou-se a sensação de que todos os políticos são corruptos, entre outros fatores, pela imprudência de alguns dos integrantes da Operação Lava Jato, que trataram tênues suspeitas como provas cabais, e pela lamentável atuação da Procuradoria-Geral da República especialmente no caso das denúncias ineptas, porém escandalosas, contra o presidente Michel Temer.

Diante da percepção de que o sistema é de difícil regeneração - pois exige uma ampla reforma política que, entra ano, sai ano, ninguém consegue fazer -, gente como Bolsonaro passou a ser vista a sério como opção, por ser identificado como alguém avesso a fazer os conchavos políticos que a maioria da população não compreende e repudia. Sua candidatura desligada dos grandes partidos e relacionada a uma nostalgia da ditadura - idealizada como um tempo de "ordem" garantida por militares incorruptíveis - ganhou ares de alternativa viável para os que consideram que o sistema é irremediavelmente corrupto e indiferente ao destino do País.

O trágico é que alguns desses empresários que declaram voto em Bolsonaro admitem que o ex-capitão não tem mesmo capacidade para ser presidente da República. Mas, para eles, isso não é importante. O importante é que a eventual vitória de Bolsonaro representaria a ruptura com "o modelo que está aí", nas palavras de um dos empresários desse movimento, cuja crescente mobilização foi noticiada pelo Estado.

Até onde se tem conhecimento, nenhum desses empresários parece saber ao certo o que virá depois dessa projetada ruptura. Mas não é difícil imaginar. Sem partido, com um discurso desagregador e antidemocrático, adepto de soluções que privilegiam a violência e - o que ele mesmo admite - um rematado ignorante dos principais problemas econômicos do País, Bolsonaro criaria tal confusão e tensão que o ambiente de negócios, já muito difícil, se tornaria totalmente hostil. Donde se conclui que esse movimento de empresários em favor de tal ruptura carece absolutamente de racionalidade. Pois Bolsonaro não tem como fazer a reforma política e muito menos como sanear as finanças públicas e reativar a economia.
Herculano
14/08/2018 07:19
POLÍCIA TEME SAQUES E DEPREDAÇõES EM BRASÍLIA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Informações de inteligência sobre os "mortadelas" recrutados pelo MST para a marcha a Brasília, esta semana, deixou a área de segurança em estado de alerta. O temor é que os "manifestantes" cheguem à capital dispostos a "tocar o terror", promovendo as agressões, as invasões e as depredações de protestos que ocorreram após o PT perder o poder. Os organizadores, por enquanto, "cumprem os compromissos" com as autoridades. Mas o temor é que, como sempre, "percam o controle".

REGISTRO NO GRITO
O MST divulgou que a meta é reunir cinco mil pessoas em frente ao TSE, em Brasília, para o pedido de registro da candidatura de Lula.

PELEGADA SE JUNTA
A marcha promovida pelo MST deve atrair a adesão de sindicalistas ligados em PT, que alugaram ônibus com destino a Brasília.

HISTóRICO DE VIOLÊNCIA
Nos atos mais recentes, prédios foram invadidos e saqueados, ônibus queimados. Houve até tentativa de incendiar o Ministério da Agricultura.

TROPAS DE PRONTIDÃO
A PM do DF empregará 2 mil homens na segurança, nesta quinta. PM, DER e Detran disseram estar "acompanhando" os acampamentos.

PARTIDOS PRESSIONAM TEMER POR VAGA EM AGÊNCIAS
A dois meses da eleição do novo presidente da República, os partidos pressionam no Senado o presidente Michel Temer a fazer nomeações para as agências reguladoras. O caso mais gritante é o da agência de Telecomunicações (Anatel), onde uma nova vaga será aberta em 3 de novembro. Temer terá 58 dias no cargo e sucessor estará definido. O escolhido da Anatel terá mandato, por isso não poderá ser demitido.

QUEDA DE BRAÇO
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) indicou Emilia Ribeiro para a Anatel, enquanto deputados do MDB-MG querem cargo para um deles.

TÁ TUDO DOMINADO
Lobistas e/ou políticos controlam agências reguladoras em áreas vitais como saúde, aviação, telefonia, eletricidade, saneamento, águas etc.

CABIDES ESTÃO NA MIRA
Geraldo Alckimin (PSDB) foi o único a criticar no debate da Band a transformação das agências reguladoras em cabides de empregos.

ALERTA MÁXIMO
Informações das áreas de inteligência sobre o tipo de "mortadelas" arregimentados pelo MST para a marcha a Brasília, esta semana, deixou a polícia com os cabelos em pé e em alerta. O temor é que essa turma pretende "tocar o terror" na cidade, com saques e depredações.

ROSTO FAKE
Irreconhecível na foto na foto oficial ao lado do candidato a presidente Ciro Gomes (PDT), a senadora Kátia Abreu (TO) corre o risco de sofrer os rigores da Justiça Eleitoral contra "fake news".

A BANCA DO DISTINTO
Candidato ao governo do DF, o deputado Rogério Rosso (PSD) alegou nesta segunda que mora a 50km de Brasília, por isso gasta tanto dinheiro com gasolina, até mil litros por mês. Mas não coça o bolso para isso: o dinheiro sai da verba de representação da Câmara.

LUIZA, A VOLÚVEL
Volúvel, a dona do Magazine Luiza. Após se encantar por Lula e até por Dilma, Luiza Trajano agora organiza na Torre Santander, em São Paulo, reunião de mil mulheres com Ciro Gomes, nesta quinta (16).

CAMPANHA PARTICULAR
Senador licenciado do PSDB, o chanceler Aloysio Nunes Ferreira sonha em vir a ser embaixador em Paris. Falta-lhe, no entanto, o principal: "combinar com os russos" da campanha presidencial.

SONHO SONHADO
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), também teve um sonho: a embaixada do Brasil em Portugal. Chegou a "combinar com os russos", mas a Dilma foi pro espaço e o sonho idem.

FAÇAM SUAS APOSTAS
O Conselho de Ética da Câmara tenta votar outra vez, hoje, a cassação de Nelson Meurer (PP-PR), condenado no STF por receber propina de R$29 milhões. A sessão anterior foi cancelada por falta de quórum.

TROCANDO EM MIÚDOS
Professor em Nova York e advogado do New York Times, David McCraw fará palestra nesta quarta, na FGV/SP, sobre "Fake news e o mundo real: liberdade de imprensa em tempos de Twitter e Trump".

PENSANDO BEM...
...em vez de habeas corpus, a defesa de Lula devia pedir direito a um "saidão eleitoral".
Herculano
14/08/2018 07:11
da série: é difícil acreditar, mas a esperança é a última que morre

DIAS TOFFOLI VAI PROPOR ACABAR COM OS FERIADOS EXCLUSIVOS DO JUDICIÁRIO, por Mônica Bérgamo, no jornal Folha de S. Paulo

O ministro Dias Toffoli, que assumirá a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 13 setembro, enviará ao Congresso propostas para acabar com os feriados que só existem para o Judiciário.

TRIO?
Pelo menos três deles devem ser extintos: o de 11 de agosto, em comemoração ao Dia da Criação dos Cursos Jurídicos no Brasil, o de 1º de novembro, Dia de Todos os Santos, e a Quarta-Feira Santa - para juízes federais, a Páscoa começa neste dia da semana e vai até domingo.

DEBATE?
O magistrado está dialogando com entidades de classe para um acordo em torno da medida. O fim das férias duplas para magistrados também está em estudo.
Herculano
14/08/2018 07:05
SAÍDA DE WAL VALE COMO CONFISSÃO DE BOLSONARO, por Josias de Souza

Sete meses depois de ter sido pendurada nas manchetes como funcionária fantasma do gabinete parlamentar de Jair Bolsonaro, Walderice Santos da conceição, a Wal, foi enviada ao olho da rua nesta segunda-feira. Seu afastamento tem o peso de uma confissão tácita de Bolsonaro, que assegurava a regularidade da contratação da pseudo-assessora e negava o desperdício de dinheiro público.

Bolsonaro abrigou Wal na folha da Câmara por 12 anos. No papel, ocupava a função de "secretária parlamentar". Custava R$ 1.351,46 por mês ao contribuinte. Mas dava expediente numa lojinha chamada Wal Açaí, na vila praiana de Mambucaba, a 50 km de Angra dos Reis (RJ). Segundo Bolsonaro, Wal pediu para sair.

O afastamento ocorre quatro dias depois do debate presidencial em que Guilherme Boulos, o presidenciável do PSOL, inquiriu: "...Quem é a Wal, Bolsonaro?" Pela enésima vez, o capitão negou que a personagem recebesse do erário sem dar expediente em seu gabinete.

Bolsonaro foi desmentido novamente pela reportagem da Folha, que testemunhou nesta segunda-feira a presença de Wal atrás do balcão de sua lojinha de Açaí. Ouvida, ela disse que cabe a Bolsonaro explicar a anomalia. E o candidato: "O crime dela foi dar água a cachorros."

Moradores de Mambucaba afirmam que o marido de Wal, Edenilson, trabalha como caseiro numa propriedade do presidenciável do PSL. No debate da TV Bandeirantes, Boulos dissera que ele "cuida dos cachorros do Bolsonaro."

Os apologistas de Bolsonaro costumam chamá-lo de "mito". Como se sabe, mitos são criações surgidas de narrativas fantasiosas, com traços sobrenaturais. No caso de Bolsonaro, a realidade é mais incrível do que a lenda. É como se a perfeição e a ambição tivessem encontrado num projeto político para dar à luz não um mito, mas um mitômano.
Herculano
14/08/2018 07:02
ALUNO COBRA LEWANDOWSKI EM SALA DE AULA SOBRE PENDURICALHOS DO JUDICIÁRIO

Conteúdo da Coluna Painel (Daniela Lima), no jornal Folha de S. Paulo. Choque de realidade O debate sobre privilégios do Judiciário foi parar na sala de aula de Ricardo Lewandowski, do STF. Ele foi cobrado pelas regalias pagas a juízes por um aluno que relatava as péssimas condições em que vive na Casa do Estudante, o alojamento da Faculdade de Direito da USP. O rapaz sugeriu que o ministro fizesse uma doação no valor do auxílio-moradia à reforma do prédio e disse que ele precisa entender que não só filhos de magistrados estudam ali, mas também os "do porteiro e da empregada".

Uns com tanto
Segundo relatos, o aluno pediu a palavra a Lewandowski para anunciar a criação de um fundo para melhorias no edifício precário que abriga estudantes que não têm onde morar. Durante a fala, ele questionou o dinheiro gasto com regalias do Judiciário e voltou as baterias contra o auxílio-moradia.

Outros com pouco
O jovem disse que um mês de auxílio-moradia (R$ 4.377) seria o suficiente para custear as bolsas de dez alunos pobres da faculdade e exortou o ministro a convencer os colegas de corte que estudaram na São Francisco a doarem o valor do benefício ao fundo pró-alojamento.

Todo ouvidos
Lewandowski não interrompeu o estudante. Só ao final explicou que ministros do Supremo não recebem auxílio-moradia. Ele fez questão de detalhar a remuneração que recebe ?"o salário, que defendeu estar defasado, e eventualmente compensações por viagens.

Regra do jogo
O ministro dá aulas na USP há mais de 40 anos. Esta não é a primeira vez que é interpelado em sala. Ele costuma dizer que o debate é típico do ambiente acadêmico e deve ser estimulado.

Elas por elas
Dirigentes de associações que representam juízes vão ao ministro Luiz Fux, que relata ação que pode extinguir o auxílio-moradia, avisar que apoiam a substituição do benefício pelo reajuste dos salários mais a criação de um adicional por tempo de magistratura.
Herculano
14/08/2018 06:57
BOLSONARO E WAL, DE MAMBUCABA: LADRÃO MIXURUCA ROUBA COMO PEQUENO PIRATA; SE O PIRATA CRESCE, ROUBA COMO ALEXANDRE: OPORTUNIDADE E ESCALA, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

A Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos Reis, no Rio, e Wal, a vendedora de Açaí, mostram, agora de forma inequívoca e sem chance para contraditas, os pés de barro do mito Jair Bolsonaro (PSL), deputado que concorre à Presidência da República. Não é uma questão de valor pecuniário, mas de valor moral. E os valores morais, ou a sua deformação, estão na raiz dos grandes escândalos que há no país. Tudo, no fim das contas, é uma questão de oportunidade. Já chego lá.

Bolsonaro gosta de bater no peito e asseverar a própria honestidade. Na mitologia alimentada por seus admiradores, o Congresso seria um repositório de canalhas, e o "mito" brilharia entre as exceções. O parlamentar, que passou 28 anos na Câmara, conseguiu aprovar dois projetos de lei e uma emenda, a do voto impresso, que foi derrubada pelo Supremo. No caso dos projetos, um estendeu isenção de IPI para produtos de informática, e outro liberou para consumo a chamada "pílula do câncer", a fosfoetanolamina. Nos estertores do seu governo, Dilma não teve coragem de vetar a lei, embora a Anvisa, a Associação Médica Brasileira e a Academia Brasileira de Ciência tenham sido unânimes em recomendar a rejeição ao texto. A razão é simples: não há nenhuma evidência científica de que tal substância combata o câncer. Mas sabem como é... Bolsonaro não é do tipo que se dobra à ciência. Adiante.

O desempenho é modesto, mas ele se mostrou hábil para enricar. Junto com três filhos, também políticos, acumulou um invulgar patrimônio: R$ 13 milhões, segundo levantamento feito pela Folha junto a cartórios. Dado o salário líquido do quarteto, estamos diante de verdadeiros magos da economia. E é neste ponto que Walderice Santos da Conceição, 50, moradora de Manducaba, entra na história. Ela pode ajudar a elucidar o segredo da multiplicação do patrimônio.

Eu, você e o Zé Bedeu, se temos uma casa de campo ou de praia, pagamos com nosso dinheiro as despesas de manutenção do imóvel. Bolsonaro também. Quero dizer: ele também paga com o nosso dinheiro. O preclaro tem uma casa na tal vila de Angra dos Reis. Walderice e seu marido, Edenilson, cuidam do imóvel. E quem arca com a despesa - ou arcava até ontem, vamos ver - é a Câmara dos Deputados. Wal mora em Mambucaba, onde tem um pequeno estabelecimento que vende açaí. Ocorre que ela figura desde 2003 como funcionária do gabinete do deputado, recebendo um salário de R$ 1.416,33.

Em janeiro, a Folha revelou a existência de Wal e a classificou de funcionária-fantasma. Informou que ela e o marido prestavam serviços na propriedade local de Bolsonaro. Ele se zangou, negou a irregularidade e afirmou que ela estava de férias. No debate havido na Band, foi indagado sobre o caso pelo candidato Guilherme Boulos (PSOL) e se saiu com a mesma desculpa. Nesta segunda, a reportagem voltou ao local e lá estava Wal, vendendo açaí, como sempre. Ela ligou mais tarde para a reportagem afirmando que iria pedir demissão, anúncio que o deputado fez posteriormente na Câmara.

"Ah, dados os escândalos bilionários no país, vão pegar no pé de Bolsonaro por meros R$ 1.416,33 mensais?" A pergunta é burra. Fato: Bolsonaro nunca foi um parlamentar influente nem no baixo clero. Pode-se dizer com alguma segurança que ficou distante dos, digamos, "esquemas de Brasília" porque também os "esquemas de Brasília" quiseram guardar distância dele. O "Caso Wal", no entanto, é emblemático. Se, milionário que já é, usa recursos públicos para pagar despesas pessoais, o que poderia fazer quando estivesse lidando com a montanha de dinheiro da República? Imaginem o "presidente Bolsonaro" transformando o Brasil numa Vila Histórica de Mambucaba de dimensões continentais.

Apelando a uma imagem e aludindo a Padre Vieira, afirmo: ladrões mixurucas roubam como pequenos piratas, e grandes piratas, como Alexandre Magno.

Já sabemos como Bolsonaro trata a grana oficial que passa por seu gabinete. Como trataria a que passa pela República Federativa do Brasil? Temos todo o direito de inferir que a moralidade seria a mesma. Só a escala mudaria brutalmente, não
Herculano
14/08/2018 06:49
NOVA CHEFE DO TSE, ROSA TEM VISÃO RIGOROSA DA LEI DA FICHA LIMPA

Ministra já disse que condenação por colegiado é suficiente para barrar candidato

Rosa Weber tem uma visão rigorosa da Lei da Ficha Limpa. A ministra, que vai comandar o TSE no rumoroso processo de registro da candidatura de Lula, já deu pistas de que leva a sério as regras que tornam inelegíveis políticos condenados.

"A Lei da Ficha Limpa foi gestada no ventre moralizante da sociedade brasileira, que está a exigir dos poderes instituídos [...] um 'basta'", afirmou Rosa em 2012, durante seu primeiro julgamento de grande repercussão no Supremo.

Indicada meses antes por Dilma Rousseff para o tribunal, a ministra votou integralmente a favor da lei. Mais de uma vez, ela disse que a condenação por um colegiado de juízes é suficiente para barrar uma candidatura e que não há violação de direitos - mesmo que não estejam esgotados todos os recursos.

"O princípio da presunção de inocência, apesar de cardeal no processo penal, não pode ser compreendido como um véu que cobre a realidade e imobiliza a ação humana", declarou a ministra.

A interpretação de Rosa se choca com os argumentos de Lula, que deve requerer nesta quarta (15) o registro de sua candidatura. Os advogados do ex-presidente afirmam que ele deve preservar seus direitos políticos porque a ação em que foi condenado não chegou à última instância.

Para a ministra, não há afronta em casos como esse, porque os recursos cabíveis após condenações em segundo grau "não comportam, como regra, efeito suspensivo".

Rosa é considerada uma intérprete rígida da legislação. No TSE, há casos em que foi derrotada por colegas que decidiram empregar a Ficha Limpa de forma mais flexível.

O rigor também se aplica a atalhos processuais. A próxima presidente da Justiça Eleitoral emitiu sinais contrários à tentativa de acelerar a decisão que pode culminar na inelegibilidade de Lula - ao contrário de seu antecessor, Luiz Fux.

Quando o MBL pediu o veto à candidatura do ex-presidente antes mesmo de seu registro, Rosa negou. "O direito tem seu tempo", sentenciou.
Herculano
14/08/2018 06:47
Ao que se identificou como Alexandre Campos

Concordo com a opinião do Executivo, dos velhos políticos e que você a repassa aos meus leitores e leitoras: o povo tende a esquecer as "medidas" impopulares, mas ressalvo, se elas com o tempo trazem benefícios a quem resistiu, ou a quem não as compreendeu, ou a quem, no fundo, não foi atingido por essa ações ou medidas nas suas aplicações.

É histórico.

Entretanto, devemos considerar outros fatores.

No caso que abordei ou esclareci, não se trata de uma exatamente de ação impopular, mas de uma explícita incoerência, desatino e que favorecem apadrinhados do poder de plantão e não exatamente à população de um modo geral; segundo, ela está fundada na dissimulações e até mentiras; terceiro, não fará efeito como você lembra, se no momento de buscar votos agora e outubro de 2020, esses fatos não forem devidamente relembrados, ainda mais com as redes sociais fora de controle e em plena atividade e com grande poder de influenciar e relembrar as esquecidas pessoas. Então...
Alexandre Campos
13/08/2018 14:40
Sr. Herculano

A atual administração, diz afirma que todas essas medidas impopulares deverão ser tomadas até final deste ano. Isto por que o eleitor as esquece em no máximo 6 meses, e assim tudo está muito tranquilo.
Herculano
13/08/2018 12:42
EPISóDIO NA TURQUIA É UM SINAL DE ALERTA PARA O BRASIL FAZER REFORMAS, DIZ ZEINA LATIF

"Se o País tivesse uma situação econômica melhor, a contaminação seria menor", diz economista-chefe da XP Investimentos

Conteúdo do InfoMoney. A fragilidade do Brasil, que não resolveu o problema do déficit fiscal e vive situação instável por causa de indefinição eleitoral, possibilitou maior contágio da crise cambial da Turquia. Para Zeina Latif, economista-chefe da XP Investimentos, "se o País tivesse uma situação econômica melhor, a contaminação seria menor". A seguir, trechos da entrevista.

InfoMoney - Como a senhora viu o impacto da crise turca no Brasil?

O impacto no Brasil é natural, mesmo que a situação de cada país seja diferente, pois estamos na mesma categoria de investimentos dos demais emergentes. Mas é claro que se o País tivesse em situação econômica melhor a contaminação seria menor. Por exemplo, se a reforma da Previdência tivesse sido aprovada, provavelmente não iríamos sofrer tanto pois o mercado saberia que a questão fiscal já estava encaminhada.

InfoMoney - Mas o que ocorreu também não é reflexo do cenário internacional mais fragilizado?

Não acho que o cenário internacional seja ruim, acho que é bom. Só que está muito mais ruidoso em função das ações do presidente americano, Donald Trump, de alguma desaceleração da economia chinesa e de outras questões em diferentes países. Mesmo assim, não é um cenário ruim. O mundo está crescendo e o comércio mundial está devagar mas seguindo em frente. De qualquer forma, esse episódio é um grande alerta para a necessidade de o Brasil acertar a vida aqui dentro pois, do contrário, vai continuar muito vulnerável.

InfoMoney - Como reduzir a vulnerabilidade?

Nossas reformas são urgentes. E a prioridade é a da Previdência, que tem de sair rápido. O primeiro ano do novo governo é a hora de aprovar. Perder esse timing - por não ter experiência ou capacidade política - vai nos custar muito caro.

InfoMoney - O cenário político indefinido ajudou nessa contaminação?

Claro. Imagina se não tivéssemos eleição e tivéssemos pela frente a expectativa de o presidente Michel Temer aprovar uma reforma. O mercado daria um benefício de dúvida ao País e o impacto desse cenário atual teria sido diferente. A eleição se torna relevante porque sabemos que essa precisa ser a agenda política do próximo presidente. Ainda que nenhum candidato competitivo negue a necessidade da reforma, não temos clareza se as propostas que vão vir de reforma são adequadas, viáveis, corretas tecnicamente. E, mais importante, não sabemos se o próximo presidente terá habilidade política para promover a reforma, porque não basta colocar um ministro da Fazenda bacana - o Joaquim Levy caiu. Ou sabe negociar com o Congresso, ou sabe dialogar com os poderes ou não vai ter uma boa reforma. Pode até ter, mas uma reforma fraca, tímida.

InfoMoney - O que deve ocorre até a eleição?

Esse tipo de coisa é o imponderável. Não acho que o cenário internacional seja ruim, mas é um cenário morno, o que significa mais vulnerável. E no Brasil não sabemos ainda nem quem vai para o segundo turno para podermos avaliar.
Herculano
13/08/2018 12:36
GESTÃO DE TOFFOLI VAI PRIORIZAR A VÍTIMA, NÃO O PRESO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ao contrário da ministra Cármen Lúcia, cuja presidência no Supremo Tribunal Federal (STF) tem sido marcada pela preocupação com a situação carcerária, o futuro presidente, ministro Dias Toffoli, que assumirá em 13 de setembro, ao contrário, vai priorizar iniciativas de proteção e assistência às vítimas da criminalidade. Ele tem confessado em conversas reservadas preocupação com os "humanos direitos"suprimidos violentamente das vítimas e de suas famílias por bandidos.

OLHAR PARA VÍTIMAS
Dias Toffoli não critica e até aprova as ações da colega Cármen Lúcia em defesa dos presos, mas acha que é hora de olhar para as vítimas.

DECISÃO CHOCANTE
Foi de Cármen Lúcia a decisão polêmica de obrigar fornecedores do governo a reservar a presidiários 5% de suas vagas de emprego.

DEU NO QUE DEU
Entidades empresariais afirmam que funcionários experientes e qualificados têm sido substituídos por presidiários sem qualificação.

MAROLAS Só EM 2019
Toffoli pretende fazer diferente, mas até a eleição evitará temas que resultem em aproveitamento político. Polêmicas ficarão para 2019.

TRABALHO DE VERDADE, NO CONGRESSO, Só EM 2019
Desde a semana passada, no dia de "esforço concentrado" na Câmara e no Senado, cancelaram metade das reuniões de comissões devido a ausência de parlamentares. A maioria está preocupada com a reeleição e registrou presença, para não ter salário cortado, mas "vazou". Nesta semana há sessões deliberativas previstas apenas até a manhã de terça, e votação de temas escolhidos a dedo, sem importância maior.

ELEIÇÃO ESTÁ AÍ
A campanha começa nas ruas dia 16, e no dia 31 iniciam na TV e no rádio. O Congresso só deve voltar a trabalhar após o primeiro turno.

ESFORÇO DO PONTO
Das 41 sessões previstas para o "esforço concentrado" na Câmara, 21foram canceladas porque deputados bateram o ponto e escafederam.

MAIS DO MESMO
O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), garantiu que fará um novo "esforço concentrado" na última semana de agosto.

RESPEITO É BOM
O mais velho dos candidatos, Henrique Meirelles (MDB), 72, levou uma excitação quase jovial ao debate. Mas, inexperiente, irritou os eleitores fazendo caras e bocas para ridicularizar as bobagens ditas pelos rivais.

MANDOU BEM
A EBC, estatal de comunicação presidida pelo embaixador Alexandre Parola, negociou e reduziu em 13% o valor do aluguel de sua sede em Brasília. Economia de R$ 142 mil mensais e de R$ 1,70 milhão ao ano.

BOLSONARO NA PINDAÍBA
Análise sobre a eleição do banco francês BNP Paribas aponta que os R$9,2 milhões reservados pelo Fundão Eleitoral é uma das maiores dificuldades de Jair Bolsonaro. O limite legal é de R$75 milhões.

NADANDO EM DINHEIRO FÁCIL
O MDB nada em dinheiro na campanha de 2018. O partido receberá R$234 milhões, sem precisar se preocupar com Henrique Meirelles,que vai bancar sua própria campanha presidencial.
8
TAPETÃO
Em mais um projeto da série "não serve pra nada, mas dá voto", tramita na Câmara aprovou a criação do Dia do Tapeceiro, a ser comemorado no aniversário do sindicato da classe. Sim, tem esse sindicato também.

LUIZ XIV REENCARNADO
Aliados de Jofran Frejat, que desistiu disputa pelo governo de Brasília,acusam o ex-governador José Roberto Arruda de gerar uma crise a cada dia no que restou do grupo, hoje fracionado em cinco partes. "É o próprio Luiz XIV: depois dele, o dilúvio", desabafou um deputado.

CUMPRINDO A COTA
A consultoria Arko Advice verificou que Álvaro Dias (Pode), Cabo Daciolo (Patriotas), Boulos (PSOL) e Bolsonaro (PSL) fizeram o mesmo número de propostas no debate da Band: quatro, cada.

O FIM DO MUNDO
O leitor do Diário do Poder, Nelson Spadini acha o fim do mundo as empresas aéreas cobrarem para marcar assentos. E faz a pergunta que não quer calar: "por acaso o passageiro leva o assento de casa?"

PENSANDO BEM...
...o debate na Band, onde Lula mal foi citado, mostrou que situação de presidiário está longe de ser assunto prioritário para os candidatos.
Herculano
13/08/2018 12:29
HÁ RAZõES DE SOBRA PARA CONGRESSO VETAR AUMENTO SALARIAL DO STF, por Leandro Clon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Não há dinheiro nem ambiente político em período eleitoral para aprovar reajuste

Soa ingenuidade torcer pelo bom senso de congressistas que, na véspera do recesso de julho, aprovaram uma pauta-bomba para as contas públicas. Mas não surpreenderá um veto deles à proposta fora de hora dos ministros do STF para aumentar os próprios salários.

Os parlamentares têm razões de sobra para ignorar o lobby dos magistrados. As duas mais óbvias são a falta de dinheiro para conceder o reajuste de 16,4% no contracheque em todo o país e a inexistência de um ambiente político favorável para levar adiante uma pauta extremamente impopular em período eleitoral.

Reportagem de Bernardo Caram, publicada na Folha neste domingo (12), mostra que o Judiciário é o único dos três Poderes que não tem respeitado a regra de limite de gasto para o crescimento com despesas.

De acordo com dados do Tesouro Nacional, os desembolsos do Judiciário já foram ampliados em 8,8% no primeiro semestre passado, uma variação que supera os 7,2% aceitáveis para o teto de gastos de 2018.

E tem mais: cálculos de consultorias do Congresso apontam que a subida salarial pretendida terá um impacto de R$ 4 bilhões nas contas.

Não dá para levar a sério o argumento do ministro Ricardo Lewandowski, militante pró-aumento, de que juízes ajudam com a recuperação de verba pública desviada, como o valor de R$ 1 bilhão da Petrobras.

Derrotada entre os ministros na votação que aprovou na quarta (8) a proposta de reajuste, a presidente Cármen Lúcia afirmou, em seminário no dia seguinte, que "não gostaria de ficar ao lado dos vencedores".

A ministra que diz ser contra os penduricalhos da categoria deixou para o apagar das luzes de sua gestão o julgamento da aberração que virou o auxílio-moradia de juízes.

Os ministros do STF querem elevar os seus salários de R$ 33,8 mil para R$ 39,3 mil. Deveriam, no mínimo, abrir mão das regalias dos 88 dias de folgas do ano (além dos fins de semana), da cota de passagens aéreas de R$ 52 mil anuais e do carro oficial com motorista particular.
Herculano
13/08/2018 12:25
DACIOLO REZA PELA CARTILHA DO VICE DE BOLSONARO, por Josias de Souza

Em matéria de princípios democráticos, Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, o Cabo Daciolo, presidenciável do partido Patriota, é um fiel discípulo do general Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro. Em setembro do ano passado, Daciolo ecoou nas redes sociais e na tribuna da Câmara a pregação de Mourão em favor de uma "intervenção militar" caso o Judiciário brasileiro não resolva o problema da corrupção.

"Não estou falando de ditadura militar", declarou Daciolo. "A pior ditadura que nós podemos enfrentar é a que nós estamos enfrentando hoje, que é a da falsa democracia." No vídeo em que tornou pública sua conversão à doutrina de Mourão, Daciolo declarou: "Eu quero deixar aqui o meu apoio ao senhor, general. Conta conosco, nós estamos juntos, para honra e glória do Senhor Jesus. Não estamos pedindo uma ditadura militar. Estamos falando de um governo provisório. Tira os corruptos, os bandidos, que estão colocando sobre o povo uma carga muito pesada."

Na sequência, o cabo do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro valeu-se de prerrogativa de deputado federal para pregar, do alto da tribuna da Câmara, o fechamento do Congresso. Evangélico, Daciolo discursou como se falasse desde um púlpito de igreja. Misturou a defesa de uma "intervenção das Forças Armadas" a uma pregação contra homossexuais, alcoólatras e adúlteros. Não vão para o céu, sentenciou. Também não entrarão no Reino do Senhor os ladrões e os corruptos, acrescentou.

Winston Churchill ensinou que a democracia é o pior regime possível com exceção de todos os outros. No Brasil, políticos como Daciolo sonham com as alternativas piores. Um deputado federal que discursa na Câmara a favor do fechamento do Legislativo é como um peixe que reza pelo envio de uma estiagem capaz de secar todos os rios.

Por ironia, uma lei aprovada pelo Legislativo que Daciolo gostaria de fechar assegurou-lhe a participação nos debates presidenciais de 2018. As emissoras de TV são obrigadas a incluir no rol de debatedores os candidatos cujos partidos tenham no mínimo cinco representantes na Câmara. É o caso do Patriota, partido de Daciolo.

O presidenciável João Amoêdo não teve a mesma sorte. Tomado por suas entrevistas, dispõem de ideias para expor ao eleitorado. Falta-lhe, porém, a bancada com cinco deputados. Estalando de novo, o seu "Partido Novo" é uma legenda virginal. Participa de sua primeira eleição. E Amoêdo, excluído dos debates, recebe um tratamento de sub-Daciolo.

"A democracia é uma delícia... Mas ela tem certos custos", disse Ciro Gomes, o candidato do PDT, ao ser submetido a uma pergunta sem pé nem cabeça que Daciolo lhe endereçou no debate da Bandeirantes, na noite da última quinta-feira. Por sorte, a via democrática é de mão dupla. Um candidato como o Cabo Daciolo tem todo o direito de ser ouvido. Mas isso não inclui o direito de ser levado a sério. O eleitor tem o poder de desligá-lo da tomada. Para honra e glória do Senhor Jesus.
Herculano
13/08/2018 12:22
FALA DE GENERAL SOBRE RAÇAS REFLETE ATRASO DE FORMAÇÃO, por Vinicius Mota, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

Pesquisas mostram relação entre opções do passado e desempenho atual das nações

Ninguém que esteve na escola pública durante a ditadura se espantou com a fala do general Hamilton Mourão, candidato a vice de Jair Bolsonaro, sobre a herança sociorracial do brasileiro.

Essa era uma das marcas do atraso intelectual na formação dos oficiais brasileiros, que até 1985 se disseminava para fatias mais extensas da população pelo fato de eles terem comandado o poder de Estado.

O racialismo é a ideia de que contrastes sutis na biologia dos povos determinam diferenças fundamentais no seu comportamento social. Teve seu apogeu entre o final do século 19 e a década de 1930, ajudou a produzir barbaridades como o extermínio em massa de judeus sob o nazismo e declinou desde então.

Se o substrato genético não é capaz de explicar as diferenças brutais no desenvolvimento civilizacional das comunidades humanas, o que as determinaria? A geografia? Traços culturais, como a religião? Ou organizacionais, como as instituições?

Há muita pesquisa de bom nível tentando responder a essa indagação com técnica. Parece haver correlação positiva entre diversidade étnica e corrupção, embora não se possa dizer que uma cause a outra.

Outra interessante associação detectada dá-se entre a prevalência de alta mortalidade em parte das colônias europeias no passado, de um lado, e a persistência de regimes oligárquicos e pouco dinâmicos nessas regiões até hoje, do outro.

Nos Andes, a região delimitada pela coroa espanhola no século 16 para a exploração semiescrava do trabalho indígena na mineração, em torno de Potosí (atual Bolívia), até hoje apresenta nível de desenvolvimento humano e econômico inferior ao de sua vizinhança imediata.

No Brasil, pesquisadores usam o marco arbitrário da fronteira entre os impérios espanhol e português, fixada no Tratado de Tordesilhas, para relacionar alta exploração do trabalho escravo no passado a desigualdade elevada de renda hoje.
Herculano
13/08/2018 12:19
FLÁVIO ROCHA CICERONEIA BOLSONARO ENTRE OS RICOS. TOMARA QUE A POPULAÇÃO SEJA MAIS RESPONSÁVEL DO QUE AS ELITES REACIONÁRIAS E ESQUERDISTAS, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Flávio Rocha, ex-presidente da Riachuelo e cuja família controla o grupo Guararapes, desistiu da candidatura à Presidência pelo PRB e se tornou cabo-eleitoral de Jair Bolsonaro (PSL). Tenta, assim, ser uma cunha no meio empresarial para facilitar o trânsito do candidato no PIB brasileiro. Conhecido por propagandear ideias ditas liberais, dá, assim, uma mostra e uma amostra muito eloquentes do que entende por liberalismo. A única credencial de Bolsonaro que se assemelha a essa corrente de pensamento econômico é Paulo Guedes, que comandaria a economia numa eventual gestão bolsonarista. A história e os votos do candidato vão em sentido contrário: em momentos cruciais para a economia, seus parceiros de jornada, ainda que não de forma coordenada, foram as esquerdas. Se estas continuassem machistas, misóginas e homofóbicas, como já foram um dia, Bolsonaro poderia integrar uma das correntes do PT ou do PSOL, onde cabo Daciolo, diga-se, despontou para a política.

De resto, Paulo Guedes, como eventual ministro de Bolsonaro, seria demissível "ad nutum", por vontade exclusiva do chefe. Eleitores não votam em ministros de Estado quando vão às urnas.

Não chega a ser surpreendente a adesão de Rocha. Ele estreou na vida pública em 1986, elegendo-se deputado federal pelo PFL. Migrou para ao PL e dali saltou para o PRN de Fernando Collor, reelegendo-se deputado em 1990, e foi um dos escudeiros do exótico presidente. Convenham: as coisas fazem sentido. Collor chegou ao governo tendo de criar uma maioria no Congresso e sem saber direito para que lado atirar. Deu no que deu. Rocha quer bis.

A Folha informa que Rocha era um dos esteios de Bolsonaro num café da manhã, na sexta, com 62 empresários. Seu nome foi citado pelo candidato como um eventual futuro ministro da Indústria e Comércio. Segundo a reportagem, Rocha foi incentivado a comparecer ao evento pelo dono da construtora Tecnisa, Meyer Nigri, um bolsonarista de primeira hora.

Sebastião Bomfim, dono da rede de lojas de artigos esportivos Centauro, informa o jornal, era outro dos presentes com coragem de mostrar a cara: "Eu estava em dúvida entre Álvaro Dias [Podemos] e o Bolsonaro. Agora tenho certeza que sou Bolsonaro". Segundo a publicação, "na plateia, havia presidente de empresa aérea, dono de uma das maiores tecelagens do país, controlador de rede de serviços estéticos, atacadistas, varejistas?" Mas a maioria não quer mostrar a cara. Vai ver essa gente ainda guarda aquele pudor que tinham os coronéis de Gabriela de deixar as moças do Bataclan frequentar a missa.

Bomfim coordenava a pré-campanha de Rocha e foi um dos esteios de João Doria na corrida pela Prefeitura de São Paulo. Talvez isso explique o surgimento de um burburinho em favor da chapa "Bolsodoria" em São Paulo: vale dizer, eleitores que votariam no tucano para governador e no militar reformado para a Presidência.

Eis aí: essa é parte da elite brasileira. E sou capaz de jurar que são pessoas que consideram que o Brasil é atrasado por culpa dos outros... Não sei quantos dos presentes poderiam repetir os juízos antropológicos de Hamilton Mourão, candidato a vice de Bolsonaro, segundo quem os problemas do Brasil derivam do cartorialismo português, da indolência do índio e da malandragem do negro. O que sei é que eles apostam na chapa Bolsonaro-Mourão para pôr ordem na casa. Estou certo de que portugueses, índios e negros não podem ser responsabilizados por aquele café da manhã.

Bomfim explica: "O que mais impressionou foi quando perguntamos como poderíamos ajudar com a campanha. Ele disse: 'Não quero doação; se vocês puderem gastar sola de sapato para divulgar meu nome, ótimo."

Ah, tá.

Bráulio Bacchi, da fabricante de móveis Artefacto, também deu relevo ao dinheiro:

"É meu candidato. Em quase 40 anos em financeiro de empresas nunca vi um candidato não pedir dinheiro."
Uma outra coisa ainda o encantou. Bolsonaro teria assegurado que "os melhores estarão nos melhores lugares". E Bacchi emenda:

"Está na hora de o Brasil ter empresários cuidando das coisas".

Certo! Bolsonaro não pediu dinheiro. Mas ele terá ou não o dinheiro de que precisa? Ademais, será preciso ver se "os melhores" vão querer aderir a seu governo, não é mesmo? A julgar pela tropa que mobiliza, inclusive de candidatos à Câmara, a gente tem uma ideia da excelência almejada. Ainda que toda a Academia de Atenas, liderada por Platão, se deslocasse para a Esplanada dos Ministérios, ela faria, por si, a maioria necessária no Congresso para aprovar reformas?

Segundo a Folha, Bolsonaro teria confirmado aos presentes a que circula como piada: Mourão teria sido escolhido como vice porque isso desestimularia eventuais pedidos de impeachment. A coisa é de tal sorte surreal que custo a crer que tenha sido dita com seriedade. Na hipótese de que assim tenha sido, não custa lembrar que, numa crise política aguda, à beira do abismo, ou já nele, pode-se cassar a chapa, não apenas o titular.

Essa gente desafia a frase de Talleyrand sobre os Bourbons: "Não aprendem nada nem esquecem nada". Esses de que falo, com efeito, não aprendem nada. E, pelo visto, já não se lembram mais do resultado explosivo da soma da inexperiência com a falta de apoio político no Congresso. Flávio Rocha, com esforço mnemônico, conseguiria reconstituir a história. Deve se lembrar dos varões de Plutarco que compunham o PRN.

A esquerda brasileira é, sim, atrasada. Aqui como em toda parte. Mas o atraso da direita - que, ademais, usurpa o qualificativo "liberal" para edulcorar seus transes reacionários - é imbatível. Tomara que, no fim das contas, a maioria do povo acabe tendo o bom senso que esses setores da elite não têm.
Herculano
13/08/2018 12:14
FLOQUINHOS DE NEVE NO METRô, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Não esperem nada da linha verde, a salvação virá da azul e da vermelha

Outro dia eu conversava com um amigo meu, médico homeopata, e ele, num arroubo sociológico, afirmou: "Não esperemos nada do pessoal da linha verde, a salvação virá das linhas azul e vermelha!"

Para quem não conhece o metrô de São Paulo, as linhas estão divididas por cores, como é comum se fazer pelo mundo afora. Quando meu amigo fez esse comentário, me chamou a atenção o caráter absolutamente científico da sua empreitada: havia algo de um espírito sociológico selvagem na sua fala.

Eu sei que a linha amarela ficou de fora dessa sociologia. Vou ser fiel à minha fonte e nada direi acerca da linha amarela, mas suspeito que pelo menos parte dela cairia na classificação da linha verde.

Devo esclarecer o contexto da conversa em que surgiu essa observação fundamental acerca de nosso futuro. Falávamos de um certo sentimento de falta de esperança, não só para com o Brasil, mas para com nosso mundo ocidental ?"tema já banal. O resumo era o termo "snowflake". Você conhece?

O termo é muito comum na Inglaterra. A tradução é floquinho de neve. A expressão é usada para designar pessoas que se ofendem facilmente. Como caráter epidêmico, é usado para descrever gente que, a partir de 2010, virou adulto jovem. Qual a relação entre a linha verde do metrô e a personalidade "snowflake"?

A linha verde corre, em grande parte, pela zona oeste e avenida Paulista ?"que, por sua vez, corre da zona oeste em direção à zona sul (e vice-versa, claro, não quero ofender ninguém!). Atende, portanto, em grande parte, a uma população floquinho de neve.

Sei que há nessa afirmação muito de uma generalização selvagem. Mas o que seria da sociologia sem uma razoável dose de generalizações selvagens? Nem o velho Marx ficaria de pé.

A linha verde do metrô (pelas regiões que percorre) serve como metáfora de gente que perdeu um pouco a noção de como a vida é, devido às garantias materiais com as quais vive. Tipo: você nasceu com suíte para você desde bebê, logo, você acha que suítes deveriam ser um direito de todo cidadão.

A linha verde aqui, e sua "zona oeste paulistana", representaria, em grande parte, o pessoal que acha possível salvar o mundo com alimento orgânico produzido na sua varanda. Ou gente que sofre de "síndrome traumática Trump" (nova síndrome descrita entre pessoas que nunca lavaram um tanque de roupa suja ou um banheiro na vida). Essa síndrome, de fato descrita nos EUA, é apenas um exemplo da condição floquinho de neve.

Gente assim se ofende se você a convida para jantar e oferece frango. "Seu frango me ofende", diria um floquinho de neve.

Já as linhas azul e vermelha representam, nessa generalização sociológica selvagem, a moçada que cresceu com um banheiro para dez pessoas em casa.

Suspeito que uma situação como essa educa mais do que dez anos de aulas de felicidade, autoestima e empatia nas escolas. Uma fila no banheiro, de manhã, em casa, é mais poderosa, no sentido civilizador, do que escolas que ensinam respeito às diferenças. À medida que o mundo vai ficando confortável, vamos perdendo a forma.

Pelas regiões geográficas que essas linhas percorrem (zonas norte, leste e sul profunda), elas seriam a metáfora de gente que não perdeu (ainda) a noção da realidade. Sabe o quanto as coisas custam, e que, normalmente, você sangra até morrer sem conseguir a maior parte delas. Acho que o "horror ao sangue" que marca a moçada na linha verde representa a perda dessa noção.

Uma das razões que me leva a suspeitar da chamada "esquerda" é que, em vez de enxergar os danos inexoráveis que a riqueza instalada está causando às pessoas, ela (à semelhança de seu profeta maior) acha que a solução é universalizar essa riqueza instalada, declarando que suítes devem ser um direito de todo cidadão. E mais: que as suítes devem cair do céu.

Portanto, voltando ao meu sábio amigo, não esperemos nada da linha verde. Quem salvará o mundo é o pessoal das linhas azul e vermelha porque, sangrando todo dia, eles ainda mantêm uma mínima lucidez em meio a esse parque temático que o mundo virou.

Eis um dos maiores paradoxos da condição humana: devemos fugir do sofrimento, mas, quando conseguimos, viramos floquinhos de neve.

Eis um dos maiores erros dos utilitaristas ao determinarem que gerar felicidade em larga escala seria nossa "salvação". Pelo contrário, a lucidez parece continuar habitando o território da dor. Esse fato essencial nenhum autor de autoajuda ousa enfrentar.
Miguel José Teixeira
13/08/2018 11:25
Senhores,

"Vem pra Caixa você também! Vem. . ."

A Caixa Econômica Federal abriu na última sexta-feira (10), processo para selecionar novos vice-presidentes nas áreas de corporativo, fundos de governo e loterias, governo e habitação.

A remuneração anual para cada cargo supera os R$ 650 mil (total de 13 salários), que, acrescida de remuneração anual variável de até R$ 286,4 mil e somada a R$ 109 mil em benefícios, totaliza mais de R$ 1 milhão por ano, de acordo com informe do banco público....

Veja mais em https://economia.uol.com.br/noticias/estadao-conteudo/2018/08/12/caixa-vai-selecionar-vice-presidentes-ganho-anual-e-superior-a-r-1-milhao.htm?cmpid=copiaecola

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