21/05/2018
ASSESSORES, MDB E KLEBER FIZERAM ESCOLHA SUICIDA.TUDO PARA PROTEGER O ERRO, DEIXAR O PREFEITO MAIS EXPOSTO E SE VINGAR DA DENÚNCIA DA OPOSIÇÃO E DA MANCHETE DESTA COLUNA. INACREDITÁVEL!
No dia 21 de abril, há um mês, portanto, antecipei a tradicional coluna de segunda-feira para o sábado à noite e estampei a seguinte manchete: “mais um secretário de Kleber cai e sai do governo. Desta vez é Alexandre Gevaerd, do Planejamento Territorial”.
E por que fiz este título? Porque “descoberto” o emprego duplo – professor concursado na Furb e inclusive com a cumulação em período probatório enquanto comissionado em Gaspar – do engenheiro secretário, naquele sábado, por pressuposta responsabilidade administrativa e consenso – inclusive com a concordância do secretário – era de que na segunda-feira, na reunião do colegiado, tudo teria um ponto final. Seria à sua despedida.
Pelo menos quatro fontes ligadas à cúpula do governo Kleber –que perde tempo de trabalho pago pelo povo e tenta descobrir quem são as fontes da coluna -, inclusive parte com assento nas reuniões das segundas, confirmou-me tal disposição do governo Kleber. Todos discutiam entre eles o assunto desde àquela terça-feira à tarde, dia da denúncia formal na Câmara com o caso levado ao Ministério Público que cuida da Moralidade. Havia até festinha “surpresa” de despedida programada para Gevaerd na secretaria.
Como a informação da decisão da cúpula do governo Kleber vazou aqui, a reunião de segunda foi tensa. Desconfianças. Cobranças. Criou-se então uma falsa “defesa da honra” do governo. Patético. Decidiu-se então bater o pé: contra a realidade e a favor do que se configura até agora como um crime de improbidade administrativa, colando-o no prefeito, mesmo que ele tenha sido induzido – ao que parece agora, não mais - pelos seus próprios assessores.
Esse suposto crime terá consequências. Ele poderá complicar definitivamente à tentativa de reeleição de Kleber – a não ser que o atual prefeito já tenha desistido dela e o secretário de Saúde, o advogado Carlos Roberto Pereira, assumido a candidatura a prefeito pelo MDB em outubro de 2020 no lugar de Kleber, como vem arquitetando há muito nos bastidores.
SEM GUARDA-COSTA
Aliás foi o doutor Pereira – “contratado” exatamente para proteger o prefeito e a aliança de poder de plantão - quem articulou essa incompreensível “resistência”. Kleber contratou um guarda costa que, aparentemente, não age para guarda-lo, protege-lo, como foi contratado.
Foi o doutor Pereira, como secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, que admitiu Gevaerd com esse problema de duplo emprego não permitido pela Constituição. Ou seja, não foi diligente. Foi o doutor Pereira, como um superior “gestor” da Procuradoria Geral do município, que deu legalidade ao ato de nomeação, desprotegendo o prefeito e estabelecendo ele e o governo na vulnerabilidade.
Foi o doutor Pereira, quem determinou, na última hora, enfrentar a denúncia feita naquela terça-feira na Câmara pelo vereador de oposição, Cicero Giovane Amaro, PSD, funcionário municipal lotado no Samae. O doutor Pereira, acostumado a defender gente encrencada e inclusive com ameaça de cassação como o vereador de Blumenau, Jovino Cardoso, agora no Pros, diz que está amparado em casos assemelhados que não deram em nada na Justiça.
E foi o secretário de Saúde, o doutor Pereira – que já possui casos de enfrentamento a veículos de comunicação para favorecer à campanha de Kleber - quem orientou a então assessora de imprensa, Ana Lucia Matesco – ela durou pouco, pois não se subordinou a simplesmente fazer press releases melosos para a prefeitura -, a não dar informações aos questionamentos de esclarecimentos sobre o assunto à esta coluna, bem como de desmoralizar o artigo publicado naquele sábado.
Ou seja, o secretário Pereira, mesmo estando na Saúde, continua sendo o prefeito de fato de Gaspar e está abanando o governo, expondo-o, enfraquecendo-o, ao invés de reconhecer os erros, possíveis, mas graves, e a partir deles, procurar à correção e proteger o prefeito eleito, missão de qualquer assessor de primeiro escalão. E proteger Kleber, significa antes de mais nada, consolidar um projeto de poder e livrá-lo de questionamentos não apenas legais, mas da exposição e enfraquecimento públicos.
A não ser que a nomeação de Gevaerd nunca tenha sido um mero erro, mas sim algo bem pensado e por todos do governo Kleber, que tenha mais coisa para ser descoberta ou que não se tenha competência para escolher um substituto técnico à altura do atual governo. Ai, ai, ai.
Não custa lembrar que o MDB já teve o único prefeito que não conseguiu terminar o mandato em Gaspar e por mal assessoramento, o de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho. A lição não foi suficiente. Na outra experiência de poder do MDB, Adilson Luiz Schmitt teve que sair do partido para terminar o mandato. Ficou marcado pelo MDB e perdeu em ambos o caso a prefeitura para o PT. O doutor Pereira, ainda para lembrar, é o presidente licenciado do diretório do MDB de Gaspar, hoje comandado pelo vice, Valter Morelo.
UMA CPI COMPLICARIA AINDA MAIS A VIDA DE KLEBER
O suposto crime de improbidade administrativa nesta nomeação já está caracterizado. Foram 16 meses irregulares. A representação dele já está no Ministério Público que se arma para agir e levar o caso à Justiça. Será mais um desgaste, exatamente quando ainda não há resultados administrativos consistentes para se mostrar, diante de duas eleições que se aproximam: a deste outubro e a de 2020.
Então, a desincompatibilização de Gevaerd, na Furb, “arrumada” às pressas e só depois das denúncias na Câmara, acontecida na semana passada e um mês depois da “descoberta” do erro, feita com o único propósito para Gevaerd ficar em Gaspar, só acentua essa irregularidade e arrasta para ela, o próprio Gevaerd. Até a denúncia, de forma tênue, ainda haveria a possibilidade de se alegar um erro de comunicação ou interpretação de parte a parte.
Depois de formalizada a denúncia, da licença que Gevaerd na Furb, o enfrentamento mostra que havia um risco calculado desde o início quando se indicou Gevaerd lá na primeira semana de janeiro de 2017. Desaba qualquer defesa que não seja o uso de precedentes jurisprudenciais. Ela vai levar o governo já questionado ao permanente sangramento. Resta saber, a troco do quê? Da desmoralização de Kleber, do suposto enfraquecimento da oposição, da intimidação da imprensa vem tratando esse assunto? Se Kleber não concorda com isso, está refém de quem bateu o pé para Gevaerd ficar!
Gevaerd foi o único técnico que sobrou no governo de Kleber e do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP. Mas, isso de pouco adianta. Tudo se trava na área dele por conta da falta de eficiência política e estratégica na eleição de prioridades –e não exatamente administrativa - do próprio governo. Demorou-se oito meses para confeccionar simples novas placas de orientação do trânsito para assim, tornar a ponte do Vale a principal entrada da cidade, por exemplo. E as prometidas mudanças no trânsito para o Natal do ano passado, neste fim de maio, nada mais se fala dela. E por aí vai.
Hoje é segunda-feira. É mais um dia de reunião do colegiado. Qual a resistência política e administrativa que será cravada desta vez contra o próprio governo Kleber pela cúpula que se reúne com ele e com aval dele próprio?
UM ENFRENTAMENTO COM ALTOS RISCOS
Este enfrentamento patrocinado pelo doutor Pereira, além do risco muito sério de tornar o prefeito Kleber inelegível, pode levá-lo a outro desgaste: à uma Comissão Processante na própria Câmara. Vai desgastá-lo ainda mais e até tirá-lo do cargo. A quem interessa isso dentro do governo Kleber?
A oposição se arma e não a descarta: o PT, PDT, PSD e Silvio Cleffi, PSC, esfregam as mãos. Não estão dispostos a esperar o Ministério Público, que cuida da Moralidade Administrativa, tomar conta do caso. Julgam que esse assunto vai demorar lá e olham para si próprios, onde estão também no olho do furacão, com pelo menos quatro inquéritos e um outro a caminho. Não tem gente santa nesse bololô todo.
A oposição liderada pelo PT, PDT, PSD e Cleffi querem espetáculo para ficar em evidência na mídia e criar palanques em ano de eleições; para abafar o outro erro de cálculo praticado pelo presidente da Câmara com a tal contratação do “procurador geral” comissionado de alto salário, além dos processos administrativos internos.
A oposição quer acelerar tudo e instruir processos no Tribunal de Contas do Estado e garantir mais subsídios ao MP nessa questão do secretário Gevaerd. Depois da oposição conseguir a maioria na Câmara, exatamente no erro e teimosia do governo Kleber, a contratação do tal “procurador geral” tem exatamente à finalidade de atirar permanentemente contra os erros do governo Kleber e que não são poucos. É o jogo.
No outro lado, o secretário Pereira coloca mais água na fervura de Kleber e parte para o enfrentamento como se tivesse ainda uma maioria política sustentável na Câmara. Como no dito popular, Pereira abana Kleber, o líder do governo Francisco Hostins, o líder do MDB e mais fervoroso defensor do governo, Francisco Solano Anhaia, e até Evandro Carlos Andrietti, MDB, membro decorativo da mesa diretora da Câmara, onde tudo parte contra Kleber, e ele não tem como evitar os ataques.
Emblemático no “bloco governista” está o populista Ciro André Quintino, MDB, ex-presidente da Câmara. Ele está “olhando a maré”, apenas. Sintomático! Ele não quer ir à reeleição de vereador. Sonha mais alto dentro ou, fora do MDB. O que lhe incomoda, no entando, é um exagero que fez na última campanha e que está na Justiça Eleitoral exigindo dele defesa complicada. Como se vê, todos os políticos – do governo e PT, PDT, PSD e Cleffi - estão em plena armação. E a cidade? Perdendo, mais uma vez! Acorda, Gaspar!
Este comentário guardei e por questões óbvias para não se estabelecer na polêmica, outra vez. Entretanto, passado os dois eventos...
Gaspar cresceu, mudou, está mais jovem e plural. Contudo, às vezes, ela insiste em ser àquele núcleo urbano que se resumia no Centro, São Pedro e Coloninha, com os distantes e quase isolados Belchior e Barracão ao redor de suas igrejas católicas de décadas atrás e no século passado.
O Stammtisch foi um sucesso. Ele foi realizado no sábado que antecedeu ao Dias das Mães. E alguns comerciantes aqui do Centro se mostraram preocupados com a suposta coincidência e vejam só, uma fantasiosa concorrência.
Se a contrapartida da preocupação valesse, o jornal Cruzeiro do Vale, organizador do Stammtisch, promotor durante o ano todo dos eventos da CDL de Gaspar e que une os comerciantes pelo sucesso, também deveria estar preocupado com a coincidência dessas datas. E por esse viés, nunca se encontraria uma data no calendário, pois tudo em Gaspar é “coincidente”, afinal, a cidade foi além do Centro, São Pedro e Coloninha. Belchior já é um distrito quase ligado a Blumenau; Barracão e a Bateias quase uma nova cidade; e isso sem falar no Bela Vista, identificado e próximo fisicamente com Blumenau.
Na sexta-feira, dia 27 de abril, o proprietário e editor do jornal e portal Cruzeiro do Vale, criador do Stamm escreveu na sua coluna “Chumbo”: “alguns comerciantes de Gaspar estão preocupados com o Stammtisch Cruzeiro do Vale no dia 12 de maio. É que no sábado é véspera do Dia das Mães e eles acham que vão perder vendas. Muito pelo contrário. O Stammtisch movimenta a cidade e faz com que todos passem pelo Centro. Não é por causa do Stamm que teremos mães sem presentes. O que muitos vão fazer é antecipar a compra ou, então, passar nas lojas antes de ir para a festa”.
Então!?
Primeiro, um avanço seria os comerciantes aproveitarem o Stamm, usar a marca e o evento para alavancar seus negócios, naquela máxima de que de um limão se faz uma limonada para servir aos seus. Não tiveram essa iniciativa. Preferiram a queixa.
Segundo, o problema não estava propriamente no Stamm de Gaspar, mas na concorrência que o comércio de Brusque e Blumenau podem fazer ao comércio de Gaspar nessas datas expressivas e quase todos os dias. Isto sim, será sempre uma preocupação constante, exigindo união e fortalecimento constante dos empreendedores daqui. E para isso é preciso iniciativa, antecipação, criatividade, promoção, relacionamento diferencial, atendimento e muita comunicação.
Terceiro, duas constatações: o público que vai ao último dia de compras do Dias das Mães, em Gaspar, não é propriamente o que vai ao Stamm, e mesmo que isso não fosse verdadeiro, o Stamm se torna um evento efetivo depois do meio-dia, ou seja, é um complemento ao das compras.
OS MAIS ADAPTADOS AS NOVAS EXIGÊNCIAS TERÃO SEMPRE MAIS CHANCES
Gaspar já comporta múltiplas promoções ao mesmo tempo, para os diversos públicos, afinal ela cresceu, e até se desenvolveu além do Centro, São Pedro e Coloninha. E isso tem se registrado com frequência como as festas comunitárias simultâneas, as quais se somam aos acontecimentos culturais, particulares paralelos de amigos, famílias, casamentos etc, sem falar na concorrência natural como chuvas ou a própria crise econômica, causada pela má gestão dos políticos.
Coragem inovadora teve Gilberto quando na sua comunidade, a festa da igreja de Santa Clara, no Poço Grande, fez coincidi-la com a semana do Dia dos Pais, em agosto. Pela tese dos preocupados comerciantes de Gaspar, isso seria muito improvável, afinal o Domingo dos Dias dos Pais é para a família se reunir em casa com os seus. Pois é... na Festa de Santa Clara, os pais vão lá comemorar com a família e fica lotado. Então...
Gaspar inventa polêmica onde não há.
Quando a Havan anunciou a sua vinda para cá, lá foram os reclamões de sempre contra a iniciativa, temendo à concorrência. Pior, tiveram à aderência de políticos locais e que sempre dizem defender os pequenos ou supostos fracos, mas que os querem sempre mais fracos e pequenos, dependentes dessa suposta tutela dos políticos e governantes oportunistas.
Resultado? A Havan foi inaugurada e o comércio do Centro de Gaspar não perdeu a freguesia, nem mesmo o do Bela Vista, onde ela está mais próxima. Contudo, a vinda da Havan, vai exigir olhos atentos dos comerciantes, ah isso vai. É isso que temem? É assim que tudo evolui, melhora... com a concorrência. O melhor continua, mas precisa se coçar.
Afinal quem tem medo da concorrência? Os que não estão preparados para ela, ou os que se negam às mudanças e às novas exigências dos consumidores? Chororô antigo e manjado. O mundo mudou. Ele exige de todos à adaptação às novas exigências, como na tese darwiniana. Os mais antigos, os que foram sucesso, os resistentes e até os mais bem preparados estarão sempre sob ameaça se não forem os com mais capacidade de adaptação às mudanças que não controlam. Acorda, Gaspar!
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