Gaspar tem feirantes referência no Vale, mas não tem feira. O local no Centro foi renovado e está fechado há três anos - Jornal Cruzeiro do Vale

Gaspar tem feirantes referência no Vale, mas não tem feira. O local no Centro foi renovado e está fechado há três anos

11/04/2019

Gaspar sem feira I

Em Blumenau e até Balneário Camboriú se você vai às tradicionais feiras-livres ou até sacolões, lá você encontra feirantes – produtores ou comerciantes – de Gaspar e muito especialmente os de origem no Distrito do Belchior. São reconhecidos pelo atendimento, produtos diferenciais, encomendas especiais e possuem clientes cativos há anos. Pois é! Como no dito popular, em casa de ferreiro, o espeto é de pau. Não é que Gaspar acabou com a sua mais tradicional feira aqui do Centro? Primeiro ela se “modernizou” no prédio e até virou uma tal “Casa do Agricultor”. Depois foi fechada pela Justiça, a pedido do Ministério Público, por contrariar a lei. E não há quem se disponha a resolver o assunto tão simples. O espaço está lá, fechado, depois que o dinheiro do povo foi gasto. Um desperdício. Na semana que vem, parte das instalações até vai abrir, por excepcionalidade: será a tradicional Feira do Peixe Vivo.

Gaspar sem feira II

No dia sete de março de 2016 – portanto há três anos – o juiz que passou por aqui, Renato Mastella -, mandou fechar a feira se antes não houvesse a licitação pública para quem quisesse operar lá. E a denúncia, vejam só, foi feita na Câmara pelo então vereador e hoje vice-prefeito Luiz Carlos Spengler Filho, PP. O MP se interessou pelo caso. Batata. Havia problema na condução do assunto pela turma do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. É um espaço público, então as concessões precisam ser disputadas por concorrência. Em três anos, dos quais dois sob Kleber Edson Wan Dall, MDB, com Luiz Carlos de vice, ninguém buscou uma solução, nem mesmo Termo de Ajustamento de Conduta, ou dar outra utilidade para aquele espaço nobre e no Centro. Tudo por aqui vai para debaixo do tapete, inclusive a tradição, as necessidades e as boas ideias. Acorda, Gaspar!

Facilidade aos amigos I

Na coluna de sexta-feira passada, fiz estas duas notas no Trapiche. “Afinal, onde mora; quem inseriu no sistema; e quem autorizou Vanusa Sbruzzi ser atendida em tempo recorde no posto de Saúde Central de Gaspar, fazer mamografia e exames laboratoriais?” e a outra: “O endereço da residência da paciente é do próprio posto. Hum! Denunciada aqui, com documentos no dia 25 de fevereiro, esta situação continua sendo um “segredo” da secretaria de Saúde. Caso assemelhado no passado, foi parar no Ministério Público e levado por quem facilitou tudo agora”.

Facilidade aos amigos II

O assunto ganhou pernas para o esclarecimento dentro da prefeitura. E quem tomou a iniciativa? Um requerimento do médico, trabalhador de posto de Saúde do Bela Vista, o vereador Silvio Cleffi, PSC, tenta por luz em algo tão simples, óbvio e cheio de provas. Ele está pedindo as seguintes informações: “houve alguma irregularidade no citado atendimento? Quais as datas de seus atendimentos no posto de saúde do município, neste ano de 2019? Houve, pelo médico solicitante, alguma prioridade no pedido destes exames, ou na realização? Caso positivo, qual o critério de prioridade? Qual o endereço da paciente que consta na ficha de atendimento e, em especial no atendimento do dia 25 de fevereiro de 2019?

Facilidade aos amigos III

Volto. É preciso saber onde – antes do dia 25 de fevereiro - esta paciente era atendida na rede pública de saúde e o endereço que ela oferecia para tal; qual o comprovante de residência apresentado nos atendimentos públicos anteriores e neste em Gaspar, porque do posto de saúde, ela não poderia ter nenhum documento de que é moradora de lá como está na sua ficha, se não foi alterada no sistema posteriormente para tentar “regularizar” minimamente esta situação irregular. Como os sistemas da prefeitura já sofreram adulteração... É preciso saber a relação de afinidade ou parentesco da paciente com comissionados em Gaspar e que permitiu esse atendimento facilitado, com contornos de falsidade ideológica e improbidade. Trata-se de isonomia e proteção de quem não tem amigos no poder de plantão e por isso, ficam em filas eternas, exige-se a documentação mínima e se impede o atendimento por não atender à legislação. Qual a razão para o funcionário público da secretaria de Saúde se permitir a esse ajeitamento e a mando de quem ele fez isso? Ou ele vai ficar com a culpa para si para não perder o emprego? Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

O juiz Leonar Bendine Madalena concedeu liminar e mandou Kleber Edson Wan Dall, MDB, responder em dez dias o requerimento do vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, aprovado na Câmara por todos os vereadores dia cinco de fevereiro. O prefeito, por vingança, ou por falta de respostas, porque está complicado explicar o que estava à vista de todos, “esqueceu-se” de responder no prazo. A resposta chegou na segunda, dia 8, quando a pauta da sessão já estava fechada.

“Conforme visita ‘in loco’, verificou-se que os tubos foram entregues na rua antes do dia 26 de outubro, e a aprovação do Projeto de Lei Complementar 03/2018 (que permite ao Samae realizar drenagens pluviais) foi apenas em 13 de novembro. Desta forma, este requerimento visa esclarecer para a comunidade quais os recursos foram utilizados”, simplificou o vereador.

Outra vez, fui o único a tratar deste tipo assunto na coluna “Olhando a Maré” de segunda-feira, no portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, acessado e atualizado de Gaspar e Ilhota: “Vereador de Gaspar vai à Justiça para que o prefeito Kleber responda os seus requerimentos. Transparência? Zero!

Das tetas: o ex-vereador de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, ainda do PSD, é agora assessor do gabinete do presidente da Assembleia, Júlio Garcia, PSD. Já ex-prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinubing, DEM, está num bloco denominado, “Unidos pelo Brasil!”,. Ele reúne PP, MDB e PRB. É liderado pelo senador Esperidião Amim Helou Filho, PP. E o povo pagando tudo isso.

Sobrou penas no ninho tucano de Gaspar após a surpreendente eleição de Jorge Luiz Prucino Pereira, diretor geral de gestão de convênios do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, como presidente do PSDB de Gaspar.

Como demonstrei aqui, as eleições podem estar viciadas. “Históricos” como Amadeu Mitterstein e Renato Luiz Nicoletti querem passar essa história a limpo. Já a ex-presidente Andreia Simone Zimmermann Nagel, disse que desistiu de tudo. “Não sou eu quem vou dividir o partido. Ele fez suas escolhas e me exclui delas”.

Duplo desperdício. A propaganda fez manchete: Gaspar gasta R$50 milhões em Saúde Pública. Não é isso que as pessoas estão percebendo, tanto nas manchetes do jornal Cruzeiro do Vale, e principalmente nas redes sociais, aquelas que não estão obrigadas aos aplausos do poder de plantão. Mal aplicada a dinheirama na saúde que não produz resultados e na propaganda enganosa sem crédito. Acorda, Gaspar!

 

 

Comentários

Herculano
14/04/2019 10:25
QUANDO O PAPA AJUDA UMA DITADURA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo

Francisco tira de Manágua bispo que enfrenta Ortega

O papa Francisco chamou ao Vaticano o bispo auxiliar de Manágua, Silvio José Báez, um movimento mal explicado e que debilita a mobilização contra a ditadura do casal Daniel Ortega e Rosario Murillo.

Debilita em um momento crucial: a revolta popular completa um ano exatamente neste mês de abril (dia 18) e está de novo bloqueado o diálogo entre o governo e a Aliança Cívica, o conglomerado que representa diferentes segmentos da oposição.

Monsenhor Báez, ao lado de outros religiosos, arriscou a vida durante os protestos cívicos de 2018 para evitar a matança de pessoas ameaçadas pelas forças policiais e paramilitares do regime.

Desde o primeiro momento das manifestações, utilizou o púlpito e o Twitter para exigir a Ortega e Murillo o fim da repressão, que deixou milhares de feridos e mais de 325 assassinados, segundo organismos internacionais de direitos humanos.

Com o diálogo, Ortega trata de ganhar tempo, ao passo que a Aliança Cívica exige a libertação dos presos políticos - já foi solta uma pequena parte dos mais de 500 sequestrados pelo regime.

Quer, acima de tudo, a antecipação das eleições para que o ditador deixe o poder antes de 2021, que é a data prevista pelas regras vigentes.

É natural, nesse contexto, que o premiado escritor Sérgio Ramírez tenha tuitado que o que chama de "exílio forçado" de Báez representa "um duro golpe na luta pela democracia na Nicarágua".

Elabora um pouco mais o ativista Enrique Sáez, em artigo para o diário digital Confidencial: o golpe mexe com "as fibras mais sensíveis da imensa maioria do povo nicaraguense". A fibra sensível é o sentimento religioso, que a maioria compartilha.

A única informação sobre os motivos do papa para levar o bispo ao Vaticano foi dada diretamente a ele, nos seguintes termos: "Me interessa tê-lo comigo aqui [no Vaticano]. Neste momento, te necessito".


Silvio José Báez
?"
@silviojbaez
La charla de Mons. Silvio José Báez el día que anunció su traslado a Roma: "La fiesta de Pascua originalmente fue la fiesta de la libertad que celebra a Dios que no tolera faraones y se pone de parte de los oprimidos". http://www.elnuevodiario.com.ni/nacionales/489859-silvio-baez-papa-francisco-crisis-nicaragua/ ? vía @elnuevodiario

331
10:58 - 12 de abr de 2019
Informações e privacidade no Twitter Ads

El sermón de Silvio Báez el día que anunció su traslado a Roma
Al anunciar que monseñor Silvio Báez sería trasladado al Vaticano, cientos de feligreses lo esperaron en una capilla de Managua para escuchar su prédica

elnuevodiario.com.ni
90 pessoas estão falando sobre isso

Báez deixou claro que não foi ele quem pediu para sair. Obedeceu "amorosamente", como disse, a um pedido do papa, que teria manifestado grande interesse pela atividade do bispo auxiliar, pela vida dele e pela situação da Nicarágua.

Quando Báez diz que o papa se interessa pela vida dele, parece estar dando uma indicação do motivo de fundo de sua convocação: o religioso estaria em uma lista de pessoas a serem assassinadas, segundo denúncia recente da ex-embaixadora americana na Nicarágua, Laura Dogu.

Báez foi atacado publicamente por Ortega, que o chamou de "bravucón" (algo como bravateiro) e golpista.
Tirá-lo do país facilita a vida do ditador, mas não impede o assédio ao regime. Está tão acossado que um tuíte recente mostra uma foto de Ortega debilitado com a legenda "coma andante", em vez de comandante.

E vale a análise que fez para o jornal digital El Faro e para o El País da Espanha o criador de El Faro, Carlos Dada: "Pouco sobra da revolução [sandinista] que inspirou movimentos revolucionários de
toda a América Latina".

"Nada mais longe do homem novo do que este homem velho, aferrado a um poder corrupto e repressivo, a um sistema econômico neoliberal ajudado pela Venezuela e cúmplice de grandes empresários vorazes e corruptos, que, durante a última década, ditaram as políticas econômicas e se tornaram mais ricos em um dos países mais pobres do continente."
Herculano
14/04/2019 10:18
"É INACEITÁVEL QUE MAGISTRADO OU MEMBRO DO MP OSTENTE VIDA DE EMPRESÁRIO", DIZ EX-AGU

Doutor em Direito Administrativo pela Universidade Complutense de Madri, o ex-AGU Fábio Medina Osório escreveu um artigo exclusivo para O Antagonista.

Ele aborda o cenário de "intensa troca de críticas entre membros do Judiciário e do Ministério Público envolvendo os rumos da Operação Lava Jato", assim como os "pedidos de impeachment" contra alguns ministros do Supremo que acreditam ser inimputáveis.

Leiam a íntegra:

Discute-se, no Congresso Nacional, a perspectiva de averiguar atos de membros do Judiciário brasileiro. Ao mesmo tempo, há pedidos de impeachment contra membros da magistratura nacional perante o Senado, que lá tramitam. E, ainda, discute-se a possibilidade do aperfeiçoamento da legislação em torno ao princípio da responsabilidade de membros da magistratura e Ministério Público por atos enquadráveis na ampla categoria do abuso de autoridade.

No mesmo cenário, há intensa troca de críticas entre membros do Judiciário e do Ministério Público envolvendo os rumos da operação "lava jato", culminando em apurações sobre supostos ilícitos contra a honra de agentes públicos. Eis o contexto para uma discussão sobre a responsabilidade das instituições fiscalizadoras no Brasil.

Nenhum Poder paira acima dos órgãos de controle da República. Se existem indícios de membros do Judiciário ou do Ministério Público com práticas indevidas, seja na esfera do abuso de poder ou de autoridade, seja no âmbito do enriquecimento ilícito, ou do protagonismo indevido no campo eleitoral, tais condutas devem ser apuradas. Inviável que órgãos fiscalizadores usem de suas prerrogativas para alavancar candidaturas eleitorais ou benefícios políticos, evidentemente, assim como impossível tolerar crimes contra a honra de quem quer que seja. Eventual debate entre agentes públicos, em juízo, nas mídias sociais, ou em qualquer esfera, deve pautar-se pelos deveres de urbanidade, lealdade institucional, e respeito à honra.

E também inaceitável que agentes públicos desprezem legislação de regência e administrem pessoas jurídicas, auferindo lucros incompatíveis com o estatuto de suas profissões, tópico que pode suscitar um olhar sobre magistrados ou membros do Ministério Público que ostentam vida de empresários. Todo o universo do conflito de interesses é de ser cobrado dos membros das carreiras do Ministério Público, magistratura e advocacias públicas. Nada mais natural que a sociedade queira maior transparência de todos os Poderes da República, nos tempos atuais.

É certo, nesse contexto, que também maior responsabilidade se deve exigir dos fiscalizadores quanto às ações desencadeadas em juízo ou fora dele, no tocante às pessoas físicas ou jurídicas. E as regras de impedimento e suspeição devem valer para todos os agentes públicos, de qualquer escalão. O esvaziamento das regras atinentes a conflitos de interesses deteriora o princípio da imparcialidade e a independência que se deveria exigir dos membros da magistratura e do Ministério Público. O parâmetro comportamental dos Ministros do STF, como paradigma das demais carreiras, é consequência do sistema piramidal que construímos.

Um tema que deve suscitar maior responsabilidade dos agentes do Estado, no atual momento histórico, é o das colaborações premiadas. Vale lembrar que um investigado, quando deduz uma imputação contra alguém, formalizando-a através dos respectivos "anexos", não raro juntamente com sua confissão, deveria trazer sólidos indicativos de corroboração para respaldar suas assertivas. Esse jogo das delações, no mercado do escândalo, abre precedentes perigosos para manipulações temerárias em outros terrenos, inclusive eleitorais e empresariais, se não houver um filtro adequado em torno à idoneidade das colaborações premiadas e responsabilidade dos órgãos de controle.

Noutras palavras, é imperioso averiguar se existe, de fato, um descontrole sobre as investigações nas instituições fiscalizadoras no Brasil, ou se há critérios racionais, lógicos, legais, e de unidade institucional, que norteiam as colaborações premiadas e os atos investigatórios em curso. Nos últimos tempos, emergem algumas confissões que, de modo ostensivo, já revelam não possuir provas do quanto alegam, mas proporcionam nítido espetáculo político e midiático, com potenciais prejuízos no mundo empresarial.

Nesse ritmo, o que impede alguém de resolver delatar as próprias autoridades que colhem as delações? Não seria interessante ter limites éticos mínimos para os contatos entre membros do Ministério Público ou polícias e investigados, através de filmagens das negociações? Creio que esse aperfeiçoamento será imprescindível às instituições, no atual estágio de maturidade.

A temática da responsabilidade dos membros das instituições fiscalizadoras envolve o princípio republicano e é extremamente oportuna em termos de aperfeiçoamento do sistema normativo brasileiro. A impunidade historicamente reinante no país sempre alcançou integrantes das instituições fiscalizadoras, não há dúvida. Aquele que fiscaliza tem maiores imunidades perante a fiscalização. É hora de mudar também esse paradigma.
Herculano
14/04/2019 10:14
PRECISAMOS SABER FAZER CONTAS

De Mário Sabino, de Crusoé, no twitter:

Vou fazer uma proposta super positiva: como história nunca foi o nosso forte, que tal esquecermos nazismo, holocausto, e tentarmos a matemática? O Brasil precisa é de matemática.
Herculano
14/04/2019 10:12
BOLSONARO ATACA O GOVERNO, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Caso Petrobras é só uma tolice de uma gestão à beira de não ter como pagar contas

Não é muito difícil o governo inventar uma história para arrumar a bagunça que fez ao meter a mão nos preços da Petrobras, desde que tome tenência. Mas:

1) esses disparates deixam sequelas, que se acumulam e têm custos para a economia inteira;

2) Jair Bolsonaro faz fama de que é um caminhão desembestado, que se move por caprichos, pinimbas e impulsos na estrada da demagogia. Até agora, não funcionam os freios tutelares, de generais ou outros;

3) o presidente já prepara outros atentados contra seu governo. Gente que não se ocupa de finanças, o povo em geral, acha que esses colapsos de preços na Bolsa são brincadeirinha de especulador. Não é bem assim.

A venda em massa de ações da Petrobras é um aviso. A queda do valor da empresa significa que os investidores não querem negócio com uma companhia sujeita a controle de preços e outras tolices que reduzem lucros ou causam dano ainda pior.

Caso a besteirada persista, o desconto no valor das ações será maior, assim como vai aumentar o custo de a empresa levantar recursos no mercado, de se financiar por empréstimos ou outros meios.

Arrazoado semelhante vale para a economia inteira, para o custo de financiamento do governo (juros) e, por tabela, para as empresas do país.

Mesmo com os tantos recuos do governo, bobagens e incompetências frequentes em política e economia deixam sequelas: um dólar mais caro, juros de médio e longo prazo mais altos, Bolsa mais barata, risco maior. Em suma, fica mais caro fazer negócio. As empresas investem menos. Em resumo simples, assim a economia cresce menos.

Já está acontecendo de novo.

O preço do diesel não foi o único dedaço de Bolsonaro na Petrobras. O presidente prometeu investimento da petroleira em Israel, por exemplo (apenas ele descobriu que haveria um maná de óleo na costa israelense?). Já mexeu na periodicidade do reajuste do diesel. Vai se emendar?

Governo mais falido

Com jeito, o governo ainda pode atenuar esses estragos. Falta combinar com Bolsonaro.

Está claro nos ministérios e claríssimo no Ministério da Economia que, se não entrar um dinheirinho extra, o governo não vai ter como pagar alguns serviços no fim deste ano. Sim, vai ter de parar atividades sérias; algumas partes da administração já funcionam apenas no papel, motores sem gasolina.

Mas Bolsonaro ainda pensa seriamente em anistiar dívidas de ruralistas, algo em torno de R$ 11 bilhões, para ficar em apenas um exemplo de tolice séria que vem por aí.

Gente graduada de vários ministérios diz que o Brasil já não está pagando compromissos com organizações internacionais, por exemplo.

O investimento em obras vai cair dos cerca de R$ 53 bilhões do ano passado para algo entre R$ 35 bilhões e R$ 40 bilhões neste 2019 (em valores de hoje): a uns 40% do que era em 2014 (como proporção do PIB).

Se houver a graça para os ruralistas, vai haver asfixias e necroses de partes da administração.

Todo o investimento federal em obras viárias (estradas etc.) no ano passado ficou em R$ 10 bilhões, menos que o dinheiro da anistia dos ruralistas. Cortar ainda mais obra em andamento é contraproducente e acelera a ruína da infraestrutura. "Ou vão cortar submarino nuclear, aviões de combate?", pergunta um alto burocrata do governo sobre o orçamento de investimento ora mais privilegiado, o da Defesa.

Ainda não é uma situação Rio de Janeiro. Mas já dá para sentir o cheiro da maresia.
Herculano
14/04/2019 07:59
JOSÉ KÖEHLER SERÁ ENTERRADO HOJE AS 10 HORAS

O primeiro prefeito eleito de eleito José Köehler, está sendo velado na Câmara Municipal. Ele será enterrado hoje às 10h. Köehler ficou no poder de 31 de janeiro de 1959 a 31 de janeiro de 1964. Ele morreu ontem pela manhã em Balneário Camboriú, onde morava, aos 93 anos de idade. Era viúvo.
Herculano
14/04/2019 07:51
REGALIA DO CARRO OFICIAL É GENERALIZADA NA JUSTIÇA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Se no Senado todos têm direito à mordomia do carro oficial e na Câmara ao menos 43 deputados são privilegiados pela regalia, no Judiciário a prática é generalizada. Mas há exceções. Cármen Lúcia, por exemplo, ao presidir o Tribunal Superior Eleitoral atormentava os seguranças ao volante do seu possante Monza, indiferente ao "direito" a carro oficial, principalmente quando trabalhava até altas horas.

ANACRONISMO
Foram adquiridos no Supremo 14 carrões blindados ao custo de R$3,2 milhões, mas há ainda outros 90 veículos na frota do tribunal.

CAROS E LIMPOS
O STF também fez licitação de R$ 1,14 milhão para contratar empresa para realizar a manutenção e higienização dos veículos do tribunal.

AINDA TEM O COMBUSTÍVEL
O Supremo Tribunal Federal também revelou que foram gastos em 2018 R$ 489,5 mil em combustível para carros oficiais.

NO BOLSO ALHEIO
A frota antiga do Supremo, com 88 carros fabricados entre 2004 e 2016, está toda segurada e custou ao contribuinte mais R$ 148 mil.

PF, MP E INSS APURAM VAZAMENTO DE DADOS SIGILOSOS
Após admitir vazamento de dados sigilosos de aposentados, o INSS se juntou à Polícia Federal e ao Ministério Público para investigar o crime. A história se repete com bancos e financeiras assediando aposentados para fazer empréstimos consignados, já de posse de dados pessoais e valor do benefício recebido. A força-tarefa apura se os vazamentos são feitos por funcionários do INSS ou de bancos que pagam os benefícios.

CONFIRMADO
Presidente do INSS, Renato Vieira, confirma o vazamento e alerta: 'há acesso a aposentados que nem foram comunicados da aposentadoria'.

COISA DE BANCO
Em 2017, gerente-executivo do INSS afirmou ao MP que dados seriam obtidos por meio do compartilhamento entre as instituições financeiras.

ZERO EFICÁCIA
Uma instrução normativa do INSS proibiu 'oferta ativa' de empréstimo por 180 dias a partir da aposentadoria. Na prática, não é o que ocorre.

MALAS NA ANAC
Em vez de reconhecer a mentira de que a cobrança para transportar malas reduziria o preço das passagens, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) favorece outra vez as empresas aéreas avalizando restrição ainda maior aos que usam bagagem de mão. São uns malas.

RAPINA SEM FIM
Durante o almoço da Frente Parlamentar do Turismo, esta semana, o deputado Dr. Luiz Ovando (PSL-MS) chamou atenção para a exploração sem limites do valor das passagens aéreas no Brasil.

MARCHA DOS PRAZERES
Quase todos os voos que deixaram Brasília na quinta-feira (11) levaram de volta para suas cidades muitas acompanhantes dos milhares de prefeitos que foram à capital participar da 22ª Marcha dos Prefeitos.

TODO MUNDO FATUROU
A Marcha dos Prefeitos em Brasília lotou hotéis e restaurantes de luxo, mas provocou fila nos carrinhos de cachorro quente do estacionamento da Câmara, onde várias excelências forraram o estômago.

FINALMENTE
A comissão que analisa medida provisória que libera empresas aéreas 100% estrangeiras para atuar no Brasil deve votar o relatório, favorável, do senador Roberto Rocha (PSDB-MA) na reunião desta terça (16).

VALE LEMBRAR
A petista Dilma Rousseff trocou quatro ministros nos primeiros seis meses de governo. Luiz Sérgio (Relações Institucionais), Alfredo Nascimento (Transportes) Ideli Salvatti (Pesca) e Antonio Palocci (Casa Civil) foram demitidos ou substituídos nos primeiros meses da petista.

É HORA DE TRABALHAR
A 11ª Vara do Trabalho de Fortaleza autorizou abertura dos postos de combustíveis do Estado nos feriados, este ano. A juíza Jorgeana Lopes de Lima negou pedido da pelegada que queria manter todos fechados.

MUDAS NATIVAS
Mais de 600 pessoas participaram do "Sorvete Solidário", que aplicará a renda da venda de casquinhas no plantio de mudas doadas pelo Projeto Verde Novo, do Juizado Volante Ambiental de Mato Grosso.

PENSANDO BEM...
...prender comediante foi moda nos Estados Unidos... na década de 60.
Herculano
14/04/2019 07:44
da série: Bolsonaro e congressistas, de uma modo especial,não entendem o óbvio. Criar milhões de empregos levados pelos petistas e gerar outros milhões fruto de uma nova ordem econômica, com menos impostos e burocracia, que gere segurança aos investidores, será essencial para a estabilidade política e social.


SE BOLSONARO CUMPRIU PROMESSAS, POR QUE SUA POPULARIDADE CAI? por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Confetes conservadores não fazem nenhuma diferença na segurança e na economia

Não se pode acusar Jair Bolsonaro de estelionato eleitoral. A interferência na Petrobras, a mudança na relação com Israel, o choque com o Congresso e a complacência desprezível diante do fuzilamento de um inocente estavam todos lá, na campanha. Se o presidente cumpre o que sempre disse, por que sua popularidade caiu tanto?

A resposta mais razoável é que nada disso importa de verdade para o eleitor. O discurso de Bolsonaro cumpriu papel simbólico durante a campanha, mas ficou vencido depois que ele subiu a rampa do Planalto.

Antipetistas e gente farta da política em geral podem ter votado naquele deputado transgressor por diversos motivos. Alguns não ligavam para seus absurdos e outros aderiram à campanha acreditando que ele não faria tudo aquilo que prometia.

Antes da virada do ano, 88% dos eleitores de Bolsonaro diziam que o governo seria ótimo ou bom. A última pesquisa do Datafolha, no entanto, mostrou que só 54% deles consideram a gestão positiva até agora.

Os confetes conservadores, a polêmica do golden shower e as caneladas nos políticos não fazem nenhuma diferença nas pautas que interessam mais à população: a segurança e a economia. Nessas duas áreas, o presidente enfrenta dificuldades.

Na terceira semana de governo, Bolsonaro fez festa ao ampliar a posse de armas de fogo em casa. Prometeu trabalhar ainda para que os cidadãos também pudessem andar armados nas ruas. O problema: quase metade de seus eleitores diz ser contrária a esta nova medida.

Na economia, o presidente encontrou a frustração de quem esperava se recuperar da ruína dos anos Dilma. Em dezembro, 62% dos entrevistados mais pobres achavam que o governo seria ótimo ou bom. Agora, só 26% o classificam assim.

Entre os brasileiros que votaram no presidente, 42% diziam que ele fez menos do que o esperado até aqui. Bolsonaro pode pensar que essa é a senha para radicalizar sua plataforma de governo. Se dobrar a aposta, ele dobra as chances de errar.
Herculano
14/04/2019 07:23
CEM DIAS, SEM CALMA, por Carlos Brickmann

Passados cem dias do Governo Bolsonaro, com alas internas em luta, com projetos importantes atrapalhados por brigas desnecessárias, com inesperada queda de popularidade, o presidente decidiu reverter o quadro: em 18 atos, colocou na linha de frente medidas há longo tempo defendidas por bons economistas - como a autonomia do Banco Central, com mandatos fixos para seus diretores, reduzindo a influência política na defesa do valor da moeda; leis desejáveis, como a proibição, ao menos no Executivo, de rapapés e formalidades do tempo do Império; e uma ação que lhe dará popularidade maior, o 13º salário para quem recebe a Bolsa Família.

O Banco Central nasceu com autonomia, e nos idos de 66 já controlava a inflação. Mas estávamos na ditadura que, dizem, não houve, e o marechal Costa e Silva mudou tudo: deu o comando do Banco Central ao Ministério da Fazenda. A inflação cresceu bem, obrigado, e só foi vencida nos anos 90. Voltamos à posição correta: a defesa da moeda é maior que os governos. E, antes que digam que o presidente está fazendo demagogia ao se apropriar da ideia da Bolsa Família, implantada por Lula, é bom lembrar que distribuir dinheiro aos necessitados (em vez de dar-lhes serviços gratuitos) é a base do Imposto de Renda Negativo, ideia de Milton Friedman. E é bom lembrar que o superministro Paulo Guedes é discípulo de Friedman, membro da Escola de Chicago. Palpite deste colunista: a Bolsa Família tende a se ampliar.

REPASSANDO

Vários teóricos liberais (que, no Brasil, seriam "de direita") defenderam a entrega direta de dinheiro aos pobres. Como disse o economista austríaco Hayek, em visita ao Brasil, não adianta dar leite a quem quer farinha. É melhor dar dinheiro para que cada um o use conforme sua preferência, e não obrigá-lo a consumir o que não quer. No Brasil, o senador Suplicy, "de esquerda", foi o grande batalhador desta causa "de direita".

Como funciona o Imposto de Renda Negativo, de Milton Friedman: estabelece-se uma renda de corte. Como, por exemplo, R$ 5 mil mensais. E um imposto, digamos, de 20%. Quem ganha mais de R$ 5 mil mensais paga, sobre o excedente, um imposto de 20%. Quem ganha menos recebe o suficiente para cobrir metade do que lhe falta para completar R$ 5 mil mensais. E os penduricalhos, tipo Leve Leite, água grátis em favelas, tudo isso acabaria. Muitos impostos seriam substituídos por este. E por que este colunista acredita na ampliação do Bolsa Família? Porque Paulo Guedes acredita nele e manda no pedaço. E porque mais Bolsa Família quer dizer mais popularidade para o presidente.

SENHOR, SENHORA. E ESTÁ óTIMO!

Há quem diga que, num país cheio de problemas, não tem sentido proibir expressões como Vossa Excelência, Exmo. Sr. Professor-Doutor, ou o incrível Vossa Magnificência. O Império caiu há mais de cem anos e não há sentido em manter títulos desse tipo. Imagine que o caro leitor ache que um determinado ministro é uma besta quadrada, mas seja obrigado a chamá-lo de Excelência, como se o achasse excelente. E aquele reitor que, a seu ver, para burro só lhe faltam as penas, é Vossa Magnificência. Ridículo. Já vi, numa CPI, gente gastando tempo para explicar a uma testemunha que, caso fosse parlamentar, deveria tratá-lo de Vossa Excelência; caso não fosse, de Vossa Senhoria. Bolsonaro fez um gol. É uma lei que, espero, pegue.

VAI PASSAR

Pesquisa publicada pelo jornal Valor Econômico mostra que 201 congressistas devem votar pela aprovação da reforma da Previdência. O número ainda não é suficiente, mas cresceu 35% de março para cá. A tendência é de que a reforma passe, embora com modificações.

CADA VEZ AUMENTA MAIS

O ministro Onyx Lorenzoni justificou os tropeços dos primeiros cem dias de Bolsonaro dizendo que o presidente está fazendo os mesmos ajustes que Felipão, técnico do Palmeiras, fez no ano passado e deram certo. Onyx entende de futebol o mesmo que de articulação política. O Palmeiras de Felipão perdeu a final do ano passado para a Corinthians em seu estádio, depois de gastar R$ 60 milhões em reforços. Neste ano, está fora das finais, eliminado pelo São Paulo. Na última Copa que dirigiu, Felipão levou de 7? - 1.

BOA NOTÍCIA

A projeção da safra deste ano é de 235,5 milhões de toneladas. Garante a alimentação interna e o superávit nas contas externas.

ESTÁ PRESO. E DAÍ?

O ex-presidente Lula, preso há pouco mais de um ano, espera que o STJ julgue o recurso que apresentou. Está tudo pronto e o recurso deveria ser julgado nesta semana. Como um ministro faltou, por questões particulares, o julgamento foi adiado. A semana que vem é Semana Santa. Portanto, o caso só será julgado no dia 23. A ideia de que a Justiça tarda mas não falha é falsa.

A Justiça, quando tarda, é falha - seja para condenar ou absolver.
Herculano
14/04/2019 07:14
CABRAL MENTE ATÉ EM CONFISSÃO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O pastel de vento é demonstrativo da banalização em que caíram as delações

A colaboração de Sérgio Cabral com o Ministério Público do Rio e com o juiz Marcelo Bretas virou conversa de botequim. Até agora, suas confissões confirmam que ele corrompeu o mandato de governador do Rio, mas isso já se sabia, pois está condenado a 198 anos de prisão.

Num depoimento espetaculoso, Cabral contou que em 2011 o chefe de sua Casa Civil, Régis Fichtner, pressionou-o, até com "ameaça", para que seu cunhado, o desembargador Marco Aurélio Bellizze, fosse nomeado para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça, atropelando a candidatura do advogado Rodrigo Candido de Oliveira, sócio do escritório da mulher de Cabral.

O juiz Bretas e o meio jurídico sabem que uma nomeação nada teve a ver diretamente com a outra. Belizze foi escolhido para uma vaga de magistrado, e Rodrigo disputava uma cadeira dos advogados. Ademais, quem nomeia ministros para o STJ é o presidente da República, e Bellizze tinha currículo que superava o parentesco.

O ex-governador disse ao juiz Bretas que foi obrigado a fazer "esse papelão de barrar o sócio de minha esposa". Colocou-se em outro papelão ao embaralhar os fatos. Os dois disputavam páreos diferentes em ocasiões diferentes, Rodrigo perdeu em abril e Bellizze ganhou em julho. A farofa leva água para a suspeita de que Cabral instrumentaliza suas confissões pelos ventos da política do Rio de Janeiro.

O pastel de vento é demonstrativo da banalização em que caíram as delações. Quando Cabral, o Magnífico Gestor, fez coisas que nem Asmodeu imaginava, tudo parecia normal. Agora, quando Cabral, o Penitente, confessa seu "papelão", busca crédito de virgem.

Olhando-se para trás, quando Antônio Palocci era o quindim da banca, viam-no como um grande ministro da Fazenda. Apenado, tornou-se uma fábrica de delações espetaculares, vazias de provas. Ele contou que foi nomeado gerente de uma caixinha de empreiteiras, o que pode ser verdade, mas não se sabe ainda como recolheu o dinheiro nem como o distribuiu.

A divulgação do anexo de Palocci pelo juiz Sergio Moro foi instrumentalizada na campanha eleitoral do ano passado. O Rio não precisa que mais essa praga entre na sua política.

O JUIZ DA SUPREMA CORTE LOUVA O BANQUEIRO

Acaba de sair nos Estados Unidos "First", uma boa biografia da juíza Sandra O'Connor, a primeira mulher nomeada para a Suprema Corte. Há ali uma pequena história reveladora dos jogos de influência que cercam as nomeações para aquele tribunal.

O'Connor é uma tremenda figura. Foi criada num rancho do Arizona e formou-se politicamente no partido republicano. Quando ela estava na universidade Stanford, namorou e quase casou com William Rehnquist, seu colega de turma.

Em 1971, O'Connor era uma juíza influente no andar de cima do Arizona e Rehnquist foi indicado para a Suprema Corte. Ela batalhou pelo ex-colega e conseguiu o apoio do presidente do maior banco do estado, Sherman Hazeltine.

Aprovado pelos senadores, Rehnquist agradeceu à ex-namorada com uma carta:

"Fui surpreendido pelos contatos de Hazeltine junto aos banqueiros do Oeste. Apreciei não só os seus esforços, mas também admirei a eficácia dos seus contatos no Congresso. Talvez seja por isso que os banqueiros têm mais influência que os advogados".

Rehnquist foi aprovado pelos senadores e presidiu a Corte Suprema por 19 anos, até 2005, quando morreu.

Nenhum magistrado brasileiro tem coragem de escrever uma carta dessas. Rehnquist foi um conservador honrado, espalhafatoso ao se vestir mas com um uma cabeça de primeira ordem.

MULHERÃO

Sandra O'Connor era senadora no estado do Arizona, contrariou um colega e ele lhe disse:

- Se você fosse homem eu acertava o teu nariz.

Ela respondeu:

- Se você fosse homem, acertava.

MADAME NATASHA

Natasha tem horror aos marxistas culturais e votou em Marcelo Crivella porque sua bandeira de campanha era "Eu vou cuidar das pessoas".

A senhora viu que o prefeito visita áreas alagadas tomando cuidado para não molhar os sapatinhos. Depois de duas enchentes nas quais morreram 14 pessoas em apenas três meses, Crivella reconheceu: "Nós falhamos".

Natasha acredita que Crivella martiriza as pessoas que votaram nele com suas acrobacias pronominais. Quando fala bem de si, usa o "eu". Confrontado com a qualidade de sua gestão, pula para o "nós".

APEX VIROU MÃE JOANA

Ao demitir o embaixador Mário Villalva da presidência da Apex, o chanceler Ernesto Araújo emitiu uma nota informando que ato visava a "dinamização e modernização do sistema de promoção comercial". Naquele texto a única coisa verdadeira era a data.

Villalva foi chamado pela sua competência, depois que Araújo nomeou e defenestrou um monoglota. O embaixador devia saber onde estava pisando, mas atritou-se com dois diretores saídos do ventre do bolsonarismo. Ele os classificou como "pessoas despreparadas, inexperientes, inconsequentes e irresponsáveis".

Nesse caso, como em algumas de suas declarações desastrosas, Araújo faz o que ouve no Planalto.

Pelas regras da corte de Brasília, é comum que alguns ministros papagueiem o que ouvem do presidente. Ao serem criticados, os bonecos do ventríloquo acreditam que se fortalecem junto ao chefe. Ricardo Vélez acreditou que esse truque poderia blindá-lo.

WEINTRAUB DELIRA

No seu primeiro dia como ministro da Educação, o doutor Abraham Weintraub fez uma reunião com um colaborador e foi categórico:

"Não pode ficar falando. Se ele toma uma posição sem autorização minha, é mandado embora no mesmo instante".

O doutor se esquecera de desligar o seu celular e sua fala foi ouvida pela repórter Jussara Soares.

Se Weintraub acha que vai silenciar o MEC, talvez faça melhor tornando-se consultor mundial de blindagens. Conter vazamentos foi o sonho de Barack Obama, que impedia a entrada de celulares em reuniões.

O ministro faria melhor se ouvisse "Maria Moita", de Carlos Lyra:

"Vou pedir ao meu Babalorixá

Pra fazer uma oração pra Xangô

Pra por pra trabalhar

Gente que nunca trabalhou".

CÉU DE BOLSONARO

Jair Bolsonaro disse que nos primeiros cem dias seu governo voou em "céu de brigadeiro".

Seu ministro da Ciência e Tecnologia foi oficial da Força Aérea. Bolsonaro poderia perguntar-lhe em que tipo de céu voa um esquadrão de 22 aviões e dois deles (0,9%) são abatidos (Gustavo Bebianno e Ricardo Vélez).

CIRO QUER QUEBRAR

Ciro Gomes acha que, se o projeto de autonomia do Banco Central passar, será o caso de "ir para a rua e quebrar tudo".

Falou em linguagem figurada, mas em 2006, quando manifestantes foram para a porta de sua casa à noite para fazer barulho (sem quebrar nada), ele foi para a calçada, peitou-os, mandou-os circular e em seis momentos referiu-se às suas mães.
Roberto Basei
13/04/2019 15:41
DILMA VIDENTE "A SENSITIVA"

Sinceramente eu acho que o Golpe 2016 foi parte do acordo, onde a presidenta entregaria o poder.
E a Presidenta dava amostras do que viria, quando ela falava que podias deveríamos ensacar vento.
Efetivamente o resultado chegou, nosso atual presidente foi viajar pelo mundo e deu muitas concessões a Países ricos.
Em contra partida o que trouxe, sacos de vento.
Herculano
13/04/2019 13:37
NO CANGOTE DE GUEDES, por Adriana Fernandes, no jornal O Estado de S. Paulo

Equipe econômica está levando um baile no Congresso por conta da desorganização do governo na articulação política

A crise política entre o governo Jair Bolsonaro e o Congresso formou uma ferida aberta que hoje representa uma ameaça real ao processo de saneamento das contas públicas.

A desorganização do governo na articulação política é tamanha que a equipe econômica está levando um baile no Parlamento em propostas que podem atrapalhar a política do ministro da Economia, Paulo Guedes, de colocar as contas públicas no azul o mais rápido possível.

A rapidez na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento Impositivo foi um primeiro sinal dessa fragilidade. Outros movimentos sucessivos nos últimos dias mostraram que os parlamentares estão dispostos a seguir à risca o script oferecido de bandeja pelo próprio presidente da República ao passar a bola do protagonismo da agenda econômica ao Congresso.

Focada na tramitação da proposta de reforma da Previdência, a área econômica também não parece estar afinada com o Palácio do Planalto para minimizar as perdas em outras batalhas mais silenciosas que começam a ganhar força no Congresso.

Pelo contrário, Bolsonaro sinalizou que pode atender à bancada ruralista e dar um perdão de R$ 17 bilhões da dívida dos produtores com o Funrural, espécie de contribuição previdenciária do setor. Uma decisão que contraria as diretrizes da agenda liberal do seu ministro da Economia.

Se seguir com esse plano, além de prejuízos para a marca que pretende emplacar no seu governo do fim do toma lá dá cá, o presidente também pode correr o risco de ser punido por crime de responsabilidade fiscal. Uma advertência que foi alardeada pelo hoje desafeto de Bolsonaro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

Uma batalha que já parece perdida é a volta dos subsídios à energia elétrica para produtores rurais. A equipe econômica bem que entrou em alerta para barrar o projeto na Comissão de Minas e Energia da Câmara, mas de nada adiantou.

O projeto derruba um decreto publicado pelo governo Michel Temer no fim do ano passado, reduzindo de forma gradual os subsídios nas contas de luz para a área rural e para companhias de água, esgoto e saneamento. Para piorar, um requerimento de urgência já está na pauta do plenário da Câmara dos Deputados de segunda-feira.

A prorrogação dos benefícios fiscais para construtoras do Minha Casa Minha Vida, incentivo que acabou no fim do ano passado, também está sendo ressuscitada pelo Legislativo.

Uma das maiores ameaças no cangote (para repetir uma palavra que tanto foi usada pelos ministros de Bolsonaro no início do governo) do ministro Guedes é o risco de aprovação de decreto legislativo para derrubar o bloqueio de quase R$ 3 bilhões em emendas parlamentares.

Aprovado esse decreto, como tudo indica que acontecerá, um dos principais instrumentos de calibragem da política fiscal começa a se desfazer. Nesse caso, a articulação do decreto também conta com o apoio de parlamentares aliados e da ala política mais próxima ao presidente.

Desamarrar esse nó das emendas será complicado. Não há dúvidas entre os técnicos do governo de que o problema vai pular no colo do governo bem na hora da votação do relatório da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Para não ficar atrás da Câmara, o Senado também tem agido e aprovou outra PEC que dá mais liberdade para o pagamento das emendas, direcionando os recursos diretamente a Estados e prefeituras, sem necessidade de convênio com União. Estados e municípios poderão usar o dinheiro como bem entenderem, até mesmo para o pagamento de salários.

O ponto mais sensível dessas mudanças orçamentárias é que tudo está sendo feito sem uma estratégia organizada e muito menos discussão técnica. No caso da PEC do Orçamento Impositivo, que já foi aprovada em dois turnos nas duas Casas e voltou para a Câmara após ser alterada no Senado, havia uma negociação de que a proposta seria discutida com os técnicos do governo por 30 dias até que a começasse de fato a tramitação na CCJ.

Mas a tal ferida exposta e os novos atritos mobilizaram os parlamentares a atropelar o governo. Nem mesmo a reforma da Previdência escapou do rebaixamento da lista de prioridades na CCJ. Não se sabe onde esse ativismo vai parar e muito menos quem será responsável se a situação fiscal piorar.

Afinal, quem está falando os "nãos"? Brasil terá déficits primários por pelo menos 10 anos se esse quadro permanecer, e o esgotamento do ajuste fiscal já dá as caras.
Mário Pera
13/04/2019 12:48
Sobre eventual interferência de Bolsonaro na questão do aumento do preço do combustível , a imprensa dominada pelo viés da esquerda do atraso , não perdeu tempo e passou a compará-lo a Dilma Roussef, considerando que sua política de controle de preços fez mal à saúde financeira da estatal .. Agora, a mesma imprensa não lembra a corrupção desenfreada na Petrobras nos governos Lula e Dilma - seus projetos nebulosos em países sob ditaduras ( Cuba, Venezuela, Bolívia e até na África ), que levaram-na quase a quebradeira . Nunca vimos esta mesma imprensa atacar a tomada das refinarias na Bolívia ... cujos patrimônios eram ativos muito maiores que q eventuais perdas com não aplicação de aumento no diesel na semana passada. Ninguém discute o prejuízo dado por Dilma com o caso Passadena /EUA, e aí a comparação entre os dois governos já é pura sacanagem .
Herculano
13/04/2019 10:45
MORRE O PRIMEIRO PREFEITO ELEITO DE ILHOTA

O primeiro prefeito eleito foi José Köehler, que ficou no poder de 31 de janeiro de 1959 a 31 de janeiro de 1964, morreu em Balneário Camboriú, onde morava, aos 93 anos de idade. Era viúvo.
Herculano
13/04/2019 08:27
DILMA, ÉS TU?! BOLSONARO DÁ UM TIRO NO PÉ LIBERAL AO ADOTAR CONGELAMENTO DE PREÇOS DO DIESEL, por Rodrigo Constantino, no site Gazeta do Povo, Curitiba PR

"Não adianta ser tigrão no Twitter e tchutchuca com caminhoneiro." ?" Renan Santos, MBL

A Petrobras anunciou aumento de preços do diesel, mas veio a ordem de cima, determinando que era para cancelar tal aumento. Segundo O Antagonista, a decisão teria vindo do ministro Onyx Lorenzoni, que, preocupado com uma eventual greve dos caminhoneiros, teria ligado para Roberto Castello Branco, presidente da estatal, e mandado abortar o aumento.

Para piorar, o presidente fez uma declaração extremamente ignorante, dizendo que a Petrobras terá de convence-lo do aumento de 5,7% se a inflação projetada é inferior a 5%. Vergonha alheia! Momento Dilma do presidente, que não entende a diferença entre uma cesta de preços e um preço específico de uma commodity. Já ofereci meu curso online de economia básica ao então candidato Bolsonaro, que pelo visto não se interessou. A oferta continua de pé.

A maioria condenou a decisão, e as ações da Petrobras desabaram no mercado. Mas a turma bolsominion, que precisa defender sempre o governo e seu "mito", saiu em campo para justificar o injustificável: é pragmatismo para aprovar a reforma!

Sério que tem gente defendendo o comentário estúpido e a medida absurda de Bolsonaro sobre preço do diesel como estratégia legítima de se evitar uma nova greve dos caminhoneiros? É sério isso?! Então, por pragmatismo, vale congelar preços e destruir os manuais de economia, como fazia o PT?

E tudo para evitar uma greve que, antes, quando não era governo, Bolsonaro ajudou a fomentar? A greve que seu ex-ministro Gustavo Bebianno ajudou a insuflar? A mesma que seu "chanceler do B" Filipe G. Martins viu como um belo ato revolucionário, enxergando um George Washington em cima de cada caminhão? Quem faz esse malabarismo dialético e adota esse duplo padrão difere do PT exatamente em quê?!

"Já falei que não entendia de economia". Assim o presidente justificou sua medida petista de congelamento de preços do diesel. Ué, mas não tinha seu Posto Ipiranga para isso? Alguém acha que o liberal Paulo Guedes concorda com tabelamento de preços?! A conversão ao liberalismo, cada vez fica mais claro, era oportunista. Estatais continuam por aí, até mesmo a EBC e os Correios, que o ministro-astronauta se recusa a vender; temos populismo tarifário agora; e o presidente ainda se esquiva da responsabilidade alegando ignorância, sendo que é o presidente. Assim complica...

Os mesmos jacobinos que ontem condenavam o pragmatismo da articulação com o Congresso, que é simplesmente fazer política (nem velha nem nova), agora aplaudem congelamento de preços com base no argumento pragmático: vale tudo para evitar greves e aprovar a reforma. Ou seja, não pode negociar cargos e emendas com deputados, mas pode apelar para o populismo econômico e ficar refém dos caminhoneiros, cuja greve no passado foi aplaudida pelos próprios bolsonaristas? Quanta falta de coerência!

A cada dia, a cada tropeço do presidente, a cada incoerência, fica mais visível que há uma militância virtual disposta a embarcar junto nas contradições para defende-lo, não importa o que seja. E ainda partem para cima com sangue nos olhos, como chacais ou hienas famintas, para atacar os analistas independentes, aqueles de cujo futuro não depende bajular o presidente para preservar cargos públicos. São mesmo, como disse Janaina Paschoal, petistas com o sinal trocado...
Herculano
13/04/2019 08:21
BOLSONARO CADA VEZ MAIS PARECIDO COM O PT E DILMA

Bolsonaro interveio na Petrobrás

Dilma também fez isso.

A intervenção de Bolsonaro na Petrobrás foi aplaudida, sabe por quem? Pelo PT

A intervenção de Dilma e do PT na Petrobrás, deixou prejuízos bilionários para o povo pagar e quse quebrar a estatal, que foi resgatada pelo ex-presidente Michel Temer, MDB, e está até hoje sem condições de investimentos, se desfazendo de patrimônios para se equilibrar como empresa.
Herculano
13/04/2019 08:18
A INVASÃO DA PETROBRÁS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O presidente Jair Bolsonaro agiu como seus antecessores petistas, chocou o mercado, assustou investidores e derrubou as ações da companhia

O presidente Jair Bolsonaro invadiu a Petrobrás. Em mais uma ação desastrada, ele mandou suspender um aumento de preço do diesel, chocou o mercado, assustou os investidores e derrubou as ações da companhia, o que causou uma perda de seu valor de mercado de R$ 32,4 bilhões. Agiu como seus antecessores petistas, deixou-se levar pelo voluntarismo e interveio na gestão de uma grande empresa de capital aberto. A política petista quase quebrou a estatal. A intervenção do presidente Bolsonaro lembra uma história de erros catastróficos, interrompida no governo do presidente Michel Temer, quando a administração da petroleira foi profissionalizada e voltou ao caminho certo. A ação do PT, dirão os defensores do presidente, favoreceu uma orgia de corrupção e nada parecido deve ocorrer neste governo. Pode ser, mas a mera intervenção na política de preços e em vários outros aspectos da administração seriam suficientes para impor perdas enormes.

"Não sou intervencionista. Não vou praticar a política que fizeram no passado, mas quero os números da Petrobrás", disse o presidente. Essas palavras são tão assustadoras quanto a ordem de suspender o aumento de preço do diesel. Na mesma declaração o chefe de governo negou ser intervencionista e exigiu a apresentação dos números para sua avaliação. Essa exigência é uma clara e inegável intromissão num assunto tipicamente empresarial, a fixação do preço de um produto. Será o presidente Bolsonaro incapaz de perceber esse fato tão simples?

Mas a explicação se estendeu e cada palavra confirmou a disposição de controlar a gestão da empresa. O presidente disse ter convocado "todos da Petrobrás" para lhe explicar, na terça-feira, a razão do aumento de 5,7%, quando a inflação do ano está projetada em menos de 5%. "Se me convencerem, tudo bem. Se não me convencerem, vamos dar a resposta adequada a vocês", acrescentou. Em suma, os diretores da empresa têm de convencer o presidente da República do acerto de um ato gerencial. Ele exige essa explicação como presidente da República? Como responsável pelo governo da União, acionista majoritária? Quantos dos demais acionistas, especialmente estrangeiros, aceitarão qualquer explicação desse tipo?

Não por acaso a decisão do presidente Bolsonaro foi apoiada por um petista, o deputado gaúcho Paulo Pimenta, líder do partido na Câmara. Segundo ele, a Petrobrás, sendo uma empresa nacional, "deve estar de acordo com a política de preços definida para o setor". Essa opinião, acrescentou, é coerente com a posição por ele defendida em outros momentos. Seria também, é claro, uma reedição da política seguida no governo da presidente Dilma Rousseff.

Com aplauso do líder petista, o preço do diesel permanecerá congelado até terça-feira, data prevista para a reunião, ou por mais tempo, se os diretores da empresa deixarem de convencer o presidente.

Devastada na gestão petista, a Petrobrás começou a recuperar-se com a mudança de comando favorecida pelo presidente Michel Temer. A recuperação ganhou impulso quando Pedro Parente, na presidência da empresa, redefiniu suas metas de produção e de expansão, iniciou um programa de desinvestimento, reorganizou seu passivo e implantou uma nova política de preços. A liquidação de pendências internacionais foi um passo importante. Com todas essas medidas, a Petrobrás começou a escapar da posição de campeã mundial do endividamento.

A escolha do economista Roberto Castello Branco para a presidência da empresa animou o mercado. A decisão de espaçar os aumentos dos combustíveis, adotando um ritmo quinzenal, foi recebida com boa vontade. A intromissão do presidente Jair Bolsonaro quebrou o padrão de respeito aos critérios empresariais e aos acionistas minoritários.

A referência do presidente aos interesses dos caminhoneiros em nada atenuou seu erro. Ao contrário mostrou uma perigosa adesão a falhas da gestão anterior, quando se criou, com a tabela de fretes, um cartel chapa branca, complementado por uma política de subsídio ao preço do diesel. Se isso é a nova política prometida pelo presidente, os próximos anos poderão ser emocionantes como um filme-desastre.
Herculano
13/04/2019 08:15
O RETORNO DA INTERVENÇÃO, por Miriam Leitão, no jornal O Globo

Há dois caminhos e só um é certo. Foi isso que a queda das ações da Petrobras mostrou ontem. Os preços dos combustíveis podem ser fixados tecnicamente pelas mais diversas fórmulas, mas jamais decididos pelo presidente da República. O caminho escolhido por Jair Bolsonaro foi o mesmo usado pela ex-presidente Dilma e que produziu um grande prejuízo para a estatal. Não é pelo adiamento em si do reajuste do diesel, é porque ele rasga a política de preços e contradiz a agenda liberal do ministro Paulo Guedes.

Há várias formas de reajustes que obedeçam as leis de mercado. Nenhuma delas comporta uma decisão tomada por um telefonema do Palácio do Planalto. A revisão pode ser diária, quinzenal, ou por uma fórmula, mas tudo tem que ter parâmetro transparente. A greve dos caminhoneiros exibiu um problema concreto. Os motoristas saíam com um frete contratado e no meio da viagem o preço do insumo subia. Isso os levava ao prejuízo. O governo Temer encontrou uma nova fórmula de reajustes mais espaçados, com compensações à Petrobras pelo Tesouro. E por que compensar a estatal? Porque quem dá subsídio é o Tesouro e jamais uma empresa de capital aberto, do contrário há uma distorção de preço e o uso político da estatal.

Durante a campanha, Jair Bolsonaro foi perguntado várias vezes sobre o assunto. A política de preços estabelecida no governo Temer, depois da greve, acabaria no fim de dezembro. A nova administração teria que pensar numa saída. Qual seria? Ele tinha apoiado a greve dos caminhoneiros em mais um ato populista da sua campanha. O economista indicado como futuro ministro é um liberal e, por óbvio, contra o controle de preços. Perguntado sobre essa contradição, ele dava respostas vazias - "isso é com o posto Ipiranga" - ou era ambíguo. Há uma hora em que a ambiguidade se esclarece. Foi agora, com a decisão de Bolsonaro de mandar o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, revogar o aumento do diesel.

No dia 3 de agosto, como lembrou ontem o repórter José Roberto Castro do "Nexo Jornal", Bolsonaro, em uma entrevista a mim, mostrou sua forma de pensar o reajuste. "Acabei de ver lá embaixo um lucro monstruoso da Petrobras. Quem é que faz o preço da Petrobras? Ninguém quer dar canetada em lugar nenhum, mas pelo que me consta, não sei se é verdade, a Petrobras coloca 150% de majoração sobre o preço do óleo diesel. Será que não pode ser um pouquinho menor esse percentual?".

Se o repasse fosse abusivo, como ele disse quando candidato, já deveria ter corrigido, dado que a empresa é quase monopolista. Mas o que ele acabou de fazer foi dar uma "canetada". O certo é que o preço tem que seguir as cotações internacionais por uma fórmula que seja transparente.

Não é pelos 5,7%. É muito mais. A contradição econômica desse governo sempre foi entre o conjunto de crenças intervencionistas que Bolsonaro demonstrou ao longo de sua vida política, e o programa liberal de campanha. A cada dia as duas cordas desafinam. O aumento da barreira contra o leite em pó não sabe como se encaixar na promessa de abertura comercial. A concessão de perdão à divida do Funrural não conversa com a promessa de ajuste fiscal. Os aumentos de soldos dos militares contradizem diretamente a proposta de reforma da Previdência.

Essa questão sempre vira um ponto de tensão quando os preços sobem no mercado internacional. Foi o que aconteceu agora. A cotação do petróleo tipo Brent saltou 29% entre os dias 2 de janeiro e 11 de abril, saindo de US$ 54 para US$ 70. Quando isso acontece, tem várias vantagens para o país, como o aumento de arrecadação. Por outro lado, os combustíveis ficam mais caros. O presidente da Petrobras disse que não voltaria à política do governo Dilma. Durante os anos de controle dos preços, a estatal acumulou bilhões de prejuízo com essa política. No governo Temer, os preços oscilavam diariamente para cima ou para baixo. Quando o barril subiu, explodiu a greve dos caminhoneiros. Pensou-se em um imposto que arrecadasse quando o preço ficasse baixo para subsidiar o combustível nos picos de alta. Isso não foi adiante. Aliás, a Cide era para isso, mas acabou desvirtuada.

O governo pode encontrar uma fórmula que evite o excesso de volatilidade, desde que siga preços internacionais e seja transparente. Quando um telefone do Planalto decide o preço, por menor que seja o reajuste revogado, quebra-se o cristal da confiança.
Herculano
13/04/2019 08:01
PERGUNTAS óBVIAS E INCONVENIENTES

A principal reportagem desta sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e de maior credibilidade, coloca a nú os possíveis erros da atual gestão gasparense e que os munícipes não possuem acesso, pois a maioria da imprensa não trabalha esse assunto por várias e óbvias questões.

Por que a administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB, do vice Luiz Carlos Spengler Filho, PP, do prefeito de fato, Carlos Roberto Pereira, o secretário de Saúde e presidente do MDB, tem o jornal e o portal Cruzeiro do Vale, como um problema?

Porque não conseguiram comprá-lo e intimidá-lo para esconder da população as mazelas, dúvidas e erros da gestão. O constrangimento é feito de todas as formas.

Mas, esta vigilância está sendo apenas com Kleber?

Não. Foi com assim com Francisco Hostins, PDC; com Bernardo Leonardo Spengler, MDB e que não terminou o mandato, bem como com que o sucedeu Andreone dos Santos Cordeiro, PTB; foi com Pedro Celso Zuchi, PT, nos três mandatos e Adilson Luiz Schmitt, MDB. é o papel do jornal comunitário estar atendo às anormalidades locais. Redação e departamento comercial sempre estiveram separados, mesmo que um dependa do outro.

Por que os outros veículos não tratam desses problemas?

Devem ter razões para isso.

Por que o jornal e o portal Cruzeiro do Vale são líderes e possuem tanta credibilidade?

Porque respeitam os leitores e leitoras, que são testemunhas de muitas destas dúvidas que gostariam de ver esclarecidas. Simples assim. Acorda, Gaspar!


Herculano
13/04/2019 07:17
MEDO DE BEICINHO

MBL no twitter:

O Brasil não pode jogar na irresponsabilidade sempre que uma corporação fizer beicinho. Já estamos pagando um preço muito alto disso. É só ameaçar greve que governo cede? Isso é ridículo.
Herculano
13/04/2019 07:14
da série: até os eleitores de Bolsonaro estão estupefato:

de Rodrigo Constantino, no twitter:

Sério que tem gente defendendo o comentário estúpido e a medida absurda de Bolsonaro sobre preço do diesel como estratégia legítima de se evitar uma nova greve dos caminhoneiros? Quem faz esse malabarismo dialético e adota esse duplo padrão difere do PT exatamente em que?!
Herculano
13/04/2019 07:07
A NEGLIGÊNCIA DE BOLSONARO COM A EDUCAÇÃO VAI CUSTAR CARO AO PAÍS, por Raquel Landin, no jornal Folha de S. Paulo

Governo parece ignorar a importância do capital humano para a economia

Sejamos sinceros, ninguém esperava uma boa performance do governo Jair Bolsonaro (PSL) em áreas como educação, saúde e assistência social. O desempenho, contudo, é tão sofrível que assusta.

Praticamente não temos notícias sobre o que vem ocorrendo na saúde - o que, paradoxalmente, talvez seja um bom sinal - e chamar o pagamento de 13º salário aos beneficiários do Bolsa Família de assistência social é de um populismo atroz.

Mas é a educação que mais preocupa não apenas os especialistas da área, como também economistas de forma geral e os empresários mais esclarecidos em particular. Já ouvi diversas reclamações sobre o assunto nas minhas conversas com o setor privado.

"Na verdade temos que torcer por uma estagnação na educação no país, porque a alternativa é um retrocesso, que certamente afetará a produtividade da economia", diz Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.

Motor do avanço sustentável do Produto Interno Bruto (PIB), a produtividade é resultado não apenas do capital físico acumulado - pontes, estradas e fábricas - mas também do capital humano, que nada mais é do que mão de obra de qualidade.

Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram a importância que o avanço da educação teve no desempenho para a produtividade da economia brasileira desde na década de 90. Foram as políticas educacionais, mantidas governo após governo, que evitaram uma tragédia ainda pior na produtividade.

Graças à universalização da educação básica, à distribuição de recursos para estados e municípios, à contrapartida de frequência escolar nos programas sociais, avançamos muito, mas ainda estamos longe do ideal. O péssimo desempenho do nossos estudantes nos exames internacionais mostra que há muito o que fazer.

O governo até está cuidando relativamente bem do avanço do capital físico, agora que as concessões finalmente começam a avançar, mas parece ignorar a importância do capital humano para a economia. Ao invés de se preocupar em melhorar o nível da educação brasileiro, prefere partir numa cruzada inútil contra o tal marxismo cultural.

À primeira vista, parece que a troca do titular do ministério da Educação não significa muita coisa, já que a principal credencial de ambos para o cargo -Ricardo Vélez, o antigo, e Abraham Weintraub, o atual - é ter a simpatia de um guru nos Estados Unidos e dos filhos de Bolsonaro.

Com um pouco de boa-vontade, podemos dizer que Weintraub nomeou uma equipe que não entende de educação, mas pelo menos sabe gerir a máquina pública, o que pode garantir o funcionamento mínimo do ministério. Tomara, porém, que não usem esses conhecimentos para emplacar as maluquices do chefe, porque, aí sim, teremos um problema ainda maior.
Herculano
13/04/2019 06:48
DORIA VAI LEILOAR MAIS DE 1.200 IMóVEIS EM SP, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

O governo de São Paulo prepara para as próximas semanas um mega leilão que promete movimentar a economia, oferecer oportunidades de investimento e reforçar o caixa do Estado. São mais de 1.200 imóveis de todos os tipos; prédios comerciais, residenciais, terrenos. João Dória (PSDB) estima que serão arrecadados R$2 bilhões com a venda dos imóveis que, segundo ele, "não servem para absolutamente nada".

SANGRIA DESATADA
Os mais de 1.200 imóveis que irão a leilão em São Paulo sangram os cofres públicos com manutenção, impostos, taxas de condomínio etc.

MELHOR ASSIM
Os recursos da venda dos imóveis, somados àqueles economizados para mantê-los, podem ser investidos em educação e saúde.

PARA QUE TANTOS?
Maior imobiliária do País, a União deveria seguir o exemplo do governo de São Paulo e vender ao menos parte dos seus 655.000 imóveis.

FALTA DE GESTÃO
Apesar da propriedade de tantos imóveis, o governo federal paga R$1,5 bilhão em aluguéis e ainda mantém 180 prédios desocupados.

LONGE DE CASA, MARINHO CUMPRE 'MISSÃO' PELA REFORMA
O secretário de Previdência, Rogério Marinho, corre o risco de chegar em casa e não ser reconhecido nem pelo cachorro da família. Somente sábado passado ele conseguiu voltar a Natal para curtir os familiares, após cerca de 90 dias sem aparecer, com dedicação integral à defesa e ao esclarecimento da reforma da Previdência. Ele não se queixa: "Estamos cumprindo uma missão, eu e os companheiros de trabalho".

TODAS AS ENTREVISTAS
O secretário de Previdência atende a todos os pedidos de entrevista e convites para debates, no cumprimento da sua missão.

VIAGENS CONSTANTES
Com sua equipe, o secretário chega a marcar presença em dois estados, três se próximos, esclarecendo o projeto.

DEDICAÇÃO TOTAL
Marinho se emociona quando cita a equipe: "São servidores dedicados ao País, mesmo sabendo que serão atingidos pela Nova Previdência".

MRS. DESEMPREGO VEM AÍ
A americana Mary Barra, presidente mundial da General Motors, visita o Brasil no dia 26. Vem reiterar ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que mudou de ideia: em vez de desempregar quase 70 mil pessoas, investirá R$10 bilhões na montadora em São Caetano.

BRÊTAS NA CPLP
O presidente Jair Bolsonaro designou o embaixador Pedro Brêtas Bastos para chefiar a representação brasileira na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa.

EX-MINISTRO DE DILMA
O senador Marcelo Castro (MDB-PI) foi eleito presidente da Comissão Mista de Orçamento. Ele foi o ministro da Saúde de Dilma que pediu demissão para voltar ao Congresso e votar contra o impeachment.

DIREITO PROCESSUAL NO STJ
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Instituto Brasileiro de Direito Processual (IBDP) realizam importante evento no próximo dia 6. Sob a coordenação dos professores Paulo Lucon, Osmar Paixão e Alexandre Freire vão refletir e debater o direito processual nos 30 anos do STJ.

COTA 'FEMININA'
O senador Angelo Coronel (PSD-BA) quer retirar da Lei a previsão de um mínimo de 30% de candidaturas femininas. Mas a lei não fala de homens e mulheres, só da proporção de candidatos de cada sexo.

PSL SE COMUNICA
A direção nacional do PSL reuniu nesta sexta-feira (12) o grupo de comunicadores que assessoram suas bancadas no Congresso. O auditório da sede do PSL no Brasil 21 ficou lotado.

ESPECIALISTA NO ESPORTE
A nomeação de Washington 'Coração Valente' para secretaria nacional de Esporte tem sido criticada porque o ex-goleador não tem curso superior. Mas no esporte e na vida ele sempre bateu o maior bolão.

TÁ FEIA A COISA
O desembargador Alexandre Bastos, do TJ-MS, mandou apreender o passaporte de José Efromovich, controlador da Avianca, na ação movida por prefeitos inconformados com o cancelamento de suas passagens para Brasília, a fim de participar da marcha municipalista.

PENSANDO BEM...
...após a série de desgraças no Rio de Janeiro, já tem gente na prefeitura torcendo pelo próprio impeachment.
Herculano
13/04/2019 06:39
PREVIDÊNCIA DEVE SER VOTADA Só EM SETEMBRO, APONTA CRONOGRAMA DO DEM

Calendário elaborado por Pedro Paulo (RJ) com técnicos da liderança contraria prazos do governo

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Angela Boldrini e Thiago Resende, da sucursal de Brasília. Cronograma feito por aliados do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indica que a tramitação da reforma da Previdência na Casa poderia se estender até setembro deste ano, contrariando as expectativas do governo Jair Bolsonaro.

De acordo com o calendário montado pelo deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), um dos cotados para assumir a relatoria da proposta na comissão especial, com a ajuda de técnicos da liderança do Democratas, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) só terminaria de ser votada no Congresso em dezembro de 2019.

A Folha teve acesso a dois cenários traçados nos últimos dias. Em uma primeira avaliação, considerada otimista, seria possível cumprir o prazo do governo de votar a reforma na Câmara no meio de julho, logo antes do recesso parlamentar.

Para isso, no entanto, o projeto teria de ser aprovado na CCJ nesta terça-feira (16) e ter tramitação muito acelerada, de cerca de um mês, na comissão especial. Essa etapa é mais difícil do que a primeira, porque envolve mudanças no texto da proposta - ou seja: é lá que haverá pressões de categorias afetadas para que a reforma seja abrandada, por exemplo.

Porém, com as sucessivas crises de articulação, os técnicos e o parlamentar elaboraram cenário considerado mais realista, em que essa fase passaria para o meio de setembro.

Quando o ex-presidente Michel Temer, que tinha mais apoio no Congresso, tentou fazer uma reforma da Previdência, a comissão especial durou três meses - do início de fevereiro ao começo de maio.

Por isso, mesmo deputados simpáticos à proposta consideram irreal o prazo de apenas um mês para a tramitação da proposta de Bolsonaro, que vive uma crise mal resolvida com o Congresso que se arrasta desde o início da legislatura.

E pode haver ainda mais atrasos. Ambos os cronogramas preveem que a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, primeira etapa do texto, aprove a proposta na quarta-feira (16).

Isso, porém, não está garantido. Partidos independentes ao governo Bolsonaro se articulam para atrapalhar a votação postergá-la para depois da Páscoa. Assim, dariam mais um recado para o Planalto, que sofreria uma derrota política com o atraso.

A dissolução nesta semana dos blocos formados por partidos para ajudar a reeleger Maia para o comando da Casa pode atrapalhar ainda mais o andamento das sessões. É que os partidos fora do bloco ganham direito a usar tempo de liderança para falar, que varia de três a dez minutos para cada um.

Assim, siglas como PSD, Podemos e PRB, que estão insatisfeitas com o governo, podem ajudar a protelar o início da votação.

Depois das comissões, o projeto segue para o plenário. Por ser uma alteração na Constituição, a reforma da Previdência precisa de 308 votos na Casa e passar por dois turnos no plenário.

Os dois calendários preveem cerca de dois meses e meio para que o Senado aprove a PEC na CCJ e no plenário. Por isso, segundo essas perspectivas, o Congresso terminaria de analisar a reforma da Previdência em 23 de outubro (otimista) ou em 4 de dezembro (pessimista).

O líder do governo no Congresso, Major Vitor Hugo (PSL-GO) afirmou que "o Congresso é soberano para decidir o ritmo de aprovação da PEC". Nesta quinta-feira (11), ele disse que a reforma poderia ser aprovada no plenário da Casa no início do segundo semestre.

Já o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) garantiu, no mesmo dia, que a proposta seria votada até julho.

Com uma base dispersa, o governo enfrenta críticas mesmo dos parlamentares simpáticos à reforma. Circulou em grupos de deputados nesta semana o vídeo do parlamentar gaúcho Giovani Feltes (MDB) que, na CFT (Comissão de Finanças e Tributação) atacou a disposição de Bolsonaro de defender a reforma.

"Até agora eu não vi o clã Bolsonaro botar a cara a tapa, não basta dizer que é favorável à Previdência porque ela é necessária e exigir que eu seja patriota", diz o parlamentar. "Ainda estou na expectativa que definitivamente o presidente use as redes sociais para que o meu eleitor lá no estado entenda."

Deputados paulistas dizem que a mensagem representa o sentimento geral dos parlamentares, que cobram maior envolvimento do presidente e de seus aliados na aprovação da reforma.
Herculano
13/04/2019 06:31
BOLSONARO CADA VEZ MAIS PARECIDA COM DILMA ROUSSEFF, por Vicente Nunes, no Correio Braziliense

No campo político, o presidente Jair Bolsonaro já é chamado de "Dilma de calças". Motivo: a sua dificuldade em ter uma boa relação com o Congresso. Ele acredita que, dentro de um sistema de presidencialismo de coalizão, pode governar sem diálogo com deputados e senadores.

Não por acaso, está sofrendo derrotas consecutivas em votações importantes e tendo que lidar com um atraso no andamento da reforma da Previdência, o que tem deixado os investidores estressados. O mercado, que já bajulou muito Bolsonaro, agora o vê com desconfiança.

Pois, na economia, mesmo com o discurso liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, Bolsonaro também está agindo como Dilma. E isso ficou claro na quinta-feira, 11 de abril, quando ele mandou a Petrobras suspender um aumento de 5,7% que havia anunciado para o diesel.

Economia fraca

A alegação do presidente foi a de que não era o momento para tal reajuste no preço dos combustível, uma vez que o governo está tentando manter uma boa relação com os caminhoneiros, que chegaram a ameaçar com greve,e por causa da economia fraca.

Por conta desse acordo com os caminhoneiros, o governo determinou que a Petrobras só aumentasse o valor do diesel num prazo mínimo de 15 dias, e não mais diariamente.

Dilma Rousseff, para quem não se lembra, segurou por muito tempo os preços dos combustíveis, pois acreditava que, dessa forma, conseguiria segurar a inflação que estava em disparada. Além de não conseguir conter o custo de vida, impôs perdas de mais de R$ 70 bilhões à estatal.

Os investidores, os mesmos que vinham incensando o governo, agora reclamam da "Dilma de calças". E estão batendo firme nas ações da Petrobras, que caem mais de 5% neste sexta-feira (12 de abril).

O Ibovespa, índice que mede a lucratividade das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), só não está caindo mais devido ao acordo fechado entre o Palácio do Planalto e o Centrão para votar a reforma da Previdência na semana que vem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Herculano
13/04/2019 06:24
ECOS DE DILMA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Jair Bolsonaro intervém no preço do diesel para agradar a caminhoneiros

Durou poucos dias a trégua que Jair Bolsonaro (PSL) parecia oferecer a seu governo. Deixada de lado a briga com o presidente da Câmara dos Deputados que dificultava a reforma da Previdência, o presidente fomentou uma nova crise com a decisão atabalhoada de intervir no preço do óleo diesel.

Nesta sexta-feira (12), o combustível deveria ficar 5,7% mais caro nas refinarias, como a Petrobras havia anunciado no dia anterior. Seria o primeiro reajuste desde o final de março, quando a estatal definiu que as mudanças do preço, destinadas a acompanhar as cotações internacionais, se dariam em prazos não inferiores a 15 dias.

Já na noite de quinta, porém, a empresa recuou por meio de uma nota vexatória, em que atribuía a nova orientação de suspender o aumento a supostos novos cálculos e considerações técnicas - e não a uma ingerência política.

A embromação foi logo desmoralizada. Um líder dos caminhoneiros - categoria que mais uma vez ameaça com uma paralisação desastrosa para o país - agradeceu de público a Bolsonaro. Mais tarde, o próprio presidente relataria sua participação no episódio.

"Já falei que não entendia de economia, quem entendia afundou o Brasil", justificou-se. A condução da medida mostra que seu despreparo transcende tal ignorância.

O chefe do Executivo se revelou vulnerável a pressões setoriais, sem ao menos buscar uma negociação transparente; minou a credibilidade do ministro da Economia e sua agenda liberal; de mais imediato, lançou dúvidas sobre a governança da maior empresa do país.

As ações da Petrobras despencaram, com perda de mais de R$ 30 bilhões em valor de mercado num único dia, enquanto voltava à memória a catástrofe produzida pelo intervencionismo de Dilma Rousseff (PT) - de quem Bolsonaro procurou se diferenciar na entrevista.

Aquela manipulava tarifas públicas na tentativa de conter a inflação e estimular a demanda; este se diz preocupado com os caminhoneiros e com "um preço justo para o óleo diesel". De boas intenções as crises econômicas estão cheias.

É razoável que se evitem reajustes diários dos combustíveis, para viabilizar o planejamento do transporte de mercadorias. Constitui despautério, entretanto, imaginar que uma estatal possa trabalhar com preços artificiais e absorver prejuízos por prazo indefinido.

Cedo ou tarde, como a experiência demonstra à exaustão, a conta chega à sociedade por meio de colapsos orçamentários, tarifaços, queda da confiança empresarial e escassez de investimentos.

Há meios de baratear os combustíveis com ajustes na tributação ou na concorrência. Nada disso é simples ou capaz de assegurar valores que os caminhoneiros considerem satisfatórios. Mais que aprender economia, Bolsonaro precisa saber negociar e, quando necessário, contrariar pleitos específicos em nome do interesse geral.
Herculano
12/04/2019 20:56
PETROBRAS JUSTIFICA MANUTENÇÃO DE PREÇO DO DIESEl

Conteúdo de O Antagonista. A Petrobras acaba de soltar uma nota em relação ao questionamento feito pela CVM sobre a decisão de adiar o reajuste do preço do diesel.

Segundo a direção da companhia, o adiamento do reajuste foi feito a pedido da União diante "das ameaças de início de uma nova paralisação" dos caminhoneiros.

"A Companhia revisitou sua posição de hedge e avaliou que as operações contratadas na quarta-feira (10/04/19) permitiam um espaçamento por mais alguns dias no reajuste do preço do diesel.

Diante desse cenário, a Petrobras decidiu, com base em avaliação técnica, que, por ora, não alteraria o preço do diesel, tendo comunicado tal decisão tempestivamente ao mercado."

Leiam a íntegra:

Esclarecimento

Em resposta ao Ofício, a Petrobras esclarece que, diante das informações crescentes acerca de uma possível nova paralisação de caminhoneiros semelhante à ocorrida no país em maio de 2018, a Diretoria Executiva, em 25/03/2019, decidiu alterar a periodicidade dos reajustes de preços do óleo diesel, que passaram ser realizados em intervalos não inferiores a 15 (quinze) dias, conforme comunicado ao mercado divulgado em 26/03/2019.

Independente disso, a Petrobras manteve os mecanismos de proteção, como o hedge com o emprego de derivativos, cujo objetivo é preservar a rentabilidade de suas operações de refino.

Desde então, a Companhia vem acompanhando, através do seu Comitê de Crise, o cenário de potencial movimento grevista e seus possíveis impactos para a Petrobras, semelhantes aos avaliados quando da greve dos caminhoneiros acima mencionada, como dificuldades logísticas, redução de carga em refinarias, com risco de eventual paralisação de operações e prejuízos diretos para os resultados da área do Refino e, consequentemente, para a área de Exploração & Produção, dentre outros.

Diante do anúncio de reajuste do valor do diesel em 5,7% realizado em 11/04/2019, e das ameaças de início de uma nova paralisação, a União alertou para o possível agravamento da situação e solicitou esclarecimentos à Petrobras sobre o reajuste proposto.

A Companhia, então, revisitou sua posição de hedge e avaliou que as operações contratadas na quarta-feira (10/04/19) permitiam um espaçamento por mais alguns dias no reajuste do preço do diesel.

Diante desse cenário, a Petrobras decidiu, com base em avaliação técnica, que, por ora, não alteraria o preço do diesel, tendo comunicado tal decisão tempestivamente ao mercado.

A Petrobras reafirma a manutenção do alinhamento do preço do diesel ao mercado internacional, com o preço médio em 2019 acima do PPI (Preço Paridade Internacional).

Fatos julgados relevantes serão tempestivamente divulgados ao mercado
Luiz
12/04/2019 14:43
Sr. Miro Sálvio...
Lamento informar...
O Serviço de Vig. Sanitária nem sabia que teria esse evento.. é q o serviço de comunicação da PMG parece ser MT eficaz... já tivemos outros contratempos neste quesito...
Mas qdo o animal (peixe) é comercializado vivo, a competência refere a outro órgão...
Qto ao local para com. Ficamos sabendo a partir de vosso "lembrete" agradeço...
Tenha certeza que não serão permitidas práticas abusivas de com. De gen. Alimentícios...
Miguel José Teixeira
12/04/2019 14:08
Senhores,

Na mídia:

"Vou para o enfrentamento público, e crime de amizade não existe, diz Temer"

Ã-rã. . . Na Bíblia está escrito: diga com quem tu andas e eu direi quem tu és!

Evidentemente que sou mais temer que a defenestrada dilmaracutaia.

Porém, entendo que ambos deveriam estar fazendo companhia para o presidiário lula, em uma prisão de segurança máxima!!!

Miro Sálvio
12/04/2019 12:05

Caro Herculano,
Me causa muita surpresa essa Sua informação, vinda da Prefeitura Municipal de Gaspar, e é Verdadeira, "Claro", passei e percebi uma Faixa mostrando a tal Programação da Feira do Peixe VIVO, Um absurdo a Prefeitura Municipal que tem Vigilância Sanitária, que tem Fiscalização de Serviços e (para perseguir poucos), Realizar a Feira do Peixo VIVO nesse Local, Imundo, Fedendo, sem qualquer Infraestrutura, um descaso com o Povo Gasparense.

Gaspar sem feira I
Em Blumenau e até Balneário Camboriú se você vai às tradicionais feiras-livres ou até sacolões, lá você encontra feirantes ?" produtores ou comerciantes ?" de Gaspar e muito especialmente os de origem no Distrito do Belchior. São reconhecidos pelo atendimento, produtos diferenciais, encomendas especiais e possuem clientes cativos há anos. Pois é! Como no dito popular, em casa de ferreiro, o espeto é de pau. Não é que Gaspar acabou com a sua mais tradicional feira aqui do Centro? Primeiro ela se "modernizou" no prédio e até virou uma tal "Casa do Agricultor". Depois foi fechada pela Justiça, a pedido do Ministério Público, por contrariar a lei. E não há quem se disponha a resolver o assunto tão simples. O espaço está lá, fechado, depois que o dinheiro do povo foi gasto. Um desperdício. Na semana que vem, parte das instalações até vai abrir, por excepcionalidade: será a tradicional Feira do Peixe Vivo.
Herculano
12/04/2019 11:53
da série: melhor não seria substituir derrotas pontuais, por essenciais? Ou alguém na política e na imprensa setorista acredita em papai-noel? Cada uma!

GOVERNAR SEM BASE VALE A TENTATIVA, MAS MOISÉS TERÁ QUE SE ACOSTUMAR A DERROTAS PONTUAIS, por Upiara Boschi, no Diário Catarinense, na NSC Florianópolis.

Na terça-feira o governador Carlos Moisés (PSL) voltou a dizer que a Assembleia Legislativa é a menor de suas preocupações - no sentido de formar uma base parlamentar para aprovar os projetos do governo. No dia seguinte, os deputados rejeitaram os vetos do governador ao orçamento, em especial a destinação de 10% do Fundo Estadual de Saúde para os hospitais filantrópicos e o pagamento das emendas impositivas herdadas da governo Eduardo Pinho Moreira (MDB).

Moisés tenta criar uma relação nova com a Alesc. Fala com todos os parlamentares e espera que as discussões possam ser pontuais, sem necessidade de um time coeso para defendê-lo. Considerando que nos últimos governos a manutenção de amplas bases parlamentares tornou-se um fim em si mesmo - criava-se uma ampla coalizão para permitir reformas que não saíam porque desagradavam setores da ampla coalizão - a tentativa é válida. Mas Moisés terá que se acostumar aos solavancos. E a derrotas pontuais.
Herculano
12/04/2019 11:45
RESPONSÁVEIS E IRRESPONSÁVEIS

Do ex-senador e ministro da Educação, no twitter:

Mais do que dividir os políticos entre esquerda e direita é preciso dividi-los entre responsáveis e irresponsáveis em relação ao futuro.Os primeiros têm dois compromissos: com educação de qualidade e com sustentabilidade ecológica e fiscal. Não ignoram Aritmética nem História.
Herculano
12/04/2019 11:35
TUDO ARMADO

Quem é leitor e leitora da coluna, sabia e leu que a audiência pública da Câmara no Distrito Belchior sobre a reurbanização da Rua Bonifácio Haedchen, era uma armação.

A vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, fingia que peitava o prefeito e Kleber Edson Wan Dall, MDB, apareceu lá como herói, pois tundo atrasado não tinha nenhum alternativa a não ser dar novo prazo que ele já deu para estar pronta a obra no ano passado. Agora, se ela ficar pronta, será às vésperas das eleições, onde estarão o prefeito e a vereadora
Herculano
12/04/2019 11:02
MARES REVOLTOS, por Eliane Cantanhêde, no jornal Folha de S. Paulo

Mais do que metas, a grande marca dos cem dias se resume a uma palavra: ideologia

Há dois balanços dos cem primeiros dias do governo Jair Bolsonaro: o do próprio Bolsonaro, que admite "mar revolto", mas vê "céu de brigadeiro", e o da opinião pública, que só vê o "mar revolto" que engoliu 15 pontos na popularidade do presidente.

O pacote de medidas de ontem foi uma clara tentativa de fugir de um balanço analítico e forçar uma contabilidade aritmética. Na solenidade, Bolsonaro confirmou o 13.º salário para o Bolsa Família, a independência do Banco Central e o polêmico ensino domiciliar.

Muito além dessas questões pontuais, que geram acalorados debates, a palavra-chave dos cem dias de Bolsonaro é: ideologia. Enquanto condena o excesso de ideologia da era PT, o presidente se pauta, a cada ato, a cada fala, a cada viagem, exatamente por um excesso de ideologia. Só que do avesso.

Isso causou os piores momentos e as maiores críticas ao início do governo, com a divulgação de um vídeo asqueroso contra o Carnaval, os elogios chocantes aos ditadores sanguinários Stroessner e Pinochet, a constrangedora opinião de que o nazismo era de esquerda, a veneração quase infantil a Donald Trump, a reinvenção da diplomacia nas relações com Binyamin Netanyahu. Além de reinventar a história, Bolsonaro trouxe para a Presidência as suas crenças pessoais.

O nome mais simbólico desses cem dias não foi de nenhum ministro, como Paulo Guedes ou Sérgio Moro, nem mesmo do próprio presidente. Todas as tentativas de decifrar a "nova era" passam por Olavo de Carvalho, o guru do bolsonarismo e agora eminência parda do governo, capaz de encantar os filhos de Bolsonaro, de sentar-se no lugar de honra de um jantar para o presidente, de xingar o vice Hamilton Mourão e generais do governo. E mais: de nomear os ministros das Relações Exteriores e da Educação, grandes responsáveis pelo "mar revolto".

É por excesso de ideologia que o MEC está como está, o Itamaraty refaz a história e promove dança de cadeiras, o vice, os generais e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, têm de consertar os erros com a China e o mundo árabe. E o que Bolsonaro ganha com isso? Nada além de dor de cabeça e apoio de quem já o apoia.

Um destaque nos cem dias é, inequivocamente, a desenvoltura dos três filhos mais velhos do presidente. Flávio recuou diante das confusões do motorista todo-poderoso. Eduardo arvorou-se chanceler e infiltrou sua turma por toda parte, até na Apex, como denuncia o embaixador Mário Vilalva, o segundo presidente do órgão a ser defenestrado em três meses.

Quanto a Carlos, que se refestelou no Rolls-Royce presidencial na posse: ele cuida da infantaria e da cavalaria da internet. A campanha acabou, mas o "menino" continua brincando de games contra inimigos de "esquerda". Aparentemente, todo mundo que não é bolsonarista é de "esquerda", "petista" ou "comunista".

Intrigante é Bolsonaro querer "uma garotada que não se interesse por política". Como assim? A política move o mundo. Aliás, seus três filhos são políticos e ele chegou a emancipar Carlos, aos 17 anos, para disputar um mandato e virar político. O que é bom para seus filhos não é bom para os filhos dos outros?

A grande aposta do presidente, porém, nada tem de ideológica: é a reforma da Previdência, que não é de esquerda, centro ou direita, nem mesmo do seu governo. É do País.

Até aqui, as previsões de crescimento da economia caem, mês a mês, enquanto o desemprego resiste, desesperador. Um sintoma de que a reforma vai ser aprovada e inverter essa tendência é a pergunta que passou a circular fortemente em Brasília: e depois da reforma, como vai ficar o governo Bolsonaro? Taí, é uma boa pergunta.
Herculano
12/04/2019 10:54
OS DEPUTADOS E SENADORES QUE ELEGEMOS COM OS PESADOS IMPOSTOS QUE ESTÃO FALTANDO A SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, OBRAS, PREVENÇÃO - NÃO OS DO PT, PSOL, REDE, PSB, PDT, PCdoB NATURALMENTE DA ESQUERDA DO ATRASO -, MAS OS QUE SE DIZEM CONSERVADORES, LIBERAIS E A FAVOR DE DESTRAVAR A ECONOMIA PARA GERAR MAIS EMPREGOS E OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTOS - COMO OS DO MDB, PSD, PP, PR, PRB E OUTROS DO CENTRÃO -, ESTÃO CHANTAGEANDO OS BRASILEIROS PARA NÃO VOTAR A PREVIDÊNCIA, AS REFORMAS E PUNIR OS LADRõES DO DINHEIRO PÚBLICO.

A BRIGA DELES COM O PRESIDENTE DA REPÚBLICA JAIR MESSIAS BOLSONARO, PSL, É PARA ELES SALVAREM OS PRIVILÉGIOS DELES, EM NOME DO POVO, QUE PAGA TUDO. WAKE UP, BRAZIL!

Fabio
12/04/2019 08:59
Gaspar sem feira - Parabéns pela reportagem Herculano, mais uma das atrapalhadas da nossa cidade feita por políticos.

Gaspar sempre atrás!!! A frase "Por que facilitar se da para complicar" faz jus aos governantes.
Parabéns Luiz Carlos Spengler Filho, você é mais um que ao invés de levar a solução fez por picuinha uma denúncia que quem perde são os feirantes e os Gasparenses.
Em Blumenau as Feiras Livres além de atenderem bem sua população, são visitadas por turistas do Brasil todo.
É uma maravilha, a quem diga que ir na feira é um momento desestressante, encontram amigos, atendimento humano e alguns até brincalhões e piadistas, sem contar com os produtos fresquinhos.
Herculano
12/04/2019 07:48
TRAGÉDIA ANUNCIADA

Coquetel de problemas se misturam e explodem. E as vidas são os preços desta irresponsabilidade

Dois prédios desabam no Rio de Janeiro - a cidade dominada pela bandidagem - e outros estão ameaçados.

As construções eram irregulares, e a regularidade para a construção foi dada pela milícia, e não pelo estado.
Herculano
12/04/2019 07:31
DOUTOR

De Fernão Lara Mesquita, no twitter

Parabéns ao governo Bolsonaro pelo decreto q extingue os detestáveis "vossa excelência" e outros títulos de nobreza no serviço público. Será que pega? No Congresso? Nos tribunais? Deviam fazer como nos Estados Unidos onde quem aceita título de nobreza perde a cidadania americana.
Herculano
12/04/2019 07:24
DESÂNIMO, A MAIOR OBRA DOS CEM DIAS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Avaliação presidencial, mercado, confiança na economia, paz política: tudo piora

A barulheira virtual abafa várias notícias do mundo dos fatos da economia e da política, que seguem devagar quase parando e malparados, no entanto.

No universo do trabalho, dos negócios, das empresas e das expectativas, o assunto mais relevante dos cem dias do Brasil sob o governo de Jair Bolsonaro foi a estagnação produtiva e a reversão dos ânimos políticos e econômicos.

As empresas levantaram menos dinheiro no mercado de capitais neste primeiro trimestre do que no início de 2018 (venda de novas ações, empréstimos via debêntures e outros títulos, captações no exterior etc.). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (11) pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

O custo e o risco de levantar capital estão mais altos, em suma.

A CNI (Confederação Nacional da Indústria) rebaixou sua previsão de crescimento do PIB industrial para 2019 de 3% para 1,1%, também nesta quinta-feira. Reduziu sua estimativa do crescimento do PIB de 2,7% para 2%. Ainda está até otimista. O pessoal de consultorias e bancos já começa a chutar na direção de 1,5%.

Como já se sabia, de resto, também a confiança de consumidores e empresários regrediu, a perspectiva de melhoria no mercado de trabalho se aproxima de zero e o crescimento do PIB no primeiro trimestre deve ter ficado por aí. Não é sinal de que a atividade econômica esteja embicando inevitavelmente para baixo, mas é um aviso de que o caldo está entornando rápido.

A inépcia do governo degrada um pouco as condições financeiras (juros, Bolsa, câmbio, risco), mas já por tempo bastante para causar incômodo e, daqui a pouco, efeitos reais na economia.

A irritação começou no terço final de março, quando o presidente e sua guarda ideológica fizeram questão de criar caso com lideranças no Congresso que se tinham declarado aliadas do governo, tal como Rodrigo Maia, presidente da Câmara, mas não apenas.

A desaceleração da economia no primeiro trimestre nada tem a ver com Bolsonaro, mas a degradação de expectativas é sim obra do novo presidente e do núcleo puro do bolsonarismo.

Dá para virar o jogo: a cada dia, seu tormento. Mas o governo não falha em dar tiros no pé ou na testa, diariamente.

Não é este o governo do ajuste fiscal? Bolsonaro então diz que vai cumprir a promessa de anistiar dívidas previdenciárias de ruralistas, por baixo R$ 12 bilhões, dinheiro que não tem nem de onde tirar (e, se o fizer, deve burlar a lei fiscal ou a orçamentária).

Para piorar, contraria seu próprio Ministério da Economia.

A Câmara anuncia que vai tocar uma reforma tributária razoável e respeitada, um projeto liderado pelo economista Bernard Appy.

Gente do governo diz então que quer aprovar uma outra, que pode até incluir uma espécie de CPMF, ideia que costuma causar revolta ou escárnio na elite econômica.

O governo anuncia que quer aprovar a autonomia do Banco Central, projeto "pop" entre o eleitorado bolsonarista de elite, mas nem isso dá certo, pois a Câmara já tem um projeto seu e se sentiu outra vez esnobada ou atacada pela falta de modos políticos do governo.

As conversas do presidente com lideranças partidárias até agora não surtiram efeito maior, se algum. O centrão continua entre ressabiado e avesso ao governo, o PSL presidencial ainda é uma bagunça e não há quadros bastantes no Planalto e no Congresso para articular uma coalizão partidária.

Até agora, a maior obra do governo foi o desânimo.
Herculano
12/04/2019 07:17
PICUINHA DA OPOSIÇÃO, POR NADA

Do eex-candidato a presidente e ex-ministro da Educação, Fernando Haddad, PT, no twitter:

"Ao priorizar ensino domiciliar, Bolsonaro foca 0,02% dos estudantes da Educação Básica".

Bom se é 0,02% qual a razão se fazer um estardalhaço tão grande e contra isso? É falta de assunto? Por que não se foca naquilo que é essencial, os milhões de estudantes fora da escola e sem o privilégio do ensino em casa?

A oposição e o PT no Brasil são uma piada pronta.
Herculano
12/04/2019 07:08
PRENDER POR DELITO DE OPINIÃO, AINDA QUE EM SEMIABERTO, É RETROCESSO INOMINÁVEL, por Luiz Francisco de Carvalho Filho, advogado criminal, presidiu a Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos Políticos (2001-2004), no jornal Folha de S. Paulo

Liberdade de expressão só é perigosa quando descamba para ameaça ou põe em risco vida, integridade física ou patrimônio

Não li e não gostei. A sentença que condena Danilo Gentili a seis meses e 28 dias de prisão, em regime inicial semiaberto, é aberração.

Não vi a ofensa proferida contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS) e não pretendo ver. Dizem que o humor de Danilo Gentili é horroroso, de extremo mau gosto. Eu acredito. Mas a TV aberta não vive sob o império do mau gosto?

Imagino que a juíza federal, ponderada, tenha afirmado que a liberdade de expressão é um direito fundamental, fazendo a ressalva, no entanto, de que há limites: abusos são inaceitáveis. Bobagem. Se não fosse pelos abusos, a liberdade de expressão não precisaria ser protegida.

A liberdade de expressão só é perigosa quando descamba para a ameaça ou quando põe em risco vida, integridade física ou patrimônio de alguém. Xingamentos e zombarias fazem parte do jogo, principalmente contra figuras públicas, governantes ou agentes políticos: Maria do Rosário é parlamentar, está no poder (ainda que transitoriamente no campo oposicionista) e é sustentada com recursos pagos pelo contribuinte brasileiro.

Nos julgamentos por crimes contra a honra prevalece sempre a subjetividade. Não há critério objetivo capaz de distinguir o que é lícito e o que é ilícito em matéria de opinião.

Normalmente a ideologia política é o fio condutor das decisões judiciais.

Se a mesma grosseria proferida contra a deputada petista fosse dirigida, por exemplo, pelo humorista Gregório Duvivier contra, por exemplo, a mulher de Eduardo Cunha (ridicularizada em redes sociais por gastos com cartão de crédito patrocinados pela corrupção do marido), não estaríamos mais a falar de injúria, mas de algo engraçado. Não é verdade?

Maria do Rosario #LulaLivre
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@mariadorosario
A condenação do Sr. Danilo Gentili deve ser lida como uma convocação à sociedade para retomar o respeito, o bom senso no debate público, nas redes sociais e na vida. Compartilho trecho da sentença.

Informações e privacidade no Twitter Ads
A mesma juíza, provavelmente, ou outro magistrado qualquer, poderia reconhecer que no humor contra a mulher de Cunha, mesmo quando de mau gosto, o animus jocandi afasta a intenção ofensiva.

Um dos filhos ridículos do presidente ridículo Jair Bolsonaro protestou no Twitter contra a condenação de Danilo Gentili perguntando se a decisão judicial é uma piada. Se a mulher de seu pai fosse destinatária do mesmo humor, ele provavelmente estaria indignado, exigindo justiça.

Recentemente, o deputado Zeca Dirceu (PT-PR) debutou no Congresso Nacional atribuindo ao ministro da Economia a condição de "tigrão" com pobres e "tchuchuca" com ricos, fazendo apologia de funk machista, vulgar e esteticamente medonho. Aposto que Maria do Rosário, assim como Lula, achou graça. Eu não achei.

Prender alguém, ainda que em regime semiaberto, por delito de opinião é um retrocesso inominável. É o que fez a ditadura militar no Brasil. Não importa se o humorista é de esquerda ou de direita, politicamente correto ou não. É o que fazem regimes autoritários, como o de Nicolás Maduro (Venezuela) ou o de Recep Tayyip Erdogan (Turquia).

A sentença judicial contra o humorista será reformada. Aparentemente, não há risco de Danilo Gentili ser encarcerado. Mas o efeito deletério da decisão se propaga como rastilho de pólvora estimulando obscurantismo e autocensura.
Herculano
12/04/2019 06:50
CORPO-MOLE DE MAIA VIROU INSPIRAÇÃO NO GOVERNO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta sexta-feira nos jornais brasileiros

Em vez de irritação, o mais recente mimimi do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), com ameaças veladas à reforma da Previdência, transformou-se em motivação. Agora, para a turma que atua na articulação do governo Bolsonaro, é questão de honra viabilizar a aprovação da PEC ainda que Maia faça corpo mole. Há dias, ao ser indagado sobre articulações da reforma, Maia lavou as mãos: disse que o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) é quem tinha de responder isso.

MULHER DE MALANDRO
Maia disse ainda que não é mulher de malandro para ajudar na reforma enquanto "apanha" dos apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais.

DESEJO DIFÍCIL
É como se agora Rodrigo Maia exigisse de Bolsonaro "imunidade" junto aos seus milhões de seguidores nas redes sociais.

SEM ONDA
A orientação é não entrar na "onda" de Maia, por isso logo após o mais recente chororô, só ouviu elogios do presidente, no ato dos prefeitos.

NADA DE PRETEXTOS
O plano dos articuladores do governo é não dar pretextos para Maia se afastar, tampouco dispensar sua ajuda na aprovação da reforma.

SISTEMA VALE MAIS QUE DOCUMENTO ORIGINAL NA MÃO
A Polícia Federal parece ter decidido que informações "do sistema" têm mais valor que documentos originais emitidos por instituições públicas. No Rio Grande do Norte, um cidadão teve a emissão do passaporte negada, apesar de estar com todos os documentos (originais e cópias) exigidos pela PF, porque os dados da dispensa militar "não estavam no sistema" consultado. O certificado emitido pelo Exército foi ignorado.

É MOLE?
O cidadão foi orientado a ir à junta militar inserir os dados no sistema e ainda teve de pagar R$ 17,08 pela 2ª via do documento que já possuía.

NA PRÁTICA, SEM TEORIA
A PF afirma oficialmente que "de posse do documento original" dados podem ser preenchidos normalmente. Na prática, a teoria foi ignorada.

ATÉ NA PF
Indignado, o cidadão diz não acreditar que a "desculpa do sistema fora do ar", ouvida em vários órgãos públicos, chegou à Polícia Federal.

PÁSCOA EM CANA
Ainda sonhando com a reversão da condenação no caso do tríplex no STJ, Lula viu o julgamento do recurso adiado para depois da Páscoa. É que, por motivos pessoais, o ministro Marcelo Dantas faltou à sessão.

SEM TOLERÂNCIA
No centésimo primeiro dia de governo Bolsonaro, a rede inglesa de notícias BBC e outros veículos já decretaram o fim do período de "lua de mel" da população brasileira com o presidente Jair Bolsonaro.

NADA DE JABUTICABAS
Comissão que analisa abertura do setor aéreo a empresas estrangeiras teve outra reunião adiada. Favorável, o relator senador Roberto Rocha (PSDB-MA) já rejeitou 21 enxertos à MP que moderniza a aviação civil.

SAFRA RECORDE
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou ontem a estimativa da colheita 2018/2019 em 235,3 milhões de toneladas, resultado que deve ficar entre os recordes de safra na História do país.

MEMóRIA DE ELEFANTE
Em dia de críticas ao fundo bilionário da Lava Jato, o deputado Rogério Correia (PT-MG) mostrou que não esqueceu o powerpoint de Lula. "Se fizermos uma CPI disso, o Deltan Dallagnol sairia daqui preso", disse.

CONTA COM O PIOR
A líder do governo Joice Hasselmann (PSL-SP) não quer "viagenzinhas prolongadas de deputados com a família" atrapalhando a PEC da Previdência. Ela se diz disposta a trabalhar até na madrugada.

FORMA FÁCIL
O diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, defendeu ontem o caso de emissoras de cartões crédito. Segundo ele, "o cartão de crédito tem que ser usado desta forma: pague no dia da fatura." Para quem recebe mega salários do governo, essa forma é fácil.

CONSCIÊNCIA CÍVICA
Para evitar fake news sobre ações Legislativas e Judiciárias, a Câmara Municipal de João Pessoa fechou parceria com o TRE para integrar ações em escolas públicas e explicar a jovens a função de cada Poder.

PERGUNTA NOS CORREDORES
Seria o recém-descoberto buraco negro o paradeiro do sumido ex-senador e deputado federal Aécio Neves?
Herculano
12/04/2019 06:41
da série: o vale tudo para ser inútil, quando lhe falta razão, e "çabios" precisa manipular analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos

CONTRA BOLSONARO, PT SE REBAIXA E APOSTA EM DEBOCHE INFANTIL

Petistas entram no ringue da baixaria e replicam métodos que criticam no rival

O PT fez farra para divulgar um bilhete em que Lula dava parabéns a Zeca Dirceu pela provocação feita a Paulo Guedes na semana passada. "Eu fiquei tão orgulhoso de você que vou aprender a música da tchutchuca e do tigrão. Kkkk", dizia a nota assinada pelo ex-presidente.

A chancela do petista confundiu os políticos do partido. Alguns deputados tinham ficado incomodados com o episódio. Eles acreditavam que a sigla ganharia mais se deixasse o deboche de lado e enfrentasse o governo com argumentos sérios. A gargalhada de Lula, porém, fortaleceu a turma que aposta nas práticas do jardim de infância.

Depois de ver Jair Bolsonaro ser eleito dando uma banana para o "politicamente correto", propagando absurdos e desferindo ataques repugnantes para fazer sucesso nas redes sociais, alguns petistas parecem estar atrás de suas próprias curtidas.

PT Brasil
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@ptbrasil
O presidente @LulaOficial saúda o deputado @zeca_dirceu (PT-PR) e toda a #BancadaDoPovo pela atuação na audiência com Paulo Guedes na audiência da Câmara da última quarta (3). Não à reforma da Previdênca de Guedes, Bolsonaro e os banqueiros!

Até o professor universitário Fernando Haddad desceu para a hora do recreio. Nesta quinta (11), ele bateu boca com Carlos Bolsonaro pelo Twitter. Depois que o filho do presidente fez mais um xingamento repulsivo ("Chora, marmita!"), o petista retrucou. "Priminho tá bem?", escreveu, tentando alimentar um boato sobre um suposto relacionamento entre o vereador e seu primo.

A oposição coloca um pé no ringue da baixaria. Na quarta-feira (10), em uma audiência na Câmara com a ministra Damares Alves, a deputada Érika Kokay reclamou do desmonte de órgãos do governo e ironizou: "Nem todas as meninas vítimas de violência podem ser salvas por um Jesus na goiabeira". Damares conta que foi vítima de abuso sexual e que teve uma visão quando foi até uma árvore para tentar o suicídio.

Além de ser uma perda de energia, o achincalhe ainda rebaixa um partido que se orgulha de sua reputação em torno da defesa de minorias e dos direitos humanos. Sem liderança, a sigla replica os métodos que critica em seus adversários. Diante de um governo que dá motivos de sobra para críticas, os petistas chegam a perder a razão.

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