26/11/2018
Primeiro ato: o delegado Paulo Norberto Koerich nasceu em Blumenau. É circunstancial. Era onde os gasparenses nasciam e por uma imposição legal, era lá que tinham que ser registrados quando isso acontecia. Esclareço isso, para que não se reste a menor dúvida. Fui cobrado pelos leitores e leitoras num suposto erro. O doutor Paulo como é chamado entre os seus, é identificado com Gaspar e grato a Blumenau que o projetou na carreira policial. Eu discordo: foi o berço humilde, o de superação de dificuldades, aliada à oportunidade e à competência – e que alguns definem erradamente como sorte – que o fez uma referência naquilo que tinha no sangue desde as brincadeiras de criança. A família é daqui. Ela mora aqui. Ele também.
Segundo ato: não vou escrever sobre a competência dele, mas sobre a oportunidade não só a dele. A primeira, penso que é indiscutível até para os que foram alvejados por ela nas ações e inquéritos em que participou ou liderou; e não seria por outro motivo – que não a competência - a escolha dele para ser delegado geral dos catarinenses. Já a segunda – a oportunidade - é algo inerente de quem enxerga o futuro diferente do passado e reescreve uma nova história para ampliar os seus feitos. O delegado Paulo Norberto Koerich está diante de um novo desafio, num governo cheio de promessas de mudanças, como também nas dificuldades para superá-las; e ainda não sabe bem como sair dessa obrigação. E se não bastasse, o novo delegado – como qualquer outro indicado -, estaria em ambientes corporativos minados; ovos de cascas finas se espalham e alguns vão ser quebrados sem querer ou propositadamente nas escolhas; a indicação de Paulo Norberto, na verdade, é um teste para medir a temperatura de tudo isso.
Terceiro ato: não vou discorrer sobre o currículo do novo delegado geral de Santa Catarina; é extenso, apesar de jovem. Vou pinçar alguns trechos, ou um especial, até da minha convivência e que deixei muito tempo lá atrás, na busca de outras oportunidades e ter histórias próprias pelas nossas escolhas e caminhos diferentes que decidimos trilhar. Oficialmente, já estou aposentado, apesar de trabalhar como poucos. Esse negócio de relatar currículo fica para a notícia factual e à competente redação do Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o líder de circulação e da mais credibilidade em Gaspar e Ilhota.
Quarto ato: como lhes escrevi, a oportunidade é a que nos define como os únicos responsáveis pelos caminhos e resultados que empreendemos; só de nós depende à avaliação da oferta, ou aliar à nossa competência, à circunstância, à necessidade de resultados e rejeitar o exercício do poder pelo poder, títulos, relacionamentos convenientes e que nos é tentador a todo momento; o poder, os títulos e oportunistas que nos cercam, isto sim, sempre nos deixa expostos às nossas fraquezas, comprometem às nossas virtudes, o reconhecimento bem como a boa imagem que sempre projetamos ficticiamente.
Quinto ato: O primeiro desafio que compartilhei com o então estudante de Direito na Furb, de Blumenau, foi um projeto político marcante – até certo ponto, inclusive na decepção, pois restou o principal deles, o aprendizado – em Gaspar: o dele ser o chefe de Gabinete do então prefeito, o professor Francisco Hostins, PDC (1989/92). Paulo Norberto tinha 23 anos e desbancou – pela sua competência, foco no resultado, gestão de conflitos e unidade de grupo -as então velhas raposas daqui. Da sua obrigação, deu dinamismo, mas acabou sendo tragado pela autoconfiança da equipe de profissionais criada unicamente para resultados. Foi uma gestão municipal de apenas dois anos; é a única até agora, mesmo para os que não viveram naquela época, referência para a cidade; quase um mito; é lembrada e prometida para ser imitada ou repetida, mas que ninguém conseguiu até agora...
Sexto ato: qual era o currículo de Paulo Norberto Koerich quando a chefia de gabinete da prefeitura de Gaspar se apresentou com uma oportunidade? Ex-recruta do 23º Batalhão de Infantaria, ex-estagiário do Citibank e Banco do Brasil – em Blumenau. Paulo integrou uma equipe que tirou em dois anos Gaspar do lodo. Estabeleceu-se uma marca de gestão de resultados fundamentais para a sociedade em um prefeito sem qualquer experiência administrativa, sem expectativa para tal, a não ser pela equipe que aceitou e à promessa que fez aos eleitores em nome dela. A equipe pagou um preço caro pelo sucesso, à auto-confiança e principalmente à auto-proteção de um de seus membros sob dúvidas. Ela, foi simplesmente engolida e destituída pelos políticos quando a cidade já nadava na fama e já não precisava tanto dos profissionais apolíticos que a tiraram do atoleiro. Gaspar privou-se da evolução; atendeu aos grupos políticos de sempre; eles passaram a dominar o governo de Hostins. Mais: passaram a perna no então prefeito que não teve mais a chance de se candidatar a nada; mesmo com a fama que carregou por toda a vida. Infelizmente, uma oportunidade perdida para todos. É história. É passado. São lições.
Sétimo ato: Então está provado que a competência por si só não basta, e principalmente, aos bem-intencionados. É preciso mais do que isso: a de cortar na própria carne para se preservar o senso de oportunidade e resultados de uma equipe para a coletividade. Políticos são antes de tudo, oportunistas e não estão nem aí para a competência dos que indicam (e derrubam sem pudor, por intrigas e até conveniências de todos os tipos), não respeitam currículos e muito menos os mais fragilizados, normalmente, os que mais ganham com os resultados dos competentes técnicos, profissionais e altruístas. A sede e a disputa do poder removem a competência do cerne dos resultados. E nas urnas deste outubro pediu competência e mudanças. Elegeu um governador fora do cesto de políticos tradicionais. E o delegado Paulo Norberto Koerich pode representar à prevalência do técnico sobre o político partidário. Ressalto: pode!
Oitavo ato: Exemplo de como se perde a oportunidade protegendo o erro e os errados por mais competentes que possam ser, o então chefe de gabinete da prefeitura Gaspar já o tem desde 1991. E parece que aprendeu a lição. Depois de entrar para a Polícia Civil chegou ao que parecia ser o topo da carreira: delegado regional em Blumenau e Joinville; mas preferiu voltar a ser simples delegado em Ilhota e Gaspar para a sede de poder não lhe tragar. Preservou-se. Foi chefe de gabinete do então secretário de Justiça, o promotor linha dura Luiz Carlos de Carvalho (morto em 11 de junho de 1999 num acidente aéreo, onde Koerich desceu do helicóptero no meu da viagem entre Joinville e Florianópolis, para vir à sua casa em Gaspar); perdeu a chance de ser o diretor geral no governo de Raimundo Colombo, PSD, quando a saúde lhe traiu e preferiu representar a classe; foi do Gaeco em Blumenau, com o também promotor linha dura Odair Tramontim e que estava mapeado para ser o secretário da Justiça de Gelson Merísio, PSD. Saiu, exatamente para se preservar do embate político partidário; veio dar novamente na sua Gaspar para esperar a vez, a oportunidade.
Nono ato: nada será fácil ao futuro delegado geral Paulo Norberto Koerich. A Polícia Civil – e não é um retrato de Santa Catarina – sofre na sua imagem. Tornou-se retalhos político-partidário e de grupos de delegados na busca de poder. A eficiência técnica há muito lhe escapou. A inteligência também e se a possui, não a vende bem. Facções - catarinense e de fora - bem como o crime organizado como um todo, prosperaram. Mas, serão essas duas únicas performances – competência técnica e inteligência - que permitirão o retorno do brilho à corporação nesse ambiente de exigências do eleitorado pagador de pesados impostos e exposto aos criminosos de todos os tipos. Atuar antes. Criar um ambiente não apenas de solução – o que já seria um avanço e tanto -, mas de antecipação – o que daria uma sensação de recompensa à sociedade e de dúvidas aos bandidos. Outra. O governador vem de um espaço militarizado da Segurança Pública – coronel no Corpo de Bombeiros de onde alçou à reserva - e reduto de questionamentos à polícia civil. A indicação, e por primeiro de Paulo Norberto Koerich, é uma sinalização da técnica do bombeiro Moisés sobre um lugar tomado de fagulhas. Ali e ele sabe, qualquer sopro se tornará um incêndio sem controle. É uma oportunidade ímpar para ambos.
Décimo ato: e antes de encerrar. O exemplo que o então chefe de gabinete do prefeito Francisco Hostins experimentou em Gaspar, serve ao próprio novo governador. Uma equipe técnica sólida e bem liderada – e não comandada – trazem resultados surpreendentes que causam ciúmes e até – pasmem! -, revoltas sórdidas e silenciosas dos políticos para a retomada do poder. Cuidado! E eficiência é resultado esperado do novo governo pela sociedade. Em Gaspar o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, por exemplo, possui a palavra “eficiência” na propaganda oficial. No resultado, pelas escolhas política que fez, onde desprezou os técnicos e os competentes, está metido numa cobrança sem paz que já domina as redes sociais, canal pelo qual achou que venceria a batalha da comunicação. A realidade – hoje - é também cruel com os políticos que desprezam os técnicos como meio de atingirem os seus resultados políticos. Tardiamente, Kleber quer refundar o governo...
Décimo primeiro ato: sou fã de Paulo Noberto Koerich, não de uma amizade que já se perdeu há décadas por caminhos de oportunidades diferentes que trilhamos desde aquele fim da década de 1980. Mas, como catarinense. Afinal, o acerto dele – que não será fácil por tudo o que escrevi – é a segurança de todos nós, e principalmente, daqueles vulneráveis pela violência de todos os tipos. A capacidade dele estará à prova. E só a motivação aos competentes, aos técnicos, aos jovens, aos audazes, aos que querem mudar a imagem da Polícia Civil e o reconhecimento dos capazes, dará nova dinâmica à corporação e percepção à sociedade de que algo mudou. E para isso terá, obrigatoriamente, que privilegiar às práticas técnicas e à inteligência do aparelho policial. Terá, ao mesmo tempo que diminuir os ranços entre as polícias Civil e a Militar. Não vou lhe desejar boa-sorte, por discordar dela com fator de sucesso – competência e oportunidade - de um profissional qualificado. “ Exerça com todas as suas prerrogativas e sabedoria essa boa-oportunidade em favor dos catarinenses, doutor Paulo”.
O cancelamento de uma viagem mensal à cata de diárias; dezenas de telefonemas da mulher Leila; um pedido de desculpas ao vivo na Câmara; um erro processual e um voto cabalado pelo presidente do diretório estadual do MDB, o deputado Federal Mauro Mariani, junto ao vereador Ciro André Quintino, MDB, devolveu à tranquilidade momentânea ao mandato do prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, naquela sessão da terça-feira, dia seis de novembro. Mas, quase que isso tudo não acontece.
Era segunda-feira, dia cinco de novembro.
O prefeito de Gaspar, Kleber, como faz quase todos os meses como rotina, estava de malas prontas para ir a Brasília. E mais uma vez, sem avisar previamente à população – a quem deve prestar contas e dar transparência dos seus atos.
Mesmo eu estando longe de Santa Catarina naquele dia, e rompendo o silêncio da imprensa que vive no gabinete do prefeito, secretários e assessores e não percebem a agenda da manga, no final daquela segunda-feira até noticiei a viagem – na área de comentários - aos leitores e leitoras da coluna, baseado em fontes de Florianópolis, da prefeitura de Gaspar e até numa publicação da rede social do secretário de Assistência Social, Santiago Martin Navia. Ele se exibia para a viagem com o chefe.
No dia seguinte, leitores e leitoras da coluna rebatiam à minha informação no whatsapp. Fui atrás. Kleber tinha desistido, mas deixava uma ponta de dúvida aos interlocutores que o questionavam, insinuando que eu teria dado a informação errada. Jogo dos políticos para intencionalmente descreditar contra a imprensa séria e que não se estabelece no compadrio ou submete às migalhas. Provei que a informação da coluna estava certa. Ele é quem tinha desistido de viajar, já em Florianópolis e a caminho do aeroporto. É só olhar as passagens compradas.
E tem mais. Esta história eu ainda não lhes contei. Reservei-a. E é por isso que volto ao tema. E por que? Ela mostra como os bastidores do governo estão cheios de dúvidas, tramas e fogo amigo.
Kleber estava na Capital e emcarcaria para Brasília no início da noite daquela segunda-feira para cumprir uma desconhecida agenda para os gasparenses, a partir de terça-feira.
Antes, porém, resolveu ir a alguns contatos políticos e administrativos em Florianópolis. A favor de Gaspar e do seu mandato. Entre eles, com o pessoal do diretório estadual do MDB. É que no final da semana tinha dado entrada na Câmara uma denúncia de “assédio moral” do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar – Sintraspug.
Se fosse aceita, por votos de uma maioria simples, a peça denunciatória se tornaria um processo investigativo numa comissão temporária especial da Câmara, com inicialmente 30 dias para a apuração, depois de escolhido os seus membros. O prefeito, em teoria, ficaria em minoria. Isto sem contar as surpresas que poderiam surgir no decorrer do processo que poderia dar em nada, uma reprimenda pública ou até algo mais complicado como o afastamento do exercício do mandato, num embate jurídico complicado.
O VOTO DE CIRO
Se daria alguma coisa que impediria o prefeito de governar? Dificilmente, na minha avaliação. Entretanto, se aceita a denúncia do Sintraspug, viraria um longo desgaste político e público, negociações, chantagens, num governo que está sob questionamento devido aos resultados que prometeu e ainda não entregou. Se Kleber não tem uma marca, ficaria com uma para o palanque de outubro de 2020.
Resumindo. Um telefonema dado pelo gabinete de Mauro Mariani ao vereador Ciro André Quintino, MDB, revelou à fragilidade em que o governo de Kleber está metido no seu próprio círculo de apoio e que está em minoria na Câmara por uma barbeiragem do exercício político do poder de plantão. Havia dúvidas, naquele momento, sobre o voto de Ciro neste assunto. Ele poderia destoar da composição que o governo fazia com alguns da oposição, exatamente para barrar o assunto logo de cara na primeira sessão e era o embrião da retomada da maioria da Câmara para dar ao menos no ano que vem um mínimo de estabilidade ao governo de Kleber.
Bateu o desespero. A dona Leila lhe telefonava seguidamente. Orientado, e bem orientado nesse caso por gente de Florianópolis, Brasília e próximos daqui, de Florianópolis, Kleber voltou para Gaspar. Deixou Brasília para trás. Fez o simples, o óbvio. Desceu do pedestal e foi fazer política. Foi a campo na terça-feira. Foi salvar o mandato. Foi à Câmara naquela noite. Foi à tribuna – onde já foi vereador e presidente da Casa - e fez um pedido formal de desculpas aos servidores, à cidade e aos vereadores.
Desarmou o discurso político, isso sem contar que o pedido para o enquadrar no erro estava com vício de origem. O que se pediu na Câmara não poderia ter sido feito pelo Sintranspug, mas por servidores, cidadãos e até pela própria presidente do Sindicato, a Lucimara Rosanski Silva.
O resultado da votação daquela noite, todos sabem. Ciro votou a favor de Kleber e parte da oposição o salvou.
Publicamente, Ciro nunca disse que votaria contra. Entretanto, todos – na cidade e principalmente no governo de Kleber - sabem que Ciro quer ser mais que vereador reeleito outra vez. É espaçoso. Se Kleber for ainda bem-sucedido, Ciro não terá espaço nem dentro e nem fora do MDB para seus voos e planos. E nessa eventual oportunidade de troca dentro do próprio MDB, corre por fora o presidente licenciado do partido de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, o prefeito de fato e que está estacionado na Saúde. Se Kleber continuar a patinar, não será ninguém do MDB e PP. E é aí que Ciro não sabe se fica ou corre.
E para encerrar. Se Kleber ficar esses dois anos que lhe resta mais focado no exercício político, ganhará mais do que indo a Brasília. Se ouvir o óbvio e menos quem o fez errar até aqui, avançará. A primeira lição prática ele já teve. Casa abandonada pelo dono sugere invasão. Por pouco ele não trocou Gaspar por Brasília, de onde ouviria a notícia de que estava a caminho de uma investigação na Câmara. Quem mesmo orienta o governo de Kleber. Acorda, Gaspar!
O encontro do PSL referendou o corretor de imóveis Marciano da Silva, como presidente da Comissão Provisória do partido em Gaspar
O PSL de Gaspar já tem uma Comissão Provisória. Usou maciçamente as redes sociais para atrair para a reunião no tradicional Alvorada, aqui no Centro. Até usou a doação de ração para animais à um abrigo de cães abandonados da cidade – e que já foi protegido pelo PT - como uma identidade amigável com a comunidade. Falou-se em atrair em torno de 500 pessoas ao evento. Os organizadores anunciaram em torno de 100. Contou-se menos. Disse-se que 300 se filiaram.
E foram esses números, a primeira disputa dos adversários do PSL na cidade. Penso que todos – os do PSL e de outras siglas – erram. Parecem que já se esqueceram das lições de outubro. Esperar 500 adeptos e curiosos para um novo e até então nanico partido, é um exagero de quem ainda não se curou da ressaca. A campanha terminou e começou outra fase, a da realidade. E aí, a euforia juvenil é substituída pelo natural pragmatismo.
Se foi 100 ou 80 que foram ao evento, na minha avaliação, é muito. Quem consegue reunir tudo isso depois das eleições para fundar um partido na cidade sem os velhos esquemas, mesmo ele sendo uma promessa do poder já eleito e prestes a se instalar? E com gente quase toda desconhecida no meio político, a começar pelo seu próprio presidente? Então é preciso ir devagar e respeitar.
Entretanto, uma observação se faz necessária. O encontro foi de denominações religiosas neopentecostais e não exatamente um encontro político. E a partir desse ponto, ele pode ter sido avaliado como pouco representativo no número de presentes e na pluralidade que convém a um partido político.
O sucesso do PSL como partido, está atrelado, contudo, ao sucesso dos governos de Carlos Moisés da Silva e Jair Messias Bolsonaro. E sucesso significa não repetir à prática, ou exercício político e administrativo propostos ou executados pelo PT, MDB, PP, PSDB, PDT, Rede, PCdoB, PSD... em Gaspar, em Santa Catarina e no Brasil.
De qualquer forma vamos reescrever uma história. É muito cedo antecipar o resultado dela. E para reescrever, é preciso começar. E começou... Acorda, Gaspar!
A edição especial de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale sobre os dez anos da tragédia natural severa de 2008 foi de fôlego. Só cabia ao mais antigo, ao líder de circulação e credibilidade em Gaspar e Ilhota produzir jornalisticamente esses resultados para a memória, à comunidade, seus leitores e leitoras.
Inconformado. O ex-prefeito da época em Gaspar, Adilson Luiz Schmitt, PPS de então, estava derrotado nas urnas quando a tragédia aconteceu sobre o município. Nem por isso ele se omitiu. Ao contrário. Hoje, ele reclama de como Gaspar é tratada pela imprensa regional e estadual sobre aquele assunto.
A minha opinião. Isso não terá conserto. É uma visão. É um ponto de vista. Os detalhes – que afloram da memória privilegiada de Adilson – são ricos, mas também seletivos. E Adilson paga pelos confrontos do passado, incluindo a imprensa ontem tentou pauta-la. É um preço que deveria estar calculado. Então, como se resolve isso se ele está inconformado? É o próprio Adilson fazer uma parceria e editar um livro com versão dele sobre o trágico episódio. Será ao menos uma fonte de pesquisas e uma contribuição histórica irrefutável.
Mais uma vez o site da Câmara de vereadores de Gaspar se mostra instável. Ele estava fora do ar em parte deste final de semana. Parece – e não é de hoje – que o site também está tomado pela síndrome do ponto facultativo. No serviço público até a tecnologia para a transparência para nos feriados, sábados, domingos e cumpre horários de barnabés.
Outro delegado que atuou em Gaspar e adotou por longos anos a cidade como domicílio – possui parte da família aqui, mas aposentado, reside hoje Balneário Camboriú onde também atuou – foi Ademir Serafim. Ele se projetou no estado a partir do trabalho desenvolvido aqui e na regional da Polícia Civil em Blumenau.
Entre várias funções de destaque, Ademir Serafim foi delegado regional, diretor geral da Detran (2001 a 2003) e diretor geral da Polícia de Santa Catarina em 2010. Serafim é de Florianópolis. Ingressou na Polícia Militar e lá ficou por dois anos. Fez concurso para Comissário na Civil e fez nela uma carreira por 42 anos.
Amuleto. O gasparense Doraci Darolt – delegado aqui - também chegou à titularidade da delegacia regional de Blumenau depois de atuar em Gaspar. E recentemente, o jovem ex-delegado aqui, Egidio Ferrari, foi nomeado e está na titularidade da regional de Blumenau. Então....
A prefeitura de Gaspar quer arrematar em leilão público o antigo prédio do Besc aquii no centro e que agora pertence ao Banco do Brasil. Pediu autorização para a Câmara via o PL 111/2018 e cujo relator é o vereador Wilson Luiz Lenfers, PSD. O imóvel vai a leilão e está avaliado para o lance mínimo de R$1.864.000,00. Segundo a avaliação da própria prefeitura, ele vale no mínimo R$3.200.000,00 – se houver comprador para esse valor, frise-se desde logo.
E é exatamente devido a essa suposta diferença – lance mínimo fixado e a presunção de um suposto valor de mercado - que faz a prefeitura se interessar em adquirir o imóvel. É que pelas regras do edital, o poder público se tiver interessado, pode arrematá-lo antecipadamente e pelo valor mínimo. E o leilão termina aí. Ou seja, é a regra do mercado e que o poder público não enxergou em outras oportunidades que teve em Gaspar e deixou passar e agora prefere patrocinar enfrentamentos na Justiça. Acorda, Gaspar!
Registro. A promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon que atuou aqui na Comarca e está na de Navegantes, lança quinta-feira à noite, no Café Cultura, na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, o livro “Já que viver é [ser e ] ser livre”. É resultado da sua dissertação de mestrado. Ele é prefaciado por um dos membros da sua banca, Paulo de Tarso Brandão.
O livro, em resumo, trata da proteção dos direitos humanos das mulheres a uma vida sem violência. Chymelli – é integrante do Grupo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Ministério Público de Santa Catarina – atualmente mima dois filhos: o livro e a pequena Olívia.
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