GENTE QUE FAZ A DIFERENÇA: QUANDO A FELICIDADE DA COMUNIDADE É O SEU SENSO DE REALIZAÇÃO E PRAZER - Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

GENTE QUE FAZ A DIFERENÇA: QUANDO A FELICIDADE DA COMUNIDADE É O SEU SENSO DE REALIZAÇÃO E PRAZER - Por Herculano Domício

06/06/2018

Gilberto Schmitt, descende de uma família de história centenária em Gaspar. Uma igual a muitas outras que se consolidaram e são reconhecidas por trabalho duro, desbravamento, iniciativa social e empreendedorismo. Está nele o senso de comunidade, família e religiosidade. Algo meio tradicional por aqui e que está mudando.

Gilberto também os seus defeitos: até tentou ser vereador pelo MDB - em 2006 uma época em que o vereador já recebia para trabalhar duas sessões noturnas por semana e a câmara tinha apenas dez funcionários contra os 28 de hoje -, achando que com isso esse senso comunitário seria mais vigoroso. Ficou na suplência, e quando no exercício temporário do cargo, sentiu que aquilo não era para ele. Ainda bem. Com a experiência, ganhou o jornalismo: conheceu melhor os políticos, a política partidária, manha, manhosos no e pelo poder que usam a comunidade para se estabelecer nele.

Ficou claro então, que o tal senso comunitário é algo muito em função da determinação pessoal de cada um, da liderança e da oportunidade. E em muitos casos, a política partidária e os políticos até atrapalham, pois em primeiro lugar eles olham os resultados para si, e não para os outros.

Gilberto Schmitt tem o mais antigo jornal impresso em circulação (é o maior) em Gaspar e Ilhota, o Cruzeiro do Vale. E antes de todos, antecipando a uma tendência, bancou e criou o portal eletrônico com a mesma marca. Fez mais, tornou essa ferramenta a mais acessada e atualizada daqui e Ilhota. O seu empreendimento já divide com sua filha jornalista Indianara.

Gilberto possui histórias de pioneirismo em lista telefônica, eventos (Baile Havaii, Stammtich), livros etc. Mas, nenhuma delas, é tão relevante do ponto de vista de exemplo, envolvimento e resultado social e comunitário quanto a construção ou a reconstrução de casas para gente em dificuldades. Não foi uma, não foram duas. E não será a última, certamente. Isto sem falar na igreja da Comunidade Santa Clara, no Poço Grande.

Um jornal como o Cruzeiro do Vale, nos dias de hoje, exige dedicação integral para superar a velocidade dos novos meios de comunicação, a concorrência cada vez mais acirrada não de um jornal, mas do mundo digital e radiofônico. Entretanto, Gilberto, com a paciência e determinação, abandona essa essência e se lança a recuperar abrigos decentes para os pegos pela má sorte.

A última empreitada de Gilberto está na construção de uma casa de alvenaria com 70m2 para o seu Vavá, ou Genivaldo dos Santos Chagas, um alagoano que está por aqui onde trabalha como operador de máquinas. O incêndio consumiu a sua de 54m2 e outras duas casas no dia 13 de março, na Rua João Zuchi, no Bateias. A obra está no reboco interno e em 40 dias, talvez esteja pronta.

A comunidade e outros líderes comunitários se organizaram para a mesma tarefa na reconstrução das outras duas casas incendiadas.

O que Gilberto faz é simples: lidera um processo de arrecadação, coordenação da documentação nos órgãos públicos, da sensibilização dos gasparenses para a doação e de motivação do trabalho voluntariado por terceiros, contratação de mão-de-obra especializada e acompanhamento da própria obra. Ele próprio, nos finais de semana, se dedica ao trabalho braçal, como mostram as fotos, com outros que o fazem gratuita e voluntariamente.

Estima-se que em mais 40 dias, esta casa reconstruída possa ser o novo lar do seu Vavá, que também com os seus, ajuda a construí-la.

Para encerrar. Esta é a diferença entre o Gilberto, o Cruzeiro do Vale e de quem apenas faz notícias e traz relatos. Cada um possui as suas prioridades, então não se trata de condenar as atitudes alheias, mas apenas de marcar a diferença em relação à comunidade.

Gilberto e os seus com a atitudes deles, ajudam na transformação, na realização, na recuperação, e principalmente quando a má sorte bate a alguns e os políticos, ou o poder público caro, feito de políticos eleitos e pagos com os nossos pesados impostos também falham. Um exemplo, é a secretaria de Assistência Social.

Esse senso vem da Gaspar de outrora, onde a própria comunidade se reunia para resolver os problemas dos seus: quantas casas, cercas, valas (incluindo a limpeza), capelas, igrejas, templos, salões de festas, sociedades, clubes de futebol e até o CTG nasceram da união, reunião e trabalho voluntário dos comunitários? Estamos perdendo esse senso de doação, realização e prazer. Estamos esperando pelos políticos e eles, além de nos usar, estão faltando de verdade porquê o senso deles é outro: o poder. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1854 - Quarta-feira

Comentários

Miro Sálvio Vila Nova FM 98,3
07/06/2018 19:20
O Senado Federal, (CCJ) Erra porque acaba sendo redundante com aqueles que serão verdadeiramente penalizados, O Preso em sua Grande maioria vem de uma Camada social devastada por falta de Investimentos, principalmente na Educação. Quem são os Principais Responsáveis pela Falência da Educação no Brasil, congresso Nacional, Senado e Câmara e o próprio Governo Federal que prefere com muito mais agilidade a corrupção. A Dinamarca, Suíça e Noruega, a contagem regressiva é para eliminar, Número de presos e Fechar Cadeias e presídios, ociosos por Falta de Criminosos. A Prioridade desses Países, a Educação.


CCJ DO SENADO DECIDE QUE PRESO VAI PAGAR SEU CUSTO

Conteúdo da BR18. Texto de Marcelo Moraes. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou hoje projeto de lei que obriga os presos a ressarcirem seus custos ao Estado. Se o preso não tiver recursos próprios, terá de pagar com trabalho. Se nenhum senador apresentar recurso, o projeto segue direto para ser votado pela Câmara dos Deputados.

Hoje, o custo médio de um preso equivale a R$ 2,4 mil mensais. Segundo o autor do projeto, senador Waldemir Moka (MDB-MS), a proposta "combate a ociosidade e evita que os presos sejam atraídos pelas facções criminosas que existem nos presídios".
Herculano
07/06/2018 11:00
da série: o estrago que faz o populismo e grupos que defendem apenas o seu negócio, desorganizam a sociedade e passam a contam para todos nós, uma maioria de analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos.

TABELAMENTOS: ai, ai, ai,por Celso Ming, no jornal O Estado de S. Paulo

O governo já viu que garantir um desconto de R$ 0,46 por litro de óleo diesel produz um punhado de distorções

Épocas de crise produzem coceira populista. Se a crise coincidir com período eleitoral, como agora, a coceira fica maior ainda. Uma dessas coceiras é a que pressiona por tabelamentos de preços.

Qualquer tabelamento sempre sai supostamente para beneficiar um lado do preço, em prejuízo de quem está do outro lado. E isso complica tudo.

O governo já viu que garantir um desconto de R$ 0,46 por litro de óleo diesel produz um punhado de distorções. Uma delas é a de que não dá para exigir que os postos repassem esse desconto ao consumidor, porque, afinal, os preços estão liberados.

Além disso, cada Estado tem sua alíquota de ICMS e muitos deles se dedicam à guerra fiscal na cobrança de IPVA. E tem o biodiesel, produzido de óleo de soja, que vai misturado à proporção de 10% ao óleo diesel.

Entre as razões pelas quais os caminhoneiros batalharam pela redução dos preços do óleo diesel está a esticada nos preços do petróleo que, em apenas 12 meses foi dos US$ 48,8 por barril para os atuais US$ 75. Os analistas avisam que, em 2019, grande número de poços de óleo de xisto entrará em produção nos Estados Unidos, fator que tende a derrubar os preços. Se os preços do petróleo desabarem, preços tabelados tendem a se manter lá em cima, para prejuízo dos caminhoneiros e dos outros consumidores.

Mas agora prevalece a coceira: obrigue-se o posto de combustível a expor o preço cobrado e, então, bastaria acionar os antigos fiscais do Sarney que se prontificariam a fazer denúncias, sabe-se lá para que autoridade que, por sua vez, acionará uma polícia ainda a ser criada, para obrigar o posto de combustível a obedecer, baseado obviamente em decretos que precisariam ser assinados e tal.

O caminhoneiro, no entanto, não quer apenas que os descontos cheguem aos postos. Quer frete da sua conveniência. Aí vêm os luminares de Brasília dispostos a determinar também o tabelamento do frete Brasil afora. Os primeiros levantamentos indicam que a fixação por preços mínimos pela medida provisória já em vigor aumentará os fretes em alguma coisa entre 30% e 80%. Como o frete está bem mais abaixo, não por falta de tabelamento, mas por existir mais caminhão do que carga a transportar, é mais do que óbvio que esses preços artificiais não têm razão técnica para serem respeitados. Assim, caso se mantenham os fretes artificiais, fica inevitável a prática de concessão de descontos, a serem concedidos aos contratadores do transporte. Ficaria assim instituído o frete paralelo? A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) avisou que não tem condições de fiscalizar a observância de qualquer tabela. Convoquem-se, portanto, as Forças Armadas para fiscalizar postos de combustível?

Tabelamento assim, com casca e tudo, teria de levar em conta inúmeras variáveis impossíveis de controlar, algumas já contempladas no Anexo II da medida provisória, como condições da estrada, número de eixos, quilometragem rodada, tipo de carga transportada ou pedágio cobrado. Assim, a observância do tabelamento ficará ainda mais inadministrável do que os problemas que levaram a ele.

Mais uma distorção. Se o óleo diesel tem de ser subsidiado, como acaba de ser determinado, por que esse subsídio deve favorecer também os proprietários de caminhonetes, de vans, furgões e de SUVs a diesel, veículos nem sempre de trabalho, mas de exibição de gente endinheirada? Aí aparecem outras soluções de ocasião. Por que não, por exemplo, distribuir cupons para os caminhoneiros ?" e só para eles ?" para que o benefício público não seja estendido a quem não precisa dele?

Mas, se fosse por aí, quantos cupons e com que critérios distribuir por caminhoneiro? Como impedir falsificações? Como evitar os repasses para terceiros, tanto de cupons como de óleo diesel subsidiado assim obtido? Os proprietários de peruas escolares também teriam direito aos cupons? Ou seja, novos artifícios tendem a produzir mais artificialidades.

Enfim, tabelamentos e controles de preços produzem distorções. Os produzidos pelo presidente Sarney naqueles desastrosos planos econômicos da segunda metade dos anos 80 não foram os últimos. A administração Dilma derrubou os juros na marra, tabelou os preços do quilowatt-hora, promoveu a redução das tarifas da condução urbana, atrasou inúmeros preços e tarifas, inclusive os dos combustíveis, situação que, por sua vez, provocou atrasos dramáticos nos reajustes dos tais preços administrados. A correção dessas monstruosidades custa caro, como já se sabe.

Será que em tempo de eleições vale tudo? Vale acionar todas as coceiras?
Herculano
07/06/2018 08:47
De Guilherme Fiuza, nosso Twitter

É isso aí: todos conspirando contra o país, contra a moeda, contra as instituições, contra as reformas, contra a equipe econômica (a melhor em décadas), contra a política fiscal que tirou a nação da lama petista... pra descolar um poderzinho na feira eleitoral. Brasil: nunca será!
Herculano
07/06/2018 08:45
A DIARREIA VERBAL DE BOLSONARO PODE DESIDRATÁ-LO

Conteúdo do O Antagonista. Jair Bolsonaro, ontem na sabatina do Correio Braziliense, disse o seguinte:

"No meu tempo de moleque, chamavam você de gordinho, quatro olhos, não tinha problema. O gordinho, geralmente, quando ia para a pelada, você chamava de gordo, ele saía na pancada. Hoje, o gordinho virou mariquinha. Vamos acabar com essa frescura."

A diarreia verbal de Bolsonaro pode desidratá-lo eleitoralmente.

Podem nos xingar à vontade. Não temos essa frescura.
Herculano
07/06/2018 08:42
CCJ DO SENADO DECIDE QUE PRESO VAI PAGAR SEU CUSTO

Conteúdo da BR18. Texto de Marcelo Moraes. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou hoje projeto de lei que obriga os presos a ressarcirem seus custos ao Estado. Se o preso não tiver recursos próprios, terá de pagar com trabalho. Se nenhum senador apresentar recurso, o projeto segue direto para ser votado pela Câmara dos Deputados.

Hoje, o custo médio de um preso equivale a R$ 2,4 mil mensais. Segundo o autor do projeto, senador Waldemir Moka (MDB-MS), a proposta "combate a ociosidade e evita que os presos sejam atraídos pelas facções criminosas que existem nos presídios".
Herculano
07/06/2018 08:35
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA E EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DA EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO DE DE MAIOR CIRCULAÇÃO EM GASPAR E ILHOTA
Herculano
07/06/2018 08:32
A SEDUÇÃO DO CONTROLE DE PREÇOS, editorial O Estado de S. Paulo

Entusiastas do controle de preços não lidam com a realidade e sim com o devaneio de que basta querer para que os preços se ajustem a seus desejos

A despeito dos muitos exemplos da história recente do Brasil de que o controle de preços é invariavelmente danoso para a economia, esse expediente voltou a ser considerado válido pelo governo e por parte significativa da sociedade, agora para atender aos reclamos dos caminhoneiros que fizeram greve para obrigar a queda do preço do diesel. Houve até ministro que prometeu usar "todo o poder de polícia" para garantir que a redução do preço desse combustível acertada com os caminhoneiros chegasse aos postos - como se os preços na bomba não fossem livres.

Se controle de preços funcionasse, o Plano Cruzado teria sido um retumbante sucesso. Como se sabe, mas volta e meia se esquece, o Cruzado, lançado em fevereiro de 1986 pelo então presidente José Sarney, congelou preços na expectativa de finalmente conter uma inflação que àquela altura era típica de país conflagrado. "Iniciamos hoje uma guerra de vida ou morte contra a inflação", anunciou Sarney na TV. O Brasil foi fragorosamente derrotado nesse combate porque, em resumo, não se pode revogar as leis básicas da economia.

Se a inflação desorganiza o mercado, porque se perde a noção de valor do dinheiro e dos produtos, o congelamento de preços igualmente afronta as relações econômicas. Preços têm a função de refletir a disponibilidade daquilo que é precificado. Uma vez tabelado, o preço deixa de cumprir essa função básica, desorientando os agentes econômicos e levando ao desabastecimento ?" afinal, não há porque produzir mercadorias se o preço destas, por estar congelado, não puder refletir os custos da produção, que sobem livremente.

Essa lição elementar foi ignorada em 2013 pela então presidente Dilma Rousseff, quando a petista anunciou a redução das tarifas de energia elétrica, à custa do caixa da Eletrobrás, e manteve, para os leilões do setor, sua obsessão pela modicidade tarifária, que naturalmente afugentou os investidores.

Dilma cometeu o mesmo erro na Petrobrás, ao obrigar a estatal a subsidiar o preço dos combustíveis, artificialmente reprimidos na vã tentativa de conter a inflação. Levará ainda muitos anos até que todo esse passivo deixado pelo voluntarismo dilmista seja eliminado.

É evidente que, por ser administrado, o preço dos combustíveis sempre sofrerá alguma forma de controle, ainda mais considerando-se que a Petrobrás detém praticamente o monopólio do refino no Brasil. Ainda assim, a estatal não pode ignorar as variações internacionais dos preços, pois, se o fizer, estará onerando a empresa, gerando um prejuízo que recairá sobre o conjunto da sociedade sem que esta possa opinar a respeito.

A ruína da Petrobrás nos anos lulopetistas só foi revertida porque a empresa, sob a direção de Pedro Parente, realinhou seus preços aos do mercado internacional. Mas as forças do atraso demonstraram seu vigor com a greve dos caminhoneiros e com a reação oportunista de líderes políticos diante da crise. Como resultado, Parente deixou a Petrobrás e a empresa agora será levada a refrear seus reajustes. Até a Agência Nacional do Petróleo (ANP), que se ausentou durante toda a crise dos caminhoneiros, reapareceu apenas para anunciar que haverá "regulamentação" da periodicidade dos aumentos de preços.

Esse tipo de interferência, todos deviam saber, não costuma acabar bem. Tome-se como exemplo a imposição do preço mínimo do frete, outra exigência dos caminhoneiros atendida pelo governo. Como esse preço agora não pode ser livremente negociado, os custos sofrerão aumento significativo - no setor de grãos, por exemplo, calcula-se uma alta de até 95%, que provavelmente não poderá ser compensada no preço final, uma vez que esse preço é definido pelo mercado internacional. Não à toa, vários setores da indústria e do agronegócio interromperam seus negócios e temem grandes prejuízos, além de perda de competitividade.

Nada disso foi levado em conta pelos entusiastas do controle de preços, pois eles não lidam com a realidade, e sim com o devaneio de que basta querer para que os preços se ajustem a seus desejos. Sem trocadilho, o preço a pagar por esse amadorismo será imenso.
Herculano
07/06/2018 08:30
GOVERNO FAZ NOVA TRAPALHADA COM FRETE MÍNIMO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O governo continua batendo cabeças na crise iniciada com a greve dos caminhoneiros, como na trapalhada do frete mínimo. Até os transportadores reclamam do exagerado aumento de 50%, e negociam valor abaixo da tabela. Mas o valor é nacional e quem não o obedecer paga o dobro em indenização. A insegurança se estabeleceu: já há transportadores juntando notas fiscais com valores inferiores ao frete mínimo com o objetivo de pedir essa bolada na Justiça, mais à frente.

ELES NÃO SABEM NADA
A confusão foi da agência de transportes terrestres (ANTT), que tem a tarefa de fixar tabela de preços a cada 6 meses. E a ANTT errou feio.

FIM DAS LEIS DE MERCADO
Incompetentes, governo e ANTT transformaram preço máximo em preço mínimo. E acabaram a negociação entre cliente e transportador.

NÃO CAIU A FICHA
O ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), que nada entende do assunto, avisou que não será revista a MP 832 criando a tabela da ANTT.

E AS ESTRADAS, NADA?
Transportadores reduzem a renda com as péssimas rodovias, que os forçam a gastar a mais, por ano, 840 milhões de litros de diesel.

TEMER NOMEOU UM MINISTRO E GANHOU UM ALFAIATE
Com jeito de gente simples, gestos contidos, palavra fácil burilada nos dois mandatos de deputado federal e como pastor da Assembleia de Deus, o novo ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Ronaldo Fonseca, é conhecido pelas roupas de bom corte. Não é para menos. Ele tem orgulho da primeira profissão: alfaiate.O ministro, hoje, só exerce o ofício para ele próprio ou para surpreender alguém da família. Temer nem sabe, mas, ao nomear o novo ministro, deu ao Planalto um ilustre alfaiate.

TRABALHO CEDO
Filho de metalúrgico e com 7 irmãos, Ronaldo começou a trabalhar aos 13 anos, como ajudante de alfaiataria. Ficou na profissão até os 23.

FAZENDO CONTAS
Ronaldo Fonseca é uma espécie de "prefeito" do Planalto. E faz contas com o rigor de quem já teve de contar tostões para ganhar a vida.

VOOS DE CARREIRA
O novo secretário-geral do Planalto não usa jatinhos da FAB em suas viagens particulares, ao contrário dos colegas. Prefere voos de carreira.

JÁ DEU, Xô, HORA DE VENDER
O deputado e engenheiro elétrico José Carlos Aleluia (DEM-BA) chamou a atenção para a irrelevância da estatal Eletrobras, que ficou para trás, sem investimentos, mas custa R$3 bilhões por ano só para manter a folha de pagamento e a influência de políticos.

RECLAMANDO DE AUMENTO
Um transportador de São Paulo, José Pianti, reclamou do aumento de 50% no "frete mínimo", fixado por quem não entende do assunto. O aumento só o prejudica. É que não há clientes que possam pagar tanto.

PROFETA CAZUZA
Há exatos 28 anos morria Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, que desafiou o Brasil a mostrar a cara, dizer quais eram os negócios e dar nome a sócios. Tudo o que a Lava Jato escancarou anos depois.

GARANTIA DE SERIEDADE
O processo que investiga superfaturamento no Rodoanel Norte, em São Paulo, está sob a relatoria de Walton Alencar Rodrigues, um dos ministros mais sérios e rigorosos do Tribunal de Contas da União.

DISPUTA FERRENHA
Quinze desembargadores disputam as vagas dos ministros Fernando Ono e Maria de Assis Calsing no Tribunal Superior do Trabalho. O presidente Michel Temer fará as nomeações no segundo semestre.

MÁS NOTÍCIAS
Consultores legislativos avisaram que o rombo nas contas públicas será de R$70 bilhões em 2021. Ao todo serão oito anos consecutivos de déficit primário e dívida líquida do governo federal em 53% do PIB.

OLHO EMPREENDEDOR
Licenciado da presidência do Sebrae para disputar as prévias que vão definir o candidato do PSD ao Planalto, Guilherme Afif Domingos disse que empunhará bandeira do empreendedorismo por "um futuro melhor"

NA NOSSA CONTA
A Confederação Nacional da Indústria já estima o custo da trapalhada do frete mínimo. O custo do transporte do arroz, por exemplo, deve subir de 35% a 50% no mercado interno e até 100% nas exportações.

PENSANDO BEM...
...a única coisa que continua mínima no Brasil é mesmo o salário.
Herculano
07/06/2018 08:24
da série: o que fizeram intervencionistas, partidários de Bolsonaro, um governo fraco e as empresas de transportes que usaram os caminhoneiros autônomos como bucha de canhão para a greves dos poderosos: retiraram a confiança dos investidores, quebraram o país, diminuíram o PI, aumentaram os preços dos produtos e da inflação e estão gerando desemprego. E agora, pode até faltar óleo diesel.

PODE FALTAR DIESEL EM 30 DIAS SE PREÇO NÃO FOR BOM PARA IMPORTADOR, DIZ EXECUTIVO

Conteúdo da coluna Mercado (Cristina Frias) no jornal Folha de S. Paulo. Compra no exterior pode não ser vantajosa por causa do controle de preços adotado

Há risco de faltar diesel entre 30 e 60 dias se o mecanismo de subsídio ao importado não ficar claro, ou caso a compra no exterior não seja vantajosa dado o controle de preços no país.

O alerta é de um alto executivo de uma importante empresa do setor, que se manifestou sob a condição de anonimato. Eduardo Guardia, ministro da Fazenda, já havia afirmado que também haverá subvenção ao importador.

Quem importava eram as distribuidoras. Por que farão isso agora caso possa comprar a um preço menor aqui do que fora, pergunta-se o empresário ouvido pela coluna.

O intervalo entre o momento em que se faz a ordem de compra internacional e a chegada do produto é de cerca de um mês.

Outra mudança prevista é a criação de um preço de referência do diesel no Brasil?"cada vez que estiver abaixo desse patamar, haverá uma taxação extra sobre o importado.

Há, de fato, chance de faltar combustível, diz Adriano Pires, do Cbie (Centro Brasileiro de Infraestrutura).
"Existe o risco, isso vai depender do preço de referência e do mecanismo dele, se será um para cada região ou para o país inteiro."

A decisão sobre o preço de referência deverá se tornar pública nesta quinta-feira (7).

O volume de diesel importado em 2017 foi o equivalente a 23% do consumo, segundo a ANP. O tema foi tratado em uma reunião no Ministério de Minas e Energia na sexta-feira passada (1º).

Ver o que é...
Setores do empresariado agrícola foram os mais explícitos no apoio aos caminhoneiros, por enxergarem ganhos em potencial com a redução do preço do diesel ao consumidor final.

...bom pra tosse
Com o tabelamento do frete, porém, sentindo-se prejudicados pela alta dos custos, tornaram-se os críticos mais azedos às medidas, dizem executivos de outras indústrias.
Herculano
07/06/2018 08:17
TEMER DISCUTE CARRETO, PAÍS VAI AO BREJO, por Vinicius Torres Freire

Efeitos do caminhonaço detonam novas crises, juros e dólar sobem sem controle

O governo passa o tempo a discutir o preço do carreto, de frete de caminhão. Tenta criar seus fiscais do Sarney do tabelamento do diesel.

Enquanto isso, o país vai para o brejão, talvez o "Brejal dos Guajás", obra do emedebista emérito José Sarney que trata de casinhos da política da roça.

As taxas de juros estão em alta, todas, a ponto de o mercado negociar dinheiro a um preço que sugere uma alta da Selic (os "juros do Banco Central") já neste mês, um novo disparate neste país desembestado. Por enquanto, o céu é o limite para o preço do dólar.

A nova morte do governo de Michel Temer, sequestrado e atropelado pelo caminhonaço, soltou o resto dos demônios represados no mercado financeiro. Isto é, medo de farra no que restou da política econômica e de clima mais propício à eleição de um presidente disparatado.

Sim, o problema de fundo são ou eram os Estados Unidos, a alta mais rápida de juros por lá e a política econômica do Nero Laranja, sabor fantasia, Donald Trump. Essas pressões, no entanto, nos esmagam tanto quanto oprimem países em crise externa grave, como Turquia e Argentina, ou México, que respira a fumaça tóxica do vizinho gigante.

Nosso problema é muito doméstico, um governo zumbi e uma sociedade refém de uma casta política podre, em tamanho desespero social e econômico que passa a aceitar ideias mais disparatadas que as de costume.

A percepção de risco de colocar dinheiro no Brasil sobe desproporcionalmente mais. A ameaça de tumulto maior adiante, quem sabe pelos próximos anos, provoca fuga de ativos brasileiros, fuga da dívida pública e de empresas sujeitas a intervenções estúpidas do governo.

Então sobem os juros e baixa o preço das ações, das estatais em particular, como a Petrobras, rejeitada em massa por estrangeiros. É mais um impulso para a alta do dólar.

O povo dos mercados enfim passou a colocar nos seus preços o efeito Temer, como se precisasse do paradão caminhoneiro para perceber o problema. Sob pressão de lobby bem-feito ou ameaça de violência, o governo abre as burras e ainda preenche o cofre vazio do Tesouro com besteira, com apoio da maioria dos parlamentares, seus bons companheiros.

Foi assim com o reajuste dos servidores, com os perdões de dívidas para empresas e agora, com a rendição incondicional ao sequestro do país pelo paradão caminhoneiro, para ficar em casos notórios. Outros trens da alegria vêm aí.

O caminhonaço revelou revolta popular ainda maior do que a evidente nas pesquisas de opinião. É o sofrimento econômico causando mais crise. Mesmo sob ameaça de desabastecimento de bens e serviços essenciais, 9 de cada 10 brasileiros apoiaram a paralisação. Para os donos do dinheiro grosso, pelo menos, isso é sinal de que se tornou mais provável a vitória de um programa lunático em outubro.

Há ainda outras mumunhas no mercado, ainda difíceis de entender. Ainda assim, a ideia que circula por aí de elevar a Selic é outro disparate, ao menos por agora, quando não há sinal de fuga de capitais.

Querem aumento da Selic com o objetivo de segurar a taxa de câmbio? Vão jogar a política monetária fora? Vão chutar a Selic para cima em um país com inflação muito abaixo da meta por tanto tempo? Em uma economia agora sob risco de recaída em recessão, sob choque provável de confiança e juros em alta na praça do mercado? Em uma miséria em que é difícil repassar a alta do dólar para os preços?
Herculano
07/06/2018 08:14
PARA PF. BRASIL É PRESIDIDO POR UM DESQUALIFICADO, por Josias de Souza

A palavra ainda não foi usada, talvez por excesso de zelo. Mas os relatórios anexados aos inquéritos que investigam Michel Temer já permitem concluir: na opinião da Polícia Federal, o Brasil é presidido por um d-e-s-q-u-a-l-i-f-i-c-a-d-o. Tomado isoladamente, esse fato já seria embaraçoso. Mas há pior: a maioria dos brasileiros concorda com os investigadores.

No inquérito sobre portos, quebraram-se os sigilos fiscal e bancário de Temer. Agora, em relatório remetido ao Supremo, a PF diz ter detectato indícios de pagamento de uma mesada da Rodrimar, empresa portuária, para Temer. Coisa de R$ 340 mil mensais - verba decorrente de malfeitorias praticadas no final dos anos 90.

Escorando-se numa planilha que resgatou num inquérito que o Supremo enviara para o arquivo morto, o delegado Cleyber Malta Lopes concluiu: "As informações desse inquérito são importantíssimas para a compreensão do caso atual, sendo possível supor que esquemas investigados hoje tenham se estabelecido entre 1995 e 2000, quando o então deputado federal, líder de bancada, Michel Temer, fez as primeiras indicações para o comando da Codesp [estatal que administra o porto de Santos], conforme reconhecido por ele nas respostas à PF".

Em português claro, o que o delegado Cleyber escreveu em seu relatório, com outras palavras, foi o seguinte: Temer praticava corrupção na década de 90 e continua cometendo o mesmo crime na atualidade.

Noutro inquérito, sobre a propina de R$ 10 milhões que a Odebrecht disse ter repassado a caciques do PMDB, a PF solicitou ao Supremo autorização para quebrar o sigilo telefônico do presidente e de seus companheiros de infortúnio criminal: os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Minas e Energia).

Deseja-se cruzar os contatos telefônicos da trinca com as datas em que a empreiteira disse ter entregado o dinheiro vivo que Temer encomendou a Marcelo Odebrecht num jantar no Palácio do Jaburu. Requisitou-se também a quebra do sigilo das contas telefônicas dos delatores da empreiteira.

Embora muita gente finja não notar, o embaraço mudou de patamar. O que era apenas constrangedor tornou-se trágico. Não bastassem as duas denúncias criminais que a Câmara enfiou dentro do freezer, Temer é virado do avesso num par de inquéritos por corrupção.

Se o Supremo deixar, a PF manuseará os contatos telefônicos de Temer. A polícia já apalpa os extratos bancários e os dados fiscais do presidente e do seu séquito de amigos. Dias atrás, os investigadores descobriram algo que elevou o status do coronel João Baptista Lima.

O coronel Lima, como é conhecido o amigo do atual inquilino do Planalto, movimentou R$ 23 milhões em contas no Bradesco e no Banco do Brasil. Era tratado como "faz-tudo" de Temer. Para a PF, virou um operador de propinas destinadas ao presidente da República.

Temer nega todas as acusações. Nesta quarta-feira, chegou mesmo a escrever numa nota oficial que a PF enveredou pelo terreno da "ficção policial". Pelos próximos sete meses, Temer continuará exercitando a ilusão de que preside o país - como se nada tivesse sido descoberto sobre ele. Deixará o Planalto em 1º de janeiro como símbolo de um período em que a desfaçatez e a falta de recato moeram a invulnerabilidade da Presidência da República.

O que transforma o embaraço em tragédia é a constatação de que as distorções do sistema e as relações promíscuas que imperam na política tornaram possível que um presidente virasse ex-presidente ainda no exercício do cargo. Temer apodrece no trono. Encerrado o mandato, despencará do Planalto direto para a primeira instância do Judiciário.
Herculano
07/06/2018 08:11
CIRO BUSCA POLARIZAÇÃO COM BOLSONARO, QUE JÁ FOI SEU ELEITOR, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Pedetista sobe o tom para encurtar caminhos e emplacar marca de 'anti-Bolsonaro'

"Eu até confesso para você publicamente aqui. Acho que muita gente não vai gostar de mim, mas eu votei no Ciro Gomes para presidente da República", disse Jair Bolsonaro à TV Bandeirantes do Rio, em 1999.

Na eleição seguinte, o deputado repetiu a dose. "No primeiro turno, trabalhei para Ciro Gomes, que perdeu", afirmou, na tribuna da Câmara, em 2002. No segundo turno, rejeitou José Serra e optou por Lula.

Por anos, Jair Bolsonaro (PSL) nutriu certa admiração pelo tom nacionalista e pelo estilo ácido de Ciro Gomes (PDT). Em 2018, a dupla desponta em polos cada vez mais distantes de uma disputa presidencial.

Nesta quarta (6), Ciro deu um passo largo para tentar fincar uma bandeira como principal adversário de Bolsonaro na corrida ao Planalto.

Em sabatina do jornal Correio Braziliense, o pedetista foi ao ataque. Disse que o militar é "um tresloucado" e "um boçal despreparado". "Temos obrigação de extirpar este câncer enquanto ele pode ser extirpado", acrescentou.

Líder nas pesquisas em parte dos cenários, o presidenciável do PSL se torna alvo preferencial de seus rivais à medida que a disputa avança.

Geraldo Alckmin busca um confronto direto com Bolsonaro para recuperar eleitores conservadores que costumavam votar no PSDB e passaram a namorar o capitão da reserva.

Ciro, de outro lado, antagoniza com o militar para usá-lo como escada. Ele sobe o tom para encurtar caminhos, realçar uma marca de "anti-Bolsonaro" e atrair votos à esquerda.

A estratégia e a estridência de Ciro só fazem sentido porque a disputa deste ano parece favorecer candidatos com discursos duros e sem travas, ainda que soem violentos. Não é coincidência que o pedetista aposte nessa polarização. Tanto ele quanto o militar costumam ignorar botões de volume em seus ataques.

Bolsonaro já declarou ter "muitas coisas em comum" com Ciro durante entrevista a uma rádio cearense, em outubro. "Nossa defesa é pelo Brasil, mas pecamos às vezes pelas palavras que dizemos", afirmou.
Herculano
07/06/2018 08:01
FHC PREGA A UNIÃO DO CENTRO NUM DIA E, JÁ NO DIA SEGUINTE, UM VAZAMENTO TENTA LIGÁ-LO À LAVA JATO, AINDA QUE SEM INDÍCIO DE CRIME, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

FHC: de fato, seria o caso de o ex-presidente se espantar. Mas partido da Polícia não surpreende
Ah, meus caros, temperança, equilíbrio, moderação? Nada disso é próprio do Partido da Polícia - MPF e PF - que operam em parceria com a imprensa, como resta evidente. Os alvos principais, podem observar, são as figuras que transitam no chamado "centro". O Partido da Polícia sabe que só tem a lucrar com uma guerra de extremismos. E, vejam vocês, nem FHC escapou. Na terça, ele liderou a divulgação de um documento em que prega a união das forças reformistas e liberais para evitar os atrasos opostos e combinados: o confronto entre esquerda e extrema-direita. Pois é? No dia seguinte, veio a informação de que, em e-mails a Marcelo Odebrecht, ele pediu doações, em 2010, para candidatos do PSDB ao Senado. Vazamento da Lava Jato.

Algum indício de irregularidade, de ilegalidade, num e-mail com nome e sobrenome? Nada! As doações privadas eram legais. Mas, ora vejam, dos outrora grandes da política, faltava ligar o nome de FHC à tal operação, ainda que nada haja contra ele. Qual é a o objetivo do vazamento senão a pura e simples tentativa de desmoralização?
Herculano
07/06/2018 07:57
CORTAR OU TRIBUTAR, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Enfrentamento do rombo orçamentário depende da revisão das prioridades do Estado

Um consenso básico e bem-vindo se firmou no debate entre quatro economistas promovido no auditório da Folha, nesta terça-feira (5).

Este é o de que o rombo orçamentário do governo se mostra insustentável - e seu enfrentamento, urgente, depende da revisão das prioridades do Estado brasileiro. Assim entenderam Samuel Pessôa, colunista do jornal, Elena Landau, Eduardo Giannetti da Fonseca e Mauro Benevides Filho.

"Mais um ano perdido?", era a questão apresentada aos palestrantes, a respeito deste 2018. O que se pode dizer, numa síntese das opiniões expressadas, é que haverá mais anos perdidos se o presidente a ser eleito em outubro não promover reformas nas contas públicas.

Quanto ao que fazer de mais imediato, há uma divergência importante, que já se manifestava nos estertores do governo Dilma Rousseff (PT) e merece discussão aprofundada na campanha ao Planalto.
Pessôa, Landau e Giannetti, de pensamento mais claramente liberal, defendem que as medidas devem se concentrar em cortes da despesa, em especial na Previdência. Benevides, assessor do presidenciável Ciro Gomes (PDT), dá mais ênfase ao aumento de receitas, a ser buscado com maior taxação dos estratos abonados.

Não se trata propriamente de uma polarização ideológica: nem o auxiliar de Ciro nega a necessidade de mudar as regras das aposentadorias, nem os demais se opõem a um maior gravame do capital.

Recorde-se que a administração petista tentou recriar a CPMF ?"e o governo Michel Temer (MDB), que rejeitava de início a alta de impostos, acabou por recorrer mais de uma vez ao expediente.

Para esta Folha, as dimensões descabidas do déficit do Tesouro Nacional (projetado em R$ 159 bilhões neste ano, sem contar os gastos com juros) justificam alguma alta emergencial de tributos.

Há muito se advoga aqui, ademais, que a taxação exagerada do consumo no país, prejudicial aos pobres, dê lugar a uma carga maior sobre lucros, salários e patrimônio.

Entretanto é estreita a margem para o aumento da arrecadação pública total, que já absorve um terço da renda dos brasileiros. Esse peso excessivo, mesmo que se torne mais bem distribuído, limita a atividade econômica e onera, ao cabo, toda a sociedade.
Herculano
06/06/2018 15:51
da série: gente que quebra o Brasil para fazer campanha política de um candidato, aliando-se a quem quer a voltada da ditadura militar. Era previsível

PROTESTO DE CAMINHONEIROS INTERROMPE 18 MESES DE ALTA NA PRODUÇÃO DE VEÍCULOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Joana Cunha. Após o baque dos protestos dos caminhoneiros, que provocou a suspensão temporária das atividades de todas as montadoras no país, a produção do setor automotivo caiu mais de 15% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado.

O resultado, divulgado pela Anfavea, associação do setor, nesta quarta-feira (6), interrompe uma sequência de 18 meses de altas na mesma base de comparação.

A fabricação de veículos leves, caminhões e ônibus foi de 212,3 mil unidades em maio. Na comparação com abril, quando 266,1 mil veículos foram produzidos, a queda foi superior a 20%.

A indústria estima ter perdido entre 70 mil e 80 mil unidades de produção durante a paralisação dos caminhoneiros, segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea.

O setor voltou a operar com agilidade, segundo Megale. "A partir desta segunda-feira praticamente todas as nossas fábricas voltaram a operar, se não na totalidade, pelo menos parcialmente, o que mostra o esforço das áreas logísticas", disse.

No entanto, a Anfavea diz acreditar que ainda pode haver impactos em junho porque algumas montadoras ainda estão com falta de certas peças.

"Temos condição de recuperar a produção ao longo dos próximos meses. Podemos trabalhar tanto em fim de semana como e hora extra e, dependendo das condições do mercado, vamos buscar essas unidades que ficaram para trás", afirmou Megale.

As vendas também foram impactadas pela paralisação dos caminhoneiros. O licenciamento total de veículos novos ficou em 201,9 unidades, uma queda de 7% em relação a abril. Na comparação com maio de 2017 ainda houve uma pequena alta em torno de 3%.

"Acreditamos que 25.000 unidades poderiam ter sido licenciadas neste período, mas isso foi perdido. Seguindo o ritmo do crescimento que a gente vinha tendo, deveríamos estar chegando nas 227.000 unidades emplacadas", disse Megale.

EXPORTAÇÕES
A Anfavea estima ter perdido também 15.000 embarques nas exportações. Em maio deste ano, os números apontam 60,8 mil veículos leves caminhões e ônibus exportados, ante 73,4 mil no mesmo mês do ano passado.

"Muitos carros ficaram retidos nas nossas fábricas sem poder chegar aos portos. Acreditamos que poderemos recuperar isso porque são contratos firmados", diz o presidente da Anfavea.

Segundo ele os veículos já voltaram a ser embarcados.
Herculano
06/06/2018 15:45
PT COLETA DINHEIRO PARA LULA COMO SE A CANDIDATURA DO PRESO FOSSE GARANTIDA, por Josias de Souza

O PT inaugurou nesta quarta-feira um site para recolher doações financeiras destinadas ao custeio da pré-campanha de Lula à Presidência da República. Os valores variam de R$ 10 a R$ 1.064. No texto de apresentação, não há referências à precariedade jurídica da candidatura de Lula. Ao contrário, o projeto eleitoral do PT é tratado como um empreendimento político sólido e inquestionável.

"Lula é preso político, mas seus direitos estão garantidos", diz o texto do PT, sem mencionar que a condenação do grande líder em segunda instância fez dele um ficha-suja inelegível. "No dia 15 de agosto ele será registrado como candidato à Presidência da República", anota o site da "vaguinha", abstendo-se de alertar para o risco de um provável indeferimento do pedido de registro na Justiça Eleitoral.

A coleta de verbas via internet foi incluída na reforma eleitoral que o Congresso aprovou no ano passado. Até 15 de agosto, o dinheiro amealhado destina ao custeio da pré-campanha. A partir desse dia, quando os partidos terão de requerer o registro de seus candidatos no TSE, passa a coleta passa a bancar um candidato oficial.

A lei prevê a devolução do dinheiro nos casos em que o candidatura não for confirmada. Considerando-se que Lula está preso é que oito em cada sete ministros do TSE afirmam que é grande, muito grande, enorme a chance de sua pretensão ser barrada pela Lei da Ficha Limpa, a "vaquinha" do PT beira o estelionato político. Até as 15h40 desta quarta, o partido já havia coletado R$ 21.100,69.
Herculano
06/06/2018 15:43
da série: quem apoiou o block out das empresas transportadoras, como os ruralistas,só agora, apesar de facilmente previsível numa economia de mercado, está reclamando das consequências.Eu escrevi isso na segunda-feira passada com todas as letras, fui esculachado. Muito escreveram também algo que é óbvio. Este é mai um exemplo de intervencionismo e ditadura. Ela sempre é feita para beneficiar uns, na marra, levando a conta para toda a população pagar.

MINISTRO DIZ QUE TABELA DE FRETE GERA "INFLAÇÃO VIOLENTA" E SERÁ REVISTA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Laís Alegretti e Angela Boldrini, da sucursal de Brasília.

O ministro Blairo Maggi (Agricultura) afirmou nesta quarta-feira (6) que a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) vai rever a tabela de preços de frete divulgada após acordo do governo Michel Temer com caminheiros.

"A ANTT vai buscar fazer uma readequação dos valores. Ninguém está querendo fugir do acordo que o presidente fez. Agora, que ele seja justo para todos os lados", disse Maggi. "O que precisa fazer são as contas. Ninguém vai romper nada".

A agência informou, na manhã desta quarta, que publicará ajustes em breve, com "dados mais detalhados". Comunicou, ainda, que abrirá processo de consulta pública e que o assunto "vem sendo discutido como prioridade desde a semana passada".

Para Maggi, o tabelamento tornou o frete muito caro e, sem uma revisão dos valores, pode haver impacto na inflação.

"Quem vai acabar pagando a conta é o consumidor, com inflação violenta que vai vir pela frente", disse. "Não pode, em um momento desse, desequilibrar todo o resto da economia em função de uma determinada categoria."

O que pode ocorrer, de acordo com o ministro, é que as empresas do setor agrícola decidam comprar seus próprios caminhões. "Esse negócio ficou fora de qualquer padrão. Subiu duas, duas vezes e meia o mesmo frete trabalhado antes da greve", disse.

O ministro afirmou, ainda, que é contra a existência de uma tabela. "Sempre achei que não deve existir tabela, que deve ser mercado livre, mas já que tem uma tabela, que contemple os dois lados, que possa ser um ponto de partida para negociação de fretes."

O presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), João Martins da Silva Junior, disse que a entidade pretende acionar a Justiça se não houver uma mudança na tabela, que ele classifica como "retrocesso".

"Tem de rever a tabela ou a CNA tomará todas as medidas possíveis, até ir à Justiça para questionar a legitimidade da tabela", disse Martins.

A tabela de preços mínimos de frete foi publicada no último dia 30. Na avaliação de alguns dos setores envolvidos, como as transportadoras, o tabelamento do frete pode provocar distorções na economia.

O Ministério da Fazenda criticou a possibilidade de preço mínimo para o frete em 2017, conforme mostrou a Folha. A questão foi analisada porque estava em discussão como projeto de lei. No parecer, o ministério alegava que os valores tabelados restringem a competição e elevam os preços do transporte de cargas.

De acordo com o documento, o valor mais alto nos fretes acaba sendo pago, no final, pelo consumidor.

Maggi e o presidente Michel Temer participaram de anúncio de um plano agrícola e pecuário para 2018 e 2019, em que serão destinados R$ 194 bilhões em empréstimos para o financiamento do agronegócio.

Destes, R$ 151 bilhões serão de crédito de custeio, com juros de 6% para médios produtores e 7% para os demais, uma redução de 1,5 ponto percentual em relação ao ano passado.

Durante o evento, o ministro afirmou que há no plano agrícola anunciado espaço para "remanejamento" para setores que tenham sido afetados pela greve dos caminhoneiros, mas disse que não haverá aumento nos valores. "Nós temos que nos virar com o que temos", disse.

Em seu discurso, que durou sete minutos, Temer voltou a criticar a paralisação dos caminhoneiros, e disse que o governo conseguiu encerrar a greve - que causou desabastecimento no país e prejuízos de mais de R$ 10 bilhões em seus 11 dias de duração - "sem incidentes".

"Nós conseguimos encontrar uma solução que não gerasse um incidente qualquer. Incidente, convenhamos, desejado por muitos que tentaram fazer da greve um movimento político", afirmou Temer.
Horacio Nunes
06/06/2018 12:53
Horácio Nunes ?" essa era a data 1



Sou um paciente da policlinica e sou um daqueles que fica escutando o próprio secretário de saúde repitir nas rádios e nos jornais que a atenção de saúde de Gaspar se recuperou. Nem ele não acredita no que ele está dizendo. Quando Wandall ganhou ficamos sabendo que a diretora sempre perturbada que estava ali ia ser trocada foi uma festa. Aí entrou outra perturbada que não sei oque foi fazer lá e agora a atenção de saúde de Gaspar faliu de vez. Eu estou sempre ligado na atenção de saúde de Gaspar porque minha família e quase todas de Gaspar precisam dela e é nosso direito fiscalizar o que acontece nos departamentos e no Hospital. E tudo que eu fico sabendo pelos corredores aquji emali eu levo tudo para os vereadores para eles ajudarem a comunidade a cobrar respeito e trabalho duro da secretaria de saúde. Se tem algum paciente sendo ofendido ou mal atendido eu vou a fundo e denuncio para os vereadores. Estava tão bom o atendimento dos médicos e das enfermeiras da prefeitura dentro do Hospital. Derepente sem explicação nenhuma do secretário "excelente" de saúde lá se foram os médicos e as enfermeira. Me disseram então que a antiga enfermeira do Hospital que entende DE TUDO virou diretora e foi trabalhar na policlínica pra reabrir o mesmo atendimento que tinha no hospital. Isso minha gente faz mais de 4 meses e ela ainda não deu conta de fazer o serviço dela. Mas eu fui cobrar dela pessoalmente e ela me garantiu que 1 de junho era a data. E aí senhora diretora? Essa "era" a data. E agora? No mesmo dia que fui falar com ela vi ela atendendo os pacientes em pé no corredor com todo mundo ouvindo e ela não estava com boaas caras pra atender as pessoas, queria se livrar de todos. Perguntei para uma mocinha que hora ela trabalha e a mesma so abaiou a cabeça, sim prefeito ela nao assina ponto se assina deve ser só o dela e recolhe o dinheiro no fim do mês, para nao fazer nada. Pereira que se cuide que ela derruba ele.Mas não, Pereira prefere pegar outros diretores pra cuidar das contas do hospital enquento o setor deles na policlínica ficam abandonados. Pensam que é mentira? Perguntem pros mandachuva do hospital. Wandal é só mais um cabide de emprego. E nós votamos nele, que decepção. É só dar uma voltinha pelos corredores da policlínica que a gente sabe direitinho quem está mamando na teta e aí vem o secretário anunciar que rsolveu o problema da atenção de saúde de Gaspar. Calaboca paspalho, a tua "turma" está te passando a perna dia por dia, enchendo os bolsos do dinheiro do povo que tu gastas pra estes safados e botando raiva no povo. Vamos ver quem vai votar ainda nessa cambada.
Bete
06/06/2018 12:00
Sobre o texto do Reinaldo Azevedo, na Rede TV, publicado 06/06 as 10:18.

Interessante, não é proibido o uso de armas nesse Brasil?! Será que esse índice não é alavancado justamente pelos bandidos se sentirem seguros em usar suas armas clandestinas sabendo que as pessoas de bem estão vulneráveis?? Outra, quantos porcento estão ligados diretamente ao tráfico, que também usam armas clandestinas!!?
Eu ainda acho que o Reinaldo está procurando de tudo para desmoralizar o Bolsonaro, todos sabem de sua afinidade com os tucanos, principalmente o Geraldo Alckmin!!!
Agora sobre o tema desarmamento, não consigo ter uma posição segura se é melhor ou pior liberar o uso de armas.
Herculano
06/06/2018 11:16
da série: era previsível tudo o que está no texto abaixo, só não era quem irresponsavelmente promoveu e apoiou o lock out com claros objetivos políticos (intervencionista e bolsonaristas). Agora todos pagamos a conta. Eu escrevi isso na segunda-feira da semana passada, fui esculachado. A realidade veio mais depressa do que o previsto e lavou a minha alma mais uma vez.É o retrato do que é uma ditadura (militar ou civil), um governo fraco e o imperial que quer ser Jair Bolsonaro

MEDO E DESEJO DE SER VENEZUELA, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

'Venezuela' como metáfora é sintoma da degradação do embate político e ideológico

A Venezuela entrou de vez no vocabulário do conflito social e político brasileiro.

Ainda é mais frequente que se recorra ao nome do desgraçado país vizinho como apenas outro insulto do glossário do ódio: "fascista", "bandeira vermelha", "petralha", "chavista" etc. Nas duas últimas semanas, pelo menos, a menção a "Venezuela" ganhou novos sentidos, sintoma da nossa degradação.

Durante o caminhonaço, empresários e executivos mencionavam o "risco", o "medo" ou o "surto" de "venezuelização do Brasil". Pibopesquisa Ibope encomendada pelo governo mostrou que 59% dos brasileiros acreditavam que era possível "acontecer no Brasil o que aconteceu na Venezuela" caso persistisse o paradão caminhoneiro.

O resultado da pesquisa parece apenas uma comparação óbvia e trivial, restrita à hipótese de que a interrupção do transporte causaria escassez crítica de bens, a imagem mais midiática do colapso liderado por Nicolás Maduro. Ainda assim, é uma imagem que vai pela cabeça dos brasileiros, que poderiam por um motivo ou outro negar a semelhança entre os países.

"Risco de venezuelização" era também um ataque a políticas ditas de esquerda, mais restrito aos embates de facções mais militantes e ideológicas da opinião pública. Mais recente é seu uso como metáfora em conflitos mais cotidianos.

"A Venezuela começou assim", disse nesta terça-feira (5) Leonardo Gadotti, presidente da Plural, associação de distribuidores de combustíveis. Criticava o tabelamento do diesel, um dos termos da rendição incondicional de Michel Temer ao caminhonaço.

A crítica de Gadotti é apenas um conflito derivado da aceitação das exigências do paradão caminhoneiro, que emergem mesmo dentro da coalizão que apoiou, sem mais, o caminhonaço.

Associações de produtores de soja, que deram corda à paralisação, agora criticam o tabelamento do preço do frete. Governadores estão fulos com a perda de receita de impostos. Persiste a fúria extensa contra a Petrobras que "lucra para servir ao mercado".

Falta pão, e ninguém tem razão. Não há liderança, movimento político ou social que proponha e tente conduzir soluções organizadas (governo, partidos, sociedade civil, "empresariado") tanto para crises tópicas como para o grande conflito pelos recursos do Estado falido.

Ao contrário. Há uma espécie de corrida para o saque final. No governo Temer, houve caminhões de perdões de dívida e outros favores para setores empresariais e aumentos de servidores, para ficar em exemplos notórios.

É um ambiente propício à disputa de extremos mais autoritários e irracionais, que vem de 2010, explodiu em 2013 e em 2014 e piora. Extremistas de esquerda e direita viram no paradão e no levante do diesel a possibilidade de uma revolta ampla, pelo menos um "ensaio geral" de ataque ao poder.

Outros, apenas um pouco menos dementes, pensaram com oportunismo mesquinho e irresponsável que poderiam faturar politicamente o apoio popular tácito ao paradão caminhoneiro, espantoso, dado o risco de colapso econômico.

São atitudes políticas que contribuíram para o desastre que agora se chama de "venezuelização". Impulsos de extermínio dos adversários, disposição para o combate sem trégua, demandas irreconciliáveis. Para piorar, temos sintomas piorados de "brasileirização", a ideia de que há um pote de ouro escondido ou tomado pelos "políticos" e "pelo governo". Se derrubarmos essa Bastilha, resolve-se o conflito sem dor.
Herculano
06/06/2018 11:06
CAFFARELLI ALEGA QUE 'NÃO SABIA' DE EDITAL SUSPEITO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, alegou no Planalto que "não sabia" de exigência incomum do edital na licitação do próprio BB, no valor de R$500 milhões, para contratar agências de publicidade. O edital exige das licitantes patrimônio líquido (lucro) mínimo de R$12,5 milhões. Isso restringe a disputa a 4 agências ligadas a multinacionais, duas delas do mesmo grupo. Na licitação anterior, o BB declarou vencedora uma agência desconhecida, com capital de R$250 mil.

DETALHE PERTURBADOR
O edital vem sendo colocado sob suspeita no mercado porque prevê a contratação de "até" 4 agências, número provável de participantes.

'NÃO SABIA' PARTE 2
No Planalto, não faltou quem lembrasse que na licitação anterior do BB, também colocada sob suspeita, Caffarelli disse a mesma coisa.

NA ÁREA, SABE TUDO
Há trinta anos no banco, Caffarelli foi diretor de Marketing do BB, cargo que foi ocupado pelo mensaleiro petista Henrique Pizzolato.

O QUE É RUIM ESCONDE?
O BB informou que não fez audiência pública para debater o edital, como em certames anteriores, porque "não há obrigatoriedade" legal.

ALCKMIN PARECE RESIGNADO COM DERROTA IMINENTE
O alto tucanato anda preocupado com os sinais exteriores de desânimo do candidato Geraldo Alckmin. Mal nas pesquisas, ele se irritou durante reunião em São Paulo para aplicar-lhe um "pedala", e desafiou o PSDB a substituí-lo. Se arrependimento matasse, vários dos presentes teriam sido fulminados: no início do ano, eles ensaiaram movimento para fazer Alckmin desistir em favor do ex-prefeito João Dória. Agora é tarde.

SEM INTERESSADOS
Alckmin esvaziou a reunião do início do ano para fazê-lo desistir da disputa presidencial. Ele insistiu. Agora já não há interessados.

TORCIDA E MUITA REZA
O tucano Geraldo Alkckmin está em 4º na corrida, na melhor hipótese, mas continua achando que todos adversários vão cair nas pesquisas.

NINGUÉM TASCA
Alckmin aboletou-se no projeto presidencial usando sua presidência do PSDB. Ele foi ajudado também pelo naufrágio político de Aécio Neves.

REFORMA É LEGAL
O Comitê de Normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Suíça, avalia nesta quinta-feira (7) se a reforma trabalhista, em vigor desde novembro de 2017, respeita acordos e negociações internacionais. A decisão deve ser favorável ao governo brasileiro.

CONLUIO ASSEGURADO
A Câmara adiou reunião para votação do parecer sobre a nova lei das agências reguladoras. A lei apenas vai ampliar a autonomia das agências, mas não mexe na parceria entre elas e o setor regulado.

GOVERNO EXPLOSIVO
O governo do presidente Michel Temer está acabado para muita gente, mas a presidência não concorda e comprou 40 doses de nitroglicerina do tipo injetável, para dar uma chacoalhada geral no governo.

FIM DA PICADA
Pacientes e médicos que lutam contra a diabetes têm uma nova luta contra a piada em que se transformou o setor público: o SUS comprou a insulina, mas não agulhas para injetar o medicamento.

E O SATÉLITE?
Depois de torrar R$2,8 bilhões no primeiro satélite brasileiro de comunicação, o governo abriu licitação de R$2,7 milhões para contratar... "serviços de comunicação via satélite". Vexame.

DIÁRIA MAIS SALÁRIO
O governo federal distribuiu quase R$127 milhões em "diárias" a 63.377 servidores públicos em 2018. Cada um deles recebeu do governo Temer R$2 mil em média.

BATEU O SONO
A greve dos caminhoneiros deve ter deixado gente de peso cansada no Gabinete de Segurança e levou o órgão a fazer licitação para comprar 100 colchões para aguentar no mínimo 120kg. Preço total: R$34 mil.

O PRAZER QUE CABRAL DÁ
Em 2006, na primeira disputa de Sérgio Cabral pelo governo do Rio, Lula se empenhou para eleger o amigo. "Terei imenso prazer em fazer comício com Sérgio Cabral", disse o petista a jornalistas à época.

PENSANDO BEM...
...Lula e Sérgio Cabral sempre tiveram muito em comum. Isso explica por que Lula depôs em defesa do amigo e por que ambos estão presos.
Herculano
06/06/2018 10:59
FIXAR O PREÇO DOS COMBUSTÍVEIS DE ACORDO COM O CUSTO DE PRODUÇÃO É UMA TOLICE, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central, no jornal Folha de S. Paulo

Nenhum argumento econômico contra o alinhamento de preços domésticos ao externo se sustenta

Sugira a um produtor de soja, ou de açúcar, ou de café, que deva vender seus produtos no Brasil de acordo com seus custos, ignorando os preços internacionais dessas mercadorias. Aproveite e avise a Vale de que deverá fazer o mesmo com o minério de ferro, pois a sua produção é local, com seus custos em larga medida determinados em moeda nacional.

Não tenho dúvida de que o autor de semelhante proposta seria, com razão, ridicularizado (ou pior). Empresas que produzem bens facilmente transacionáveis no mercado internacional o fazem com vista aos preços que podem obter lá fora, independentemente de o país ser um exportador ou importador líquido do produto em questão.

Caso preços domésticos se elevem acima do internacional (ajustado, é claro, à taxa de câmbio, tarifas e custos de transporte), a empresa tem incentivos para desviar suas vendas para o mercado interno. Já se o preço interno fica aquém do internacional, tais produtores direcionarão suas vendas para o mercado externo.

Note-se que esse é o resultado natural de uma economia capitalista, noção difícil de compreender, admito, num país avesso às práticas de mercado.

Concretamente, se o produtor vendesse a um preço, digamos, acima do mercado internacional, abriria espaço para a importação de concorrentes.

Caso contrário perderia receita relativamente ao que poderia obter no mercado externo, isto é, venderia abaixo do seu custo de oportunidade, conceito que explorei nesta coluna há alguns meses e que se refere à possibilidade de uso alternativo de recursos: ao vender por preço inferior ao internacional, deixaria de usar seus recursos de forma eficiente, um custo que recairia sobre toda a sociedade.

Posto de outra forma, o preço doméstico de um produto que pode ser comercializado no exterior deve ser sempre próximo ao seu preço internacional, respeitados os ajustes brevemente descritos acima. Vale tanto para produtos que exportamos como para aquele que importamos.

Petróleo e derivados não são diferentes das demais mercadorias transacionadas internacionalmente. Não há, portanto, nenhuma base econômica para sugerir que seus preços domésticos tenham que ser baseados em seus custos, como sugerido por Mauro Benevides, um dos assessores econômicos de Ciro Gomes.

Essas considerações já deveriam bastar para demonstrar que a alternativa de fixar preço de acordo com o custo de produção é uma rematada tolice, mas dificilmente a única no atual debate.

Há também quem diga, como Flávio Rocha, que "o problema não é a política de preços, é o monopólio", o que também é um erro.

A Petrobras é obviamente a empresa dominante do setor no país, já que detém, entre outras vantagens, 98% da capacidade nacional de refino.

No entanto, ao alinhar seus preços aos internacionais, não se comporta como um monopólio, mas como uma empresa que compete no mercado global.

Isso não quer dizer que a empresa não adote outras práticas anticoncorrenciais; apenas que sua formação de preços é coerente com uma situação na qual houvesse muitos competidores na venda de derivados.

Nenhum argumento econômico contra o alinhamento de preços domésticos ao internacional se sustenta.
Resta, é claro, o chamamento difuso a um suposto "interesse nacional", que, na minha experiência, costuma ser uma justificativa tosca, mas esperta, para a defesa de interesses bastante (bastaaante) particulares
Herculano
06/06/2018 10:51
OS GRANDES LADRõES ESTÃO SOLTOS

De J.R. Guzzo, de Veja, no Twitter

O ministro Gilmar Mendes chamou um procurador da República de ladrão. É um espanto. O procurador, Marcelo Miller, era o braço direito do procurador-geral Rodrigo Janot no escândalo JBS. É um segundo espanto. O terceiro espanto, o pior de todos, é que os três continuam soltos
Herculano
06/06/2018 10:49
RISCO BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista.O dólar sobe junto com Jair Bolsonaro.

Nathan Blanche, sócio da Tendências Consultoria, disse para Miriam Leitão:

"É o risco de insolvência fiscal e de não aprovação das reformas que está determinando a desvalorização do real. E não a escassez de dólares."

De acordo com ele, se Jair Bolsonaro continuar em primeiro lugar nas pesquisas, o dólar pode bater em 4 reais
Herculano
06/06/2018 10:44
SENHOR DIESEL, TEJE PRESO! por Carlos Brickmann

"Subdesenvolvido" é o país que acredita que, repetindo cuidadosamente tudo aquilo que não deu certo, pode obter resultado diferente.

No tempo de Sarney, o Governo congelava preços e usava seu "poder de polícia" para obrigar o mercado a obedecer. Foi a época em que carro usado custava mais caro que o novo; equipes do Governo frequentavam pastos para prender bois gordos (que, aliás, valiam menos que os bois magros) e, assim, assegurar o abastecimento de carne. Claro, não deu certo.

Agora, o Governo manda baixar em R$ 0,46, nos postos, o litro do óleo diesel. Mas o Governo não tem postos. E esqueceu de avisar distribuidoras e postos que têm de baixar o preço porque o presidente Temer mandou. O presidente Temer já não manda mais nem na temperatura do cafezinho que toma, vai mandar em enormes distribuidoras e postos espalhados por todo o país? Não mandaria nem se sua autoridade estivesse intacta: nenhuma lei obriga distribuidoras e postos a seguir tabelamentos.

Quem fixa o preço é a concorrência (e, entre as distribuidoras, nem concorrência há). Os donos de postos? Todo dia vemos na TV algum deles envolvido em fraude na venda de combustíveis, fraudando a qualidade ou a quantidade. Que ganham ao vender o diesel R$ 0,46 mais barato? Poder de polícia, só se pretenderem prender o diesel. Mas como farão, escorregadio que é, para algemá-lo?

Como no tempo de Sarney. Pois ainda estamos no tempo de Sarney.

COMO FUNCIONA

A promessa de Temer aos caminhoneiros só seria viável se a Petrobras vendesse diesel R$ 0,46 mais barato, as distribuidoras se comprometessem a dar o mesmo desconto aos postos, que se comprometeriam a repassar o desconto aos clientes. Mas, lembrando Mané Garrincha, alguém combinou com os russos? De 83 postos visitados pela Agência Nacional de Petróleo, 75 não tinham dado os R$ 0,46 de desconto até a noite de segunda-feira.

UMA IDEIA

Já que é para buscar lições no passado, que tal uma que por muito tempo deu certo? O BNH cobrava correção monetária trimestral do comprador de casa própria. Mas teve problemas: o salário dos financiados subia uma vez por ano. O problema foi resolvido ao criar-se o Fundo de Compensação das Variações Salariais. A questão dos aumentos quase diários de combustíveis não poderia ter uma solução parecida? E envolver o gás engarrafado, cujos preços sufocam muito mais gente, e mais pobre, que os caminhoneiros?

A DANÇA DOS CANDIDATOS

Já decidiu em quem votar para a Presidência? Calma: muita coisa vai mudar até outubro. A chance de Lula ser candidato é a mesma de Dilma ganhar o Prêmio Nobel; e ele é um Boeing estacionado na pista, não decola e não deixa nenhum aliado decolar. Os partidos bolivarianos irão se unir em torno do poste que Lula indicar, apoiarão Ciro ou ficarão cada um com seu candidato? Manuela d'Ávila, do PCdoB, disse que pode desistir se houver união. Mas haverá? O PSDB insistirá em Alckmin, que até agora não decolou? Fernando Henrique propõe uma união de centro e nem cita o nome do hoje candidato de seu partido. Mas até agora ninguém imagina um nome que aglutine o centro. Marina, como de quatro em quatro anos, sai candidata, pela meia esquerda. Bolsonaro lidera as pesquisas, mas resistirá sem tempo de TV? E dos novos, algum tem chance de repetir Enéas?

OS VOTOS DE LULA

Domingo houve eleições para governador no Tocantins, para completar o mandato dos governantes que perderam o cargo. A senadora Kátia Abreu, do PDT, com apoio do PT, liderava as pesquisas, com 22 a 15 ?" acima da margem de erro. Era a única que superava a soma de brancos e nulos.

No final da campanha, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, gravou vídeo com carta de Lula dando apoio expresso a Kátia Abreu. Pois não é que Kátia despencou? Chegou em quarto lugar: à sua frente, disputando o segundo turno, Mauro Carlesse, do PHS, e Vicentinho Alves, do PR. Carlos Amastha, ex-prefeito da capital, Palmas, foi o terceiro.

FESTANÇA PAULISTANA

Enquanto o país discute caminhoneiros e eleições, a Câmara Municipal de São Paulo cuida do dia-a-dia - do dia-a-dia de seus integrantes. No total, 145 funcionários top de linha terão aumento de até R$ 16 mil por mês, o que eleva seus salários para algo próximo a R$ 40 mil mensais. Lembra do dispositivo constitucional que coloca os vencimentos dos ministros do STF como teto salarial do funcionalismo? Pois é, a Câmara não lembra. Já que era jogo bruto, os vereadores aprovaram também R$ 1.079 mensais para cada um, a título de auxílio-saúde. Valor da festa: R$ 43,6 milhões por ano.

BOM LIVRO

Vale a pena: acaba de sair o livro "A Vingança", de Antônio Melo. Conta a vida de Dinha, menina que nunca existiu. Mas existe, ah se existe!
Herculano
06/06/2018 10:40
SEM AMBIENTE EM CASA, na coluna Painel (Daniela Lima), no jornal Folha de S. Paulo

A busca de um discurso que empolgue parcela do eleitorado e tire do nanismo os presidenciáveis dos dois partidos que poderiam capitanear o processo eleitoral pela centro-direita causou avarias no PSDB e no MDB. A tentativa de Henrique Meirelles de se desvencilhar do rótulo de candidato de Michel Temer gerou desconforto entre aliados do presidente. No tucanato, um pressionado Geraldo Alckmin fez reflexão em tom de desabafo: a candidatura, hoje, tornou-se sacrifício pessoal.

Com legenda
Meirelles telefonou ao menos duas vezes para Temer para tentar explicar o conteúdo da entrevista que concedeu ao "Estado de S. Paulo", na qual disse que sua candidatura não "representa especificamente" a gestão do emedebista. O presidente, dizem auxiliares, não quer ampliar a polêmica.

O eleitorado dele
Integrantes do MDB, porém, lembram ao ex-ministro da Fazenda que ele ainda é pré-candidato e que para mudar de status precisa ser aprovado em convenção do partido. E é o grupo de Temer, concluem esses emedebistas, que vence as disputas internas há quase 20 anos.

Perdas e danos
No PSDB, Alckmin tem sido obrigado a tentar aplacar, além da própria ansiedade, a de seus aliados. Repete a eles que uma guinada nas pesquisas só virá com a propaganda eleitoral e que o partido precisa entender que a Lava Jato causou avarias sérias no PT, mas também na imagem dos tucanos.

Fale com eles
Aliados do ex-governador de São Paulo dizem que a conta que vem sendo cobrada dele é altíssima. O perfil centralizador e extremamente reservado, acreditam, acaba ampliando o estresse do tucano.

Inimigo perfeito
A desordem na centro-direita fez com que Jair Bolsonaro (PSL-RJ), em conversas reservadas, apostasse num segundo turno entre ele e um candidato do campo da esquerda. Mais: ele acredita que pode se beneficiar com a polarização.

Com quem será?
O grupo de de Bolsonaro acredita em um duelo contra Ciro Gomes (PDT-CE) ou Fernando Haddad (PT-SP) ?"que substituiria Lula na urna. Apesar de o petista hoje pontuar mal nas pesquisas, a avaliação é a de que não se pode menosprezar o poder de transferência de votos do ex-presidente.

Tudo tem limite
Ao afirmar que poderia abrir mão da disputa pelo Planalto em nome da união da esquerda, Manuela d'Ávila (PC do B-RS) enviou um recado direto para o PT: se a sigla não se dispuser a discutir uma alternativa a Lula, poderá acabar ficando só.

Ficando para trás
Manuela e Ciro Gomes (PDT) têm mantido conversas frequentes.

A ver
A juíza Carolina Moura Lebbos, responsável pela execução da pena de Lula, avisou que precisará de prazo para decidir se autoriza o PT a gravar vídeos na prisão.

Via autenticada
Com isso, dirigentes do partido já descartam a possibilidade de exibir um filme no lançamento da candidatura do petista, na sexta (8), em Contagem (MG). Vão ler uma carta.
Herculano
06/06/2018 10:27
POR ALIANÇAS, PT ADIA FORMALIZAÇÃO DAS CANDIDATURAS AOS GOVERNOS ESTADUAIS, por Josias de Souza

Reunida na noite desta terça-feira, a direção nacional do PT decidiu retardar a formalização de suas candidaturas aos governos estaduais. Em nota divulgada pouco antes da meia-noite, a legenda informou que fez isso "levando em conta as articulações com partidos de centro-esquerda".

Diz a nota: "Considerando as tratativas com os partidos de centro-esquerda e a tática nacional definida pela direção nacional do Partido dos Trabalhadores, de que a centralidade da nossa disputa é a candidatura nacional de Lula à Presidência da República, a Comissão Executiva Nacional resolve divulgar uma nova agenda pré-eleitoral."

Traduzindo do idioma partidário para o português do asfalto, o que o PT informou, com outras palavras, foi o seguinte: as candidaturas aos governos estaduais, por secundárias, estão subordinadas às conveniências políticas e às necessidades penais de Lula, o primeiro presidiário da história a reivindicar a Presidência da República. Para incluir parceiros na aventura, o PT se dispõe a levar à bandeja o escalpo de seus candidatos nos Estados.

Para a vereadora recifense Marília Arraes, neta de Miguel Arraes, o comunicado da cúpula petista tem a aparência de uma puxada de tapete. Candidata ao governo de Pernambuco, a petista Marília está bem-posta nas pesquisas. Mede forças com o governador Paulo Câmara, do PSB, que pleiteia a reeleição.

Marília equipava-se para formalizar sua candidatura numa convenção estadual marcada para o próximo domingo (10). Quando o jogo parecia jogado, a direção partidária derramou água no chope de Marília. "Todos os encontros estaduais do PT serão adiados para a data de 27 a 29 de julho", anota o comunicado petista. "O encontro nacional que será realizado entre os dias 30 de julho e 5 de agosto."

Com a reeleição ameaçada, Paulo Câmara tenta atrair o PT para sua coligação, retirando Marília Arraes do jogo. Em troca, o PSB rifaria a candidatura de Márcio Lacerda ao governo de Minas Gerais, incorporando-se à caravana petista de Fernando Pimentel, que tenta se reeleger. O petismo federal acha pouco. Reivindica o apoio do PSB a Lula.

O PT arrisca-se a ficar sem nada, pois Márcio Lacerda (PSB), ex-prefeito de Belo Horizonte, não parece disposto a abrir de sua candidatura em favor do petista Pimentel. Ao contrário, Lacerda anunciou nesta terça uma aliança com o PDT de Ciro Gomes, outro presidenciável que tenta obter o apoio e o tempo de propaganda televisiva do PSB.

Enquanto os nós não desatam, Marília Arraes, uma candidata competitiva, foi amontoada pelo PT numa lista de azarões: "Até que as tratativas com os demais partidos sejam acordadas, estão mantidas as pré-candidaturas aos governos estaduais, a exemplo de Fátima Bezerra, no Rio Grande do Norte; Marília Arraes, em Pernambuco; Luiz Marinho, em São Paulo; Dr. Rosinha, no Paraná; Miguel Rossetto, no Rio Grande do Sul; Paulo Rocha, no Pará; Décio Lima, em Santa Catarina, dentre outras." Onde se lê "estão mantidas" leia-se "estão no balcão para negócio..."
Herculano
06/06/2018 10:24
PARTIDOS ENSAIAM UNIFICAÇÃO, MAS TENSõES INTERNAS SE ACUMULAM, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

'Centro' vaga sem rumo em deserto de candidaturas competitivas na eleição

O consórcio partidário que tenta assumir a marca de "centro" vaga sem rumo a quatro meses da eleição. Confrontadas com uma possível derrota nas urnas, as siglas que deram sustentação ao governo Michel Temer decidiram ensaiar um movimento de união, mas veem suas tensões internas se acumularem.

No PSDB, a estagnação de Geraldo Alckmin levou o ex-governador paulista a um desabafo incomum. Pressionado por aliados, o tucano reconheceu dificuldades e se irritou com as cobranças frequentes para que deslanche nas pesquisas.

O fantasma de João Doria ronda Alckmin como um possível substituto na campanha, mas as sondagens mais recentes mostram que o ex-prefeito tem um desempenho tão tímido quanto o de seu padrinho. A constatação serve de alívio para o ex-governador, embora revele que o PSDB tem poucas alternativas.

A esperança dos tucanos é manter uma estratégia de eliminação sucessiva de potenciais adversários, em uma espécie de jogo de "Resta Um" que acabaria beneficiando Alckmin.

O movimento liderado pelo PSDB para unir candidaturas de centro parece, por ora, um esforço frustrado nessa direção. O lançamento de um manifesto nesta terça (5) em Brasília reuniu basicamente deputados tucanos e alguns poucos parlamentares de outros partidos.

O DEM de Rodrigo Maia boicotou o encontro. A cúpula da legenda decidiu empurrar para julho a definição do caminho que seguirá na corrida presidencial. Apesar dos laços históricos da sigla com o PSDB, dirigentes afirmam que podem buscar outras direções e que será preciso fazer uma "aposta" no escuro.

A fritura de Henrique Meirelles no MDB é mais um sintoma do abatimento desse campo. O ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) disse que o partido pode abrir mão da candidatura do ex-chefe da Fazenda para apoiar outro nome. Foi logo desautorizado pela cúpula da sigla.

Em um deserto de candidaturas competitivas, as propostas de unificação ainda são apenas miragens.
Herculano
06/06/2018 10:18
BOLSONARO É QUEM MAIS ABORDA O TEMA VIOLÊNCIA. QUER ARMAR AINDA MAIS UM PAÍS EM QUE 71,1% DO MASSACRE VÊM DE ARMAS DE FOGO, por Reinaldo Azevedo, na Rede TV

Estamos a quatro meses da eleição. O candidato que mais se aproxima do tema "violência" é Jair Bolsonaro. E de um modo estupidamente errado. Propõe armar a população. Nada menos de 71,1% dos 62.517 homicídios de 2016 se deram por armas de fogo. Em Sergipe, 85,9%. São dados do Atlas da Violência. No Distrito Federal, onde Bolsonaro passa parte do tempo, 67,9%. E ele quer mais armas. O resto é silêncio. Interrompido por quase 45 mil estampidos que acertaram fatalmente o alvo.
Herculano
06/06/2018 10:16
A PETROBRÁS CORRE REAL PERIGO, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Desde a crise dos caminhoneiros nada aconteceu de bom com a empresa

A Petrobras arruinou-se no mandarinato petista por diversos motivos. Deles, o mais pueril foi a retórica da arrogância. Infelizmente, dela e do governo têm partido declarações destinadas a iludir a boa-fé do público fingindo desconhecer a barafunda criada pela política de preços dos combustíveis. Podiam ficar só nisso.

A retórica da arrogância foi exercitada à exaustão pelos petrocomissários. Basta que se recapitule um caso. Em 2012, um funcionário da companhia holandesa SBM denunciou suas maracutaias internacionais. Elas foram confirmadas por uma investigação interna que resultou numa indenização milionária ao governo holandês.

Sabia-se, pela denúncia, que a SBM teria distribuído pelo menos US$ 139 milhões a intermediários e hierarcas da estatal brasileira para azeitar contratos de aluguel de plataformas.

Dois anos depois, uma equipe da Petrobras foi à Holanda verificar o caso e anunciou-se que nada acontecera de anormal. Engano, pois a SBM começaria a negociar um acordo de leniência com a Controladoria Geral da União. Até hoje ele não foi concluído.

Entre 2012 e 2015 foram para a cadeia o ex-diretor Renato Duque e o ex-gerente Pedro Barusco, ambos mimados pela SBM. O representante da empresa no Brasil, Julio Faerman, passou a colaborar com a Justiça e repatriou US$ 54 milhões.

Varrida pela Lava Jato, a doutora Dilma colocou na Petrobras Aldemir Bendine, que estava no Banco do Brasil. Ele levou consigo para uma diretoria Ivan Monteiro. Num dos lances grotescos do período, Bendine chegou a anunciar que a Petrobras "talvez" voltasse a contratar serviços e equipamentos da SBM, "uma importante fornecedora". Como, não explicou.

A retórica da arrogância era um pastel de vento. Não havia como esconder a roubalheira denunciada em 2012, e em 2015 não era possível contratar a SBM para coisa alguma.

Na segunda-feira, o repórter Rubens Valente revelou que em 2016 o diretor Ivan Monteiro foi investigado pela Comissão de Valores Imobiliários.

Tratava-se de um caso de omissão de comunicado de fato relevante ao mercado. Monteiro propôs pagar R$ 200 mil à CVM, e em setembro passado fechou-se o caso. O ervanário não saiu do seu bolso, mas da seguradora que ampara a diretoria da empresa. (O ex-diretor financeiro da Petrobras durante o mandarinato petista fez pelo menos quatro acordos desse tipo, somando R$ 1,75 milhão.)

Exposto o caso de Monteiro com a CVM, a Petrobras tocou o velho realejo: "não houve qualquer condenação da CVM ou reconhecimento de culpa de parte do senhor Ivan Monteiro, tendo a autarquia concordado com celebração de termo de compromisso, procedimento utilizado e previsto em nome, aplicável ao caso".

Noves fora o mau português, ninguém havia dito que Monteiro foi condenado, nem que reconheceu culpa. Apenas deixou de fazer o que devia. Tanto foi assim que propôs pagar R$ 200 mil à CVM, com dinheiro da seguradora. Ninguém dá R$ 200 mil à Viúva a troco de nada.

O escritor mexicano Octavio Paz ensinou, faz tempo: "Quando uma sociedade se corrompe, a primeira coisa que se decompõe é a linguagem."

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